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Gotham Awards 2022: conheça os indicados; documentário brasileiro está na disputa

por: Cinevitor
Bitaté Uru-eu-wau-wau no documentário brasileiro O Território, de Alex Pritz

Foram anunciados nesta terça-feira, 25/10, os indicados ao 32º Gotham Awards, um dos principais prêmios do cinema independente, organizado pela IFP, Independent Filmmaker Project, que dá início à temporada de premiações.

O anúncio foi realizado no Cipriani Wall Street, em Nova Iorque, com apresentação da atriz Angelica Ross, de Pose e American Horror Story, ao lado de Jeffrey Sharp, produtor cinematográfico e diretor executivo do Gotham: “Estamos entusiasmados em anunciar os indicados ao Gotham Awards deste ano e esperamos comemorar juntos ao vivo e pessoalmente em algumas semanas. Mais de 500 filmes e programas de TV foram submetidos à consideração este ano. Esses cineastas demonstraram uma tremenda coragem e invenção na produção de seus trabalhos durante esses meses e gostaríamos de parabenizá-los”, disse Sharp.

Como a primeira grande cerimônia de premiação da temporada, o Gotham Awards reconhece e destaca filmes e séries independentes, assim como seus roteiristas, diretores, produtores e atores. Os candidatos são selecionados por comitês de críticos de cinema, jornalistas e curadores de festivais. Júris distintos, compostos por roteiristas, diretores, atores, produtores e editores escolhem os vencedores, que serão anunciados no dia 28 de novembro, em Nova York.

Entre os indicados desta edição, vale destacar a presença do documentário O Território (The Territory), dirigido pelo norte-americano Alex Pritz, uma coprodução entre Brasil, Dinamarca e Estados Unidos. Premiado no Festival de Sundance deste ano, o filme, que apresenta Neidinha Bandeira e Bitaté Uru Eu Wau Wau, acompanha um jovem líder indígena brasileiro que luta contra fazendeiros que ocupam uma área protegida da Floresta Amazônica.

Parcialmente filmado pelo povo Uru-Eu-Wau-Wau, o filme se baseia em imagens reais capturadas ao longo de três anos, enquanto a comunidade arrisca suas vidas para montar sua própria equipe de mídia na esperança de expor a verdade. Produzido por Darren Aronofsky, Sigrid Dyekjær, Will N. Miller, Gabriel Uchida, Lizzie Gillett e Pritz, o longa tem produção executiva da ativista Txai Suruí, com trilha sonora original de Katya Mihailova e edição de Carlos Rojas Felice; o documentário é uma coprodução com a comunidade indígena Uru-eu-wau-wau.

Na categoria de melhor direção revelação, a cineasta Beth de Araújo aparece com Soft & Quiet. Filha de mãe sino-americana e pai brasileiro, Beth nasceu e foi criada em São Francisco, porém tem dupla cidadania. Além disso, o cinema brasileiro se destaca com outro título na mesma categoria: Murina, de Antoneta Alamat Kusijanović, uma coprodução entre Croácia, Brasil, Estados Unidos e Eslovênia. O longa, premiado no Festival de Cannes, que traz os brasileiros Rodrigo Teixeira e Lourenço Sant’ Anna, da RT Features, na produção, além de Martin Scorsese, também foi indicado na categoria de melhor atuação revelação com Gracija Filipovic.

Confira a lista completa com os indicados ao Gotham Awards 2022:

MELHOR FILME
Aftersun, de Charlotte Wells
Dos Estaciones, de Juan Pablo González
Tár, de Todd Field
The Cathedral, de Ricky D’Ambrose
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, de Dan Kwan e Daniel Scheinert

MELHOR DOCUMENTÁRIO
All That Breathes, de Shaunak Sen
All the Beauty and the Bloodshed, de Laura Poitras
I Didn’t See You There, de Reid Davenport
O Território, de Alex Pritz
What We Leave Behind, de Iliana Sosa

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Athena, de Romain Gavras (França)
Corsage, de Marie Kreutzer (Áustria/Luxemburgo/Alemanha/França)
Decision to Leave, de Park Chan-wook (Coreia do Sul)
O Acontecimento, de Audrey Diwan (França)
Os Banshees de Inisherin, de Martin McDonagh (Irlanda/Reino Unido/EUA)
Saint Omer, de Alice Diop (França)

MELHOR DIREÇÃO REVELAÇÃO | PRÊMIO BINGHAM RAY
Antoneta Alamat Kusijanovic, por Murina
Beth de Araújo, por Soft & Quiet
Charlotte Wells, por Aftersun
Elegance Bratton, por The Inspection
Jane Schoenbrun, por We’re All Going to the World’s Fair
Owen Kline, por Funny Pages

MELHOR ROTEIRO
After Yang, escrito por Kogonada
Armageddon Time, escrito por James Gray
Catarina, a Menina Chamada Passarinha, escrito por Lena Dunham
Tár, escrito por Todd Field
Women Talking, escrito por Sarah Polley

MELHOR ATUAÇÃO
Aubrey Plaza, por Emily the Criminal
Brendan Fraser, por The Whale
Cate Blanchett, por Tár
Colin Farrell, por After Yang
Dale Dickey, por Uma Noite no Lago
Danielle Deadwyler, por Till
Michelle Yeoh, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
Paul Mescal, por Aftersun
Taylor Russell, por Até os Ossos
Thandiwe Newton, por God’s Country

MELHOR ATUAÇÃO COADJUVANTE
Ben Whishaw, por Women Talking
Brian Tyree Henry, por Passagem
Gabrielle Union, por The Inspection
Hong Chau, por The Whale
Jessie Buckley, por Women Talking
Ke Huy Quan, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
Mark Rylance, por Até os Ossos
Nina Hoss, por Tár
Noémie Merlant, por Tár
Raúl Castillo, por The Inspection

ATUAÇÃO REVELAÇÃO
Anna Cobb, por We’re All Going to the World’s Fair
Anna Diop, por Nanny
Frankie Corio, por Aftersun
Gracija Filipovic, por Murina
Kali Reis, por Catch the Fair One

MELHOR SÉRIE | LONGA
Estação Onze (HBO Max)
Jaqueta Amarela (Showtime)
Pachinko (Apple TV+)
Ruptura (Apple TV+)
This is Going to Hurt (AMC+/BBC)

MELHOR SÉRIE | CURTA
Abbott Elementary (ABC)
Alguém em Algum Lugar (HBO Max)
As We See It (Prime Video)
Maldito Rap (HBO Max)
Mo (Netflix)

SÉRIE REVELAÇÃO | DOCUMENTÁRIO
Diários de Andy Warhol (Netflix)
Memórias de um Assassinato (HBO Max)
O Ensaio (HBO Max)
The Last Movie Stars (HBO Max)
We Need To Talk About Cosby (Showtime)

MELHOR ATUAÇÃO EM SÉRIE NOVA
Ayo Edebiri, por O Urso
Ben Whishaw, por This is Going to Hurt
Bilal Baig, por Tipo Isso
Britt Lower, por Ruptura
Janelle James, por Abbott Elementary
Matilda Lawler, por Estação Onze
Melanie Lynskey, por Jaqueta Amarela
Minha Kim, por Pachinko
Sue Ann Pien, por As We See It
Zahn McClarnon, por Dark Winds

Foto: Divulgação/National Geographic Documentary Films.

30º Festival Mix Brasil: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Kika Sena no longa pernambucano Paloma, de Marcelo Gomes

No ano do seu trigésimo aniversário, o Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade acontecerá entre os dias 9 e 20 de novembro com uma programação que traz cinema, música, literatura, teatro, artes visuais, debates e outras manifestações artísticas. Para esta edição, foram inscritos 2.669 títulos, entre longas e curtas-metragens.

Dirigido por Gustavo Vinagre, o longa Três Tigres Tristes, vencedor do Teddy Award deste ano, será o filme de abertura da 30ª edição. Entre os brasileiros, a seleção traz também: A Filha do Palhaço, de Pedro Diógenes, que rendeu o prêmio de melhor ator para Démick Lopes no Cine Ceará; Germino Pétalas no Asfalto, de Coraci Ruiz e Julio Matos, premiado nos festivais de Vitória e Guarnicê; Paloma, de Marcelo Gomes, grande vencedor do Festival do Rio; Panteras, de Breno Baptista, exibido no Queer Lisboa; Regra 34, de Julia Murat, vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno; Transe, de Anne Pinheiro Guimarães e Carolina Jabor, exibido na Mostra de São Paulo; e Uýra – A Retomada da Floresta, de Juliana Curi, premiado no Outfest Los Angeles LGBTQ Film Festival.

Os longas Carvão, de Carolina Markowicz, exibido nos festivais de Toronto e San Sebastián, e Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal, premiado na Mostra de Cinema de Tiradentes, serão exibidos fora de competição. A seleção de curtas-metragens brasileiros em competição apresenta 14 títulos, de sete estados. Além disso, também foram anunciados os selecionados para os programas das sessões Curtas Mix Brasil e mostras especiais.

Como de costume, o Panorama Internacional traz títulos que se destacaram em festivais do mundo todo, entre eles: Close, de Lukas Dhont, que recebeu o Grand Prix no Festival de Cannes deste ano; Winter Boy (Le Lycéen), de Christophe Honoré, que rendeu o prêmio de melhor interpetação para Paul Kircher no Festival de San Sebastián; o português Fogo-Fátuo, de João Pedro Rodrigues, também exibibo em Cannes; e o argentino Pornomelancolía, de Manuel Abramovich, que conta com coprodução brasileira, e recebeu o prêmio de melhor fotografia em San Sebastián.

O Festival Mix Brasil é o maior evento cultural sobre a diversidade sexual da América Latina e um dos maiores do mundo. Desde 1993 traz para o Brasil os destaques da produção cinematográfica do gênero e leva para dezenas de festivais, em todo o mundo, filmes nacionais.

Conheça os filmes selecionados para o Mix Brasil 2022:

COMPETITIVA BRASIL | LONGAS E MÉDIAS

A Filha do Palhaço, de Pedro Diógenes (CE)
Germino Pétalas no Asfalto, de Coraci Ruiz e Julio Matos (SP)
Paloma, de Marcelo Gomes (PE)
Panteras, de Breno Baptista (CE)
Regra 34, de Julia Murat (RJ)
Transe, de Anne Pinheiro Guimarães e Carolina Jabor (RJ)
Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre (SP)
Uýra – A Retomada da Floresta, de Juliana Curi (AM)

SESSÕES ESPECIAIS | LONGAS

Carvão, de Carolina Markowicz (SP/Argentina)
Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal (PE)

COMPETITIVA BRASIL | CURTAS

A Voz Dele, de Ralph Somma (RJ)
Chão de Fábrica, de Nina Kopko (SP)
Escasso, de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles (RJ)
Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli (RJ)
Lamento de Força Travesti, de Renna Costa (PE)
luazul, de Letícia Batista e Vitória Liz (SP)
Na Estrada Sem Fim Há Lampejos de Esplendor, de Liv Costa e Sunny Maia (CE)
Nem o Mar Tem Tanta Água, de Mayara Valentim (PB)
Nos Habíamos Amado Tanto y Detestado Sin Pudor, de Solana Llanes (SC)
Pedro Faz Chover, de Felipe César de Almeida (PE)
Possa Poder, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (RS)
Promessa de um Amor Selvagem, de Davi Mello (SP)
Todas as Rotas Noturnas Conduzem ao Alvorecer, de Felipe André Silva (PE)
Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui, de Érica Sarmet (RJ/SP)

PANORAMA INTERNACIONAL

Algo que Você Disse Ontem à Noite (Something You Said Last Night), de Luis De Filippis (Canadá/Suíça)
Anima: Os Vestidos do Meu Pai (Anima: Die Kleider meines Vaters), de Uli Decker (Alemanha)
Antes que Eu Mude de Ideia (Before I Change My Mind), de Trevor Anderson (Canadá)
Casa Susanna, de Sébastien Lifshitz (França/EUA)
Close, de Lukas Dhont (Bélgica/França/Holanda)
Corta! (¡Corten!), de Marc Ferrer (Espanha)
Fogo-Fátuo, de João Pedro Rodrigues (Portugal/França)
Girl Picture, de Alli Haapasalo (Finlândia)
Nelly & Nadine, de Magnus Gertten (Suécia/Bélgica/Noruega)
O Amor (El Houb), de Shariff Nasr (Holanda)
O Guia de Erin para Beijar Meninas (Erin’s Guide to Kissing Girls), de Julianna Notten (Canadá)
Objetos Não Identificados (Unidentified Objects), de Juan Felipe Zuleta (EUA)
Petit Mal, de Ruth Caudeli (Colômbia)
Pornomelancolía, de Manuel Abramovich (Argentina/França/Brasil/México)
Sirens, de Rita Baghdadi (EUA/Líbano)
Solitário (Lonesome), de Craig Boreham (Austrália)
Sublime, de Mariano Biasin (Argentina)
Swallowed, de Carter Smith (EUA)
The Five Devils (Les Cinq Diables), de Léa Mysius (França)
Túnica Turquesa (Le Bleu du Caftan), de Maryam Touzani (França/Marrocos/Bélgica/Dinamarca)
Winter Boy (Le Lycéen), de Christophe Honoré (França)

MOSTRAS ESPECIAIS: QUEER.DOC | LONGAS E MÉDIAS

BR Trans, de Raphael Alvarez e Tatiana Issa (RJ)
Corpolítica, de Pedro Henrique França (RJ/SP)
M de Mães, de Livia Perez (SP)
Não é a Primeira Vez que Lutamos pelo Nosso Amor, de Luis Carlos de Alencar (RJ)
Um Pedaço do Mundo, de Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo (CE)

MOSTRAS ESPECIAIS: QUEER.DOC | CURTAS

Benzedeira, de San Marcelo e Pedro Olaia (PA)
Entreaberta, de Bruna Estevam Amorim (RJ)
Filhos da Noite, de Henrique Arruda (PE)
Nullo, de Jan Soldat (Alemanha/Áustria)
O Teu Nome É, de Paulo Patrício (Portugal)
Saindo com Estranhos da Internet, de Eduardo Wahrhaftig (SP)

MOSTRAS ESPECIAIS: REFRAME | LONGAS E MÉDIAS

Entre a Colônia e as Estrelas, de Lorran Dias (RJ)
Sessão Bruta, de As Talavistas e Ela.Ltda (MG)

MOSTRAS ESPECIAIS: REFRAME | CURTAS

Criatura, de María Silvia Esteve (Argentina/Suíça)
Forjados no Caos (Forged in Chaos), de Patricia Gloum (EUA)
Futuros Amantes, de Jessika Goulart (RJ)
Kiss, de Chou Tung-Yen (Taiwan)
Noite Chinesa (Nuit de Chine), de Nicolas Medy (França)

CURTAS MIX BRASIL

Programa: CRESCENDO COM A DIVERSIDADE

A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno (GO)
Além das Máscaras, de Letícia Rangueri, Lucas Flores e Carolina Bonformagio (SP)
O Fundo dos Nossos Corações, de Letícia Leão (RJ)
Que Mundo Cinza! (It’s a Gray, Gray World), de Seyed Mohsen Pourmohseni Shakib (Irã)

Programa: CAMPOS DE BATALHA

Maldita, Uma Canção de Amor a Sarajevo (Maldita, a Love Song to Sarajevo), de Amaia Remirez e Raúl de la Fuente Calle (Espanha)
Masisi Wouj, de Zé Kielwagen, Marcos Serafim e Steevens Siméon (Haiti)
Nidhal, de Bassem Ben Brahim (Tunísia)

Programa: COMEDY QUEERS

A Fadinha do Gás (Tank Fairy), de Erich Rettstadt (Taiwan)
Cock N’ Bull 3, de Nathan Adloff (EUA)
Meio (Half), de Jacob Roberts (EUA)
O Teste da Farinha, de Victor Fraga (Brasil, BA/Reino Unido)
Ruptura (Rupture), de Marianne Lavergne (Canadá)

Programa: CONTOS DA PÉRSIA

Adaptação (Adjustment), de Mehrdad Hassani (Irã)
Congênito (Congenital), de Saman Hosseinpuor e Ako Zandkarimi (Irã)
Jouissance, de Sadeq Es-haqi (Irã)
O Aquário (The Aquarium), de Fatemeh Askarpour e Elyas Askarpour (Irã)
Que Mundo Cinza! (It’s a Gray, Gray World), de Seyed Mohsen Pourmohseni Shakib (Irã)

Programa: CORAÇÕES INDOMÁVEIS

Eu Às Vezes Fico Tão Triste (I Get So Sad Sometimes), de Trishtan Perez (Filipinas)
Eu Não Tenho Medo (I Am Not Afraid), de Vladimir Bek (Rússia)
Rosa Neon, de Tiago Tereza (MG)
Todos os Prêmios que Eu Nunca Te Dei, de Caio Scot (RJ)

Programa: DESCOLONIZE MINHA CORPA

Capim-Navalha, de Michel Queiroz (GO)
Fera (Beast), de Urvashi Pathania (EUA)
Marlén, Retrato de Tetas Peludas (Marlén, Retrato de unas Tetas Peludas), de Javier Palacios (Chile)
Orixás Center, de Mayara Ferrão (BA)
Procura-se Bixas Pretas, de Vinicius Eliziário (BA)
Querida Eu Mesma (Priyo Ami), de Suchana (Índia)

Programa: GEN Z

Batimentos, de Clara Dias e Pedro Petriche (SP)
Eu Sou Leo (Weil ich Leo bin), de Tajo Hurrle (Alemanha)
Tá Fazendo Sabão, de Ianca Santos de Oliveira (BA)
Tarneit, de John Sheedy (Austrália)

Programa: LESBIANAS

A Hora Azul (Blue Hour), de Stacey Rushchak (Polônia)
Eu Te Amo é no Sol, de Yasmin Guimarães (MG)
FIST, de Romy Alizée (França/Alemanha)
Isso Não é Tudo, de Stefane Eskelsen (SP)
O Zíper da Minha Calça Está Aberto. Como Meu Coração. (Mein Hosenschlitz ist Offen. Wie Mein Herz.), de Marie Luise Lehner (Áustria)

Programa: MIXTAPE

Cenas da Infância, de Kimberly Palermo (RJ)
Meio Ano-Luz, de Leonardo Mouramateus (Brasil, CE/Portugal)
Naquele Dia Escuro, de Daniel Guarda (SP)
Pelo Menos Eu Saí Lá Fora (At Least I’ve Been Outside), de Jan Soldat (Áustria)
Yon – Me Chame de Jonathan (Yon – Call me Jonathan), de Bárbara Lago (Argentina)

Programa: PAIS, MÃES E FILHES

A Revelação, de Jaime Queiroz (SP)
Adão, Eva e o Fruto Proibido, de R.B. Lima (PB)
O Terceiro Termo Solar (The Third Solar Term), de Zhanfei Song (China)
Olhe para Mim (Will You Look At Me), de Shuli Huang (China)

Programa: PELE SELVAGEM

Azul Piscina, de Pedro Fagim (RJ)
Cinco da Tarde, na Beira do Mar (5PM Seaside), de Valentin Stejskal (Áustria/Grécia)
Cru (Crudo), de Rafael Martinez Calle (Espanha)
Curado (Kigyógyulva), de Márton Csutorás (Hungria)
João, de Rafa Maciel (PA)
Trisal (Trieja), de Patrick Fabrizio Trigoso (México)

Programa: SWEET & SOUR

Aluísio, o Silêncio e o Mar, de Luiz Carlos Vasconcelos (PB)
Clover, de Jonathan D’Rozario (EUA)
Makassar é uma Cidade para Torcedores (Makassar is a City for Football Fans), de Khozy Rizal (Indonésia/França)
Tudo é Lindo e Nada Nos Atinge (Everything Is Beautiful and Nothing Hurts), de R Seventeen e Lucy (Reino Unido)
Xavier e Miguel, de Ricky Mastro (SP)

CURTAS QUE ABREM LONGAS-METRAGENS

Um Quarto na Cidade, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata (Portugal)

Foto: Divulgação/Carnaval Filmes.

Fogaréu: diretora Flávia Neves apresenta filme na 46ª Mostra de São Paulo

por: Cinevitor
Bárbara Colen: protagonista em cena

Depois de passar pela mostra Panorama do Festival de Berlim e conquistar o terceiro lugar em votação popular, Fogaréu, dirigido por Flávia Neves, fez sua estreia na 46ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo na sexta-feira, 21/10, no CineSesc.

Na trama, a jovem Fernanda, interpretada por Bárbara Colen, retorna para casa após a morte de sua mãe adotiva. O processo de volta ao lar é marcado por questionamentos sobre o seu próprio passado e pela descoberta de raízes. Situado em Goiás Velho, antiga capital goiana, o filme utiliza de elementos que estão entre o real e o fantástico. Ao mesmo tempo, coloca em contraste o passado colonial da cidade e a atual modernidade do agronegócio.

Fogaréu marca a estreia de Flávia na direção de um longa-metragem e é baseado em uma história pessoal da cineasta. A goiana, que já havia dirigido a série Amanajé, o Mensageiro do Futuro e o curta Liberdade, agora trabalha no desenvolvimento de seu segundo filme, Tempo de Poder, com apoio do Ibermedia.

O longa, que também passou pelo Festival do Rio e rendeu o prêmio de melhor ator coadjuvante para Timothy Wilson, conta com produção da Bananeira Filmes, de Vania Catani, e da MyMama Entertainment. Com fotografia de Luciana Basseggio e montagem de Will Domingos e Waldir Xavier, o filme também traz Melanie Dimantas no roteiro, em conjunto com Flávia. Tarcila Jacob e Elaine Azevedo e Silva assinam a produção executiva; a distribuição é da ArtHouse. O elenco conta também com Nena Inoue, Eucir de Souza, Fernanda Vianna, Vilminha Chaves, Kelly Crifer, Fernanda Pimenta, Allan Jacinto Santana, Samantha Maneschi e Typyire Ãwa.

Equipe presente no CineSesc

A primeira exibição do filme na Mostra de São Paulo contou com a presença da diretora e também de alguns integrantes da equipe, como: Vania Catani e Mayra Faour Auad, produtoras; Samantha Maneschi, atriz; e Waldir Xavier, montador e editor de som.

Antes da sessão, a equipe apresentou o longa: “Esse filme foi feito com um esforço muito grande e não existiria sem muitas pessoas, como uma equipe dedicada e um elenco incrível. É muita felicidade ver esse cinema cheio, nessa sala que eu amo. Estou muito feliz por estar na Mostra. Desde que comecei minha carreira como produtora, sempre tive filme para exibir aqui. Espero que, apesar desse momento tenso que estamos passando, possamos continuar participando da Mostra com novos projetos”, disse a produtora Vania Catani, da Bananeira Filmes.

Vania também falou do início do projeto: “A Flávia bateu na porta da minha produtora e falou que tinha uma ideia que só eu poderia ajudar a produzir. Eu achei atrevida e gostei. Gosto de gente corajosa, atrevida e sem-vergonha. Eu li e fiquei muito tocada com a história porque, realmente, é muito impressionante. Me senti obrigada a fazer esse filme”.

Para finalizar, a diretora falou: “É um filme sobre um lugar, sobre mim e sobre minha família. É também, infelizmente, sobre o Brasil atual. Inicialmente não era sobre o Brasil de hoje, mas, na verdade, a gente não conhece o nosso país. Por isso, acabou que o filme se revelou muito contemporâneo”.

Fogaréu, que integra a Mostra Brasil, terá mais uma exibição na 46ª Mostra de São Paulo: terça-feira, 25/10, às 15h, na Cinemateca Brasileira.

Fotos: Divulgação/ArtHouse e Vitor Búrigo.

Joyland

por: Cinevitor

Direção: Saim Sadiq

Elenco: Ali Junejo, Rasti Farooq, Alina Khan, Sarwat Gilani, Salmaan Peerzada, Sohail Sameer, Sania Saeed, Mudassar Khan.

Ano: 2022

Sinopse: No coração de Lahore, cidade metropolitana e conservadora do Paquistão, vive a família Rana, um núcleo de classe média baixa patriarcal e feliz, que anseia pelo nascimento de um menino para continuar a linhagem familiar. É então que seu filho mais novo passa a trabalhar secretamente com dança erótica e se apaixona por uma ambiciosa estrela trans. Essa história de amor impossível ilumina lentamente o desejo de rebelião sexual de toda a família.

*Filme visto na 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Nota do CINEVITOR:

Uýra – A Retomada da Floresta: diretora Juliana Curi apresenta documentário na 46ª Mostra de São Paulo

por: Cinevitor
A diretora na primeira sessão do filme em São Paulo

Depois de uma bem sucedida carreira em festivais internacionais, o documentário Uýra – A Retomada da Floresta, escrito e coproduzido por Uýra Sodoma (Emerson Pontes) e Martina Sönksen e dirigido por Juliana Curi, fez sua estreia na 46ª edição da Mostra de São Paulo na quinta-feira, 20/10, no IMS Paulista.

O filme, que integra a Mostra Brasil e a Competição Novos Diretores, acompanha Uýra, entidade híbrida amazônica vivida pela artista trans indígena e bióloga Emerson Pontes, que viaja pela floresta e cidades amazônicas em uma jornada de autodescoberta usando arte performática para ensinar jovens indígenas e ribeirinhos que eles são os guardiões das mensagens ancestrais da floresta amazônica. O longa traz também a participação de artistas, ativistas e lideranças indígenas como Zahy Guajajara e a liderança Kambeba Dona Babá, além das performances de Uýra, que são metáforas inspiradas no ciclo ecológico e espelha as lutas sociais.

Além de festivais internacionais em que recebeu o prêmio de melhor filme pelo júri popular no Frameline Film Festival, em São Francisco, na Califórnia, melhor documentário no Festival de Oslo, na Noruega, e Prêmio Especial do Júri na categoria Liberdade no Outfest Los Angeles LGBTQ Film Festival, entre outras participações e indicações, o filme têm sido exibido para comunidades Amazônicas, fortalecendo as comunidades de origem e promovendo trocas de saberes e experiências a partir do diálogo estabelecido pelo filme. 

Em setembro, o longa foi exibido em um evento realizado pela FAS, Fundação Amazônia Sustentável, sobre formação política de jovens amazônidas, em Tumbira, e também no Encontro de Jovens da Floresta, em Manaus, na sede da FAS. O evento contou com cinquenta jovens de oito estados brasileiros, que participaram dos três dias da oficina Formação Política para Jovens Amazônicos; a formação é voltada para jovens amazônicos e líderes sociais atuantes em alguma escala em seus territórios. No dia 15 de outubro, a comunidade de Nossa Senhora de Fátima 1, onde Uýra vive com sua família desde criança, recebeu uma exibição gratuita do filme.

Equipe do filme reunida depois da sessão

Na primeira exibição do filme na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, algumas integrantes da equipe participaram de um debate com o público após a sessão, entre elas, a diretora Juliana Curi e a protagonista Uýra Sodoma.

A cineasta abriu o bate-papo: “Existe um processo muito coletivo na feitura desse filme. Eu gosto de mencionar que Uýra não é apenas a personagem principal, mas também é a autora e coprodutora do filme. O filme nasce de um desejo de que toda a equipe repensasse estruturas hegemônicas do audiovisual”. E completou: “É importante lembrar que se as espécies pioneiras se reconhecerem e se conectarem, dá para fazer brotar muita vida dos terrenos mais inóspitos”, disse Juliana.

Uýra também comentou sobre o documentário: “É muita emoção ver a sala lotada. Nem parece que eu já vi esse filme várias vezes, porque toda vez que assisto eu choro. É uma alegria poder hoje, nesse tempo que nunca existiu, estabelecer diálogos com mundos que não dialogam há algum tempo. A falta de diálogo no mundo é a principal razão sobre o que a gente vê de destruição. Então, conseguir estabelecer diálogos entre mundos tão distantes é uma virada para que outras histórias sejam ouvidas”.

E finalizou: “Nós estamos pelos mundos insistindo por nossas vidas e por nosso valor, reconstituindo uma autoestima que foi destruída. É preciso saber que nossa voz importa. Esse filme começa a ser construído nesse momento em que todas as pessoas estão em seus mundos com a intenção de construir e contar histórias”.

Documentário premiado: protagonista em cena

Uýra Sodoma é uma entidade híbrida criada e performada pela artista indígena residente em Manaus, Emerson Pontes. Utilizando seu corpo como suporte e trânsito coletivo ao unir elementos orgânicos em suas montações, Emerson expressa através de Uýra, uma “árvore que anda” como nomeia, a imbricação entre sabedorias ancestrais e conhecimentos científicos da ecologia, gerando imagens que nos convocam a olharmos as florestas presentes em toda a paisagem urbana e a repensarmos arraigadas noções de natureza.

Neste fluxo, tem atuado correlativamente nos últimos seis anos como bióloga, arte educadora e artista visual. Suas performances, fotos performances, falas, intervenções e instalações também imbricam as causas de preservação ambiental e direitos LGBTQIA+, que a artista também coletiviza em seu corpo.

Uýra – A Retomada da Floresta é uma coprodução entre Brasil e Estados Unidos, com produção de Uýra Sodoma, João Henrique Kurtz, Lívia Cheibub e Martina Sönksen; a distribuição é da Olhar Distribuição e tem estreia comercial prevista para 2023.

O filme terá mais uma exibição na 46ª Mostra de São Paulo: dia 01/11, terça-feira, às 14h, no Cine Satyros Bijou.

Fotos: Mario Miranda Filho e Vitor Búrigo.

Argentina, 1985

por: Cinevitor

Direção: Santiago Mitre

Elenco: Ricardo Darín, Peter Lanzani, Santiago Armas Estevarena, Alejandra Flechner, Gina Mastronicola, Paula Ransenberg, Gabriel Fernández, Ricardo Truppel, Ignacio Francavilla, Walter Jakob, Carlos Portaluppi, Alejo García Pintos, Pablo Moseinco, Pablo Caramelo, Mariano Speratti, Norman Briski, Guillermo Jacubowicz, Martin Gallo, Claudio Da Passano, Francisco Bertín, Héctor Díaz, Fernando Ritucci, Pablo Burzstyn, Ricardo Cepeda, Héctor Ricardo González, Carlos del Rio, Rubén Casela, Ricardo Carranza, Jorge Gerschman, Pietro Gian, Alejo Goyberg, Luis Lezcano, Marcelo Pozzi, Joselo Bella, Jorge Gregorio, Sergio Sanchez, Marcelo López, Jorge Luis Couto, Carlos Ihler, Héctor Balcone, Jorge Varas, Manuel Caponi, Brian Sichel, Almudena González, Santiago Rovito, Félix Rodríguez Santamaría, Leyla Bechara, Antonia Bengoechea, Rosana Vezzoni, Anahí Martella, Ana Carolina García, Facundo Aquinos, Gastón Chamorro, Mariela Acosta, Débora Nacarate, Augusto Ghirardelli, Agustín Gagliardi, Marco Somigliana, Sofia Lanaro, Roberto Mauri, Susana Pampín, Andrés Zurita, Javier Kussrow, Matías Broglia, Nacho Miguens, Gustavo Vieyra, Laura Paredes, Julian Levi, Guido D’Albo, Felipe Villanueva, Fernando Contingiani, Fernando Gonet, Natalia Olabe, Pepe Arias, Fito Yanelli, Adrián Mampel, Frank Gerrish, Kennedy Martin, César Córdoba, Justina Ovejero.

Ano: 2022

Sinopse: Inspirado na história real dos promotores Julio César Strassera e Luis Moreno Ocampo, que ousaram investigar e processar a ditadura militar mais sangrenta da Argentina, no ano de 1985. Sem se deixar intimidar pela influência ainda considerável dos militares em sua frágil nova democracia, Strassera e Moreno Ocampo reuniram uma jovem equipe jurídica de heróis improváveis para esta batalha de Davi contra Golias. Sob constante ameaça a si mesmos e suas famílias, eles correram contra o tempo para trazer justiça às vítimas da junta militar.

Nota do CINEVITOR:

IDFA 2022: filmes brasileiros são selecionados para o maior festival de documentários do mundo

por: Cinevitor
Cena do curta-metragem brasileiro Solmatalua, de Rodrigo Ribeiro-Andrade

Considerado o maior festival de documentários do mundo, realizado anualmente desde 1988, o IDFA, International Documentary Film Festival Amsterdam, confirmou que sua 35ª edição acontecerá entre os dias 9 e 20 de novembro em Amsterdã, na Holanda.

O festival tem como objetivo fortalecer o clima documental internacional, concentrando-se mais do que nunca no documentário como forma de arte. Esse foco inclui filmes com linguagem ou estrutura visual original, obras que mostram culturas menos conhecidas ou são filmadas de uma perspectiva não ocidental; e documentários interativos ou imersivos que inovam o gênero.

Como de costume, a seleção do IDFA acredita no poder do documentário como uma forma artística de informação e reflexão de alta qualidade, com filmes que ajudam o espectador a entender o mundo e a determinar seu próprio lugar; em filmes que fazem pensar, ver e experimentar, com a missão de construir sociedades melhores com mais democracia, abertura e humanidade.

Para este ano, a programação na capital holandesa contará com um programa inovador de filmes de vários países, além de palestras, ambiente de mercado, performances e projetos interativos e imersivos.

O cinema brasileiro marca presença nesta 35ª edição com diversos títulos, entre eles, Solmatalua, de Rodrigo Ribeiro-Andrade, na IDFA Competition for Short Documentary, mostra competitiva de curtas-metragens. Descrito como uma onírica odisseia afro-diaspórica, o filme propõe a construção de novas poéticas ao resgatar a luta e resistência do povo negro na diáspora africana a partir de uma extensa pesquisa de materiais de arquivo, percorrendo um vertiginoso itinerário por territórios ancestrais e contemporâneos.

Cena do filme Adeus, Capitão, de Vincent Carelli e Tita

Outro destaque nacional é o longa Sinfonia de um Homem Comum, dirigido por José Joffily, na mostra Frontlight, que traz títulos com uma abordagem mais artística e que exploram questões urgentes do nosso tempo; o filme narra a história do diplomata José Mauricio Bustani, primeiro diretor-geral da OPAQ, Organização para a Proibição de Armas Químicas, entre 1997 e 2002, que tentou impedir a invasão ao Iraque pelos Estados Unidos, durante o governo de George W. Bush, e acabou demitido por pressão dos americanos. 

Na mostra Masters, que apresenta um cinema de autor, cujos nomes e carreiras de renome nunca decepcionam, o Brasil aparece com: Mato Seco em Chamas, coprodução com Portugal, com direção de Adirley Queirós e Joana Pimenta; e Adeus, Capitão, de Vincent Carelli e Tita, sobre Krohokrenhum, líder do povo indígena Gavião.

O documentário Miúcha, a Voz da Bossa Nova, de Daniel Zarvos e Liliane Mutti, aparece na mostra Best of Fests do 35º IDFA, que traz títulos exibidos em prestigiados festivais internacionais. Apesar de sua posição no epicentro da cena bossa nova brasileira, a cantora Heloísa Maria Buarque de Hollanda, conhecida como Miúcha, tem sido amplamente subestimada. Este documentário, selecionado para o Festival de Toronto e que mergulha em sua carreira e vida pessoal através de um rico acervo, pretende mudar isso.

Ainda na mesma mostra, Pornomelancolía, de Manuel Abramovich, uma coprodução entre Argentina, França, Brasil e México, também se destaca; o filme recebeu o prêmio de melhor fotografia no Festival de San Sebastián deste ano.

Na mostra Paradocs, considerada uma vitrine da melhor arte documental experimental do ano, o cinema brasileiro marca presença com Filme Particular, de Janaína Nagata. Enquanto isso, Sessão Bruta, de As Talavistas e ela.ltda, grande vencedor da Mostra de Cinema de Tiradentes, aparece na mostra Envision Competition, que traz filmes com integridade estilística e coragem e que atravessam a realidade atual. O documentário Moscou, de Eduardo Coutinho, lançado em 2009, ganha destaque na mostra Focus: Playing Reality.

Com 277 títulos na programação, o IDFA 2022 terá como filme de abertura o longa All You See, dirigido por Niki Padidar. Além disso, a cineasta Laura Poitras, vencedora do Oscar por Cidadãoquatro e indicada por My Country, My Country, será a grande homenageada desta 35ª edição.

Fotos: Divulgação.

Adão Negro

por: Cinevitor

Black Adam

Direção: Jaume Collet-Serra

Elenco: Dwayne Johnson, Aldis Hodge, Pierce Brosnan, Noah Centineo, Sarah Shahi, Quintessa Swindell, Marwan Kenzari, Bodhi Sabongui, Mohammed Amer, James Cusati-Moyer, Jalon Christian, Benjamin Patterson, Odelya Halevi, Uli Latukefu, Jennifer Holland, Henry Winkler, Chaim Jeraffi, Sharon Gee, Stephan Jones, A. Manuel Miranda, Djimon Hounsou, Raj Kala, Kiara Rashawn, Onye Eme-Akwari, Sanna Erica, Vince Canlas, Tonea Stewart, Meghna Nagarajan, Patrick Sabongui, Alex Parkinson, Joseph Gatt, Kamen Casey, Dennis Dawson, Mike Senior, Jermaine Rivers, Regina Ting Chen, Sekou Laidlow, Cameron Moir, Donny Carrington, Boone Platt, Philip Fornah, Derek Russo, Angel Rosario Jr., Tang Nguyen, Christopher Matthew Cook, Natasha Ellie, Daniel Danca, Yssa Mei Panganiban, Ben Jenkin, Natalie Burn, Henry Cavill, Viola Davis.

Ano: 2022

Sinopse: Quase 5.000 anos após ter sido agraciado com os poderes onipotentes dos deuses antigos, e aprisionado logo depois, Adão Negro é libertado de sua tumba terrena, pronto para levar ao mundo moderno sua forma singular de justiça.

Nota do CINEVITOR:

CINEVITOR #427: Entrevista com Camila Pitanga | Edição Especial + Homenagem 32º Cine Ceará

por: Cinevitor
Homenageada: Camila Pitanga recebe o Troféu Eusélio Oliveira

A noite de abertura da 32ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema foi marcada pela emocionante homenagem, realizada no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, para a atriz, diretora e embaixadora da ONU Mulheres no Brasil, Camila Pitanga.

Porta-voz de diferentes causas do país e um dos nomes mais celebrados das artes brasileiras, Camila foi ovacionada pelo público ao receber o Troféu Eusélio Oliveira, mesmo prêmio recebido pelo seu pai, o também ator Antonio Pitanga, em 2018.

Formada em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro com habilitação em Teoria Teatral, consagrou-se vencedora do prêmio de melhor atriz pelo Festival do Rio com o longa Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, filme que marca o início de sua parceria com Beto Brant, cineasta com quem dirigiu o documentário sobre seu pai, Pitanga, elogiado pelo público e pela crítica que lhe concedeu o prêmio de melhor filme brasileiro na 40ª edição da Mostra de São Paulo.

A longa carreira da atriz no audiovisual começa aos cinco anos de idade no filme Quilombo (1986), de Cacá Diegues. Em 1991, ela começou os estudos no Tablado e, em seguida, debutou na televisão com a minissérie Sex Appeal, em 1993, da Rede Globo, que lhe abriu portas para diversas novelas de sucesso, como Fera Ferida, A Próxima Vítima, Porto dos Milagres, Mulheres Apaixonadas, Lado a Lado, Velho Chico, e o grande sucesso Paraíso Tropical.

Seu primeiro grande papel é visto em Caramuru – A Invenção do Brasil, de 2001, que expõe o talento da atriz para a comédia. De maneira seletiva, Camila escolhe principalmente os pequenos filmes e as produções ousadas, como Redentor, de Claudio Torres; O Signo do Caos, de Rogério Sganzerla; e Sal de Prata, de Carlos Gerbase. Vale destacar também sua participação na comédia popular Saneamento Básico, O Filme, produção de Jorge Furtado na qual divide a cena com Wagner Moura, Fernanda Torres, Lázaro Ramos e Paulo José.

Recentemente, no fim de 2021, após quase 20 anos de contrato com a Rede Globo, ela assinou com a plataforma de streaming HBO Max, onde, além de atuar em novas produções, abraça projetos como produtora executiva e criadora. Para as telonas, acaba de filmar a primeira etapa de Malês, filme dirigido por seu pai, Antonio Pitanga, ainda sem data de estreia definida; bem como é produtora executiva de Iemanjá, longa em fase de produção do diretor Carlos Saldanha, que transportará o universo dos orixás para o de super-heróis. 

Para falar sobre a homenagem, conversamos com Camila Pitanga algumas horas antes da cerimônia. No bate-papo, a atriz falou da emoção de receber o Troféu Eusélio Oliveira e do orgulho de fazer parte de uma família de artistas. Além disso, relembrou alguns trabalhos marcantes de sua carreira, entre eles, o sucesso de sua personagem Bebel, na novela Paraíso Tropical, e as parcerias no cinema. 

Aperte o play e confira nossa entrevista com a homenageada do 32ª Cine Ceará e também os melhores momentos de seu discurso no palco:

*O CINEVITOR esteve em Fortaleza e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Rogerio Resende.

Festival do Rio 2022: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Equipe do longa pernambucano Paloma, de Marcelo Gomes: três prêmios

Foram anunciados neste domingo, 16/10, no Cine Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, os vencedores do Festival do Rio 2022. A atriz e cantora Samantha Schmütz e o ator Ícaro Silva apresentaram a cerimônia e também cantaram uma seleção de canções brasileiras de trilhas de filmes exibidos no festival.

O filme pernambucano Paloma, de Marcelo Gomes, foi o grande vencedor da noite e recebeu três prêmios, entre eles, o de melhor longa-metragem de ficção. Na trama, Kika Sena interpreta uma mulher trans que trabalha como agricultora no sertão de Pernambuco. Seu maior sonho é se casar na igreja, com seu namorado Zé, interpretado por Ridson Reis. Eles já vivem juntos, e criam uma filha de 7 anos chamada Jenifer, papel de Anita de Souza Macedo. O padre, porém, recusa o pedido, mas nem por isso Paloma desistirá de realizar seu sonho.

Na edição deste ano, a competição ficou ainda maior com a criação de duas novas categorias: direção de arte na competição oficial e melhor direção na mostra Novos Rumos; ampliando ainda mais o espaço em reconhecimento à diversidade de temas, estilos e pessoas que formam o cinema brasileiro.

A diretora de programação do Festival do Rio, Ilda Santiago, comemorou a presença de tantos realizadores, falou da importância da reconexão do público com o cinema, e finalizou: “que o festival continue sendo um lugar da inclusão, do acolhimento e onde todos são vistos na tela e respeitados pelo que são”. A diretora Walkiria Barbosa completou falando sobre a riqueza dos debates no Rio Market e o sucesso das rodadas de negócios.

A cerimônia foi aberta com a entrega do Troféu Redentor para os vencedores da Mostra Novos Rumos. Como parte do Prêmio Felix, o ator Paulo Gustavo foi homenageado com o Prêmio Suzy Capó, que será entregue à sua mãe, Dona Déa. Os discursos foram marcados por emoção e falas políticas, não só dos premiados mas também do jurados. A palavra resistência foi repetida várias vezes ao longo da noite, ao lado de termos como diversidade, corpos, representatividade, vozes, gênero, ancestralidade.

Neste ano, o júri foi formado por: Antonio Pitanga (presidente), Clélia Bessa, Andréia Horta, João Jardim, Bernard Payen e Eleonora Granata-Jenkinson na Première Brasil; Sara Silveira (presidente), Alice Marcone, Dina Salem Levy e Eduardo Ades na mostra Première Brasil Novos Rumos; e Ailton Franco Jr (presidente), Marcio Debellian, Mayara Aguiar e Luiza Shelling Tubaldini no Prêmio Felix, que elege o melhor filme com temática LGBTQ.

Conheça os vencedores do Festival do Rio 2022:

PREMIÈRE BRASIL

Melhor longa-metragem | Ficção: Paloma, de Marcelo Gomes (PE)
Melhor longa-metragem | Documentário: Exu e o Universo, de Thiago Zanato (SP)
Melhor curta-metragem: Escasso, de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles (RJ)
Menção Honrosa: 7 Cortes de Cabelo no Congo, de Luciana Bezerra, Gustavo Melo e Pedro Rossi (RJ)
Prêmio Especial do Júri: Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta (DF)
Melhor Direção | Ficção: Julia Murat, por Regra 34 
Melhor Direção | Documentário: Juliana Vicente, por Diálogos com Ruth de Souza
Melhor Roteiro: Carvão, escrito por Carolina Markowicz
Melhor Ator: Darío Grandinetti, por Bem-vinda, Violeta!
Melhor Atriz: Kika Sena, por Paloma
Melhor Ator Coadjuvante: Timothy Wilson, por Fogaréu
Melhor Atriz Coadjuvante: Aline Marta, por Carvão
Melhor Fotografia: Mato Seco em Chamas, por Joana Pimenta
Melhor Direção de Arte: Carvão, por Marines Mencio
Melhor Montagem: Propriedade, por Matheus Farias

PREMIÈRE BRASIL | NOVOS RUMOS

Melhor longa-metragem: Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre (SP)
Melhor curta-metragem: Curupira e a Máquina do Destino, de Janaína Wagner (SP)
Melhor Direção: Leonardo Martinelli, por Fantasma Neon
Prêmio Especial do Júri: Maputo Nakuzandza, de Ariadine Zaumpaulo (SP)

PRÊMIO FELIX

Melhor Filme Brasileiro: Paloma, de Marcelo Gomes (PE)
Melhor Documentário: Corpolítica, de Pedro Henrique França (SP)
Menção Honrosa: Não é a Primeira Vez que Lutamos pelo Nosso Amor, de Luis Carlos de Alencar (RJ)
Melhor Filme Estrangeiro: Meu Lugar no Mundo (Mi vacío y yo), de Adrián Silvestre (Espanha)
Prêmio Especial do Júri: Fogo-Fátuo, de João Pedro Rodrigues (Portugal/França)

Foto: Rogerio Resende.

46ª Mostra de São Paulo: conheça os filmes selecionados e destaques da programação

por: Cinevitor
Cena de Bardo: Falsa Crônica de Algumas Verdades, de Alejandro G. Iñárritu

A 46ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo acontecerá entre os dias 20 de outubro e 2 de novembro e, este ano, terá formato majoritariamente presencial. Durante duas semanas, as seções Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores e Mostra Brasil vão apresentar 223 títulos, de 60 países, em circuito de salas de cinemas e espaços abertos da cidade de São Paulo. As plataformas Sesc Digital e Spcine Play disponibilizarão acesso gratuito a alguns títulos selecionados pela curadoria do evento.

O vencedor da Palma de Ouro deste ano no Festival de Cannes, Triângulo da Tristeza, no original Triangle of Sadness, dirigido pelo sueco Ruben Östlund, será o filme de abertura da 46ª edição e será exibido em uma sessão especial na Cinemateca Brasileira. A cerimônia, marcada para quarta-feira, 19/10, será apresentada por Renata de Almeida e Serginho Groisman.

Como de costume, a Mostra de São Paulo traz títulos de cineastas consagrados e exibidos recentemente em importantes festivais internacionais, como: Bardo: Falsa Crônica de Algumas Verdades, de Alejandro G. Iñárritu, que disputou o Leão de Ouro em Veneza; Pacifiction, de Albert Serra, exibido na Competição Oficial de Cannes e em San Sebastián; Un beau matin (One Fine Morning), de Mia Hansen-Løve, premiado na Quinzena dos Realizadores, em Cannes; Sem Ursos, do cineasta iraniano Jafar Panahi, que recebeu o Prêmio Especial do Júri em Veneza; Conto de Fadas (Fairtyle), de Alexander Sokurov, que disputou o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno; Nada de Novo no Front, de Edward Berger, exibido no Festival de Toronto; Os Anos Super 8, de David Ernaux-BriotAnnie Ernaux (ganhadora do Nobel de Literatura), exibido na Quinzena dos Realizadores, em Cannes.

E mais: as séries The Kingdom Exodus, de Lars von Trier (dois episódios), e Noite Exterior (Esterno Notte), de Marco Bellocchio; além do especial Cinema Almanac: Seis Curtas de Radu Jude com a exibição de Caricaturana (2021), Os Potemkinistas (2022), Memórias do Front Oriental (2022), As Duas Execuções do Marechal (2018), Punir e Disciplinar (2019) e Plástico Semiótico (2021).

Do Festival de Veneza, além dos já citados, a seleção traz também: o iraniano Além das Paredes, de Vahid Jalilvand, que disputou o Leão de Ouro; Terceira Guerra Mundial, de Houman Seyyedi, que levou os prêmios de melhor filme e melhor ator para Mohsen Tanabandeh na mostra Orizzonti; o drama português Lobo e Cão, de Cláudia Varejão, vencedor do prêmio de melhor filme da mostra paralela Giornate degli Autori; Nezouh, da diretora síria Soudade Kaadan, vencedor do Prêmio do Público da seção Orizzonti Extra; o documentário Marcha Sobre Roma, de Mark Cousins, destaque da Giornate degli Autori; e A Garota Voou, de Wilma Labate, exibido na mostra Orizzonti Extra do ano passado.

Ainda em Veneza, da mostra Orizzonti, destacam-se: Peregrinos, do cineasta lituano Laurynas Bareiša, vencedor do prêmio de melhor filme; Blanquita, de Fernando Guzzoni, eleito o melhor roteiro; A Noiva, de Sérgio Tréfaut, cineasta brasileiro radico em Portugal; a comédia Luxemburgo, Luxemburgo, de Antonio Lukich; Vera, de Tizza Covi e Rainer Frimmel, que recebeu os prêmios de melhor direção e melhor atriz para Vera Gemma; entre outros.

Cena do filme Vera, de Tizza Covi e Rainer Frimmel: premiado em Veneza

Enquanto isso, do Festival de Cannes, além do grande vencedor da Palma de Ouro, a Mostra de São Paulo traz outros títulos que foram exibidos na Competição Oficial, como: As Oito Montanhas, de Felix van Groeningen e Charlotte Vandermeersch, vencedor do Prêmio do Júri; Boy from Heaven (Walad Min Al Janna), de Tarik Saleh, eleito o melhor roteiro; Os Irmãos de Leila, de Saeed Roustaee, vencedor do Prêmio FIPRESCI; A Esposa de Tchaikovsky, de Kirill Serebrennikov; e Armageddon Time, de James Gray, com Anne Hathaway, Jeremy Strong e Anthony Hopkins no elenco, que conta com produção executiva dos brasileiros Lourenço Sant’Anna e Rodrigo Teixeira, da RT Features.

Da mostra Un Certain Regard, de Cannes, também conhecida como Um Certo Olhar, a programação apresenta: o paquistanês Joyland, de Saim Sadiq, que recebeu o Prêmio do Júri e conta com a brasileira Jasmin Tenucci na equipe de montagem; Febre do Mediterrâneo, de Maha Haj, eleito o melhor roteiro; o drama Mais que Nunca, de Emily Atef, com Gaspard Ulliel em seu penúltimo projeto antes de sua morte; Dias Ardentes, de Emin Alper, que disputou a Queer Palm; o drama costa-riquenho Domingo e a Neblina, de Ariel Escalante Meza; Harka, de Lotfy Nathan, que rendeu o prêmio de melhor atuação para Adam Bessa; e Rodeio Urbano, de Lola Quivoron, vencedor do Prêmio Coup De Cœur.

A Semana da Crítica, mostra paralela do Festival de Cannes, também ganha destaque na 46ª edição da Mostra de São Paulo com: La Jauría, de Andrés Ramírez Pulido, vencedor do Grande Prêmio; o drama iraniano Imagine, de Ali Behrad; A História de um Lenhador, de Mikko Myllylahti, vencedor do Prêmio Gan Foundation de Distribuição; Dalva, de Emmanuelle Nicot, que recebeu o Prêmio FIPRESCI; Aftersun, de Charlotte Wells, vencedor do Prêmio do Júri e também exibido em Toronto e premiado no Festival de Bucareste; o português Alma Viva, de Cristèle Alves Meira; Visões de Ramses, de Clément Cogitore, exibido fora de competição; e Bem Vindos a Bordo, de Julie Lecoustre e Emmanuel Marre, protagonizado por Adèle Exarchopoulos, e vencedor do Prêmio Gan Foundation de Distribuição do ano passado.

A Quinzena dos Realizadores, outra mostra paralela do Festival de Cannes, marca presença com: o ucraniano Pamfir, de Dmytro Sukholytkyy-Sobchuk; A Barragem, de Ali Cherri; A Montanha, de Thomas Salvador, vencedor do Prêmio SACD; o colombiano Um Homem, de Fabian Hernández, que disputou a Queer Palm e também foi exibido em San Sebastián, além de ter sido consagrado no Festival de Cine de Lima com quatro prêmios; o documentário De humani corporis fabrica, de Lucien Castaing-Taylor e Verena Paravel, também exibido na mostra Wavelengths em Toronto; e Deriva Continental, de Lionel Baier, que disputou a Queer Palm.

Cena do filme paquistanês Joyland, de Saim Sadiq: premiado em Cannes

Da programação da ACID, Association du cinéma indépendant pour sa diffusion, evento paralelo ao Festival de Cannes, a Mostra traz: 99 Moons, de Jan Gassmann; Aya, de Simon Gillard; Magdala, de Damien Manivel; e O Estranho Caso de Jacky Caillou, de Lucas Delangle.

Completam a seleção de Cannes na Mostra de São Paulo: Plano 75, de Chie Hayakawa, que recebeu Menção Especial do prêmio Camera d’Or e foi exibido também nos festivais de Toronto e Karlovy Vary; o português Restos do Vento, de Tiago Guedes, exibido fora de competição; o documentário As Tempestades de Jeremy Thomas, de Mark Cousins; Marcel!, de Jasmine Trinca, exibido na seção Apresentações Especiais; Chronique d’une liaison passagère, de Emmanuel Mouret, exibido fora de competição e que disputou a Queer Palm, e foi exibido também no FIDMarseille; a comédia musical Don Juan, de Serge Bozon, com Virginie Efira e Tahar Rahim, exibida fora de competição; e a comédia Fumar Causa Tosse, de Quentin Dupieux, exibida na Sessão da Meia-Noite e no Sitges Film Festival.

Outro evento importante que ganha destaque na 46ª edição da Mostra de São Paulo é o Festival de Berlim. Dos premiados, estão confirmados: Alcarrás, longa franco-italiano de Carla Simón, que foi consagrado com o Urso de Ouro de melhor filme; o coreano O Filme da Escritora (So-seol-ga-ui Yeong-hwa), de Hong Sang-so, vencedor do Urso de Prata pelo Grande Prêmio do Júri; Manto de Joias, primeiro longa da boliviana Natalia López Gallardo, que recebeu o Urso de Prata do Prêmio do Júri; Com Amor e Fúria, de Claire Denis, vencedor do Urso de Prata de melhor direção; Um Pedaço do Céu, de Michael Koch, que recebeu Menção Especial do júri e foi premiado no Festival de Karlovy Vary; além do austríaco Mutzenbacher, documentário de Ruth Beckermann, que levou o principal prêmio da seção Encounters.

A seleção da Berlinale segue com A Linha, de Ursula Meier, e Un été comme ça (That Kind of Summer), de Denis Côté, que disputaram o Urso de Ouro; o iraniano Até Amanhã, de Ali Asgari, exibido na mostra Panorama; Sonne, de Kurdwin Ayub, que recebeu o GWFF Best First Feature Award; Agitação, de Cyril Schäublin, vencedor do prêmio de melhor direção da mostra Encounters e também exibido nos festivais de Toronto, San Sebastián, New York e IndieLisboa; Esquema, de Farkhad Sharipov, vencedor do Grande Prêmio da seção Generation 14Plus; O Falsificador, de Maggie Peren, exibido na mostra Berlinale Special Gala; Corações Gentis, de Gerard-Jan Claes e Olivia Rochette, vencedor do Grande Prêmio do Júri Internacional da seção Generation 14plus; e Belas Criaturas, de Guðmundur Arnar Guðmundsson, exibido na mostra Panorama e vencedor do Prêmio Label Europa Cinemas.

Ainda do Festival de Berlim, mais títulos da mostra Encounters: À vendredi, Robinson, de Mitra Farahani, vencedor do Prêmio Especial do Júri; Axiom, de Jöns Jönsson, que rendeu o prêmio de melhor ator para Moritz von Treuenfels no Festival de Hong Kong; Flux Gourmet, de Peter Strickland, também exibido no Sitges Film Festival; e o documentário Diário Americano, de Arnaud des Pallières.

Cena de Alcarràs, de Carla Simón: Urso de Ouro em Berlim

Do Festival de San Sebastián, serão exibidos: Los reyes del mundo, de Laura Mora, que recebeu a Concha de Ouro de melhor filme; Quem os Impede, de Jonás Trueba, vencedor do Prêmio da Crítica e de melhor atuação para o elenco, além de melhor atriz para Candela Recio no Festival de Mar del Plata e premiado na categoria de melhor documentário no Goya, o Oscar espanhol; o documentário O Teto Amarelo, de Isabel Coixet, que recebeu Menção Especial no Prêmio Dunia Ayaso; e Terra de Deus, de Hlynur Pálmason, vencedor do prêmio de melhor filme da mostra Zabaltegi-Tabakalera e também exibido na mostra Un Certain Regard, em Cannes.

E mais: As Paredes Falam, documentário de Carlos Saura, exibido em sessão especial; O Suplente, de Diego Lerman, que rendeu o prêmio de melhor interpretação coadjuvante para Renata Lerman; Benediction, de Terence Davies, eleito o melhor roteiro da edição do ano passado; e Inventário, de Darko Sinko, exibido na mostra New Directors e premiado no Slovene Film Festival.

O Festival de Locarno também ganha destaque na programação da 46ª Mostra. Além do brasileiro Regra 34, de Julia Murat, grande vencedor do Leopardo de Ouro, a lista traz também: Tenho Sonhos Elétricos, de Valentina Maurel, vencedor dos prêmios de melhor direção, melhor atriz para Daniela Marín Navarro e melhor ator para Reinaldo Amien Gutiérrez, além de ter sido premiado como melhor filme da mostra Horizonte em San Sebastián; o português Nação Valente, de Carlos Conceição, vencedor do prêmio de melhor filme europeu e do Prêmio do Júri Jovem; o documentário Noite Obscura – Folhas Selvagens, de Sylvain George, exibido fora de competição; Boliche Saturno, de Patricia Mazuy, que disputou o Leopardo de Ouro; o suspense Medusa Deluxe, de Thomas Hardiman, exibido na mostra Piazza Grande e também nos festivais de Londres e Sitges.

E mais: o ucraniano Como Está Katia?, de Christina Tynkevych, vencedor do Prêmio Especial do Júri e melhor atriz para Anastasia Karpenko na seção Cineastas do Presente; a fantasia De noche los gatos son pardos, de Valentin Merz, que recebeu Menção Honrosa por filme de estreia; É Noite na América, de Ana Vaz, uma coprodução entre Itália, França e Brasil, que recebeu Menção Especial no Pardo Verde WWF; Gigi a Lei, de Alessandro Comodin, vencedor do Prêmio Especial do Júri e exibido no Festival de Nova York; o documentário português Objetos de Luz, de Marie Carré e Acácio de Almeida, exibido fora de competição; e a fantasia Piaffe, de Ann Oren, vencedor do Prêmio do Júri Jovem e também exibido em San Sebastián.

A Mostra de São Paulo traz também títulos do Festival de Roterdã, como: O Excesso Nos Salvará, de Morgane Dziurla-Petit, vencedor do Prêmio Especial do Júri; Broadway, de Christos Massalas, e Isolamento Esplêndido, de Urszula Antoniak, exibidos na mostra Big Screen. Da Tiger Competition, a lista conta com: A Criança, de Marguerite de Hillerin e Félix Dutilloy-Liégeois; O Mensageiro das Nuvens, de Rahat Mahajan, também exibido no Cinéma du Réel; e As Planícies, de David Easteal.

De noche los gatos son pardos, de Valentin Merz: exibido em Locarno

Outro destaque da 46ª edição da Mostra de São Paulo é o Festival de Sundance com diversos títulos, entre eles: Leonor Jamais Morrerá, de Martika Ramirez Escobar, vencedor do Prêmio Especial do Júri na seção World Cinema Dramatic; Palmeiras e Linhas Elétricas, de Jamie Dack, que recebeu o prêmio de melhor direção da competição americana; o mexicano Dos Estaciones, de Juan Pablo González, que rendeu o prêmio de melhor atriz para Teresa Sánchez, além de ter sido consagrado no L.A. Outfest e exibido em San Sebastián; o documentário Fire of Love, de Sara Dosa, vencedor do prêmio de melhor montagem, além do Prêmio do Público no Visions du Réel e consagrado no Festival de Seattle; e o drama Gentil, de László Csuja e Anna Nemes, exibido na competição internacional e premiado nos festivais de Bruxelas e Cleveland.

Ainda sobre festivais internacionais, também se destacam: O Visitante, de Martín Boulocq, vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Tribeca; A Donzela, de Graham Foy, exibido na mostra Contemporary World Cinema em Toronto e na Giornate degli Autori em Veneza; o documentário Boicote, de Julia Bacha, exibido nos festivais SXSW, South by Southwest, e Hot Docs; o drama A Água, da cineasta espanhola Elena López Riera, que foi exibido na Quinzena dos Realizadores, em Cannes, e também nos festivais de Toronto e San Sebastián; A Catedral, de Ricky D’Ambrose, que recebeu o Prêmio Especial HFPA em Veneza, além de ter sido exibido em Sundance e na mostra Bright Future em Roterdã; Uma Mulher do Mundo, de Cécile Ducrocq, que foi indicado ao César, o Oscar francês, na categoria de melhor atriz por Laure Calamy; o drama O Massacre da Salsinha, de José María Cabral, vencedor do Prêmio do Público no Festival de Miami e do Prêmio Especial do Júri no Costa Rica International Film Festival; a comédia dramática Você Tem Que Vir e Ver, de Jonás Trueba, vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Karlovy Vary.

E mais: o documentário Louis Armstrong’s Black & Blues, de Sacha Jenkins, exibido na mostra TIFF Docs em Toronto; o drama Segredos de Guerra, de Peeter Rebane, grande vencedor do Austin Gay & Lesbian International Film Festival e do FilmOut San Diego; o documentário A Pequena Ilha, de Tizian Büchi, vencedor do Grande Prêmio do Júri no festival Visions du Réel e também exibido no Festival de Karlovy Vary; o drama canadense Brother, de Clement Virgo, exibido na mostra Special Presentations no Festival de Toronto; o documentário As Hostilidades, de M. Sebastian Molina, exibido no IDFA, Festival Internacional de Documentários de Amsterdã; a animação Salgueiros Cegos, Mulher Dormindo, de Pierre Földes, que recebeu Menção Honrosa do júri do Festival de Annecy; o documentário Distopia, de Tiago Afonso, exibido no Doclisboa; e a comédia dramática O Gafanhoto, da cineasta iraniana Faezeh Azizkhani, exibida no South by Southwest.

Cena de Leonor Jamais Morrerá, de Martika Ramirez Escobar: premiado em Sundance

Entre os títulos internacionais, a Mostra de São Paulo traz também o português Campo de Sangue, de João Mário Grilo e protagonizado por Carloto Cotta, baseado no livro homônimo de Dulce Maria Cardoso; o japonês O Deus do Cinema, de Yôji Yamada, destaque no Summer International Film Festival Hong Kong e no Beijing International Film Festival; a comédia policial romena Homens de Atos, de Paul Negoescu, exibido no Festival de Sarajevo; o suspense Roost, de Amy Redford, com Grace Van Dien, exibido em Toronto; o português Kinorama – Cinema Fora de Órbita, de Edgar Pêra, exibido no Festival de Roterdã; e o documentário Meu Nome é Alfred Hitchcock, de Mark Cousins, que celebra, em 2022, o aniversário de cem anos do primeiro longa-metragem do consagrado cineasta.

Como de costume, a seleção da Mostra traz títulos já indicados por seus respectivos países que disputarão uma vaga na categoria de melhor filme internacional do Oscar. Até agora já estão confirmados: Domingo e a Neblina, de Ariel Escalante, representante da Costa Rica; Nada De Novo no Front, de Edward Berger, da Alemanha; o islandês Belas Criaturas, de Guðmundur Arnar Guðmundsson; Terceira Guerra Mundial, de Houman Seyyedi, representante do Irã; o japonês Plano 75, de Chie Hayakawa; Peregrinos, de Laurynas Bareiša, da Lituânia; Joyland, de Saim Sadiq, representante do Paquistão; da Palestina, Febre do Mediterrâneo, de Maha Haj; o português Alma Viva, de Cristèle Alves Meira; Alcarràs, de Carla Simón, representante da Espanha; Boy from Heaven, de Tarik Saleh, da Suécia; o suíço Um Pedaço do Céu, de Michael Koch; e Bardo: Falsa Crônica de Algumas Verdades, de Alejandro G. Iñárritu, representante do México.

A 46ª edição da Mostra de São Paulo, como de costume, fortalece o olhar para o cinema brasileiro. Neste ano, cerca de 61 títulos nacionais integram a seleção da Mostra Brasil. Os longas estão divididos nas seções Apresentação Especial, Competição Novos Diretores e Perspectiva Internacional. As produções e coproduções brasileiras são inéditas no circuito comercial, finalizadas entre 2021 e 2022, com exceção dos títulos restaurados.

Destacam-se na programação: o premiado A Mãe, de Cristiano Burlan e protagonizado por Marcélia Cartaxo; Exu e o Universo, documentário de Thiago Zanato; o drama A Filha do Palhaço, de Pedro Diógenes, recentemente premiado no 32º Cine Ceará; o documentário Corpolítica, de Pedro Henrique França, consagrado no Queer Lisboa; Fogaréu, de Flávia Neves, premiado pelo público no Festival de Berlim; A Cozinha, que marca a estreia de Johnny Massaro na direção de um longa de ficção; Lilith, de Bruno Safadi, com Isabél Zuaa, Renato Góes e Nash Laila; Bem-Vinda, Violeta!, de Fernando Fraiha, com Débora Falabella; o documentário Diálogos com Ruth de Souza, de Juliana Vicente; O Skate me Levou, de Lecuk Ishida; Carvão, de Carolina Markowicz, exibido nos festivais de Toronto e San Sebastián; Aldeotas, de Gero Camilo; Nossa Pátria Está Onde Somos Amados, documentário dirigido por Felipe Hirsch; Raquel 1:1, de Mariana Bastos, exibido no SXSW e no Festival de Guadalajara; Bocaina, de Fellipe Barbosa e Ana Flávia Cavalcanti; Uýra – A Retomada da Floresta, de Juliana Curi, premiado no Outfest Los Angeles LGBTQ Film Festival.

Cena do documentário brasileiro Uýra – A Retomada da Floresta, de Juliana Curi

E mais: Paloma, de Marcelo Gomes, exibido no Festival de Cinema de Munique; Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho, o grande vencedor do 50º Festival de Cinema de Gramado; Ciclo, de Ian SBF, com Felipe Abib, Daniel Furlan, Dani Ornellas, Flávio Bauraqui, Stephanie Lourenço e Rafael Saraiva no elenco; o documentário Amazônia, a Nova Minamata?, de Jorge Bodanzky; Derrapada, de Pedro Amorim, com Nanda Costa no elenco; O Clube dos Anjos, de Angelo Defanti, também exibido em Gramado; Andança: Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho, documentário de Pedro Bronz; O Rio do Desejo, de Sérgio Machado, com Sophie Charlotte e Daniel de Oliveira; o pernambucano Paterno, de Marcelo Lordello, com Marco Ricca e Gustavo Patriota; a animação Perlimps, de Alê Abreu, exibida no Festival de Annecy; o documentário Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você, de Roberto de Oliveira; Transe, de Carolina Jabor e Anne Pinheiro Guimarães; Fausto Fawcett na Cabeça, de Victor Lopes; o documentário Um Outro Francisco, de Margarita Hernández; entre outros.

A programação da Mostra de São Paulo completa-se com títulos da mostra Apresentação Especial, que exibirá os clássicos restaurados: Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, A Rainha Diaba, de Antonio Carlos Fontoura, A Mãe e a Puta (La Maman e la putain) e Meus Pequenos Amores (Mes petites amoureuses), ambos de Jean Eustache, e Bratan, de Bakhtyar Khudojnazarov. Outros filmes, como os curtas de Lucrecia Martel, A Camareira, e Le Pupille, de Alice Rohrwacher, também serão exibidos.

O jornalista, escritor e diretor Arnaldo Jabor, que morreu no início do ano, ganha homenagem póstuma do evento com a exibição do longa Eu Te Amo. O filme será antecedido por um curta de Carolina Jabor, extraído do depoimento que o diretor deu ao projeto da Mostra, Filmes da Minha Vida, na 30ª edição do evento.

Concedido a personalidades que demonstram questões humanistas, sociais e políticas pertinentes ao seu tempo de forma corajosa e sensível, o Prêmio Humanidade desta edição será entregue à diretora Ana Carolina. A cerimônia acontecerá durante a apresentação especial de seus filmes Mar de Rosas, Das Tripas Coração, Sonho de Valsa e Paixões Recorrentes. Enquanto isso, o Prêmio Leon Cakoff deste ano será entregue à cantora e atriz Doris Monteiro, protagonista de Agulha no Palheiro, de Alex Vianny; o filme, de 1953, foi restaurado em 1977 pela Cinemateca Brasileira.

O fim da vida de um artista do porte de Jean-Luc Godard, que morreu recentemente, não significa a conclusão de sua obra. Além da abundante produção audiovisual que continuará a circular, fertilizando ideias e reinvenções, há um tesouro a emergir do imenso arquivo do cineasta franco-suíço, agora sob o controle do produtor Vincent Maraval. Até Sexta, Robinson é o primeiro fragmento inédito do planeta Godard que a 46ª Mostra traz ao Brasil em homenagem ao cineasta franco-suíço. O filme, dirigido pela cineasta e produtora iraniana Mitra Farahani, condensa um diálogo, por meio de correspondências, entre Godard e o menos conhecido Ebrahim Golestan, diretor e escritor iraniano, autor também de uma obra revolucionária.

A programação da 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo traz o programa Olhares Sobre a Amazônia este ano. A gravidade da crise climática e a insuficiência das decisões políticas, agravadas pelas omissões, colocaram a Amazônia no centro das preocupações do mundo. Há muito, a proteção da floresta e das reservas habitadas pelos povos originários deixou de chamar a atenção apenas de ambientalistas e indigenistas. Enquanto os governos e os poderes disputam, os cineastas põem os pés na terra, adentram a região para ver e exibir a concretude da Amazônia. Bela e feia, rica e pobre, rural e urbanizada, selvagem e integrada são contradições que convivem nos filmes reunidos na Olhares Sobre a Amazônia.

Milton Gonçalves em A Rainha Diaba: filme restaurado

Outro destaque deste ano são as produções em realidade virtual, que voltam a integrar a programação do evento pelo quarto ano consecutivo; elas fazem parte de exibições especiais que ocorrem na Cinemateca Brasileira. Além disso, entre os dias 26 e 29 de outubro, a Mostra Internacional de Cinema vai realizar o II Encontro de Ideias para receber realizadores, produtores, gestores culturais e profissionais do audiovisial reconhecidos pelo engajamento em fazer e pensar o conteúdo audiovisual. A programação incorpora o ciclo de debates sobre cinema do VI Fórum Mostra, mesas de discussão sobre o panorama do Mercado Audiovisual, Rodadas de Negócios para apresentar projetos em desenvolvimento a parceiros e a seção Da Palavra à Imagem, com painéis sobre adaptação de obras literárias e reunião de autores e editores de livros com produtores do audiovisual.

Todos os anos, a Mostra Internacional de Cinema convida um artista ou cineasta para fazer a arte do pôster do ano. Nomes como Ai Weiwei, Andrei Tarkóvski, Tomie Ohtake, Aleksandr Sokúrov, Angeli, Federico Fellini, Isabella Rossellini, Amos Gitai, Os Gêmeos, Ziraldo, assinaram o cartaz do evento em diferentes edições. A arte do pôster desta edição é assinada pelo muralista brasileiro Kobra. O artista deu o título Volte a Sonhar à arte do poster da 46ª Mostra Internacional de Cinema. A imagem da garota tendo a cidade de São Paulo no horizonte e em conexão com a imagem do filme A Viagem à lua, de Georges Méliès, realizado há 120 anos, simboliza que o cinema pode abrir horizontes em lugares inimagináveis e nos levar ao universo dos sonhos, onde diferentes perspectivas se abrem para a fantasia e a criatividade.

Nascido em 1975 no Jardim Martinica, bairro pobre da zona sul paulistana, Eduardo Kobra tornou-se um dos mais reconhecidos muralistas da atualidade, com obras em cinco continentes. Além disso, o artista é personagem do documentário Kobra Auto Retrato, de Lina Chamie, que está na seleção deste ano.

Após serem exibidos na 46ª Mostra, os filmes da seção Competição Novos Diretores mais votados pelo público serão submetidos ao júri, que escolherá os vencedores do Troféu Bandeira Paulista (uma criação da artista plástica Tomie Ohtake) nas categorias de melhor filme de ficção, melhor documentário e outras categorias que o júri desejar.

Neste ano, o diretor, produtor e roteirista português Rodrigo Areias, a diretora Lina Chamie e o diretor e produtor André Novais Oliveira formam o júri da Competição Novos Diretores. O público também vota em seus preferidos estrangeiros e brasileiros, escolhendo o melhor filme de ficção e o melhor documentário da Perspectiva Internacional e da Mostra Brasil.

A 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo conta com uma grande variedade de produções de diversos lugares do mundo. Até o momento, 60 países estão envolvidos em filmes selecionados.

Fotos: Divulgação.

Ednardo, cantor e compositor, é homenageado no 32º Cine Ceará

por: Cinevitor
Homenagem: reconhecimento pela carreira de sucesso.

Além da premiação, a noite de encerramento da 32ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema também foi marcada pela homenagem ao cantor e compositor cearense Ednardo, autor de grandes sucessos como Pavão Mysteriozo, Enquanto Engomo a Calça, A Manga Rosa, entre outros, como reconhecimento pela valiosa obra, em especial por ter marcado sua carreira também no audiovisual, como autor de várias trilhas sonoras de cinema e televisão.

No palco do Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, o homenageado recebeu o Troféu Eusélio Oliveira das mãos de seu amigo Rodger Rogério, ator e cantor. Ovacionado pelo público, discursou: “Eu tenho a honra de ser parceiro e amigo de Rodger Rogério desde quando nasceu o chamado Pessoal do Ceará na década de 1960. De lá pra cá, só fortalecemos essa amizade com música, poesia e muita luta para respeitar o povo brasileiro, o povo nordestino, nossa cultura e nossa arte”. E finalizou: “Precisamos tirar o país desse abismo onde ele está mergulhado. Tem que vir alguém que faça brilhar de novo o sol do progresso, da liberdade e do bem-estar do nosso povo”.

Ednardo é um dos grandes nomes da música brasileira, tendo despontado na mesma época de seus conterrâneos Amelinha, Belchior e Raimundo Fagner. É autor de várias trilhas sonoras de cinema e televisão. No cinema, assina as trilhas de Luzia Homem, de Fábio Barreto; e Tigipió e O Calor da Pele, de Pedro Jorge de Castro. O longa Luzia Homem, em que participou também como ator, teve bilheteria recorde no Brasil, sucesso na Europa nos festivais de Huelva e Cannes e em TV nos Estados Unidos. Tigipió teve a trilha premiada nos festivais de Karlov Vary e de Verona.

Ednardo foi produtor, roteirista, diretor e autor da trilha do filme Cauim, onde evidencia sua proximidade com o universo do maracatu cearense e do cinema; o filme foi projetado em shows do disco homônimo, realizado em 1978 pelas principais capitais brasileiras. Em televisão, destaque para as novelas Saramandaia (1976), na Rede Globo, sendo de sua autoria o tema de abertura, Pavão Mysteriozo, e Tocaia Grande (1995/1996), na TV Manchete, baseada na obra homônima de Jorge Amado, interpretando a música Cordel Tocaia Grande, de sua autoria, no encerramento do último capítulo.

No dia da homenagem, Ednardo participou de uma coletiva de imprensa no Hotel Sonata de Iracema e relembrou momentos marcantes de sua trajetória. No bate-papo, falou sobre o chamado Pessoal do Ceará, política, ditadura, Pavão Mysteriozo, seu trabalho no cinema, na TV e no teatro, projetos futuros, aulas de piano na adolescência, governo atual, entre outros assuntos.

Além disso, relembrou os cinemas de rua de Fortaleza, revelou que o clássico Anastacia: A Princesa Esquecida foi o primeiro filme que assistiu no São Luiz, destacou atrizes como Norma Bengell e Brigitte Bardot e ressaltou a força do cinema em sua vida.

Aperte o play e confira os melhores momentos da homenagem e da coletiva:

*O CINEVITOR esteve em Fortaleza e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Rogerio Resende.