Lina Wertmüller foi a primeira mulher indicada ao Oscar de melhor direção.
Morreu nesta quinta-feira, 09/12, aos 93 anos, a cineasta italiana Lina Wertmüller, que foi a primeira mulher indicada ao Oscar de melhor direção. Segundo informações divulgadas pela imprensa internacional, ela faleceu pacificamente em sua casa, próxima a entes queridos; a causa da morte ainda não foi revelada.
Nascida Arcangela Felice Assunta Wertmüller von Elgg Spanol von Braucich, em 14 de agosto de 1928, em Roma, na Itália, Lina começou a se interessar por cinema na década de 1950 quando se inscreveu no curso de direção da Accademia Pietro Scharoff. Depois disso, foi trabalhar em teatro e assumiu sua primeira função em um set ao lado de Giorgio De Lullo como assistente de direção.
Entre trabalhos no rádio e na TV, Lina também colaborou com diversos nomes da sétima arte, entre eles, Federico Fellini no filme 8½, no qual assinou a função de assistente de direção. Sua estreia como diretora aconteceu em 1963 com o longa-metragem I basilischi, que lhe rendeu um prêmio no Festival de Locarno.
Em 1972, disputou a Palma de Ouro no Festival de Cannes com a comédia dramática Mimi, o Metalúrgico. No ano seguinte, voltou ao festival com Amor e Anarquia, que rendeu o prêmio de melhor ator para Giancarlo Giannini. Com o drama Dois Perdidos numa Noite de Chuva, Lina disputou o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Ainda na Berlinale, em 1986 exibiu Camorra, protagonizado por Ángela Molina; o filme recebeu dois prêmios especiais.
A consagração mundial aconteceu em 1977 com a comédia dramática Pasqualino Sete Belezas, indicada em quatro categorias no Oscar: melhor filme estrangeiro, melhor ator para Giancarlo Giannini, melhor roteiro e melhor direção, tornando-se a primeira mulher indicada nesta categoria. O filme também ganhou destaque em outras diversas premiações, como Directors Guild of America e Globo de Ouro.
Entre tantos trabalhos, destacam-se também: Sábado, Domingo e Segunda (1990), exibido no Chicago International Film Festival; Ferdinando e Carolina (1999), indicado ao prêmio David di Donatello; Scherzo del destino in agguato dietro l’angolo come un brigante da strada (1983), exibido no Festival de Moscou; Por um Destino Insólito (1975), que foi um dos destaques da lista da National Board of Review; Em Noite de Lua Cheia (1989), que disputou o Leão de Ouro no Festival de Veneza; entre outros.
Seu último trabalho como diretora foi o curta-metragem documental Roma, Napoli, Venezia… in un crescendo rossiniano, lançado em 2014. Em 2019, a cineasta ganhou uma estrela na Calçada da Fama, em Los Angeles. No ano seguinte, Lina Wertmüllerrecebeu o Oscar honorário da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, destinado às pessoas de destaque na indústria do cinema.
Foram anunciados nesta quarta-feira, 08/12, no Cine Metha-Glauber Rocha, em Salvador, os vencedores do XVII Panorama Internacional Coisa de Cinema. Edna, de Eryk Rocha, foi o longa-metragem premiado na Competitiva Nacional. O documentário apresenta a personagem homônima, uma testemunha do arruinamento das terras em torno da rodovia Transbrasiliana, na Amazônia brasileira.
O Júri Oficial elegeu Terra Nova, de Diego Bauer, como o melhor curta, também escolhido pelo Júri Jovem. Na Competitiva Baiana, Açucena, de Isaac Donato e Marília Vin, foi o longa premiado pelos júris oficial e APC, Associação de Produtores e Cineastas. Já o prêmio de melhor curta do Júri Oficial ficou com Um transe de dez milésimos de segundos, de Jamile Cazumbá.
Com uma edição em formato híbrido, o festival novamente convidou o público das sessões on-line para votar nos seus filmes preferidos. O Júri Popular elegeu a produção baiana Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna como melhor longa nacional; e o também baiano Memórias Perdidas, de Sabrina Andrade, como melhor curta.
O tradicional Júri Jovem, formado por participantes da oficina de Crítica oferecida pelo festival, premiou Genocídio e Movimentos, de Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar como melhor longa da Competitiva Baiana. A produção também foi a escolhida do Júri Popular e recebeu Menção Honrosa do júri APC.
Os escolhidos pelo Júri Oficial nas competitivas Baiana e Nacional e o curta nacional contemplado pelo Júri Jovem receberam prêmios em serviços da Mistika, Naymar CiaRio, Griot, Ateliê Bucareste, Marcelo Benedicts e Napoleão Cunha.
Conheça os vencedores do XVII Panorama Internacional Coisa de Cinema:
JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA NACIONAL | LONGA-METRAGEM
Melhor Filme: Edna, de Eryk Rocha Menção Especial: Mata, de Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes
JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA NACIONAL | CURTA-METRAGEM
Melhor Filme: Terra Nova, de Diego Bauer Menção Especial: Sideral, de Carlos Segundo
JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA BAIANA
Melhor Longa: Açucena, de Isaac Donato e Marília Vin Melhor Curta: Um Transe de Dez Milésimos de Segundo, de Jamile Cazumbá Menção Honrosa: Via Láctea, de Thiago Almasy
JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA INTERNACIONAL
Melhor Longa: O Outro Lado do Rio, de Antonia Kilian (Alemanha) Menção Honrosa: Creche Noturna, de Moumouni Sanou (Burquina Fasso/França/Alemanha)
Melhor Curta: Ensaio, de Michael Omonua (Nigéria) Menção Honrosa: Fera, de Hugo Covarrubias (Chile) Destaque: Nomawonga Khumalo, pela direção de Five Tiger (África do Sul)
JÚRI JOVEM | COMPETITIVA NACIONAL
Melhor Longa: 5 Casas, de Bruno Gularte Barreto Melhor Curta: Terra Nova, de Diego Bauer Prêmio Especial: Edvana Carvalho, pela atuação em Receba!
JÚRI JOVEM | COMPETITIVA BAIANA
Melhor Longa: Genocídio e Movimentos, de Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar Melhor Curta: In-passe, de Claudio Machado e Henrique Filho
JÚRI APC | COMPETITIVA NACIONAL
Melhor Longa: A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga Menção Honrosa: Mata, de Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes
Melhor Curta: Memórias Perdidas, de Sabrina Andrade Menção Honrosa: Matança Popular Brasileira, de Bianca Rêgo
JÚRI APC | COMPETITIVA BAIANA
Melhor Longa: Açucena, de Isaac Donato e Marília Vin Menções Honrosas: Genocídio e Movimentos, de Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar; e Àkàrà no fogo da intolerância, de Claudia Chávez
Melhor Curta: Mamãe, de Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter Menções Honrosas: Mãe Solo, de Camila de Moraes; e Quantos mais?, de Lucas de Jesus
JÚRI INDIE LISBOA
Melhor Filme: Sideral, de Carlos Segundo
JÚRI BRADA DE DIREÇÃO DE ARTE | COMPETITIVA NACIONAL
Longa: A Felicidade das Coisas, por Dicezar Leandro Curta: Estio_rito em Lapso, por Alana Falcão
JÚRI BRADA DE DIREÇÃO DE ARTE | COMPETITIVA BAIANA
Longa: Àkàrà no fogo da intolerância, por Bruno Biano Curta: Iauaraete, por Xan Marçall
JÚRI POPULAR | COMPETITIVA NACIONAL
Melhor Longa: Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna Melhor Curta: Memórias Perdidas, de Sabrina Andrade
JÚRI POPULAR | COMPETITIVA BAIANA
Melhor Longa: Genocídio e Movimentos, de Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar Melhor Curta: Voyá, de Fanny Oliveira
JÚRI POPULAR | COMPETITIVA INTERNACIONAL
Melhor Longa: Libório, de Nino Martínez Sosa (República Dominicana/Porto Rico/Qatar) Melhor Curta: Tenho Medo de Esquecer Seu Rosto, de Sameh Alaa (Egito/ França/Qatar/Bélgica)
A 16ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo acontecerá entre os dias 10 e 17 de dezembro, em formato híbrido e gratuito com parte da programação disponibilizada on-line e outra parte presencialmente no Circuito Spcine em São Paulo.
Com um total de 38 filmes, entre longas e curtas de 12 países, o festival se firma como uma das mais importantes vitrines destas cinematografias junto ao público brasileiro. Este ano, o evento celebra o protagonismo feminino na indústria cinematográfica da América Latina e Caribe, em suas mais diversas vertentes: direção, atuação, produção, fotografia, com filmes inéditos, debates, masterclass e uma homenagem à diretora argentina Liliana Romero.
A tradicional mostra Contemporâneos reúne as mais recentes produções cinematográficas latino-americanas e caribenhas, sendo a maioria inéditas no circuito comercial. A cinematografia emergente, mais uma vez, está presente no festival com várias pré-estreias de longas-metragens também com foco no protagonismo feminino. Os filmes brasileiros trazem um olhar diferente que visibilizam a pluralidade do cinema nacional.
A diretora argentina Liliana Romero é a grande homenageada desta edição e ganha uma programação especial voltada ao reconhecimento de suas obras, entre longas e curtas premiados em importantes festivais internacionais, incluindo o seu mais recente trabalho, o longa de animação, O Gigante Egoísta. A diretora, que trabalha em cinema de animação desde os anos 1990 e transita por diversas técnicas em cada um dos seus trabalhos, participa do encontro virtual A Arte da Animação, Técnicas e Adaptações, na plataforma do Sesc Digital e no YouTube do festival.
A sessão Contemporâneas no Curta lança um olhar para a realização nos últimos anos de cineastas brasileiras com obras potentes, ousadas e questionadoras. A programação traz uma novidade: o Foco Cinema Afro-Colombiano, com 4 títulos produzidos, realizados e protagonizados por pessoas afrocolombianas trazendo histórias que propõem vias de acesso a outras realidades sócio-históricas e culturais como as dos afrodescendentes na América Latina.
Para finalizar, o festival preparou a Coleção Marcelo Sampaio com uma seleção de 7 títulos entre longas e curtas assinados pelo diretor. Além disso, a 16ª edição promove uma série de encontros virtuais com nomes expressivos ligados à realização, produção e circulação de produtos audiovisuais latino-americanos.
Conheça os filmes selecionados para o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo 2021:
MOSTRA CONTEMPORÂNEOS
A Grande Viagem ao País Pequeno, de Mariana Viñoles (Uruguai) A Opção Zero, de Marcel Beltrán (Cuba/Brasil/Colômbia) Abajures, de Paz Encina (Paraguai) Alianças Profanas, de Wellington Darwin (Brasil) Anos Curtos, Dias Eternos, de Silvina Estevez (Argentina) As Almas que Dançam no Escuro, de Marcos DeBrito (Brasil) Carro Rei, de Renata Pinheiro (Brasil) Clarice Lispector – A Descoberta do Mundo, de Taciana Oliveira (Brasil) Desterro, de Maria Clara Escobar (Brasil) Distopia, de Michel La Torre (Equador) Êxtase, de Moara Passoni (Brasil) Hope, Soledad, de Yolanda Cruz (México) LXI (61), de Rodrigo Moreno del Valle (Peru) Matar a la Bestia, de Agustina San Martín (Argentina/Brasil/Chile) Ninho, de Josefina Pérez-García e Felipe Sigala (Chile) O Sonho da Montanha, de Ailén Herradón (Argentina) Ossos da Saudade, de Marcos Pimentel (Brasil) Porto Escondido, de Gabriela Paz Ybarnegaray (Bolívia) Um Lampejo Interior, de Luis Rodríguez e Andrés Rodríguez (Venezuela)
FOCO CINEMA AFRO-COLOMBIANO
Fullhd, de Catalina Navas e Carolina Torres Marímbula (Marimbula), de Diana Kuéllar O Homem Universal, de Andrés Morales O Mal dos Sete Dias, de Alfonso González Urrutía
HOMENAGEM LILIANA ROMERO
Anida e o Circo Flutuante, de Liliana Romero Contos da Floresta, de Liliana Romero Martín Fierro O Filme, de Liliana Romero O Gigante Egoísta, de Liliana Romero
CONTEMPORÂNEAS NO CURTA
Barbie & Bob, de Raissa Gregori Carne, de Camila Kater Igual/Diferente/Ambas/Nenhuma, de Adriana Barbosa e Fernanda Pessoa Menarca, de Lillah Halla Rã, de Ana Flávia Cavalcanti e Julia Zakia
COLEÇÃO MARCELO SAMPAIO | LONGAS-METRAGENS
Eldorado – Mengele Vivo ou Morto?, de Marcelo Sampaio La Plata Yvyguy – Enterros e Guardados, de Marcelo Sampaio e Paulo Alvarenga Trilha dos Ratos – A Fuga de Nazistas para América, de Marcelo Sampaio
COLEÇÃO MARCELO SAMPAIO | CURTAS-METRAGENS
A Menina da Estrada, de Marcelo Sampaio O Escritor das Ruas, de Marcelo Sampaio e Tote Sutino O Guardado, de Marcelo Sampaio Pixote 30 Anos Depois, de Marcelo Sampaio
A direção do 16º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo é assinada por João Batista de Andrade, Jurandir Müller, Maria Tereza Urias e Vicky Romano.
O Festival Curta Brasília, consolidado como um dos principais festivais brasileiros de curta-metragem, comemora, neste ano, uma década. Para iniciar a celebração, preparou uma programação on-line e totalmente gratuita, entre os dias 8 e 12 de dezembro, com mostras em realidade virtual com curtas nacionais e internacionais, em sua maioria inéditos no Brasil até o momento.
Assim como em 2020, a edição será virtual e acontecerá no próprio metaverso do festival, que permite não apenas o acesso aos filmes em 360º e 2D gratuitamente pelo computador, como também a criação e interação entre avatares escolhidos pelo público com passeio imersivo em ambiente com estética retrofuturista, criada pela VP Events.
“Esse será nosso segundo ano com este modelo de festival, com uma plataforma de realidade virtual, onde recebemos um público de 11 países, somando mais de 5.400 visualizações durante quatro dias em 2020. Enxergamos que esta nova forma de interação social após o contexto da pandemia é de grande valia e nos possibilita alcançar um grande público sem as barreiras que o ambiente físico nos limita. A programação traz esse conceito de retrofuturismo, mas de uma forma que coloca em destaque os direitos humanos, as mudanças climáticas e as desigualdades sociais que avançam mesmo com tecnologias mais presentes a cada dia”, explica Ana Arruda, diretora do festival.
Desde 2016, e sendo o primeiro festival da América Latina com programação de cinema de 360˚, o Curta Brasília apresenta uma área exclusiva de cinema de realidade virtual. Com um histórico de parcerias internacionais, workshops e laboratórios voltados para as narrativas imersivas, criando uma ponte entre o público e as novas tecnologias.
Em 2021, o Curta Brasília retornou com suas atividades presenciais no Festival Hors Pistes do Centre Pompidou de Paris, realizado pela Aliança Francesa de Brasília, com a CVR, mostra de realidade virtual, no contexto do Novembre Numérique, em parceria com a Embaixada da França: “O intuito é seguir em 2022 com essas atividades que realizamos neste ano, para comemorar os 10 anos do nosso Festival e expandir para todos os públicos, tanto para os brasileiros quanto para os estrangeiros”, antecipa Ana.
A Holanda, referência em políticas em prol da economia criativa, direitos humanos e inovação, segue parceria com o festival, trazendo reflexões ao grande público por meio do cinema e da realidade virtual. A programação dos curtas holandeses vai abordar a diversidade, explorando narrativas tradicionais e imersivas para falar sobre identidade.
O festival, desde sua segunda edição, conta com a parceria da Embaixada da França que, neste ano, vai promover um debate sobre metaverso, realidade virtual e especulações do futuro. Com os especialistas franceses Damien Gires e Guillaume Lucas da Hervé de Paris, grupo que é referência em realidade virtual, com histórico de atuação com o Brasil. A mediação será feita por Mariana Brecht, roteirista e narrative designer de experiências imersivas premiadas, como A Linha e YUKI.
O destaque brasileiro da programação fica por conta do filme Na Pele, de João Inada, exibido em festivais como IDFA – Competition for Digital Storytelling 2020, South by Southwest (SXSW) e Luxembourg City Film Festival.
Conheça os filmes selecionados para o Festival Curta Brasília 2021:
Bacchus, de Rikke Alma Krogshave Planeta (Dinamarca) I Gotta Look Good for the Apocalypse, de Ayce Kartal (França) Jacco’s film, de Daan Bakker (Holanda) Jordy in Transitland, de Willem Timmers (Holanda) Less than Human, de Steffen Bang Lindholm (Dinamarca) M.O.M, de Patrícia Huguet (Espanha) Meet the Soldier, de Teddy Cherim (Holanda/Uganda) Munya in mij, de Mascha Halberstad (Holanda) Na Pele, de João Inada (Brasil/Luxemburgo/China/Alemanha) Odyssey 1.4.9, de François Vautier (França) Symphony, de Igor Cortadellas (Espanha) The Real Thing, de Benoit Felici e Mathias Chelebourg (França)
Pedro Fasanaro em Deserto Particular: representante brasileiro.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta segunda-feira, 06/12, a lista oficial com os filmes elegíveis que estão na disputa pela estatueta dourada de melhor filme internacional no Oscar 2022, categoria antes chamada de melhor filme estrangeiro.
Para esta 94ª edição, 93 países foram classificados, entre eles, Somália, candidato pela primeira vez. Alguns dos filmes ainda não tiveram seu lançamento de qualificação exigido, por isso, devem cumprir esse requisito e cumprir todas as outras regras de qualificação da categoria para avançar no processo de votação.
Os membros da Academia, de todos os ramos, são convidados a participar da rodada preliminar de votação e devem atender a um requisito mínimo de visualização para serem elegíveis para votar na categoria. A lista com os 15 filmes escolhidos será anunciada no dia 21 de dezembro. Desse grupo saem os cinco finalistas, que serão revelados no dia 8 de fevereiro de 2022.
A cerimônia acontecerá no dia 27 de março, no Dolby Theatre, em Hollywood. O Brasil está na disputa com Deserto Particular, de Aly Muritiba. O filme é protagonizado por Antonio Saboia, que interpreta Daniel, um policial afastado do trabalho depois de cometer um erro. Ele mora em Curitiba, com um pai doente, de quem cuida com devoção. Taciturno, Daniel fala pouco e sorri menos ainda. Seu único motivo de alegria é a misteriosa Sara, uma moça que mora no sertão da Bahia, e com quem se corresponde por aplicativo de celular. O desaparecimento súbito de Sara faz com que Daniel resolva cruzar o país em busca de seu amor.
Recentemente, o longa recebeu o Prêmio do Público na Giornate degli Autori, mostra paralela ao Festival Internacional de Cinema de Veneza, além de ter ficado entre os três finalistas segundo o Júri Oficial. Com Pedro Fasanaro, Zezita Matos, Thomás Aquino, Laila Garin e Cynthia Senek no elenco, o roteiro é assinado por Henrique dos Santos e pelo diretor Aly Muritiba, que se consagrou com obras como Para Minha Amada Morta e Ferrugem, e a série documental O caso Evandro.
Vale lembrar que um longa-metragem internacional é definido como um longa-metragem (mais de 40 minutos) produzido fora dos Estados Unidos com uma faixa de diálogo predominantemente (mais de 50%) não falada em inglês.
Confira a lista completa com os 93 filmes internacionais candidatos ao Oscar 2022:
ÁFRICA DO SUL: Barakat, de Amy Jephta ALBÂNIA: Two Lions to Venice, de Jonid Jorgji ALEMANHA: I’m Your Man (Ich bin dein Mensch), de Maria Schrader ARGÉLIA: Héliopolis, de Djaffar Gacem ARÁBIA SAUDITA: The Tambour of Retribution (Had Al Tar), de Abdulaziz Alshlahei ARGENTINA: El Prófugo, de Natalia Meta ARMÊNIA: Si le vent tombe (Should the Wind Drop), de Nora Martirosyan AUSTRÁLIA: O Uivo das Romãs (When Pomegranates Howl), de Granaz Moussavi ÁUSTRIA: Great Freedom, de Sebastian Meise AZERBAIJÃO: The Island Within (Daxildäki Ada), de Ru Hasanov BANGLADESH: Rehana Maryam Noor, de Abdullah Mohammad Saad BÉLGICA: Playground (Un monde), de Laura Wandel BOLÍVIA: El Gran Movimiento, de Kiro Russo BÓSNIA E HERZEGOVINA: Tabija (The White Fortress), de Igor Drljaca BRASIL: Deserto Particular, de Aly Muritiba BULGÁRIA: Medo (Strah), de Ivaylo Hristov BUTÃO: Lunana: A Yak in the Classroom, de Pawo Choyning Dorji CAMARÕES: Hidden Dreams, de Ngang Romanus CAMBOJA: White Building (Bodeng sar), de Kavich Neang CANADÁ: Les oiseaux ivres (Drunken Birds), de Ivan Grbovic CAZAQUISTÃO: Yellow Cat (Sary mysyq), de Adilkhan Yerzhanov CHADE: Lingui, de Mahamat-Saleh Haroun CHILE: Branco no Branco (Blanco en blanco), de Theo Court CHINA: Cliff Walkers (Xuan ya zhi shang), de Yimou Zhang COLÔMBIA: Memoria, de Apichatpong Weerasethakul COREIA DO SUL: Escape from Mogadishu, de Ryoo Seung-wan COSTA RICA: Clara Sola, de Nathalie Álvarez Mesén CROÁCIA: Tereza37, de Danilo Šerbedžija DINAMARCA: Fuga (Flee), de Jonas Poher Rasmussen EQUADOR: Sumergible, de Alfredo León León EGITO: Souad, de Ayten Amin ESLOVÁQUIA: Cenzorka (107 Mothers), de Péter Kerekes ESLOVÊNIA: Sanremo, de Miroslav Mandić ESPANHA: El buen patrón, de Fernando León de Aranoa ESTÔNIA: On the Water (Vee peal), de Peeter Simm FINLÂNDIA: Compartment Nº 6, de Juho Kuosmanen FRANÇA: Titane, de Julia Ducournau GEÓRGIA: Brighton 4th, de Levan Koguashvili GRÉCIA: Digger, de Georgis Grigorakis HAITI: Freda, de Gessica Geneus HONG KONG: Retrato de um Campeão (Zero to Hero), de Jimmy Wan HOLANDA: Do Not Hesitate, de Shariff Korver HUNGRIA: Post Mortem, de Péter Bergendy ÍNDIA: Pedregulhos (Koozhangal), de P.S. Vinothraj INDONÉSIA: Yuni, de Kamila Andini IRÃ: Um Herói (Ghahreman), de Asghar Farhadi IRAQUE: Europa, de Haider Rashid IRLANDA: Foscadh (Shelter), de Seán Breathnach ISLÂNDIA: Lamb, de Valdimar Jóhannsson ISRAEL: Deixe Amanhecer (Vayehi Boker), de Eran Kolirin ITÁLIA: A Mão de Deus, de Paolo Sorrentino JAPÃO: Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi JORDÂNIA: Amira, de Mohamed Diab KOSOVO: Colmeia (Zgjoi), de Blerta Basholli LETÔNIA: Bedre (The Pit), de Dace Pūce LÍBANO: Costa Brava, Lebanon, de Mounia Akl LITUÂNIA: Izaokas, de Jurgis Matulevicius LUXEMBURGO: Io sto bene, de Donato Rotunno MACEDÔNIA DO NORTE: Irmandade (Sestra), de Dina Duma MALÁSIA: Prebet Sapu (Hail, Driver!), de Muzzamer Rahman MALAWI: Fatsani: A Tale of Survival, de Gift Sukez Sukali MALTA: Entre Águas (Luzzu), de Alex Camilleri MARROCOS: Casablanca Beats, de Nabil Ayouch MÉXICO: A Noite do Fogo (Noche de Fuego), de Tatiana Huenzo MONTENEGRO: After the Winter (Poslije zime), de Ivan Bakrac NORUEGA: The Worst Person in the World (Verdens verste menneske), de Joachim Trier PALESTINA: The Stranger (Al Garib), de Ameer Fakher Eldin PANAMÁ: Plaza Catedral, de Abner Benaim PARAGUAI: Apenas o Sol (Apenas el Sol), de Arami Ullón PERU: Manco Cápac (Powerful Chief), de Henry Vallejo POLÔNIA: Sem Deixar Rastros (Żeby Nie Było śladów), de Jan P. Matuszyński PORTUGAL: A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos QUÊNIA: Mission to Rescue, de Gilbert Lukalia QUIRGUISTÃO: Shambala, de Artykpai Suyundukov REINO UNIDO: Dying to Divorce, de Chloe Fairweather REPÚBLICA CHECA: Zátopek, de David Ondříček REPÚBLICA DOMINICANA: Holy Beasts, de Israel Cárdenas e Laura Amelia Guzmán ROMÊNIA: Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental (Babardeală Cu Bucluc Sau Porno Balamuc), de Radu Jude RÚSSIA: Unclenching the Fists (Razzhimaya kulaki), de Kira Kovalenko SÉRVIA: Oasis, de Ivan Ikić SINGAPURA: Precious is the Night, de Wayne Peng SOMÁLIA: The Gravedigger’s Wife, de Khadar Ayderus Ahmed SUÉCIA: Tigers (Tigrar), de Ronnie Sandahl SUÍÇA: Olga, de Elie Grappe TAIWAN: The Falls, de Chung Mong-hong TAILÂNDIA: The Medium (Rang Song), de Banjong Pisanthanakun TUNÍSIA: Golden Butterfly (Papillon d’Or), de Abdelhamid Bouchnak TURQUIA: O Compromisso de Hasan (Baglilik Hasan), de Semih Kaplanoğlu UCRÂNIA: Bad Roads, de Nataliia Vorozhbyt URUGUAI: A Teoria dos Vidros Quebrados (La teoría de los vidrios rotos), de Diego Fernández UZBEQUISTÃO: 2000 Songs of Farida, de Yalkin Tuychiev VENEZUELA: Un destello interior, de Andrés Eduardo Rodríguez e Luis Alejandro Rodríguez VIETNÃ: Dad, I’m Sorry, de Tran Thanh e Vu Ngoc Dang
Cena do curta amazonense O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader: premiado.
Foram anunciados neste domingo, 05/12, no MAPP, Museu de Arte Popular da Paraíba, da Universidade Estadual da Paraíba, UEPB, os vencedores da 16ª edição do Festival Audiovisual de Campina Grande – Comunicurtas UEPB.
Com a temática Inventar a vida, viver a arte, a programação exibiu, em formato híbrido, 103 filmes distribuídos em diversas mostras. Com coordenação geral do jornalista Hipolito Lucena, a curadoria do festival foi realizada por Amilton Pinheiro, Hipolito Lucena e Francisco Haniel, além da direção artística de Rebeca Souza. A novidade desta 16ª edição foi a mostra de videoarteTerritório Liberdade, que presta homenagem ao artista contemporâneo Antônio Dias, autor da obra Território Liberdade, Faça Você Mesmo.
O festival contou também com atividades paralelas, como oficinas, palestras, workshops, debates e o Fórum do Audiovisual Paraibano, espaço para discussão de políticas públicas voltadas para o incentivo de produções audiovisuais no estado. O júri da mostra de longas nacionais foi formado por Arly Arnaud, João de Lima Gomes e Rômulo Azevedo.
Conheça os vencedores do 16º Comunicurtas – Festival Audiovisual:
LONGAS NACIONAIS
Melhor Filme: Jesus Kid, de Aly Muritiba (PR) Melhor Roteiro: Álbum em Família, escrito por Daniel Belmonte Melhor Direção: Rubens Rewald e Jean-Claude Bernardet, por #eagoraoque Melhor Fotografia: Jesus Kid, por Rodrigo Carvalho Melhor Direção de Arte: Achados Não Procurados Melhor Montagem: Álbum em Família Melhor Atriz: Maureen Miranda, por Jesus Kid Melhor Ator: Paulo Miklos, por Jesus Kid Melhor Som: #eagoraoque, por Sérgio Abdalla e Marcelo Grell Melhor Trilha Sonora: #eagoraoque
MOSTRA BRASIL DE CURTAS METRAGENS
Melhor Filme: O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader (AM) Melhor Direção: Bernardo Ale Abinader, por O Barco e o Rio Melhor Fotografia: A Morte do Funcionário Melhor Direção de Arte: A Morte do Funcionário Melhor Montagem: 3 é 5, por Pedro Castelo Branco Melhor Ator: César Ferrario, por Enquanto o Sol se Põe Melhor Atriz: Caroline Nunes, por O Barco e o Rio Melhor Som: O Barco e o Rio, por Heverson Batista e Lucas Coelho de Carvalho Melhor Trilha Sonora: Enquanto o Sol se Põe Menção Honrosa: Taumaturgo Ferreira, por A Morte do Funcionário Menção Honrosa: Cine Aurélio, de Kennel Rógis (PE)
MOSTRA TROPEIROS DA BORBOREMA | CURTAS PARAIBANOS
Melhor Filme: O que os machos querem, de Ana Isaura Diniz (João Pessoa) Melhor Roteiro: Boyzin, escrito por R. B. Lima Melhor Direção: Ana Isaura Diniz, por O que os machos querem Melhor Fotografia: Terra Vermelha Melhor Direção de Arte: O que os machos querem Melhor Montagem: Essa Saudade Melhor Atriz: Ana Marinho, por O que os machos querem Melhor Som: Boyzin Melhor Trilha Sonora: Boyzin, por Vitor Galmarini
MOSTRA TROPIQUEER
Melhor Filme: Nazo, dia e noite Maria, de Andréa Paiva (AL) Melhor Roteiro: Nazo, dia e noite Maria Melhor Direção: Andréa Paiva, por Nazo, dia e noite Maria Melhor Fotografia: Não Me Chame Assim, por Pedro Barros e Martina Quezado Melhor Direção de Arte: Não Me Chame Assim, por Joana Leonzini Melhor Montagem: Não Me Chame Assim, por Fernanda Dias Melhor Ator: Marcos Suchara, por Não Me Chame Assim Melhor Atriz: Leona Jhovs, por Não Me Chame Assim Melhor Som: Não Me Chame Assim, por Talissa Gracio e Ricardo Zollner Melhor Trilha Sonora: Não Me Chame Assim, por Linn da Quebrada e Fabio Smeili
LONGAS METRAGENS INTERNACIONAIS
Melhor Filme: Eunice ou Carta a uma Jovem Atriz, de Tiago Durão (Portugal) Menção Honrosa: Uma Desconhecida, de Fabrizio Guarducci (Itália)
MOSTRA FILMES DO MUNDO | CURTAS-METRAGENS INTERNACIONAIS
Melhor Filme: Mamapara, de Alberto Flores Vilca (Peru) Melhor Direção: Anastasia Raykova, por Ela Melhor Roteiro: Suspirar, escrito por Vlad Bolgarin Melhor Fotografia: Mamapara, por Alberto Flores Vilca Melhor Direção de Arte: A Charneca Escura, por Camilo Niño Melhor Montagem: Mamapara, por Mario Manríquez e Alberto Flores Vilca Melhor Ator/Atriz: Julian Fuentes, por A Charneca Escura Melhor Som: Suspirar, por Radu Zariciuc Melhor Trilha Sonora: Suspirar, por Shawn James Seymour
MOSTRA TERRITÓRIO LIBERDADE Melhor Filme: Pagar para Respirar, de Potira Maia (Portugal), e The Note, de Siavash Eydani (Irã)
MOSTRA SOM DA SERRA Melhor Videoclipe: Fridolin, de Jonatan Gentil
MOSTRA A IDEIA É… Melhor Filme Publicitário: Baterias Moura e a Paixão Antiga, de Gabriella Ferreira (PB)
MOSTRA TELEJORNALISMO
Melhor Reportagem: Série Paraíba na Mesa, de Hebert Araújo Melhor Repórter Cinematográfico: Paulo Ítalo, por Parque do Poeta Prêmio Luiz Custódio de Folkcomunicação: Série Paraíba na Mesa, de Hebert Araújo, e Dia Mundial do Cuscuz, por Hermano Junior e Emanuelly Nogueira
Wolney Oliveira, diretor executivo do Cine Ceará, no palco do Cineteatro São Luiz.
A 31ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema terminou nesta sexta-feira, 03/12, em Fortaleza, depois de diversas exibições de curtas e longas, atividades paralelas, debates e encontros ao longo da semana.
Neste ano, 19 longas e curtas-metragens fizeram parte das mostras competitivas ibero-americana e nacional; já na Mostra Olhar do Ceará, foram 20 produções selecionados. A curadoria da competitiva de longas do festival ficou a cargo de Margarita Hernandez, diretora de programação do evento; a dos curtas foi feita pelo documentarista Vicente Ferraz Gonçalves; e a Olhar do Ceará por Desirée Langel Rondón.
As exibições presenciais aconteceram no Cineteatro São Luiz e no Centro Dragão do Mar. O formato virtual foi exibido no Canal Brasil (tanto na grade linear, quanto nas plataformas Canais Globo e Globoplay + Canais ao Vivo), TV Ceará e YouTube.
Para concluir nossa cobertura desta 31ª edição, conversamos, no último dia do evento, com o cineasta Wolney Oliveira, diretor executivo do Cine Ceará desde 1993. No bate-papo, ele fez um balanço geral deste ano, falou sobre a próxima edição, cinema cearense e revelou detalhes de seus próximos filmes.
Confira os melhores momentos:
FESTIVAL E PANDEMIA
“No ano passado, estávamos todos com muito medo. Tanto que a lotação de 1.050 lugares no São Luiz baixou para 150. E ninguém subiu ao palco. Gravamos o cerimonial e exibimos na telona. Esse ano já foi diferente. Um lance que eu acho muito legal no Cine Ceará é que você consegue ver todos os filmes da programação. Além disso, temos conseguido uma qualidade técnica muito boa com grandes filmes que escolheram ser lançados no festival, como por exemplo, A Vida Invisível, de Karim Aïnouz; O Clube, de Pablo Larraín; Uma Mulher Fantástica, de Sebastián Lelio; Diamantino, de Daniel Schmidt e Gabriel Abrantes; entre outros”.
CINEMA CEARENSE
“Neste ano, até por uma questão financeira, escolhemos apenas seis longas, dos quais dois são do Ceará. Mas, são do Ceará não por bairrismo, mas porque são dois grandes filmes de jovens cineastas cearenses que já levaram o prêmio principal no festival com Greta [de Armando Praça] e Mãe e Filha [de Petrus Cariry]. Foram dois longas cearenses na competitiva ibero-americana, três longas e 17 curtas cearenses na Olhar do Ceará. Isso tem muito a ver porque somos uma cidade universitária do cinema”.
“Na próxima edição teremos, com certeza, mais filmes da Lei Aldir Blanc na programação. Quanto mais filme cearense de qualidade, melhor. O fato de termos dois cearenses entre os seis longas da competição é porque são bons filmes. É competência e talento. Hoje, na realidade, o Ceará é um celeiro de exportação de talentos de várias gerações. Tivemos, há pouco tempo, o Allan Deberton ganhando oito prêmios no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro com Pacarrete, por exemplo. Eu acabei de ganhar o Margarida de Prata, da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil], com Soldados da Borracha, que na realidade é o prêmio mais importante do cinema documental brasileiro e que surgiu na década de 1960 quando Paulo Gil Soares ganhou com Proezas de Satanás na Vila do Leva-e-Traz; Leon Hirszman, Silvio Tendler, entre outros grandes nomes, também já ganharam”.
Wolney Oliveira com os homenageados deste ano: Marta Aurélia e Halder Gomes.
CEARÁ FILMES
“Eu sou da primeira turma da EICTV [Escuela Internacional de Cine y Televisión]. Tive o prazer de inaugurar a escola de cinema de Cuba e de encontrar nos corredores Gabriel García Márquez, Fidel, Coppola cozinhando nhoque pra gente e dando curso de como escrever um roteiro em quinze dias, e por aí vai. Mas, naquela época, você tinha apenas três cursos superiores de cinema no Brasil: ECA-USP, em São Paulo; UnB, em Brasília; e a federal fluminense. Hoje, por exemplo, se o meu filho quiser estudar cinema ele pode fazer aqui em Fortaleza”.
“Atualmente, somos um polo efervescente, não só da formação e da produção, mas da difusão. E tudo isso, quer queira ou não, 90% foi o Cine Ceará que puxou. Inclusive, ontem, no seminário da FIEC, foi anunciada a criação da Film Commission de Fortaleza, que é algo que a gente vinha cobrando há muito tempo. Com isso, o governador do Ceará [Camilo Santana] vai lançar o decreto da criação do programa Ceará Filmes, uma Lei Estadual do Audiovisual. Então, os festivais de cinema servem também para isso, para esses encontros importantes”.
KARIM AÏNOUZ
“É incrível fechar o festival com Marinheiro das Montanhas, do Karim Aïnouz, que foi muito aplaudido em Cannes. Eu quero muito ver porque o meu irmão [Eusélio Gadelha Oliveira] está fazendo um filme sobre o nosso pai [Eusélio Oliveira], que vai se chamar Saravá! Eusélio. Meu pai foi ator do segundo curta do Karim, que se chama O Preso, e era amigo da mãe dele. É um peso imenso você encerrar o festival com um filme do Karim”.
HOMENAGEADOS
“Na abertura tivemos também dois cearenses homenageados, o Halder Gomes e a Marta Aurélia. O Halder, que está filmando uma série para a Netflix aqui no Ceará, de doze capítulos, se tornou uma grife. Aliás, eu já fiz o convite para ele lançar Vermelho Monet, seu primeiro drama, no Cine Caerá, que foi filmado em Portugal. De repente, ele consegue exibir no próximo ano”.
O cineasta em frente ao Cineteatro São Luiz durante o festival.
FORMATO HÍBRIDO E CINE CEARÁ 2022
“Eu gostei muito das exibições virtuais. Por exemplo, o Canal Brasil tem quase 15 milhões de assinantes e um cara lá do Acre consegue ver o Cine Ceará. Além da visibilidade, da potencialização exponencial da visibilidade do festival. Por mim, e acredito que pelo Canal Brasil, a ideia é continuar com essas exibições. É uma coisa a se pensar com calma porque ano que vem será um ano totalmente atípico, pois o país vai pegar fogo. É um ano político e com Copa do Mundo, que acontecerá em novembro. Então, estamos trazendo o Cine Ceará para junho, entre os dias 24 e 30. Vai ser um desafio porque será daqui sete meses e o tempo de captação é bem menor”.
“Essa experiência virtual foi muito boa. Eu acho que isso democratiza, do Oiapoque ao Chuí. Agora, teremos que avaliar se as distribuidoras vão topar. No ano passado, por exemplo, perdemos vários filmes interessantes porque não quiseram exibir virtualmente. E outra coisa: eu sinto muita falta dos shows musicais na Praça do Ferreira depois das exibições, com 2 mil pessoas dançando, e dos food trucks. Chego a me arrepiar só de lembrar. Como diria Cacá Diegues: dias melhores virão!”.
WOLNEY CINEASTA
“Memórias da Chuva [que está em processo de edição] será meu próximo longa, que é resultado de um prêmio da Lei Aldir Blanc com a Secretaria da Cultura do Ceará. Esse filme tem que estar pronto em janeiro do ano que vem. E, por conta desse prêmio, estão sendo produzidos 17 longas e 13 curtas aqui”.
“Além disso, estou com um corte praticamente final do Vozão: Coração do Meu Povão, que é um filme que será lançado no dia 2 de junho lá no Cineteatro São Luiz nos 108 anos do Ceará Sporting Club, que eu espero que vá para a Libertadores. Em março eu retomo na edição do Lampião, o Governador do Sertão, que tem que estar pronto até final de junho. E no segundo semestre eu lanço o documentário Soldados da Borracha nos cinemas. Então, ano que vem será lindo. Três longas finalizados, lançando outro e trabalhando no 32º Cine Ceará”.
“Recentemente, e finalmente, a Ancine lançou um edital de 670 milhões de várias linhas. Em conversas com entidades, Alex Braga [diretor-presidente da Ancine] já adiantou que até março vai lançar outro de 500 milhões. Se a Lei Paulo Gustavo passar, seria a glória. E vai ser”.
*O CINEVITOR esteve em Fortaleza e você acompanha a cobertura do 31º Cine Ceará por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Biografia de Ney Matogrosso é um dos destaques da programação.
Além dos filmes, as obras literárias são um dos pontos fortes desta 16ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que acontecerá entre os dias 9 e 15 de dezembro, em formato híbrido, se consagrando como um dos principais eventos da sétima arte no Brasil.
Neste ano, três obras serão lançadas durante a programação do evento: sempre às 19h, no foyer da área VIP do Cinépolis, no Manaíra Shopping, em João Pessoa. O primeiro lançamento acontece na sexta-feira, 10/12. Trata-se do livro Utopia da Autossutentabilidade – Impasses, desafios e conquistas da Ancine, de autoria de Marcelo Ikeda. A obra narra a trajetória da Agência Nacional do Cinema, que neste ano completou 30 anos de existência e resistência, sendo responsável pela retomada do audiovisual brasileiro.
Já no sábado, 11/12, a programação de lançamento tem o olhar voltado para a Paraíba, com o livro Paulo Pontes: A Arte das Coisas Sabidas. Escrito pelo dramaturgo, ator e diretor Paulo Vieira, a obra foi reeditada neste ano de 2021 pela editora A União.
O ciclo de lançamentos se encerra na quarta-feira, 15/12, com a biografia de um dos maiores ícones da música brasileira. Intitulada Ney Matogrosso, a biografia, a obra foi escrita por Júlio Maria e mergulha no universo do intérprete, revelando sua trajetória até chegar ao símbolo performático em que se tornou; o cantor já confirmou presença no evento. Além disso, o documentário Ney, À Flor da Pele, de Felipe Nepomuceno, será o filme de encerramento desta edição.
Com mostra de filmes, longas e curtas, debates, oficinas, homenagens, o 16º Fest Aruanda terá uma programação híbrida, com sessões presenciais de todos os filmes selecionados no Cinépolis do Manaíra Shopping, em João Pessoa, e on-line para quase todas as obras através da Aruanda Play, plataforma de streaming do festival criada na edição do ano passado. Já ações como oficinas, palestras, conferências e minicursos serão realizadas através do YouTube.
Foram anunciados nesta sexta-feira, 03/12, no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, os vencedores da 31ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que aconteceu em formato híbrido.
Além do anúncio dos premiados, o evento também prestou homenagem ao governador do Ceará, Camilo Santana, que recebeu o Troféu Eusélio Oliveira das mãos do cineasta Rosemberg Cariry, como reconhecimento por seu trabalho em prol da cultura no Estado, realizando ações que buscam mitigar o impacto da pandemia de Covid-19 na população, em especial no setor audiovisual cearense. E mais: o governador também assinou a lei que cria o programa Ceará Filmes.
Depois da premiação, foi exibido em sessão hors concours o longa-metragem Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz. Fortaleza é a cidade natal do diretor, que neste filme apresenta um diário de viagem filmado em sua primeira ida à Argélia, país em que seu pai nasceu.
Na Mostra Competitiva Ibero-americana de longa-metragem, o filme 5 Casas, de Bruno Gularte Barreto, foi o grande vencedor. O documentário autobiográfico ganhou o Troféu Mucuripe na categoria de melhor longa-metragem e prêmio no valor de R$ 20 mil para distribuição do filme no Brasil, conforme regulamento do festival. O filme também garantiu os prêmios de melhor roteiro e som.
Na Mostra Competitiva Brasileira de curta-metragem, o filme Chão de Fábrica, de Nina Kopko, ganhou o Troféu Mucuripe de melhor curta, eleito pelo júri oficial da mostra. Já o Troféu Samburá de melhor curta-metragem foi para Sideral, de Carlos Segundo. O Durião Proibido, de Txai Ferraz, venceu o Prêmio da Crítica concedido pelo Júri Abraccine; o Prêmio Canal Brasil de Curtas foi para Chão de Fábrica, de Nina Kopko, agraciado com R$ 15 mil.
O Prêmio Água e Resistência de melhor curta-metragem, no valor de R$ 3 mil, foi para Jeanstopia, de Gabriel Viggo e Murilo da Paz. A escolha foi do Júri Olhar Universitário, formado por alunos de audiovisual da Universidade Federal do Ceará, Unifor e Vila das Artes. O prêmio é uma realização do Cine Ceará em parceria com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará – Cagece.
O Júri deste ano foi formado por: Andrea Guzmán Urzúa, Carlos Arango de Montis e Lírio Ferreira na mostra competitiva de longas; Leyda Nápoles, Tibico Brasil e Daniela Fernandes na competitiva brasileira de curtas; Lília Moema Santana, Vicente Ferraz e Maurício Xavier na mostra Olhar do Ceará.
O júri da Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, contou com: Pedro Azevedo, Robledo Milani, Vitor Búrigo, Mylena Gadelha e Daniela Dumaresq; João Gabriel Tréz, Regina Ribeiro, Cinthia Medeiros, André Bloc e Tamara Lopes no júri do Troféu Samburá; e Esther Arruda, José Jaur Ferreira e Olavo Oliveira no Júri Olhar Universitário.
Confira a lista completa com os vencedores do Cine Ceará 2021:
MOSTRA COMPETITIVA IBERO-AMERICANA DE LONGA-METRAGEM
Melhor Filme: 5 Casas, de Bruno Gularte Barreto (Brasil) Melhor Direção: Alicia Cano Menoni, por Bosco Melhor Atuação Feminina: Clébia Sousa, por Fortaleza Hotel Melhor Atuação Masculina: Vanderlei Bernardino, por Fortaleza Hotel Melhor Roteiro: 5 Casas, escrito por Bruno Gularte Barreto e Vicente Moreno Melhor Fotografia: A Praia do Fim do Mundo, por Petrus Cariry Melhor Montagem: Bosco, por Guillermo Madeiro Melhor Trilha Sonora Original: Bosco, por Giorgio Ferrero e Rodolfo Mong Melhor Som: 5 Casas, por Emil Klotzsh Melhor Direção de Arte: A Praia do Fim do Mundo, por Sergio Silveira
MOSTRA COMPETITIVA BRASILEIRA DE CURTA-METRAGEM
Melhor Filme: Chão de Fábrica, de Nina Kopko (SP) Melhor Direção: Pedro Gonçalves, por O Resto Melhor Roteiro: Sideral, escrito por Carlos Segundo
MOSTRA OLHAR DO CEARÁ
Melhor longa-metragem: Minas Urbanas, de Natália Gondim (Fortaleza) Melhor curta-metragem: Sebastiana, de Cláudio Martins (Fortaleza) Prêmio Unifor de Audiovisual: Sebastiana, de Cláudio Martins
PRÊMIO DA CRÍTICA | ABRACCINE
Melhor longa-metragem: A Praia do Fim do Mundo, de Petrus Cariry (CE) Melhor curta-metragem: O Durião Proibido, de Txai Ferraz (PE)
PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS Chão de Fábrica, de Nina Kopko (SP)
TROFÉU SAMBURÁ | MELHOR CURTA-METRAGEM Sideral, de Carlos Segundo (RN)
TROFÉU SAMBURÁ | MELHOR DIREÇÃO Júlia Fávero e Victoria Negreiros, por Como respirar fora d’água
PRÊMIO ÁGUA E RESISTÊNCIA Jeanstopia, de Gabriel Viggo e Murilo Da Paz
MOSTRA PONTES CRIATIVAS Eu sou as cores, você é a praça, de Paulo Ribeiro e Anio Tales Carin (Fortaleza) Eu não sou daqui, de Leandro Olímpio (São Paulo)
*O CINEVITOR está em Fortaleza e você acompanha a cobertura do 31º Cine Ceará por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Penélope Cruz em Madres Paralelas, de Pedro Almodóvar: filme de abertura.
O Festival do Rio 2021 acontecerá entre os dias 9 e 19 de dezembro com mais de 40 filmes em competição na Première Brasil, além da seleção internacional com títulos premiados, homenagem ao cineasta chinês Wong Kar-Wai e uma retrospectiva especial da conceituada revista francesa Cahiers du Cinéma.
As mostras competitivas reúnem filmes de ficção e documentários, longas e curtas de novos e consagrados cineastas. Na programação da Première Brasil também estão os filmes hors concours, a competitiva de novas linguagens, Première Brasil Novos Rumos e a Première Brasil Especial com grandes homenagens a filmes clássicos e grandes nomes do cinema. Este ano, a mostra O Estado das Coisas reúne produções que apontam e discutem questões contemporâneas de grande relevância sob diversas óticas e diferentes formas narrativas.
Em comunicado oficial, Ilda Santiago, diretora de programação do Festival do Rio, disse: “Entre todos os impactos provocados pela pandemia, é relevante a forma como o cinema brasileiro reagiu a esses dois anos de intenso debate on-line pela falta do encontro presencial. A seleção deste ano mostra um cinema brasileiro forte, pleno de reflexão e, apesar das batalhas diárias, pronto para resgatar um lugar junto ao público. Nosso lema este ano é ganhe duas horas de vida e vá ao cinema ver o mundo”.
Esta edição do Festival do Rio marca o retorno da Prefeitura do Rio de Janeiro ao evento como apoiadora; a Firjan também renova o apoio: “Ficamos cinco anos sem o apoio da Prefeitura. Esse retorno permitiu a existência da edição deste ano, em um formato compacto mas devolvendo à cidade uma experiência presencial e convidando o público para voltar às salas. A cidade do Rio tem a vocação para a indústria criativa, especialmente a indústria do audiovisual, e precisamos desenvolver habilidades e conhecimentos para expandir essa vocação”, disse Vilma Lustosa, diretora de marketing e comunicação do Festival do Rio.
O Festival do Rio deste ano será palco da primeira exibição em terras brasileiras de Madres Paralelas, novo filme do aclamado realizador espanhol Pedro Almodóvar, que será lançado pela Netflix. O longa-metragem será exibido na gala de abertura da edição 2021. Estrelado por Penélope Cruz, que foi premiada no Festival de Veneza, o drama acompanha duas mulheres que se encontram em um quarto de hospital onde vão dar à luz. Ambas são solteiras e engravidaram acidentalmente. Apesar de pertencerem a gerações distantes, criam um forte vínculo nas poucas horas que passam juntas.
É a segunda vez em dez anos que um filme de Almodóvar é escolhido para abrir o Festival do Rio. Na 13ª edição, em 2011, a honraria coube ao suspense A Pele que Habito, que foi projetado em sessão de gala no Odeon com a presença ilustre da atriz Marisa Paredes.
Além disso, o Festival do Rio terá uma seção especialmente dedicada à história da crítica e da cinefilia em 2021. A lendária revista Cahiers du Cinéma está completando 70 anos e o marco será celebrado com uma mostra de clássicos franceses e uma exposição composta por edições históricas da renomada publicação.
Fundada por André Bazin, Jacques Doniol-Valcroze e Joseph-Marie Lo Duca, a Cahiers foi publicada pela primeira vez em abril de 1951. A revista abrigou textos críticos de toda uma geração de frequentadores da Cinemateca Francesa, que posteriormente se tornariam os astros da Nouvelle Vague e grandes nomes da sétima arte francófona. Ainda hoje, em plena atividade, a Cahiers du Cinéma permanece sendo a publicação especializada mais influente do mundo.
O Festival do Rio também celebra a obra do cineasta Wong Kar-Wai apresentando nesta edição uma mostra composta por cinco de seus filmes mais aclamados. Os títulos serão exibidos em cópias restauradas, com qualidade 4K, em uma parceria do festival com a MUBI.
Conheça os filmes selecionados para o Festival do Rio 2021:
PREMIÈRE BRASIL
LONGAS-METRAGENS | FICÇÃO
A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky Casa Vazia, de Giovani Borba Cora, de Gustavo Rosa de Moura e Matias Mariani Medusa, de Anita Rocha da Silveira Medida Provisória, de Lázaro Ramos Meu Tio José, de Ducca Rios Mundo Novo, de Alvaro Campos O Pai da Rita, de Joel Zito Araújo O Livro dos Prazeres, de Marcela Lordy Sol, de Lô Politi
LONGAS-METRAGENS | DOCUMENTÁRIO
BR Trans, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez Cafí, de Lírio Ferreira e Natara Ney Manguebit, de Jura Capela O Melhor Lugar do Mundo é Agora, de Caco Ciocler Rolé – Histórias de Rolezinhos, de Vladimir Seixas Uma Baía, de Murilo Salles
COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS
Colmeia, de Maurício Chades (GO) Da Janela Vejo o Mundo, de Ana Catarina Lugarini (PR) Depois Quando, de Johnny Massaro (RJ) Fim do Dia, de Rafael Raposo (RJ) Jamary, de Begê Muniz (AM) Masar – Caminhos à Mesa, de Amina Nogueira e Ana Sanz (RJ) Modelo Vídeo, de Leonardo Lacca (PE) O Nascimento de Helena, de Rodrigo Almeida (RN) Quando o Tempo de Lembrar Bastou, de Felipe Quadra (RJ) Solitude, de Tami Martins e Aron Miranda (AP) Tecido, Sigilo, de Lucílio Jota (RJ) Tereza Joséfa de Jesus, de Samuel Costa (RJ) VIVXS!, de Claudia Schapira, Roberta Estrela D’Alva e Tatiana Lohmann (SP)
NOVOS RUMOS | COMPETIÇÃO | LONGAS
Barragem, de Eduardo Ades Diário de Viagem, de Paula Kim Os Grandes Vulcões, de Fernando Kinas e Thiago B. Mendonça Os Dragões, de Gustavo Spolidoro Os Primeiros Soldados, de Rodrigo de Oliveira O Dia da Posse, de Allan Ribeiro Rio Doce, de Fellipe Fernandes
NOVOS RUMOS | COMPETIÇÃO | CURTAS
Centelha, de Renato Vallone (RJ) Chão de Fábrica, de Nina Kopko (SP) Ibeji Ibeji, de Victor Rodrigues (RJ) Lina, de Melise Fremiot (RJ) O Fundo dos Nossos Corações, de Letícia Leão (RJ) Okofá, de Daniela Caprine, Mariana Bispo, Pedro Henrique Martins, Rafael Rodrigues e Thamires Case (SP) Meu Coração Já Não Aguenta Mais, de Fabrício Brambatti (SP) Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui, de Érica Sarmet (RJ)
HORS CONCOURS | LONGAS
Alemão 2, de José Eduardo Belmonte A Suspeita, de Pedro Peregrino Capitu e o Capítulo, de Júlio Bressane Eduardo e Mônica, de René Sampaio Ela e Eu, de Gustavo Rosa de Moura Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz Meu Álbum de Amores, de Rafael Gomes O Circo Voltou, de Paulo Caldas Papai é Pop, de Caíto Ortiz
HORS CONCOURS | CURTAS
Ato, de Bárbara Paz Baile de Máscaras, de Iury Pinto Romance, de Karine Teles
PREMIÈRE BRASIL ESPECIAL
Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto Chico Mario – A Melodia da Liberdade, de Silvio Tendler Já que Ninguém me Tira para Dançar, de Ana Maria Magalhães Nelson Filma o Rio, de Luiz Carlos Lacerda Tempo Ruy, de Adilson Mendes Terra Estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas Ziraldo, Era uma Vez um Menino, de Fabrizia Pinto
O ESTADO DAS COISAS
American Thief, de Miguel Silveira Antígona 442 A.C, de Maurício Farias Nuhu Mu Yõg Hãm, Essa Terra é Nossa, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero Pele Negra, Justiça Branca, de Cinthia Creatini da Rocha, Valeska Bittencourt e Vanessa Rosa Gasparelo Saudade do Futuro, de Anna Azevedo Segredos do Putumayo, de Aurélio Michiles The Last Election and Other Love Stories, de Miguel Silveira Você Não Sabia de Mim, de Alan Minas
PROGRAMAÇÃO INTERNACIONAL
PANORAMA ESPECIAL
A Chiara, de Jonas Carpignano (Itália/França) A Fratura (La fracture), de Catherine Corsini (França) A Mulher que Fugiu (Domangchin yeoja), de Hong Sang-soo (Coreia do Sul) Belfast, de Kenneth Branagh (Reino Unido) Belle, de Mamoru Hosoda (Japão/EUA) Benedetta, de Paul Verhoeven (França/Bélgica/Holanda) Compartment nº 6 (Hytti nro 6), de Juho Kuosmanen (Finlândia/Rússia/Estônia/Alemanha) Cow, de Andrea Arnold (Reino Unido) Cyrano, de Joe Wright (Reino Unido/EUA/Canadá/Itália) Diários de Otsoga, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes (Portugal/França) Drive My Car (Doraibu mai kâ), de Ryûsuke Hamaguchi (Japão) Encontros, de Hong Sang-soo (Coreia do Sul) Lágrimas de Sal (Le sel des larmes), de Philippe Garrel (França/Suíça) Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental (Babardeala cu bucluc sau porno balamuc), de Radu Jude (Romênia/Luxemburgo/República Checa/Croácia/Suíça/Reino Unido) Matar a la Bestia, de Agustina San Martín (Argentina/Brasil/Chile) Memoria, de Apichatpong Weerasethakul (Colômbia/Tailândia/França/Alemanha/México/Qatar/Reino Unido/China/Suíça) Murina, de Antoneta Alamat Kusijanović (Croácia/Brasil/EUA/Eslovênia) Nove Dias (Nine Days), de Edson Oda (EUA) O Beco do Pesadelo (Nightmare Alley), de Guillermo del Toro (EUA/México/Canadá) (filme de encerramento) O Festival do Amor (Rifkin’s Festival), de Woody Allen (Espanha/EUA/Itália) O Homem Ideal (Ich bin dein Mensch), de Maria Schrader (Alemanha) Pequena Mamãe (Petite maman), de Céline Sciamma (França) Titane, de Julia Ducournau (França/Bélgica) Tre Piani, de Nanni Moretti (Itália/França) Um Herói (Ghahreman), de Asghar Farhadi (França/Irã) Undine, de Christian Petzold (Alemanha/França) Venice Beach, CA., de Marion Naccache (França/Brasil)
CAHIERS MON AMOUR 70 ANOS
A Marquesa d’O, de Éric Rohmer Ascensor para o cadafalso, de Louis Malle La Jetée, de Chris Marker Loucuras de uma Primavera, de Louis Malle O Demônio das Onze Horas, de Jean-Luc Godard O Dinheiro, de Robert Bresson O Planeta Selvagem, de René Laloux Os Caracóis, de René Laloux Paris nos pertence, de Jacques Rivette Z, de Costa Gavras Zazie no Metrô, de Louis Malle
RETROSPECTIVA WONG KAR-WAI
2046 Amor à Flor da Pele (In the mood for love) Amores Expressos (Chungking Express) Anjos Caídos (Fallen Angels) Felizes Juntos (Happy Together)
A programação da noite começou com a mostra Pontes Criativas e seguiu com a Mostra Competitiva Brasileira de curta-metragem com os filmes: O Amigo do Meu Tio, de Renato Turnes; Hawalari, de Cássio Domingos; e Ato, de Bárbara Paz.
O longa A Praia do Fim do Mundo, do cineasta cearense Petrus Cariry, encerrou a Mostra Competitiva ibero-americana de longa-metragem desta edição. Em sua primeira exibição pública, o filme, produzido pela Iluminura Filmes, foi rodado na praia de Icaraí, no litoral cearense, com imagens adicionais feitas na praia de Atafona, no Rio de Janeiro; e é ambientado na cidade fictícia de Ciarema, que está em processo de destruição devido ao avanço brutal do mar e a decadência social em seu entorno. Cariry também assina o roteiro e a montagem, ambos ao lado de Firmino Holanda, e a direção de fotografia.
No palco do Cineteatro São Luiz, Petrus discursou: “Queria agradecer a presença do público e também da equipe do filme, pois sem vocês esse trabalho não seria possível. Esse filme foi feito em maio desse ano, uma época em que a pandemia estava matando muita gente. Fizemos uma espécie de força-tarefa. Estou super feliz de exibir esse filme aqui no Ceará, que de alguma forma, é um reflexo dos tempos que a gente vive”.
A trama acompanha as personagens Helena, Alice e Elisa, interpretadas respectivamente pelas atrizes Marcélia Cartaxo, Fátima Macedo e Larissa Goes. Três mulheres que lidam com vontades diversas em relação à submersão que ameaça Ciarema e as suas próprias vidas, discordando sobre permanecer nas ruínas até que não reste mais nada ou buscar uma vida melhor longe dali. Enquanto os últimos moradores fazem as malas para partir, o conflito geracional e existencial faz com que mãe e filha (Helena e Alice) revisitem questões do passado e repensem a relação de pertencimento com o lugar.
Petrus Cariry e Fátima Macedo no debate.
No dia seguinte à exibição, o diretor participou de um debate, mediado pela crítica de cinema Neusa Barbosa, ao lado da atriz Fátima Macedo. Durante o bate-papo, revelou que o interesse pela história surgiu após contato com acontecimentos por ele presenciados e reportagens que falavam sobre o efeito da erosão marinha em lugares paradisíacos: “Eu frequentava a praia de Icaraí na adolescência e o filme surgiu a partir dessa vontade de falar do estado das coisas, de como elas se encontravam. Pelo menos foi o que eu senti; o nível de degradação, não sei se moral, mas do país”.
A Praia do Fim do Mundo foi realizado durante a pandemia de Covid-19, por meio da Lei Aldir Blanc. Por isso, Cariry precisou adiar as filmagens de Mais Pesado é o Céu, que, por ser um road movie, exigia uma logística de produção inviável devido às restrições sanitárias: “Por mais que o set fosse alegre e todo mundo estava feliz pelas filmagens, foi uma época em que a vacinação estava começando e ainda morriam mais de mil pessoas por dia por conta da pandemia”, revelou no debate.
A atriz Fátima Macedo falou sobre trabalhar ao lado de Marcélia Cartaxo e elogiou a colega de cena: “Como não falar de Marcélia, essa deusa? A personagem dela é exatamente a sintetização desse clima fantasmagórico que o filme traz. Ela carrega muito essa carga dramática. Em certos aspectos, era difícil contracenar com isso porque a minha personagem é contracorrente; ela quer sair e tem esse movimento de trazer um outro ritmo para o filme”.
Com produção executiva de Bárbara Cariry, o filme conta com Sergio Silveira na direção de arte; Lana Patrício Benigno no figurino; Moabe Filho no som direto e Érico Paiva (Sapão) na mixagem e edição de som; João Victor Barroso na trilha musical; e Teta Maia e Priscila Lima na direção de produção.
Em formato híbrido, o Cine Ceará acontece virtualmente no Canal Brasil (tanto na grade linear, quanto nas plataformas Canais Globo e Globoplay + Canais ao Vivo), TV Ceará e YouTube; e presencial em Fortaleza, com o limite de público determinado pelo Governo do Estado por conta da pandemia de Covid-19.
*O CINEVITOR está em Fortaleza e você acompanha a cobertura do 31º Cine Ceará por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Benny Safdie e Alana Haim em Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson: filme premiado.
A National Board of Review, importante e tradicional organização de críticos de cinema dos Estados Unidos, fundada em 1909, divulga, desde 1932, uma lista com os melhores do ano da indústria cinematográfica. Neste ano, 221 filmes foram analisados por um seleto grupo de cineastas, profissionais e acadêmicos da sétima arte.
Em comunicado oficial, Annie Schulhof, presidente da NBR, disse: “Em um momento de transição e incerteza, não há nada como Licorice Pizza para nos lembrar da alegria e esperança que um grande cinema pode inspirar. A NBR tem a honra de premiar o filme, bem como seu brilhante criador, Paul Thomas Anderson, e todos os outros vencedores”.
Além do filme de Paul Thomas Anderson, King Richard: Criando Campeãs também se destacou nas categorias de atuação com Will Smith e Aunjanue Ellis. O cineasta americano Michael Sarnoski, de Pig, foi premiado como melhor direção estreante. A cerimônia de entrega dos prêmios está marcada para 11 de janeiro de 2022.
Neste ano, o cinema brasileiro não marcou presença na lista. A última vez que uma produção nacional apareceu entre os melhores da NBR foi em 2019 com o drama A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, entre os cinco melhores longas estrangeiros.
Confira a lista com os melhores do cinema em 2021 segundo a National Board of Review:
MELHOR FILME: Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson MELHOR DIREÇÃO: Paul Thomas Anderson, por Licorice Pizza MELHOR ATOR: Will Smith, por King Richard: Criando Campeãs MELHOR ATRIZ: Rachel Zegler, por Amor, Sublime Amor MELHOR ATOR COADJUVANTE: Ciarán Hinds, por Belfast MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Aunjanue Ellis, por King Richard: Criando Campeãs MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Um Herói (A Hero/Ghahreman), escrito por Asghar Farhadi MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: The Tragedy of Macbeth, escrito por Joel Coen MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO: Encanto, de Jared Bush, Byron Howard e Charise Castro Smith ATUAÇÃO REVELAÇÃO: Alana Haim e Cooper Hoffman, por Licorice Pizza MELHOR DIREÇÃO ESTREANTE: Michael Sarnoski, por Pig MELHOR FILME ESTRANGEIRO: Um Herói, de Asghar Farhadi (Irã/França) MELHOR DOCUMENTÁRIO: Summer of Soul (…ou, Quando A Revolução Não Pode Ser Televisionada), de Questlove MELHOR ELENCO: Vingança & Castigo PRÊMIO NBR FREEDOM OF EXPRESSION: Fuga (Flee), de Jonas Poher Rasmussen EXCELÊNCIA EM FOTOGRAFIA: Bruno Delbonnel, por The Tragedy of Macbeth
MELHORES FILMES DO ANO Amor, Sublime Amor, de Steven Spielberg Belfast, de Kenneth Branagh Duna, de Denis Villeneuve King Richard: Criando Campeãs, de Reinaldo Marcus Green Não Olhe para Cima, de Adam McKay O Beco do Pesadelo, de Guillermo del Toro O Último Duelo, de Ridley Scott Red Rocket, de Sean Baker The Tragedy of Macbeth, de Joel Coen
TOP 5 FILMES ESTRANGEIROS Benedetta, de Paul Verhoeven (França/Bélgica/Holanda) Lamb, de Valdimar Jóhannsson (Islândia/Suécia/Polônia) Lingui, de Mahamat-Saleh Haroun (Chade/França/Alemanha/Bélgica) Titane, de Julia Ducournau (França/Bélgica) The Worst Person in the World (Verdens verste menneske), de Joachim Trier (Noruega/França/Suécia/Dinamarca)
TOP 5 DOCUMENTÁRIOS Ascension, de Jessica Kingdon Attica, de Traci Curry e Stanley Nelson Fuga (Flee), de Jonas Poher Rasmussen The Rescue, de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain, de Morgan Neville
TOP 10 FILMES INDEPENDENTES C’mon C’mon, de Mike Mills Holler, de Nicole Riegel Jockey, de Clint Bentley No Ritmo do Coração, de Sian Heder Old Henry, de Potsy Ponciroli Pig, de Michael Sarnoski Shiva Baby, de Emma Seligman The Card Counter, de Paul Schrader The Green Knight, de David Lowery The Souvenir: Part II, de Joanna Hogg