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Mostra Tiradentes | SP 2020: filmes, debates virtuais e homenagem ao coletivo Filmes do Caixote

por: Cinevitor

filmesdocaixotetiradentesColetivo paulista Filmes do Caixote: sessões especiais dos trabalhos do grupo.

A oitava edição da Mostra Tiradentes | SP acontecerá entre os dias e 7 de outubro, de forma gratuita, graças a parceria entre a Universo Produção e o Sesc SP, com um panorama do cinema brasileiro contemporâneo.

O evento elegeu como tema A Imaginação como Potência, mote que também norteou a 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes. O objetivo é dar sequência e ampliar com novas vozes e olhares as reflexões e discussões iniciadas em janeiro na cidade mineira. A Mostra acontecerá no formato digital, por conta da pandemia de Covid-19, e poderá ser acessada pelos sites do Sesc e do evento.

A temática foi proposta pelo curador Francis Vogner dos Reis para reforçar que, mesmo numa época de dúvidas, o cinema brasileiro vive um momento de absoluta efervescência criativa e de recepção. O tema foi definido em janeiro, portanto, antes do cenário de pandemia que estamos vivendo, mas o enfoque está mais atual do que nunca. Francis destaca: “O que emerge na atual produção no país é o desejo de interpretar nossa experiência hoje, de projetar caminhos possíveis, de provocar imagens que nos remetam a uma perspectiva sobre o passado tendo em vista não só um olhar original sobre fraturas sociais e políticas, mas também uma superação destas num desejo de futuro. Existem filmes, documentários e ficções, que olham o presente e colocam as coisas em termos históricos, atentando para o mundo como ele é e se questionando como ele poderia ser”.

Na Mostra A Imaginação como Potência serão exibidos filmes que saíram vencedores da 23ª Mostra Tiradentes, como: Até o Fim, de Ary Rosa e Glenda Nicácio e A Parteira, de Catarina Doolan, eleitos melhor longa e curta pelo júri popular; além do longa Yãmĩyhex: as mulheres-espírito, de Sueli Maxakali e Isael Maxakali, vencedor do Prêmio Carlos Reichenbach, entregue ao melhor filme da Mostra Olhos Livres eleito pelo Júri Jovem. Os curtas A Felicidade Delas, de Carol Rodrigues; Inabitáveis, de Anderson Bardot; O Verbo Se Fez Carne, de Ziel Karapotó; e Pattaki, de Everlane Moraes completam a programação da seção.

inabitaveistiradentesspCena do curta Inabitáveis, de Anderson Bardot.

Integra a programação da 8ª Mostra Tiradentes | SP a homenagem ao coletivo paulista Filmes do Caixote, com sessões especiais do trabalho do grupo. Formado por Caetano Gotardo, João Marcos de Almeida, Juliana Rojas, Marco Dutra e Sergio Silva, o Filmes do Caixote foi uma das mais notórias experiências de coletivo cinematográfico em São Paulo, criado na primeira década do século XXI quando despontavam também em outro estados coletivos fundamentais no cinema contemporâneo brasileiro, como a Teia, em Minas Gerais, e Alumbramento, no Ceará. “Esse fenômeno dos coletivos se viabilizou como uma produção artesanal que ia, inicialmente, na contramão do cinema incentivado por editais e que demandavam uma forma de trabalho e criação profissionalizadas (ou seja, industriais)”, comenta Francis Vogner dos Reis.

O início da atuação do coletivo inclui produções pequenas e experimentais realizadas em VHS, vídeo digital e película. Curtas marcados por empreitadas estéticas mais impressionistas do que discursivas, quase sempre performáticas e que levam em consideração a criação de formas a partir de uma exploração da câmera, fazendo dela mais um instrumento de poesia do que um meio de registro de realismo narrativo. Com diversos trabalhos que não responderam a um método único e a um sistema muito rígido de realização, a liberdade sempre foi a tônica desse conjunto de filmes e realizadores.

Fizeram muitos filmes de curta-metragem experimentais com aparato parcimonioso via coletivo assinando as obras individualmente, em dupla ou em grupo. No entanto, também filmaram longas e curtas pelos meios mais oficiais, como editais e coproduções, com aparato mais robusto e circulação internacional, nos quais seus integrantes exercem diversas funções nos filmes uns dos outros. Exemplo mais bem sucedido disto, Todos os Mortos, último longa do coletivo dirigido por Marco Dutra e Caetano Gotardo e com Juliana Rojas assinando a montagem, uma coprodução Brasil e França, que concorreu ao Urso de Ouro no Festival de Berlim deste ano.

Também se destaca a rede de colaboradores que tomam parte decisiva na história do Filmes do Caixote, como as atrizes Gilda Nomace, Helena Albergaria, Helena Ignez, o ator Eduardo Gomes, o fotógrafo Matheus Rocha, a produtora Sara Silveira, entre muitos outros produtores, atores, atrizes e profissionais técnicos.

trabalharcansatiradentesSPHelena Albergaria e Gilda Nomace em Trabalhar Cansa: exibido em Cannes.

“O trabalho da Filmes do Caixote nos coloca questões não só sobre o cinema contemporâneo, mas também sobre a produção paulista como um todo. Se historicamente São Paulo se notabiliza por uma produção de filmes realizada em um esquema industrial, é importante notar que as maiores e mais imaginativas contribuições estéticas no cinema realizado na cidade sempre vieram de pequenos grupos criativos que buscaram reinventar (ainda que provisoriamente) modos de criação. Do cinema marginal à Produtora Paraísos Artificiais, os celeiros de invenção mais efusivos surgem na contramão do esquemas de criação e trabalho mais hegemônicos”, define o curador.

O público poderá conhecer a trajetória do coletivo em filmes e debate na programação do evento. Dentre os filmes que integram a Mostra Homenagem está o longa Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra, curtas-metragens que marcaram a carreira dos cineastas, como Desculpa, Dona Madama, único filme dirigido por todos integrantes, e A Bela P…,  de João Marcos de Almeida e que teve participação de todos os membros como elenco ou trilha sonora. “Estamos muito felizes com a homenagem e acreditamos que é uma grande oportunidade para dar destaque a nossos curtas, que é como a gente se firmou”, comenta o coletivo.

A abertura da programação será no dia 1º de outubro, às 20h, na plataforma do Sesc. Uma performance audiovisual que apresentará a temática, a programação, a homenagem e o conceito do evento dá início as atrações da noite. Na sequência, o debate inaugural vai reunir os cinco integrantes da Filmes do Caixote, homenageados desta edição do evento.

A programação do dia se completa com a pré-estreia do filme Canto dos Ossos, de Jorge Polo e Petrus de Bairros. O longa foi eleito o melhor filme da Mostra Aurora pelo Júri Oficial da 23ª Mostra Tiradentes. Após o filme, será exibido um bate-papo com a equipe do longa.

Confira a lista completa com os selecionados para a 8ª Mostra Tiradentes | SP:

MOSTRA AURORA

Cabeça de Nêgo, de Déo Cardoso (CE)
Cadê Edson?, de Dácia Ibiapina (DF)
Canto dos Ossos, de Jorge Polo e Petrus de Bairros (CE/RJ)
Mascarados, de Marcela Borela e Henrique Borela (GO)
Natureza Morta, de Clarissa Ramalho (MG)
Ontem Havia Coisas Estranhas no Céu, de Bruno Risas (SP)
Pão e Gente, de Renan Rovida (SP)
Sequizágua, de Maurício Rezende (MG)

MOSTRA FOCO

A Barca, de Nilton Resende (AL)
Aos Cuidados Dela, de Marcos Yoshi (SP)
Calmaria, de CATAPRETA (MG)
Cinema Contemporâneo, de Felipe André Silva (PE)
Egum, de Yuri Costa (RJ)
Estamos Todos na Sarjeta, Mas Alguns de Nós Olham as Estrelas, de João Marcos de Almeida e Sergio Silva (SP)
Mansão do Amor, de Renata Pinheiro (PE)
Minha História é Outra, de Mariana Campos (RJ)
Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira (SP)
Rancho da Goiabada, de Guilherme Martins (SP)

MOSTRA A IMAGINAÇÃO COMO POTÊNCIA

A Felicidade Delas, de Carol Rodrigues (SP)
A Parteira, de Catarina Doolan (RN)
Até o Fim, de Glenda Nicácio e Ary Rosa (BA)
Inabitáveis, de Anderson Bardot (ES)
O Verbo se Fez Carne, de Ziel Karapotó (PE)
Pattaki, de Everlane Moraes (SE)
Yãmĩyhex: As Mulheres-espírito, de Sueli Maxakali e Isael Maxakali (MG)

MOSTRA PAULISTA

Bonde, de Asaph Luccas
Carne, de Camila Kater
Entre Nós e o Mundo, de Fabio Rodrigo
Mona, de Luíza Zaidan e Thiago Schindler
Três Bailarinas, de Leonel Costa

MOSTRA HOMENAGEM

A Bela P…, de João Marcos de Almeida (2008)
A Criada da Condessa, de Juliana Rojas (2006)
A vida do fósforo não é bolinho, gatinho, de Sergio Silva (2014)
As Sombras, de Juliana Rojas e Marco Dutra (2009)
Carne, de Sergio Silva (2008)
Choclo, de Caetano Gotardo (2015)
Desculpa, Dona Madama, de Filmes do Caixote (2013)
Eva Nil, Cem Anos Sem Filmes, de João Marcos de Almeida (2009)
Matéria, de Caetano Gotardo (2013)
Minha Única Terra é na Lua, de Sergio Silva (2017)
Nascemos hoje, quando o céu estava carregado de ferro e veneno, de Juliana Rojas e Marco Dutra (2013)
O Papel do Manto, de Sergio Silva (2009)
O que Se Move, de Caetano Gotardo  (2012)
Os Barcos, de Caetano Gotardo e Thaís de Almeida Prado (2012)
Rede de Dormir, de Marco Dutra (2009)
Sarau na cama, de João Marcos de Almeida e Sergio Silva (2008)
Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra (2011)

Foto: Leo Lara/Universo Produção/Divulgação.

Uma Canção para Latasha

por: Cinevitor

cancaolatashaposterA Love Song for Latasha

Direção: Sophia Nahli Allison

Elenco: Raigan Alex, Zoe Flint, Shinese Harlins, Tybie O’Bard, Londyn Sharp, Nnenna Brown, Marley Cortez, Juanita Jennings, Richard Cortez, Hannah Martin, Faith Martin, Irie Hudson, Tatiana Johnson, Tanya Smith-Johnson, Mikayla Roberts, Jazzena Booth, Lena Hightower, Kyndall Dowell.

Ano: 2019

Sinopse: O assassinato de Latasha Harlins foi o estopim para os protestos de 1992 em Los Angeles. Este documentário emocionante conta a vida e os sonhos da jovem de 15 anos.

Nota do CINEVITOR:

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Conheça os vencedores do 10º CINEFANTASY – Festival Internacional de Cinema Fantástico

por: Cinevitor

cinefantasy5estrelasvenceLuciana Paes e Gilda Nomacce no curta 5 Estrelas, de Fernando Sanches.

Foram anunciados neste domingo, 20/09, em uma cerimônia virtual, os vencedores da 10ª edição do CINEFANTASY – Festival Internacional de Cinema Fantástico, que foi criado com o objetivo de incentivar, debater e divulgar o cinema fantástico e seu universo; mas também, fomentar a reflexão e fortalecer os laços entre realizadores, produtores e distribuidores.

Com uma seleção de 140 filmes, entre longas e curtas de 30 países, o CINEFANTASY aconteceu em formato on-line por conta da pandemia de Covid-19. Os filmes foram exibidos na plataforma Belas Artes À La Carte.

Nesta 10ª edição, o CINEFANTASY homenageou a atriz Gilda Nomacce, que tem mais de cem filmes na carreira, entre curtas e longas, como: Quando Eu Era Vivo, de Marco Dutra; Ausência, de Chico Teixeira; Trabalhar Cansa e As Boas Maneiras, da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra; Minha Única Terra é na Lua, de Sergio Silva; os recentes Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra; Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza; e os esperados Casa das Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria, Adeus ao Comandante, de Sérgio Machado e Obsolência, de João Marcos de Almeida. A atriz também esteve presente na programação com o curta-metragem 5 Estrelas, de Fernando Sanches.

Conheça os vencedores do 10º CINEFANTASY – Festival Internacional de Cinema Fantástico:

LONGAS-METRAGENS

Melhor Filme: A Mulher da Foto (Woman of the Photographs), de Takeshi Kushida (Japão)
Melhor Direção: Mercedes Moreira, por O Patalarga (El Patalarga)
Melhor Roteiro: A Voz do Pai (Az Úr Hangja), escrito por György Pálfi, Zsófia Ruttkay e Gergö V. Nagy
Melhor Ator: Samir Hauaji, por Cabrito
Melhor Atriz: Jazmir Stuart, por A Festa Silenciosa (La Fiesta Silenciosa)

CURTAS-METRAGENS

Melhor Curta | Amador: Náusea, de Thomas Webber (Brasil, PR)
Melhor Curta | Animação: O Peculiar Crime do Estranho Sr. Jacinto, de Bruno Caetano (França/Portugal)
Melhor Curta | Brasil Fantástico: 5 Estrelas, de Fernando Sanches (SP)
Melhor Curta | Espanha Fantástica: Um Gostinho (A Little Taste), de Victor Català
Menção Honrosa | Espanha Fantástica: Maré (Mare), de Guiller Vázquez
Melhor Curta | Estudante: O Filho do Homem, de Fillipe Rodrigues (FAV/UFPA, Belém/PA)
Menção Honrosa | Estudante: O Repto, de Ana Carolina e Lays Kislley (Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação – Projeto LuCa, Santa Luzia do Itanhy/SE)
Melhor Curta | Fantasia: Reflexo (Reflet), de Paul Guerin e François Guerin (França)
Melhor Curta | FantasTeen: O Poço (The Well), de Neal Dhand (República Tcheca)
Melhor Curta | Fantástica Diversidade: Polter, de Álvaro Vicario (Espanha)
Menção Honrosa | Fantástica Diversidade: Purpleboy, de Alexandre Siqueira (Portugal/França/Bélgica)
Melhor Curta | Ficção Científica: Eco, de Aitor de Miguel (Espanha)
Menção Honrosa | Ficção Científica: DAR(K)WIN Project, de Charles Mercier (França)
Melhor Curta | Horror: O Barbeiro (The Barber), de Sergiy Pudich (Ucrânia)
Menção Honrosa | Horror: Limbo, de Dani Viqueira (Espanha)
Melhor Curta | Mulheres Fantásticas: Lili, de Yfke Van Berckelaer (Holanda)
Menção Honrosa | Mulheres Fantásticas: O Presente (The Gift), de Jacintha Charles (EUA)
Melhor Curta | Pequenos Fantásticos: Lembrancinhas (Souvenir), de Cristina Vilches Estella (Espanha/Suíça)
Menção Honrosa | Pequenos Fantásticos: Robô (Bot), de Jing-Yu Wang (Taiwan)

PRÊMIO TANU DISTRIBUICION AMERICALATINA

Curta-metragem: Sobre Nossas Cabeças, de Susan Kalik e Thiago Gomes (Brasil, BA)
Longa-metragem: Terminal Praia Grande, de Mavi Simão (Brasil, MA)

PRÊMIO AIC

Melhor Curta | Amador: Náusea, de Thomas Webber
Melhor Curta | Estudante: O Filho do Homem, de Fillipe Rodrigues (FAV/UFPA, Belém/PA)

PRÊMIO AQUISIÇÃO ELO COMPANY: 5 Estrelas, de Fernando Sanches (SP)
PRÊMIO CTAv: Sobre Nossas Cabeças, de Susan Kalik e Thiago Gomes
PRÊMIO MISTIKA: Sobre Nossas Cabeças, de Susan Kalik e Thiago Gomes

PRÊMIO INSTITUTO DE CINEMA

Curso Cinema Total em Casa: Sempre que Chove, de Pierre Rodrigues (AIC, São Paulo/SP)
Roteiro Avançado: Astro, de Flora Serra (Brasil, SP)
Cultura Fílmica: A Balada dos Anjos e Demônios, de Marcelo Domingues (Brasil, SP)
Oficina de Projetos: Sussurros, de Fabio Knoll (SP)
Horror no Cinema Brasileiro: Boar’s Road, de Jorge F. S. Neto (Brasil, SP)
Drácula no Cinema: O Toque dos Meus Lábios te Visita na Penumbra da Noite, de Caio de Santis (Brasil, SP)

Foto: Divulgação.

Dirigido por Caetano Gotardo e Marco Dutra, Todos os Mortos é exibido no 48º Festival de Gramado

por: Cinevitor

todososmortosdebate1Carolina Bianchi e Mawusi Tulani em cena.

A segunda noite da 48ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que este ano acontece em formato multi plataforma e com exibição no Canal Brasil, começou com os curtas Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho, e Subsolo, de Erica Maradona e Otto Guerra. O longa estrangeiro deste sábado, 19/09, foi o colombiano La Frontera, de David David.

Dirigido por Caetano Gotardo e Marco Dutra, Todos os Mortos, que disputou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, foi exibido na mostra competitiva de longas brasileiros. No filme, ambientado em São Paulo entre 1899 e 1900, duas famílias, uma branca, os Soares, e outra negra, os Nascimento, guiam a trama, que se passa onze anos após o fim do período escravista; passado recente que ainda mantém os decadentes Soares presos à ideia de superioridade e posse. O elenco conta com Mawusi Tulani, Clarissa Kiste, Carolina Bianchi, Thaia Perez, Agyei Augusto, Alaíde Costa, Leonor Silveira, Thomás Aquino, Rogério Brito, Andrea Marquee, Gilda Nomacce e Tuna Dwek.

Na manhã seguinte à exibição, integrantes da equipe participaram de um debate virtual comandado por Roger Lerina. Marcaram presença: Caetano Gotardo, um dos diretores; as atrizes Mawusi Tulani e Thaia Perez; e o compositor da trilha original e consultor de roteiro, Salloma Salomão.

Em sua apresentação, Gotardo falou sobre o problema que ocorreu na exibição do longa na noite anterior: “Infelizmente, ontem aconteceu um grave problema técnico na transmissão do filme. Eu acho importante deixar isso claro pra quem assistiu pela primeira vez nessa transmissão. Teve algum erro na compreensão do som para a TV. O som do filme não é como foi exibido. Muitas vezes os diálogos foram sobrepostos completamente pelos outros sons, pela música. O filme tem um trabalho de som muito delicado e tem uma narrativa sonora e musical importante. Mas, a maneira como ele foi exibido ontem não reflete o trabalho de som do filme. E isso prejudicou bastante a relação de algumas pessoas com o filme, pelo que a gente viu por meio de vários depoimentos. Além disso, os créditos finais foram acelerados. Não nos consultaram sobre isso, que também acho um profundo desrespeito com toda a equipe. Foi a primeira exibição do filme no Brasil e os créditos passaram em uma velocidade maior que o dobro. Existe uma canção nos créditos finais, composta pelo Salloma Salomão, que não tocou nem a metade. Foi impossível ler os nomes das pessoas que realizaram esse filme”.

Depois disso, Caetano contou sobre o início da ideia de Todos os Mortos: “O filme começou com uma ideia do Marco Dutra, que dirige e escreve comigo. Ele teve uma primeira ideia a partir de uma pesquisa que estava fazendo para outro projeto. Na nossa primeira conversa já ficou claro o que nos interessava em pensar nesse período histórico brasileiro: era no quanto víamos uma relação profunda entre aquele período e o período que estamos vivendo”.

todososmortosdebate2Debate virtual no Palácio dos Festivais em tempos de pandemia. 

Mawusi Tulani, que interpreta Iná Nascimento, falou sobre seu papel: “O que mais me encantou na minha personagem foi que realmente, até então pra mim, artista preta, nunca tinha sido apresentada a um personagem de época. Uma personagem que não passa só ao fundo. É uma personagem que tem algo a dizer, que traz sua subjetividade enquanto mulher preta. É uma mulher que quer mudar de vida. Conseguimos, de alguma maneira, introduzir no filme dados importantes da história da luta do povo preto. É extremamente gratificante fazer parte desse ponto de virada. A Iná traz uma nova experiência para dentro do cinema”.

O compositor Salloma Salomão fez um discurso importante e necessário durante a coletiva: “Tenho sido crítico dos filmes produzidos por uma elite branca brasileira, que sempre nos coloca, e também os indígenas, como materiais de estudo e exploração econômica e estética. Mas, raramente, os artistas da elite branca entram em contato direto conosco no corpo a corpo. Os filmes rendem prêmios, rendem visibilidade artística e intelectual, mas eles produzem uma leitura completamente distorcida da nossa presença política, econômica e, principalmente, cultural na formação do Brasil”.

E continuou, falando também de Todos os Mortos: “No meu entendimento, qual é a importância do filme do Caetano e do Marco? Eles produzem uma virada nessa produção de estereotipia, nessa máquina de deterioração da nossa construção, da nossa imagem. Ele desliga a chave da violência para conectarmos com experiências históricas, como os quatrocentos anos de dominação violenta do escravismo e da produção capitalista reacionária para uma alteração nessa historicidade. Ou seja, Caetano e Marco abrem uma janela temporal que nos permite ver os dez anos; ou entender esses anos de república que desaguam nessa coisa terrível, que atualmente é esse autoritarismo de barbárie que estamos vivendo. Nós tivemos autoritarismo o tempo inteiro, mas não nesse nível, que inclusive está atingindo a própria elite intelectual e artística branca. Caetano e Marco trazem uma nova sensibilidade. O filme é corajoso porque interpreta esse tempo de construção da modernidade reacionária brasileira a partir de São Paulo”.

*Você acompanha a cobertura do CINEVITOR por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

*Clique aqui e assista ao nosso segundo programa especial sobre o Festival de Gramado no IGTV, com entrevistas com a equipe do filme.

Fotos: Hélène Louvart, Dezenove Som e Imagens/Edison Vara, Agência Pressphoto.

Nomadland, de Chloé Zhao, é o grande vencedor do Festival de Toronto 2020

por: Cinevitor

nomadlandtoronto2020Frances McDormand em Nomadland, de Chloé Zhao: grande vencedor.

Foram anunciados neste domingo, 20/09, os vencedores da 45ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto. Conhecido como um termômetro para o Oscar, o festival, um dos mais importantes do mundo, entrega o prêmio de melhor filme para o longa mais votado pelo público. Neste ano, o drama Nomadland, de Chloé Zhao, se consagrou como o grande campeão.

Também premiado no Festival de Veneza, com o Leão de Ouro de melhor filme, o longa, protagonizado por Frances McDormand, conta a história de Fern, que parte na estrada com sua van depois de um colapso econômico em uma cidade na zona rural de Nevada. Na estrada, pelo oeste americano, ela passa a explorar a vida fora da sociedade convencional como uma nômade moderna.

Por conta da pandemia de Covid-19, a organização garantiu que as exibições presenciais estariam de acordo com os protocolos de segurança, respeitando o distanciamento social. Nos primeiros cinco dias, os filmes tiveram sessões físicas e a programação também apresentou exibições em drive-in. Pela primeira vez em sua história, o TIFF lançou uma plataforma digital para o festival com novas oportunidades de conexão com o público além de Toronto. Ao longo dos dez dias, a plataforma sediou exibições digitais, além de inúmeras palestras e eventos especiais. Os filmes elegíveis para o Prêmio do Público, tradicional e mais importante honraria do festival, foram exibidos em diversos cinemas drive-in e também de forma on-line.

Sobre a edição deste ano, Cameron Bailey, diretor artístico e codiretor do TIFF, disse: “Foi um ano que não esqueceremos tão cedo. A pandemia atingiu o TIFF fortemente, mas conseguimos manter nossa inspiração original: trazer o melhor do cinema para o público mais amplo possível e transformar a maneira como as pessoas veem o mundo através do cinema. Vimos como o público abraçou a capacidade do cinema de transportá-los através de telas de todos os tamanhos, juntando-se a nós virtualmente de todos o países, algo que nunca teríamos visto em anos anteriores. O TIFF cumpriu sua promessa de fornecer aos frequentadores do festival e à indústria uma programação impactante. Estamos muito orgulhosos”.

A diretora executiva do festival, Joana Vicente, também falou sobre a 45ª edição: “Os filmes e realizadores apresentados no festival deste ano deixaram-nos inspirados e emocionados. Em uma época em que o próprio futuro de nossa amada forma de arte era questionado devido às paralisações de produção, salas de cinema e cancelamentos de festivais, vimos uma tenacidade de espírito. Estamos entusiasmados com o fato de que 46% dos filmes exibidos este ano foram dirigidos, codirigidos ou criados por mulheres. Nos inspiramos na generosidade da indústria, que cedeu seu tempo para estar presente, virtualmente, em apoio ao festival”.

Além disso, o TIFF Tribute Actor Awards foi entregue para a atriz Kate Winslet e para o ator britânico Anthony Hopkins. A cineasta chinesa Chloé Zhao, grande vencedora deste ano, recebeu o TIFF Ebert Director Award, honraria que reconhece e homenageia um ilustre cineasta por sua excelente contribuição ao cinema. A diretora indiana Mira Nair recebeu o Jeff Skoll Award in Impact Media; o trompetista Terence Blanchard foi homenageado com o TIFF Variety Artisan Award; e a cineasta canadense Tracey Deer, de Beans, foi honrada com o TIFF Emerging Talent Award.

Apresentado pela Shawn Mendes Foundation, o Prêmio Changemaker 2020 foi concedido a um filme que abordava questões de mudança social. Enquanto isso, a Canada Goose abraçou a diversidade em todas as suas formas e definições, incluindo técnica e paixão que transporta a narrativa para a tela, e apresentou o Prêmio Amplify Voices aos três melhores filmes de cineastas sub-representados.

Entre os filmes desta edição, o cinema brasileiro estava representado por Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria, que também foi selecionado para a edição especial do Festival de Cannes deste ano. No longa, Antonio Pitanga dá vida a Cristovam, um homem simples do interior que precisa mudar de cidade em busca de melhores condições de vida e trabalho. Porém, ele precisa se adaptar a uma realidade diferente daquela que estava acostumado, sofrendo com a solidão e o preconceito dos moradores locais.

Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Toronto 2020:

MELHOR FILME | People’s Choice Award
Nomadland, de Chloé Zhao (EUA)
2º lugar: One Night in Miami, de Regina King (EUA)
3º lugar: Beans, de Tracey Deer (Canadá)

MELHOR DOCUMENTÁRIO | People’s Choice Documentary Award
Inconvenient Indian, de Michelle Latimer (Canadá)

PRÊMIO MOSTRA MIDNIGHT MADNESS | People’s Choice Award
Shadow In The Cloud, de Roseanne Liang (EUA/Nova Zelândia)

PRÊMIO CHANGEMAKER
Black Bodies, de Kelly Fyffe-Marshall (EUA/Canadá)

PRÊMIO AMPLIFY VOICES
Melhor Filme Canadense: Inconvenient Indian, de Michelle Latimer
Melhor Filme: The Disciple, de Chaitanya Tamhane (Índia) e La nuit des rois (Night of the Kings), de Philippe Lacôte (França/Costa do Marfim/Canadá/Senegal)
Menção Especial: Fauna, de Nicolás Pereda (México/Canadá) e Downstream to Kinshasa, de Dieudo Hamadi (Congo/Bélgica/França)

PRÊMIO IMDbPro | CURTA-METRAGEM
Melhor Filme: Dustin, de Naïla Guiguet (França)
Melhor Filme Canadense: Benjamin, Benny, Ben, de Paul Shkordoff
IMDbPro Short Cuts Share Her Journey Award: Sing Me a Lullaby, de Tiffany Hsiung (Canadá/Taiwan)
Menção Honrosa: O Black Hole!, de Renee Zhan (Reino Unido)

PRÊMIO FIPRESCI
Beginning (Dasatskisi), de Dea Kulumbegashvili (Geórgia/França)

PRÊMIO NETPAC
Gaza mon amour, de Tarzan Nasser e Arab Nasser (Palestina/França/Alemanha/Portugal/Qatar)

Foto: Divulgação/Searchlight Pictures.

Por que Você Não Chora?, de Cibele Amaral, abre a 48ª edição do Festival de Gramado

por: Cinevitor

porquevcnchoragramado2020Elenco em cena: Bárbara Paz e Carolina Monte Rosa.

A 48ª edição do Festival de Cinema de Gramado começou nesta sexta-feira, 18/09, em formato multi plataforma por conta da pandemia de Covid-19. Sem o evento presencial, as mostras competitivas são transmitidas pelo Canal Brasil e por streaming, no Canal Brasil Play. Pela TV, os espectadores podem acompanhar os longas-metragens brasileiros e estrangeiros e os curtas nacionais.

Com apresentação de Renata Boldrini e Marla Martins, direto do Palácio dos Festivais, a primeira noite contou com as exibições dos curtas 4 Bilhões de Infinitos, de Marco Antonio Pereira, e Receita de Caranguejo, de Issis Valenzuela. O longa argentino El silencio del cazador, de Martin Desalvo, também foi exibido.

A competição de longas-metragens brasileiros começou com Por que Você Não Chora?, de Cibele Amaral. O filme aborda o delicado tema do suicídio: Jéssica, interpretada por Carolina Monte Rosa, é muito fechada; Bárbara, papel de Bárbara Paz, é uma bomba relógio. As duas se encontram quando, no estágio da faculdade de psicologia, Jéssica atende Bárbara. A convivência leva Jéssica a questionar sua vida vazia e sem significado. O elenco conta também com Cristiana Oliveira, Elisa Lucinda, Maria Paula, Priscila Camargo, Rodrigo Brassoloto, Erik Doria, Valentina Cysne e Luciana Martuchelli.

Em 2004, a cineasta Cibele Amaral participou do Festival de Gramado com o curta-metragem Momento Trágico e ganhou quatro kikitos, entre eles, o de melhor filme segundo o júri popular. Agora, de volta ao evento gaúcho, falou sobre a repercussão de seu novo filme: “A reação foi gigante. O festival é muito importante e, mesmo virtual, tem um poder grande”, disse durante o debate virtual, comandado por Roger Lerina.

Sobre a ideia do projeto, comentou: “A pesquisa começa pela minha formação. Sou psicóloga e faço terapia a vida inteira. A questão do transtorno de Borderline foi algo que me tocou, pois eu tenho traços, e na faculdade mesmo eu fui me autodiagnosticando. É importante eu dizer isso, até por causa do estigma. E eu dei muito trabalho aos meus psicólogos. Em determinado momento, percebi que queria falar sobre esse transtorno e não sabia como”. E completou: “É um filme que fala sobre a vontade de viver e de morrer”.

barbarapazpqvcnchoraBárbara Paz interpreta uma mulher com Transtorno de Personalidade Borderline.

Em entrevista realizada por e-mail, na sexta-feira, antes da exibição, conversamos com o produtor do longa, Patrick de Jongh, que também assina a trilha sonora original. Confira:

ABORDAGEM DOS TEMAS

“Tivemos muito cuidado para não tratar o tema de forma superficial. O filme passou por diversas consultorias e sofreu alterações importantíssimas antes de chegar a esse resultado. Foi discutido por um grupo de psicólogos que trabalha com prevenção ao suicídio. Não temos o fenômeno do gatilho no filme, o que é muito importante. E também não glamourizamos o tema. O filme é uma oportunidade para debater, sem tabus, o sofrimento psíquico e a saúde mental. Cibele é psicóloga e eu vi o quanto ela estava preocupada em tratar este tema tão delicado da forma mais madura e autêntica possível”.

ELENCO

“Eu fiz questão de trazer a Elisa Lucinda para o elenco. Sempre gostamos muito do trabalho dela e do que ela tem a dizer como artista. Foi uma contribuição minha. A Cibele sempre quis a Carolina e a Bárbara nos papeis principais e eu acho que elas foram as escolhas perfeitas. Elas estão muito bem. A preparação do elenco foi feita pela própria diretora. Além dessas atrizes, temos a Cristiana Oliveira, que foi genial como a professora Do Carmo. A atuação dela traz muita credibilidade para o papel. Maria Paula, que é psicóloga na vida real, atuou como uma das psicólogas do filme e também está ótima. Priscila Camargo faz a ‘vilã’ na trama; é uma atriz experiente e talentosa, que não precisa dizer muito para transmitir uma carga muito grande de emoções”.

TRILHA SONORA

“A trilha é muito importante no filme. Ela revela um lado oculto da protagonista, um lado sombrio. Além disso, tem canções que são como um grito de mulheres que estão fartas da opressão machista. As vozes são todas femininas. Mas tem momentos em que entram músicas com letras bem machistas, cantadas por homens, e que servem – propositadamente – para mostrar como a nossa sociedade está impregnada por isso. Esse é o mundo no qual a protagonista vive, um mundo machista com músicas que objetificam a mulher”.

REPERCUSSÃO

“Gramado é uma vitrine da produção nacional, é muito importante. O filme está nascendo hoje, e já conseguimos perceber o tamanho do interesse que as pessoas possuem para conferir essa história e isso já é muito gratificante! O público quer falar sobre saúde mental, é um assunto urgente, que ganhou ainda mais força em meio a esse quadro mundial de pandemia no qual estamos todos vivendo. Esse momento fez a nossa atenção se voltar para todas essas questões emocionais, psicológicas e afetivas. Estamos mais sensíveis e suscetíveis a uma série de circunstâncias e chegou a hora de desmistificarmos esses assuntos, sem partir para a glamourização. E eu acho que o fato do filme ser lançado nesse momento carrega um valor muito especial. Nossa expectativa é que ele cresça, que tenha vida longa e que alcance seu público. O cinema nacional também atravessa uma crise e o reconhecimento das nossas obras por parte do público, da imprensa e dos veículos de difusão é vital”.

*Você acompanha a cobertura do CINEVITOR por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

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Foto: Divulgação/O2 Play.

43º Festival Guarnicê de Cinema: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor

noocodotempoguarniceHipolito Lucena no curta No Oco do Tempo, de Antonio Fargoni.

Foram anunciados, pela Universidade Federal do Maranhão, os selecionados para a 43ª edição do Festival Guarnicê de Cinema, que acontecerá entre os dias 14 e 21 de outubro, em formato híbrido com transmissão on-line pelas redes sociais e pela plataforma de streaming da Ufma.

Neste ano, a seleção conta com 51 títulos selecionados que resumem o melhor do cinema nacional na atualidade. Com isso, o público assistirá produções de alta qualidade técnica e conteúdos que vão despertar atitudes, provocar emoções e levar o internauta a novas narrativas sob o olhar diferenciado dos seus realizadores. O já tradicional evento acontece sempre em São Luís, capital do Maranhão.

A Mostra Competitiva Nacional de Longas terá nove filmes concorrentes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Maranhão e do Distrito Federal. A Mostra Competitiva Nacional de Curtas reunirá 23 filmes. Exclusivas para realizadores do Maranhão, haverá ainda as mostras maranhenses de curtas, que será disputada por 11 filmes estaduais, e a de videoclipes, com oito produções locais selecionadas para a competição. Por falta de quórum não acontecerão as Mostras Competitivas Maranhenses de Filmes Publicitários, Curtíssima e de Longas.

A pró-reitora de Extensão e Cultura, Zefinha Bentivi, destacou que os filmes locais e nacionais foram selecionados após uma rigorosa avaliação técnica da equipe de curadores: “Após criterioso trabalho técnico, a equipe da curadoria definiu os 51 filmes das mostras competitivas do 43º Guarnicê. Atendendo a uma orientação do reitor Natalino Salgado, realizaremos uma programação híbrida, com transmissão online dos filmes pela plataforma digital da Ufma. A abertura e o encerramento do festival será em formato do cinema drive-in, na Concha Acústica da Cidade Universidade Dom José Delgado”, afirmou.

O time de curadores foi formado por Carlos Benalves, Danielle Bertolini, Marla Silveira, Miguel Garcia, Maira Rocha e Marcus Lavarda. O júri da Mostra Nacional Competitiva contará com José Fernando Peixoto de Azevedo, Carol Benjamin e Sabrina Fidalgo; já a Mostra Maranhense terá Dida Maranhão, Stella Lindoso e Taciano Brito no júri.

Para esta edição, serão exibidos três filmes de abertura: O Paciente – O Caso Tancredo Neves, de Sergio Rezende; Selvagem, de Diego Costa; e Três Verões, de Sandra Kugot. Além disso, pelo menos doze ações formativas farão parte do evento: 6 oficinas, 3 master classes e 3 webnários, que serão realizados no canal do YouTube e na plataforma da AIC, Academia Internacional de Cinema.

E mais: o festival homenageará a importância da atuação dos profissionais de saúde durante a pandemia e também grandes nomes que fizeram parte da história do evento, como: o ator Othon Bastos, a atriz Dida Maranhão, o desenhista industrial Ezequiel Filho, e o ator e professor Luiz Pazzini.

Conheça os filmes selecionados para o 43º Festival Guarnicê de Cinema:

LONGAS NACIONAIS

A MULHER DA LUZ PRÓPRIA, de Sinai Sganzerla (SP)
A NOSSA BANDEIRA JAMAIS SERÁ VERMELHA, de Pablo Lopez Guelli (SP)
DIGA MEU NOME, de Juliana Chagas Gouveia (RJ)
NEGRO EM MIM, de Macca Ramos (SP)
SERTÂNIA, de Geraldo Sarno (CE)
SERVIDÃO, de Renato Barbieri (DF)
SOLDADOS DA BORRACHA, de Wolney Oliveira (CE)
TERMINAL PRAIA GRANDE, de Mavi Simão (MA)
VIDAS BARRADAS, de Cid Faria (DF)

CURTAS NACIONAIS

A PRAGA DO CINEMA BRASILEIRO, de Zefel Coff e William Alves (DF)
A VOLTA PARA CASA, de Diego Freitas (SP)
AÇAÍ, de André Cantuária (AP)
AMANHÃ, de Aline Flores e Alexandre Cristófaro (SP)
APERTO, de Alexandre Estevanato (SP)
AS VIAJANTES, de Davi Mello (SP)
BAILE, de Cíntia Domit Bittar (SC)
BARCO DE PAPEL, de Thais Scabio (SP)
DEPOIS, de Marcello Quintella e Boynard (RJ)
MOCINHO E BANDIDO, de Guto Bozzetti (RS)
MUCUNÃ, de Carol Correia (PE)
NEGUINHO, de Marçal Vianna (RJ)
NO OCO DO TEMPO, de Antonio Fargoni (PB)
O BALIDO INTERNO, de Eder Deó (PE)
OSMILDO, de Pedro Daldegan (DF)
PEGA-SE FACÇÃO, de Thais Braga (PE)
QUANTO PESA, de Breno Nina (MA)
RATOEIRA, de Romulo Sousa (AM)
RISCADOS PELA MEMÓRIA, de Alex Vidigal (DF)
SANGRO, de Tiago Minamisawa, Bruno H. Castro e Guto BR (SP)
SEREMOS OUVIDAS, de Larissa Nepomuceno (PR)
TEORIA SOBRE UM PLANETA ESTRANHO, de Marco Antonio Pereira (MG)
TERCEIRO ANDAR, de Deuilton B. Júnior (PE)

CURTAS MARANHENSES

3X MELHOR, de Andriolli Araújo
ANASTÁCIO, O VAGABUNDO, de Jean Goldenberg-Boás
CABOCLO DE PENA, de Calu Zabel, Gabriel Gutierrez e Paula Porta
CICATRIZES, de Nadson Paixão e Jhonzzy
COLIDIREMOS, de George Pedrosa
DEVANEIO, de Lucas Pessuti
ÉRAMOS TRÊS, de Fernando Braga
ESPERANÇA 1770, de Carmen Kemoly
PRINCESA DO MEU LUGAR, de Pablo Monteiro
QUERIDA!, de Geovane Camargo
VÍTOR, de Josh Baconi

VIDEOCLIPES MARANHENSES

BATIDÃO , de ENME
CAMBURÃO, de CARMEN KEMOLY e KARMA
DEIXA, de JEFFERSON CARVALHO
INTELECTO DE QUEBRADA, de CARMEN KEMOLY
KILLA, de ENME
LÁ FORA, de JEFFERSON CARVALHO
UMA NOITE, de JEFFERSON CARVALHO
VOCÊ BAGUNÇOU COMIGO, de YHAGO SEBAZ e ALLVDIN

MOSTRA OTHON BASTOS

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL, de Glauber Rocha
O PACIENTE – O CASO TANCREDO NEVES, de Sérgio Rezende
O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN, de Iberê Carvalho

MOSTRA MULHERES

ALFAZEMA, de Sabrina Fidalgo
AMORES DE CHUMBO, de Tuca Siqueira
AS MIL MULHERES, de Rita Toledo
CARNAVALHA, de Áurea Maranhão e Ramusyo Brasil
O HOMEM QUE RI, de Rose Panet
PI’Õ RÓMNHA MA’UBUMRÕI’WA – MULHERES XAVANTES COLETORAS DE SEMENTES, de Danielle Bertolini

MOSTRA CINEMA NÃO TEM IDADE

AMANHECENDO CICATRIZES, de Nelson Brauwers, Juarez Braga Zamberlan, Ivânio Dalagno e Valdinei de Vargas
DITADURA ROXA, de Matheus Moura
GAZ, de Helen Lopes
HOJE SOU FELICIDADE, João Luís e Tiago Aguiar
PELOS CORREDORES DE NOSSA CASA, de Bárbara Ferreira, Lipe Canêdo e Ricardo Murad
SORRISO, de J.C Oliveira

MOSTRA AP43

A GRÁVIDA DA CINEMATECA, de Christian Saghaard
AP43 LABS – ESTUDOS DE CENAS, de Nara Sakarê
AP43 – NARA SAKARÊ E O TRABALHO DE PREPARAÇÃO DO ATOR
CYLENE

MOSTRA ESCOLA DE CINEMA DO IEMA

A ESPERA, de Bruno Guerra e Jô Brandão
ALICES, de Isis Reis
ARTISTA DE RUA, de Renan Brandão
CARTA VERMELHA, de Josh Baconi e Nat Maciel
CONFIA EM MIM, de Luiza Travassos
CONSUMO-ME, realizado pela II Turma da Escola de Cinema IEMA
ESTATÍSTICA(S), de Nádia Maria
FAMÍLIA PERFEITA, de Wêrany Portugal
MARGEM, de Namíbya Aick
NAMORADEIRA, de Nayza Soares
O MÉTODO, de Bruno Guerra
OFF LIFE, de Valéria Veluz
OLHO QUE NÃO QUER VER, de Matheus Khrystian
QUAL SEU GRANDE SONHO?, de Guilherme Verde e Érico Alessandro
REC “POR TRÁS DAS LENTES”, de Isis Reis
SERÁ QUE ELA VOLTA?, de Isis Reis
TRAÇOS, de Bruno Guerra
VOCÊ É DIFERENTE, de George Pedrosa

Foto: Divulgação/Cinema Instantâneo.

Exclusivo: confira uma cena de Aos Olhos de Ernesto; filme já está disponível nas plataformas digitais

por: Cinevitor

aosolhosdeernestocenaexclusivaJorge Bolani e Jorge d’Elia em cena.

Com estreia programada para abril deste ano, Aos Olhos de Ernesto, de Ana Luiza Azevedo, teve sua estreia adiada por conta da pandemia de Covid-19. Agora, o longa foi lançado nesta quinta-feira, 17/09, nas plataformas Net Now, Vivo Play e Oi Play e também será exibido no Canal Brasil.

Além disso, seguindo as orientações do protocolo de segurança, o filme também entra em cartaz no Rio de janeiro, no drive-in Cinesystem; em Brasília, na sala Cineflix JK; e em Belém, no cinema Moviecom. Protagonizado pelo ator uruguaio Jorge Bolani, o longa é uma produção da Casa de Cinema de Porto Alegre e tem distribuição da Elo Company.

Premiado pela crítica na 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Aos Olhos de Ernesto também recebeu os prêmios de melhor filme pelo público e melhor ator, para o uruguaio Jorge Bolani, no 23º Festival Internacional de Cine de Punta del Este.

O longa teve sua estreia mundial em outubro no 24º Festival Internacional de Busan, na Coreia do Sul, o maior festival de cinema da Ásia, na categoria World Cinema. Muito bem recebido em terras asiáticas, foi considerado “ao mesmo tempo, bem-humorado, poético, sério e comovente”.

Com recepção similar por aqui, Aos Olhos de Ernesto foi laureado pela crítica da Mostra de São Paulo justamente “por tratar a solidão de maneira realista, sem abrir mão do humor e por apostar, com segurança, num estilo narrativo que dialoga tanto com cinéfilos, quanto com amplas plateias”. O longa também já foi exibido na Mostra Latina do Festival do Rio e no 41º Festival de Havana.

Na trama, a solidão, a amizade, o amor e as redescobertas na terceira idade permeiam a história de Ernesto, vivido pelo ator uruguaio Jorge Bolani, do filme Whisky. Aos 78 anos, o personagem, ex-fotógrafo uruguaio, se depara com uma crescente cegueira e as limitações diversas que acompanham a avançada idade. Viúvo e pai de filho único, Ramiro, papel de Julio Andrade, que vive longe, Ernesto ressignifica sua vida e os padrões da velhice ao conhecer a jovem Bia, interpretada por Gabriela Poester, que o ajuda, até mesmo a reencontrar um grande amor.

Também estão no elenco: Jorge d’Elia, como Javier, o vizinho de Ernesto; Glória Demassi, que vive Lucía, o amor uruguaio do protagonista; e as participações de Mirna Spritzer, Áurea Baptista, Janaína Kremer, Celina Alcântara e Marcos Contreras.

Escrito por Ana Luiza, em parceria com Jorge Furtado, o roteiro passou por laboratórios de desenvolvimento e teve consultoria do escritor cubano Senel Paz, autor de Morango e Chocolate. Entre diversos aspectos e processos de criação do filme, a mescla de várias culturas e o uso do portunhol são marcas do projeto.  A proximidade cultural entre as cidades do sul do Brasil, Uruguai e Argentina estão presentes na obra através da música, da língua e da literatura.

A história de Ernesto foi inspirada na vida do fotógrafo italiano Luigi Del Re: “O personagem surgiu a partir da história dele, fotógrafo italiano que vivia em Porto Alegre, e que com a idade e avanço da cegueira já não conseguia mais se corresponder com a irmã, que morava na França”, conta a diretora e roteirista. “Em homenagem a Luigi, usamos na direção de arte as suas fotos e equipamentos de filmagem para compor o universo de Ernesto e seu apartamento. Mas Ernesto não é só Luigi: é um pouco de nossos pais, e de nós mesmos”, complementa a cineasta.

Confira, com exclusividade no CINEVITOR, uma cena de Aos Olhos de Ernesto que mostra o hilário embate entre os personagens de Jorge Bolani e Jorge d’Elia, que enquanto jogam uma partida de xadrez disputam quem tem o pior exame de sangue:

Foto: Divulgação/Elo Company.

48º Festival de Cinema de Gramado: conheça os integrantes dos júris

por: Cinevitor

sabrinafidalgojurigramado2020Cineasta Sabrina Fidalgo: presidente do júri.

A 48ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que acontecerá entre os dias 18 e 26 de setembro, será multi plataforma. As mostras competitivas serão transmitidas pelo Canal Brasil e por streaming, no Canal Brasil Play. Pela TV, os espectadores poderão acompanhar os longas-metragens brasileiros e estrangeiros e os curtas brasileiros.

Um grupo de atrizes, atores, diretores, produtores e críticos compõem os diferentes júris das mostras competitivas deste ano. O júri dos Longas Brasileiros será composto por: Caco Ciocler, ator e diretor; pelo roteirista e diretor Jeferson De; pela atriz e roteirista Karine Telles; pelo pós-produtor Kiko Ferraz; e pela cineasta e roteirista Sabrina Fidalgo, que na noite da última quarta-feira, 16/09, foi eleita a presidenta do júri.

A premiada diretora e roteirista carioca já foi apontada pela publicação americana Bustle em oitavo lugar como uma das cineastas mais promissoras ao redor do mundo em uma lista com 36 diretoras internacionais. Seus filmes já foram exibidos em mais de 300 festivais no mundo, como o média-metragem Rainha, que ganhou mais de 20 prêmios. Recentemente, Sabrina também conquistou diversos prêmios com seu curta Alfazema, um dos finalistas ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.

“Acho que essa eleição aponta claramente para uma mudança definitiva de paradigmas sobre o fazer cinema no Brasil. Aponta para um caminho novo e sem volta sobre os olhares e decisões nesse setor que durante um século apagou tantas narrativas, carreiras e possibilidades de um fazer cinema democrático. Portanto, ser uma mulher negra na presidência do júri do festival de cinema mais tradicional do Brasil tem o significado do espírito do tempo do mundo atual; diverso e incluso. Nós, mulheres e homens negros, somos a maioria absoluta da população brasileira, mas estamos na base da pirâmide em frente e, sobretudo, atrás das câmeras, nas comissões julgadoras de editais, festivais e delegações de festivais internacionais”, avalia Sabrina.

Os integrantes do júri de Longas Estrangeiros são: o diretor de fotografia Bruno Polidoro; o diretor e roteirista Fabio Meira; a realizadora e produtora Lucia Caus; a diretora, roteirista e produtora Beatriz Seigner; e o ator e produtor Armando Babaioff.

Os Longas Gaúchos serão avaliados pelo cofundador da Cardume, streaming dedicado exclusivamente a filmes brasileiros, ator e bailarino Daniel Jaber; pelo curador das salas Derby e Museu do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco, Ernesto Barros; pelo produtor e documentarista Daniel Santiago; pela jornalista e crítica de cinema Cecilia Barroso; e por Tatiana Sager, sócia-diretora da produtora e distribuidora Panda Filmes.

Os nomes que irão avaliar os Curtas Brasileiros são: a diretora de fotografia, diretora e roteirista Safira Moreira; a roteirista, diretora e produtora Juliana Balhego; a diretora Nara Normande; o roteirista, produtor, sócio da Coelho Voador e diretor-geral do FRAPA, o maior Festival de Roteiro da América Latina, Leo Garcia; e Breno Nina, ator, roteirista e diretor.

Os jurados dos Curtas Gaúchos são: o jornalista, crítico e pesquisador de cinema Adriano Garrett; a professora universitária e diretora Karla Holanda; a atriz e presidenta da Academia Paraibana de Cinema, Zezita Matos; o sócio-fundador da produtora Grifa Filmes, Fernando Dias; e Maria Abdalla, fundadora, produtora cultural e diretora do Icumam Cultural e Instituto.

O Júri da Crítica, por sua vez, terá os seguintes integrantes: Isabel Wittmann, Amanda Aouad, Lúcio Vilar, Caroline Zatt da Silva e Matheus Pannebecker.

Clique aqui e relembre os filmes selecionados desta edição: longas e homenageados; curtas brasileiros; longas gaúchos; filme de encerramento; e curtas gaúchos.

Foto: Divulgação.

Aos Olhos de Ernesto

por: Cinevitor

aosolhosernestoposterDireção: Ana Luiza Azevedo

Elenco: Jorge Bolani, Gabriela Poester, Jorge D’Elía, Julio Andrade, Gloria Demassi, Áurea Baptista, Marcos Contreras, Kaya Rodrigues, Rossendo Rodrigues, Janaína Kremer, Celina Alcântara, Pedro Tergolina, Mirna Spritzer, Atena Beauvoir, Marina Minhote, Cristal Rocha.

Ano: 2019

Sinopse: Ernesto vem enfrentando as limitações da idade avançada como a solidão e a crescente cegueira, que ele acha que pode disfarçar de todos. Quando ficou viúvo, Ernesto aprendeu que envelhecer é ocupar os silêncios com um disco rodando, com os telefonemas do filho que mora longe, com as idas ao banco para buscar sua escassa aposentadoria, com rápidas visitas do vizinho Javier e a espera de uma nova carta de Lúcia. Mas Bia, uma descuidada cuidadora de cães, atropela a sua vida e coloca em risco seu metódico cotidiano. E Ernesto percebe que envelhecer pode ser rejuvenescer com a intensa companhia de uma menina que não tem nem trinta anos; que a vida e o amor são possíveis, até para quem tem quase 80 anos.

Nota do CINEVITOR:

nota-4-estrelas

7º Cine Kurumin – Festival de Cinema Indígena: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor

majurcinekuruminCena do curta Majur, de Rafael Irineu: selecionado.

A sétima edição do Cine Kurumin – Festival de Cinema Indígena acontecerá entre os dias 20 de setembro e 20 de outubro e, pela primeira vez, será realizado em formato totalmente on-line por conta da pandemia de Covid-19.

O evento, que apresenta títulos com temática indígena, conta também com debates e mostras especiais. Toda a programação estará disponível de maneira gratuita para o público.

Neste ano, os filmes selecionados abordam questões sobre a pandemia, a defesa dos territórios indígenas, questões de gênero, mulheres, LGBTQIA+, entre outros. A curadoria se dedicou a um trabalho intenso para conceber uma experiência virtual que potencialize as provocações e aprendizados que o cinema indígena traz.

O time de curadores foi formado por: Amandine Goisbault, Edgar Correa Kanaykõ, Graci Guarani, Olinda Muniz, Aline Frey, Sarah Shamash, Thaís Brito e Ana Carvalho.

Conheça os filmes selecionados para o 7º Cine Kurumin:

LONGA E MÉDIA-METRAGEM

ARA PYAU – PRIMAVERA GUARANI, de Carlos Eduardo Magalhães (Brasil)
BIMI SHU YKAYA, de Isaka Huni Kuin, Siã Huni Kuin e Zezinho Yube (Brasil)
PISADA FORTE, de Coletivo Beture Audiovisual
RÍO VERDE. EL TIEMPO DE LOS YAKURUNAS, de Alvaro Sarmiento e Diego Sarmiento (Peru)
TEKO HAXY – Ser Imperfeita, de Patrícia Ferreira e Sophia Pinheiro (Brasil)
UJIREI, de Mateo Sobode Chiqueno (Paraguai)
ZAWXIPERKWER KA’A – Guardiões da Floresta, de Jocy Guajajara e Milson Guajajara (Brasil)
VIROU BRASIL, de Coletivo Awá Guaja (Brasil)
TIEMPO DE LLUVIA, de Itandehui Jansen (México)
YAMIYHEX, AS MULHERES ESPÍRITO, de Sueli Maxakali e Isael (Brasil)

CURTA NACIONAL

BAKUËBOM BOMPISËN TËKIKBO (Meninos soprando cana fina), de Damë Bëtxun Matis, Chawa Wassa Matis, Damë Matis, Kaxë Mentuk Matis, Shapu Sibo Matis, Dani Matis, Damba Matis, Chawa Atsa Matis e Tumi Rieli Matis
Cartas Nhemongueta Kunhã Mbaraete, de Michele Kaiowá, Graciela Guarani, Patrícia Ferreira e Sophia Pinheiro
Entre Parentes, de Tiago de Aragão
Filhos de Guerreiros, de Sofia Amaral
Kapuakit Nëtë (Dia de caçada), de Damë Bëtxun Matis, Chawa Wassa Matis, Damë Matis, Kaxë Mentuk Matis, Shapu Sibo Matis, Dani Matis, Damba Matis, Chawa Atsa Matis e Tumi Rieli Matis
Majur, de Rafael Irineu
Sobre câmeras, espíritos e ocupações, de Lucinho Tavares Kanamari, Markus Schall Enk e Shapu Mëo Matis
Sonho de Fogo, de Alberto Alvares
Tupinambá, de Sebastián Arias, Sergio Guzzetti e Leandro Maldonado
Yvy reñoy, Semente da Terra, de Direção Coletiva da ASCURI

CURTA INTERNACIONAL

Biidaaban (the dawn comes), de Amanda Strong/Metis, Michif (Canadá)
Carlito Se Va Para Siempre, de Quentin Lazzaratto (Peru)
OChiSkwaCho, de Jules Koostachin (Canadá)
Shásh Jaa’: Bears Ears, de Angelo Baca (EUA)
Uma Semente de Ara Pyau, de Coletivo de Cine Ara Pyau. Mbyá-Guarani (Argentina/Brasil)

Foto: Divulgação.

9ª Mostra Ecofalante de Cinema: conheça os vencedores

por: Cinevitor

indianaraecofalantevenceIndianare Siqueira no documentário Indianara, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa.

Foram anunciados nesta quarta-feira, 16/09, os vencedores da 9ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais, que este ano foi realizado em formato on-line por conta da pandemia de Covid-19.

O documentário Indianara, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, se consagrou como o grande vencedor e foi premiado com o Troféu Ecofalante e quinze mil reais. O anúncio aconteceu em uma cerimônia de premiação virtual, transmitida ao vivo pelo Facebook e YouTube. Segundo o júri, composto por Beth Formaggini, Caru Alves de Souza e Kiko Goifman, Indianara “é um filme que tem uma personagem inacreditável, completamente surpreendente, forte e urgente. Ao mesmo tempo, o olhar da direção é muito cuidado. É um filme interessantíssimo, que não é do passado nem do futuro, é um filme do presente”.

O longa Estou me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes, recebeu Menção Especial do júri: “Por fazer uma crítica sagaz e criativa dos efeitos do empreendedorismo em uma população rural do Pernambuco, revelando a face mais brutal da indústria do tecido”. O colombiano Suspensão, de Simón Uribe, também recebeu Menção Especial: “É um documentário de grande força estética e narrativa que nos faz refletir sobre a reação da natureza às mudanças climáticas e às políticas desastrosas de governos latino-americanos, que nós bem conhecemos por aqui, com relação ao meio ambiente. Suspensão nos faz perceber com todos os nossos sentidos, através de uma linguagem inovadora, a grandiosidade da Floresta Amazônica e a fragilidade das suas populações”, disse o júri.

O documentário Soldados da Borracha, de Wolney Oliveira, foi o vencedor do Prêmio do Público na categoria longa-metragem. O filme documenta a saga de cerca de 60 mil brasileiros enviados para a região amazônica pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial em um mirabolante plano para extrair látex, material estratégico imprescindível para a vitória dos Aliados.

O grande vencedor do Concurso Curta Ecofalante foi O Verbo Se Fez Carne, de Ziel Karapotó, da Universidade Federal de Pernambuco. No filme, o diretor utiliza seu corpo para denunciar cinco séculos de colonização e suas consequências nos povos originários. Segundo o júri, composto por Felipe André Silva, Gabriela Yamaguchi e Kênia Freitas, o filme foi escolhido “por abordar de forma poética e fabular temas centrais ao cinema brasileiro como a colonização e a perseguição ainda permanente dos povos indígenas, com uma experimentação formal e performática precisa e incisiva”. O curta ganhou o Troféu Ecofalante e R$ 4 mil de prêmio.

O vencedor do Prêmio do Público do Concurso Curta Ecofalante foi Hoje Sou Felicidade, dos diretores João Luís e Tiago Aguiar, da Universidade Federal de Pernambuco. O curta tem como protagonista Aldir Felicidade: negro, cadeirante, periférico e intérprete de samba 14 vezes campeão de desfile das escolas de samba no carnaval do Recife. Novidade desta edição, a Mostra Ecofalante criou dois novos prêmios escolhidos pelo público: melhor filme do Panorama Internacional Contemporâneo e Melhor Filme da Mostra.

Conheça os vencedores da 9ª Mostra Ecofalante de Cinema:

COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | LONGAS

Melhor Filme: Indianara, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa (Brasil)
Menção Especial: Estou me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes (Brasil) e Suspensão, de Simón Uribe (Colômbia)

COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | MÉDIAS E CURTAS

Melhor Filme: Mamapara, de Alberto Flores Vilca (Peru/Argentina/Bolívia)
Menção Especial: O Delegado, de Samuel Moreno Alvarez (Colômbia) e Guaxuma, de Nara Normande (Brasil)

CONCURSO CURTA ECOFALANTE

Melhor Filme: O Verbo Se Fez Carne, de Ziel Karapotó (Universidade Federal de Pernambuco)
Menção Especial: Território: nosso corpo, nosso espírito, de Clea Torres e João Paulo Fernandes (Universidade Federal de Mato Grosso) e Estado de Neblina, de Bruno Ramos (Centro Universitário Senac)

PRÊMIO DO PÚBLICO | COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | LONGAS

1º: Soldados da Borracha, de Wolney Oliveira (Brasil)
2º: Amazônia Sociedade Anônima, de Estevão Ciavatta (Brasil)
3º: Indianara, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa (Brasil)

PRÊMIO DO PÚBLICO | PANORAMA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO

1º: Triste Oceano (Blue), de Karina Holden (Austrália)

PRÊMIO DO PÚBLICO | COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | MÉDIAS E CURTAS

1º: Resplendor, de Claudia Nunes e Erico Rassi (Brasil)
2º: Por Trás da Cortina Verde, de Caio Silva Ferraz e Paulo Plá (Brasil)
3º: Mitos Indígenas em Travessia, de Julia Vellutini e Wesley Rodrigues (Brasil)

PRÊMIO DO PÚBLICO| CONCURSO CURTA ECOFALANTE

1º: Hoje sou Felicidade, de João Luís e Tiago Aguiar (Universidade Federal de Pernambuco)
2º: Ângelo, de Mariana Machado (Universidade Federal de Minas Gerais)
3º: Cidade de Quem Corre, de Fernando Martins (curso É Nóis Na Fita)

PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR FILME DA 9ª MOSTRA ECOFALANTE

Soldados da Borracha, de Wolney Oliveira (Brasil)

Foto: Divulgação/O2 Play.