Foram finalizadas nesta semana as filmagens de A Herança, filme brasileiro de terror dirigido por João Cândido Zacharias, que contou com cenas realizadas entre as cidades do Rio de Janeiro e Barra do Piraí. O longa é produzido pela Bubbles Project, produtora responsável pelo premiado Benzinho, de Gustavo Pizzi.
Na trama, Thomas, interpretado por Diego Montez, um rapaz brasileiro, vive em Berlim com Beni, seu namorado. Afastado de suas raízes há muitos anos, ele é surpreendido pela notícia da morte de sua mãe. De volta ao Brasil para enterrá-la, ele descobre que herdou, da avó que nunca conheceu, uma casa de fazenda no interior do país. Assim, Thomas vê a chance de se conectar com suas origens e descobrir mais sobre seu misterioso passado. Agora, talvez, Thomas entenda porque cresceu fugindo de cidade em cidade, e cercado de estranhos cuidados da mãe.
A Herança marca a estreia de João Cândido Zacharias na direção de um longa-metragem. O cineasta já havia roteirizado e dirigido alguns curtas em sua carreira, entre eles, Sandra Chamando, premiado no Festival do Rio em 2017.
Além de Diego Montez, conhecido pela série Rebelde, o elenco conta também com Yohan Levi, que fez uma participação na série Emily em Paris, Cristina Pereira, Analu Prestes, Ana Carbatti, Luiza Kozowski, Jimmy London e Gilda Nomacce.
“O processo de desenvolvimento e preparação do filme foi longo, ainda mais dificultado pela pandemia. Nós fizemos diversos testes para a seleção do elenco dos protagonistas. Para o papel do Thomaz, recebemos mais de 350 self tapes e, além disso, buscamos atores de fora do Brasil para o personagem de Beni, que tinha que ser mesmo um estrangeiro. E estamos muito felizes e seguros com as nossas escolhas, tanto do Diego quanto do Yohan. Agora consigo ver o projeto criar forma, tendo em vista que acompanhei no set os planos em cada detalhe. Trabalhar com essa equipe, esse elenco e, principalmente, com o João é um prazer. Não é à toa que essa é a quarta parceria, que apostamos no talento e competência dele”, afirma Tatiana Leite, fundadora da Bubbles Project.
A Herança conta com coprodução da Kromaki Filmes e Sony Pictures, responsável também pela distribuição. O filme ainda não tem data de estreia nos cinemas brasileiros.
A sequência do sucesso de bilheteria chega aos cinemas em dezembro.
A 20th Century Studios divulgou nesta segunda-feira, 09/05, o primeiro trailer oficial de Avatar: O Caminho da Água. Sequência direta do filme de maior bilheteria de todos os tempos, o longa-metragem está programado para chegar aos cinemas brasileiros no dia 15 de dezembro.
Ambientado mais de uma década após os acontecimentos do primeiro filme, a trama narra a história da família Sully, composta por Jake, Neytiri e seus filhos, o perigo que os persegue, os esforços que fazem para permanecerem seguros, as batalhas que lutam pela sobrevivência e as tragédias que suportam.
A trajetória até a divulgação do trailer oficial de Avatar 2 foi longa, surgindo quase treze anos após o lançamento do primeiro filme. No entanto, em 2016, o diretor James Cameron já havia confirmado o desenvolvimento de quatro sequências da franquia de fantasia.
A previsão inicial do cineasta era que a continuação do blockbuster de 2009 fosse lançada ainda em dezembro de 2018. No ano passado, Cameron confirmou o lançamento para dezembro de 2022 e, de quebra, anunciou o nome das quatro sequências: O Caminho da Água (no original, The Way of Water), The Seed Bearer, The Tulkun Rider e The Quest for Eywa.
Avatar: O Caminho da Água traz novamente Sam Worthington, conhecido também por Fúria de Titãs, e Zoe Saldana, de Guardiões da Galáxia, no elenco principal. Giovanni Ribisi, Stephen Lang e Sigourney Weaver retornam à saga. Michelle Yeoh, Kate Winslet e Eddie Falco se juntam ao elenco do filme.
Na sequência do sucesso de 2009, que foi premiado no Oscar em três categorias, entre elas, melhor fotografia para Mauro Fiore, James Cameron, de Titanic e O Exterminador do Futuro, aparece não apenas como diretor e roteirista como, também, produtor de elenco. Para preparar o público para o lançamento, a 20th Century Studios irá relançar Avatar em 22 de setembro nos cinemas.
Cena do longa Ava – Até que os Ventos Aterrem, de Camila Mota.
A décima edição da Mostra Tiradentes | SP acontecerá entre os dias 11 e 18 de maio em formato presencial no CineSesc, em São Paulo, com 31 filmes inéditos que fizeram parte da programação da 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes.
Entre os selecionados para a versão paulistana estão os três premiados deste ano: Sessão Bruta, de As Talavistas e ela.LTDA, eleito melhor filme da Mostra Aurora, que será exibido na abertura do evento, no dia 11, às 20h; Os Primeiros Soldados, de Rodrigo de Oliveira, que recebeu o Prêmio Carlos Reichenbach de melhor longa da Mostra Olhos Livres; e Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui, de Érica Sarmet, eleito o melhor curta da Mostra Foco e vencedor do Prêmio Canal Brasil. Outro destaque é o filme A Praga, montado a partir de negativos perdidos do cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e que foi exibido em Tiradentes na mostra À Meia-noite Levarei sua Alma.
Com 10 longas, 19 curtas e um média, a Mostra Tiradentes | SP traz exemplares de todas as sessões da 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que aconteceu on-line, e exibiu 169 produções, atingindo 450 mil acessos de 92 países. A seleção combina jovens talentos com nomes já conhecidos de Tiradentes, como é caso de Caetano Gotardo, com seu novo trabalho, Você Nos Queima.
Outros veteranos da Mostra Tiradentes, que também estarão com filme em São Paulo, são: Marcos Yoshi, com Bem-vindos de Novo; Mozart Freire com A Colônia; e Alexandre Wahrstein, que apresenta agora Panorama. Já filmes como Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal, que rendeu o Prêmio Helena Ignez para Juliana Soares, produtora executiva e coprodutora do longa, traz a pandemia como ponto de partida para narrar alguns dias na vida do diretor numa trama de sobrevivência física e amorosa da pandemia, com um gesto que flerta com a autobiografia, sem deixar de também compor um registro do estado das coisas; do flerte, das relações, das paranoias pandêmicas.
Outro filme que investiga as possibilidades do cinema é Avá – Até que os Ventos Aterrem, uma ode barroca e experimental de Camila Mota, atriz e diretora da companhia Teatro Oficina Uzyna Uzona. O filme, de formato híbrido em suas imbricações de linguagem, apresenta uma peça de teatro filmada com ampla liberdade e imaginação para tratar da urgência dos espaços e da expressividade em tempos sombrios.
Além da exibição de curtas, médias e longas, a Mostra contará também com bate-papos com a presença de diretores após as sessões, garantindo maior interatividade com o público. Ao todo, serão 15 debates com realizadores e um encontro especial: Cinema da Vela, que será retomado em sua primeira edição presencial. O tema será O Cinema em Transição e abordará se existem novos paradigmas que reconfiguram aquilo que chamamos de cinema; os debatedores serão: o crítico de cinema Cléber Eduardo; o coordenador curatorial da Mostra Tiradentes, Francis Vogner dos Reis; e a curadora e professora Tatiana Carvalho Costa.
Além do debate, nessa ocasião, também será lançado o livro O Cinema Brasileiro em Resposta ao País | 2016-2021, que conta com coordenação editorial de Cléber Eduardo, e organização de Raquel Hallak e Fernanda Hallak. Em comemoração aos 25 anos do festival, será publicado, pela Universo Produção, o livro que reúne 25 artigos inéditos sobre questões estruturais e tendências, processos de criação e ênfases estilísticas da atividade cinematográfica entre 2016 e 2021. Participam 36 importantes teóricos, pesquisadores, curadores, acadêmicos, críticos e profissionais do audiovisual que têm conexão com os temas abordados.
O festival é considerado o maior evento do cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão realizado no país, trazendo em sua seleção um amplo leque de gêneros cinematográficos e experimentos. A edição paulistana conta com filmes com 17 mulheres na direção, 9 documentários, 7 experimentais e 15 ficções, que, em conjunto, formam um amplo painel do evento oficial de Tiradentes.
Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra Tiradentes | SP, falou sobre o evento, que retoma com as exibições presenciais: “A força do cinema brasileiro contemporâneo pode ser conhecida nas edições anuais da Mostra Tiradentes | SP que, em 2022, celebra 10 anos na capital paulista. Uma trajetória rica em formação, reflexão, exibição e difusão do cinema brasileiro, trazendo novos olhares, vozes e um panorama múltiplo da produção audiovisual no Brasil; despertando debates temáticos, e consciente do cinema como resposta ao seu tempo histórico, provocando e expandindo desdobramentos para quem pensa, cria, produz, assiste e se reconhece na tela. Graças à parceria com o Sesc São Paulo, o cinema brasileiro produzido agora ganha mais espaço e dimensão em São Paulo, e o público, a oportunidade de conhecer filmes que muitas vezes não chegam ao circuito comercial”.
Conheça os filmes que serão exibidos na 10ª Mostra Tiradentes | SP:
MOSTRA AURORA
A Colônia, de Virgínia Pinho e Mozart Freire (CE) Bem-vindos de Novo, de Marcos Yoshi (SP) Grade, de Lucas Andrade (MG) Maputo Nakurandza, de Ariadine Zampaulo (RJ/SP) Panorama, de Alexandre Wahrhaftig (SP) Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal (PE) Sessão Bruta, de As Talavistas e ela.ltda (MG)
MOSTRA FOCO
A Morte de Lázaro, de Bertô (SP) Bege Euforia, de Anália Alencar (RN) Bicho Azul, de Rafael Spínola (RJ) Eu Te Amo é no Sol, de Yasmin Guimarães (MG) Iceberg, de Will Domingos (RJ) Ingra!, de Nicolas Thomé Zetune (SP) Madrugada, de Leonardo da Rosa e Gianluca Cozza (RS) Na estrada sem fim há lampejos de esplendor, de Liv Costa e Sunny Maia (CE) O Nascimento de Helena, de Rodrigo Almeida (RN) Prata, de Lucas Melo (RJ) Prosopopeia, de Andreia Pires (CE) Rumo ao Desvio, de Linga Acácio (CE) Uma paciência selvagem me trouxe até aqui, de Érica Sarmet (SP)
SESSÃO ESPECIAL
A Praga, de José Mojica Marins A Última Praga de Mojica, de Cédric Fanti, Eugenio Puppo, Matheus Sundfeld e Pedro Junqueira
MOSTRA VERTENTES | LONGAS
As Faces do Mao, de Dellani Lima e Lucas Barbi (SP) Ava – Até que os Ventos Aterrem, de Camila Mota (SP) Você nos Queima, de Caetano Gotardo (SP)
MOSTRA VERTENTES | CURTAS
A Sentença, de Laura Coggiola (SP) A Represa é o Meu Quintal, de Bruna Carvalho Almeida (SP) Acesso, de Julia Leite (SP) Mutirão: O Filme, de Lincoln Péricles (SP) Tereza Joséfa de Jesus, de Samuel Costa (SP)
FILME DE ENCERRAMENTO | OLHOS LIVRES
Os Primeiros Soldados, de Rodrigo de Oliveira (ES)
Clique aqui e confira a programação completa no site oficial do evento.
Marco Ricca no longa Paterno, de Marcelo Lordello.
A 11ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que acontecerá entre os dias 1º e 9 de junho, em formato híbrido, anunciou nesta segunda-feira, 09/05, os títulos selecionados para suas mostras competitivas.
A programação apresenta uma produção mundial realizada e lançada em meio a anos conturbados. São filmes de diferentes cinematografias que refletem a realidade específica nos anos da pandemia, mas, para além disso, abordam conflitos ao redor do mundo (armados às vezes, mas também étnicos ou sociais) e trazem à reflexão questões como representatividade e visibilidade.
Neles, muitas vezes se veem mesclados dramas individuais e familiares de cineastas e seus personagens com questões amplas de países e regiões onde suas narrativas se passam. Os filmes, então, se atravessam, unindo passado e presente, mas também projeções de possíveis futuros, apresentando um raio-X bastante poderoso do estado da criação no cinema nestes anos.
A Mostra Competitiva traz nove longas-metragens com três títulos brasileiros: Alan, de Diego Lisboa e Daniel Lisboa, com Alan do Rap, um dos precursores do hip hop em Salvador, que para divulgar suas músicas invadia o palco de bandas famosas que se apresentavam na cidade; Filme Particular, de Janaína Nagata, que traz fragmentos de um filme de família em 16mm, de procedência desconhecida, que foi encontrado por acaso e, após investigação, revelou-se um documento atravessado por conflitos agudos sobre o contexto histórico e político da África do Sul nos anos 1960; e Paterno, de Marcelo Lordello, que traz um jovem que tem que rever suas certezas ao descobrir que seu pai teve outra família.
Complementam a seleção: A Censora, de Peter Kerekes, premiado na mostra Orizzonti do Festival de Veneza do ano passado e representante da Eslováquia no Oscar 2022; Uma Noite Sem Saber Nada, de Payal Kapadia, coprodução entre França e Índia, premiada nos festivais de Cannes e Toronto; A Ferrugem, de Juan Sebastian Mesa, exibido no Festival de San Sebastián; o checo É Preciso uma Aldeia, de Adam Koloman Rybanský, exibido na mostra Panorama do Festival de Berlim; Freda, de Gessica Geneus, que recebeuMenção Especial no Festival de Cannes e representou o Haiti no Oscar; e Trio em Mi Bemol, de Rita Azevedo Gomes, exibido em Berlim e premiado no IndieLisboa.
O Brasil também marca presença na seleção de curtas-metragens, com três títulos: Infantaria, de Laís Santos Araújo; Mal di Mare, de João Vieira Torres; e Xar – Sueño de Obsidiana, de Edgar Calel e Fernando Pereira dos Santos, também selecionado para o Festival de Guadalajara. É possível conhecer outras histórias do mundo com: Constante, de Beny Wagner e Sasha Litvintseva, exibido em Roterdã e premiado no IndieLisboa; Holocausto Sagrado, de Osi Wald e Noa Berman-Herzberg; Invisíveis, de Esteban Garcia Garzon; Madrugada, de Leonor Noivo; e Moune Ô, de Maxime Jean-Baptiste.
A mostra Novos Olhares traz sete longas-metragens de diversas cinematografias e com maior radicalidade em suas propostas estéticas. Este ano, a seleção traz o brasileiro Pele Fina, de Arthur Lins; Devo Comparar-te a um Dia De Verão?, de Mohammad Shawky Hassan, exibido em Berlim; o sul-africano Grace Tomada Única, de Lindiwe Matshikiza; o canadense Esta Casa, de Miryam Charles, premiado no IndieLisboa; o chinês Jet Lag, de Zheng Lu Xinyuan, exibido na Berlinale; o israelense Kafka para Crianças, de Roee Rosen, exibido em Roterdã; e o russo Verão, de Vadim Kostrov.
A mostra Outros Olhares mescla em sua seleção longas e curtas-metragens ainda inéditos e filmes que já possuem uma trajetória em festivais e mostras internacionais recentes. São várias propostas, estilos, linguagens e abordagens feitas em torno de uma série de extremidades que reflete o mundo atual.
A seleção de longas traz os brasileiros Céu Aberto, de Elisa Pessoa, e 7 Cortes de Cabelo no Congo, de Luciana Bezerra, Gustavo Melo e Pedro Rossi. Entre os internacionais estão: Poeta, de Darezhan Omirbayev, exibido na mostra Forum de Berlim; Geografias da Solidão, de Jacquelyn Mills, premiado no Festival de Berlim deste ano; Octopus, de Karim Kassem; Quente de Dia, Frio à Noite, de Song-yeol Park; Sem Caminho Direto pra Casa, de Akuol de Mabior, exibido na mostra Panorama da Berlinale; Soy Libre, de Laure Portier, premiado no Festival de Zurique; o curta Mais e Mais Distante, de Polen Ly, que disputou o Urso de Ouro em Berlim; entre outros.
Conheça os novos filmes selecionados para o Olhar de Cinema 2022:
COMPETITIVA | LONGA-METRAGEM
A Censora (Cenzorka), de Peter Kerekes (Eslováquia) A Ferrugem (La Roya), de Juan Sebastian Mesa (Colômbia/França) Alan, de Diego Lisboa e Daniel Lisboa (Brasil) É Preciso uma Aldeia (Kdyby Radši Hořelo), de Adam Koloman Rybanský (República Checa) Filme Particular, de Janaína Nagata (Brasil) Freda, de Gessica Geneus (França/Haiti/Benin) O Trio em Mi Bemol, de Rita Azevedo Gomes (Portugal/Espanha) Paterno, de Marcelo Lordello (Brasil) Uma Noite Sem Saber Nada (Toute Une Nuit Sans Savoir), de Payal Kapadia (França/Índia)
COMPETITIVA | CURTA-METRAGEM
Constante (Constant), de Beny Wagner e Sasha Litvintseva (Reino Unido/Alemanha) Holocausto Sagrado (Holy Holocaust), de Osi Wald e Noa Berman-Herzberg (Israel) Infantaria, de Laís Santos Araújo (Brasil) Invisíveis (Invisibles), de Esteban Garcia Garzon (Colômbia) Madrugada, de Leonor Noivo (Portugal) Mal di Mare, de João Vieira Torres (Brasil) Moune Ô, de Maxime Jean-Baptiste (Bélgica/Guiana Francesa/França) Xar – Sueño de Obsidiana, de Edgar Calel e Fernando Pereira dos Santos (Brasil)
NOVOS OLHARES
Devo comparar-te a um dia de verão? (Bashtaalak Sa’at), de Mohammad Shawky Hassan (Egito/Líbano/Alemanha) Esta Casa (Cette Maison), de Miryam Charles (Canadá) Grace Tomada Única (One Take Grace), de Lindiwe Matshikiza (África do Sul) Jet Lag, de Zheng Lu Xinyuan (China) Kafka para Crianças (Kafka Le-ktanim), de Roee Rosen (Israel) Pele Fina, de Arthur Lins (Brasil) Verão (Leto), de Vadim Kostrov (Rússia)
OUTROS OLHARES | LONGA-METRAGEM
7 Cortes de Cabelo no Congo, de Luciana Bezerra, Gustavo Melo e Pedro Rossi (Brasil) Céu Aberto, de Elisa Pessoa (Brasil) Geografias da Solidão (Geographies of Solitude), de Jacquelyn Mills (Canadá) Octopus, de Karim Kassem (Líbano/Qatar/Arábia Saudita) Poeta (Akyn), de Darezhan Omirbayev (Cazaquistão) Quente de Dia, Frio à Noite (Najeneun Deopgo Bameneun Chupgo), de Song-yeol Park (Coreia do Sul) Sem Caminho Direto para Casa (No Simple Way Home), de Akuol de Mabior (África do Sul/Reino Unido) Soy Libre, de Laure Portier (França)
OUTROS OLHARES | CURTA-METRAGEM
A Intempérie (La Intemperie), de Daniel Paz Mireles (Venezuela) Até a Luz Voltar, de Alana Ferreira (Brasil) Cinzas Digitais (Digital Ashes), de Bruno Christofoletti Barrenha (Alemanha/Brasil) Garotos Ingleses, de Marcus Curvelo (Brasil) Laboratório No. 2 ( تاقیگەی ژمارە 2), de Edris Abdi e Awara Omar (Curdistão) Mais e Mais Distante (Chhngai Dach Alai), de Polen Ly (Camboja) Se Não Houvesse Luta (If There is No Struggle), de Jared Katsiane (EUA) Sonata Plástica (Plastic Sonata), de Nelson Yeo (Singapura) Toli, de Diana Mashanova (Rússia)
Cena de Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta: três prêmios.
Foram anunciados neste domingo, 08/05, os vencedores da 19ª edição do IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema, conhecido por promover filmes independentes e apoiar a divulgação destes títulos na capital portuguesa, sendo considerado o maior festival português de cinema.
Neste ano, o grande vencedor foi o longa de ficção com cunho documental Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta, uma coprodução entre Brasil e Portugal. Com Joana Darc, Léa Alves e Andreia Vieira no elenco, a trama se passa em Ceilândia, na periferia de Brasília. O título recebeu o Grande Prêmio Cidade de Lisboa de melhor longa-metragem: “Um filme com uma construção e força intrincadas das personagens e a complexidade da estrutura e do cenário. A atmosfera magnética ao longo de todo o filme transforma-o numa verdadeira epopeia do século XXI”, disse a justificativa do júri, que foi formado por Ada Solomon, Marcin Pieńkowski e Patrícia Portela.
Mato Seco em Chamas também foi eleito o melhor filme português na Competição Nacional: “Este filme de carga social e política mergulha-nos num transe fascinante do princípio ao fim. É um filme magnífico e hipnótico que explora brilhantemente o papel ativo deste grupo de mulheres fortes que lutam pela sua sobrevivência e a resistência de uma comunidade”, disse a justificativa do júri, que foi formado por Garbiñe Ortega, Massimo Causo e Uli Ziemons. Além disso, o longa também recebeu o Prêmio Universidades: “Pela sua capacidade de nos confrontar com realidades tão distantes e de provocar discussões que vão para além da sala de cinema”, disse o júri formado por alunos de diversas faculdades.
Ainda na Competição Internacional, Medusa, de Anita Rocha da Silveira, recebeu o Prêmio Especial do Júri, que garante a aquisição dos direitos do filme para Portugal: “Para a abordagem surpreendente e atraente de um tema atual e perturbador, o uso de cores fortes, bem como o uso original de referências da cultura pop como ferramenta de narração de histórias num cenário invulgar”, disse a justificativa.
Entre os curtas-metragens, o brasileiro Escasso, de Gabriela Meirelles e Clara Anastácia, foi eleito o melhor filme de ficção da Competição Internacional: “O filme é cativante e comovente. É hilariante, excessivo e excêntrico na sua teatralidade e, ao mesmo tempo, revela uma escassez, uma imensa fragilidade. E tudo isso sem nunca perder o sentido de humor. Através da personagem exuberante Rose, mostra um Brasil radicalmente desigual, onde ecoa o estigma repetido do colonialismo e da sua forma de operar: a exploração de uma extensa população por um pequeno grupo de privilegiados. Escasso é um filme de rebeldia. É uma ficção tão genuína ao ponto de se tornar um documentário”, disse a justificativa do júri, que foi formado por Cláudia Galhós, Jérémy van der Haegen e Laura Walde.
O filme Urban Solutions, de Arne Hector, Luciana Mazeto, Minze Tummescheit e Vinícius Lopes, uma coprodução entre Alemanha e Brasil, foi eleito o melhor curta documental da Competição Internacional: “Um filme que é, ao mesmo tempo, profundamente perturbador e maravilhosamente lúdico. Utilizando várias fontes de material de imagem e texto e momentos performativos, é ao mesmo tempo visualmente espetacular e urgente na sua política ao ligar o passado colonial brasileiro à sociedade contemporânea de duas classes do país. Aproveita ao máximo a capacidade do cinema para atordoar e agitar, para contemplar e envolver, para cobrar e não simplesmente julgar”, disse a justificativa do júri.
O curta também recebeu o Prêmio Amnistia Internacional: “Pela abordagem atual e relevante do tema do filme, pelo paralelismo entre o passado colonial e o presente, e pela abordagem de encenação escolhida. Devido ao destaque dado às diferenças entre classes e aos contrastes entre o privilégio da segurança de uma elite rica e outros direitos humanos de todas as pessoas. Os ricos morrem de fome e medo sem os ‘invisíveis’. Mas também, por causa do poder da força coletiva para fazer a mudança. É possível saltar para fora do quadro”, disse a justificativa do júri, que foi formado por João Vicente, Maria do Rosário Vieitas Pires e Sofia Branco.
Confira a lista completa com os vencedores do IndieLisboa 2022:
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | LONGA-METRAGEM
Grande Prêmio Cidade de Lisboa: Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta (Brasil/Portugal) Prêmio Especial do Júri: Medusa, de Anita Rocha da Silveira (Brasil) Menção Especial: El gran movimiento, de Kiro Russo (Bolívia/Qatar/França/Suíça/Reino Unido)
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | CURTA-METRAGEM
Grande Prêmio: Mistida, de Falcão Nhaga (Portugal) e The Parent’s Room, de Diego Marcon (Itália) Melhor Curta de Animação: The Parent’s Room, de Diego Marcon (Itália) Melhor Curta Documentário: Urban Solutions, de Arne Hector, Luciana Mazeto, Minze Tummescheit e Vinícius Lopes (Alemanha/Brasil) Melhor Curta Ficção: Escasso, de Gabriela Meirelles e Clara Anastácia (Brasil)
COMPETIÇÃO NACIONAL
Melhor Filme Português: Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta (Brasil/Portugal) Melhor Direção: Rita Azevedo Gomes, por O Trio em Mi Bemol Melhor Direção | Menção Especial: Paulo Carneiro, por Périphérique Nord Melhor curta-metragem português: Domy + Ailucha, Cenas Kets!, de Ico Costa (França/Portugal) Prêmio Novo Talento: Um Caroço de Abacate, de Ary Zara (Portugal)
COMPETIÇÃO NOVÍSSIMOS
Prêmio Novíssimos Betclic: Tindergraf, de Júlia Barata (Portugal/Argentina) Menção Especial: Mapa, de Lourenço Crespo (Portugal)
MOSTRA SILVESTRE
Melhor longa-metragem: Cette maison, de Miryam Charles (Canadá) e Nous, étudiants!, de Rafiki Fariala (República Centro-Africana/França/República Democrática do Congo/Arábia Saudita) Melhor curta-metragem: Constant, de Sasha Litvintseva e Beny Wagner (Alemanha/Reino Unido) Menção Honrosa: Churchill, Polar Bear Town, de Annabelle Amoros (França)
MOSTRA INDIEMUSIC
Prêmio IndieMusic: Love, Deutschmarks and Death, de Cem Kaya (Alemanha) Menção Especial: Sonosfera Telectu, de Carlos Mendes, Ilda Teresa Castro, Vítor Rua e Vasco Bação (Portugal)
PRÊMIO DO PÚBLICO
Longa-metragem: Cesária Évora, de Ana Sofia Fonseca (Portugal) Curta-metragem: Um Caroço de Abacate, de Ary Zara (Portugal) IndieJúnior: Luce e o Rochedo, de Britt Raes (Bélgica/França/Holanda)
OUTROS PRÊMIOS
Prêmio Árvore da Vida | Melhor filme português: Viagem ao Sol, de Ansgar Schaefer e Susana de Sousa Dias Prêmio Árvore da Vida | Menção Especial: Águas do Pastaza, de Inês T. Alves Prêmio Amnistia Internacional: Urban Solutions, de Arne Hector, Luciana Mazeto, Minze Tummescheit e Vinícius Lopes (Alemanha/Brasil) Prêmio Escolas: By Flávio, de Pedro Cabeleira (Portugal/França) Prêmio Escolas | Menção Especial: Um Caroço de Abacate, de Ary Zara (Portugal) Prêmio Universidades: Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta (Brasil/Portugal) Prêmio Universidades | Menção Especial: Águas do Pastaza, de Inês T. Alves
Foto: Divulgação/Cinco da Norte e Terratreme Filmes.
Depois de dois anos sem integrar a programação do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, a mostra Olhar Retrospectivo está de volta à 11ª edição do evento, que acontecerá entre os dias 1º e 9 de junho, destacando, pela primeira vez, o trabalho de uma cineasta mulher: a estadunidense Su Friedrich, importante nome do cinema de invenção e referência indispensável para o pensamento das autorias lésbicas na produção de imagens.
A programação é composta por 7 filmes de Friedrich, oriundos de distintos períodos de sua carreira, em diálogo com outras 8 produções de realizadoras incontornáveis de diferentes países e épocas. Para expandir e complementar as exibições, fazem parte desta que será a maior mostra já realizada em torno da obra da diretora no Brasil, também uma mesa de debates no Seminário de Cinema de Curitiba e uma entrevista gravada com a realizadora disponível no site do festival. Todos os filmes de Friedrich foram fornecidos pela própria cineasta.
“É com grande alegria que trazemos para esta edição a mostra Olhar Retrospectivo Su Friedrich e outras imagens para o invisível, apresentando uma expressiva parte da obra de Friedrich e propondo diálogos com outras cineastas que, em sua maioria, realizaram seus trabalhos buscando a invenção e reinvenção da linguagem cinematográfica. Sempre com um olhar contestador e reflexivo frente às diversas questões do nosso mundo, propomos um verdadeiro mergulho em cinematografias que impactam diretamente na evolução da expressão cinematográfica”, afirma o diretor artístico do Olhar de Cinema, Antônio Junior.
Nascida em 1954, Friedrich começou sua carreira em Nova Iorque, no fim da década de 1970, e, desde então, transita entre diferentes suportes, formatos e linguagens. Realizou 25 filmes, atuando como diretora, fotógrafa e montadora na maioria deles. Junto à obra de Friedrich, na Olhar Retrospectivo deste ano, o público poderá assistir sessões formadas por filmes de Germaine Dulac, Maya Deren, Chantal Akerman, Barbara Hammer, Leontine Sagan, Cheryl Dunye, Thirza Cuthand e Zeinabu Irene Davis.
Já a mostra Clássicos, importantíssima conexão do programa contemporâneo do Olhar de Cinema com a história da sétima arte, volta a acontecer depois de dois anos de intervalo por conta das edições on-line na pandemia de Covid-19. A ideia da mostra, afinal, sempre foi colocar alguns importantes filmes de volta na sala escura, para apreciação coletiva, em cópias restauradas ou no mínimo em ótimo estado.
Os seis títulos que compõem a mostra em 2022 vão na direção de alguns dos caminhos que os Clássicos do Olhar acostumaram o público a seguir: a celebração de um filme capital da história do cinema numa data significativa (o centenário de Nanook), a descoberta de filmes menos conhecidos no Brasil realizados por cineastas ou cinematografias nacionais em geral menos exibidas por aqui (Sara Gómez, de Cuba; e Ousmane Sembène, do Senegal); e a homenagem a grandes nomes do cinema dos quais nos despedimos recentemente (Peter Bogdanovich, Arnaldo Jabor e Geraldo Sarno). No conjunto, um poderoso mergulho no cinema mundial de variados momentos históricos e propostas estéticas e narrativas.
Conheça os filmes:
MOSTRA OLHAR RETROSPECTIVO | SU FRIEDRICH E OUTRAS IMAGENS PARA O INVISÍVEL
As Chances de Regeneração (The Odds Of Recovery) (2002) Esconde-esconde (Hide and Seek) (1996) Nade ou Afunde (Sink Or Swim) (1990) Não Posso te Dizer como me Sinto (I Cannot Tell You How I Feel) (2016) Os Laços que Unem (The Ties That Bind) (1984) Para Sempre Condenadas (Damned If You Don’t) (1987) Pelo Rio Abaixo (Gently Down The Stream) (1981)
MOSTRA OLHAR RETROSPECTIVO | OUTROS FILMES
A Concha e o Clérigo (La Coquille et le Clergyman), de Germaine Dulac (França) (1928) At Land, de Maya Deren (EUA) (1944) Beijos de Nitrato (Nitrate Kisses), de Barbara Hammer (EUA) (1992) Ciclos (Cycles), de Zeinabu Irene Davis (EUA) (1989) Lições na Teoria Baby Dyke (Lessons in Baby Dyke Theory), de Thirza Cuthand (Canadá) (1995) Notícias de Casa (News From Home), de Chantal Akerman (França/Bélgica) (1977) Senhoritas em Uniforme (Mädchen In Uniform), de Leontine Sagan (Alemanha) (1931) The Watermelon Woman, de Cheryl Dunye (EUA) (1996)
MOSTRA OLHARES CLÁSSICOS
De Certa Maneira (De Cierta Manera), de Sara Gómez (Cuba) (1977) Lua de Papel (Paper Moon), de Peter Bogdanovich (EUA) (1973) Mandabi, de Ousmane Sembene (Senegal/França) (1968) Nanook do Norte (Nanook of the North), de Robert Flaherty (EUA) (1922) Opinião Pública, de Arnaldo Jabor (Brasil) (1965) Viramundo, de Geraldo Sarno (Brasil) (1965)
O homenageado já foi premiado como melhor ator no festival, em 1988, com Bird.
O Festival de Cannes 2022, que acontecerá entre os dias 17 e 28 de maio, anunciou nesta quinta-feira, 05/05, que o ator americano Forest Whitaker será o grande homenageado desta 75ª edição com a Palma de Ouro honorária.
Seguindo Jeanne Moreau, Bernardo Bertolucci, Jane Fonda, Jean-Paul Belmondo, Manoel de Oliveira, Jean-Pierre Léaud, Agnès Varda, Alain Delon e Jodie Foster, Forest receberá a honraria por sua brilhante trajetória artística e por seu compromisso humanitário com questões atuais importantes. Em comemoração, For the Sake of Peace, de Christophe Castagne e Thomas Sametin, produzido por Whitaker, será exibido em uma sessão especial.
Em comunicado oficial, o ator declarou: “Há 34 anos participei de Cannes pela primeira vez e isso mudou minha vida, pois me garantiu que tomei a decisão certa de me dedicar a encontrar conectividade na humanidade através do cinema. É sempre um privilégio voltar a este belo festival para exibir meu próprio trabalho e ser inspirado por muitos dos maiores artistas do mundo. Me sinto incrivelmente honrado por ser celebrado como parte do importante 75º aniversário do festival”.
Em 1988, Forest Whitaker participou do Festival de Cannes pela primeira vez. Na ocasião, apresentou Bird, de Clint Eastwood, no qual interpretou o protagonista Charlie Parker, saxofonista visionário. Por sua atuação na cinebiografia, levou o prêmio de melhor ator naquele ano. Porém, antes disso, já tinha se destacado em outros trabalhos, como: A Cor do Dinheiro, de Martin Scorsese; Platoon, de Oliver Stone; e Bom Dia, Vietnã, de Barry Levinson.
Thierry Frambux, diretor geral do festival, falou sobre o homenageado: “Ao receber Forest Whitaker em Cannes, pude conhecer e admirar um artista de intenso carisma e presença luminosa. Sua filmografia é deslumbrante e plenamente realizada. Também observei de perto suas convicções como homem e a atenção que ele carrega para a geração jovem. Através de sua fé por um mundo melhor e seu compromisso, ele contribui para torná-lo um lugar melhor. Raros são os artistas que alcançam um equilíbrio tão bonito e Forest o consegue e dá o exemplo”.
Pierre Lescure, presidente do Festival de Cannes, acrescentou: “É uma tradição do Festival de Cannes homenagear aqueles que fizeram a sua história e Forest Whitaker é um deles. Ele é esse jovem ator que Clint Eastwood revelou em Bird e aquele homem que amplia sua visão do mundo para oferecê-lo a quem sofre e a quem luta. Gratidão do mundo do cinema”.
Além de Bird, Forest passou outras diversas vezes pelo festival com filmes como: Perigosamente Harlem, de Bill Duke; Os Invasores de Corpos: A Invasão Continua, de Abel Ferrara; Ghost Dog: Matador Implacável, de Jim Jarmusch; Zulu, de Jérôme Salle; entre outros. Em 2007, ganhou o Oscar de melhor ator por seu trabalho em O Último Rei da Escócia, de Kevin Macdonald.
Seu currículo conta com outros trabalhos marcantes na carreira, entre eles: Traídos pelo Desejo, Cortina de Fumaça, O Quarto do Pânico, Por um Fio, Os Reis da Rua, Nocaute, Rogue One: Uma História Star Wars, O Mordomo da Casa Branca, Pantera Negra e Respect: A História de Aretha Franklin.
Além de sua filmografia como ator, também dirigiu quatro longas-metragens: À Mão Armada, vencedor do Prêmio FIPRESCI no Festival de Toronto; Falando de Amor, premiado no Image Awards; Quando o Amor Acontece; e A Filha do Presidente. Forest também assina como produtor de diversos filmes, entre eles: Fruitvale Station: A Última Parada, de Ryan Coogler, premiado na mostra Un Certain Regard, em 2013; Dope: Um Deslize Perigoso, de Rick Famuyiwa, que participou de Cannes, em 2015; e Songs My Brothers Taught Me, de Chloé Zhao, exibido na Quinzena dos Realizadores, em 2015.
Sua trajetória também é marcada por seu engajamento humanitário. Em 2012, fundou a WPDI, Whitaker Peace & Development Initiative, uma ONG que atua em Uganda, Sudão do Sul, México, África do Sul, Camarões, Chade, Gabão e até Los Angeles. Trabalhando pela paz e resiliência econômica em territórios marcados por conflitos armados e violência, a WPDI ajudou mais de um milhão e meio de pessoas, graças a uma rede composta por mais de 2.500 jovens líderes e 14 centros de aprendizagem. Forest Whitaker também é o enviado especial da UNESCO para a Paz e Reconciliação e membro do Grupo de Defesa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
O longa-metragem A Felicidade das Coisas, da cineasta Thais Fujinaga, já tem data para chegar aos cinemas. Depois de ser exibido e premiado em festivais nacionais no ano passado, o filme teve estreia confirmada para o dia 19 de maio.
Primeiro longa-metragem dirigido por Thais Fujinaga, conhecida pelos curtas L e Os Irmãos Mai, A Felicidade das Coisasganhou o Prêmio Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. O filme também recebeu os prêmios de melhor roteiro e atriz coadjuvante para Magali Biff no Fest Aruanda; e foi premiado no XVII Panorama Internacional Coisa de Cinema e na oitava edição da Mostra de Cinema de Gostoso.
A trama acompanha Paula, uma mulher de 40 anos que está grávida de seu terceiro filho. Com as crianças e sua mãe, ela se hospeda na modesta casa de veraneio recém comprada por sua família, no litoral paulista, onde pretende fazer melhorias como, por exemplo, a construção de uma piscina. Mas as coisas não se mostram muito favoráveis a esse sonho. Ao mesmo tempo, seu filho adolescente está se afastando dela, descobrindo um novo mundo na medida em que amadurece.
Para Fujinaga, A Felicidade das Coisas é fruto de uma combinação entre lembranças de sua infância e imaginação. O roteiro, assinado também pela cineasta, faz analogias entre os acontecimentos mais concretos do filme com a situação do Brasil em um delicado e impactante momento político: “A Felicidade das Coisas nos aproxima de uma mulher que experimenta uma espécie de ressaca, o refluxo de todas as coisas pelas quais ela ansiava, mas não podia ter. Através dela, vemos como o amor materno pode se revelar de formas tortuosas, afetado por sentimentos de ressentimento e de culpa. Paula luta contra as impossibilidades materiais como uma forma de escapar de suas frustrações e trazer alegria para a vida de sua família. Seus esforços acontecem no campo do consumo, ela quer ter uma piscina”, disse a diretora.
O filme foi rodado exatamente na região onde a cineasta passou os verões de sua adolescência, o que acabou tendo como reflexo uma dinâmica pessoal de lembranças na obra. Além disso, quando Fujinaga filmou o longa, em 2019, o Brasil passava por um revés político, social, cultural e econômico, o qual também teve o seu impacto na construção da história: “Estávamos filmando enquanto a ANCINE, a agência federal responsável pelo desenvolvimento do cinema nacional, estava sendo destruída pelo novo governo. O primeiro longa poderia ser o último. A piscina de Paula e o filme que estava sendo feito começaram a ter um significado análogo para mim; ambos eram o símbolo de um quase lá, da felicidade que tinha que ser adiada”, pontuou a cineasta. Clique aqui e assista nossa entrevista com a diretora, realizada no Fest Aruanda, em João Pessoa.
O elenco do filme conta com Patrícia Savary, Magali Biff, Messias Gois e Lavinia Castelari. O longa conta com produção da Filmes de Plástico, coprodução da Lira Cinematográfica e distribuição da Embaúba Filmes.
Paul Schrader: carreira consagrada como roteirista e diretor.
A diretoria da Biennale di Venezia anunciou nesta quarta-feira, 04/05, que o cineasta e roteirista norte-americano Paul Schrader receberá o Leão de Ouro honorário na 79ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, que acontecerá entre os dias 31 de agosto e 10 de setembro. A homenagem foi proposta por Alberto Barbera, diretor do festival.
Em comunicado oficial, Paul declarou: “Estou profundamente honrado. Veneza é o Leão do meu coração”. Sobre a homenagem, Alberto Barbera disse: “Paul Schrader é uma figura chave da Nova Hollywood que, a partir do final dos anos 1960, revolucionou a imaginação, a estética e a linguagem do cinema americano. Não é exagero afirmar que ele é um dos cineastas americanos mais importantes de sua geração, um diretor profundamente influenciado pelo cinema e pela cultura europeia e um roteirista teimosamente independente que, no entanto, sabe trabalhar por encomenda e se mover com confiança dentro do sistema de Hollywood. A ousada estilização visual que exibe em todos os seus filmes o coloca entre os expoentes mais atuais de um cinema inconciliável e que investiga sutilmente a contemporaneidade. Schrader se compara a essa contemporaneidade não apenas com incansável curiosidade intelectual e compassiva, mas também com uma surpreendente capacidade de navegar na evolução tecnológica do cinema, bem como em seus sistemas de produção e distribuição. Graças a essa ousadia (que poucos cineastas de seu calibre estão dispostos a tentar, na fase madura de suas carreiras), Schrader não apenas continua trabalhando, mas nos últimos anos ele também nos deu alguns de seus filmes mais bonitos”.
O presidente da Biennale di Venezia, Roberto Cicutto, acrescentou: “O 79º Festival Internacional de Cinema de Veneza traz consigo um aniversário muito importante. Corria o ano de 1932 quando se realizou no terraço do Hotel Excelsior a primeira edição do festival de cinema mais antigo do mundo. Assim, este ano, o Festival de Cinema de Veneza celebra seu 90º aniversário. Acontecimentos da história roubaram onze deles se contarmos o número de edições que aconteceram. Mas este aniversário é mais um presente que o Festival de Cinema de Veneza oferece ao Leão de Ouro Paul Schrader, o multifacetado autor do cinema”.
Nascido em 1946, em Grand Rapids, Michigan, nos Estados Unidos, Paul vem de uma rigorosa família calvinista holandesa. Ao longo de sua carreira, escreveu ou dirigiu mais de trinta filmes. Na vida acadêmica, obteve seu bacharelado no Calvin College e depois seu mestrado na UCLA Film School. Posteriormente, participou da aula inaugural do American Film Institute.
Depois de atuar como crítico, entrou para a cena cinematográfica com seus roteiros inovadores, deixando uma marca duradoura em filmes de diretores como Sidney Pollack (Operação Yakuza, de 1974) e Brian De Palma (Trágica Obsessão, de 1976), incluindo quatro colaborações com Martin Scorsese: Taxi Driver, que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1976, e foi indicado ao Oscar em quatro categorias; Touro Indomável; A Última Tentação de Cristo, que foi exibido no Festival de Veneza, em 1988; e Vivendo no Limite.
Sua estreia na direção aconteceu em 1978 com o drama policial Vivendo na Corda Bamba, protagonizado por Richard Pryor e Harvey Keitel, baseado em um roteiro que escreveu com seu irmão Leonard sobre trabalhadores de fábricas de automóveis que tentam escapar de sua rotina socioeconômica através do roubo e da chantagem. No mesmo ano, escreveu e dirigiu o filme autobiográfico Hardcore: No Submundo do Sexo, que foi exibido no Festival de Berlim. Depois realizou Gigolô Americano, com Richard Gere no elenco, e o terror A Marca da Pantera, ambos indicados ao Globo de Ouro.
Com o drama biográfico Mishima: Uma Vida em Quatro Tempos, sobre o escritor japonês Yukio Mishima, foi premiado no Festival de Cannes, em 1985; o filme teve produção executiva de Francis Ford Coppola e George Lucas. Ainda na década de 1990, dirigiu Uma Estranha Passagem em Veneza e O Dono da Noite, exibido em Berlim. Com Temporada de Caça, foi aclamado pela crítica; o filme foi indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator para Nick Nolte e melhor ator coadjuvante para James Coburn.
Em 2019, Schrader foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original pelo suspense dramático Fé Corrompida, no original First Reformed, estrelado por Ethan Hawke e Amanda Seyfried, que foi exibido no Festival de Veneza em 2017 e aclamado pela crítica. Com o drama policial The Card Counter, protagonizado por Oscar Isaac e Tiffany Haddish, também passou por Veneza, em 2021.
Noite de encerramento da 12ª edição, que aconteceu em 2019.
O Festival de Cinema de Triunfo acontece desde 2008, no Sertão do Pajeú, em Pernambuco, com exibições de filmes no Cineteatro Guarany, além de diversas atividades paralelas, como debates, oficinas, seminários e encontros.
A 13ª edição, que será realizada entre os dias 15 e 28 de agosto, está com inscrições (gratuitas) abertas para as mostras competitivas pela plataforma do Mapa Cultural de Pernambuco até às 23h59 do dia 14/05; clique aqui. O edital lançado visa selecionar filmes brasileiros e pernambucanos de longa e curta-metragem.
Poderão ser inscritos títulos que tenham sido finalizados entre janeiro de 2020 e os meses vigentes de 2022, nos gêneros: ficção, documentário e animação, realizados em qualquer formato, desde que possuam cópia de exibição em formato digital (FullHD). Serão aceitos longas-metragens de 70 até 150 minutos de duração; e curtas-metragens de até 25 minutos. Para mais informações sobre o edital, clique aqui.
Ao longo dos anos, nomes como Jomard Muniz de Britto, Nelson Triunfo, Fernando Spencer, Fernando Monteiro, Maeve Jinkings, Ilva Niño, João Miguel, Kleber Mendonça Filho e Lívia Falcão já foram homenageados no evento, que é realizado pelo Governo do Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura de Pernambuco e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em parceria com a Prefeitura Municipal de Triunfo.
Além das exibições de curtas e longas-metragens, a programação também estimula o debate com a presença de realizadores e espectadores, que refletem sobre o papel do cinema na construção da cidadania, nas mudanças sociais e no crescimento do país. O festival também promove ações de formação voltadas para o público local com a realização de oficinas cinematográficas e com a instituição, em todas as edições, do Júri Popular do festival, onde todos os integrantes recebem formação crítica do olhar para avaliar as produções audiovisuais em competição no festival.
A última edição do Festival de Cinema de Triunfo aconteceu em agosto de 2019 e filmes como Madrigal para um Poeta Vivo, de Adriana Barbosa e Bruno Melo Castanho; Guaxuma, de Nara Normande; NEGRUM3, de Diego Paulino; e Desyrrê, da Oficina Documentando, foram premiados.
Criado em 1960, o Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy é considerado o maior e mais importante do setor no mundo. Todos os anos, o evento apresenta diversas animações, destacando o dinamismo e a riqueza criativa que este gênero representa.
Neste ano, o cinema brasileiro marca presença com duas produções, entre elas, o longa Perlimps, de Alê Abreu, cineasta indicado ao Oscar por O Menino e o Mundo, que será exibido fora de competição na mostra Événements Excepcionelles.
Com as vozes principais de Lorenzo Tarantelli, Giulia Benite e Stênio Garcia, a animação mostra a jornada de aventura e fantasia de Claé e Bruô, agentes secretos de reinos rivais. A dupla precisa superar suas diferenças e unir forças para encontrar os Perlimps, criaturas misteriosas capazes de encontrar um caminho para a paz em tempos de guerra. A trilha musical do filme é assinada por André Hosoi e o desenho de som pelo grupo musical O Grivo.
“A estreia em Annecy era parte de nossos planos sonhadores. Estou muito entusiasmado por ter uma première mundial neste grande festival, que é uma referência para o cinema de animação”, afirma Alê Abreu, que já foi premiado no festival em 2014 na categoria de melhor longa-metragem na categoria Cristal pelo Júri Oficial e pelo público com O Menino e o Mundo.
Perlimps é produzido por Laís Bodanzky, Luiz Bolognesi, que também já foi premiado em Annecy com o filme Uma História de Amor e Fúria, e Ernesto Soto Canny junto à Buriti Filmes. Sony Pictures, Globo Filmes e Gloob assinam a coprodução. O filme será lançado no Brasil como uma codistribução entre Vitrine Filmes e Sony Pictures.
Outra produção brasileira que se destaca na programação é a vinhetaCultura da Diversidade Presente da 29ª edição do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, dirigida por Fabio Acorsi e Luiz Evandro, que aparece em competição na mostra Films de commande.
Organizado pela Association d’International du Film d’Animation, o festival, além dos filmes, apresenta diversas atividades paralelas, entre elas, o Mifa Campus International, que aconteceu em três países: Brasil, Israel e Nigéria. Cada workshop foi realizado de forma remota ou presencial e auxiliou profissionais locais em sua abordagem artística ou em seu desejo de se especializar na indústria da animação.
No Brasil, cinco projetos foram assessorados pelos especialistas Fabienne Gambrelle, Marc Dramhi e Eloa Sahiry entre os dias 24 de janeiro e 3 de fevereiro: o longa A Marcha dos Girassóis, de Rafael Assunção; as séries SOS Planeta Água, de Gabriela Carlotti, e Flora, de Paulo Muppet; e os longas Nihonjin, de Celia Catunda, e Rosie & Bear, de Fernando Macedo.
Além disso, o cineasta brasileiro Cesar Cabral, que foi premiado na edição passada com Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente, fará parte do júri da mostra TV and Commissioned Films. O Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy 2022 acontecerá entre os dias 13 e 18 de junho.
Eugenio Puppo, um dos diretores de A Última Praga de Mojica, com o icônico Zé do Caixão.
Depois de um longo período de interrupção, a Cinemateca Brasileira, instituição responsável pela preservação e difusão do maior acervo audiovisual do país, reabrirá as portas para o público nos dias nos dias 13, 14 e 15 de maio com uma mostra especial dedicada a José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
No primeiro dia do evento, serão exibidos o média-metragem A Praga (1980), restaurado, editado e finalizado pelo produtor Eugenio Puppo, da Heco Produções, que descobriu as latas do filme perdidas no escritório do cineasta, em 2007; e o curta-metragem A Última Praga de Mojica (2021), dirigido por Cédric Fanti, Eugenio Puppo, Matheus Sundfeld e Pedro Junqueira, que narra esse processo.
A Praga foi quase todo filmado em super-8, em 1980, mas permaneceu inacabado por mais de 20 anos por falta de recursos. Puppo juntou os originais, filmou cenas adicionais, incluindo o retorno de Mojica como Zé do Caixão apresentando a história, dublou as falas através de leitura labial, inseriu efeitos visuais, editou e supervisionou o processo de pós-produção. Após a morte de Mojica, em fevereiro de 2020, Puppo finalizou o média-metragem que foi apresentado pela primeira vez em outubro do ano passado, no Festival de Cinema de Sitges, na Espanha, considerado um dos maiores eventos de horror do mundo.
Com Wanda Kosmo, Sílvia Gless e Felipe Von Rhine no elenco, o filme conta a história de Juvenal que, durante um passeio com sua esposa Marina, tira fotos de uma estranha senhora que revela ser uma bruxa e o amaldiçoa.
A programação da mostra O Cinema Sem Medo de Mojica segue com filmes pouco exibidos do mestre do terror brasileiro: A Encarnação do Demônio, que fecha a saga do personagem Zé do Caixão; Trilogia de Terror, filme em episódios que codirigiu com Ozualdo Candeias e Luís Sérgio Person; O Despertar da Besta, com seu terror psicodélico e olhar cínico sobre jogos de poder; e Exorcismo Negro, um pesadelo metalinguístico em que criador enfrenta sua criatura. Os ingressos para assistir aos filmes podem ser retirados gratuitamente na recepção da entidade, uma hora antes de cada sessão.
No sábado, 14 de maio, às 16h, vida e obra do cineasta serão discutidas em uma mesa com o biógrafo de Mojica, André Barcinski, e com dois dos realizadores de A Encarnação do Demônio, o cineasta, produtor e editor Paulo Sacramento e o roteirista e diretor Dennison Ramalho.
José Mojica Marins fez cinema sem medo. Sem medo das convenções de gênero, das limitações de orçamento, da censura da ditadura, sem medo das palavras perdidas da crítica. Seus filmes, viscerais, não se intimidam diante de experimentações de linguagem, das críticas sociopolíticas, do abjeto, do tosco, do primal. Por isso que Mojica é considerado o mestre do terror brasileiro.
Além da mostra O Cinema Sem Medo de Mojica, ainda em maio, entre os dias 25 e 28, a Cinemateca Brasileira volta a sediar a Semana ABC, evento anual aberto ao público, que desde 2002 apresenta ao mercado, estudantes e trabalhadores do audiovisual, novas tendências e novas tecnologias.
Neste ano, o evento, que volta a ser presencial, contará com exposição de equipamentos e serviços, painéis e mesas de debates com profissionais brasileiros e estrangeiros, que se destacam em direção de fotografia, som, direção de arte e montagem no meio cinematográfico mundial. A programação completa pode ser consultada no site da ABC: clique aqui.
Na reabertura da Cinemateca, o público encontrará novidades, decorrentes de homenagens. A partir de 12 de maio, a sala de projeção inaugurada em 1997 com o patrocínio da Petrobras passa a se chamar Sala Oscarito. A sala que estreou com o patrocínio do BNDES em 2007, é agora a Sala Grande Otelo. Já a sala onde se reúne regularmente o Conselho da Cinemateca foi honrada com o nome da consagrada escritora Lygia Fagundes Telles, que integrou a diretoria da instituição entre 1978 e 1986 e o seu conselho até 2013.
Confira a programação da mostra O Cinema Sem Medo de Mojica:
13/05: sexta-feira (área externa) 19h: Abertura 20h: A Última Praga de Mojica e A Praga
14/05: sábado (Sala Grande Otelo) 16h: Mesa com André Barcinski, Dennison Ramalho e Paulo Sacramento 18h: Encarnação do Demônio 20h: Trilogia de Terror
15/05: domingo (Sala Grande Otelo) 18h: O Despertar da Besta (Ritual dos Sádicos) 20h: Exorcismo Negro (100 min)