
Lançado em circuito comercial em 2008, Estômago, dirigido por Marcos Jorge e protagonizado por João Miguel, fez sucesso de público e crítica. O longa narra a história de Raimundo Nonato, um migrante nordestino que chega à cidade grande em busca de oportunidade e aprende a profissão de cozinheiro.
Na época, foi eleito o melhor filme no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, Festival do Rio, Sesc Melhores Filmes, Raindance Film Festival e se destacou em outras diversas premiações, como o Prêmio Guarani e o Valladolid International Film Festival. Além disso, foi eleito um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
Agora, uma continuação do longa já começou a ser rodada; as filmagens de Estômago 2 – O Poderoso Chef iniciaram neste mês de abril. A fantástica jornada de Raimundo Nonato, interpretado por João Miguel, e suas aventuras filosóficas-culinárias seguem sob a direção de Marcos Jorge, com roteiro dele mesmo e de Lusa Silvestre, os mesmos criadores da história original; Paulo Miklos e Nicola Siri completam o elenco.
A história se passa quinze anos depois do primeiro filme e mostra mais da vida de Nonato Alecrim na cadeia e o que acontece quando ele sai da prisão, finalmente solto, em uma estadia na Itália. O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2023 com distribuição da Paris Filmes.
O filme está sendo rodado em locações no sul do Brasil e terá cenas gravadas na Itália, na região do Lácio. Estão no elenco os atores João Miguel, Paulo Miklos, Nicola Siri, Marco Zenni, Rodrigo Ferrarini, Fábio Silvestre e Guenia Lemos; além de uma participação especial de Projota. O time de atores fica completo com participações italianas que entram na trama durante a parte internacional das filmagens.
João Miguel e Paulo Miklos em cena.
Embora seja uma sequência, o novo filme se diferencia do anterior. Se no primeiro a baixa gastronomia e os princípios básicos da culinária foram a grande estrela da mesa, em Estômago 2 a alta gastronomia será tratada de maneira original e peculiar. A trajetória do protagonista será narrada em dois momentos fundamentais: sua estada na cadeia (seu aprendizado de malandragem e culinária e as muitas relações que daí decorrem) e sua posterior estada na Itália (onde se relaciona com integrantes da famosa Cosa Nostra, a máfia siciliana). Assim como seu antecessor, o longa em produção também utilizará recursos da comédia dramática com pitadas de humor ácido.
O diretor e roteirista Marcos Jorge diz que escreveu o argumento de Estômago 2 atendendo a inúmeros pedidos ouvidos ao decorrer dos anos para que a saga de Nonato Alecrim tivesse continuidade: “Pelo carinho com que as pessoas se referem ao primeiro filme, percebi que o personagem de Raimundo Nonato ainda tinha muito a oferecer aos seus fãs. A história me veio fácil, quase como se o próprio personagem a estivesse sugerindo”, contou. Lusa Silvestre se arrisca em dizer que o roteiro do segundo filme talvez esteja melhor que o do primeiro, e garante que está certamente mais engraçado.
A produtora Cláudia da Natividade conta que a história apresenta uma série de episódios hilariantes, e, ao mesmo tempo, próximos da realidade enfrentada por diversos imigrantes. Quanto às sequências de preparação de comida, que no filme são muitas e muito importantes, será dado um tratamento especial para as imagens. A luz, os enquadramentos, os movimentos de câmera, entre outros, devem ser bonitos e plásticos, valorizando os ingredientes e a preparação dos pratos, enquanto as situações desta preparação devem ser extremamente próximas da realidade da trama na cadeia, com cozinhas sujas, instrumentos inadequados, recipientes velhos e amassados: “O que se deve procurar é um contraste forte entre tratamento estético e ação realística, de maneira a criar imagens extremamente originais e impactantes das receitas praticadas por Nonato. E, é claro, deixar os espectadores com água na boca”, observa.
Assim como no primeiro filme, Estômago 2 é uma coprodução entre Brasil e Itália. No entanto, dessa vez, ao contrário da anterior, estão previstas filmagens nos dois países. No Brasil, elas ficam a cargo da produtora Zencrane e, na Itália, da Alexandra Cinematografica, fundada em 1955 e com mais de 40 longas produzidos, em um currículo que inclui diretores como Federico Fellini, Claude Chabrol, entre outros.
Fotos: Divulgação/Paris Filmes.