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Prêmio ABC 2021: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Cena de A Última Floresta, de Luiz Bolognesi: três prêmios.

Foram anunciados neste domingo, 17/10, em uma cerimônia virtual e apresentada pela atriz Ana Flavia Cavalcanti, os vencedores do Prêmio ABC 2021, realizado pela Associação Brasileira de Cinematografia.

Neste ano, o filme A Última Floresta, de Luiz Bolognesi, foi o grande vencedor com três prêmios. Durante a cerimônia foi realizada uma homenagem aos profissionais do cinema e audiovisual que nos deixaram no último ano, além de uma homenagem à Cinemateca Brasileira e o anúncio das sócias e sócios que receberam o direito de assinar os seus trabalhos com a sigla ABC.

A Associação Brasileira de Cinematografia, hoje presidida por Tide Borges, foi fundada em 2 de janeiro de 2000 e reúne profissionais do audiovisual brasileiro, especialmente diretores e diretoras de fotografia, com o objetivo de incentivar a troca de ideias e informações para democratizar e multiplicar o aperfeiçoamento técnico e artístico da categoria.

Confira a lista completa com os vencedores do Prêmio ABC 2021:

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO
Mosquito, por Adolpho Veloso

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
A Última Floresta, por Pedro J. Márquez

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE | LONGA-METRAGEM
Casa de Antiguidades, por Isabelle Bitttencourt

MELHOR MONTAGEM | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO
A Febre, por Karen Akerman

MELHOR MONTAGEM | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
A Última Floresta, por Ricardo Farias

MELHOR EQUIPE DE SOM | LONGA-METRAGEM
A Última Floresta, por Rodrigo Macedo (técnico de som), Caio Guerin e Rosana Stefanoni (editor de som), Armando Torres Jr e Caio Guerin (mixador de som)

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | CURTA-METRAGEM
Onde Há Pranto Há Mar, por Luciana Baseggio

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | SÉRIE DE TV
Desalma (episódio 7), por Lito Mendes da Rocha

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE | SÉRIE DE TV
Coisa Mais Linda (2ª temporada, episódio 5), por Marcos Gardonyi Carvalheiro

MELHOR EQUIPE DE SOM | SÉRIE DE TV
Um Dia Qualquer (episódio 1), por Marcel Costa e Evandro Lima (técnico de som) e Rodrigo Ferrante (editor e mixador de som)

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | VIDEOCLIPE
Reza Forte, de BaianaSystem e BNegão; por Daniel Primo

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | FILME ESTUDANTIL
Como Respirar Fora d’água, por Giuliana Lanzoni Tambellini (USP)

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | FILME PUBLICITÁRIO
100 Anos Leite Moça, por Lícia Arosteguy

Foto: Pedro J. Márquez.

Deus tem AIDS, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre, é o grande vencedor do Queer Porto 2021

por: Cinevitor
Cena de Deus tem AIDS: dois prêmios.

Em 2015, a equipe do já consagrado Queer Lisboa, festival que apresenta filmes de temática gay, lésbica, bissexual, transgênero, transexual, intersexo e de outras sexualidades e identidades não normativas, realizou a primeira edição do Queer Porto.

Após uma edição zero em outubro de 2014, o projeto de um festival queer na cidade começou a tomar forma. Em outubro de 2015, a Associação Cultural Janela Indiscreta organizou o Queer Porto que, com sede no Teatro Rivoli, foi ao longo dos anos ocupando vários outros espaços da cidade do Porto. A programação não se trata de uma extensão dos filmes da seleção de Lisboa e tem como objetivo apresentar uma identidade própria com títulos inéditos em Portugal.

Neste sábado, 16/10, foram anunciados os vencedores da sétima edição do Queer Porto. O júri da Competição Oficial, composto por Amarante Abramovici, Daniel Gorjão e Larose S. Larose, decidiu atribuir o prêmio de melhor filme para o documentário brasileiro Deus tem AIDS, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre, no qual sete artistas e um médico ativistas dão seus depoimentos e trazem novas perspectivas sobre como lidar com a sorofobia no Brasil, quarenta anos depois do início da epidemia da AIDS.

Sobre Deus tem AIDS, que também levou o Prêmio do Público, o júri declarou: “Deus tem AIDS é falar no agora de um tema com quarenta anos, que nos desafia a uma renovada leitura do que é a vida de alguém portador da doença. Através da soberba e inclusiva escolha de protagonistas, e das suas práticas artísticas, este é um filme de empoderamento e consciencialização para uma realidade ignorada, quando não estigmatizada. Um filme que nos fala da vida e não de vítimas”

Confira a lista completa dos vencedores do Queer Porto 2021:

COMPETIÇÃO OFICIAL

Melhor Filme: Deus tem AIDS, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre (Brasil)
Menção Especial: Genderation, de Monika Treut (Alemanha)
Prêmio do Público: Deus tem AIDS, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre

IN MY SHORTS | COMPETIÇÃO DE FILMES DE ESCOLAS PORTUGUESAS

Melhor Filme: Mansa, de Mariana Bártolo (Portugal/Alemanha)

PRÊMIO CASA COMUM

Melhor Filme: O Teu Nome É, de Paulo Patrício (Portugal/Bélgica)
Menção Especial: Tracing Utopia, de Catarina de Sousa e Nick Tyson (Portugal/EUA)

Foto: Divulgação/Vitrine Filmes.

Deserto Particular, de Aly Muritiba, é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2022

por: Cinevitor
Antonio Saboia e Pedro Fasanaro em cena.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou virtualmente nesta sexta-feira, 15/10, o longa brasileiro que vai disputar uma vaga entre os cinco finalistas na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) no Oscar 2022.

Entre 15 inscritos, o escolhido foi Deserto Particular, de Aly Muritiba. O filme é protagonizado por Antonio Saboia, que interpreta Daniel, um policial afastado do trabalho depois de cometer um erro. Ele mora em Curitiba, com um pai doente, de quem cuida com devoção. Taciturno, Daniel fala pouco e sorri menos ainda. Seu único motivo de alegria é a misteriosa Sara, uma moça que mora no sertão da Bahia, e com quem se corresponde por aplicativo de celular. O desaparecimento súbito de Sara faz com que Daniel resolva cruzar o país em busca de seu amor. 

Recentemente, o longa recebeu o Prêmio do Público na Giornate degli Autori, mostra paralela ao Festival Internacional de Cinema de Veneza, além de ter ficado entre os três finalistas segundo o Júri Oficial. Com Pedro Fasanaro, Zezita Matos, Thomás Aquino, Laila Garin e Cynthia Senek no elenco, o roteiro é assinado por Henrique dos Santos e pelo diretor Aly Muritiba, que se consagrou com obras como Para Minha Amada Morta e Ferrugem, e a série documental O caso Evandro.

O Comitê Brasileiro de Seleção deste ano foi presidido por Leonardo Edde, produtor e diretor, e contou também com: Allan Deberton, produtor, diretor e roteirista; Belisario Franca, cineasta e produtor; Felipe Lacerda, montador; Luiz Zanin, crítico de cinema; Paula Barreto, produtora; e Virginia Cavendish, atriz e produtora.

“Foi uma escolha difícil. Ficamos entre alguns filmes, considerando cinematografia, temas. Por fim, chegamos a um consenso. É sempre uma escolha difícil quem representa o Brasil pro mundo. Tivemos excelentes filmes inscritos, com uma representação muito diversa da cinematografia brasileira, de diferentes estados, e todos eles muito engajados. Deserto Particular traz um tema muito importante: como o amor pode ser um agente de transformação. É disso que o mundo precisa hoje”, afirma Leonardo Edde.

Na última edição do Oscar, o Brasil esteve na disputa com o documentário Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, dirigido por Bárbara Paz, mas não conseguiu uma vaga na premiação. Vale lembrar que a última vez que o país concorreu na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os nove semifinalistas.

Além de Deserto Particular, também estavam na disputa este ano: 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto; A Nuvem Rosa, de Iuli Gerbase; A Última Floresta, de Luiz Bolognesi; Cabeça de Nêgo, de Déo Cardoso; Callado, de Emilia Silveira; Carro Rei, de Renata Pinheiro; Cavalo, de Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti; Doutor Gama, de Jeferson De; Limiar, de Coraci Ruiz; Medida Provisória, de Lázaro Ramos; Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza; Por que Você Não Chora?, de Cibele Amaral; Selvagem, de Diego da Costa; e Um Dia com Jerusa, de Viviane Ferreira.

Em janeiro, antes do anúncio final, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood selecionará dez produções estrangeiras. Desse grupo, saem os cinco finalistas. A lista com os indicados ao Oscar 2022 será divulgada no dia 8 de fevereiro e a cerimônia está marcada para o dia 27 de março, em Los Angeles.

O representante brasileiro disputará uma vaga na 94ª edição da premiação mais importante do cinema com diversas produções de outros países, como: o colombiano Memoria, de Apichatpong Weerasethakul; o francês Titane, de Julia Ducournau; o japonês Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi; o húngaro Post Mortem, de Péter Bergendy; o finlandês Compartment No. 6, de Juho Kuosmanen; o espanhol El buen patrón, de Fernando León de Aranoa; o suíço Olga, de Elie Grappe; entre outros.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais é a única entidade responsável pela seleção do filme brasileiro que irá concorrer a uma vaga entre os indicados ao prêmio de melhor longa-metragem internacional no Oscar, sem qualquer tutela do governo que esteja no poder.

Foto: Divulgação/Pandora Filmes.

Associação Brasileira de Cinematografia anuncia finalistas ao Prêmio ABC 2021

por: Cinevitor
Julio Adrião em Sertânia, de Geraldo Sarno.

A ABC, Associação Brasileira de Cinematografia, fundada em 2 de janeiro de 2000, reúne profissionais do audiovisual brasileiro, especialmente diretores e diretoras de fotografia, com o objetivo de incentivar a troca de ideias e informações para democratizar e multiplicar o aperfeiçoamento técnico e artístico da categoria.

Hoje são mais de 300 associados e uma série de atividades realizadas. Através de um fórum, exclusivo para associados, da Sessão ABC, Prêmio ABC, Semana ABC e do Informe ABC e boletim eletrônico enviado a cerca de dois mil assinantes, procura-se incentivar a troca de ideias e informações a respeito da área, além de dados sobre aperfeiçoamento técnico e artístico.

A ABC ainda atua na área do direito autoral, seguindo a tendência de reconhecimento dos direitos legais de coautoria nas obras audiovisuais nos moldes que já vêm ocorrendo em alguns países europeus. Aperfeiçoando-se no dia a dia da convivência entre os colegas, a Associação, hoje a maior do gênero no país, planeja um crescimento orgânico, com ênfase na qualidade dos seus quadros, para proporcionar uma melhor qualificação técnica, artística e ética para os profissionais da produção audiovisual brasileira.

O Prêmio ABC de Cinematografia teve sua primeira edição em 2001 e os vencedores deste ano serão anunciados no domingo, 17/10, no canal do YouTube da ABC. Os finalistas foram selecionados no segundo turno pelas sócias e sócios da ABC, que escolheram os cinco melhores trabalhos entre os sete que foram selecionados pelos júris de cada categoria no primeiro turno.

Conheça os finalistas do Prêmio ABC 2021:

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO
Aos Olhos de Ernesto, por Glauco Firpo
M-8 – Quando a Morte Socorre a Vida, por Cristiano Conceição
Mosquito, por Adolpho Veloso
Sertânia, por Miguel Vassy
Um Dia Qualquer, por Jacques Cheuiche

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
A Última Floresta, por Pedro J. Márquez
Brasil Azul, por Cristian Dimitrius
Chão, por Criz Lyra, Camila Freitas e Carol Matias
Êxtase, por Janice D Avila
Mangueira em 2 Tempos, por Jacques Cheuiche

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE | LONGA-METRAGEM
Cabras da Peste, por Juliana Ribeiro
Casa de Antiguidades, por Isabelle Bitttencourt
Meu Nome é Bagdá, por Marines Mencio
Todos os Mortos, por Juliana Lobo
Um Animal Amarelo, por Dina Salem Levy

MELHOR MONTAGEM | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO
A Febre, por Karen Akerman
A Mesma Parte de um Homem, por Aristeu Araújo
Breve Miragem de Sol, por Renato Vallone
Cabras da Peste, por Leopoldo Joe Nakata, Ricardo Mesquita e Saulo Simão
Valentina, por Alexandre Taira

MELHOR MONTAGEM | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
A Última Floresta, por Ricardo Farias
Candango: Memórias do Festival, por Umberto Martins e Bernardo Serpa
Jair Rodrigues – Deixa que Digam, por Alexandre Lima, Guta Pacheco e Willem Dias
Limiar, por Luiza Fagá
Máquina do Desejo, por Joaquim Castro e Lucas Weglinski

MELHOR EQUIPE DE SOM | LONGA-METRAGEM
A Última Floresta, por Rodrigo Macedo (técnico de som), Caio Guerin e Rosana Stefanoni (editor de som), Armando Torres Jr e Caio Guerin (mixador de som)
A Febre, por Felippe Schultz Mussel e Breno Furtado (técnico de som), Felippe Schultz Mussel e Romain Ozanne (editor de som) e Emmanuel Croset (mixador de som)
Acqua Movie, por Valéria Ferro (técnico de som), Tiago Bittencourt (técnico de som adicional), Daniel Turini (editor de som), Sérgio Abdala e Fernado Henna (mixador de som)
Casa de Antiguidades, por Léo Bortolin (técnico e editor de som) e Ariel Henrique (mixador de som)
Sertânia, por Toninho Muricy (técnico de som), Waldir Xavier, Bruno Armelin e Fernando Aranha (editor de som) e Bernardo Adeodato (mixador de som)
Um Dia Qualquer, por Marcel Costa e Evandro Lima (técnico de som) e Rodrigo Ferrante (editor e mixador)

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | CURTA-METRAGEM
Ato, por Azul Serra
Inabitável, por Gustavo Pessoa
Onde há pranto há mar, por Luciana Baseggio
Parabéns a você, por João Castelo Branco Machado
Vagalumes, por Léo Bittencourt e Juliano Gomes

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | SÉRIE DE TV
3% (4ª temporada, episódio 6), por Pedro Maffei
Boca a Boca (episódio 4), por Azul Serra
Cidade Invisível (episódio 2), por Kauê Zilli e Glauco Firpo
Desalma (episódio 7), por Lito Mendes da Rocha
Um Dia Qualquer (episódio 5), por Jacques Cheuiche

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE | SÉRIE DE TV
Boca a Boca (episódio 4), por Frederico Pinto
Cidade Invisível (episódio 2), por Fábio Goldfarb
Coisa Mais Linda (2ª temporada, episódio 5), por Marcos Gardonyi Carvalheiro
Noturnos (episódio 1), por Ana Paula Cardoso
Os Últimos Dias de Gilda (episódio 1), por Dina Salem Levy

MELHOR EQUIPE DE SOM | SÉRIE DE TV
Arcanjo Renegado (episódio 1), por Felipe Machado e Leandro Lima (técnico de som), Gabriel Pinheiro (editor de som) e Gabriel Pinheiro (mixador de som)
Boca a Boca (episódio 4), por Jorge Rezende (técnico de som), Martín Grignaschi (editor de som), Armando Torres e Caio Guerin (mixador de som)
Sob Pressão: Plantão Covid (episódio 1), por George Saldanha (técnico de som), Eduardo Virmond Lima (editor de som) e Alessandro Laroca (mixador de som)
Um Dia Qualquer (episódio 1), por Marcel Costa e Evandro Lima (técnico de som) e Rodrigo Ferrante (editor e mixador de som)
Unidade Básica (temporada 2, episódio 8), por Lia Camargo e Tide Borges (técnico de som), Dirceu Lustosa e Rodrigo Sacic (editor de som), Rodrigo Ferrante e Cauê Custódio (mixador de som)

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | VIDEOCLIPE
Algo_1, de L_cio; por Glauco Firpo
Quién Podrá Saberlo, de Dom La Nena e Julieta Venegas; por Nestor Grün
Racha
, de Urias; por Alexandre Vianna
Reza Forte, de BaianaSystem e BNegão; por Daniel Primo
Simples Assim, de Kynnie; por Luiz Maximiano

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | FILME ESTUDANTIL
Amálgama, por Lorenzo Telles da Silva (Unisinos)
Carne de Carnaval, por Fernando Flores (ESPM Rio de Janeiro)
Claustrofobia, por Maria Antônia Porto Sperb (Unisinos)
Como respirar fora d’água, por Giuliana Lanzoni Tambellini (USP)
La Yuyera, por Maria Fernanda Cruz (UNILA)

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | FILME PUBLICITÁRIO
100 Anos Leite Moça, por Lícia Arosteguy
CCXP 2020, por Pedro Cardillo
Natura Natal, por Pepe Mendes
Onde quer que seja verde, a gente vive! Puma, por Yuri Maranhão
Samsung – Papéis, por Luciana Baseggio

Foto: Miguel Vassy.

Conheça os vencedores do 10º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba

por: Cinevitor
Okado do Canal e Thassia Cavalcanti em Rio Doce, de Fellipe Fernandes: filme premiado.

Foram anunciados nesta quinta-feira, 14/10, em uma cerimônia virtual, os vencedores do 10º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que este ano aconteceu, novamente, em formato on-line por conta da pandemia de Covid-19.

O olhar para a periferia e a dinâmica dos corpos em ambientes estabelecidos foram destaques na premiação. Os longas-metragens Rio Doce, de Fellipe Fernandes e Rolê – Histórias dos Rolezinhos, de Vladimir Seixas, foram escolhidos pelo júri formado por Heloísa Passos, realizadora e diretora de fotografia, Janaína Oliveira, pesquisadora e curadora, e Cíntia Gil, curadora, para receber o Prêmio Olhar de Melhor Filme e o Prêmio Especial do Júri. O pernambucano Rio Doce também foi o escolhido como o melhor filme brasileiro pelo júri da Mostra Novos Olhares/Melhor Filme Brasileiro, formado pelos programadores e curadores Greg de Cuir Jr., Emilie Bujès e Ana Souza; já Rolê foi a escolha do público.

Entre os curtas-metragens, o ganhador do Prêmio Olhar de Melhor Filme foi o francês Vikken, de Dounia Sichov. Na mesma mostra, Emilie Serri, com seu Sonhos de Damasco, foi reconhecida com o prêmio de Contribuição Artística. Na mostra Outros Olhares, o júri formado pelos curadores Wood Lin e Alia Ayman e pela realizadora Dea Ferraz destacou o filme Rumo ao Norte, dirigido por Angelo Madsen Minax.

O iraniano Crime Culposo, de Shahram Mokri, foi o longa-metragem vencedor do Prêmio Novos Olhares. Já a crítica escolheu o argentino Estilhaços, de Natalia Garayalde, para receber o Prêmio Abraccine, concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Na sexta-feira, nas redes sociais do Olhar de Cinema, será anunciado o vencedor do Prêmio Cinefilia, entregue àquele que assistiu mais filmes durante o festival.

Conheça os vencedores do Olhar de Cinema 2021:

COMPETITIVA | LONGA-METRAGEM

Prêmio Olhar de Melhor Filme: Rio Doce, de Fellipe Fernandes (Brasil)
Prêmio Especial do Júri: Rolê – Histórias dos Rolezinhos, de Vladimir Seixas (Brasil)
Prêmio de Contribuição Artística: Sonhos de Damasco (Damascus Dreams), de Emilie Serri (Canadá)

COMPETITIVA | CURTA-METRAGEM

Prêmio Olhar de Melhor Filme: Vikken, de Dounia Sichov (França)
Menção Honrosa: Ouça a Batida das Nossas Imagens (Écoutez Le Battement de nos Images), de Maxime Jean-Baptiste e Audrey Jean-Baptiste (Bélgica)

MOSTRA OUTROS OLHARES

Melhor longa-metragem: Rumo ao Norte (North by Current), de Angelo Madsen Minax (EUA)
Menção Honrosa: Apenas o Sol (Apenas el Sol), de Arami Ullon (Paraguai/Suíça)

MOSTRA NOVOS OLHARES

Melhor Filme: Crime Culposo (Jenayat-e bi deghat), de Shahram Mokri (Irã)
Menção Honrosa: A Cidade dos Abismos, de Priscyla Bettim e Renato Coelho (Brasil)

FILME BRASILEIRO | LONGAS | Competitiva, Novos Olhares e Outros Olhares

Melhor longa-metragem brasileiro: Rio Doce, de Fellipe Fernandes
Menção Honrosa: A Matéria Noturna, de Bernard Lessa

FILME BRASILEIRO | CURTAS | Competitiva e Outros Olhares

Melhor curta-metragem: Uma Paciência Selvagem Me Trouxe Até Aqui, de Érica Sarmet 
Menção Honrosa: Chão de Fábrica, de Nina Kopko 

OUTROS PRÊMIOS

Prêmio do Público: Rolê – Histórias dos Rolezinhos, de Vladimir Seixas
Prêmio AVEC-PR Leandro Schip: Mirador, de Bruno Costa
Prêmio AVEC-PR | Menção Honrosa: Perto de Você, de Cássio Kelm
Prêmio da Crítica | Abraccine: Estilhaços (Esquirlas), de Natalia Garayalde (Argentina)
Menção Honrosa | Abraccine: O Sonho do Inútil, de José Marques de Carvalho Jr. (Brasil)

PRÊMIO CINÉFILO
(será anunciado no dia seguinte, às 16h, depois do fim das exibições virtuais)

Foto: Divulgação/Vitrine Filmes.

Oscar 2022: 15 longas disputam indicação brasileira ao prêmio de melhor filme internacional

por: Cinevitor
Cena de Deserto Particular, de Aly Muritiba: premiado em Veneza.

A ABCAA, Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, divulgou nesta quinta-feira, 14/10, a lista com os longas-metragens brasileiros que disputarão uma vaga entre os indicados ao prêmio de melhor filme internacional do Oscar 2022, que será realizado no dia 27 de março, em Los Angeles, pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences.

O título escolhido pelo Comitê Brasileiro de Seleção para representar o Brasil na 94ª edição da premiação será divulgado no dia 15 de outubro, depois de uma reunião que ocorrerá no mesmo dia. Vale lembrar que o filme candidato à vaga deverá ter sua estreia no Brasil entre 1º de janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2021.

O comitê deste ano conta com: Felipe Lacerda, montador; Leonardo Edde, produtor e diretor; Luiz Zanin, crítico de cinema; Paula Barreto, produtora; Virginia Cavendish, atriz e produtora; Allan Deberton, cineasta; e Belisario Franca, cineasta.

Na última edição do Oscar, o Brasil esteve na disputa com o documentário Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, dirigido por Bárbara Paz, mas não conseguiu uma vaga na premiação. Vale lembrar que a última vez que o país concorreu na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os nove semifinalistas.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais é a única entidade responsável pela seleção do filme brasileiro que irá concorrer a uma vaga entre os indicados ao prêmio de melhor longa-metragem internacional no Oscar, sem qualquer tutela do governo que esteja no poder.

Conheça os 15 longas brasileiros inscritos neste ano:

7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto
A Nuvem Rosa, de Iuli Gerbase
A Última Floresta, de Luiz Bolognesi
Cabeça de Nêgo, de Déo Cardoso
Callado, de Emilia Silveira
Carro Rei, de Renata Pinheiro
Cavalo, de Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti
Deserto Particular, de Aly Muritiba
Doutor Gama, de Jeferson De
Limiar, de Coraci Ruiz
Medida Provisória, de Lázaro Ramos
Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza
Por que Você Não Chora?, de Cibele Amaral 
Selvagem, de Diego da Costa
Um Dia com Jerusa, de Viviane Ferreira

Foto: Divulgação/Pandora Filmes.

Entrevista: Nina Kopko fala sobre Chão de Fábrica, curta-metragem exibido no 10º Olhar de Cinema

por: Cinevitor
O filme reprisa na quinta-feira, 14/10, na programação do festival.

Com atuação nas áreas de roteiro, assistente de direção, consultoria de projetos e preparação de elenco, Nina Kopko estreia na direção com o curta-metragem Chão de Fábrica, exibido, pela primeira vez, na mostra competitiva da décima edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

Com roteiro escrito em colaboração com Tainá Muhringer e produzido por Letícia Friedrich, o filme começa em 1979 quando as máquinas desligam para o horário do almoço dentro de uma metalúrgica de São Bernardo do Campo. Quatro operárias comem dentro do banheiro feminino. Entre risos e conflitos, cada uma guarda um seu segredo. O elenco conta com Alice Marcone, Helena Albergaria, Carol Duarte e Joana Castro.

Nina, que foi diretora assistente dos filmes A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, e O Silêncio do Céu, de Marco Dutra, é tutora do Laboratório de Roteiros da Escola Porto Iracema das Artes desde 2018. Além disso, está em pré-produção de seu primeiro longa, Ranço de Amor, vencedor do edital Start Money da Spcine e produzido pela RT Features.

Para falar mais sobre Chão de Fábrica, seu primeiro curta-metragem, entrevistamos a diretora por e-mail. Confira:

Chão de Fábrica retrata quatro operárias de uma metalúrgica de São Bernardo do Campo. Como surgiu a ideia desse roteiro e quais foram suas referências?

A ideia começou quando vi a peça O Pão e a Pedra, da Companhia do Latão. O curta é inspirado numa cena curtinha da peça. Lembrei dos filmes que tinha visto na faculdade, sobre a greve do ABC, e como a presença de mulheres era ínfima. Me perguntei onde elas estavam na greve, se quase 30% da força operária nesse momento no ABC era de mulheres. Conversei com a atriz Helena Albergaria e com a pesquisadora Maria Lívia, e descobri que muitas mulheres operárias desse momento eram obrigadas a almoçar dentro do banheiro feminino. Então, por curiosidade, vi o filme Trabalhadoras Metalúrgicas, da Olga Futemma, e entendi que as mulheres estiveram na greve em menor número por conta da dificuldade da jornada dupla de trabalho (fábrica e casa/família) – a jornada tripla, incluindo aí as atividades sindicais, eram poucas que podiam fazer. Mas elas estiverem lá na grande greve, ainda que a gente veja pouco. E eu quis falar sobre isso.

O filme da Futemma se tornou uma grande referência, não só de pesquisa mas de inspiração cinematográfica. Depois disso foi um longo percurso de pesquisas e escritas de roteiro ao lado da Tainá Muhringer. São muitas as referências que eu visitei durante esse processo. Acredito muito nos filmes como uma espécie de constelação, onde você conversa, responde e resgata muitas obras. Vou citar aqui as mais importantes pra mim, por diferentes razões: A Dupla Jornada, de Helena Solberg; Eles Não Usam Black-Tie, de Leon Hirszman; Wanda, de Barbara Loden; o cinema todo do Carlos Reichenbach; um episódio daquela série A Família Dinossauros que me marcou ainda na infância e que fala de uma dinossaura operária assediada e que sofre para conquistar seus direitos; os textos da Simone Weil e da Silvia Federici; e a própria obra da Companhia do Latão, que foi um lugar que estudei muito em várias oficinas com o Sergio Carvalho e a Helena Albergaria.

A diretora nos bastidores das filmagens.

Com uma carreira consolidada no cinema, em diversas áreas, Chão de Fábrica é seu primeiro curta-metragem como diretora. Para você, qual a importância de ter sido selecionada para um festival tão prestigiado como o Olhar de Cinema? Como tem sido a repercussão do público?

Acho que toda a minha trajetória no cinema é uma espécie de grande percurso para me tornar diretora. Comecei como montadora, depois trabalhei com desenvolvimento de projetos, passei para assistência de direção e hoje sou roteirista e preparadora de elenco, além de ter feito duas direções assistente, que é uma função que você contribui e cria bastante ao lado da direção. Acho que todas essas experiências me deram uma noção do todo do que é realizar um filme. E, no fim, é tudo sobre criar histórias. Acho que a melhor maneira de me autodefinir é como contadora de histórias.

Mas eu demorei para entender que realmente queria dirigir também, para ter a coragem de investir nesse caminho até chegar no Chão de Fábrica. Mas eu não queria realizar um filme para provar para mim mesma que era capaz. Isso não fazia sentido. Eu queria contar uma história sobre um tema que me perturbasse, queria dividir algo com o público que eu achasse muito importante, que conversasse com as inquietações do presente. E foi assim que Chão de Fábrica surgiu, quando meses depois de ver a peça do Latão eu ainda não conseguia parar de pensar nessas mulheres e no quanto isso falava das mulheres trabalhadoras de hoje, da história delas e quem são (somos) hoje.

Estrear nesse festival de repercussão internacional é algo lindo, me sinto muito sortuda com essa estreia. A repercussão está sendo ótima, ontem foi a primeira sessão desse filme no mundo e recebi muito carinho e retornos emocionados das pessoas que assistiram. Estou numa alegria gigante hoje. Sinto que o que eu mais queria com esse curta começou a acontecer: as pessoas se conectaram com essas quatro personagens de forma muito íntima.

As atrizes Joana Castro e Carol Duarte em cena.

Sobre o elenco, como surgiu a ideia de trabalhar com essas atrizes? Como foi o processo de preparação e o entrosamento no set?

Complementando a pergunta anterior, eu também queria aproveitar a condução da direção de um filme para experimentar algo que venho pesquisando há um tempo: escrever o roteiro na sala de ensaio, junto do processo com as atrizes. Algo semelhante com que algumas companhias fazem no teatro e alguns raros diretores de cinema fizeram, como o John Cassavetes, Mike Leigh, Rainer Werner Fassbinder. E assim chegamos na sala de ensaio dois meses antes de filmar com uma V3 do roteiro, onde a estrutura estava bem sólida, mas havia lacunas e espaço de construção das personagens, dos diálogos, das ações e desenhos de cenas. Durante duas semanas investigamos e experimentamos muitas coisas juntas e no fim do processo eu escrevi a versão final do roteiro que é essa filmada. A minha experiência de roteirista e de preparadora de elenco trabalhando juntas, sabe? Foi dos processos mais bonitos em criação que já vivi.

E para fazer esse filme eu precisava de atrizes excelentes e que também fossem minhas amigas, porque o filme não tem nenhum financiamento, não existia cachê. Então, desde o início eu sabia que seriam elas quatro as atrizes do filme, e eu e a Tainá fizemos o primeiro desenho das personagens pensando muito nelas. Na verdade, só a Joana Castro eu não conhecia muito bem pessoalmente, mas era completamente apaixonada pela interpretação dela. E por sorte ela também topou, mesmo antes de ficarmos amigas. O entrosamento foi total. Inclusive porque tivemos esse longo período na sala de ensaio. Eu acredito que preparar um elenco é, em grande medida, criar o ambiente necessário para que os atores criem intimidades e se construam as relações.

Como você acredita que Chão de Fábrica possa dialogar com o público e com o Brasil atual?

O filme fala de muitas coisas sobre o presente, apesar de ser um filme sobre o passado. Ele chega até o presente, até os dias de hoje, tem alguns saltos temporais. Eu falo do passado com pés totalmente cravados no presente. Eu chego com essas personagens nos dias de hoje. Acho que só por esses apontamentos de futuro já fica um pouco evidente sobre o que eu estou querendo falar; sobre essa trajetória da mulher trabalhadora no Brasil nos últimos quarenta anos. Estamos vivendo um momento de perdas de direito; os poucos direitos conquistados pelos trabalhadores nesses últimos quarenta anos estão sendo soterrados, jogados fora e estrangulados. Acho que o filme fala muito disso também. Eu gostaria de conversar sobre isso, sobre a vida dos trabalhadores em geral, não só os de fábrica. Dessa nova grande escala de serviço terceirizado onde você não tem um vínculo empregatício. Estamos falando realmente de um abandono e de um desamparo muito grande para quem trabalha. Eu acho que essa é uma das facetas que o filme pretende conversar com o momento atual.

O que me interessa muito é que as pessoas criem uma relação com essas personagens, com essas quatro mulheres. Claro que estou falando das mulheres trabalhadoras como um todo, das mulheres metalúrgicas, das trabalhadoras em geral, mas, elas não representam todas. Elas são quatro e são específicas, contraditórias e únicas. Meu desejo é sempre que, da maneira como eu construo, como eu escrevo historias, do que eu espero atingir no publico, é que se crie essa relação íntima e provocativa também com essas quatro personagens.

*Chão de Fábrica reprisa na quinta-feira, 14/10, na programação do Olhar de Cinema.

Entrevista e edição: Vitor Búrigo
Fotos: Carol Aó e Dayse Barreto

Pânico, com Neve Campbell e Courteney Cox, ganha trailer e data de estreia

por: Cinevitor
Hello, Sidney: Neve Campbell e Courteney Cox em cena.

Dirigido por Wes Craven e lançado em dezembro de 1996, Pânico arrecadou mais de 600 milhões de dólares no mundo todo. Sucesso de público e de crítica, o terror foi eleito pela conceituada Cahiers du Cinéma como um dos dez melhores filmes do ano.

Depois disso, Pânico 2 foi lançado em 1997, seguido por Pânico 3, que chegou aos cinemas em fevereiro de 2000. O quarto filme da franquia estreou onze anos depois, em abril de 2011. A trama principal segue em torno da personagem Sidney Prescott, interpretada por Neve Campbell, uma jovem que se torna vítima de uma sucessão de assassinos que adotam o disfarce de Ghostface para perseguir e atormentar suas vítimas.

Agora, vinte e cinco anos após uma série de assassinatos brutais chocar a tranquila cidade de Woodsboro, um novo assassino se apropria da máscara de Ghostface e começa a perseguir um grupo de adolescentes para trazer à tona segredos do passado mortal da cidade.

O novo longa, dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, traz novamente no elenco papéis icônicos da franquia: Neve Campbell, como Sidney Prescott; Courteney Cox, como Gale Weathers; e David Arquette, como Dewey Riley.

O novo Pânico, que chegou a receber o título provisório de Scream 5 (ou Pânico 5), tem estreia marcada para 13 de janeiro de 2022 e traz também uma nova geração de atores promissores de Hollywood como: Jack Quaid, Jenna Ortega e Melissa Barrera, além de Kyle Gallner, Mason Gooding, Mikey Madison, Dylan Minnette, Marley Shelton, Jasmin Savoy Brown e Sonia Ammar.

Confira o trailer de Pânico:

Foto: Divulgação/Paramount Pictures.

Festival Curta Cinema 2021: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta paranaense Aonde Vão os Pés, de Débora Zanatta.

Foram anunciados nesta segunda-feira, 11/10, os selecionados para a 31ª edição do Festival Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, que acontecerá entre os dias 3 e 10 de novembro em formato híbrido.

Neste ano, a programação conta com 130 filmes, representando 30 países e divididos em sete mostras. Dando os primeiros passos para a retomada da normalidade, o festival acontecerá em formato híbrido com transmissão on-line pela Festhome TV e projeções presenciais na tradicional sala Estação NET Botafogo.

O festival é exclusivamente dedicado à exibição e à promoção de obras audiovisuais de curta-metragem. O evento exibe trabalhos finalizados em suportes digitais, com duração máxima de 30 minutos, e tem caráter competitivo e informativo. Além disso, é qualificador para importantes prêmios da indústria audiovisual, como o Oscar, BAFTA, Prêmio Goya e Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

Conheça os filmes selecionados para o Curta Cinema 2021:

COMPETIÇÃO NACIONAL

A Destruição do Planeta Live, de Marcus Curvelo (BA)
A Fome de Lázaro, de Diego Benevides (PB)
Afetadas, de Jean Oliveira (PE)
Aonde Vão os Pés, de Débora Zanatta (PR)
Ato, de Bárbara Paz (MG)
Belos Carnavais, de Thiago Mendonça (SP)
Cantareira, de Rodrigo Ribeyro (SP)
Carta ao Magrão, de Pedro Asberg (RJ)
Céu de Agosto, de Jasmin Tenucci (SP)
Colmeia, de Maurício Chades (DF)
Como Respirar Fora d’Água, de Júlia Fávero e Victoria Negreiros (SP)
Custódia, de Vinícuis Sassine (DF)
Eco de um Soco no Osso, de Gabriela Giffoni (RJ)
Enterrado no Quintal, de Diego Bauer (AM)
Foi um Tempo de Poesia, de Petrus Cariry (CE)
Hawalari, de Cássio Domingos (SP)
Henriqueta, de Anna Azevedo (RJ)
Igual/Diferente/Ambas/Nenhuma, de Adriana Barbosa e Fernanda Pessoa (SP)
Ilha do Sol, de Lucas Parente e Rodrigo Lima (RJ)
Impermanentes, de Manoel Batista e Júlio Castro (RN)
Lençol Branco, de Rebecca Moreno (MG)
Meus Santos Saúdam Teus Santos, de Rodrigo Antônio Silva (AM)
O Durião Proibido, de Txai Ferraz (PE)
Quando o Vento Bate ao Sul, de Pedro Henrique Ferreira (RJ)
Rafameia, de Nanda Félix e Mariah Teixeira (PB)
Serrão, de Marcelo Lin (MG)
Sideral, de Carlos Segundo (RN)
Tom, de Felippe Steffens (DF)
Vagalumes, de Léo Bittencourt (RJ)

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

Abisal, de Alejandro Alonso (Cuba)
Anxious Body, de Yoriko Mizushiri (Japão)
Apallou, de Niko Avgoustidi (Grécia/França)
Bestia, de Hugo Covarrubias (Chile)
Crisis, de Leopold Maurer (Áustria)
Cumbres y Cenizas, de Fernando Criollo (Peru)
Dad’s Sneakers, de Olha Zhurba (Ucrânia)
Daily Massacre in Tehran, de Hessam Hamidi (Irã)
Det Er i Jorden, de Casper Kjeldsen (Dinamarca)
Ella i Jo, de Jaume Claret (Espanha)
Fanmi, de Carmine Pierre-Dufour e Sandrine Bourdeur-Desrosier (Canadá)
Hair Tie, Egg, Homework Books, de Runxiao Luo (China)
Haut Les Coeurs, de Adrian Moyse Dullin (França)
Hilum, de Don Josephus e Raphael Eblahan (EUA/Filipinas)
I Gotta Look Good For The Apocalypse, de Ayce Kartal (Turquia)
In Flow Of Words, de Eliane Esther Bots (Holanda)
Inherent, de Nicolai G.H. Johansen (Dinamarca)
Lili Alone, de Jing Zou (China)
Love, Dad, de Diana Cam Van Nguyen (República Checa)
Noite Turva, de Diogo Salgado (Portugal)
Piko i Brunatny, de Przemek Węgrzyn (Polônia)
Planuri de Vacanta, de Alexandru Mironescu (Romênia)
Playa Chica, de Ignacio Vuelta (Espanha)
Ronde de Nuit, de Julien Regnard (França)
Silent Storm, de Grace Hsia (China)
Soft Animals, de Renee Zahn (Reino Unido)
Some Kind of Intimacy, de Toby Bull (Reino Unido)
Swallow The Universe, de Nieto (França)
New Abnormal, de Sorayos Prapapan (Tailândia)
Trumpets in The Sky, de Rakan Mayasi (Palestina)
Tundra, de José Luis Aparicio (Cuba)
Vodka Rusi, de Seyed Payam Hosseini (Irã)
We Won’t Forget, de Edgar Morais e Lucas Elliot Eberl (EUA)
Zahlvaterschaft, de Mortiz Siebert (Alemanha)

PANORAMA CARIOCA

1º Turno, de Clementino Júnior
Alágbedé, de Safira Moreira
Atira-te ao Rio, de Carla Bohler
Ava, de Stella Brajterman
As Canções de Amor de uma Bicha Velha, de André Sandino
Dois Meninos na Sala, de Felipe Nepomucemo
Entreaberta, de Bruna Amorim
Gargaú, de Bruno Ribeiro
Intervalo, de Ludmila Curi
Janelas Daqui, de Luciano Vidigal e Arthur Sherman
Milton Freire, um Grito para Além da História, de Vitor Abreu
Murada, de Ralph Campos
Pytuhem: Uma Carta em Defesa dos Guardiões da Floresta, de Mariana Villas-Bôas
Quando o Sol Se Põe, de Constancia Laviola Carreiro
Teatro Iguaçuano: Arcádia, de Gabriel Fontoura e Gabriel Ribeiro
Tudo Bem, de Caio Cézar Dias Oliveira
Um Acidente, de Gabriel Medeiros

PANORAMA LATINO-AMERICANO

Año Sabático, de David David (Colômbia)
Barrio Frontera, de Reed Purvis (Argentina/EUA)
Bobbin, de Virginia Scaro (Argentina)
Cinco de Junio, de Humberto Flores Jáuregui (México)
La Tarea, de Juan Diego Aguirre Gómez (Colômbia)
La Esperanza, de Edna Sierra Duque e Wilson Aranco (Colômbia)
Las Partes Perdidas, de Iñaki Dubourg (Argentina)
Los Pajaros Vuelan de a dos, de Juan Felipe Grisales (Colômbia)
No nos Soltemos Más, de Alkisti Efthymiou (Chile)
Olote, de Lau Charles (México)
Son of Sodom, de Theo Montoya (Colômbia)
Tierra, de Gustavo Gamero (México)
Todo es Culpa de La Sal, de María Cristina Pérez (Colômbia)

PRIMEIROS QUADROS | NACIONAL

Cacicus, de Gabirela Dullius e Bruno Cabral (RS)
Dance, de Jorja Dias de Moura (PB)
Deus Me Livre, de Carlos Henrique de Oliveira e Luis Ansorena Hervés (PR/Espanha)
Dois, de Guilherme Jardim e Vinícius Fockiss (MG)
Eric, de Letícia Castanheira (DF)
Fale Conosco, de Fábio Costa Prado (GO)
Gael: Seu Motorista Está a Caminho, de Roney Giah (SP)
Inch, de Laércio Ribeiro e Ricardo Vieira (RJ)
Meu Nome é Saudade, de Ana Graziela Aguiar (DF)
O Andar de Cima, de Tomás Fernandes Silva (SP)
Pai Nosso, de Jonas Chadarevian (SP)
Pandelivery, de Antônio Silva Matos e Guimel Salgado (SP)
Quantos Mais, de Lucas de Jesus (BA)
Sonho de Verão, de Luan Dias (RJ)
Tecido Sigilo, de Lucílio Jota (RJ)
Troca de Pele, de Débora Garcia (RJ)

PRIMEIROS QUADROS | HISPÂNICO

Animales de Guerra, de Eduardo Bustos (Colômbia)
Hacersce El Muerto, de David Bustos (Espanha)
Invasión, de Alejandro Cervantes (México)
Madri, Mala Vida, de Pablo Adiego Almudevar, Isabela Bianchi, Ignacio Ruiz e María Gómez (Espanha)
Si Amanece, Nos Vamos, de Álvaro Feldman e Laura Obrador (Espanha)
Sombra do Mar, de Sergio Pereda (Espanha)

ABERTURA

Dajla – Cine y Olvido, de Arturo Dueñas Herrero (Espanha)
Por La Razón o La Fuerza, de Giarella Araya Vega (Chile)

PROGRAMAS ESPECIAIS

REALIZADORAS FRANCESAS DE CURTA METRAGEM

Hot Spot, de Anaïs Couet-Lannes
Jouir, de Ananda Safo
L’effort Commercial, de Sarah Arnold
Toutes Les Nuits, de Laitfa Saïd
Shakira, de Noémie Merlant

SHORT EXPORT ALEMANHA

Der Schornsteinsegler, de Frédéric Schuld
Der Übers Meer Kam, de Jonas Riemer
Inndependence, de Michael Schwarz
Masel Tov Cocktail, de Arkadij Khaet e Mickey Paatzsch
Seepferdchen, de Nele Dehnenkamp
Wochenbett, de Henriette Rietz

Foto: Divulgação.

A Máquina Infernal: Francis Vogner dos Reis fala sobre o curta-metragem exibido no 10º Olhar de Cinema

por: Cinevitor
Carolina Castanho em cena do curta.

Depois de passar pelo Festival de Locarno, na Suíça, e no FICValdivia, no Chile, o curta-metragem A Máquina Infernal, dirigido por Francis Vogner dos Reis, foi exibido pela primeira vez no Brasil na décima edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

O filme, que faz parte da Mostra Competitiva, é uma fábula sobre o apocalipse da classe operária. Em uma velha fábrica em processo de falência, os corpos humanos quebram como se fossem máquinas, as máquinas gritam como se fossem corpos. O contraste entre a potência do inumano (as máquinas) e a fragilidade do humano (os trabalhadores). As fantasmagorias do trabalho moderno no mundo contemporâneo. Um filme de horror e amor.

Produzido por Maria Tereza Urias e Renan Rovida, o curta conta com Carolina Castanho, Glauber Amaral, Carlos Escher, Talita Araujo, Renan Rovida, Carlos Francisco, Maria Leite, Martha Guijarro, Carlota Joaquina, Luis Chierotto e Allan Petterson dos Reis no elenco.

Para falar mais sobre A Máquina Infernal, entrevistamos o diretor Francis Vogner dos Reis por e-mail. Confira:

Depois de passar pelo Festival de Locarno, na mostra Pardi di domani, A Máquina Infernal chega ao Olhar de Cinema. Para você, qual a importância de ter sido selecionado para um festival brasileiro tão prestigiado (ainda que on-line, porém com uma abrangência maior de espectadores)? Como tem sido a repercussão do público?

Foi ótimo passar o filme em Locarno, mas meu desejo era ver o filme exibido no Brasil. Talvez fale mais diretamente à inteligência e sensibilidade do público brasileiro que pode entender com mais presteza o que o filme coloca em jogo. Aqui, por exemplo, não tenho que justificar porque escolhi o horror, como também não preciso dizer para o público e para a imprensa sobre o que está acontecendo no Brasil. Os programadores de Locarno foram muito sensíveis ao escolher A Máquina Infernal para a Pardi di domani [mostra competitiva internacional de curtas] e me falaram coisas importantes sobre como o filme bateu neles. Mas no Brasil a recepção do público tem sido interessante. Acompanhei algumas coisas pelo Letterboxd, li críticas e acho que quem assistiu e decidiu falar sobre acatou as proposições que o filme faz. Fico feliz.

A Máquina Infernal retrata uma realidade metalúrgica contemporânea e uma fragmentação da classe operária. Como surgiu a ideia desse roteiro, a motivação para contar essa história em um cinema de gênero (nesse caso, o horror)?

A Máquina retrata sim uma realidade do imaginário e dos impasses derradeiros de uma parte significativa da atual classe trabalhadora da indústria. O desejo em trabalhar no registro do gênero foi meio óbvia pra mim que sempre vi o horror como uma possibilidade poética interessante para lidar com aquelas coisas para as quais ainda não temos uma elaboração. É nessa dobra – entre o que morre e o novo (que nem sempre é positivo) que surgem os monstros, né? E tem uma questão relacionada ao estranhamento da fábrica. O espaço da fábrica, os jogos de força, a violência e o irracional estão ali em sua máxima potência. Gera fantasmagorias.

Três coisas me influenciaram a pensar essa história: a primeira, as ruínas. Cresci vendo as ruínas no ABC. Elas sempre existiram, tanto em período de maior pujança quanto em ciclos de decadência. A sensação que eu tinha, quando pequeno, é que a ruína era como a velhice e a morte orgânicas. Em uma hora essas fábricas vão envelhecer e morrer, vai sobrar o esqueleto. Era a visão que eu tinha. Ou seja: era ao mesmo tempo uma ruína do presente que remetia ao passado e também a projeção de uma ruína do futuro com raízes no presente. As ruínas são assustadoras: decadência, memória das coisas mortas, desaparecimento, fantasmas do passado atuando.

Em segundo lugar, as memórias da fábrica da minha mãe e do meu pai. O demoníaco e o delírio, em alguns de seus relatos, estavam presentes ali no chão de fábrica corriqueiramente. Por exemplo, a cena da personagem Luisa, interpretada por Martha Guijarro, que vai ao chão possuída. Aquilo é memória da minha mãe. Sem tirar e nem pôr. Minha mãe e três tias, numa fábrica de embalagens trabalhando em pé dez horas por dias, viam, às vezes, isso acontecer com uma colega. Segundo minha mãe, ela ‘era possuída’. E não foi uma ou outra vez. Foram várias. Não estou dizendo que ERA possessão. A possessão era uma leitura das pessoas. Uma leitura nada desprezível, pois nos diz muito. 

Em terceiro lugar, o livro A Aparição do Demônio na Fábrica, do sociólogo José de Souza Martins, me deu uma perspectiva crítica da fantasmagoria de fábrica, pois a pesquisa que deu origem ao livro investiga a realidade concreta e o imaginário do operariado do ABC nos anos 1950, a partir do caso de quatro operárias que desmaiaram em uma semana em uma fábrica de cerâmica em São Caetano e ao acordarem disseram ter visto o demônio as observando em um canto do galpão da linha de produção. Essas operárias tinham origem no universo rural e seu imaginário religioso. A questão que ele coloca é que nem a modernidade industrial apagou esse imaginário e nem esse imaginário se sobrepôs à racionalidade do trabalho moderno e industrial. Seria, não só isso mas toda a teia de relações e valores, o traço de uma modernidade anômala. Mas não queria fazer um filme de caráter mais diretamente sociológico, não saberia fazê-lo, queria um filme com uma imersão na fantasmagoria, mas que ao mesmo tempo apontasse vetores, através da fábula, de uma experiência histórica.

O filme reprisa na terça-feira, 12/10, na programação do Olhar de Cinema.

Quais foram suas referências (pessoais, filmes, memórias, textos, etc.)?

Com relação à influência de filmes acho que é evidente: filmes de horror como Terror nas Trevas [L’aldilà], do Lucio Fulci, O Príncipe das Sombras [Prince of Darkness], do John Carpenter, os filmes do David Cronenberg, Kiyoshi Kurosawa; mas também filmes que não são de terror, como os do Robert Bresson, Elio Petri, Leon Hirszman, Carlos Reichenbach. Não acho que tudo isso nos influenciou diretamente, mas são filmes e diretores que estudamos e nos inspiraram aqui e ali.

Mas minha influência para o filme ser o que é foi de companheiras e companheiros de viagem: atrizes, atores, profissionais técnicos e a própria dinâmica dos produtores, Maitê Urias e Renan Rovida (e também Carlos Escher), que vem de uma larga experiência com teatro e trouxeram com eles um olhar, uma perspectiva política, um modo de trabalho, atores e atrizes. O co-roteirista Cassio Oliveira, a dupla da fotografia (Bruno Risas e Alice Andrade Drummond) foram decisivos porque além da luz fizeram a cor, assim como a direção de arte (Marcelo X) que ajudou ativamente a construir o espaço, o tempo da montagem da Cristina Amaral, o som do Guile Martins… Enfim, todo mundo. Todas as pessoas foram chamadas como colaboradores. O filme é o que é, no que ele tem de melhor, por causa de toda equipe.

Ainda que o cinema brasileiro já tenha retratado trabalhadores de fábricas em algumas obras, seu curta traz, no gênero de horror, outras identificações com elementos mais fantasmagóricos que colaboram para o desenrolar da narrativa. O fantástico está presente no imaginário, mas também no físico. Como você trabalhou, por exemplo, questões como a escolha de locação e o desenho de som?

Encontrar a locação foi a coisa mais difícil de todo o filme, pois as fábricas, muitas delas em crise, não abriam as portas à uma equipe. Chegamos a conversar e fechar com uma fábrica de peças em Ribeirão Pires. Fizemos a direção de arte dialogando com as cores dessa fábrica e reescrevemos o roteiro para se adaptar ao espaço. Deram pra trás. Nos 45 do segundo tempo, encontramos a Legas, em Diadema. Nelson e Marcelo Miyazawa, os proprietários, assim como os trabalhadores da fábrica, foram muito generosos e prestativos. Além disso, o espaço da fábrica era fantástico e nos oferecia tudo o que precisávamos. Claro que mexemos no roteiro e na direção de arte para adaptar à nova locação. O espaço muito particular determinou como poderia ser filmado. Guile Martins fez o desenho de som, árduo e complexo, o que me deixou muito feliz. A ideia era uma fábrica que alternasse silêncios, sons industriais, sons estranhos com algum comedimento, mas o difícil foi construir o monstro sonoro. Algo entre o maquínico e o orgânico, entre a edificação concreta de um prédio e o abstrato. Não foi fácil, mas está ai.

A escolha da equipe é peça fundamental para colocar um projeto em prática. Em A Máquina Infernal, além de um elenco talentoso, você trabalha também com outros profissionais consagrados, como por exemplo, a montadora Cristina Amaral. Como foi o entrosamento com a equipe e a preparação do elenco (que aliás, conta com seus pais como figurantes)?

Era um sonho trabalhar com Cristina Amaral, que acho uma das maiores artistas do cinema brasileiro. Ela imprimiu o tempo do filme. Quando eu trouxe as ideias das fusões, foi justamente porque sei que esse trabalho dela com fusões (em Carlos Reichenbach e Andrea Tonacci, principalmente) era uma coisa fina e sutil, difícil de conseguir se não for a partir de um ritmo singular. Ela, como a gente vê, fez um trabalho impressionante. Na pós-produção, todos as dicas dela foram acatadas. Ela tem olho e ouvido com uma minúcia criativa que nunca vi.

Com relação aos atores e atrizes, Renan (que também é ator no filme) e Maitê me trouxeram um modo de trabalhar em conjunto que vem da experiência deles do coletivo Tela Suja e do teatro. Me trouxeram seus parceiros no Tela Suja (Talita Oliveira), Companhia Antropofágica (Martha Guijarro) e atrizes e atores que passaram pela Companhia do Latão (Carlota Joaquina, Carlos Escher, o próprio Renan) e Carlos Francisco (que foi do Folias e fez vários filmes importantes no cinema brasileiro recente), que me ajudaram a reelaborar os personagens, os gestos e a fala política. A cena da assembleia tem intervenções diretas em falas que não estavam no roteiro, por exemplo, de Renan, Carlão e Carlota.

Glauber Amaral e Carol Castanho eu os vi no Teatro Oficina e queria ver, na contramão, esses corpos – de abertura dionisíaca – atuando no ambiente rígido de uma fábrica. O conflito seria produtivo. Glauber tem esse corpo grande e certa fragilidade que faz sentido ao personagem, Carol Castanho tem belos olhos enormes que nos traz o extracampo. Eu vejo que essas diferenças todas estabeleceram um jogo em conjunto e isso foi muito bom. Meus pais e irmãos estão no filme; os queria no filme, além do fato de terem intimidade ali com aquele universo.

O diretor durante a 74ª edição do Festival de Locarno.

Como foi a experiência de passar o filme em Locarno e a repercussão de um público internacional? Além disso, como você avalia a participação e a importância do nosso cinema nesses eventos fora do país?

Foi muito legal passar em Locarno, ocupar um espaço ali. Interessante ver que parte do público internacional aderiu à proposta do filme, parte teve dificuldade, o que é normal. Como disse, eles e elas tem muitas perguntas sobre o Brasil, pra eles uma terra muito distante e um pouco desconhecida.

Sobre os filmes fora do país, acho que os festivais internacionais precisam ser ocupados com imagens do Brasil, há nisso uma importância política, simbólica e, em poucos casos, econômica. Mas acho isso pouco. Acho que precisamos aprender a fazer circular os filmes no Brasil, inclusive, para além dos festivais. Ficarmos espremidos entre festivais e circuito exibidor não dá pé.

Seu repertório cinematográfico passa por diversas áreas (roteirista, curador, crítico). Em seu primeiro curta como diretor, como você acredita que A Máquina Infernal possa dialogar com o público e com o Brasil atual?

Eu gostaria muito que dialogasse com os públicos em geral, incluindo aquelas para além do nicho dos festivais. Sempre me preocupo muito não só como em continuar fazendo filmes, mas com qual o caminho para que possam existir efetivamente. É uma questão política, mais do que de mercado no sentido diminuto do termo. Os festivais são fundamentais, mas se queremos fazer a disputa do imaginário no país, precisamos ir além.

Acho curioso que parte do debate político sobre protagonismo no cinema brasileiro passe às vezes, restritamente, pelos festivais e pela indústria mainstream. Entendo, porque é o que há e é onde está o trabalho, mas é preciso criar outros caminhos, outras possibilidades. Se a disputa que estamos construindo é só a de ocupar os espaços que já existem ao modo tradicional, ainda que com discurso radical de nossa parte, nossa ambição tem um teto baixo, pois o mercado – tal como vigora com suas regras, hegemonias e limites claros – trata de manter as estruturas e a concentração econômica. 

*A Máquina Infernal reprisa na terça-feira, 12/10, na programação do Olhar de Cinema.

Entrevista e edição: Vitor Búrigo
Fotos: Divulgação/Desalambrar Filmes e Massimo Pedrazzini (Locarno)

Turma da Mônica – Lições, de Daniel Rezende, ganha trailer e data de estreia

por: Cinevitor
Novas aventuras no Bairro do Limoeiro: em bleve nos cinemas!

Nesta segunda-feira, 11/10, véspera do Dia das Crianças, a Paris Filmes revelou o trailer oficial de Turma da Mônica – Lições, o aguardado novo filme com as aventuras da turminha do Bairro do Limoeiro, que estreia nos cinemas no dia 30 de dezembro.

O live-action é dirigido por Daniel Rezende, do primeiro filme e Bingo: O Rei das Manhãs, e tem produção da Biônica Filmes, em coprodução com Mauricio de Sousa Produções, Paris Entretenimento, Paramount Pictures e Globo Filmes; a Paris Filmes e a Downtown Filmes assinam a distribuição.

No trailer, Mônica (Giulia  Benite), Cebolinha (Kevin  Vechiatto), Magali (Laura  Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) se esquecem de fazer o dever de casa e fogem da escola. Mas nem tudo sai como esperado e os pais de Mônica decidem mudá-la de colégio. Mesmo fazendo novos amigos, como os personagens recém-divulgados Marina (Laís Vilella), Milena (Emilly Nayara), Humberto (Lucas Infante) e Do Contra (Vinícius Higo), a turminha sente saudade de estar sempre junta. Nessa nova e emocionante aventura, Cebolinha resolve bolar um plano infalível com Magali e Cascão para trazer a Dona da Rua de volta, mesmo que para isso precise recuperar o coelhinho Sansão para a amiga.

No elenco também estão Monica Iozzi e Luiz Pacini vivendo os pais de Mônica; Paulo Vilhena e Fafá Rennó interpretando os pais de Cebolinha; além das participações especiais de Malu Mader como a professora da classe de Mônica, Isabelle Drummond dando vida à Tina e Augusto Madeira que será um professor de natação.

O filme é uma adaptação da graphic novel homônima, escrita e desenhada pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi. O primeiro longa live-action, Turma da Mônica – Laços, levou mais de 2 milhões de espectadores ao cinema.

Confira o trailer de Turma da Mônica – Lições:

Foto: Serendipity Inc.  

Filmes brasileiros são premiados no Festival de Guadalajara 2021

por: Cinevitor
Medusa, de Anita Rocha da Silveira: prêmio de melhor interpretação para Lara Tremouroux.

Foram anunciados neste sábado, 09/10, os vencedores da 36ª edição do Festival Internacional de Cine en Guadalajara, considerado um dos mais fortes da América Latina.

O longa El Comediante, de Rodrigo Guardiola e Gabriel Nuncio, recebeu o Prêmio Mezcal de melhor filme, que destaca o cinema mexicano; o drama chileno Mis Hermanos Sueñan Despiertos, de Claudia Huaiquimilla, recebeu três prêmios, entre eles, o de melhor filme ibero-americano de ficção.

Neste ano, o cinema brasileiro também se destacou na premiação: a animação Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente, de Cesar Cabral, recebeu Menção Honrosa; entre os documentários, Luiz Bolognesi levou o prêmio de melhor direção por A Última Floresta e Eryk Rocha e Jorge Chechile receberam o prêmio de melhor fotografia por Edna.

Além disso, o Prêmio Maguey, que divulga e promove um cinema que começa com histórias acompanhadas por uma orientação sexual aberta e diversa, celebrando o melhor da cinematografia LGBTQ do mundo, destacou o trabalho da atriz Lara Tremouroux em Medusa, de Anita Rocha da Silveira, com o prêmio de melhor interpretação.

O evento também apresentou a mostra Guadalajara Construye, com sete obras de ficção em andamento (works in progress) em fase de pós-produção e/ou montagem. Entre os selecionados, dois títulos brasileiros foram contemplados com prêmios especiais: Hospício Colônia, de André Ristum; e Saudade fez morada aqui dentro, de Haroldo Borges; além de Pornomelancolía, de Manuel Abramovich, uma coprodução entre Argentina, Brasil e França.

A edição também contou com o Prêmio Projeto Paradiso Guadalajara Construye, que consiste em um subsídio de dez mil dólares doado pelo Projeto Paradiso a um projeto cinematográfico brasileiro em fase de pós-produção escolhido pelo júri selecionado; o contemplado foi Saudade fez morada aqui dentro, de Haroldo Borges.

Conheça os vencedores do 36º Festival Internacional de Cinema de Guadalajara:

PRÊMIO MEZCAL

Melhor Filme Mexicano: El Comediante, de Rodrigo Guardiola e Gabriel Nuncio
Melhor Direção: Antonio Hernández, por Nos Hicieron Noche
Melhor Fotografia: El Comediante, por María Secco
Melhor Atriz: Ilse Salas, por Plaza Catedral
Melhor Ator: Fernando Xavier, por Plaza Catedral

MOSTRA HECHO EN JALISCO

Melhor Filme: Domingo, de Raúl López Echeverría (México/França/Áustria)
Menção Honrosa: La Llevada y la Traída, de Ofelia Medina (México)

CURTA-METRAGEM IBERO-AMERICANO DE FICÇÃO

Melhor Curta: Before I Die, de Iker Esteibarlanda (Espanha)
Menção Honrosa: Manchester Acatitla, de Selma Cervantes (México)

CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO | PRÊMIO INTERNACIONAL RIGO MORA 

Melhor Curta: Bestia, de Hugo Covarrubias (Chile)
Menção Honrosa: Steakhouse, de Špela Čadež (Eslovênia/Alemanha/França)

PRÊMIO MAGUEY

Melhor Filme: Our Bodies Are Your Battlefields, de Isabelle Solas (França)
Prêmio do Júri: Tobi Színei, de Alexa Bakony (Hungria)
Melhor Interpretação: Lara Tremouroux, por Medusa

LONGA-METRAGEM INTERNACIONAL DE ANIMAÇÃO

Melhor Filme: My Sunny Maad, de Michaela Pavlátová (República Checa/França/Eslováquia)
Menção Honrosa: Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente, de Cesar Cabral (Brasil)

LONGA-METRAGEM IBERO-AMERICANO DE DOCUMENTÁRIO

Melhor Filme: El Cielo Está Rojo, de Francina Carbonell (Chile)
Menção Honrosa: Vals de Santo Domingo, de Tatiana Fernández Geara (República Dominicana)
Melhor Direção: Luiz Bolognesi, por A Última Floresta
Melhor Fotografia: Edna, por Eryk Rocha e Jorge Chechile

LONGA-METRAGEM IBERO-AMERICANO DE FICÇÃO

Melhor Filme: Mis Hermanos Sueñan Despiertos, de Claudia Huaiquimilla (Chile)
Melhor Direção: Nicolás Postiglione, por Inmersión
Melhor Roteiro: Mis Hermanos Sueñan Despiertos, escrito por Claudia Huaiquimilla e Pablo Greene
Melhor Atriz: María Romanillos, por Las Consecuencias
Melhor Ator: Iván Cáceres, por Mis Hermanos Sueñan Despiertos
Melhor Fotografia: Inmersión, por Sergio Armstrong
Melhor Filme de Estreia: Inmersión, de Nicolás Postiglione (Chile/México)

OUTROS PRÊMIOS

Prêmio do Público: Poderoso Victoria, de Raúl Ramón (México)
Prêmio FIPRESCI: Nos Hicieron Noche, de Antonio Hernández (México)
Prêmio Jorge Cámara: Corazón Azul, de Miguel Coyula (Cuba)
Prêmio FEISAL: Nuestra Libertad, de Celina Escher (El Salvador/Suécia)
Prêmio Mezcal Jovem | Melhor Filme: Dirty Feathers, de Carlos Alfonso Corral (México/EUA)
Prêmio Mezcal Jovem | Menção Honrosa: Mostro, de José Pablo Escamilla (México)

Foto: Divulgação/Bananeira Filmes.