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Festival de Veneza 2022: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Alice Diop: dois prêmios para Saint Omer.

Foram anunciados neste sábado, 10/09, os vencedores da 79ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza. O júri, presidido pela consagrada atriz norte-americana Julianne Moore, concedeu o Leão de Ouro de melhor filme, prêmio máximo do evento, para o documentário All the Beauty and the Bloodshed, de Laura Poitras.

Completavam o time de jurados da Competição Internacional deste ano: Mariano Cohn, cineasta e roteirista argentino premiado em Veneza pela comédia dramática O Cidadão Ilustre; a atriz iraniana Leila Hatami; o diretor italiano Leonardo Di Costanzo, que recebeu diversos prêmios em Veneza pelo drama L’intervallo; Audrey Diwan, cineasta francesa que recebeu o Leão de Ouro na edição passada pelo drama O Acontecimento; o escritor nipo-britânico Kazuo Ishiguro, vencedor do Nobel de Literatura em 2017; e Rodrigo Sorogoyen, cineasta espanhol indicado ao Oscar pelo curta-metragem Madre.

Vale destacar que o brasileiro Pedro Harres foi premiado nesta edição na mostra Venice Immersive com From the Main Square, uma experiência interativa em realidade virtual; a obra é uma produção da Alemanha. Em seu discurso, falou sobre a crise que o audiovisual brasileiro enfrenta atualmente: “Eu sou um cineasta brasileiro e andando por aqui você não consegue ver uma bandeira do Brasil. O motivo da ausência de produções brasileiras na programação é porque não temos apenas um governo que é contra a democracia, mas que também é contra o cinema”.

Já na mostra Orizzonti, o júri foi presidido pela cineasta espanhola Isabel Coixet, premiada em Veneza por A Vida Secreta das Palavras, e contou também com: Laura Bispuri, diretora e roteirista italiana, que se destacou no festival com Il paradiso del pavone; o produtor e diretor americano Antonio Campos; Sofia Djama, cineasta argelina premiada em Veneza com Les bienheureux; e o crítico de cinema Edouard Waintrop.

Para escolher o vencedor do Leão do Futuro, prêmio que elege o melhor filme de estreia da seleção, o júri foi presidido pelo cineasta italiano Michelangelo Frammartino, que recebeu o Prêmio Especial do Júri no ano passado por Il Buco. O time completou-se com: Jan P. Matuszynski, produtor e diretor polonês, que passou por Veneza com Sem Deixar Rastros; Ana Rocha de Sousa, cineasta e atriz portuguesa, que foi premiada no festival com Listen; Tessa Thompson, atriz e cantora americana; e Rosalie Varda, produtora, atriz e figurinista francesa, indicada ao Oscar por Visages, Villages, documentário dirigido por sua mãe Agnès Varda ao lado de JR.

Os homenageados desta 79ª edição, que receberam o Leão de Ouro honorário, foram: a atriz francesa Catherine Deneuve e o cineasta e roteirista norte-americano Paul Schrader.

Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Cinema de Veneza 2022:

COMPETIÇÃO OFICIAL

MELHOR FILME | LEÃO DE OURO: All the Beauty and the Bloodshed, de Laura Poitras (EUA)
GRANDE PRÊMIO DO JÚRI | LEÃO DE PRATA: Saint Omer, de Alice Diop (França)
MELHOR DIREÇÃO | LEÃO DE PRATA: Luca Guadagnino, por Bones and All
PRÊMIO COPPA VOLPI | MELHOR ATRIZ: Cate Blanchett, por Tár
PRÊMIO COPPA VOLPI | MELHOR ATOR: Colin Farrell, por The Banshees of Inisherin
MELHOR ROTEIRO: The Banshees of Inisherin, escrito por Martin McDonagh
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: Khers nist (No bears), de Jafar Panahi (Irã)
PRÊMIO MARCELLO MASTROIANNI | ATOR/ATRIZ EM ASCENSÃO: Taylor Russell, por Bones and All

MOSTRA ORIZZONTI

MELHOR FILME: Jang-e jahani sevom (World War III), de Houman Seyedi (Irã)
MELHOR DIREÇÃO: Tizza Covi e Rainer Frimmel, por Vera
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: Chleb i sól (Bread and Salt), de Damian Kocur (Polônia)
MELHOR ATRIZ: Vera Gemma, por Vera
MELHOR ATOR: Mohsen Tanabandeh, por Jang-e jahani sevom (World War III)
MELHOR ROTEIRO: Blanquita, escrito por Fernando Guzzoni
MELHOR CURTA-METRAGEM: Snow in September, de Lkhagvadulam Purev-Ochir (França/Mongólia)

VENICE IMMERSIVE | REALIDADE VIRTUAL

Melhor Experiência: The Man Who Couldn’t Leave, de Singing Chen (Taiwan)
Grande Prêmio do Júri: From the Main Square, de Pedro Harres (Alemanha)
Prêmio Especial do Júri: Eggscape, de Federico Heller, German Heller e Jorge Tereso (Argentina)

OUTROS PRÊMIOS

LEÃO DO FUTURO | MELHOR FILME DE ESTREIA: Saint Omer, de Alice Diop (França)
MELHOR FILME | MOSTRA ORIZZONTI EXTRA | PRÊMIO DO PÚBLICO: Nezouh, de Soudade Kaadan (Reino Unido/Síria/França)
MELHOR FILME RESTAURADO | VENICE CLASSICS: A Marca do Assassino (Koroshi no rakuin), de Seijun Suzuki (1967)
MELHOR FILME | VENICE CLASSICS DOCUMENTÁRIO: Fragments of Paradise, de KD Davison (EUA)

PREMIAÇÕES PARALELAS

PRÊMIO FIPRESCI | COMPETIÇÃO: Argentina, 1985, de Santiago Mitre (Argentina/EUA)
PRÊMIO FIPRESCI | ORIZZONTI E MOSTRAS PARALELAS: Autobiography, de Makbul Mubarak (Indonésia/França/Alemanha/Polônia/Singapura/Filipinas/Qatar)
QUEER LION AWARD: Aus meiner Haut (Skin Deep), de Alex Schaad (Alemanha)
GRANDE PRÊMIO | Venice International Film Critics Week: Eismayer, de David Wagner (Áustria)
MELHOR CURTA-METRAGEM | SIC | Venice International Film Critics Week: Puiet, de Lorenzo Fabbro e Bronte Stahl (Itália/EUA/Romênia)
MELHOR DIREÇÃO | SIC | Venice International Film Critics Week: Maria Guidone, por Albertine Where Are You?

Clique aqui e confira a lista completa com os prêmios paralelos, eleitos de forma independente por associações de críticos de cinema, cineclubes e associações culturais e profissionais do cinema.

Foto: Divulgação/La Biennale di Venezia.

FRAPA 2022: conheça os vencedores do 10º Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre

por: Cinevitor
Lay Gonçalves e Danny Barbosa no curta Adão, Eva e o Fruto Proibido, de R.B. Lima.

O FRAPA, Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre, é o primeiro e maior evento inteiramente voltado ao roteiro de cinema e televisão na América Latina. A intensa programação inclui concursos de roteiro (longa-metragem e piloto de série), laboratório de roteiro, pitchings, mesas de debates, workshops, master classes, estudos de caso, sessões comentadas, mostra de longas, rodadas de negócios e mostra competitiva de curtas-metragens.

Inspirado em festivais do gênero consagrados nos Estados Unidos e na Europa, o FRAPA surgiu em 2013 para valorizar a importância do roteiro em qualquer obra audiovisual: filme, série, novela ou programa de TV. Desde então, o festival vem crescendo ano a ano, tanto em número de atividades como em participantes, convidados, players e parcerias institucionais.

Nesta décima edição, que aconteceu em formato presencial entre os dias 6 e 9 de setembro, na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, o evento recebeu mais de 500 pessoas, entre convidados, players e inscritos de todo o país; mais de 400 roteiros de todo o Brasil foram inscritos para o 10º FRAPA.

Os vencedores do concurso de longa e piloto de série recebem o prêmio em dinheiro de cinco mil reais oferecido pelo FRAPA e pela Conspiração Filmes, com opção de consultoria do núcleo de desenvolvimento da última, além de várias outras premiações. O vencedor da categoria de longas recebe o Prêmio Paradiso no valor de cinco mil reais, que pode ser investido em formação ou desenvolvimento, oferecido pelo Projeto Paradiso.

Conheça os vencedores do FRAPA 2022:

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS

Melhor Roteiro: Adão, Eva e o Fruto Proibido, escrito por R.B. Lima
Melhor Roteiro | Júri Popular: Tecido, Sigilo, de Lucílio Jota
Melhor Personagem: elenco de Chão de Fábrica; Alice Marcone, Helena Albergaria, Carol Duarte e Joana Castro
Melhor Diálogo: Adão, Eva e o Fruto Proibido, escrito por R.B. Lima; na cena sobre não conseguir ser o pai, mas ser a melhor mãe possível
Melhor Cena: quando os militares vão anunciar a partida da mãe para o espaço em Sideral, de Carlos Segundo
Melhor Final: Chão de Fábrica, escrito por Nina Kopko e Tainá Muhringer
Melhor Título: Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui, de Érica Sarmet
Menção Honrosa: Tecido, Sigilo, de Lucílio Jota

CONCURSO DE ROTEIROS | LONGA-METRAGEM

Melhor Roteiro: Eu Roubei a Chuva por Amor, de Rafael Assunção
Menção Honrosa: Arroz de Hauçá, de Camila Ribeiro

CONCURSO DE ROTEIROS | PILOTO DE SÉRIE

Melhor Roteiro: O Bom Selvagem, de Thales Felipe
Menção Honrosa: Manual da (Não Tão) Nova L, de Andrezza Czech

Foto: Divulgação.

Curta Caicó 2022: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Ana Heloiza Ribeiro no curta Hospital de Brinquedos, de Georgina Castro.

Foram anunciados nesta sexta-feira, 09/09, em uma live apresentada por Vitor Búrigo no YouTube, os selecionados para as mostras competitivas e paralelas da quinta edição do Curta Caicó, que acontecerá em formato híbrido entre os dias 3 e 8 de outubro.

Ao todo, serão exibidos 82 filmes que irão compor as diversas mostras do festival, entre as quais a Nacional, Potiguar, Seridó e Nordeste. O festival também contará com mostras paralelas temáticas que homenageiam antigos cinemas de Caicó: Cine Alvorada (curtas fantásticos e futuristas), Cine Pax (diversidade), Cine Rio Branco (infantojuvenil) e Cine São Francisco (filmes universitários); outras mostras especiais compõem o restante da programação.

Com programação completamente gratuita, os filmes serão exibidos no Cineland, sala de cinema de Caicó e nas universidades locais. Haverá também exibições dentro do projeto Kurta na Kombi, em bairros e comunidades rurais de Caicó; a programação também estará disponível na plataforma de streaming do festival.

Os filmes concorrerem a várias premiações especiais, como: Prêmio Místika e Prêmio Tarrafa de Distribuição; além do Prêmio da Crítica, concedido pela ACCiRN, Associação de Críticas do Cinema do Rio Grande do Norte. O público também escolherá os vencedores do júri popular, mediante cadastro básico no site oficial.

Realizado no interior do Rio Grande do Norte, o festival vem se consolidando como uma importante vitrine de exibição e fomento ao cinema nacional. Para esta edição, o evento recebeu 813 inscrições de todo o país, acumulando mais de 3.200 filmes inscritos em cinco edições do festival: “Fomentar o audiovisual no interior do Rio Grande do Norte é uma das missões do Curta Caicó. E a cada edição percebemos que há um interesse maior dos realizadores do Seridó em produzir filmes e encaminhar para o festival”, disse Raildon Lucena, diretor do festival.

A curadoria das mostras Potiguar e Seridó foi realizada por Daniel Jaber e Luciana Damasceno, fundadores da Cardume, streaming que visa fomentar e difundir o mercado para curtas-metragens brasileiros. Já a curadoria da Mostra Nacional, e das demais mostras paralelas, ficou sob responsabilidade do Núcleo de Mídias Digitais Machado Bittencourt da Universidade Estadual da Paraíba, tendo como curadores: Hipólito Lucena, Rebbeca Souza, Francisco Haniel, Gabriel Heitor e Giovanna Azevedo.

Conheça os filmes selecionados para o 5º Curta Caicó:

MOSTRA ACAUÃ | NACIONAL

Andrômeda, de Lucas Gesser (DF)
Ausências, de Antonio Fargoni (SP)
Cervos de Papel, de Guilherme G. Pacheco (RS)
Benzedeira, de San Marcelo e Pedro Olaia (PA)
Céu de Agosto, de Jasmin Tenucci (SP)
Ímã de Geladeira, de Carolen Meneses e Sidjonathas Araújo (SE)
Memória de quem (não) fui, de Thiago Kistenmacker (RJ)
Nazaré: do verde ao barro, de Juraci Júnior (RO)
O Pato, de Antônio Galdino (PB)
O que resta, de Nathan Cirino (PB)

MOSTRA POTIGUAR

Abandono, de Seo Cruz e Marcos Bulhões
Cordel da Vila: a rainha louca contra o escandaloso, de Gil Leal
Entenebrecida, de Rafael Bacelar
Impermanentes, de Manoel Batista e Julio Castro
Maleme, de Lígia Kiss
Orange, de Wallacy Medeiros
Papa-Jerimum, de Harcan Costa e Clara Leal
Sideral, de Carlos Segundo
Time de Dois, de André Santos
Vila de Bilros, de Dênia Cruz

MOSTRA SERIDÓ

Aula Fora de Sala: Possidônio Silva, de Igor Gomes
Casa Velha, de Ilanna Thalma
Castelo da Xelita, de Lara Ovídio
Corpo Seco, de Bruno César
Morada, de Osani
Olho D’água, de João Batista e Ivan Russo
Olho em Perfeito Silêncio para as Estrelas, de Dynho Silva

MOSTRA NORDESTE

Aluísio, o silêncio e o mar, de Luiz Carlos Vasconcelos (PB)
A Pizza, de Fábio DeSilva (RN)
Da boca da noite à barra do dia, de Tiago Delácio (PE)
Dionísia, poema além da floresta, de Nilson Eloy (RN)
Eu Sou Raiz, de Cíntia Lima e Lílian de Alcântara (PE)
Querida Abayomi, de Sebastião Formiga (PB)
Regresso ou alguma coisa que criamos sobre nós, de Maycon Carvalho (PB)
Um Som de Resistência, de Genilson de Coxixola (PB)

MOSTRA RIO BRANCO | INFANTOJUVENIL

5 Fitas, de Heraldo de Deus e Vilma Martins (BA)
Aurora – A rua que queria ser um rio, de Radhi Meron (SP)
Biscoito de Barro, de Deleon Souto (PB)
Entre Muros, de Gleison Mota (BA)
Hospital de Brinquedos, de Georgina Castro (CE)
Meu Nome é Maalum, de Luísa Copetti (RJ)
Nem Todas as Manhãs são Iguais, de Fabi Melo (PB)
O Sonho de Zezinho, de Edmundo Lacerda (BA)

MOSTRA CINE PAX | DIVERSIDADE

Canudos em Minha Pele, de Rosa Amorim (PE)
Cem Pilum – A História do Dilúvio, de Thiago Morais (AM)
Incúria, de Tiago A. Neves (PB)
Luazul, de Letícia Batista e Vitória Liz (SP)
Meia lata d’água ou lagarto camuflado, de Plínio Gomes (BA)
O Crime da Penha, de Daniel Souza Ferreira e Dudu Marella (SP)
Quantos Mais?,  de Lucas de Jesus (BA)
Todos os prêmios que eu nunca te dei, de Caio Scot (RJ)

MOSTRA CINE S. FRANCISCO | UNIVERSITÁRIA

Cidade Sempre Nova, de Jefferson Cabral (RN)
Como respirar fora d’água, de Júlia Fávero e Victoria Negreiros (SP)
Estas Lápides Onde Habitamos, de Ana Machado e Vitor Artese (SP)
Longe de Casa, de Esdras Marchezan e Izaíra Thallita (RN)
Para Além das Tragédias, de Rafael Oliveira (BA)
Quando eu soltar a minha voz, de Guilherme Telles (RJ)
Traços, de Carol Moraes (RJ)
O Último Cinema de Rua, de Marçal Viana (RJ)

MOSTRA CINE ALVORADA

A Botija, o Beato e a Besta-fera, de Túlio Beat (PE)
Areia Negra, de Bruno Albuquerque (CE)
Contravozes, de Rafael Ghiraldelli (SP)
Desejo, de Tássia Dhur (MA)
Noite Macabra, de Felipe Iesbick (RS)
The Moons, de Gabriel Kalim Mucci (SP)
Trabalho é campo de guerra, de Pedro Carcereri (MG)
Vale do Vento Eterno, de Pedro Medeiros (RN)

MOSTRA FOCO

XXI pega de boi no mato na fazenda Pitombeira, de Nelder Medeiros (RN)
Corpos Negros na Arte, de Lenilda Sousa (RN)
História do cinema antigo de Mossoró – parte 1, de Luiza Gurgel (RN)
Marisqueiras da RDS Ponta do Turbarão/RN, de Alexandre Santos e Meysa Medeiros (RN)
Só Podia Ser em Pedro Velho, de Diego Sevla (RN)

SESSÃO ESPECIAL | PANORAMA 1: MEMÓRIAS

Da Janela Vejo o Mundo, de Ana Catarina Lugarini (PR)
Essa Saudade, de Yan Araujo (PB)
Ilusões Perdidas, de Guilherme Telli (SP)
Maré, de Mirela Kruel e Jaques Rangel (SC)
Sei que tudo é memória, de Nathália Oliveira (RJ)

SESSÃO ESPECIAL | PANORAMA 2: VOZES

A Casa do Caminho, de Renan Montenegro (DF)
Cidade Entre Rios, de Leonardo Mendes e Weslley Oliveira (PI)
Dois Riachões: Cacau e Liberdade, de Fellipe Abreu e Patrícia Moll (SP)
O Elemento Tinta, de Luiz Maudonnet e Iuri Salles (SP)
Portugal Pequeno, de Victor Quintanilha (RJ)

Foto: Irene Bandeira.

Quebrando Mitos, de Fernando Grostein Andrade e Fernando Siqueira, estreia no dia 16 de setembro

por: Cinevitor
Jean Wyllys em cena do documentário.

Seja nas telas, no papel ou nas mídias sociais, o histórico do cineasta Fernando Grostein Andrade se pauta na defesa dos direitos humanos. No documentário Quebrando Mitos, que divide a direção com o ator e cantor Fernando Siqueira, o paulistano de 41 anos destrincha a masculinidade frágil e catastrófica de Jair Bolsonaro, através de um olhar biográfico.

O filme, que estreia na página oficial do projeto (clique aqui) no dia 16 de setembro, investiga ainda como o governante, cuja candidatura era antes considerada por muitos uma piada, usou o ódio aos LGBTQs como alavanca eleitoral para pavimentar o seu caminho ao poder.

“Masculinidade não precisa ser catastrófica. É importante dizer que isso não é uma crítica ao masculino, afinal sou um homem gay. Não estou falando que os homens não têm que participar do poder. Estou dizendo que o poder precisa ser dividido, cabe mais gente. Quando todo mundo olha uma coisa pelo mesmo lado, todo mundo só enxerga o mesmo ângulo. Quem perde é a sociedade, porque eliminamos assim a inteligência coletiva”, afirma Andrade.

Desde que lançou o documentário Quebrando o Tabu, em 2011, no qual defende que o tema das drogas deveria ser tratado como questão de saúde e não com punição criminal, o cineasta vem sofrendo ataques de ódio. As ameaças aumentaram em 2017, quando assumiu publicamente a sua orientação sexual no vídeo Cê Já Se Sentiu um ET?, veiculado em sua página no YouTube. No curta de 15 minutos, ele expõe de forma bem-humorada o seu processo de autoaceitação com o intuito de ajudar outras pessoas reprimidas em situação semelhante à que viveu.

Em 2018, entretanto, a hostilidade chegou ao limite. Por conta de críticas ao então candidato presidencial Jair Bolsonaro, recebeu uma mensagem que o advertia a parar de falar de política, caso contrário “o seu velório seria com o caixão lacrado”. A ameaça à sua segurança, somada a um longo histórico de intolerância, assédio e acusações, foi o estopim para a sua decisão de deixar o país: “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem tinha feito o filme Quebrando o Tabu, me botou em contato com um advogado que apontou risco à minha segurança e relatou que setores do judiciário e da polícia estavam comprometidos com células de ódio. Disse também que era melhor eu ficar quieto, mas isso é impossível para uma pessoa que é conhecida pelos amigos como um sincericida”, explica Andrade.

Cerca de dez meses depois de se mudar para Los Angeles, em 2019, sentiu-se na obrigação de fazer um filme contra as posições do governante, já que, segundo ele, “o privilégio vem acompanhado de responsabilidade”. No documentário, que tem codireção da finlandesa Claudia Virkkila, o diretor revela suas fragilidades em primeira pessoa, com o propósito de estimular e ampliar a discussão entre LGBTQs e seus familiares, além de aproximar indivíduos com visões políticas distintas, ajudando indecisos a votarem conscientemente.

“Grande parte dos LGBTQs têm uma família conservadora e vice-versa. Debater é sempre bom, porém é fundamental qualificar o debate. Para o filme, fizemos uma ampla pesquisa, bem como uma profunda reflexão, e é essa a nossa contribuição às famílias e eleitores”, disse Fernando, que foi nomeado Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial, em 2019, e obteve bolsas de estudo nas universidades de Harvard (programa de liderança) e Virginia (liderança em equidade racial), em 2021.

O documentário traça um paralelo entre a vida de Andrade e a de Bolsonaro, alternando material de arquivo com novas imagens e entrevistas com políticos, jornalistas, pensadores, líderes sociais e ativistas, além de amigos de infância e pessoas próximas ao presidente em exercício.

Ao terminar o primeiro corte, o cineasta consultou colegas de confiança do meio audiovisual, como o cineasta Sérgio Machado e o compositor Antonio Pinto, responsável pela trilha sonora do projeto, pois ficou com a impressão de que o resultado estava sombrio demais: “O filme começou totalmente focado na história e vida do Bolsonaro e acabou ficando muito difícil de assistir. Ficou pesado, tinha muita desgraça, muito ódio, muita coisa negativa. O Sérgio e o Antonio sugeriram que houvesse mais cenas delicadas, e o Fernando [Siqueira] achou que essa delicadeza deveria se expressar através da ênfase na resistência e na vida LGBTQ”, recorda Fernando.

Após finalizar a versão inicial do filme, o diretor teve um burnout e achou mais prudente fazer uma pausa. No período, encontrou no piano um refúgio e começou a fazer música com Fernando Siqueira. O que era para ser algo despretensioso transformou-se em um álbum, atualmente em pós-produção, de 13 faixas. Uma delas, a música sobre o exílio, California, criada por Siqueira, foi adaptada para o documentário: “A maior parte das músicas são compostas pelo Fernando [Siqueira], que toca piano e violão. Eu também compus algumas canções no teclado e, como estudei Engenharia de Som, por conta própria, fiz a produção musical. California não foi feita especialmente para o filme, mas sentimos que se encaixava perfeitamente e acabou sendo um dos destaques da trilha”.

A segunda versão do longa-metragem começou a tomar corpo quando Siqueira, que estudou roteiro na USC, University of Southern California, direção em cursos no Instituto de Sundance, atuação no William Esper Studio e mídias sociais no MIT, Massachussetts Institute of Technology, se aproximou e apontou a câmera para o cineasta: “A minha geração tem orgulho de ser queer. Eu cresci com muito mais referências LGBTQs na minha infância e adolescência. Isso tem muita força. Desde que filmamos o Cê já se sentiu um ET? eu vejo o Fê se sentir cada vez mais confortável em ser quem é. Acho admirável o quanto ele se propõe em desafiar as normas que foram impostas pela geração dele”, disse Siqueira.

A iniciativa o ajudou a encontrar novos ângulos, histórias e, acima de tudo, recuperar a autoestima. Em seguida, começou a dividir a montagem com o marido, que passou a oficialmente assinar a direção do projeto: “Você precisa de muita força para expor a sua história diante da câmera. Temos uma relação de muita confiança um no outro, tanto do que está funcionando do ponto de vista da música como no da montagem, da cena. Viramos uma dupla criativa. O frescor e a leveza da alma dele contribuíram para trazer o lado das flores, porque antes o filme era só balas”, conta Andrade, cuja filmografia inclui, entre outros, Na Quebrada, Abe e o documentário Coração Vagabundo, sobre Caetano Veloso.

Produzido pela Film Soul, nova produtora de Andrade, o longa-metragem contou com uma série de contribuições valiosas ao longo do processo de três anos de concepção. O roteiro é de Carol Pires, de Democracia em Vertigem e Greg News; o time de montagem, por sua vez, traz experientes nomes do segmento, como Helio Villela, Suzanne Spangler, Silvia Hayashi, Arthur Andrade e Doug Abel, também produtor executivo de Quebrando Mitos.

“A contribuição que eu faço com esse filme é o resgate da essência em detrimento da aparência e para isso precisamos olhar para a estrutura. É um pedido para retomarmos o eixo da esperança, da luz e da construção, ao invés do eixo do ódio e do medo”, conclui.

Assista ao trailer de Quebrando Mitos:

Foto: Divulgação.

32º Cine Ceará anuncia curtas e longas selecionados para a Mostra Olhar do Ceará

por: Cinevitor
Safira O’hara no longa Afeminadas, de Wesley Gondim.

Foram selecionados quatro longas-metragens e dez curtas para a Mostra Olhar do Ceará da 32ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá entre os dias 7 e 13 de outubro, em Fortaleza.

Nesta edição, além dos curtas, os longas da mostra serão exibidos no Cinema do Dragão. Os filmes da Competitiva Ibero-americana de longa-metragem, anunciados na semana passada, serão exibidos no Cineteatro São Luiz. Com toda a programação gratuita, o festival volta ao formato 100% presencial.

“Nos longas, os documentários dominam. Mas em cada um dos quatro filmes escolhidos existem formas diferentes de olhar para o real utilizando diferentes possibilidades da linguagem cinematográfica, chaves de interpretação diferentes da realidade e temáticas que são bem diversas entre si. Onde é essa fronteira entre o real e o ficcional? E onde está a performance de si que aquele que é filmado faz no meio desse processo?”, disse a curadora da mostra, Camilla Osório.

Em A Colônia, de Virgínia Pinho e Mozart Freire, o filme resgata a história do bairro Antônio Justa, na cidade de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, criado na década de 1940 como uma colônia para isolar pessoas com hanseníase. Ainda hoje, mesmo após sua abertura, o local é marcado pelo estigma da doença e a realidade social precária. Todo mundo já foi para Marte, longa selecionado de Telmo Carvalho, aborda a pandemia de Covid-19 em uma narrativa ficcional e fantástica; é um documentário que utiliza a linguagem da animação.

O documentário Afeminadas é o primeiro longa de Wesley Gondim e acompanha a luta cotidiana de Safira O’hara, Khryz Amusa, Chandelly Kidman, Hellena Borgyz e Jefferson Lemons, cinco personagens de diferentes regiões do Brasil que conseguiram potencializar o ser feminino como forma de arte. Enquanto isso, a ditadura militar no Ceará é tema do documentário Escuridão na Terra da Luz, de Popy Ribeiro. O filme traz uma série de entrevistas que lançam luz às dolorosas memórias do período, ainda vivas naqueles que o testemunharam. A luta contra o regime militar ainda é majoritariamente abordada no cinema a partir de histórias do eixo Rio-São Paulo, portanto, focar a narrativa nas histórias do Ceará é o grande diferencial da obra.

Ancestralidade e identidade são temas muito presentes na maior parte dos curtas-metragens da mostra Olhar do Ceará. Camilla Osório pontua que isso está presente inclusive nos que não entraram na seleção: “A gente percebe que no inconsciente coletivo dos artistas cearenses esses temas estão reverberando e entrando nas produções de diferentes formas”. Ela destaca também o luto e a morte com temas presentes: “Isso tem muito a ver com o tempo que a gente está vivendo. A arte sempre vai ser um espelho, de alguma forma, de certos sentimentos que perpassam a nossa realidade”.

Dos dez curtas selecionados para a Mostra Olhar do Ceará, o gênero ficção é maioria, com cinco filmes, um dos quais, misto de ficção e experimental.

Conheça os filmes da Mostra Olhar do Ceará 2022:

LONGAS-METRAGENS

A Colônia, de Virgínia Pinho e Mozart Freire
Afeminadas, de Wesley Gondim
Escuridão na Terra da Luz, de Popy Ribeiro
Todo Mundo Já Foi para Marte, de Telmo Carvalho

CURTAS-METRAGENS

A Margem de um Rio que Correm Meus Ancestrais, de Iago Barreto Soares
Aluá, de Felipe Camilo
Aquele que Veio do Oeste, de Wesjley Maria
Bege Euforia, de Anália Alencar
Fio de Ariadne, de Mozart Freire e Ton Martins
Mulheres Árvore, de Wara
Na Estrada Sem Fim Há Lampejos de Esplendor, de Liv Costa e Sunny Maia
Ópera Sem Ingresso, de Andreia Pires
Pedro, de Leo Silva
Rosa Negra, de Sabina Colares e Marieta Rios

Foto: Pam Nogueira.

16º For Rainbow: inscrições abertas para mostras competitivas

por: Cinevitor
Yasmin Shirran na edição do ano passado.

A 16ª edição do For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero está com inscrições abertas até o dia 30 de setembro para as mostras competitivas de filmes, que acontecem em dezembro no Cinema do Dragão, em Fortaleza, Ceará.

Podem participar da programação produções audiovisuais brasileiras e estrangeiras que discutem temáticas LGBTI+, gênero e/ou identidade, com duração livre e finalizadas a partir de janeiro de 2020. As inscrições acontecem no site Filmfreeway (clique aqui).

Os filmes concorrem nos panoramas curta-metragem e longa-metragem e os principais destaques de ambos receberão o Troféu Elke Maravilha nas categorias melhor filme (nacional e estrangeiro), direção, roteiro, ator, atriz, fotografia, montagem, direção de arte, desenho sonoro e trilha sonora, além do prêmio especial João Nery, em reconhecimento às produções que abordam essencialmente a militância LGBTI+, e do Troféu Artur Guedes, que destaca a luta pela defesa dos direitos humanos e pelo respeito à diversidade sexual e de gênero.

Um júri especial formado por membros da Aceccine, Associação Cearense de Críticos de Cinema, também elegerá o melhor longa e o melhor curta brasileiros da programação. Fora de competição, o For Rainbow promove a Mostra Feminino Plural como extensão do debate acerca de pautas sobre mulheres.

Reconhecido como um dos mais importantes espaços de debate e difusão do respeito à pluralidade sexual e de gênero no Brasil, o For Rainbow ainda realiza apresentações de teatro, dança, música, literatura, exposição de artes visuais, oficinas, debates e ações de acessibilidade, além de uma mostra itinerante que percorre diversas cidades brasileiras no decorrer do ano. A 16ª edição do festival acontecerá totalmente presencial e com entrada gratuita.

Em 15 edições, o evento exibiu mais de mil filmes, alcançou mais de 600 espaços culturais de todo o Brasil, capacitou mais de 800 pessoas, produziu 20 filmes e atingiu um público médio de 60 mil pessoas. O For Rainbow nasceu com a proposta de introduzir no calendário cultural do Ceará um evento com a missão permanente de difundir e valorizar a cultura LGBTI+, além de promover a cidadania dessas populações, incentivar a produção audiovisual e o respeito à diversidade sexual e a cultura de paz.

Foto: Pattie Sillva.

Circuito Penedo de Cinema 2022: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli: selecionado.

Da junção de quatro consagrados eventos do cinema alagoano nasceu o Circuito Penedo de Cinema, que em 2022 chega à sua 12ª edição já consolidado no calendário brasileiro do audiovisual. O festival acontecerá entre os dias 14 e 20 de novembro em formato híbrido, on-line e presencial.

Nesta quarta-feira, 07/09, foram anunciados os filmes selecionados para as mostras que integram a programação. Ao longo dos seis dias de evento, a grade será intensa com debates, exibição de longas, shows, feira cultural e atividades complementares que buscam um diálogo entre o cinema e a educação; toda a programação é gratuita.

Serão exibidos 64 curtas-metragens, vindos de 19 estados brasileiros, distribuídos em quatro mostras: Brasileiro, Universitária, Ambiental e Cinema Infantil. Durante a semana do evento, todos os curtas também estarão disponíveis em uma plataforma especial.

Cada mostra contou com uma curadoria diferente. Os responsáveis pelo 15º Festival do Cinema Brasileiro foram: o realizador e pesquisador Nuno Balducci, o crítico e pesquisador de cinema Ricardo Lessa e a cineclubista e fundadora da Mostra Ebgbé, Luciana Oliveira. A curadoria do 12º Festival Universitário de Alagoas foi feita pelo professor e fotógrafo Dorneles Neves, pelo jornalista Felipe Guimarães e pela professora e pesquisadora Raquel do Monte.

A comissão de seleção do 9º Festival Velho Chico de Cinema Ambiental foi composta pelos pesquisadores Guilherme Demétrio e Taciana Kramer e pela professora, cineclubista e produtora cultural Yanara Galvão. Já os filmes da 12ª Mostra de Cinema Infantil foram selecionados pelas professoras Camilla Porto e Joseane do Espírito Santo, além do jornalista Devyd Santos.

Conheça os filmes selecionados para o 12º Circuito Penedo de Cinema:

15º FESTIVAL DO CINEMA BRASILEIRO

A Bela é Poc, de Eric Lima (AM)
Contragolpe, de Victor Uchôa (BA)
Ela mora logo ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante (RO)
Eu te amo é no Sol, de Yasmin Guimarães (MG)
Ibeji, Ibeji, de Victor Rodrigues (RJ)
Ímã de Geladeira, de Carolen Meneses e Sidjonathas Araújo (SE)
Infantaria, de Laís Araújo (AL)
Na Estrada Sem Fim Há Lampejos de Esplendor, de Liv Costa e Sunny Maia (CE)
Nossos Passos Seguirão os Seus, de Uilton Oliveira (RJ)
Nunca Pare na Pista, de Thamires Vieira (BA)
O Menino e o Ovo, de Juliana Capilé (MT)
O Pato, de Antonio Galdino (PB)
Perfection, de Guilherme Pacheco (RS)
Sideral, de Carlos Segundo (RN)
Terra em que pisar, de Fáuston da Silva (DF)
Terra Nova, de Diego Bauer (AM)

12º FESTIVAL DE CINEMA UNIVERSITÁRIO

15 Dias, de Rachel Oliveira e DB Júnior (PE)
A Montanha Pariu um Rato, de Luiza Aron (SP)
Balizando os Sentidos, de Direção Coletiva (AL)
Cadim, de Luisa Pugliesi Villaça (SP)
Chaves da Confecção, de Hércules Monteiro (PE)
Estas Lápides Onde Habitamos, de Ana Machado e Vitor Artese (SP)
Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli (RJ)
Filhas da Criação, de Aldemir Barros Silva Júnior (AL)
Mondo Cacho, de Matheus Leone (SP)
O Autor, de Luiz Máximo (MG)
O rio de cada um, de Pedro Marchiori (RJ)
Olhares, de Luís Alexandre Silva de Oliveira e Laura Zimmer (RS)
Procuram-se bixas pretas, de Vinicius Eliziário (BA)
Se flopar, nunca postei, de Lucas Zimer (SP)
TikTok Truffaut, de Marco Studzinki Souto e Felipe Gue Martini (RS)

9º FESTIVAL VELHO CHICO DE CINEMA AMBIENTAL

A gente foi feliz aqui, de Renata Baracho e Paulo Accioly (AL)
A Padroeira, de Clementino Junior (MG)
A Voz da Esperança, de Caio Salles (RJ)
Açude nº 50, de Wagner Ferreira e Paulo Conceição (PE)
Benzedeira, de San Marcelo e Pedro Olaia (PA)
Canários x Canalhas, de Leonardo Gonçalves da Silva (PB)
Castelo de Xelita, de Iara Ovídio (RN)
Entusiastas da Utopia, de Fernanda Mendes Sartori, Lara Gonçalves Ferreira e Daniela Mendes Candido (SP)
Essa Terra é Meu Quilombo, de Rayane Penha (AP)
Ewé de Òsányin: O Segredo das Folhas, de Pâmela Peregrino (AL/BA)
Fôlego Vivo, de Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas-Umari (CE)
Jaguamérica, de Bako Machado (PE)
Meu arado, Feminino, de Mariana Polidoro (ES/MG)
Minha Terra Natal – Manguezal, de Beatriz Lindenberg e Jamilda Bento (ES)
Nonna, de Maria Augusta V. Nunes (SC)
O Fogo, de Rafaela Uchoa (BA)
O que a natureza nos contou, de Douglas Roher (RS)
Quando te avisto, de Neli Monbelli e Denise Copetti (RS)
Rios que correm, de Dayane Dantas (SE)
Todo Índio Tem Ciência, de Aldemir Barros e Celso Brandão (AL)

12ª MOSTRA DE CINEMA INFANTIL

Aquarelado, de Elisa Guimarães (MG)
Crescer Onde Nasce o Sol, de Xulia Doxágui (PE)
E-Valdir, de Gabriel O. Leite (SP)
Entre Muros, de Gleison Mota (BA)
Faísca, de Luca Tarti e Paulo Lima (SP)
Família Moderna Tradicional, de Giuliana Danza (MG)
Medo, de Bibiana Lauretti (SP)
Meu Nome é Maalum, de Luísa Copetti (RJ)
Mind Duck, de Lilly Nogami (SP)
Noite no Sítio, de Lucas Galvão Machado (PB)
O Templo do Rei, de Verônica Cabral (SP)
Sobre Amizade e Bicicletas, de Júlia Vidal (PR)
Todos os Inscritos de Ness, de Bruna Steudel (PR)

Foto: Divulgação.

BIFF 2022: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do documentário brasileiro Corpolítica, de Pedro Henrique França.

O BIFF, Festival Internacional de Cinema de Brasília, comemora uma década em 2022 com uma programação especial. O evento, que este ano acontecerá em formato híbrido, presencial e on-line, entre os dias 23 e 30 de setembro, foi o festival pioneiro no formato virtual.

Para a diretora geral do BIFF 2022, Anna Karina de Carvalho, o maior desafio desta edição foi costurar uma programação potente que refletisse o mundo pandêmico de 2020 em diante: “Para minha surpresa foram inscritos nas plataformas mais de 3 mil filmes em vários formatos, onde a comissão de seleção assistiu a mais de 800 longas que cumpriram os critérios curatoriais das inscrições. Mostrando que o mundo mesmo diante de uma situação atípica conseguiu produzir essa quantidade de filmes”, disse. Em parceria com o SESC e com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, o festival amplia seus canais de exibição por toda a cidade de Brasília.

A curadoria da mostra competitiva Internacional foi comandada pelo crítico Miguel Barbieri e sua equipe de seleção, que contou com profissionais especializados em cinema. A programação faz um passeio virtual por três continentes: América, Ásia e Europa. Quatro dos dez filmes são dirigidos por mulheres; há também quatro documentários na competição e dois híbridos. Há desde registros reais sobre a rotina de uma advogada para livrar um ativista da cadeia no russo The Case, exibido no IDFA, até as campanhas de candidatos LGBTQIA+ a vereador(a) na eleição de 2020 no brasileiro Corpolítica, dirigido por Pedro Henrique França e produzido pelo ator Marco Pigossi, também selecionado para o Queer Lisboa.

O amor explode no espanhol Ramona e a realidade da pandemia é retratada no filipino Broken Blooms. O tom dramático está presente na difícil convivência de um adolescente com seu pai no grego .dog e na decisão de um senhor em decretar o dia de sua morte no holandês Pink Moon, premiado no Festival de Tribeca. O Japão comparece em dois longas-metragens: no francês Umami, o personagem de Gérard Depardieu vai ao Oriente descobrir os prazeres da gastronomia local; no japonês Yamabuki, exibido no Festival de Roterdã, um operário sul-coreano vê sua vida se desintegrar após se apossar de uma fortuna em dinheiro.

O BIFF, também conhecido como Brasília International Film Festival, apresenta presencialmente a iniciativa inovadora e competitiva do BIFF JR, que oferece aos estudantes e ao público em geral uma programação internacional potente e diversa para um público geralmente esquecido das grandes produções cinematográficas. Outro destaque desta edição é a mostra Mosaico, o Novo Cinema Brasileiro: pela primeira vez o BIFF aposta na vitrine e janela de produções nacionais que dialogam com novas tendências, conteúdos e olhares.

Agnès Varda, a diretora belgo-francesa falecida em 2019, uma das principais referências da Nouvelle Vague e ícone do cinema feito por mulheres, é a homenageada desta oitava edição com uma mostra especial. Além disso, estão na seleção do festival: o Cinema Latino, uma seleção com mulheres cineastas latinas; Panorama África, com novas produções; e Arco-íris Sueco, com curtas LGBTQIA+.

Complementam a programação: oficinas, debates e fóruns, realizados em parceria com a ABCV, Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo, dentre elas, dublagem, princípios e desafios com profissionais da AllDub acessibilidade. Com a Academia de TikTokers, pela primeira vez o BIFF faz um mergulho nas novas ferramentas de conteúdo e realiza um workshop presencial com o objetivo de capacitar o público a criar conteúdos audiovisuais na plataforma do entretenimento e rede social que mais cresce no mundo, o TikTok.

Conheça os filmes selecionados para o BIFF 2022:

INTERNACIONAL COMPETITIVA

.dog, de Yianna Americanou (Chipre/Grécia)
Broken Blossoms, de Luisito Agdameu Ignacio (Filipinas)
Corpolítica, de Pedro Henrique França (Brasil)
Home is Somewhere Else, de Carlos Hagerman e Jorge Villalobos (EUA/México)
Pink Moon, de Floor Van Der Meulen (Países Baixos/Eslovênia)
Quantum Cowboys, de Geoff Marslett (EUA)
Ramona, de Andrea Bagney (Espanha)
The Case, de Nina Guseva (Rússia)
Umami, de Slony Sow (França/Japão)
Yamabuki, de Juichiro Yamasaki (Japão/França)

BIFF JR.

A Second Life, de Anis Lassoued (Tunísia)
Desconectados, de Pedro Ladeira, Paulo Saldaña e Ana Graziela Aguiar (Brasil)
Miúda e o guarda-chuva, de Amadeu Alban (Brasil)
Meu Tio José, de Ducca Rios (Brasil)
O Tesouro do Pequeno Nicolau, de Julien Rappeneau (França)
Souvenir, Souvenir, de Bastien Dubois (França)
Todo Mundo Já Foi para Marte, de Telmo Carvalho (Brasil)

PRÉ-ESTREIAS

Carmen, de Valerie Buhagiar (Malta/Canadá)
Esperando Bojangles, de Régis Roinsard (França/Bélgica)
Kompromat: O Dossiê Russo, de Jérôme Salle (França)

HOMENAGEM AGNÈS VARDA

Cléo das 5 às 7 (França/Itália) (1962)
Elsa la Rose (França) (1966)
Ô saisons, ô châteaux (França) (1957)
Visages, Villages (França) (2017)

MOSAICO, O NOVO CINEMA BRASILEIRO

Abdzé wede’o, o vírus tem cura?, de Divino Tserewahú
Até o Fim, de Ary Rosa e Glenda Nicácio
Chico Rei Entre Nós, de Joyce Prado
Entre Nós Talvez Estejam Multidões, de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito
Rama Pankararu, de Pedro Sodré
Sementes, mulheres negras no poder, de Éthel Oliveira e Júlia Mariano

CINEMA LATINO

Bajo Un Sol Poderoso, de Kiki Alvarez (Cuba)
Berta soy Yo, de Kátia Lara (Honduras)
La Afinadora de Árboles, de Natalia Smirnoff (Argentina/México)
La Chica Nueva, de Micaela Gonzalo (Argentina)
Mis Hermanos Sueñan Despiertos, de Claudia Huaiquimilla (Chile)
Travessias, de Ana Graziela Aguiar (Brasil/Cuba)

PANORAMA ÁFRICA

Ar-Condicionado, de Fradique (Angola)
Bonny & Clara, de Yemi Jolaoso (Nigéria)
Destin Tracé, de Carlo Lechea (Congo)
Necktie Youth (Eles só usam Black Tie), de Sibs Shongwe-La Mer (África do Sul/Holanda)
Neptune Frost, de Saul Williams e Anisia Uzeyman (Ruanda/EUA)
Zinder, de Aicha Macky (Níger)

ARCO-ÍRIS SUECO | CURTAS LGBTQIA+

A Simpler Life (Ett enklare liv), de Gunhild Enger (2013)
Birthday (Födelsedag), de Jenifer Malmqvist (2010)
Boygame, de Anna Österlund Nolskog (2013)
Grandpa and Me and a Helicopter to Heaven (Morfar och jag och helikoptern till himlen), de Åsa Blanck e Johan Palmgren (2013)
Ladyboy, de Claes Lundin e David F. Sandberg (2012)
Next Door Letters, de Sascha Fülscher (2012)
On Suffocation, de Jenifer Malmqvist (2013)
Peace Talk, de Jenifer Malmqvist (2004)
Reel, de Jens Choong (2013)
The Butcher’s Waltz (Slaktarens vals), de Anna Zackrisson (2014)

Foto: Divulgação.

Marte Um, de Gabriel Martins, é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2023

por: Cinevitor
Nos cinemas: Cícero Lucas em cena.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou na manhã desta segunda-feira, 05/09, o filme selecionado para representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar 2023

Escolhido pela Comissão de Seleção independente, em reunião virtual, o longa Marte Um, de Gabriel Martins, de Minas Gerais, vai disputar uma indicação na categoria de melhor filme internacional na 95ª edição do Oscar, premiação anual promovida pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences, que acontecerá no dia 12 de março de 2023.

Presidida por Bárbara Cariry, a Comissão de Seleção deste ano foi formada por 19 membros: André Pellenz, Barbara Cariry, Cavi Borges, David França Mendes, Eduardo Ades, Guilherme Fiúza Zenha, Jeferson De, João Daniel Tikhomiroff, João Federici, José Geraldo Couto, Juliana Sakae, Marcelo Serrado, Maria Ceiça de Paula, Patricia Pillar, Petra Costa, Renata Almeida, Talize Sayegh, Waldemar Dalenogare Neto e Zelito Viana.

Marte Um disputou a vaga com outros 27 longas inscritos e habilitados e, na semana passada, passou para o segundo turno com outros cinco títulos: A Mãe, de Cristiano Burlan; A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky; Carvão, de Carolina Markowicz; Pacificado, de Paxton Winters; e Paloma, de Marcelo Gomes

Em comunicado oficial, Bárbara Cariry, presidente da comissão, disse: “A escolha de Marte Um para representar o Brasil no Oscar 2023 foi uma decisão democrática e importante do júri. O filme trata de afeto e de esperança, da possibilidade de seguir sonhando em meio a tantas dificuldades econômicas e políticas. O longa sintetiza bem o cinema brasileiro, com qualidade narrativa e técnica, que vem sendo realizado hoje, representando a diversidade do país”.

O filme é o segundo longa do cineasta mineiro (o primeiro solo, sem a parceria de Maurilio Martins, com quem fez No Coração do Mundo), e tem como um de seus temas centrais a realização de um sonho infantil. A trama apresenta o cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais.

O garoto Deivid, interpretado por Cícero Lucas, o caçula da família Martins, sonha em ser astrofísico, e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar o planeta vermelho. Morando na periferia de um grande centro urbano, não há muitas chances para isso, mas mesmo assim, ele não desiste. Passa horas assistindo vídeos e palestras sobre astronomia na internet.

O pai, Wellington, papel de Carlos Francisco, é porteiro em um prédio de elite e há um bom tempo está sem beber, uma informação que compartilha com orgulho em sessões do AA. Tércia, vivida por Rejane Faria, é a matriarca que, depois um incidente envolvendo uma pegadinha de televisão, acredita que está sofrendo de uma maldição. Por fim, a filha mais velha é Eunice (Camilla Damião), que pretende se mudar para um apartamento com sua namorada (Ana Hilário), mas não tem coragem de contar aos pais.

Marte Um teve sua estreia mundial no Festival de Sundance, em janeiro passado, onde foi bem recebido pelo público. Depois disso, foi exibido em 35 festivais internacionais, ganhando prêmios de melhor longa no Outfest Los Angeles LGBTQ Film Festival, no Black Star e no San Francisco Film Festival. Em Gramado, além do kikito de melhor filme pelo voto popular, foi consagrado também nas categorias de melhor roteiro, trilha musical por Daniel Simitan e Prêmio Especial do Júri. Produzido pela Filmes de Plástico, em coprodução com o Canal Brasil, Marte Um segue em cartaz nos cinemas.

Na última edição do Oscar, o Brasil esteve na disputa com o drama Deserto Particular, de Aly Muritiba, mas não conseguiu uma vaga na premiação. Vale lembrar que a última vez que o país concorreu na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os nove semifinalistas.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais é a única entidade responsável pela seleção do filme brasileiro que irá concorrer a uma vaga entre os indicados ao prêmio de melhor longa-metragem internacional no Oscar, sem qualquer tutela do governo que esteja no poder.

Foto: Divulgação/Filmes de Plástico.

II Mostra Sumé de Cinema: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Premiados e equipe no palco.

Os vencedores da segunda edição da Mostra Sumé de Cinema foram anunciados neste domingo, 04/09, em cerimônia apresentada por Ana Célia Gomes e Manu Dias, na Praça José Américo, em Sumé, no Cariri paraibano.

Com exibições de filmes e videoclipes, a curadoria foi assinada por Amanda Ramos, produtora e educadora; Virgínia Gualberto, cineasta, poetisa e professora; e Yanara Galvão, educadora audiovisual, cineclubista e professora.

O júri deste ano foi formado por: André Morais, Danny Barbosa e Lunara Vasconcelos na Mostra Brasil; Bruna Tavares, Raildon Lucena e Vitor Búrigo na Mostra Paraíba; e Jaime Guimarães, Verusa Guedes e Alysson Diferente na Mostra Ritmos.

Além dos filmes, a Mostra Sumé de Cinema, idealizada e coordenada por Ana Célia Gomes, contou com atividades paralelas como: debates; exposição Backpack4life, do cineasta e fotógrafo Marcelo Paes de Carvalho; e a oficina Documentando, ministrada pelo cineasta Marlom Meirelles, que rendeu o curta Bento de Sumé, realizado pelos alunos.

Conheça os vencedores da 2ª Mostra Sumé de Cinema:

MOSTRA BRASIL

Melhor Filme: Da Boca da Noite à Barra do Dia, de Tiago Delácio (PE)
Melhor Filme | Júri Popular: Da Boca da Noite à Barra do Dia, de Tiago Delácio
Melhor Direção: Rodrigo Sena, por A Tradicional Família Brasileira Katu
Melhor Roteiro: Vai Melhorar, escrito por Pedro Fiuza
Melhor Ator: Wesley Guimarães e Heraldo de Deus, por Quanto Mais?
Melhor Atriz: Eliana Figueiredo, por Joana
Melhor Fotografia: Eu Sou Raiz, por Leticia Batista e Lílian de Alcântara
Melhor Direção de Arte: Da Boca da Noite à Barra do Dia, por Lia Letícia
Melhor Montagem: A Tradicional Família Brasileira Katu, por Rodrigo Fernandes
Melhor Trilha Sonora: Vendo Boto, por Erik Solano e Armando de Paula
Melhor Desenho de Som: Vai Melhorar, por Luiz Lepchak

MOSTRA PARAÍBA

Melhor Filme: Cercas, de Ismael Moura (Cuité)
Melhor Filme | Júri Popular: Um Som de Resistência, de Genilson de Coxixola (Coxixola)
Melhor Direção: Tiago A. Neves, por Remoinho
Melhor Roteiro: Cercas, escrito por Ismael Moura
Melhor Atriz: Bruna Castro, por Cercas
Melhor Ator: Paulo Philippe, por Mais que 1000 palavras
Melhor Fotografia: Cercas, por Breno César
Melhor Direção de Arte: Confins, por Carlos Mosca
Prêmio Especial Ely Marques de Montagem: Aluísio, o Silêncio e o Mar, por Peterson Almeida
Melhor Desenho de Som: Aluísio, o Silêncio e o Mar
Melhor Trilha Sonora: Nem Todas as Manhãs são Iguais, por Vinícius Mousinho
Menção Honrosa: aos bacamarteiros e bacamarteiras do filme Um Som de Resistência, de Genilson de Coxixola, pela representatividade de gênero e por manterem viva uma tradição singular

MOSTRA RITMOS
Melhor videoclipe: Aonde For Eu Vou, de Dom Pepo; direção: Matheus Gepeto e Bernardo Silvino (MG)

*O CINEVITOR esteve em Sumé e você acompanha a cobertura do evento por aqui e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Lori Queiroz.

32° Cine Ceará: conheça os filmes selecionados para as mostras competitivas

por: Cinevitor
Cena do longa A Filha do Palhaço, de Pedro Diógenes.

A 32ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá entre os dias 7 e 13 de outubro, divulgou os títulos em competição nas principais mostras do evento: ibero-americana de longa-metragem e brasileira de curta-metragem, que serão exibidas no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza.

A pandemia e a crise econômica afetaram o Brasil de diferentes maneiras e pontos de vista. E, diante dessa realidade que não é homogênea, a identidade brasileira pode inspirar sensações para muito além do que está posto. Por isso, buscar a unidade desses diferentes pedaços de país foi o fio condutor para a seleção dos filmes do Cine Ceará 2022.

Na mostra competitiva ibero-americana de longa-metragem, procurou-se fazer uma seleção que privilegiasse a diversidade, tanto temática como estética. Dois dos oito longas são nacionais: A Filha do Palhaço, ficção do diretor Pedro Diógenes, que conta a história de Joana, uma adolescente de 14 anos que acompanha o pai, o humorista Renato, por seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza; e O Acidente, filme dirigido por Bruno Carboni, que narra um acidente com a ciclista Joana e o encontro dela com a família do motorista. 

Também estão na competição de longas: Lo Invisible, de Javier Andrade, selecionado pelo Equador para representar o país no Oscar 2023; La Piedad, filme espanhol de Eduardo Casanovas, premiado pelo júri no Festival de Cine de Karlovy Vary e eleito o melhor filme internacional no 26º Festival Internacional Cine Fantasia, em Montreal; e Niños de Las Brisas, de Marianela Maldonado, documentário filmado ao longo de uma década que acompanha a trajetória de três jovens venezuelanos para se tornarem músicos profissionais no conceituado El Sistema, cujo modelo de ensino foi adotado por diversos países europeus, e que formou músicos como o renomado maestro Gustavo Dudamel.

E mais: Green Grass, coprodução entre Chile e Japão dirigida por Ignacio Ruiz; Vicenta B., do cubano Carlos Lechuga; e o argentino Las Cercanas, de María Alvarez, completam a seleção de longas-metragens. Sobre a curadoria: “Passamos por um período de pandemia e crise econômica que afetou ou refletiu nos filmes que serão apresentados. No Cine Ceará não há distinção de gênero, temos filmes de ficção, documentários e animações na competitiva de longas. Lá, estão propostas de impacto, alegorias, experimentais e outros mais intimistas. Claro que também, como em anos anteriores, privilegiamos o cinema do Nordeste, particularmente a atual produção do Ceará”, disse o cineasta Vicente Ferraz, curador da mostra competitiva de longas.

Para a mostra competitiva brasileira de curta-metragem foram selecionadas 10 produções de sete estados do Brasil, dentre as quase 800 inscrições. Arthur Gadelha, curador desta categoria, revela que esses filmes vão ao encontro de um país “de revolta e fantasia. Uns voltados para a realidade, outros para a fantasia e subversão”. Entre os escolhidos, está o premiado Big Bang, de Carlos Segundo, produzido em Minas Gerais, consagrado no Festival de Locarno deste ano; também de Minas está o suspense/terror Cemitério das Flores, de Rafael Toledo.

A seleção de curtas segue com: Celeste (Sobre Nós), dirigido por Natália Araújo e produzido em Pernambuco; Elusão, de Taís Augusto, do Ceará; Infantaria, de Laís Santos Araújo, representando Alagoas; e O Último Domingo, de Joana Claude e Renan Barbosa Brandão, recentemente premiado em Gramado.

Também estão na lista quatro curtas documentais: Alexandrina – Um Relâmpago, da artista visual e cineasta Keila Sankofa, sobre uma mulher preta da Amazônia filha de negros escravizados; Camaco, de Breno Alvarenga, sobre um dialeto secreto que surge como forma de resistência de mineradores numa cidade no interior de Minas Gerais; Contragolpe, de Victor Uchôa, sobre a importância do boxe na periferia de Salvador; e o pernambucano Filhos da Noite, de Henrique Arruda, que acompanha as memórias e vivências de oito homens gays entre 50 e 70 anos.

Além da competição oficial, os curtas-metragens concorrem ao Prêmio Canal Brasil de Curtas. Realizado nos principais festivais de cinema do país, o prêmio tem como objetivo incentivar a produção audiovisual. O júri, composto por jornalistas e críticos de cinema, escolhe o melhor filme em competição, que recebe o Troféu Canal Brasil e R$15 mil.

Conheça os primeiros filmes selecionados para o 32º Cine Ceará:

LONGAS-METRAGENS | COMPETITIVA IBERO-AMERICANA

A Filha do Palhaço, de Pedro Diógenes (Brasil)
Green Grass, de Ignacio Ruiz (Chile/Japão)
La Piedad (A Piedade), de Eduardo Casanovas (Espanha/Argentina)
Las Cercanas (Inseparáveis), de María Alvarez (Argentina)
Lo Invisible (O Invisível), de Javier Andrade (Equador/França)
Niños de Las Brisas (Meninos de Las Brisas), de Marianela Maldonado (Venezuela/Reino Unido/França)
O Acidente, de Bruno Carboni (Brasil)
Vicenta B., de Carlos Lechuga (Cuba/França/EUA/Colômbia/Noruega)

CURTAS-METRAGENS | COMPETITIVA BRASILEIRA

Alexandrina – Um Relâmpago, de Keila Sankofa (AM)
Big Bang, de Carlos Segundo (MG)
Camaco, de Breno Alvarenga (MG)
Celeste (Sobre Nós), de Natália Araújo (PE)
Cemitério de Flores, de Rafael Toledo (MG)
Contragolpe, de Victor Uchôa (BA)
Elusão, de Taís Augusto (CE)
Filhos da Noite, de Henrique Arruda (PE)
Infantaria, de Laís Santos Araújo (AL)
O Último Domingo, de Joana Claude e Renan Barbosa Brandão (RJ)

Foto: Divulgação.

Queer Lisboa 2022: filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor
Cena do longa brasileiro Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal.

O Queer Lisboa tem como proposta exibir filmes de temática gay, lésbica, bissexual, transgênero, transexual, intersexo e de outras sexualidades e identidades não normativas. Com a expansão crescente do cinema queer em grandes festivais internacionais, o evento português, criado em 1997, cumpre seu objetivo de divulgar estéticas e narrativas mundiais que ainda possuem acesso limitado para o grande público.

Neste ano, em sua 26ª edição, que acontecerá entre os dias 16 e 24 de setembro, a programação contará com 87 títulos, de 27 países. O filme de abertura será o português Fogo-Fátuo, de João Pedro Rodrigues, exibido recentemente no Festival de Cannes; o documentário Esther Newton Made Me Gay, de Jean Carlomusto, encerrará o evento. Além disso, a comédia dramática argentina Los Agitadores, de Marco Berger, ganhará uma sessão especial e a retrospectiva deste ano será Notes on Camp: o Delírio Drag de Gay Girs Riding Club.

Como de costume, o cinema brasileiro ganha destaque na seleção. Na mostra competitiva de longas-metragens de ficção, filmes de Fábio Leal e Gustavo Vinagre aparecem na lista, além de Coração Errante (Errante Corazón), de Leonardo Brzezicki, uma coprodução entre Argentina, Brasil, Espanha, Chile e Holanda. Entre os documentários em competição, o Brasil aparece com Corpolítica, de Pedro Henrique França, que acompanha a candidatura de quatro pessoas LGBTQIA+ nas eleições de 2020; o filme é produzido pelo ator Marco Pigossi.

Já na competição de curtas-metragens, três produções nacionais, dirigidas por Maurício Chades, Elizabeth Rocha Salgado e Érica Sarmet, ganham destaque; o brasileiro Pedro Gonçalves Ribeiro aparece na mostra In My Shorts com a produção portuguesa Lugar Nenhum. A participação do Brasil no festival completa-se com títulos de Raphael Alvarez e Tatiana Issa, Breno Baptista e Caetano Gotardo.

O júri desta 26ª edição será formado por: Cláudia Lucas Chéu, Nuno Nolasco e Rita Azevedo Gomes na mostra competitiva de longas; Joana Frazão, Nathalie Mansoux e Rui Madruga nos documentários; Rodrigo Díaz, Rui Palma e Sandra de Almeida na competição de curtas-metragens e na mostra In My Shorts; e Jesse James, Luciana Fina e Vasco Araújo na competição Queer Art.

Conheça os filmes selecionados para o 26º Queer Lisboa:

COMPETIÇÃO | LONGAS

Coração Errante, de Leonardo Brzezicki (Argentina/Brasil/Espanha/Chile/Holanda)
Girl Picture (Tytöt tytöt tytöt), de Alli Haapasalo (Finlândia)
Joyland, de Saim Sadiq (Paquistão)
Les meilleurs, de Marion Desseigne Ravel (França)
Mi Vacío y Yo, de Adrián Silvestre (Espanha)
Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal (Brasil)
Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre (Brasil)
Wet Sand, de Elene Naveriani (Suíça/Geórgia)

COMPETIÇÃO | DOCUMENTÁRIO

Ardente·x·s/Fierce: a Porn Revolution, de Patrick Muroni (Suíça)
C’è un Soffio di Vita Soltanto, de Matteo Butrugno e Daniele Coluccini (Itália/Alemanha)
Corpolítica, de Pedro Henrique França (Brasil)
Framing Agnes, de Chase Joynt (Canadá/EUA)
Jimmy in Saigon, de Peter McDowell (EUA)
Magaluf Ghost Town, de Miguel Ángel Blanca (Espanha)
Nuestros Cuerpos Son Sus Campos de Batalla, de Isabelle Solas (Argentina/França)
Soy Niño, de Lorena Zilleruelo (Chile/França)

COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS

a body is a body is a body, de Cat McClay e Éiméar McClay (Reino Unido)
La belle et la bête, de Mathieu Morel (França)
Billy Boy, de Sacha Amaral (Argentina)
Colmeia, de Maurício Chades (Brasil)
Dans le silence d’une mer abyssale, de Juliette Klinke (Bélgica)
Des jeunes filles enterrent leur vie, de Maïté Sonnet (França)
Dihya, de Lucia Martínez Garcia (Suíça)
Insieme Insieme, de Bernardo Zanotta (França/Holanda)
Isn’t It a Beautiful World, de Joseph Wilson (Reino Unido)
Let My Body Speak, de Madonna Adib (Reino Unido/Líbano)
Letters from St. Petersburg, de Lotte Nielsen (Dinamarca)
Mars exalté, de Jean-Sébastien Chauvin (França)
Ob Scena, de Paloma Orlandini Castro (Argentina/EUA)
On Xerxes’ Throne, de Evi Kalogiropoulou (Grécia)
The Pass, de Pepi Ginsberg (EUA)
The Perpetrators, de Richard Squires (Reino Unido)
São Paulo Ferida Aberta, de Elizabeth Rocha Salgado (Brasil/Holanda)
Silent Heat, de Luciënne Venner (Holanda)
Sob Influência, de Ricardo Branco (Portugal)
Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui, de Érica Sarmet (Brasil)
Uma Rapariga Imaterial, de André Godinho (Portugal)
Yon, de Bárbara Lago (Argentina)

COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS | ESCOLA EUROPEIA IN MY SHORTS

Ceux que l’on choisit, de Elora Bertrand (França)
Ceux qui désirent se connaître, de Korlei Rochat e Léonard Vuilleumier (Suíça)
Chute, de Nora Longatti (Suíça)
Escames, de Katherina Harder Sacre (Espanha)
Gangnam Beauty, de Yan Tomaszewski (França/Coreia do Sul)
Le Variabili Dipendenti, de Lorenzo Tardella (Itália)
Lugar Nenhum, de Pedro Gonçalves Ribeiro (Portugal)
Nina et les robots, de Cindy Coutant (França)
Sad Cowboy Platonic Love, de Ciel Sourdeau (Suíça)
Swimming Lesson, de Lisa Hürtgen (Alemanha)
The Greatest Sin, de Gabriel B. Arrahnio (Alemanha)
Yến, de Julia Diệp My Feige (Alemanha/Vietnã)

PANORAMA

Bambi, a French Woman, de Sébastien Lifshitz (França)
Black as U R, de Micheal Rice (EUA)
BR Trans, de Raphael Alvarez e Tatiana Issa (Brasil)
La Fracture, de Catherine Corsini (França)
Hideous, de Yann Gonzalez (Reino Unido)
Loving Highsmith, de Eva Vitija (Suíça/Alemanha)
Manscaping, de Broderick Fox (EUA/Austrália/Canadá)
Panteras, de Breno Baptista (Brasil)
Viens je t’emmène, de Alain Guiraudie (França)

QUEER ART

First Time (the Time for All but Sunset – Violet), de Nicolaas Schmidt (Alemanha)
Jerk, de Gisèle Vienne (França)
Neptune Frost, de Anisia Uzeyman e Saul Williams (EUA/Ruanda)
Queens of the Qing Dynasty, de Ashley Mckenzie (Canadá)
Travesía Travesti, de Nicolás Videla (Chile/Argentina)
Ultraviolette et le gang des cracheuses de sang, de Robin Hunzinger (França/Suíça)
Une dernière fois, de Olympe de G. (França)
Você Nos Queima, de Caetano Gotardo (Brasil)

Foto: Divulgação/Vitrine Filmes.