Morreu neste domingo, 06/06, aos 82 anos, a atriz Camila Amado em decorrência de um câncer. A informação foi confirmada por sua assessoria de imprensa.
Nascida no Rio de Janeiro, começou sua carreira nos palcos no final da década de 1950. Entre participações em peças de Luís de Lima, Gianfrancesco Guarnieri, João Bethencourt e Benedito Corsi, ganhou destaque por seu trabalho em A Vida Impressa em Dólar, de Clifford Odets, com direção de Paulo Afonso Grisolli, em 1962; e em Amor em Três Dimensões, de Murray Schisgal, com direção de Ivan de Albuquerque.
Dirigida por Antônio Pedro, foi elogiada pela peça A Exceção e a Regra, com texto de Bertolt Brecht, entre outras, como: O Segredo do Velho Mudo, As Desgraças de uma Criança, Vestido de Noiva, Trivial Simples, A Dama das Camélias e Hamlet. Ao longo de sua carreira teatral, trabalhou com Aderbal Freire Filho, Ítalo Rossi, Cecil Thiré, Ruy Guerra, entre muitos outros.
Sua estreia nas telonas aconteceu em 1975 no filme Quem Tem Medo de Lobisomem?, de Reginaldo Faria. No mesmo ano, ao lado de Adriana Prieto e Paulo Porto, se destacou no drama O Casamento, de Arnaldo Jabor, que lhe rendeu o kikito de melhor atriz coadjuvante no Festival de Cinema de Gramado. Também atuou em Parceiros da Aventura (1980), As Meninas (1995), Amélia (2000), Os Filhos de Nelson (2000), Condenado à Liberdade (2001), Copacabana (2001), Carreiras(2005), Os Desafinados (2008), Verônica (2008), Eu e Meu Guarda-Chuva (2010), O Abismo Prateado (2011), A Novela das 8 (2011), Eu Não Faço a Menor Ideia do que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida (2012), Duas de Mim (2017), entre outros.
Também atuou no premiado curta-metragem O Vestido de Myriam, de Lucas H. Rossi, ao lado de Tonico Pereira. Em Redemoinho, de José Luiz Villamarim, foi indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria de melhor atriz coadjuvante. Sua filmografia conta também com Loucas pra Casar (2015), Pequeno Dicionário Amoroso 2(2015), Cinzento e Negro (2015), Rúcula com Tomate Seco (2017), Back To Maracanã (2018), Chacrinha: O Velho Guerreiro (2018) e os inéditos A Balada da Nobre Senhora, curta-metragem de Hsu Chien Hsin e o documentário Zimba, de Joel Pizzini, exibido recentemente no É Tudo Verdade.
Camila Amado também se destacou na TV com diversas personagens. Atuou em O Pulo do Gato, Chico Anysio Show, Delegacia de Mulheres, A Casa das Sete Mulheres, Carga Pesada, Sítio do Picapau Amarelo, A Grande Família, Cordel Encantado, Amor Eterno Amor, Doce de Mãe, Sob Pressão, Me Chama de Bruna, Éramos Seis, entre outras produções.
Escrito pelo carioca Carlos Cardoso, Melancolia foi eleito, em 2019, o melhor livro de poesia pela APCA, Associação Paulista de Críticos de Artes. Com textos reflexivos de Heloísa Buarque de Hollanda, que assina a orelha, e Antonio Carlos Secchin, autor do posfácio, a capa da publicação nasceu de um encontro do autor com o pintor e escultor Carlos Vergara, que se envolveu completamente e, inspirado na temática do livro, produziu uma instalação exclusivamente para ilustrar a obra.
Lançado pela Editora Record, o livro de sucesso agora vai virar filme em formato de curta-metragem; o roteiro terá consultoria de Jean-Claude Bernardet, um dos mais consagrados teóricos de cinema do país. Mais informações sobra a obra serão divulgadas em breve.
Carioca, nascido em 1973, Carlos tem formação em engenharia. Sua produção literária é marcada pela intensa reflexão sobre o fazer poético e a efemeridade da existência, além de um constante diálogo intertextual com pares como, por exemplo, Antonio Cicero e Antonio Carlos Secchin, poetas cujo cuidado com a linguagem é condição primordial para construção dos versos.
Seus poemas ganharam leituras dos atores Patrícia Pillar e Othon Bastos e estão disponíveis no YouTube e também foram exibidos no Canal Curta!. Além disso, também foram traduzidos e publicados em revista de artes e crítica literária de países como Portugal, França, Espanha, Itália, Colômbia, Vietnã, México, Bulgária, Ucrânia, entre outros.
Seu livro Sol Descalço, lançado em 2004, traz poemas fortemente articulados entre si e de vocação minimalista. Além disso, inclui textos do início da produção literária do autor, que evidenciam sua força poética, trabalhando o contraste entre a depuração rítmica e o verso discursivo. Em junho de 2021, Sol Descalço será relançado pela Editora Record.
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Ruairi O’Connor, Sarah Catherine Hook, Julian Hilliard, John Noble, Eugenie Bondurant, Shannon Kook, Ronnie Gene Blevins, Keith Arthur Bolden, Steve Coulter, Vince Pisani, Ingrid Bisu, Andrea Andrade, Ashley LeConte Campbell, Sterling Jerins, Paul Wilson, Charlene Amoia, Davis Osborne, Nicholas Massouh, Stella Doyle, Megan Ashley Brown, Mitchell Hoog, Jimmy Gonzales, Franco Castan, Mark Rowe, Chris Greene, Lindsay Ayliffe, Zele Avradopoulos, Jacinte Blankenship, Robert Walker Branchaud, Jay Peterson, Kaleka, Nicky Buggs, April Carroll, Lydia Castro, Regina Ting Chen, James William Ballard, Marc Demeter, Elijah Everett, Erin Fasano, Casey Hendershot, Bryson JonSteele, Heather Kantor, Chavius Knox, Rebecca Lines, Trey McGriff, Peteystaxx, Beth Pilgreen, David Lee Poe Jr., Ryan L. Price, Shawn Weston Thacker, Jaclyn White.
Ano: 2021
Sinopse: O filme revela uma história assustadora de terror, assassinato e um desconhecido mal que chocou até os experientes investigadores de atividades paranormais Ed e Lorraine Warren. Um dos casos mais sensacionais de seus arquivos começa com uma luta pela alma de um garoto. Depois, os leva para além de tudo o que já haviam visto antes para marcar a primeira vez na história dos Estados Unidos que um suspeito de assassinato alega ter tido uma possessão demoníaca como defesa.
Cena de O Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz.
O Festival de Cannes 2021, que acontecerá entre os dias 6 e 17 de julho, anunciou nesta quinta-feira, 03/06, os filmes selecionados para a 74ª edição, que neste ano terá o cineasta americano Spike Lee na presidência do júri e o drama musical Annette, dirigido por Leos Carax, exibido na noite de abertura.
Depois de um ano conturbado por conta da pandemia de Covid-19 e uma edição especial sem a disputa pela Palma de Ouro, o festival celebra a volta presencial do evento no Palais des Festivals com a Competição Oficial. O anúncio foi realizado por Pierre Lescure, presidente do festival, e Thierry Frémaux, diretor geral do evento.
Entre os selecionados, destaca-se o brasileiro O Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz, na mostra Sessões Especiais. O longa, produzido pela VideoFilmes, será exibido fora de competição e é assumidamente biográfico. A trama é um diário de viagem filmado na primeira ida de Karim à Argélia, país em que seu pai nasceu. Entre registros da viagem, filmagens caseiras, fotografias de família, arquivos históricos e trechos de super-8, o filme opera uma costura fina entre a história de amor dos pais do diretor, a Guerra de Independência Argelina, memórias de infância e os contrastes entre Cabília (região montanhosa no norte da Argelia) e Fortaleza, cidade natal de Karim e de sua mãe, Iracema. Passado, presente e futuro se entrelaçam em uma singular travessia.
“É muito importante para um filme tão íntimo e pessoal estrear nessa gigante vitrine internacional que celebra a diversidade e excelência e de tanto prestígio que é Cannes. É um festival que tem acompanhado de perto meu trabalho, que acolhe e joga uma luz nos filmes que tenho feito, permitindo que eles sejam descobertos mundo afora. É um privilégio ser convidado e poder contar com essa visibilidade”, comentou Karim, cujo processo de criação se deu durante a pandemia, quando se debruçou sobre o material filmado em janeiro de 2019, época em que realizou pela primeira vez a travessia de barco pelo Mar Mediterrâneo para a Argélia e seguiu até as Montanhas Altas no norte do país.
O longa é todo narrado por Karim, que lê uma carta para a sua mãe, já falecida, transformada em uma companheira imaginária de viagem. Enquanto relata e comenta episódios da jornada, ele reativa memórias familiares e revela os muitos sentimentos contraditórios que marcam o seu percurso: “Com O Marinheiro das Montanhas eu quis correr o risco de que a maturidade e a experiência me permitem. Antes de tudo, um risco artístico ao me distanciar do que sei, abrindo o projeto ao inesperado. O risco também de me ver enfrentando minhas origens, minha identidade”, finalizou Karim.
Com roteiro de Karim e Murilo Hauser, a fotografia é assinada por Juan Sarmiento; a produção é de Walter Salles, João Moreira Salles e Maria Carlota Bruno em coprodução com a Globo Filmes e Globo News; a distribuição é da Gullane.
Vale lembrar que, em 2019, o cineasta passou por Cannes com A Vida Invisível, que foi eleito o melhor filme da mostra Un Certain Regard, que coloca em evidência filmes mais atípicos aos da Competição Oficial. A trajetória do diretor é marcada pelo evento, também responsável por sua estreia com Madame Satã e pela aplaudida sessão de O Abismo Prateado na Quinzena dos Realizadores.
Já na disputa pela Palma de Ouro, nomes como Wes Anderson, Asghar Farhadi, Nadav Lapid, Paul Verhoeven, Bruno Dumont, Apichatpong Weerasethakul, Jacques Audiard, Sean Baker, François Ozon, entre outros, estão confirmados na Competição Oficial; assim como Mia Hansen-Løve com o drama Bergman Island, que tem como um dos produtores o brasileiro Rodrigo Teixeira, da RT Features.
Na mostra Un Certain Regard, destaque para o mexicano Noche de Fuego, de Tatiana Huezo, uma coprodução com o Brasil pela Desvia, uma produtora brasileira independente fundada em 2010 pelo diretor Gabriel Mascaro e pela produtora Rachel Ellis; a distribuição no país será pela Vitrine Filmes.
Adaptação livre do romance homônimo da americana Jennifer Clement, o longa é ambientado em uma cidade solitária situada nas montanhas mexicanas, onde três amigas ocupam as casas daqueles que fugiram e se vestem de mulheres quando ninguém está olhando. Enquanto no próprio universo impenetrável delas magia e alegria abundam, suas mães treinam as três garotas para se protegerem dos grupos sequestradores que atuam na região, até que um evento altera a rotina do povoado.
Além disso, nesta 74ª edição, a atriz e produtora norte-americana Jodie Foster será homenageada com a Palma de Ouro honorária.
Confira a lista completa com os filmes selecionados para o Festival de Cannes 2021:
COMPETIÇÃO OFICIAL
A Crônica Francesa (The French Dispatch), de Wes Anderson (EUA) A Hero, de Asghar Farhadi (Irã) Ahed’s Knee, de Nadav Lapid (França/Israel) Annette, de Leos Carax (França/México/EUA/Suíça/Bélgica/Japão/Alemanha) Benedetta, de Paul Verhoeven (França/Holanda) Bergman Island, de Mia Hansen-Løve (França/Suécia/Alemanha) Casablanca Beats, de Nabil Ayouch (Marrocos) Drive My Car (Doraibu mai kâ), de Ryûsuke Hamaguchi (Japão) Flag Day, de Sean Penn (EUA) France, de Bruno Dumont (França/Alemanha/Itália/Bélgica) Hytti nro 6, de Juho Kuosmanen (Finlândia/Estônia/Alemanha/Rússia) La fracture, de Catherine Corsini (França) Les Intranquilles, de Joachim Lafosse (Bélgica) Les Olympiades (Paris, 13th District), de Jacques Audiard (França) Lingui, de Mahamat-Saleh Haroun (Chade) Memoria, de Apichatpong Weerasethakul (Tailândia) Nitram, de Justin Kurzel (Austrália) Petrov’s Flu, de Kirill Serebrennikov (Rússia/Suíça/França/Alemanha) Red Rocket, de Sean Baker (EUA) The Story of My Wife, de Ildikó Enyedi (Alemanha/Hungria/Itália) The Worst Person in the World (Verdens verste menneske), de Joachim Trier (Noruega) Titane, de Julia Ducournau (França/Bélgica) Tout s’est bien passé, de François Ozon (França) Tre Piani, de Nanni Moretti (Itália/França)
UN CERTAIN REGARD
After Yang, de Kogonada (EUA) Blue Bayou, de Justin Chon (EUA) Bonne Mère, de Hafsia Herzi (França) Commitment Hasan, de Hasan Semih Kaplanoğlu (Turquia) Freda, de Gessica Généus (Haiti) Gaey Wa’r, de NA Jiazuo (China) Great Freedom, de Sebastian Meise (Áustria) House Arrest (Delo), de Aleksey German Jr. (Rússia) La Civil, de Teodora Ana Mihai (Bélgica/Romênia/México) Lamb, de Valdimar Jóhannsson (Islândia/Suécia/Polônia) Let There Be Morning, de Eran Kolirin (Israel) Moneyboys, de C.B. Yi (Áustria/França/Bélgica) Noche de Fuego, de Tatiana Huezo (México/Brasil) Rehana Maryam Noor, de Abdullah Mohammad Saad (Bangladesh) The Innocents, de Eskil Vogt (Noruega/EUA/Dinamarca/Suécia/Finlândia) Un Monde, de Laura Wandel (Bélgica) Unclenching The Fists, de Kira Kovalenko (Rússia) Women Do Cry, de Vesela Kazakova e Mina Mileva (Bulgária)
FORA DE COMPETIÇÃO
Aline, The Voice of Love, de Valérie Lemercier (França) BAC Nord, de Cédric Jimenez (França) De son vivant, de Emmanuelle Bercot (França) Emergency Declaration, de Han Jae Rim (Coreia do Sul) Stillwater, de Tom McCarthy (EUA) The Velvet Underground, de Todd Haynes (EUA)
CANNES PREMIERE
Cette musique ne joue pour personne (Love Song for Tough Guys), de Samuel Benchetrit (França) Cow, de Andrea Arnold (Reino Unido) Evolution, de Kornél Mundruczó (Hungria) In Front Of Your Face, de Hong Sang-soo (Coreia do Sul) Jane Par Charlotte, de Charlotte Gainsbourg (França) JFK Revisited: Through The Looking Glass, de Oliver Stone (EUA) Mothering Sunday, de Eva Husson (França/Reino Unido) Serre-moi fort (Hold Me Tight), de Mathieu Amalric (França/Alemanha) Tromperie (Deception), de Arnaud Desplechin (França) Val, de Ting Poo e Leo Scott (EUA)
SESSÕES ESPECIAIS
Babi Yar. Context, de Sergei Loznitsa (Ucrânia) Black Notebooks, de Shlomi Elkabetz (Israel) H6, de Yé Yé (França) O Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz (Brasil) The Year Of The Everlasting Storm, de Jafar Panahi, Anthony Chen, Malik Vitthal, Laura Poitras, Dominga Sotomayor, David Lowery e Apichatpong Weerasethakul (Irã/Singapura/EUA/Chile/Tailândia)
SESSÃO DA MEIA-NOITE
Bloody Oranges, de Jean-Christophe Meurisse (França)
O Festival de Cannes 2021, que acontecerá entre os dias 6 e 17 de julho, anunciou nesta quarta-feira, 02/06, que a atriz e produtora norte-americana Jodie Foster será a grande homenageada deste ano com a Palma de Ouro honorária.
Seguindo Jeanne Moreau, Bernardo Bertolucci, Jane Fonda, Jean-Paul Belmondo, Manoel de Oliveira, Jean-Pierre Léaud, Agnès Varda e Alain Delon, Jodie Foster receberá a honraria em reconhecimento por sua brilhante jornada artística e uma personalidade única com um compromisso modesto, mas forte, com algumas das principais questões de nosso tempo. A entrega acontecerá na cerimônia de abertura no Palais des Festivals.
Em comunicado oficial, a atriz declarou: “Cannes é um festival ao qual devo muito, pois mudou completamente a minha vida. Embora já tivesse dirigido antes, minha primeira vez na Croisette foi um momento decisivo para mim. Exibir um dos meus filmes aqui sempre foi um sonho meu. Na verdade, tive várias oportunidades de realizar meu sonho. Cannes é um festival de cinema de cineastas que homenageiam os artistas. E eu agradeço muito isso”.
Em maio de 1976, com apenas 13 anos, Jodie participou do evento para apresentar Taxi Driver, de Martin Scorsese, que levou a Palma de Ouro. Desde então, sua ampla filmografia combinou altos padrões com popularidade; ela dividiu seu tempo entre atuar (em mais de 50 títulos) e dirigir (4 longas-metragens), foi premiada duas vezes no Oscar como melhor atriz (Acusados e O Silêncio dos Inocentes), trabalhou com lendas da indústria como Robert de Niro, Anthony Hopkins, Mel Gibson, Kristen Stewart, Denzel Washington, David Fincher, Robert Zemeckis, Spike Lee (que será o presidente do júri deste ano), Alan Parker e até Claude Chabrol.
Conhecida do Festival de Cannes há mais de quatro décadas, sete de seus filmes, seja como atriz ou diretora, já foram exibidos no evento. O presidente Pierre Lescure declarou: “Jodie Foster nos deu um presente incrível ao vir comemorar o retorno do festival presencial. Sua aura é incomparável: ela encarna a modernidade, a inteligência radiante da independência e a necessidade de liberdade”.
Thierry Frémaux, diretor geral do evento, completou: “Jodie não para de se reinventar. Ela questiona com seu olhar penetrante, aprende com os outros e está disposta a se afastar de suas crenças a fim de forjar uma nova moral. Faz o que é justo. Uma ideia que ela se esforça para transmitir nas decisões que toma como atriz e diretora, e que a torna tão preciosa em nossos tempos confusos. Vamos honrá-la com carinho e admiração”.
Vinculado a isso, a Mostra homenageia o ator Chico Diaz. Um dos talentos centrais da teledramaturgia e do cinema nas últimas décadas e presença constante em filmes importantes dos anos 1990, Diaz participou de títulos fundamentais do período, como Corisco & Dadá (1996), de Rosemberg Cariry; Os Matadores (1997), de Beto Brant; Baile Perfumado (1996), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira; entre outros.
Nascido na Cidade do México, de mãe brasileira e pai paraguaio, Chico se estabeleceu no Rio de Janeiro no fim dos anos 1960. A experiência transnacional na América Latina lhe deu, por condição e experiência, uma bagagem singular para construir uma carreira no país e no exterior. Nas últimas quatro décadas, tem sido um dos atores brasileiros que marcaram com mais ênfase o cinema de seu tempo, além de TV e teatro.
“Nosso homenageado começou no teatro no fim dos anos 1970 e, em 1982, atuou em seu primeiro filme, ‘O Sonho não Acabou’, de Sérgio Rezende. Ele estreia no cinema no ano posterior do maior êxito de ocupação de mercado da Embrafilme e é quando começa uma crise que anunciava mudanças no mercado local. Por isso, seus primeiros filmes soam como, ao mesmo tempo, o início e o ocaso de uma geração”, destacam os curadores Francis Vogner dos Reis e Cleber Eduardo.
Desde O Sonho não Acabou (1982), de Sérgio Rezende, Chico Diaz trabalhou com cineastas como Cacá Diegues (Quilombo), Jorge Durán (A Cor do seu Destino), Walter Lima Júnior (Chico Rei e Inocência), Tizuka Yamazaki (Parahyba Mulher Macho), Zelito Viana (Avaeté), Rosemberg Cariry (Corisco e Dadá), Ruy Guerra (A Bela Palomera), Bruno Barreto (Gabriela), entre outros.
“Seu rosto de traços fortes ajuda a delinear um estilo, marcado por uma vocalização singular, grave e flexível, modulada por performances versáteis, o que impõe uma qualidade intensa de presença”, destacam os curadores. “É evidente que seu processo é ao mesmo tempo sensível e minucioso, e também de uma inteligência rara”, afirma a curadoria da temática Histórica.
Em entrevista à Universo Produção especialmente produzida para compor a homenagem, e que será publicada no catálogo da CineOP, Chico Diaz relembrou toda a sua trajetória e apontou o cinema como o ambiente que o projetou nacionalmente, a ponto de dar-lhe autonomia em seus caminhos profissionais: “Claro que já havia um fazer poético, uma forma de eu ver a vida que se cristalizaria de alguma forma, e isso veio a partir do cinema“, disse ele.
Na conversa com o curador Francis Vogner, Chico falou de como se aproxima dos papéis que assume: “É preciso ter um canal de afeto e de amor muito grande pelo ser que você vai representar. Você tem que procurar uma divindade em cada um deles. Talvez a minha trajetória se deva a querer aprender com o entorno que me cerca e é importante se colocar de uma forma justa e adequada para que o personagem esteja conforme o momento histórico, geográfico e o que aquele povo realmente é“.
Em relação à década escolhida para as reflexões desse ano na CineOP, o ator reconheceu o impacto na sua carreira: “O começo dos anos 90 foi quando tive os primeiros sinais de que eu estava no caminho certo. Quando veio a Retomada e esses filmes vêm à tona, eu também vim à tona, num momento em que estava fora do panorama da mídia muito forte (a televisão). Aquela solidão, aquele abandono, aquele silêncio que levei por tanto tempo estavam construindo algumas capacidades e potências de decodificação para os personagens“, afirmou.
A Mostra Homenagem Chico Diaz contará com a exibição de diversos títulos, entre eles, o longa português O Ano da Morte de Ricardo Reis, de João Botelho, que será o filme de abertura do evento no dia 23 de junho. Será exibida ainda a peça de teatro A Lua vem da Ásia, adaptação do próprio Chico para o romance de Walter Campos de Carvalho e que teve sua primeira encenação em 2011.
A CineOP promoverá também o debate O percurso de Chico Diaz em quatro décadas, com a participação do ator e do curador Francis Vogner dos Reis, com mediação da apresentadora Simone Zuccolotto. O tema será o percurso do ator e questões sobre as diferenças de processos de criação e de modos de produção entre os distintos momentos históricos de sua trajetória e as mudanças nos processos de construção como ator. Ele participa ainda de outra mesa, Girassol Vermelho – Um filme em processo, que vai tratar desse trabalho inédito e em finalização do cineasta mineiro Éder Santos, com trechos a serem exibidos na programação do evento.
Conheça os filmes da Mostra Homenagem Chico Diaz:
A Cor do seu Destino, de Jorge Durán (1986) Amarelo Manga, de Cláudio Assis (2002) Cachaça, de Adelina Pontual (1995) Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariry (1996) De Sentinela, de Katia Maciel (1993) O Ano da Morte de Ricardo Reis, de João Botelho (2020) Os Matadores, de Beto Brant (1997) Praça Saens Peña, de Vinicius Reis (2008) Quem Você mais Deseja, de André Sturm e Silvia Rocha Campos (2005)
Para celebrar o mês do Orgulho LGBTQIA+, o Canal Brasil dedicará grande espaço de sua programação para essa comunidade. Durante todo o mês de junho, de terça a sexta, a faixa da 0h30 passa a ser dedicada à exibição de títulos que tratam da temática e visam dar visibilidade a essas pessoas.
A mostra tem início na madrugada de terça (01/06) para quarta (02/06), à 0h30, com a estreia de Madame. O documentário, dirigido por André da Costa Pinto e Nathan Cirino, retrata a história da primeira mulher trans a ser eleita vereadora no país.
Outros destaques da programação são: o premiado Alice Júnior, de Gil Baroni, sobre o drama de uma jovem youtuber; o clássico Madame Satã, de Karim Aïnouz; Bixa Travesty, documentário sobre Linn da Quebrada; o thriller brasileiro As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra; Flores Raras, filme de Bruno Barreto que trabalha um romance lésbico estrelado Gloria Pires e Miranda Otto; entre outros.
Além da mostra, durante todo o mês de junho, a programação do canal também estará bastante voltada para a temática. No dia 08/06, à meia-noite, estreia a nova temporada de TransMissão, programa apresentado por Linn da Quebrada e Jup do Bairro. O canal também vai reexibir as séries documentais Outras Brasileira, a partir de 14/06; Favela Gay, a partir de 21/06; e Transgente, a partir de 28/06.
A programação temática continua em julho: no dia 1/07, às 21h, o canal exibirá Falas de Orgulho, programa produzido pela TV Globo, que mostra as trajetórias de amor e aceitação de oito pessoas que têm em comum o orgulho; de ser livre, de se relacionar sem preconceitos, de existir e de ter voz.
O Cinejornal também terá matérias especiais sobre a temática. No dia 1º, antes da exibição do filme Madame, o programa será especial sobre a Mostra LGBTQIA+ com a participação de Bruna Linzmeyer, Luis Lobianco e Anne Celestino, protagonista de Alice Júnior. No dia 28/06, vai ao ar uma matéria com o tema Ser LGBTQIA+ no Brasil Hoje; no dia 29/06, o tema será A Falta de Representatividade Lésbica no Cinema Brasileiro; e no dia 30/06, o programa abordará o tema A Evolução da Presença de Profissionais Trans no Cinema Brasileiro.
Conheça os filmes da Mostra LGBTQIA+ do Canal Brasil:
MADAME (2020) Horário: madrugada de terça (01/06) para quarta (02/06), à 0h30 Direção: André Da Costa Pinto e Nathan Cirino Sinopse: Nascida em Pernambuco, Camille Cabral iniciou sua transição e se mudou para a França no auge da crise do vírus HIV. Na luta pela igualdade, ela se tornou a primeira mulher transgênero a ser eleita vereadora no país.
ALICE JÚNIOR (2019) Horário: madrugada de quarta (02/06) para quinta (03/06), à 0h30 Direção: Gil Baroni Elenco: Anne Celestino, Emmanuel Rosset, Surya Amitrano, Matheus Moura. Sinopse: Alice Júnior é uma youtuber trans cercada de liberdades. Depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade que parece ter parado no tempo, a jovem precisa sobreviver ao preconceito para dar seu primeiro beijo.
PRAIA DO FUTURO (2014) Horário: madrugada de quinta (03/06) para sexta (04/06), à 0h30 Direção: Karim Aïnouz Elenco: Wagner Moura, Clemens Schick, Jesuíta Barbosa. Sinopse: Donato é salva-vidas na Praia do Futuro, no Ceará. Seu irmão Ayrton tem grande admiração por ele, devido à coragem para resgatar desconhecidos. Um deles é Konrad, alemão que muda por completo a vida de Donato.
MADAME SATÃ (2002) Horário: madrugada de terça (08/06) para quarta (09/06), à 0h30 Direção: Karim Aïnouz Elenco: Lázaro Ramos, Marcélia Cartaxo, Flávio Bauraqui, Renata Sorrah, Emiliano Queiroz. Sinopse: A cinebiografia de um personagem contraditório e fascinante: João Francisco dos Santos. O filme se passa em um momento essencial, quando Madame Satã se torna artista de cabaré e comete o primeiro crime.
BIXA TRAVESTY (2020) Horário: madrugada de quarta (09/06) para quinta (10/06), à 0h30 Direção: Kiko Goifman e Claudia Priscilla Sinopse: O corpo político de Linn da Quebrada, cantora transexual negra, é a força motriz do documentário que captura a sua esfera pública e privada, ambas marcadas pela luta pela desconstrução de estereótipos.
TINTA BRUTA (2018) Horário: madrugada de quinta (12/06) para sexta (11/06), à 0h30 Direção: Filipe Matzembacher e Marcio Reolon Elenco: Shico Menegat, Bruno Fernandes, Guega Peixoto. Sinopse: Pedro é um adolescente que passa o tempo fazendo performances eróticas para a internet. Quando um estranho rouba a cena postando vídeos semelhantes aos seus, ele decide ir atrás do responsável.
TATUAGEM (2013) Horário: madrugada de terça (15/06) para quarta (16/06), à 0h30 Direção: Hilton Lacerda Elenco: Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa, Rodrigo García. Sinopse: Durante a ditadura, Clécio Wanderley é o líder da trupe teatral Chão de Estrelas. Mas sua vida muda quando conhece Fininha, que é militar. Eles ficam cada vez mais próximos, só que ao mesmo tempo em que ele convive cada vez mais com a trupe, Clécio precisa lidar com a repressão no meio militar.
AS BOAS MANEIRAS (2017) Horário: madrugada de quarta (16/06) para quinta (17/06), à 0h30 Direção: Juliana Rojas e Marco Dutra Elenco: Marjorie Estiano, Isabél Zuaa, Miguel Lobo, Gilda Nomacce, Eduardo Gomes, Cida Moreira. Sinopse: Ana contrata Clara, uma solitária enfermeira, para ser babá de seu filho ainda não nascido. Conforme a gravidez avança, Ana começa a apresentar comportamentos cada vez mais estranhos e sinistros.
MR. LEATHER (2019) Horário: madrugada de quinta (17/06) para sexta (18/06), à 0h30 Direção: Daniel Nolasco Sinopse: O documentário acompanha a segunda edição do concurso Mr. Leather Brasil, cujos participantes são Dom PC, Kake, Deh Leather e Maoriguy. O evento mexe com os ânimos da comunidade fetichista gay de São Paulo.
DIVINAS DIVAS (2014) Horário: madrugada de terça (22/06) para quarta (23/06), à 0h30 Direção: Leandra Leal Sinopse: O filme traz a história da primeira geração de artistas travestis do país: Rogéria, Jane Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Fujika de Halliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios.
BERENICE PROCURA (2014) Horário: madrugada de quarta (23/06) para quinta (24/06), à 0h30 Direção: Allan Fiterman Elenco: Cláudia Abreu, Du Moscovis, Emílio Dantas, Vera Holtz, Valentina Sampaio. Sinopse: Berenice é uma mulher de 35 anos extremamente dedicada ao seu trabalho de taxista no Rio de Janeiro. Totalmente consumida pela profissão, precisa dividir o pouco tempo que lhe resta entre a criação do filho Thiago, um adolescente descobrindo sua sexualidade, e sua conturbada relação com o marido Domingos, de 45 anos, que trabalha como repórter policial. O assassinato de Isabelle, uma linda transgênero encontrada morta na praia de Copacabana, acende seu lado investigativo e transforma sua vida.
FLORES RARAS (2014) Horário: madrugada de quinta (24/06) para sexta (25/06), à 0h30 Direção: Bruno Barreto Elenco: Gloria Pires, Miranda Otto, Tracy Middendorf. Sinopse: O Brasil está passando por grandes transformações. Brasília é construída, e o Rio de Janeiro se prepara para deixar de ser a capital federal. Uma poetisa americana insegura e tímida chega para conhecer o Rio e passar alguns dias com Lota de Macedo Soares, empreendedora da sociedade carioca.
CORES E FLORES PARA TITA (2017) Horário: madrugada de terça (29/06) para quarta (30/06), à 0h30 Direção: Susan Kalik Sinopse: O documentário apresenta pessoas trans: são quatro mulheres trans/travestis e quatro homens trans em diferentes idades e vivências, que compartilham suas conquistas, dores, descobertas e, principalmente, seu amor.
SÓCRATES (2014) Horário: madrugada de quarta (30/06) para quinta (01/07), à 0h30. Direção: Alex Moratto Elenco: Christian Malheiros, Tales Ordakji, Caio Martinez Pacheco, Rosane Paulo. Sinopse: Depois da morte de sua mãe, o jovem Sócrates, que foi criado apenas por ela durante os últimos tempos, precisa fazer tudo o que for possível para que consiga sobreviver na realidade da miséria.
Início da mostra: madrugada de terça (01/06) para quarta (02/06), à 0h30 Horário: de terça a sexta, sempre na faixa de 0h30
Morreu neste sábado, 29/05, aos 85 anos, o cineasta, roteirista, ator e produtor Maurice Capovilla, também conhecido como Capô. Segundo informações divulgadas por familiares, ele faleceu em decorrência de uma doença pulmonar e o corpo será cremado no domingo, no Rio de Janeiro.
Nas redes sociais, a esposa Marilia Alvim, com quem era casado há 39 anos, publicou: “Hoje Capô foi dançar no infinito”. Em fevereiro do ano passado, o cineasta fez uma publicação comovente, em sua página no Facebook, falando sobre sua saúde: “Nesta quinta-feira vou me despedir para sempre, peço desculpas aos meus amigos e amigas. Aconteceu o que estava previsto há muito tempo, o Alzheimer que tomou conta da minha memória implacável assim para sempre. Vou sentir saudades, mas devo um grande abraço a todos vocês que me acompanharam”.
Nascido em 16 de janeiro de 1936, em Valinhos, São Paulo, Maurice Capovilla começou sua carreira na década de 1960 com curtas-metragens. Antes disso, participou de um dos primeiros cineclubes da capital paulista ao lado de Jean-Claude Bernardet e Gustavo Dahl. Também estudou Filosofia na USP, trabalhou em diversos jornais como repórter e também na Cinemateca Brasileira e foi professor na ECA, Escola de Comunicações e Artes.
Seu primeiro trabalho como diretor, o curta União, foi lançado em 1962. Depois, dirigiu Meninos do Tietê, que foi premiado na Argentina. Em 1964, realizou o curta documental Subterrâneos do Futebol, produzido por Thomas Farkas.
Em 1968, lançou Bebel, Garota Propaganda, seu primeiro longa-metragem. Baseado em um conto de Ignácio de Loyola Brandão, o filme foi exibido no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e rendeu o prêmio de melhor atriz para Rossana Ghessa.
Com seu segundo longa, o drama O Profeta da Fome, Capô disputou o Urso de Ouro no Festival de Berlim. O filme, com José Mojica Marins no elenco, foi premiado em quatro categorias no Festival de Brasília: melhor roteiro (Maurice Capovila e Fernando Peixoto), melhor montagem (Silvio Renoldi), melhor atriz coadjuvante (Julia Miranda) e melhor ator coadjuvante (Maurício do Valle). Também foi eleito o melhor filme no Prêmio Molière no Air France do Cinema. O longa, baseado no texto Estética da Fome, de Glauber Rocha, ganhou destaque por dialogar com o cinema marginal.
Com o drama O Jogo da Vida, de 1977, participou do Festival de Cinema de Gramado. O filme, baseado no conto Malagueta, Perus e Bacanaço, do jornalista João Antônio, rendeu o kikito de melhor atriz coadjuvante para Myriam Muniz. No Festival de Brasília, em 2003, também exibiu Harmada, uma adaptação do romance de João Gilberto Noll, que garantiu o Candango de melhor ator para Paulo César Pereio.
Também dirigiu Noites de Iemanjá (1971), com Joana Fomm no elenco; Vozes do Medo (1972), com o segmento Julia Miranda; O Último Dia de Lampião (1975); O Princípio e o Fim (1980); O Boi Misterioso e o Vaqueiro Menino (1980); Crônica à Beira do Rio (1980); entre outros. Seu último filme, Nervos de Aço, foi exibido na 24ª edição do Cine Ceará.
Além do cinema, Capô também se destacou na TV. Na Rede Globo, na década de 1970, dirigiu a série Globo Shell e o programa Globo Repórter. Já na Rede Bandeirantes, participou como diretor de núcleo com a exibição dos primeiros telefilmes brasileiros.
Em 2005, recebeu a Ordem do Mérito Cultural, do extinto Ministério da Cultura, que reconhece relevantes contribuições à cultura brasileira; naquele ano, a honraria celebrou a diversidade e cidadania. A condecoração no Palácio do Planalto contou com a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do ministro da Cultura, Gilberto Gil.
A mostra América Negra: Conversas Entre as Negritudes Latino-americanas acontecerá entre os dias 4 e 13 de junho, em formato on-line, promovida pelo NICHO 54, instituto que atua no desenvolvimento de carreira de profissionais negros no audiovisual. Com acesso gratuito, a programação será formada por 35 filmes produzidos em dez países diferentes e divididos entre ficções, documentários e obras experimentais. A iniciativa tem o apoio da Open Society Foundations.
A curadoria da mostra propõe uma reflexão sobre a descentralização dos Estados Unidos como principal campo do olhar de produções audiovisuais que retratam as vivências pretas da diáspora. A seleção contempla filmes produzidos ao longo dos últimos 20 anos, que convidam o público a mergulhar num diferente imaginário cinematográfico e racial sobre esses territórios da América Latina.
A programação da mostra será aberta na sexta-feira, 04/06, com a exibição de três filmes que têm em comum a dança, a música e a ancestralidade como fios condutores das narrativas. São eles: o mexicano Diabinhos, diabinhas e alminhas, de Isis Violeta Contreras Pastrana; o uruguaio Tambores afro-uruguaios, de Naouel Laamiri e Rafael Ferreira; e, fechando a programação de estreia, o longa Del palenque de San Basilio, de Erwin Goggel, profundo documento visual e sonoro elaborado ao longo de 17 anos na cidade de Cartagena das Índias, na Colômbia.
A produção colombiana, inclusive, é um dos destaques da mostra e vem representada por oito títulos no total. Entre eles, o celebrado curta-metragem Palanque, de Sebastián Pinzón Silva; e o longa-metragem Saudó, Labirinto de Almas, de Jhonny Hendrix Hinestroza, diretor premiado no Festival de Veneza com Candelaria.
Outras obras internacionais de destaque são: o venezuelano Belén, la reina del quitiplá, de Adriana Vila Guevara; o mexicano Nana Dijo, do rapper Bocafloja; e Afroargentino, dirigido por Jorge Fortes e Diego Ceballos, que revela as contribuições da população negra para a cultura e a sociedade argentina. A mostra traz ainda filmes de Cuba, Equador, Peru e Bolívia.
Representada por onze títulos, a produção brasileira marca presença com obras de diferentes estilos e linguagens. Destaque para a estreia de Invazão Brazil, de Laryssa Machada, e (Outros) Fundamentos, da artista visual Aline Motta, que traz imagens captadas nas cidades de Lagos, na Nigéria, em Cachoeira, na Bahia, e no Rio de Janeiro, destinos que representam a jornada da diretora em busca de suas raízes.
Cena do filme (Outros) Fundamentos, de Aline Motta.
Os 35 filmes que compõem a mostra serão exibidos por meio da plataforma de streaming exclusiva Sala 54, que abrigará todas as mostras on-line de filmes do NICHO 54. Cada título ficará disponível para acesso por um período de 43 horas a partir da data de estreia no site.
“A programação convida o público a fazer um ‘mochilão’ cinematográfico pela América Latina, tendo a negritude como acompanhante privilegiada dessa jornada. Esta mostra possibilita ainda que a plateia acesse manifestações culturais da diáspora, descubra os diversos marcadores de racialização presentes nestes territórios e encontre paralelos entre as experiências de racismo e resistência à opressão na América Latina”, explica Heitor Augusto, codiretor do NICHO 54 e diretor curatorial da mostra, que contou também com aportes curatoriais de Bruno Galindo, Gabriel Araújo, Kariny Martins e Mariana Souza.
A mostra de cinema será antecedida pelo curso Discursos Acerca das Negritudes Latino-americanas, a ser realizado entre os dias 31 de maio e 03 de junho, sempre das 19h às 21h30. A atividade é composta por quatro encontros focados em um país diferente, com o objetivo de oferecer uma perspectiva da formação da identidade negra em diferentes territórios da região.
O curso será aberto com o encontro da Colômbia Diálogos de fronteira: Perspectivas afro-colombianas e negro-brasileiras, conduzida pelas artista Stéphanie Moreira em conjunto com a artista plástica Liliana Angulo Cortés. Na aula seguinte, o público terá acesso à perspectiva argentina, com a masterclass Também somos negros! A Argentina e os aportes da população Afro, com a professora Miriam Cortez.
No dia 2 de junho, será a vez da masterclass México: racialização e diálogos afro-indígenas, com o rapper Bocafloja. A formação será concluída com aula Lélia Gonzalez e a Améfrica Ladina: notas sobre racialização a partir do Brasil, ministrada por Flávia Rios, socióloga, professora adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF) e coorganizadora do livro Por um feminismo latino-americano: Lélia Gonzalez.
Dirigido por Fernanda Lomba e Heitor Augusto, o Instituto NICHO 54 visa fomentar a presença negra no audiovisual. Incorporando perspectivas de gênero, classe e orientação sexual, atua na estruturação de carreiras de pessoas negras com vistas a posições de liderança criativa, intelectual e econômica.
Para conferir a programação completa e mais informações, clique aqui.
Elenco: Emma Stone, Emma Thompson, Joel Fry, Paul Walter Hauser, John McCrea, Emily Beecham, Mark Strong, Kayvan Novak, Kirby Howell-Baptiste, Jamie Demetriou, Niamh Lynch, Andrew Leung, Ed Birch, Dylan Lowe, Paul Bazely, Abraham Popoola, Leo Bill, Ninette Finch, Sarah Crowden, Harrison Willmott, Jack Barry, Asmara Gabrielle, Tom Turner, Thomas Padden, Carl Rice, Chris Ryman, Javone Prince, Hannah Stokely, Haruka Abe, Steve Edge, Richard David-Caine, Waleed Akhtar, Janet Henfrey, Elizabeth Marcano-Mortlock, Camilla Roholm, Joey Akubeze, Linette Beaumont, Conor Moloney, Robert Cawsey, Ed Kear, Sid Sagar, Jacqueline Chan, Hermione Gulliford, Surinder Duhra, Peter Singh, Geoffrey Burton, Helena Dowling, Paul Chowdhry, Tim Steed, John Mackay, Nathan Amzi, Trevor Laird, Joshua Hill, Michelle Greenidge, Jane How, Angela Sims, Tipper Seifert-Cleveland, Maeve Chadwick, Nell Chadwick, Billie Gadsdon, Ziggy Gardner, Joseph MacDonald, Florisa Kamara, Bobby, Gizmo, Bluebell, Ralph, Roscoe Burr, Omar Alboukharey, Raj Awasti, Jeremy Azis, Pierre Bergman, Ross Carter, Kateryna Globa, Emilia Karlsson, Johnny Li Gotti, Rita Laker-Acaye, John Wolfe.
Ano: 2021
Sinopse: Londres, anos 1970. No meio da revolução do punk rock, uma jovem rebelde e vigarista chamada Estella é também uma garota inteligente e criativa determinada a fazer seu nome na moda com seus designs de roupas. Quando faz amizade com uma dupla de jovens ladrões, que apreciam seu apetite por travessuras, juntos conseguem construir uma vida nas ruas de Londres. Um dia, o talento de Estella chama a atenção da Baronesa von Hellman, a lenda da moda assustadoramente elegante e sofisticada. Mas, o relacionamento delas desencadeia uma série de eventos e revelações que farão Estella abraçar seu lado perverso e se tornar a dissonante, nervosa e faminta de vingança Cruella de Vil. Baseado no livro The Hundred and One Dalmatians, de Dodie Smith.
Abertura da edição passada no drive-in: homenagem ao ator Othon Bastos.
Mais tradicional evento do audiovisual maranhense, o Guarnicê é também o quarto mais antigo festival de cinema do Brasil, realizado há 44 anos pela UFMA, Universidade Federal do Maranhão, via Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC). Além das mostras competitivas nacionais e locais, a programação conta também com ações formativas que incluem oficinas audiovisuais, workshops com especialistas em cinema e palestras.
As inscrições para a 44ª edição do Festival Guarnicê de Cinema começaram nesta quinta-feira, 27/05, por meio dos formulários disponíveis no site do festival (clique aqui). O Guarnicê será realizado, novamente, de maneira híbrida, com ações presenciais e virtuais, entre os dias 17 e 24 de setembro.
As mostras competitivas nacionais são de filmes de longa e curta-metragem. Os realizadores maranhenses concorrem nas categorias filme publicitário, reportagem televisiva e videoclipe, além de longa, curta e curtíssima-metragem. Podem se inscrever realizadores brasileiros, ibero-americanos e de países de língua portuguesa. O Guarnicê aceita obras audiovisuais finalizadas a partir de outubro de 2019; a participação é gratuita.
Entre os prêmios ofertados estão: melhor filme de longa-metragem nacional, que recebe R$ 20 mil; e melhor curta nacional, contemplado com R$ 12 mil. A Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA) destina dez salários mínimos aos melhores filmes maranhenses. Outros detalhes sobre a premiação, assim como todas as informações do Guarnicê, se encontram no regulamento do festival.
Pelo segundo ano consecutivo, o Guarnicê acontecerá de maneira híbrida. No ano passado, neste mesmo formato, o festival promoveu a primeira sessão de cinema drive-in da história do Maranhão e bateu recorde de visualizações com sua programação on-line, apreciada por 14 mil espectadores de 20 países diferentes.
O caráter das ações presenciais do Guarnicê 2021 depende da situação da pandemia. A diretora de Assuntos Culturais da UFMA, Professora Dra. Roselis Barbosa Câmara, destaca: “Nossa equipe tem conversado bastante sobre esse assunto. É nosso desejo realizar algumas ações da 44ª edição de forma presencial, mas é claro que só vamos fazer se tivermos condições sanitárias adequadas para tanto”.
E mais: no dia 8 de setembro a cidade de São Luís, capital do Maranhão, completa 409 anos. Uma das atrações do aniversário será o Festival Guarnicê de Cinema.