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Inffinito Film Festival 2021: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Madalena, de Madiano Marcheti: dois prêmios.

Foram anunciados neste sábado, 18/09, os vencedores da 25ª edição do Inffinito Film Festival, maior e mais importante festival de cinema brasileiro realizado no exterior. As mostras competitivas de ficção e documentário foram exibidas presencialmente nos Estados Unidos e também em uma plataforma internacional de streaming.

Neste ano, Madalena, de Madiano Marcheti, foi o grande vencedor e recebeu o troféu Lente de Cristal em duas categorias: melhor filme de ficção e direção segundo o Júri Oficial. A cerimônia foi realizada no SoundScape Park New World Center, em Miami Beach, com exibição do longa-metragem Neojiba – Música que Transforma, de Sergio Machado e George Walker Torres.

Presidido pela atriz Betty Faria, o júri de filmes de ficção foi composto pela atriz Camila Morgado; o roteirista de cinema e artista plástico Luiz Dolino; Lorenna Montenegro, crítica de cinema, roteirista, curadora, jornalista cultural e produtora de conteúdo; e John Maass, cineasta e advogado. Para a mostra competitiva de documentários, os jurados foram: a fotógrafa Maritza Caneca; o cineasta e ator Luciano Vidigal; Flavia Azeredo, professora de linguística, cultura e cinema; e Bianca De Felipes, produtora e distribuidora de filmes e séries. Os prêmios do voto popular foram escolhidos pelo dos Estados Unidos nas categorias de melhor filme de ficção, melhor documentário e melhor curta-metragem.

Conheça os vencedores do Inffinito Film Festival 2021:

LONGAS-METRAGENS | FICÇÃO

Melhor Filme: Madalena, de Madiano Marcheti
Melhor Direção: Madiano Marcheti, por Madalena
Melhor Roteiro: King Kong en Assuncíon, escrito por Camilo Cavalcante
Melhor Atriz: Clarissa Kiste, por A Mesma Parte de um Homem
Melhor Ator: Thomás Aquino, por Curral
Melhor Fotografia: Sertânia, por Miguel Vassy
Prêmio de reconhecimento in memoriam: Andrade Junior, por King Kong en Assuncíon

LONGAS-METRAGENS | DOCUMENTÁRIO

Melhor Documentário: Por Onde Anda Makunaíma?, de Rodrigo Séllos
Melhor Direção: Sinai Sganzerla, por A Mulher da Luz Própria
Melhor Argumento: Doidos de Pedra – O Paraíso Ameaçado, escrito por Luiz Eduardo Ozório (Prêmio Especial do Júri)
Melhor Fotografia: Reflexo do Lago, por Thiago Palaes
Prêmio Memória do País: Máquina do Desejo – Os 60 Anos do Teatro Oficina, de Lucas Weglinski e Joaquim Castro
Prêmio Especial do Júri: Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos, de Daniela Broitman
Menção Honrosa | Conjunto da Obra: Lúcia Murat

JÚRI POPULAR

Melhor Longa | Ficção: O Palestrante, de Marcelo Antunez
Melhor Longa | Documentário: Doidos de Pedra – O Paraíso Ameaçado, de Luiz Eduardo Ozório
Melhor Curta: Gado Marcado, de Estevan Muniz

Foto: Divulgação/Vitrine Filmes.

12º CINEFANTASY: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Clara Pinheiro em Carro Rei, de Renata Pinheiro: cinco prêmios.

Foram anunciados neste sábado, 18/09, os vencedores da 12ª edição do CINEFANTASY – Festival Internacional de Cinema Fantástico. A atriz Clarissa Pinheiro apresentou a cerimônia virtual realizada no canal do YouTube do evento.  

Os títulos das mostras competitivas concorreram ao Troféu José Mojica Marins, exceto a Mostra Fantástico Black Power, que presta homenagem ao ator João Acaiabe, falecido recentemente, com o Troféu João Acaiabe. Além disso, os melhores filmes brasileiros de curta e longa-metragem são indicados para o disputado Prêmio FANTLATAM, premiação internacional da Alianza Latinoamericana de Festivales de Cine Fantástico.

O longa-metragem pernambucano Carro Rei, de Renata Pinheiro, foi o grande vencedor com cinco prêmios, entre eles, melhor filme pelo Júri Oficial e Popular. Além disso, a homenageada desta edição foi a atriz e diretora Helena Ignez.

De acordo com a diretora Monica Trigo, a 12ª edição do CINEFANTASY mostrou a força do audiovisual, que este ano foi 100% construído por mulheres. A premiação também mostrou a potência feminina no cinema; dos 39 prêmios distribuídos, 22 foram conquistados por mulheres: “Especialmente agora nesse momento no qual as mulheres do Afeganistão estão ameaçadas pelo Talibã e podem perder seus direitos à educação, ao trabalho, à liberdade de circulação e à vida. Essa edição foi um grito pela segurança e contra todas as formas de discriminação e abuso”, disse Monica, que também preside a FANTLATAM.

Além da curadoria, o júri também foi formado somente por mulheres; o time contou com 45 juradas: Clara Lobo, Dani Fernandez e Katia Nascimento na mostra de longas-metragens documentais; Claudia Ruiz, Cíntia Domit Bittar e Mavi Simão na mostra de longas de ficção; Bruna Barbosa, Maitê Mendonça e Railídia Carvalho na mostra Amador de curtas; Gabrielle Schauerhuber, Glaucia Davino e Sarah Guedes na mostra de curtas de animação; Ceci Alves, Samantha Brasil e Sol Moraes na mostra Brasil Fantástico; Lina Durán, Sandra Becerril e Valentina Lellín na mostra Espanha Fantástica; Aryanne Ribeiro, Juliana Monteiro e Kamilla Medeiros na mostra Estudante de curtas; Dilvania Santana, Kátia Coelho e Simone Matos na mostra Fantasia; Cida Reis, Flavia Candida e Thais Scabio na mostra Fantastic Black Power; Danny Barbosa, Malu Andrade e Maura Ferreira na mostra Fantástica Diversidade; Andreia Bolonhini, Paola De Marco e Priscila Machado na mostra Fantasteen; Cláudia Fusco, Daina Giannecchini e Leticia Santinon na mostra Ficção Científica de curtas; Jéssica Reinaldo, Sabrina Greve e Silvana Perez na mostra Horror; Cristiane Arenas, Minom Pinho e Tatiana Lechner Quiroga na mostra Mulheres Fantásticas; e Cláudia Cabral, Marta Russo e Nádia Figueiredo na mostra Pequenos Fantásticos.

Conheça os vencedores da 12ª edição do CINEFANTASY:

LONGAS-METRAGENS | FICÇÃO

Melhor Filme: Carro Rei, de Renata Pinheiro (Brasil)
Melhor Direção: Renata Pinheiro, por Carro Rei
Melhor Roteiro: Criaturas Ordinárias (Ordinary Creatures), escrito por Anna Mendelssohn e Thomas Marschall
Melhor Atriz: Beatriz Spelzini, por Anomalia
Melhor Ator: Matheus Nachtergaele, por Carro Rei

LONGAS-METRAGENS | DOCUMENTÁRIO

Melhor Filme: Açucena, de Isaac Donato (Brasil)
Menção Honrosa: Nuhu Yãg Mu Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero (Brasil)

CURTAS-METRAGENS

BRASIL FANTÁSTICO
Melhor Filme: O Verbo se Fez Carne, de Ziel Karapotó (PE)
Menção Honrosa: Kaapora – O Chamado das Matas, de Olinda Muniz Wanderley-Yawar (SP)

MULHERES FANTÁSTICAS
Melhor Filme: Chacal, de Marja Calafange (Brasil)
Menção Honrosa: Uma de Super-heróis (Una de Superhéroes), de Chon López Solano (Espanha)

FANTÁSTICA DIVERSIDADE
Melhor Filme: Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (Brasil)
Menção Honrosa: Fio de Ariadne, de Mozart Freire e Ton Martins (Brasil)

FANTÁSTICO BLACK POWER | TROFÉU ESPECIAL JOÃO ACAIABE
Melhor Filme: Curai-vos, de Clementino Junior (RJ)
Menção Honrosa: Egum, de Yuri Costa (RJ)

ESPANHA FANTÁSTICA
Melhor Filme: Roteiro (Scriptum), de Marco Leonato
Menção Honrosa: A Lua, Tomasico e Minha Avó (La Luna, Tomasico y Mi Abuela), de Ángel Caparrós

ANIMAÇÃO
Melhor Filme: Aurora – A Rua que Queria ser um Rio, de Radhi Meron (Brasil)

FANTASIA
Melhor Filme: Sou um Vampiro (Soy un Vampiro), de Sofia Garza-Barba (México/EUA)

FICÇÃO CIENTÍFICA
Melhor Filme: Algoritmo, de Thiago Foresti (Brasil)

HORROR
Melhor Filme: Iskioma, de Kostas Gerampinis (Grécia)
Menção Honrosa: O Último Natal do Universo (La Última Navidad del Universo), de David Muñoz e Adrián Cardona (Espanha)

FANTASTEEN
Melhor Filme: Assombramitos, de Elizângela DaSilva (Brasil)

PEQUENOS FANTÁSTICOS
Melhor Filme: Earthfall, de Simone Hooymans (Noruega)

ESTUDANTE
Melhor Filme: A Sentença, de Laura Coggiola (FAAP/SP)
Menção Honrosa: Cenas da Infância, de Kimberly Palermo (Universal Federal Fluminense/Niterói, RJ)

AMADOR
Melhor Filme: Antiquíssimo, de Laura de Freitas (GO)

JÚRI POPULAR

Melhor Longa: Carro Rei, de Renata Pinheiro
Melhor Curta: Quando Chegar a Noite, Pise Devagar, de Gabriela Alcântara (Brasil)

PRÊMIOS ESPECIAIS | LONGAS-METRAGENS

Indicado FANTLATAM 2021: Carro Rei, de Renata Pinheiro (Brasil)
Prêmio DOT Cine: As Almas que Dançam no Escuro, de Marcos DeBrito (Brasil)

PRÊMIOS ESPECIAIS | CURTAS-METRAGENS

Indicado FANTLATAM 2021: Chacal, de Marja Calafange (Brasil)
Prêmio Tanu Distribuición: Chacal, de MarjaCalafange
Prêmio CTAv: O Verbo se Fez Carne, de Ziel Karapotó (PE)
Prêmio DOT: O Verbo se Fez Carne, de Ziel Karapotó (PE)
Prêmio AIC | Amador: Antiquíssimo, de Laura de Freitas (GO)
Prêmio AIC | Estudante: A Sentença, de Laura Coggiola (FAAP/SP)
Prêmio Navega | Amador: Antiquíssimo, de Laura de Freitas (GO)
Prêmio Navega | Estudante: A Sentença, de Laura Coggiola (FAAP/SP)

Foto: Divulgação/Boulevard Filmes.

Belfast, de Kenneth Branagh, é o grande vencedor do Festival de Toronto 2021

por: Cinevitor
Cena de Belfast, de Kenneth Branagh: grande vencedor.

Foram anunciados neste sábado, 18/09, os vencedores da 46ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto. Conhecido como um termômetro para o Oscar, o festival, um dos mais importantes do mundo, entrega o prêmio de melhor filme para o longa mais votado pelo público. Neste ano, o drama Belfast, de Kenneth Branagh, se consagrou como o grande campeão.

Com Judi Dench, Jamie Dornan, Caitriona Balfe, Jude Hill e Ciarán Hinds no elenco, o filme se passa durante o tumulto do final dos anos 1960 na Irlanda do Norte e acompanha o jovem Buddy enquanto ele transita por um cenário de luta da classe trabalhadora, mudanças culturais radicais e violência sectária. Buddy sonha com um futuro glamoroso que o levará para longe dos problemas, mas, enquanto isso, ele encontra consolo em seus familiares.

Apresentado pela Shawn Mendes Foundation, o Prêmio Changemaker 2021 foi concedido a um filme que abordava questões de mudança social. Enquanto isso, a Canada Goose abraçou a diversidade em todas as suas formas e definições, incluindo técnica e paixão que transporta a narrativa para a tela, e apresentou o Prêmio Amplify Voices aos três melhores filmes de cineastas sub-representados.

Entre os filmes desta edição, o cinema brasileiro estava representado por diversos títulos, entre eles, 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto, com Christian Malheiros e Rodrigo Santoro, na mostra Contemporary World Cinema.

Neste ano, nomes importantes foram homenageados no Festival de Toronto: os atores Benedict Cumberbatch e Jessica Chastain receberam o TIFF Tribute Actor Award; o cineasta Denis Villeneuve recebeu o TIFF Ebert Director Award; a cantora e ativista Dionne Warwick foi homenageada com o Special Tribute Award; a cineasta canadense Danis Goulet recebeu o TIFF Emerging Talent Award; a cineasta, roteirista, cantora e ativista Alanis Obomsawin foi honrada com o Jeff Skoll Award in Impact Media; e a diretora de fotografia Ari Wegner recebeu o TIFF Variety Artisan Award.

Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Toronto 2021:

MELHOR FILME | People’s Choice Award
Belfast, de Kenneth Branagh (Reino Unido)
2º lugar: Scarborough, de Shasha Nakhai e Rich Williamson (Canadá)
3º lugar: The Power of the Dog, de Jane Campion (Austrália/Nova Zelândia)

MELHOR DOCUMENTÁRIO | People’s Choice Documentary Award
The Rescue, de E. Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin (EUA/Reino Unido)
2º lugar: Dionne Warwick: Don’t Make Me Over, de Dave Wooley e David Heilbroner (EUA)
3º lugar: Fuga (Flee), de Jonas Poher Rasmussen (Dinamarca/França/Suécia/Noruega)

PRÊMIO MOSTRA MIDNIGHT MADNESS | People’s Choice Award
Titane, de Julia Ducournau (França)
2º lugar: You Are Not My Mother, de Kate Dolan (Irlanda)
3º lugar: DASHCAM, de Rob Savage (Reino Unido/EUA)

PRÊMIO MOSTRA PLATFORM
Júri: Riz Ahmed (presidente), Clio Barnard, Anthony Chen, Kazik Radwanski e Valerie Complex
Melhor Filme: Yuni, de Kamila Andini (Singapura/França/Indonésia/Austrália)
Menção Honrosa: Mlungu Wam (Good Madam) (Mlungu Wam), de Jenna Cato Bass (África do Sul)

PRÊMIO CHANGEMAKER
Júri
: Norah Daudi, Sia Mehta, Saharla Ugas, Julia Yoo, Lina Zhang, Charles Liu, Naiya Forrester, Honora Murphy, Dev Desai, Elli Tripp, Michelle Kofia e David Rhomberg
Scarborough, de Shasha Nakhai e Rich Williamson (Canadá)

PRÊMIO AMPLIFY VOICES
Júri
: Yung Chang, Calvin Thomas, Kaniehtiio Horn, Hugh Gibson e Aisha Jamal
Melhor Filme Canadense: Ste. Anne, de Rhayne Vermette
Melhor Filme: The Gravedigger’s Wife, de Khadar Ayderus Ahmed (França/Somália/Alemanha/Finlândia) e A Night of Knowing Nothing, de Payal Kapadia (Índia/França)
Menção Especial: Scarborough, de Shasha Nakhai e Rich Williamson (Canadá)

PRÊMIO IMDbPro | CURTA-METRAGEM
Júri
: Sudeep Sharma, Tiffany Hsiung e Nicole Delaney
Melhor Filme: Displaced, de Samir Karahoda (Kosovo)
Menção Honrosa: Trumpets in the Sky, de Rakan Mayasi (Palestina/Líbano/França/Bélgica)
Melhor Filme Canadense: Angakusajaujuq – The Shaman’s Apprentice, de Zacharias Kunuk
Menção Honrosa
: Nuisance Bear, de Jack Weisman e Gabriela Osio Vanden
IMDbPro Short Cuts Share Her Journey Award: ASTEL, de Ramata-Toulaye Sy (França/Senegal)
Menção Honrosa: Love, Dad (Milý tati), de Diana Cam Van Nguyen (República Checa/Eslováquia)

PRÊMIO FIPRESCI
Júri: Andrew Kendall, Esin Kücüktepepinar, Caspar Salmon, Gilbert Seah e Teresa Vena
Anatolian Leopard (Anadolu Leoparı), de Emre Kayış (Alemanha/Dinamarca/Turquia/Polônia)

PRÊMIO NETPAC
Júri: Gemma Cubero del Barrio, Isabelle Glachant e Elhum Shakerifar
Costa Brava, Lebanon, de Mounia Akl (Líbano/Noruega/Suécia/França/Espanha/Dinamarca/Qatar)

Foto: Rob Youngson/Focus Features.

10º Olhar de Cinema: conheça os filmes selecionados para a mostra Outros Olhares

por: Cinevitor
Cena do documentário brasileiro Deus tem AIDS, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre.

Os filmes da mostra Outros Olhares, da décima edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, trazem à tona uma variedade de estilos e abordagens sobre questões urgentes. Com oito longas-metragens e onze curtas, a programação evidencia várias propostas e linguagens feitas em torno de uma série de extremidades que refletem a contemporaneidade. 

Entre os longas, destaque para os brasileiros: A Matéria Noturna, de Bernard Lessa, que conta a história de um encontro de amor na hostil Vitória; Deus Tem AIDS, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre, selecionado para o Queer Porto e que traz sete artistas e um médico ativista, todos portadores do HIV, e novas imagens e perspectivas sobre o enfrentamento da sorofobia no Brasil; e Nunca Mais Serei a Mesma, de Alice Lanari, uma coprodução com Argentina, Honduras e México, que aborda a violência contra a mulher em países da América Latina. 

A seleção continua com o colombiano A Calmaria Depois da Tempestade, exibido no Mar del Plata Film Festival e que traz Mercedes Gaviria, uma jovem que estudou no exterior e, na sua volta à Colômbia, começa a fazer um diário para tentar compreender o lugar da mulher no mundo no cinema, ainda fortemente arraigado a uma mentalidade patriarcal; Apenas o Sol, no qual a cineasta paraguaia Arami Ullón segue Mateo Sobode Chiqueno, suas histórias gravadas, canções e testemunhos do seu povo Ayoreo em um velho gravador; As Preces de Delphine, de Rosine Mbakam, grande vencedor do IndieLisboa e premiado no Cinéma du Réel, que faz um retrato de uma jovem camaronesa que, como tantas outras de sua geração, é esmagada por padrões de dominação que aprisionam as mulheres africanas.

E mais: Garotas/Museu, de Shelly Silver, uma viagem pela coleção de arte histórica do MdbK, Museu de Belas Artes de Leipzig, na Alemanha, guiada pela experiência e percepções de um grupo de meninas de 7 a 19 anos; e Rumo ao Norte, exibido na mostra Panorama em Berlim e que recebeu Menção Especial no L.A. Outfest, em que o cineasta Angelo Madsen Minax documenta o retorno à sua cidade natal após a misteriosa morte de sua sobrinha de dois anos e a prisão de seu cunhado como culpado.

Entre os curtas, a seleção traz três brasileiros e outros destaques, entre eles, Carta do Seu País Distante, de Suneil Sanzgiri, premiado no Blackstar Film Festival; Levados, de Jean Costa, exibido no Festival du Court Métrage de Clermont-Ferrand; e Lili, Só, de Zou Jing, premiado na Semana da Crítica, em Cannes.

Confira os filmes da mostra Outros Olhares do 10º Olhar de Cinema:

LONGAS-METRAGENS

A Calmaria Depois da Tempestade (Como el cielo después de llover), de Mercedes Gaviria (Colômbia)
A Matéria Noturna, de Bernard Lessa (Brasil)
Apenas o Sol (Apenas el Sol), de Arami Ullon (Paraguai/Suíça)
As Preces de Delphine (Les prières de Delphine), de Rosine Mbakam (Bélgica/Camarões)
Deus Tem AIDS, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre (Brasil)
Garotas/Museu (Girls/Museum), de Shelly Silver (Alemanha)
Nunca Mais Serei a Mesma, de Alice Lanari (Argentina/Brasil/Honduras/México)
Rumo ao Norte (North by Current), de Angelo Madsen Minax (EUA)

CURTAS-METRAGENS

A Comunhão da Minha Prima Andrea (A Comuñón da Miña Prima Andrea), de Brandán Cerviño Abeledo (Espanha)
A Culpa Não é Nossa, de Humberto Schumacher (Brasil)
Carta do Seu País Distante (Letter From Your Far-off Country), de Suneil Sanzgiri (EUA)
Eu Espero o Dia da Nossa Independência, de Bruna Carvalho Almeida e Bruna Laboissière (Argélia/Brasil)
Há um Fantasma de Mim (Er Is Een Geest Van Mij/Hay Un Fantasma Mío), de Mateo Vega (Holanda/Peru)
Levados (Gare Aux Coquins), de Jean Costa (França)
Lili, Só (Duo Li), de Zou Jing (China/Hong Kong)
Nha Mila, de Denise Fernandes (Portugal/Suíça)
O que Não Se Vê, de Paulo Abreu (Portugal)
Perto de Você, de Cássio Kelm (Brasil)
Tamgù, de Isabel Loyer e Luis Paris (Argentina/França)

A décima edição do Olhar de Cinema acontecerá entre os dias 6 e 14 de outubro, em formato on-line. Ao todo, a programação terá sete mostras: Competitiva, Novos Olhares, Outros Olhares, Olhares Brasil, Exibições Especiais, Foco e Mirada Paranaense.

Foto: Divulgação.

15ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Marcia Lopes Fargoni em cena do longa Nós, Passarinhos, de Antonio Fargoni.

A 15ª edição da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte acontecerá entre os dias 28 de setembro e 3 de outubro em formato on-line, pela segunda vez, por conta da pandemia de Covid-19. A programação gratuita com longas, médias e curtas será disponibilizada no site oficial do evento (clique aqui).

A curadoria contou com os trabalhos de Pedro Butcher, Francis Vogner dos Reis, Marcelo Miranda e Paula Kimo. Este ano, serão exibidos 90 títulos: 31 longas, 1 média, 56 curtas e 2 work in progress, com produções e coproduções de 12 estados do Brasil e de 17 países em recortes que, na maioria, dialogam com a temática central Cinema e Vigilância (leia mais aqui).

“É um trabalho de prospecção, de encontrar filmes que tenham o frescor da novidade e que ao mesmo tempo tenham relação com as ideias que estamos propondo. Não definimos os filmes a partir do conceito, mas naturalmente, durante a seleção, chama a atenção quando essa conexão acontece”, diz Francis Vogner. “Essa questão da tecnologia usada para controle social e político está muito presente em toda a história do cinema, desde Chaplin e desde ‘Mabuse’, e nunca saiu de cena. O que aconteceu foi que, mais recentemente, os dispositivos, os algoritmos, o uso dessa máquina virtual, se amplificaram e atingem a todos nós, e o cinema tem respondido a isso de forma crítica e contundente”.

Dividindo-se tanto por formatos e duração dos filmes quanto em sessões relacionadas ao tema ou a grupos de produções que seguem propostas previamente apresentadas, a CineBH 2021 está assim configurada na programação de filmes:

MOSTRA TEMÁTICA

Aqui estão reunidos 13 títulos que dialogam diretamente com a ideia de Cinema e Vigilância, conforme destaca o curador Pedro Butcher: “São filmes que põem em xeque o sentido de controle proporcionado pelos dispositivos e pelas grandes empresas capitalistas e mostram de que forma esses mecanismos são utilizados desde situações do dia a dia e chegando até situações de guerra e de ataque ao planeta e às suas populações”.

MOSTRA FORENSIC ARCHITECTURE

Dois dos programas são realizações do destaque internacional da CineBH este ano, o Forensic Architecture, coletivo multidisciplinar e multiartístico, cujo trabalho se expande de galerias de arte a julgamentos de crimes contra a humanidade e o meio ambiente: O Assassinato de Harith Augustus, que será apresentado logo na noite de abertura da mostra, composto por seis curtas complementares, formando um grande painel de reflexão e provocação; e Nuvens Tóxicas, que inclui dois curtas e um média realizados pelo grupo.

MOSTRA CONTEMPORÂNEA INTERNACIONAL

A mostra reúne cinco filmes em pré-estreia e fortemente conectados ao conceito de Cinema e Vigilância proposto pela curadoria. Em todos eles, de formas diversas, surgem as contradições de um mundo muito prático nas relações com máquinas e dispositivos e que se vê também sob controle desses mecanismos.

MOSTRA CONTEMPORÂNEA BRASIL

Quatro longas e 16 curtas-metragens apresentam um panorama de urgência da produção nacional, com muitos trabalhos recém finalizados em plena pandemia e outros que estiveram sendo preparados e foram pegos de surpresa quando 2020 chegou, alterando quaisquer expectativas. Os longas trazem novidades que também contêm paralelos com a temática de Cinema e Vigilância, ainda que não sejam diretamente conectados a ela. Os curtas estão divididos em quatro sessões cujos títulos são autoexplicativos: Brasil de agora, Geometrias do espaço, Medo e delírio e Visões adiante.

MOSTRA BRASIL CINEMUNDI

Formada por longas-metragens cujos projetos, em edições anteriores da CineBH, participaram do programa Brasil CineMundi, maior encontro de coprodução do país. A seleção da Mostra Brasil CineMundi conta com vários cases de títulos que circularam internacionalmente e que vêm recebendo reconhecimento e premiações.

MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO

Com curadoria de Paula Kimo, a mostra é composta por 20 filmes realizados de forma totalmente independente em Belo Horizonte e região metropolitana. Sob a temática este ano Cidade (em) comum, os títulos foram divididos em cinco seções, cada uma delas fazendo um recorte distinto das várias formas de enxergar e se relacionar com o espaço urbano através do audiovisual (leia mais aqui).

MOSTRA DIÁLOGOS HISTÓRICOS

Assim como a CineBH exibe um recorte significativo da produção contemporânea mundial, a Mostra Diálogos Históricos tem por objetivo relacionar o que se vê hoje com aquilo feito no passado. Conectada à temática Cinema e Vigilância, a Diálogos Históricos tem em 2021 três longas-metragens fundamentais, que contarão com bate-papo com profissionais para acompanhar cada sessão. Serão: Aelita, Rainha de Marte, de Yakov Protazanov (1924), comentado pelo pesquisador João Lanari; O Testamento do Dr. Mabuse, de Fritz Lang (1933), com comentários do crítico Inácio Araújo; e O 5º Poder, de Alberto Pieralisi (1962), comentado pelo pesquisador Reinaldo Cardenuto.

CINE-ESCOLA E MOSTRINHA

Espaço para a formação de novos espectadores de cinema, em programas especialmente pensados para atender escolas, estudantes ou famílias. Nas sessões Cine-Escola, os títulos são selecionados de acordo com faixa etária, com orientações de classificação indicativa a professores e educadores. Já na Mostrinha, estão produções que vão agradar toda a família.

Conheça os filmes selecionados para a 15ª CineBH:

MOSTRA TEMÁTICA

Auto de Resistência, de Natasha Neri e Lula Carvalho (RJ)
Canções Engarrafadas 1-4, de Kevin B Lee e Chloe Galibert-Laîné (França)
Cena do Crime, de Pedro Tavares (RJ)
Circuito Hackeado, de Deborah Stratman (EUA)
Coração de Cachorro, de Laurie Anderson (EUA)
Fala Cassandra, de Miguel Antunes Ramos (SP)
Não Haverá Mais Noite, de Eleonore Weber (França)
Memórias da Terra, de Paulo Tavares (DF) (work in progress)
Nunca é Noite no Mapa, de Ernesto de Carvalho (PE)
O Monopólio da Violência, de David Dufresne (França)
Pode o Sol Mentir?, de Susan Schuppli (Reino Unido)
Toda Luz em Todo Lugar, de Theo Anthony (EUA)
Transformers – O Premake, de Kevin B Lee (EUA)

MOSTRA FORENSIC ARCHITECTURE

Estudos de Nuvens, de Forensic Architecture (Reino Unido)
Gás Lacrimogêneo em Plaza de la Dignidad, Chile, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Anos, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Dias, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Horas, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Milissegundos, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Minutos, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Segundos, de Forensic Architecture (Reino Unido)
Se o ar Tóxico é um Monumento à Escravidão, como o Derrubamos?, de Forensic Architecture (Reino Unido)

MOSTRA DIÁLOGOS HISTÓRICOS

Aelita, Rainha de Marte, de Yakov Protazanov (Rússia)
O Quinto Poder, de Alberto Pieralisi (Brasil)
O Testamento do Dr. Mabuse, de Fritz Lang (Alemanha)

MOSTRA CONTEMPORÂNEA INTERNACIONAL

A Casa do Diretor, de Mark Isaacs (Reino Unido)
Así Hablo el Cambista, de Federico Veiroj (Uruguai/Argentina/Alemanha)
Eu Ando Sobre a Água, de Khalik Allah (EUA)
La Vida Util – Um Conto de Cinema, de Federico Veiroj (Uruguai/Espanha)
Na Sombras, de Erdem Tepegöz (Turquia)
Os Primeiros 54 Anos – Pequeno Manual para Ocupação Militar, de Avi Mograbi (França/Finlândia/Israel/Alemanha)
Um Rifle e uma Bolsa, de Cristina Haneș, Isabella Rinaldi e Arya Rothe (Índia/Romênia/Itália/Qatar)

MOSTRA CONTEMPORÂNEA BRASIL | LONGAS

A Primeira Noite de Joana, de Cristiana Oliveira (RS)
Desaprender a Dormir, de Gustavo Vinagre (SP)
Nós, Passarinhos, de Antonio Fargoni (SP)
Um Dia Qualquer, de Pedro Von Kruger (RJ)

MOSTRA CONTEMPORÂNEA | SESSÃO CINEMUNDI

A Febre, de Maya Da-Rin (Brasil/Alemanha/França)
A Morte Habita à Noite, de Eduardo Morotó (SP/PE)
Aos Olhos de Ernesto, de Ana Luiza Azevedo (RS)
Carro Rei, de Renata Pinheiro (PE)
Desterro, de Maria Clara Escobar (Brasil/Argentina/Portugal)
Por Onde Anda Makunaíma?, de Rodrigo Séllos (RR/ SP)
Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra (Brasil/França)

MOSTRA CONTEMPORÂNEA BRASIL | CURTAS

A8, de Lúcio Branco (RJ)
Afetadas, de Jean (PE)
Algoritmo, de Thiago Foresti (DF)
Bicho, de Ian Capillé (RJ)
Construção de uma Vista, de Fábio Andrade (RJ)
Contorno, de Fábio Andrade (RJ)
Floresta Espírito, de Clara Chroma (SP)
Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE)
Medo da Chuva em Noite de Frio, de Victor Hugo Fiuza (RJ)
Modo Noturno, de Calebe Lopes (BA)
Muriel, de João Pedro Faro (RJ)
Os Pilotos do Plano, de Bruna Lessa (SP)
Per Capita, de Lia Letícia (PE)
Portugal Pequeno, de Victor Quintanilha (RJ)
Rafameia, de Mariah Teixeira e Nanda Félix (PB)
Sem Título # 7: Rara, de Carlos Adriano (SP)

MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO

[O Vazio Que Atravessa], de Fernando Moreira (MG)
A Única Coisa que Entendo como Norte é a Liberdade, de Luciana Cezário (MG)
Amador, de Cris Ventura (MG)
Aurora, de Leo Ayres (MG)
Casa Número Zero, de Breno Mesquita (MG)
Cidade Analógica, de Eduardo DW e Álvaro Starling (MG)
Coletivo, de Wend Fernandes (MG)
Conselheira, de Rafael Bacelar (MG)
Dinheiro, de Sávio Leite e Arthur B. Senra (MG)
Ditadura Roxa, de Matheus Moura (MG)
Dois, de Guilherme Jardim e Vinícius Fockiss (MG)
Ela, Dora!, de Franco Dafon e Renata Victoriano (MG)
Escorre, de Thiago Monteiro e Kelly Crifer (MG)
Eu vi nos seus olhos, da janela, eu vi, que era o fim, de Larissa Muniz (MG)
Morde & Assopra, de Stanley Albano (MG)
O Resto, de Pedro Gonçalves Ribeiro (MG)
Opção do Tomo, de Antônio Beirão Xavier (MG)
Sessão 27, de Haendel Melo (MG)
Um de Vermelho e um de Amarelo, de Lipe Canêdo, GM e Fr4ad (MG)
Urdido, de Samuel Quintero (MG)

SESSÃO CINE-ESCOLA

A Menina e o Velho, de Luciano Fucinato (SC)
Ana & Copacabana, de Edem Ortegal (RJ)
Atravessa a Vida, de João Jardim (RJ)
Mensagem das Estrelas, de Ariel Pereira Quintela (SP)
O Menino e o Ovo, de Juliana Capilé (MT)
O Meu Bichinho de Estimação, de Jaqueline Dulce Moreira (MG)
Raone, de Camila Santana (SP)
Vento Viajante, de Alunos do Projeto Animação Ambiental, Escolas Municipais de Icapuí (CE)

MOSTRINHA

Miúda e o Guarda-Chuva, de Amadeu Alban (BA)
Torcida Única, de Catarina Forbes (SP)
Trincheira, de Paulo Silver (AL)

Com edições anuais e consecutivas, a CineBH reafirma seu propósito de mostrar o cinema para o mundo, promover o diálogo entre as culturas, aproximar povos e continentes, fazer a conexão do cinema brasileiro com o mercado audiovisual, realizar encontros de negócios, investir na formação, intercâmbio e cooperação internacional, construir pontes nas escolas, comunidades, redes sociais e com a cidade de Belo Horizonte e Minas Gerais.

Há também o Brasil CineMundi – International Coprodution Meeting, evento de mercado do cinema brasileiro que acontece em edições anuais e consecutivas desde 2010 e chega a sua 12ª edição em 2021 consolidado como ambiente de mercado e plataforma de rede de contatos e negócios para o cinema brasileiro em intercâmbio com o mundo. O evento faz a conexão entre a produção brasileira e a indústria audiovisual, por meio de parcerias produtivas assegurando aos projetos brasileiros de longa-metragem vagas em eventos de mercado internacionais, laboratórios, consultorias e mentorias, encontros individuais com projetos de longa-metragem, premiação, ações de cooperação e intercâmbio.

Foto: Divulgação/Cinema Instantâneo.

Los Lobos

por: Cinevitor

Direção: Samuel Kishi

Elenco: Martha Reyes Arias, Maximiliano Nájar Márquez, Leonardo Nájar Márquez, Cici Lau, Johnson T. Lau, Kevin Medina, Josiah Grado, Marvin Ramírez, Alejandro Banteah, Edwin Ramírez, Aylin Payen, Shacty Díaz, María Teresa Herrera, Amy Puente, Christina Gopal, Jeanette M. Loera, Celine R. Lopez, Robert Louder.

Ano: 2019

Sinopse: Max, de 8 anos, Leo, de 5 anos, e a mãe Lúcia acabam de cruzar a fronteira do México para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Sozinhos em um minúsculo apartamento, os meninos constroem um universo imaginário e, com esperança, pensam na promessa de sua mãe de ir à Disney, a terra dos sonhos, para finalmente conhecerem o mundo lá fora. Porém, terão que crescer prematuramente para entender as motivações da mãe.

Crítica: Dirigido pelo mexicano Samuel Kishi, o drama Los Lobos rodou diversos festivais e foi premiado em Berlim, Havana e Miami. A afetuosa história sobre uma mãe que decide mudar de vida e cruza a fronteira do México para ir morar nos Estados Unidos ao lado dos dois filhos pequenos é realmente comovente e cativante. E isso se dá por diversos motivos, a começar pelas atuações: Martha Reyes Arias interpreta uma matriarca protetora, que carrega um olhar pesaroso quase sem esperança, porém resistente; os meninos Maximiliano Nájar Márquez e Leonardo Nájar Márquez brilham em cena com entrosamento de sobra; e há também destaque para a atriz Cici Lau, que interpreta uma vizinha amigável, que constrói aos poucos uma relação de carinho com a família. Em certos momentos, é inevitável uma comparação ao americano Projeto Flórida, de Sean Baker, ou até mesmo ao italiano A Vida é Bela, de Roberto Benigni, nesse caso, na questão de proteger um ente querido das barbáries externas, porém, Los Lobos consegue trilhar seu caminho próprio ao construir uma narrativa latino-americana com veracidade. Há tanto carinho entre esses personagens que até momentos clichês, que derrapariam a história, conseguem manter a emoção e comover. Os diálogos são bem construídos e interpretados com naturalidade; e ao longo dos 95 minutos de projeção, acompanhamos o crescimento destes personagens e a descoberta de um mundo novo. Uns sonham em ir para a Disney, algo que talvez nunca aconteça, mas ainda assim se fortalecem nesse objetivo para seguir a vida com entusiasmo; outros buscam qualquer oportunidade de sobrevivência para ter o que comer no dia seguinte. A beleza de Los Lobos está na combinação entre melancolia e esperança; na realidade com o lúdico; e também na fantasia com a ingenuidade. Além do amor que transborda na tela. (Vitor Búrigo)

*Filme visto no 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

Nota do CINEVITOR:

nota-4-estrelas

Olhar de Cinema 2021: conheça os filmes da mostra Novos Olhares

por: Cinevitor
Cena do longa Esqui, de Manque La Banca: coprodução entre Argentina e Brasil.

A décima edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que acontecerá entre os dias 6 e 14 de outubro, em formato on-line, acaba de anunciar novos títulos em sua programação.

Os longas-metragens da mostra Novos Olhares trazem maior radicalidade em suas propostas estéticas. Este ano, compõem a mostra seis filmes, sendo três deles produções brasileiras. Um dos destaques é o iraniano Crime Culposo, de Shahram Mokri, que mostra quatro homens que decidem incendiar um teatro e recriar, quarenta anos depois, os atentados a cinemas que mataram centenas de pessoas e foram realizados para derrubar o regime do Xá no Irã; o longa foi exibido na mostra Horizontes do Festival de Veneza do ano passado.

A programação conta também com: a coprodução argentina e brasileira Esqui, de Manque La Banca, exibida no FIDMarseille, IndieLisboa e vencedora do Prêmio Fipresci da mostra Forum do Festival de Berlim, que mostra o universo oculto das relações de trabalho que se geram durante a alta temporada de esqui na Patagônia argentina; e o americano Rock Bottom Riser, de Fern Silva, que traz imagens de vulcões havaianos jorrando lava e fez parte da seleção de Roterdã e Berlim, no qual recebeu Menção Especial. Também exibido na Berlinale, Tzarevna Descamada, da diretora russa Uldus Bakhtiozina, traz um caleidoscópio de contos de fadas e mitos russos; um passeio visual pela cultura russa e seu passado histórico.

E mais: uma coprodução entre Brasil e Alemanha, Virar Mar, de Philipp Hartmann e Danilo Carvalho, que transita entre as terras desérticas do sertão brasileiro e as paisagens de Dithmarschen, no norte da Alemanha, uma região sujeita a inundações, construindo uma reflexão sobre alterações climáticas e a observação do cotidiano; e o brasileiro A Cidade dos Abismos, de Priscyla Bettim e Renato Coelho, que teve sua estreia mundial no IndieLisboa deste ano; o longa mostra três jovens de origens distintas, unidos por um assassinato em uma São Paulo hostil e fragmentada.

Conheça os longas selecionados para a mostra Novos Olhares do 10º Olhar de Cinema:

A Cidade dos Abismos, de Priscyla Bettim e Renato Coelho (Brasil)
Crime Culposo (Jenayat-e bi deghat), de Shahram Mokri (Irã)
Esqui (Esquí), de Manque La Banca (Argentina/Brasil)
Rock Bottom Riser, de Fern Silva (EUA)
Tzarevna Descamada (Doch Rybaka), de Uldus Bakhtiozina (Rússia)
Virar Mar, de Philipp Hartmann e Danilo Carvalho (Alemanha/Brasil)

O Olhar de Cinema busca destacar e celebrar o cinema independente produzido no mundo. São propostas estéticas inventivas, envolventes e com comprometimento temático, que abrange desde a abordagem de inquietações contemporâneas acerca do microuniverso cotidiano de relacionamentos, até interpretações e posicionamentos sobre política e economia mundial.

Ao todo, a programação terá sete mostras: Competitiva, Novos Olhares, Outros Olhares, Olhares Brasil, Exibições Especiais, Foco e Mirada Paranaense.

Foto: Manque La Banca.

Festival de Brasília do Cinema Brasileiro abre inscrições para a 54ª edição

por: Cinevitor
O cobiçado Troféu Candango.

A 54ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro acontecerá na primeira quinzena de dezembro em formato on-line. Consagrado por reunir o melhor da produção audiovisual brasileira desde 1965, o festival foi e é palco fundamental na história do cinema nacional, tendo acompanhado as transformações impostas pela tecnologia e pelo tempo.

No ano passado, por conta da pandemia de Covid-19, o Festival de Brasília se adaptou às necessidades do virtual, e em 2021 se consolida neste formato, realizando sua 54ª edição com exibição em plataforma virtual e campanha voltada ao digital.

Entre os dias 13 de setembro a 4 de outubro estão abertas as inscrições de filmes interessados em compor a programação do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Nas mostras competitivas, serão selecionados seis longas e 12 curtas que, além de concorrerem às categorias do cobiçado Troféu Candango, recebem cachês de seleção nos valores de R$ 30.000,00 para longas e R$ 10.000,00 para curtas. 

Já na Mostra Brasília, as produções locais podem se inscrever para quatro vagas de longas e oito de curtas, com cachês de seleção de R$ 15.000,00 para longas e R$ 5.000,00 para curtas. Os interessados em compor a programação da edição 2021 devem preencher o formulário de inscrição no site oficial (clique aqui). Vale destacar que só serão aceitas obras concluídas a partir de 2019, preferencialmente inéditas.

Durante as exibições, o público votará no filme favorito através da plataforma do festival que, para além do voto popular, também contará com um júri formado por grandes nomes do audiovisual no país, sendo cinco profissionais para longas, cinco para curtas e três para a Mostra Brasília. A diversidade e paridade de gênero são diretrizes fundamentais para a composição deste corpo de jurados. 

Foto: Nityama Macrini/SECEC/DF.

10ª Mostra Ecofalante de Cinema: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Cena do argentino Piedra Sola, de Alejandro Telémaco Tarraf.

Foram anunciados neste domingo, 12/09, os vencedores da 10ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais, que, mais uma vez, foi realizado em formato on-line por conta da pandemia de Covid-19.

O drama argentino Piedra Sola, de Alejandro Telémaco Tarraf, se consagrou como o grande vencedor e foi premiado com o Troféu Ecofalante e quinze mil reais; o anúncio aconteceu em uma cerimônia virtual, que foi apresentada pela jornalista Flavia Guerra. Segundo o júri, composto por Cristina Amaral, Junia Torres, Mário Branquinho e Takumã Kuikuro, o longa os impressionou “pela qualidade cinematográfica e sobretudo pela fotografia, que nos apresenta uma humanidade totalmente imersa no mundo natural”. A justificativa continua: “o filme resulta de uma marcada competência na proposta de atuação da própria comunidade indígena, filmando e ensinando não apenas o seu cotidiano, mas a dimensão ainda mais complexa, que nos permite pensar a questão ambiental de forma mais profunda ainda”.

O prêmio do Júri Oficial de melhor curta foi para o mexicano Aká, de Adolfo Fierro e Juan González, que recebeu o troféu e um prêmio no valor de R$ 5 mil reais. No filme, Adolfo, um jovem rarámuri, se torna o primeiro cinegrafista de sua cidade ao documentar como sua comunidade foi desaparecendo.

O júri do Concurso Curta Ecofalante, composto por Camila de Moraes, Julia Katharine e Lucia Monteiro, escolheu como melhor filme Quarentena Pra Quem?, de Laís Maciel e Isabella Vilela. O documentário, que traz a visão de três trabalhadores que não pararam de trabalhar durante a pandemia, ganhou o Troféu Ecofalante e R$ 4 mil de prêmio. 

Conheça os vencedores da 10ª Mostra Ecofalante de Cinema:

COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | LONGAS

Melhor Filme: Piedra Sola, de Alejandro Telémaco Tarraf (Argentina)
Menção Honrosa: Luz nos Trópicos, de Paula Gaitán (Brasil/RJ), Era uma Vez na Venezuela, de Anabel Rodríguez (Venezuela/Reino Unido/Áustria/Brasil) e Edna, de Eryk Rocha (Brasil/SP)

COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | CURTAS

Melhor Filme: Aká, de Adolfo Fierro e Juan González (México)
Menção Honrosa: Mineiros, de Amanda Dias (Brasil/MG) e Topawa, de Kamikia Ksedje e Simone Giovine (Brasil/PA)

CONCURSO CURTA ECOFALANTE

Melhor Filme: Quarentena Pra Quem?, de Laís Maciel e Isabella Vilela (SP)
Menção Honrosa: Àprova , de Natasha Rodrigues (SP)

PRÊMIO DO PÚBLICO

Competição latino-americana | Longas: Mata, de Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes (Brasil/Noruega)
Competição latino-americana | Curtas: Tapajós Ameaçado, de Thomaz Pedro (Brasil/SP)
Panorama Internacional Contemporâneo: Dope is Death: A Outra Luta das Panteras Negras, de Mia Donovan (EUA)
Concurso Curta Ecofalante: Remanescente, de João Victor Avila (SP)

PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR FILME DA 10ª MOSTRA ECOFALANTE

A Bolsa ou A Vida, de Silvio Tendler (RJ)

Foto: Divulgação.

Conheça os vencedores do 4º Curta Caicó

por: Cinevitor
Cássia Damasceno: melhor atriz por Vai Melhorar, de Pedro Fiuza.

Foram anunciados neste domingo, 12/09, os vencedores da quarta edição do Curta Caicó, que aconteceu em formato híbrido, com atividades on-line e presenciais. Realizado no interior do Rio Grande do Norte, o festival vem se consolidando como uma importante vitrine de exibição e fomento ao cinema nacional.

A cerimônia de premiação do Curta Caicó 2021 foi transmitida pelo YouTube e revelou, além dos vencedores das mostras competitivas, honrarias especiais como: Prêmio da Crítica, formado por membros da ACCiRN, Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Norte, e da ACCIRS, Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul; além do Júri Popular, entre outros.

Anualmente, o Curta Caicó concede o Prêmio Referência de Contribuição Artística para personalidades ou movimentos que contribuem para o desenvolvimento do cinema regional e nacional. Nesta edição, os homenageados foram: a atriz paraibana Zezita Matos pelo conjunto da obra; e o empresário aposentado Biró Modesto, sendo sua família responsável pela construção do antigo Cinema São Francisco.

Neste ano, o júri da quarta edição foi presidido por Marcela Freire e contou com: Breno César, Leo Tabosa e Dênia Cruz na mostra Nacional; Clarissa Kuschnir, Hipólito Lucena e Allyne Paz na mostra Potiguar; Michelle Ferret, Aryanne Ribeiro e Alexandre Taquary na mostra Seridó; e Priscila Urpia, Esdras Marchezan e Catarina Doolan na mostra Nordeste.

Conheça os vencedores do 4º Curta Caicó:

MOSTRA NACIONAL

Melhor Filme: Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE)
Melhor Direção: Matheus Farias e Enock Carvalho, por Inabitável
Melhor Roteiro: Inabitável, escrito por Matheus Farias e Enock Carvalho
Melhor Fotografia: Inabitável, por Gustavo Pessoa
Melhor Som: Tom, por Guilherme Cássio
Melhor Interpretação Masculina: César Ferrario, por Joana
Melhor Interpretação Feminina: Luciana Souza, por Inabitável
Menção Honrosa: Elemento Suspeito, de Gustavo Paixão (SP)
Menção Honrosa: Reexisto, de Lethicia Galo e Rodrigo Campos (SP)

MOSTRA SERIDÓ

Melhor Filme: Fole, de Lourival Andrade
Melhor Direção: Lourival Andrade, por Fole
Melhor Roteiro: Corpos (In)Visíveis: entre o lixão e o Frei Damião, escrito por Jailson Valentim dos Santos
Melhor Fotografia (empate): Fole, por Fernando Leão e Zezinho Vídeo, e O Photographo Zézelino, por Damião Paz, Henrique José e Meysa Medeiros
Melhor Som: Fole, por Fernando Leão e Pedro Andrade
Melhor Interpretação Masculina: Mané do Fole, por Fole, e Damião Paz, por O Photógrafo Zézelino
Melhor Interpretação Feminina: Maria das Graças (Gracinha), por Propósito
Menção Honrosa: Cores da Resistência, de Hylka Rachel

MOSTRA POTIGUAR

Melhor Filme: Vai Melhorar, de Pedro Fiuza
Melhor Direção: Pedro Fiuza, por Vai Melhorar
Melhor Roteiro: Vai Melhorar, escrito por Pedro Fiuza
Melhor Fotografia: A Terra me Disse, por Pedro Medeiros
Melhor Som: Nocaute, por Herisson Pedro
Melhor Interpretação Masculina: Enio Andrade, por Mais um João e pelo conjunto da obra
Melhor Interpretação Feminina: Cássia Damasceno, por Vai Melhorar

MOSTRA NORDESTE

Melhor Filme: Remoinho, de Tiago A. Neves (PB)
Melhor Direção: Elcio Verçosa Filho, por Vaudeville
Melhor Roteiro: Remoinho, escrito por Tiago A. Neves
Melhor Fotografia: Vaudeville, por Diego Garcia
Melhor Som: Memórias Submersas, por Richard Soares
Melhor Interpretação Masculina: Alexandre Guimarães, por Vaudeville
Melhor Interpretação Feminina: Cely Farias, por Remoinho
Menção Honrosa: A Beleza de Rose, de Natal Portela (CE)

JÚRI DA CRÍTICA | ACCiRN e ACCIRS

Mostra Nacional: Fragmentos ao Vento: 1945, de Ulisses Da Motta (RS)
Mostra Nordeste: Vaudeville, de Elcio Verçosa Filho (AL)
Mostra Potiguar: Hashtag, de Kell Allen (RN)
Mostra Seridó: Propósito, de Adriano Dantas (RN)
Mostra Cine Alvorada: Sobre Nossas Cabeças, de Susan Kalik e Thiago Gomes (BA)
Mostra Cine Pax: Rio das Almas e Negras Memórias, de Taize Inácia e Thaynara Rezende (GO)
Mostra Cine São Francisco: Atordoado, Eu Permaneço Atento, de Henrique Amud e Lucas H. Rossi dos Santos (RJ)
Mostra Cine Rio Branco: Mãtãnãg, A Encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho (MG)
Mostra Sessão Especial: Cabeça de Luz, de Carito Cavalcanti e Fernando Suassuna (RN)

JÚRI POPULAR

Mostra Nacional: De Mim para Você, de Rodrigo Peres (DF)
Mostra Nordeste: Distopia, de Lilih Curi (BA)
Mostra Potiguar: Hashtag, de Kell Allen (RN)
Mostra Seridó: Propósito, de Adriano Dantas (RN)
Mostra Cine Alvorada: 4 Bilhões de Infinitos, de Marco Antônio Pereira (MG)
Mostra Cine Pax: Rio das Almas e Negras Memórias, de Taize Inácia e Thaynara Rezende (GO)
Mostra Cine São Francisco: Elos Positivos, de Eduardo Oliveira (SP)
Mostra Cine Rio Branco: Como um Peixe Fora D’água, de Arthur Lombriga (BA)
Mostra Sessão Especial: Cine Aurélio, de Kennel Rogis (PE)

PRÊMIOS ESPECIAIS

Prêmio Aquisição Elo Company: Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE)
Prêmio Cardume: Ser Feliz no Vão, de Lucas H. Rossi dos Santos (RJ); e O Homem das Gavetas, de Duda Rodrigues (SP)
Prêmio Mistika de pós-produção: Vai Melhorar, de Pedro Fiuza (RN)
Prêmio CTAV de Mixagem de Som: Vai Melhorar, de Pedro Fiuza (RN)
Prêmio Referência de Contribuição Artística: Zezita Matos e Biró Modesto

Foto: Divulgação/Casa da Praia Filmes.

Festival de Veneza 2021: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Melhor atriz: Penélope Cruz, por Madres Paralelas, de Pedro Almodóvar.

Foram anunciados neste sábado, 11/09, os vencedores da 78ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza. O júri, presidido pelo premiado cineasta sul-coreano Bong Joon-Ho, concedeu o Leão de Ouro de melhor filme, prêmio máximo do evento, para o drama francês L’événement, dirigido pela cineasta Audrey Diwan.

Completavam o time de jurados da Competição Internacional deste ano: Saverio Costanzo, diretor e roteirista italiano; Virginie Efira, atriz belga; Cynthia Erivo, cantora e atriz britânica; Sarah Gadon, atriz e produtora canadense; Alexander Nanau, cineasta romeno; e Chloé Zhao, premiada diretora de Nomadland.

O júri da mostra Orizzonti foi presidido pela cineasta Jasmila Žbanić, de Quo Vadis, Aida?, e contou também com: Mona Fastvold, diretora e roteirista norueguesa; Shahram Mokri, cineasta iraniano; Josh Siegel, curador de filmes do MoMA; e Nadia Terranova, escritora italiana. Para escolher o vencedor do Prêmio Luigi De Laurentiis, que elege o melhor filme de estreia com o Leão do Futuro, o júri foi presidido por Uberto Pasolini, cineasta e produtor italiano, e contou com o crítico de cinema austríaco Martin Schweighofer e com a cineasta argentina Amalia Ulman.

Neste ano, o cinema brasileiro estava representado com três obras: o curta-metragem Ato, dirigido por Bárbara Paz, na mostra Orizzonti, exibido fora de competição; 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto, com Christian Malheiros e Rodrigo Santoro, na mostra Orizzonti Extra, criada este ano e que foca nas novas tendências do cinema mundial; e Lavrynthos, de Fabito Rychter e Amir Admoni, na mostra Biennale College Cinema: Virtual Reality.

Além disso, o Brasil também marcou presença em mostras paralelas com Deserto Particular, de Aly Muritiba, que foi premiado na Giornate degli Autori; e Salamandra, de Alex Carvalho, na Semana Internacional da Crítica de Cinema de Veneza, organizada pelo SNCCI, Sindacato Nazionale Critici Cinematografici Italiani.

Os homenageados desta 78ª edição, que receberam o Leão de Ouro honorário foram: o cineasta, ator e roteirista italiano Roberto Benigni; e a atriz norte-americana Jamie Lee Curtis.

Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Cinema de Veneza 2021:

COMPETIÇÃO OFICIAL

MELHOR FILME | LEÃO DE OURO: L’événement, de Audrey Diwan (França)
GRANDE PRÊMIO DO JÚRI | LEÃO DE PRATA: È stata la mano di Dio, de Paolo Sorrentino (Itália)
MELHOR DIREÇÃO | LEÃO DE PRATA: Jane Campion, por The Power of the Dog
PRÊMIO COPPA VOLPI | MELHOR ATRIZ: Penélope Cruz, por Madres Paralelas
PRÊMIO COPPA VOLPI | MELHOR ATOR: John Arcilla, por On The Job: The Missing 8
MELHOR ROTEIRO: The Lost Daughter, escrito por Maggie Gyllenhaal
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: Il buco, de Michelangelo Frammartino (Itália/França/Alemanha)
PRÊMIO MARCELLO MASTROIANNI | ATOR/ATRIZ EM ASCENSÃO: Filippo Scotti, por È stata la mano di Dio

MOSTRA ORIZZONTI

MELHOR FILME: Piligrimai, de Laurynas Bareisa (Lituânia)
MELHOR DIREÇÃO: Eric Gravel, por À plein temps
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: El gran movimiento, de Kiro Russo (Bolívia/Qatar/França/Suíça)
MELHOR ATOR: Piseth Chhun, por Bodeng sar (White Building)
MELHOR ATRIZ: Laure Calamy, por À plein temps
MELHOR ROTEIRO: Cenzorka (107 Mothers), escrito por Péter Kerekes e Ivan Ostrochovský
MELHOR CURTA-METRAGEM: Los huesos, de Cristóbal León e Joaquín Cociña (Chile)

VENICE VIRTUAL REALITY EXPANDED

Grande Prêmio do Júri | Melhor Realidade Virtual: Goliath: Playing with Reality, de Barry Gene Murphy e May Abdalla (Reino Unido/França)
Melhor História: End of Night, escrito por Hans Frederik Jacobsen e David Adler
Melhor Experiência Interativa em Realidade Virtual: Le bal de Paris de Blanca Li, de Blanca Li (França/Alemanha/Luxemburgo)

OUTROS PRÊMIOS

LEÃO DO FUTURO | MELHOR FILME DE ESTREIA: Imaculat, de George Chiper-Lillemark e Monica Stan (Romênia)
MELHOR FILME | MOSTRA ORIZZONTI EXTRA | PRÊMIO DO PÚBLICO: Sokea mies, joka ei halunnut nähdä Titanicia (The blind man who did not want to see Titanic), de Teemu Nikki (Finlândia)

PREMIAÇÕES PARALELAS

PRÊMIO FIPRESCI | COMPETIÇÃO: L’événement, de Audrey Diwan (França)
PRÊMIO FIPRESCI | ORIZZONTI E MOSTRAS PARALELAS: Zalava, de Arsalan Amiri (Irã)
QUEER LION AWARD: La dernière séance, de Gianluca Matarrese (Itália/França)
GRANDE PRÊMIO | Venice International Film Critics Week: Zalava, de Arsalan Amiri (Irã)
MELHOR CURTA-METRAGEM | SIC | Venice International Film Critics Week: Inchei, de Federico Demattè (Itália)
MELHOR DIREÇÃO | SIC | Venice International Film Critics Week: Federico Demattè, por Inchei
PRÊMIO SIGNIS | SIGNIS International (World Catholic Association for Communication): Un autre monde, de Stéphane Brizé (França)
PRÊMIO SIGNIS | Menção Especial: È stata la mano di Dio, de Paolo Sorrentino (Itália)

Clique aqui e confira a lista completa com os prêmios paralelos, eleitos de forma independente por associações de críticos de cinema, cineclubes e associações culturais e profissionais do cinema.

Foto: Domenico Stinellis/AP Images.

Giornate degli Autori 2021: Deserto Particular, de Aly Muritiba, é premiado em Veneza

por: Cinevitor
Protagonista: Antonio Saboia em cena.

Foram anunciados nesta sexta-feira, 10/09, os vencedores da Giornate degli Autori, mostra paralela ao Festival Internacional de Cinema de Veneza, que foi criada em 2004 e inspirada na Quinzena dos Realizadores, de Cannes, com o objetivo de chamar a atenção para um cinema de alta qualidade, sem qualquer tipo de restrição, e com um cuidado especial em inovação, pesquisa, originalidade e independência.

Nesta 18ª edição, pela primeira vez duas mulheres dividiram a presidência do júri: as cineastas Mina Mileva e Vesela Kazakova; o time de jurados contou com 27 jovens cinéfilos que fazem parte do programa 27 Times Cinema.

O cinema brasileiro se destacou com Deserto Particular, de Aly Muritiba, que recebeu o Prêmio do Público, além de ter ficado entre os três finalistas segundo o Júri Oficial. O longa, que contabilizou 62,6% dos votos, é protagonizado por Antonio Saboia, que interpreta Daniel, um policial afastado do trabalho depois de cometer um erro. Ele mora em Curitiba, com um pai doente, de quem cuida com devoção. Taciturno, Daniel fala pouco e sorri menos ainda. Seu único motivo de alegria é a misteriosa Sara, uma moça que mora no sertão da Bahia, e com quem se corresponde por aplicativo de celular. O desaparecimento súbito de Sara faz com que Daniel resolva cruzar o país em busca de seu amor. O elenco conta também com Pedro Fasanaro, Zezita Matos, Thomás Aquino, Laila Garin e Cynthia Senek.

O cineasta brasileiro premiado.

O prêmio principal ficou para o romeno Imaculat, de George Chiper-Lillemark e Monica Stan. O júri justificou a escolha: “Imaculat é um filme potente com uma mensagem transmitida com maestria através do olho da câmera. Imaculat representa a voz de dois cineastas que adotam abordagens cinematográficas interessantes para colocar na tela a experiência de reabilitação de uma jovem viciada em drogas, em performances contidas e contidas. O filme foca na interação entre os pacientes em uma clínica de reabilitação e a própria instalação, enquanto o ponto de vista dos médicos fica em segundo plano. Lidando com outras questões, como relações tóxicas e abuso, Imaculat resume, em nossa opinião, tudo que o cinema deveria ser: um espelho erguido para a sociedade, uma sociedade em que as mulheres estão encurraladas na claustrofobia da subjugação”.

Conheça os vencedores da mostra Giornate degli Autori 2021:

GdA Director’s Award
Melhor Filme: Imaculat, de George Chiper-Lillemark e Monica Stan (Romênia)
Menção Especial: Shen Kong, de Chen Guan (Macau)
Prêmio do Público: Deserto Particular, de Aly Muritiba (Brasil/Portugal)

OUTROS PRÊMIOS

Prêmio BNL | Melhor Roteiro: Californie, escrito por Alessandro Cassigoli, Casey Kauffman e Vanessa Picciarelli
Prêmio Talento Criativo: Elisa Fuksas, por Senza Fine, e Francesco Lettieri, de Lovely Boy
Europa Cinemas Venice Label | Melhor Filme Europeu: Californie, de Alessandro Cassigoli e Casey Kauffman (Itália)

Foto: Divulgação/Pandora Filmes.