15ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Marcia Lopes Fargoni em cena do longa Nós, Passarinhos, de Antonio Fargoni.

A 15ª edição da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte acontecerá entre os dias 28 de setembro e 3 de outubro em formato on-line, pela segunda vez, por conta da pandemia de Covid-19. A programação gratuita com longas, médias e curtas será disponibilizada no site oficial do evento (clique aqui).

A curadoria contou com os trabalhos de Pedro Butcher, Francis Vogner dos Reis, Marcelo Miranda e Paula Kimo. Este ano, serão exibidos 90 títulos: 31 longas, 1 média, 56 curtas e 2 work in progress, com produções e coproduções de 12 estados do Brasil e de 17 países em recortes que, na maioria, dialogam com a temática central Cinema e Vigilância (leia mais aqui).

“É um trabalho de prospecção, de encontrar filmes que tenham o frescor da novidade e que ao mesmo tempo tenham relação com as ideias que estamos propondo. Não definimos os filmes a partir do conceito, mas naturalmente, durante a seleção, chama a atenção quando essa conexão acontece”, diz Francis Vogner. “Essa questão da tecnologia usada para controle social e político está muito presente em toda a história do cinema, desde Chaplin e desde ‘Mabuse’, e nunca saiu de cena. O que aconteceu foi que, mais recentemente, os dispositivos, os algoritmos, o uso dessa máquina virtual, se amplificaram e atingem a todos nós, e o cinema tem respondido a isso de forma crítica e contundente”.

Dividindo-se tanto por formatos e duração dos filmes quanto em sessões relacionadas ao tema ou a grupos de produções que seguem propostas previamente apresentadas, a CineBH 2021 está assim configurada na programação de filmes:

MOSTRA TEMÁTICA

Aqui estão reunidos 13 títulos que dialogam diretamente com a ideia de Cinema e Vigilância, conforme destaca o curador Pedro Butcher: “São filmes que põem em xeque o sentido de controle proporcionado pelos dispositivos e pelas grandes empresas capitalistas e mostram de que forma esses mecanismos são utilizados desde situações do dia a dia e chegando até situações de guerra e de ataque ao planeta e às suas populações”.

MOSTRA FORENSIC ARCHITECTURE

Dois dos programas são realizações do destaque internacional da CineBH este ano, o Forensic Architecture, coletivo multidisciplinar e multiartístico, cujo trabalho se expande de galerias de arte a julgamentos de crimes contra a humanidade e o meio ambiente: O Assassinato de Harith Augustus, que será apresentado logo na noite de abertura da mostra, composto por seis curtas complementares, formando um grande painel de reflexão e provocação; e Nuvens Tóxicas, que inclui dois curtas e um média realizados pelo grupo.

MOSTRA CONTEMPORÂNEA INTERNACIONAL

A mostra reúne cinco filmes em pré-estreia e fortemente conectados ao conceito de Cinema e Vigilância proposto pela curadoria. Em todos eles, de formas diversas, surgem as contradições de um mundo muito prático nas relações com máquinas e dispositivos e que se vê também sob controle desses mecanismos.

MOSTRA CONTEMPORÂNEA BRASIL

Quatro longas e 16 curtas-metragens apresentam um panorama de urgência da produção nacional, com muitos trabalhos recém finalizados em plena pandemia e outros que estiveram sendo preparados e foram pegos de surpresa quando 2020 chegou, alterando quaisquer expectativas. Os longas trazem novidades que também contêm paralelos com a temática de Cinema e Vigilância, ainda que não sejam diretamente conectados a ela. Os curtas estão divididos em quatro sessões cujos títulos são autoexplicativos: Brasil de agora, Geometrias do espaço, Medo e delírio e Visões adiante.

MOSTRA BRASIL CINEMUNDI

Formada por longas-metragens cujos projetos, em edições anteriores da CineBH, participaram do programa Brasil CineMundi, maior encontro de coprodução do país. A seleção da Mostra Brasil CineMundi conta com vários cases de títulos que circularam internacionalmente e que vêm recebendo reconhecimento e premiações.

MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO

Com curadoria de Paula Kimo, a mostra é composta por 20 filmes realizados de forma totalmente independente em Belo Horizonte e região metropolitana. Sob a temática este ano Cidade (em) comum, os títulos foram divididos em cinco seções, cada uma delas fazendo um recorte distinto das várias formas de enxergar e se relacionar com o espaço urbano através do audiovisual (leia mais aqui).

MOSTRA DIÁLOGOS HISTÓRICOS

Assim como a CineBH exibe um recorte significativo da produção contemporânea mundial, a Mostra Diálogos Históricos tem por objetivo relacionar o que se vê hoje com aquilo feito no passado. Conectada à temática Cinema e Vigilância, a Diálogos Históricos tem em 2021 três longas-metragens fundamentais, que contarão com bate-papo com profissionais para acompanhar cada sessão. Serão: Aelita, Rainha de Marte, de Yakov Protazanov (1924), comentado pelo pesquisador João Lanari; O Testamento do Dr. Mabuse, de Fritz Lang (1933), com comentários do crítico Inácio Araújo; e O 5º Poder, de Alberto Pieralisi (1962), comentado pelo pesquisador Reinaldo Cardenuto.

CINE-ESCOLA E MOSTRINHA

Espaço para a formação de novos espectadores de cinema, em programas especialmente pensados para atender escolas, estudantes ou famílias. Nas sessões Cine-Escola, os títulos são selecionados de acordo com faixa etária, com orientações de classificação indicativa a professores e educadores. Já na Mostrinha, estão produções que vão agradar toda a família.

Conheça os filmes selecionados para a 15ª CineBH:

MOSTRA TEMÁTICA

Auto de Resistência, de Natasha Neri e Lula Carvalho (RJ)
Canções Engarrafadas 1-4, de Kevin B Lee e Chloe Galibert-Laîné (França)
Cena do Crime, de Pedro Tavares (RJ)
Circuito Hackeado, de Deborah Stratman (EUA)
Coração de Cachorro, de Laurie Anderson (EUA)
Fala Cassandra, de Miguel Antunes Ramos (SP)
Não Haverá Mais Noite, de Eleonore Weber (França)
Memórias da Terra, de Paulo Tavares (DF) (work in progress)
Nunca é Noite no Mapa, de Ernesto de Carvalho (PE)
O Monopólio da Violência, de David Dufresne (França)
Pode o Sol Mentir?, de Susan Schuppli (Reino Unido)
Toda Luz em Todo Lugar, de Theo Anthony (EUA)
Transformers – O Premake, de Kevin B Lee (EUA)

MOSTRA FORENSIC ARCHITECTURE

Estudos de Nuvens, de Forensic Architecture (Reino Unido)
Gás Lacrimogêneo em Plaza de la Dignidad, Chile, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Anos, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Dias, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Horas, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Milissegundos, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Minutos, de Forensic Architecture (Reino Unido)
O Assassinato de Harith Augustus: Segundos, de Forensic Architecture (Reino Unido)
Se o ar Tóxico é um Monumento à Escravidão, como o Derrubamos?, de Forensic Architecture (Reino Unido)

MOSTRA DIÁLOGOS HISTÓRICOS

Aelita, Rainha de Marte, de Yakov Protazanov (Rússia)
O Quinto Poder, de Alberto Pieralisi (Brasil)
O Testamento do Dr. Mabuse, de Fritz Lang (Alemanha)

MOSTRA CONTEMPORÂNEA INTERNACIONAL

A Casa do Diretor, de Mark Isaacs (Reino Unido)
Así Hablo el Cambista, de Federico Veiroj (Uruguai/Argentina/Alemanha)
Eu Ando Sobre a Água, de Khalik Allah (EUA)
La Vida Util – Um Conto de Cinema, de Federico Veiroj (Uruguai/Espanha)
Na Sombras, de Erdem Tepegöz (Turquia)
Os Primeiros 54 Anos – Pequeno Manual para Ocupação Militar, de Avi Mograbi (França/Finlândia/Israel/Alemanha)
Um Rifle e uma Bolsa, de Cristina Haneș, Isabella Rinaldi e Arya Rothe (Índia/Romênia/Itália/Qatar)

MOSTRA CONTEMPORÂNEA BRASIL | LONGAS

A Primeira Noite de Joana, de Cristiana Oliveira (RS)
Desaprender a Dormir, de Gustavo Vinagre (SP)
Nós, Passarinhos, de Antonio Fargoni (SP)
Um Dia Qualquer, de Pedro Von Kruger (RJ)

MOSTRA CONTEMPORÂNEA | SESSÃO CINEMUNDI

A Febre, de Maya Da-Rin (Brasil/Alemanha/França)
A Morte Habita à Noite, de Eduardo Morotó (SP/PE)
Aos Olhos de Ernesto, de Ana Luiza Azevedo (RS)
Carro Rei, de Renata Pinheiro (PE)
Desterro, de Maria Clara Escobar (Brasil/Argentina/Portugal)
Por Onde Anda Makunaíma?, de Rodrigo Séllos (RR/ SP)
Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra (Brasil/França)

MOSTRA CONTEMPORÂNEA BRASIL | CURTAS

A8, de Lúcio Branco (RJ)
Afetadas, de Jean (PE)
Algoritmo, de Thiago Foresti (DF)
Bicho, de Ian Capillé (RJ)
Construção de uma Vista, de Fábio Andrade (RJ)
Contorno, de Fábio Andrade (RJ)
Floresta Espírito, de Clara Chroma (SP)
Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE)
Medo da Chuva em Noite de Frio, de Victor Hugo Fiuza (RJ)
Modo Noturno, de Calebe Lopes (BA)
Muriel, de João Pedro Faro (RJ)
Os Pilotos do Plano, de Bruna Lessa (SP)
Per Capita, de Lia Letícia (PE)
Portugal Pequeno, de Victor Quintanilha (RJ)
Rafameia, de Mariah Teixeira e Nanda Félix (PB)
Sem Título # 7: Rara, de Carlos Adriano (SP)

MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO

[O Vazio Que Atravessa], de Fernando Moreira (MG)
A Única Coisa que Entendo como Norte é a Liberdade, de Luciana Cezário (MG)
Amador, de Cris Ventura (MG)
Aurora, de Leo Ayres (MG)
Casa Número Zero, de Breno Mesquita (MG)
Cidade Analógica, de Eduardo DW e Álvaro Starling (MG)
Coletivo, de Wend Fernandes (MG)
Conselheira, de Rafael Bacelar (MG)
Dinheiro, de Sávio Leite e Arthur B. Senra (MG)
Ditadura Roxa, de Matheus Moura (MG)
Dois, de Guilherme Jardim e Vinícius Fockiss (MG)
Ela, Dora!, de Franco Dafon e Renata Victoriano (MG)
Escorre, de Thiago Monteiro e Kelly Crifer (MG)
Eu vi nos seus olhos, da janela, eu vi, que era o fim, de Larissa Muniz (MG)
Morde & Assopra, de Stanley Albano (MG)
O Resto, de Pedro Gonçalves Ribeiro (MG)
Opção do Tomo, de Antônio Beirão Xavier (MG)
Sessão 27, de Haendel Melo (MG)
Um de Vermelho e um de Amarelo, de Lipe Canêdo, GM e Fr4ad (MG)
Urdido, de Samuel Quintero (MG)

SESSÃO CINE-ESCOLA

A Menina e o Velho, de Luciano Fucinato (SC)
Ana & Copacabana, de Edem Ortegal (RJ)
Atravessa a Vida, de João Jardim (RJ)
Mensagem das Estrelas, de Ariel Pereira Quintela (SP)
O Menino e o Ovo, de Juliana Capilé (MT)
O Meu Bichinho de Estimação, de Jaqueline Dulce Moreira (MG)
Raone, de Camila Santana (SP)
Vento Viajante, de Alunos do Projeto Animação Ambiental, Escolas Municipais de Icapuí (CE)

MOSTRINHA

Miúda e o Guarda-Chuva, de Amadeu Alban (BA)
Torcida Única, de Catarina Forbes (SP)
Trincheira, de Paulo Silver (AL)

Com edições anuais e consecutivas, a CineBH reafirma seu propósito de mostrar o cinema para o mundo, promover o diálogo entre as culturas, aproximar povos e continentes, fazer a conexão do cinema brasileiro com o mercado audiovisual, realizar encontros de negócios, investir na formação, intercâmbio e cooperação internacional, construir pontes nas escolas, comunidades, redes sociais e com a cidade de Belo Horizonte e Minas Gerais.

Há também o Brasil CineMundi – International Coprodution Meeting, evento de mercado do cinema brasileiro que acontece em edições anuais e consecutivas desde 2010 e chega a sua 12ª edição em 2021 consolidado como ambiente de mercado e plataforma de rede de contatos e negócios para o cinema brasileiro em intercâmbio com o mundo. O evento faz a conexão entre a produção brasileira e a indústria audiovisual, por meio de parcerias produtivas assegurando aos projetos brasileiros de longa-metragem vagas em eventos de mercado internacionais, laboratórios, consultorias e mentorias, encontros individuais com projetos de longa-metragem, premiação, ações de cooperação e intercâmbio.

Foto: Divulgação/Cinema Instantâneo.

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