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Morre, aos 93 anos, a cineasta italiana Lina Wertmüller

por: Cinevitor
Lina Wertmüller foi a primeira mulher indicada ao Oscar de melhor direção.

Morreu nesta quinta-feira, 09/12, aos 93 anos, a cineasta italiana Lina Wertmüller, que foi a primeira mulher indicada ao Oscar de melhor direção. Segundo informações divulgadas pela imprensa internacional, ela faleceu pacificamente em sua casa, próxima a entes queridos; a causa da morte ainda não foi revelada.

Nascida Arcangela Felice Assunta Wertmüller von Elgg Spanol von Braucich, em 14 de agosto de 1928, em Roma, na Itália, Lina começou a se interessar por cinema na década de 1950 quando se inscreveu no curso de direção da Accademia Pietro Scharoff. Depois disso, foi trabalhar em teatro e assumiu sua primeira função em um set ao lado de Giorgio De Lullo como assistente de direção.

Entre trabalhos no rádio e na TV, Lina também colaborou com diversos nomes da sétima arte, entre eles, Federico Fellini no filme , no qual assinou a função de assistente de direção. Sua estreia como diretora aconteceu em 1963 com o longa-metragem I basilischi, que lhe rendeu um prêmio no Festival de Locarno.

Em 1972, disputou a Palma de Ouro no Festival de Cannes com a comédia dramática Mimi, o Metalúrgico. No ano seguinte, voltou ao festival com Amor e Anarquia, que rendeu o prêmio de melhor ator para Giancarlo Giannini. Com o drama Dois Perdidos numa Noite de Chuva, Lina disputou o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Ainda na Berlinale, em 1986 exibiu Camorra, protagonizado por Ángela Molina; o filme recebeu dois prêmios especiais.

A consagração mundial aconteceu em 1977 com a comédia dramática Pasqualino Sete Belezas, indicada em quatro categorias no Oscar: melhor filme estrangeiro, melhor ator para Giancarlo Giannini, melhor roteiro e melhor direção, tornando-se a primeira mulher indicada nesta categoria. O filme também ganhou destaque em outras diversas premiações, como Directors Guild of America e Globo de Ouro.

Entre tantos trabalhos, destacam-se também: Sábado, Domingo e Segunda (1990), exibido no Chicago International Film Festival; Ferdinando e Carolina (1999), indicado ao prêmio David di Donatello; Scherzo del destino in agguato dietro l’angolo come un brigante da strada (1983), exibido no Festival de Moscou; Por um Destino Insólito (1975), que foi um dos destaques da lista da National Board of Review; Em Noite de Lua Cheia (1989), que disputou o Leão de Ouro no Festival de Veneza; entre outros.

Seu último trabalho como diretora foi o curta-metragem documental Roma, Napoli, Venezia… in un crescendo rossiniano, lançado em 2014. Em 2019, a cineasta ganhou uma estrela na Calçada da Fama, em Los Angeles. No ano seguinte, Lina Wertmüller recebeu o Oscar honorário da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, destinado às pessoas de destaque na indústria do cinema.

Foto: Emanuele Ruiz.

Conheça os vencedores do XVII Panorama Internacional Coisa de Cinema

por: Cinevitor
Os vencedores na cerimônia de premiação.

Foram anunciados nesta quarta-feira, 08/12, no Cine Metha-Glauber Rocha, em Salvador, os vencedores do XVII Panorama Internacional Coisa de Cinema. Edna, de Eryk Rocha, foi o longa-metragem premiado na Competitiva Nacional. O documentário apresenta a personagem homônima, uma testemunha do arruinamento das terras em torno da rodovia Transbrasiliana, na Amazônia brasileira.

O Júri Oficial elegeu Terra Nova, de Diego Bauer, como o melhor curta, também escolhido pelo Júri Jovem. Na Competitiva Baiana, Açucena, de Isaac Donato e Marília Vin, foi o longa premiado pelos júris oficial e APC, Associação de Produtores e Cineastas. Já o prêmio de melhor curta do Júri Oficial ficou com Um transe de dez milésimos de segundos, de Jamile Cazumbá.

Com uma edição em formato híbrido, o festival novamente convidou o público das sessões on-line para votar nos seus filmes preferidos. O Júri Popular elegeu a produção baiana Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna como melhor longa nacional; e o também baiano Memórias Perdidas, de Sabrina Andrade, como melhor curta.

O tradicional Júri Jovem, formado por participantes da oficina de Crítica oferecida pelo festival, premiou Genocídio e Movimentos, de Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar como melhor longa da Competitiva Baiana. A produção também foi a escolhida do Júri Popular e recebeu Menção Honrosa do júri APC.

Os escolhidos pelo Júri Oficial nas competitivas Baiana e Nacional e o curta nacional contemplado pelo Júri Jovem receberam prêmios em serviços da Mistika, Naymar CiaRio, Griot, Ateliê Bucareste, Marcelo Benedicts e Napoleão Cunha.

Conheça os vencedores do XVII Panorama Internacional Coisa de Cinema:

JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA NACIONAL | LONGA-METRAGEM

Melhor Filme: Edna, de Eryk Rocha
Menção Especial: Mata, de Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes

JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA NACIONAL | CURTA-METRAGEM

Melhor Filme: Terra Nova, de Diego Bauer
Menção Especial: Sideral, de Carlos Segundo

JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA BAIANA

Melhor Longa: Açucena, de Isaac Donato e Marília Vin
Melhor Curta: Um Transe de Dez Milésimos de Segundo, de Jamile Cazumbá
Menção Honrosa: Via Láctea, de Thiago Almasy

JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA INTERNACIONAL

Melhor Longa: O Outro Lado do Rio, de Antonia Kilian (Alemanha)
Menção Honrosa: Creche Noturna, de Moumouni Sanou (Burquina Fasso/França/Alemanha)

Melhor Curta: Ensaio, de Michael Omonua (Nigéria)
Menção Honrosa: Fera, de Hugo Covarrubias (Chile)
Destaque: Nomawonga Khumalo, pela direção de Five Tiger (África do Sul)

JÚRI JOVEM | COMPETITIVA NACIONAL

Melhor Longa: 5 Casas, de Bruno Gularte Barreto
Melhor Curta: Terra Nova, de Diego Bauer
Prêmio Especial: Edvana Carvalho, pela atuação em Receba!

JÚRI JOVEM | COMPETITIVA BAIANA

Melhor Longa: Genocídio e Movimentos, de Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar
Melhor Curta: In-passe, de Claudio Machado e Henrique Filho

JÚRI APC | COMPETITIVA NACIONAL

Melhor Longa: A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga
Menção Honrosa: Mata, de Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes

Melhor Curta: Memórias Perdidas, de Sabrina Andrade
Menção Honrosa: Matança Popular Brasileira, de Bianca Rêgo

JÚRI APC | COMPETITIVA BAIANA

Melhor Longa: Açucena, de Isaac Donato e Marília Vin
Menções Honrosas: Genocídio e Movimentos, de Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar; e Àkàrà no fogo da intolerância, de Claudia Chávez

Melhor Curta: Mamãe, de Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
Menções Honrosas: Mãe Solo, de Camila de Moraes; e Quantos mais?, de Lucas de Jesus

JÚRI INDIE LISBOA

Melhor Filme: Sideral, de Carlos Segundo

JÚRI BRADA DE DIREÇÃO DE ARTE | COMPETITIVA NACIONAL

Longa: A Felicidade das Coisas, por Dicezar Leandro
Curta: Estio_rito em Lapso, por Alana Falcão

JÚRI BRADA DE DIREÇÃO DE ARTE | COMPETITIVA BAIANA

Longa: Àkàrà no fogo da intolerância, por Bruno Biano
Curta: Iauaraete, por Xan Marçall

JÚRI POPULAR | COMPETITIVA NACIONAL

Melhor Longa: Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna
Melhor Curta: Memórias Perdidas, de Sabrina Andrade

JÚRI POPULAR | COMPETITIVA BAIANA

Melhor Longa: Genocídio e Movimentos, de Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar
Melhor Curta: Voyá, de Fanny Oliveira

JÚRI POPULAR | COMPETITIVA INTERNACIONAL

Melhor Longa: Libório, de Nino Martínez Sosa (República Dominicana/Porto Rico/Qatar)
Melhor Curta: Tenho Medo de Esquecer Seu Rosto, de Sameh Alaa (Egito/ França/Qatar/Bélgica)

Foto: Milena Palladino.

16º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena de Desterro, de Maria Clara Escobar.

A 16ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo acontecerá entre os dias 10 e 17 de dezembro, em formato híbrido e gratuito com parte da programação disponibilizada on-line e outra parte presencialmente no Circuito Spcine em São Paulo.

Com um total de 38 filmes, entre longas e curtas de 12 países, o festival se firma como uma das mais importantes vitrines destas cinematografias junto ao público brasileiro. Este ano, o evento celebra o protagonismo feminino na indústria cinematográfica da América Latina e Caribe, em suas mais diversas vertentes: direção, atuação, produção, fotografia, com filmes inéditos, debates, masterclass e uma homenagem à diretora argentina Liliana Romero.

A tradicional mostra Contemporâneos reúne as mais recentes produções cinematográficas latino-americanas e caribenhas, sendo a maioria inéditas no circuito comercial. A cinematografia emergente, mais uma vez, está presente no festival com várias pré-estreias de longas-metragens também com foco no protagonismo feminino. Os filmes brasileiros trazem um olhar diferente que visibilizam a pluralidade do cinema nacional.

A diretora argentina Liliana Romero é a grande homenageada desta edição e ganha uma programação especial voltada ao reconhecimento de suas obras, entre longas e curtas premiados em importantes festivais internacionais, incluindo o seu mais recente trabalho, o longa de  animação, O Gigante Egoísta. A diretora, que trabalha em cinema de animação desde os anos 1990 e transita por diversas técnicas em cada um dos seus trabalhos, participa do encontro virtual A Arte da Animação, Técnicas e Adaptações, na plataforma do Sesc Digital e no YouTube do festival.

A sessão Contemporâneas no Curta lança um olhar para a realização nos últimos anos de cineastas brasileiras com obras potentes, ousadas e questionadoras. A programação traz uma novidade: o Foco Cinema Afro-Colombiano, com 4 títulos produzidos, realizados e protagonizados por pessoas afrocolombianas trazendo histórias que propõem vias de acesso a outras realidades sócio-históricas e culturais como as dos afrodescendentes na América Latina.

Para finalizar, o festival preparou a Coleção Marcelo Sampaio com uma seleção de 7 títulos entre longas e curtas assinados pelo diretor. Além disso, a 16ª edição promove uma série de encontros virtuais com nomes expressivos ligados à realização, produção e circulação de produtos audiovisuais latino-americanos.

Conheça os filmes selecionados para o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo 2021:

MOSTRA CONTEMPORÂNEOS

A Grande Viagem ao País Pequeno, de Mariana Viñoles (Uruguai)
A Opção Zero, de Marcel Beltrán (Cuba/Brasil/Colômbia)
Abajures, de Paz Encina (Paraguai)
Alianças Profanas, de Wellington Darwin (Brasil)
Anos Curtos, Dias Eternos, de Silvina Estevez (Argentina)
As Almas que Dançam no Escuro, de Marcos DeBrito (Brasil)
Carro Rei, de Renata Pinheiro (Brasil)
Clarice Lispector – A Descoberta do Mundo, de Taciana Oliveira (Brasil)
Desterro, de Maria Clara Escobar (Brasil)
Distopia, de Michel La Torre (Equador)
Êxtase, de Moara Passoni (Brasil)
Hope, Soledad, de Yolanda Cruz (México)
LXI (61), de Rodrigo Moreno del Valle (Peru)
Matar a la Bestia, de Agustina San Martín (Argentina/Brasil/Chile)
Ninho, de Josefina Pérez-García e Felipe Sigala (Chile)
O Sonho da Montanha, de Ailén Herradón (Argentina)
Ossos da Saudade, de Marcos Pimentel (Brasil)
Porto Escondido, de Gabriela Paz Ybarnegaray (Bolívia)
Um Lampejo Interior, de Luis Rodríguez e Andrés Rodríguez (Venezuela)

FOCO CINEMA AFRO-COLOMBIANO

Fullhd, de Catalina Navas e Carolina Torres
Marímbula (Marimbula), de Diana Kuéllar
O Homem Universal, de Andrés Morales
O Mal dos Sete Dias, de Alfonso González Urrutía

HOMENAGEM LILIANA ROMERO

Anida e o Circo Flutuante, de Liliana Romero
Contos da Floresta, de Liliana Romero
Martín Fierro O Filme, de Liliana Romero
O Gigante Egoísta, de Liliana Romero

CONTEMPORÂNEAS NO CURTA

Barbie & Bob, de Raissa Gregori
Carne, de Camila Kater
Igual/Diferente/Ambas/Nenhuma, de Adriana Barbosa e Fernanda Pessoa
Menarca, de Lillah Halla
, de Ana Flávia Cavalcanti e Julia Zakia

COLEÇÃO MARCELO SAMPAIO | LONGAS-METRAGENS

Eldorado – Mengele Vivo ou Morto?, de Marcelo Sampaio
La Plata Yvyguy – Enterros e Guardados, de Marcelo Sampaio e Paulo Alvarenga
Trilha dos Ratos – A Fuga de Nazistas para América, de Marcelo Sampaio

COLEÇÃO MARCELO SAMPAIO | CURTAS-METRAGENS

A Menina da Estrada, de Marcelo Sampaio
O Escritor das Ruas, de Marcelo Sampaio e Tote Sutino
O Guardado, de Marcelo Sampaio
Pixote 30 Anos Depois, de Marcelo Sampaio

A direção do 16º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo é assinada por João Batista de Andrade, Jurandir Müller, Maria Tereza Urias e Vicky Romano.

Foto: Divulgação.

Festival Curta Brasília 2021 terá filmes em realidade virtual e programação on-line

por: Cinevitor
Cena do brasileiro Na Pele, de João Inada.

O Festival Curta Brasília, consolidado como um dos principais festivais brasileiros de curta-metragem, comemora, neste ano, uma década. Para iniciar a celebração, preparou uma programação on-line e totalmente gratuita, entre os dias 8 e 12 de dezembro, com mostras em realidade virtual com curtas nacionais e internacionais, em sua maioria inéditos no Brasil até o momento.

Assim como em 2020, a edição será virtual e acontecerá no próprio metaverso do festival, que permite não apenas o acesso aos filmes em 360º e 2D gratuitamente pelo computador, como também a criação e interação entre avatares escolhidos pelo público com passeio imersivo em ambiente com estética retrofuturista, criada pela VP Events.

“Esse será nosso segundo ano com este modelo de festival, com uma plataforma de realidade virtual, onde recebemos um público de 11 países, somando mais de 5.400 visualizações durante quatro dias em 2020. Enxergamos que esta nova forma de interação social após o contexto da pandemia é de grande valia e nos possibilita alcançar um grande público sem as barreiras que o ambiente físico nos limita. A programação traz esse conceito de retrofuturismo, mas de uma forma que coloca em destaque os direitos humanos, as mudanças climáticas e as desigualdades sociais que avançam mesmo com tecnologias mais presentes a cada dia”, explica Ana Arruda, diretora do festival.

Desde 2016, e sendo o primeiro festival da América Latina com programação de cinema de 360˚, o Curta Brasília apresenta uma área exclusiva de cinema de realidade virtual. Com um histórico de parcerias internacionais, workshops e laboratórios voltados para as narrativas imersivas, criando uma ponte entre o público e as novas tecnologias.

Em 2021, o Curta Brasília retornou com suas atividades presenciais no Festival Hors Pistes do Centre Pompidou de Paris, realizado pela Aliança Francesa de Brasília, com a CVR, mostra de realidade virtual, no contexto do Novembre Numérique, em parceria com a Embaixada da França: “O intuito é seguir em 2022 com essas atividades que realizamos neste ano, para comemorar os 10 anos do nosso Festival e expandir para todos os públicos, tanto para os brasileiros quanto para os estrangeiros”, antecipa Ana

A Holanda, referência em políticas em prol da economia criativa, direitos humanos e inovação, segue parceria com o festival, trazendo reflexões ao grande público por meio do cinema e da realidade virtual. A programação dos curtas holandeses vai abordar a diversidade, explorando narrativas tradicionais e imersivas para falar sobre identidade.

O festival, desde sua segunda edição, conta com a parceria da Embaixada da França que, neste ano, vai promover um debate sobre metaverso, realidade virtual e especulações do futuro. Com os especialistas franceses Damien Gires e Guillaume Lucas da Hervé de Paris, grupo que é referência em realidade virtual, com histórico de atuação com o Brasil. A mediação será feita por Mariana Brecht, roteirista e narrative designer de experiências imersivas premiadas, como A Linha e YUKI.

O destaque brasileiro da programação fica por conta do filme Na Pele, de João Inada, exibido em festivais como IDFACompetition for Digital Storytelling 2020, South by Southwest (SXSW) e Luxembourg City Film Festival.

Conheça os filmes selecionados para o Festival Curta Brasília 2021:

Bacchus, de Rikke Alma Krogshave Planeta (Dinamarca)
I Gotta Look Good for the Apocalypse, de Ayce Kartal (França)
Jacco’s film, de Daan Bakker (Holanda)
Jordy in Transitland, de Willem Timmers (Holanda)
Less than Human, de Steffen Bang Lindholm (Dinamarca)
M.O.M, de Patrícia Huguet (Espanha)
Meet the Soldier, de Teddy Cherim (Holanda/Uganda)
Munya in mij, de Mascha Halberstad (Holanda)
Na Pele, de João Inada (Brasil/Luxemburgo/China/Alemanha)
Odyssey 1.4.9, de François Vautier (França)
Symphony, de Igor Cortadellas (Espanha)
The Real Thing, de Benoit Felici e Mathias Chelebourg (França)

Foto: Divulgação.

Oscar 2022: 93 países disputam o prêmio de melhor filme internacional

por: Cinevitor
Pedro Fasanaro em Deserto Particular: representante brasileiro.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta segunda-feira, 06/12, a lista oficial com os filmes elegíveis que estão na disputa pela estatueta dourada de melhor filme internacional no Oscar 2022, categoria antes chamada de melhor filme estrangeiro.

Para esta 94ª edição, 93 países foram classificados, entre eles, Somália, candidato pela primeira vez. Alguns dos filmes ainda não tiveram seu lançamento de qualificação exigido, por isso, devem cumprir esse requisito e cumprir todas as outras regras de qualificação da categoria para avançar no processo de votação.

Os membros da Academia, de todos os ramos, são convidados a participar da rodada preliminar de votação e devem atender a um requisito mínimo de visualização para serem elegíveis para votar na categoria. A lista com os 15 filmes escolhidos será anunciada no dia 21 de dezembro. Desse grupo saem os cinco finalistas, que serão revelados no dia 8 de fevereiro de 2022.

A cerimônia acontecerá no dia 27 de março, no Dolby Theatre, em Hollywood. O Brasil está na disputa com Deserto Particular, de Aly Muritiba. O filme é protagonizado por Antonio Saboia, que interpreta Daniel, um policial afastado do trabalho depois de cometer um erro. Ele mora em Curitiba, com um pai doente, de quem cuida com devoção. Taciturno, Daniel fala pouco e sorri menos ainda. Seu único motivo de alegria é a misteriosa Sara, uma moça que mora no sertão da Bahia, e com quem se corresponde por aplicativo de celular. O desaparecimento súbito de Sara faz com que Daniel resolva cruzar o país em busca de seu amor. 

Recentemente, o longa recebeu o Prêmio do Público na Giornate degli Autori, mostra paralela ao Festival Internacional de Cinema de Veneza, além de ter ficado entre os três finalistas segundo o Júri Oficial. Com Pedro Fasanaro, Zezita Matos, Thomás Aquino, Laila Garin e Cynthia Senek no elenco, o roteiro é assinado por Henrique dos Santos e pelo diretor Aly Muritiba, que se consagrou com obras como Para Minha Amada Morta e Ferrugem, e a série documental O caso Evandro.

Vale lembrar que um longa-metragem internacional é definido como um longa-metragem (mais de 40 minutos) produzido fora dos Estados Unidos com uma faixa de diálogo predominantemente (mais de 50%) não falada em inglês.

Confira a lista completa com os 93 filmes internacionais candidatos ao Oscar 2022:

ÁFRICA DO SUL: Barakat, de Amy Jephta
ALBÂNIA: Two Lions to Venice, de Jonid Jorgji
ALEMANHA: I’m Your Man (Ich bin dein Mensch), de Maria Schrader
ARGÉLIA: Héliopolis, de Djaffar Gacem
ARÁBIA SAUDITA: The Tambour of Retribution (Had Al Tar), de Abdulaziz Alshlahei
ARGENTINA: El Prófugo, de Natalia Meta
ARMÊNIA: Si le vent tombe (Should the Wind Drop), de Nora Martirosyan
AUSTRÁLIA
: O Uivo das Romãs (When Pomegranates Howl), de Granaz Moussavi
ÁUSTRIA: Great Freedom, de Sebastian Meise
AZERBAIJÃO
: The Island Within (Daxildäki Ada), de Ru Hasanov
BANGLADESH: Rehana Maryam Noor, de Abdullah Mohammad Saad
BÉLGICA: Playground (Un monde), de Laura Wandel
BOLÍVIA: El Gran Movimiento, de Kiro Russo
BÓSNIA E HERZEGOVINA: Tabija (The White Fortress), de Igor Drljaca
BRASIL: Deserto Particular, de Aly Muritiba
BULGÁRIA: Medo (Strah), de Ivaylo Hristov
BUTÃO
: Lunana: A Yak in the Classroom, de Pawo Choyning Dorji
CAMARÕES: Hidden Dreams, de Ngang Romanus
CAMBOJA: White Building (Bodeng sar), de Kavich Neang
CANADÁ: Les oiseaux ivres (Drunken Birds), de Ivan Grbovic
CAZAQUISTÃO: Yellow Cat (Sary mysyq), de Adilkhan Yerzhanov
CHADE
: Lingui, de Mahamat-Saleh Haroun
CHILE: Branco no Branco (Blanco en blanco), de Theo Court
CHINA: Cliff Walkers (Xuan ya zhi shang), de Yimou Zhang
COLÔMBIA: Memoria, de Apichatpong Weerasethakul
COREIA DO SUL: Escape from Mogadishu, de Ryoo Seung-wan
COSTA RICA: Clara Sola, de Nathalie Álvarez Mesén
CROÁCIA: Tereza37, de Danilo Šerbedžija
DINAMARCA: Fuga (Flee), de Jonas Poher Rasmussen
EQUADOR: Sumergible, de Alfredo León León
EGITO: Souad, de Ayten Amin
ESLOVÁQUIA: Cenzorka (107 Mothers), de Péter Kerekes
ESLOVÊNIA: Sanremo, de Miroslav Mandić
ESPANHA: El buen patrón, de Fernando León de Aranoa
ESTÔNIA: On the Water (Vee peal), de Peeter Simm
FINLÂNDIA: Compartment Nº 6, de Juho Kuosmanen
FRANÇA: Titane, de Julia Ducournau
GEÓRGIA: Brighton 4th, de Levan Koguashvili
GRÉCIA: Digger, de Georgis Grigorakis
HAITI: Freda, de Gessica Geneus
HONG KONG: Retrato de um Campeão (Zero to Hero), de Jimmy Wan
HOLANDA: Do Not Hesitate, de Shariff Korver
HUNGRIA: Post Mortem, de Péter Bergendy
ÍNDIA: Pedregulhos (Koozhangal), de P.S. Vinothraj
INDONÉSIA: Yuni, de Kamila Andini
IRÃ: Um Herói (Ghahreman), de Asghar Farhadi
IRAQUE
: Europa, de Haider Rashid
IRLANDA: Foscadh (Shelter), de Seán Breathnach
ISLÂNDIA: Lamb, de Valdimar Jóhannsson
ISRAEL: Deixe Amanhecer (Vayehi Boker), de Eran Kolirin
ITÁLIA: A Mão de Deus, de Paolo Sorrentino
JAPÃO: Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi
JORDÂNIA: Amira, de Mohamed Diab
KOSOVO: Colmeia (Zgjoi), de Blerta Basholli
LETÔNIA: Bedre (The Pit), de Dace Pūce
LÍBANO: Costa Brava, Lebanon, de Mounia Akl
LITUÂNIA: Izaokas, de Jurgis Matulevicius
LUXEMBURGO: Io sto bene, de Donato Rotunno
MACEDÔNIA DO NORTE: Irmandade (Sestra), de Dina Duma
MALÁSIA: Prebet Sapu (Hail, Driver!), de Muzzamer Rahman
MALAWI: Fatsani: A Tale of Survival, de Gift Sukez Sukali
MALTA: Entre Águas (Luzzu), de Alex Camilleri
MARROCOS: Casablanca Beats, de Nabil Ayouch
MÉXICO: A Noite do Fogo (Noche de Fuego), de Tatiana Huenzo
MONTENEGRO: After the Winter (Poslije zime), de Ivan Bakrac
NORUEGA: The Worst Person in the World (Verdens verste menneske), de Joachim Trier
PALESTINA: The Stranger (Al Garib), de Ameer Fakher Eldin
PANAMÁ: Plaza Catedral, de Abner Benaim
PARAGUAI: Apenas o Sol (Apenas el Sol), de Arami Ullón
PERU: Manco Cápac (Powerful Chief), de Henry Vallejo
POLÔNIA: Sem Deixar Rastros (Żeby Nie Było śladów), de Jan P. Matuszyński
PORTUGAL: A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos
QUÊNIA: Mission to Rescue, de Gilbert Lukalia
QUIRGUISTÃO: Shambala, de Artykpai Suyundukov
REINO UNIDO
: Dying to Divorce, de Chloe Fairweather
REPÚBLICA CHECA: Zátopek, de David Ondříček
REPÚBLICA DOMINICANA: Holy Beasts, de Israel Cárdenas e Laura Amelia Guzmán
ROMÊNIA: Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental (Babardeală Cu Bucluc Sau Porno Balamuc), de Radu Jude
RÚSSIA: Unclenching the Fists (Razzhimaya kulaki), de Kira Kovalenko
SÉRVIA: Oasis, de Ivan Ikić
SINGAPURA: Precious is the Night, de Wayne Peng
SOMÁLIA
: The Gravedigger’s Wife, de Khadar Ayderus Ahmed
SUÉCIA: Tigers (Tigrar), de Ronnie Sandahl
SUÍÇA: Olga, de Elie Grappe
TAIWAN: The Falls, de Chung Mong-hong
TAILÂNDIA: The Medium (Rang Song), de Banjong Pisanthanakun
TUNÍSIA: Golden Butterfly (Papillon d’Or), de Abdelhamid Bouchnak
TURQUIA: O Compromisso de Hasan (Baglilik Hasan), de Semih Kaplanoğlu
UCRÂNIA: Bad Roads, de Nataliia Vorozhbyt
URUGUAI: A Teoria dos Vidros Quebrados (La teoría de los vidrios rotos), de Diego Fernández
UZBEQUISTÃO
: 2000 Songs of Farida, de Yalkin Tuychiev
VENEZUELA: Un destello interior, de Andrés Eduardo Rodríguez e Luis Alejandro Rodríguez
VIETNÃ: Dad, I’m Sorry, de Tran Thanh e Vu Ngoc Dang

Foto: Divulgação/Pandora Filmes.

Conheça os vencedores do 16º Comunicurtas UEPB

por: Cinevitor
Cena do curta amazonense O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader: premiado.

Foram anunciados neste domingo, 05/12, no MAPP, Museu de Arte Popular da Paraíba, da Universidade Estadual da Paraíba, UEPB, os vencedores da 16ª edição do Festival Audiovisual de Campina Grande – Comunicurtas UEPB.

Com a temática Inventar a vida, viver a arte, a programação exibiu, em formato híbrido, 103 filmes distribuídos em diversas mostras. Com coordenação geral do jornalista Hipolito Lucena, a curadoria do festival foi realizada por Amilton Pinheiro, Hipolito Lucena e Francisco Haniel, além da direção artística de Rebeca Souza. A novidade desta 16ª edição foi a mostra de videoarte Território Liberdade, que presta homenagem ao artista contemporâneo Antônio Dias, autor da obra Território Liberdade, Faça Você Mesmo.

O festival contou também com atividades paralelas, como oficinas, palestras, workshops, debates e o Fórum do Audiovisual Paraibano, espaço para discussão de políticas públicas voltadas para o incentivo de produções audiovisuais no estado. O júri da mostra de longas nacionais foi formado por Arly Arnaud, João de Lima Gomes e Rômulo Azevedo.

Conheça os vencedores do 16º Comunicurtas – Festival Audiovisual:

LONGAS NACIONAIS

Melhor Filme: Jesus Kid, de Aly Muritiba (PR)
Melhor Roteiro: Álbum em Família, escrito por Daniel Belmonte
Melhor Direção: Rubens Rewald e Jean-Claude Bernardet, por #eagoraoque
Melhor Fotografia: Jesus Kid, por Rodrigo Carvalho
Melhor Direção de Arte: Achados Não Procurados
Melhor Montagem: Álbum em Família
Melhor Atriz: Maureen Miranda, por Jesus Kid
Melhor Ator: Paulo Miklos, por Jesus Kid
Melhor Som: #eagoraoque, por Sérgio Abdalla e Marcelo Grell 
Melhor Trilha Sonora: #eagoraoque

MOSTRA BRASIL DE CURTAS METRAGENS

Melhor Filme: O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader (AM)
Melhor Direção: Bernardo Ale Abinader, por O Barco e o Rio
Melhor Fotografia: A Morte do Funcionário
Melhor Direção de Arte: A Morte do Funcionário
Melhor Montagem: 3 é 5, por Pedro Castelo Branco
Melhor Ator: César Ferrario, por Enquanto o Sol se Põe
Melhor Atriz: Caroline Nunes, por O Barco e o Rio
Melhor Som: O Barco e o Rio, por Heverson Batista e Lucas Coelho de Carvalho 
Melhor Trilha Sonora: Enquanto o Sol se Põe
Menção Honrosa: Taumaturgo Ferreira, por A Morte do Funcionário
Menção Honrosa: Cine Aurélio, de Kennel Rógis (PE)

MOSTRA TROPEIROS DA BORBOREMA | CURTAS PARAIBANOS

Melhor Filme: O que os machos querem, de Ana Isaura Diniz (João Pessoa)
Melhor Roteiro: Boyzin, escrito por R. B. Lima
Melhor Direção: Ana Isaura Diniz, por O que os machos querem
Melhor Fotografia: Terra Vermelha
Melhor Direção de Arte: O que os machos querem
Melhor Montagem: Essa Saudade
Melhor Atriz: Ana Marinho, por O que os machos querem
Melhor Som: Boyzin
Melhor Trilha Sonora: Boyzin, por Vitor Galmarini

MOSTRA TROPIQUEER

Melhor Filme: Nazo, dia e noite Maria, de Andréa Paiva (AL)
Melhor Roteiro: Nazo, dia e noite Maria
Melhor Direção: Andréa Paiva, por Nazo, dia e noite Maria
Melhor Fotografia: Não Me Chame Assim, por Pedro Barros e Martina Quezado
Melhor Direção de Arte: Não Me Chame Assim, por Joana Leonzini
Melhor Montagem: Não Me Chame Assim, por Fernanda Dias 
Melhor Ator: Marcos Suchara, por Não Me Chame Assim
Melhor Atriz: Leona Jhovs, por Não Me Chame Assim
Melhor Som: Não Me Chame Assim, por Talissa Gracio e Ricardo Zollner
Melhor Trilha Sonora: Não Me Chame Assim, por Linn da Quebrada e Fabio Smeili 

LONGAS METRAGENS INTERNACIONAIS

Melhor Filme: Eunice ou Carta a uma Jovem Atriz, de Tiago Durão (Portugal)
Menção Honrosa: Uma Desconhecida, de Fabrizio Guarducci (Itália)

MOSTRA FILMES DO MUNDO | CURTAS-METRAGENS INTERNACIONAIS

Melhor Filme: Mamapara, de Alberto Flores Vilca (Peru)
Melhor Direção: Anastasia Raykova, por Ela
Melhor Roteiro: Suspirar, escrito por Vlad Bolgarin
Melhor Fotografia: Mamapara, por Alberto Flores Vilca
Melhor Direção de Arte: A Charneca Escura, por Camilo Niño
Melhor Montagem: Mamapara, por Mario Manríquez e Alberto Flores Vilca
Melhor Ator/Atriz: Julian Fuentes, por A Charneca Escura
Melhor Som: Suspirar, por Radu Zariciuc
Melhor Trilha Sonora: Suspirar, por Shawn James Seymour

MOSTRA TERRITÓRIO LIBERDADE
Melhor Filme: Pagar para Respirar, de Potira Maia (Portugal), e The Note, de Siavash Eydani (Irã)

MOSTRA SOM DA SERRA
Melhor Videoclipe: Fridolin, de Jonatan Gentil

MOSTRA A IDEIA É…
Melhor Filme Publicitário: Baterias Moura e a Paixão Antiga, de Gabriella Ferreira (PB)

MOSTRA TELEJORNALISMO

Melhor Reportagem: Série Paraíba na Mesa, de Hebert Araújo
Melhor Repórter Cinematográfico: Paulo Ítalo, por Parque do Poeta
Prêmio Luiz Custódio de Folkcomunicação: Série Paraíba na Mesa, de Hebert Araújo, e Dia Mundial do Cuscuz, por Hermano Junior e Emanuelly Nogueira

Foto: Divulgação.

Entrevista: Wolney Oliveira fala sobre Cine Ceará, cinema cearense e seus próximos filmes

por: Cinevitor
Wolney Oliveira, diretor executivo do Cine Ceará, no palco do Cineteatro São Luiz.

A 31ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema terminou nesta sexta-feira, 03/12, em Fortaleza, depois de diversas exibições de curtas e longas, atividades paralelas, debates e encontros ao longo da semana.

Neste ano, 19 longas e curtas-metragens fizeram parte das mostras competitivas ibero-americana e nacional; já na Mostra Olhar do Ceará, foram 20 produções selecionados. A curadoria da competitiva de longas do festival ficou a cargo de Margarita Hernandez, diretora de programação do evento; a dos curtas foi feita pelo documentarista Vicente Ferraz Gonçalves; e a Olhar do Ceará por Desirée Langel Rondón

As exibições presenciais aconteceram no Cineteatro São Luiz e no Centro Dragão do Mar. O formato virtual foi exibido no Canal Brasil (tanto na grade linear, quanto nas plataformas Canais Globo e Globoplay + Canais ao Vivo), TV Ceará e  YouTube.

Para concluir nossa cobertura desta 31ª edição, conversamos, no último dia do evento, com o cineasta Wolney Oliveira, diretor executivo do Cine Ceará desde 1993. No bate-papo, ele fez um balanço geral deste ano, falou sobre a próxima edição, cinema cearense e revelou detalhes de seus próximos filmes.

Confira os melhores momentos:

FESTIVAL E PANDEMIA

“No ano passado, estávamos todos com muito medo. Tanto que a lotação de 1.050 lugares no São Luiz baixou para 150. E ninguém subiu ao palco. Gravamos o cerimonial e exibimos na telona. Esse ano já foi diferente. Um lance que eu acho muito legal no Cine Ceará é que você consegue ver todos os filmes da programação. Além disso, temos conseguido uma qualidade técnica muito boa com grandes filmes que escolheram ser lançados no festival, como por exemplo, A Vida Invisível, de Karim Aïnouz; O Clube, de Pablo Larraín; Uma Mulher Fantástica, de Sebastián Lelio; Diamantino, de Daniel Schmidt e Gabriel Abrantes; entre outros”.

CINEMA CEARENSE

“Neste ano, até por uma questão financeira, escolhemos apenas seis longas, dos quais dois são do Ceará. Mas, são do Ceará não por bairrismo, mas porque são dois grandes filmes de jovens cineastas cearenses que já levaram o prêmio principal no festival com Greta [de Armando Praça] e Mãe e Filha [de Petrus Cariry]. Foram dois longas cearenses na competitiva ibero-americana, três longas e 17 curtas cearenses na Olhar do Ceará. Isso tem muito a ver porque somos uma cidade universitária do cinema”.

“Na próxima edição teremos, com certeza, mais filmes da Lei Aldir Blanc na programação. Quanto mais filme cearense de qualidade, melhor. O fato de termos dois cearenses entre os seis longas da competição é porque são bons filmes. É competência e talento. Hoje, na realidade, o Ceará é um celeiro de exportação de talentos de várias gerações. Tivemos, há pouco tempo, o Allan Deberton ganhando oito prêmios no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro com Pacarrete, por exemplo. Eu acabei de ganhar o Margarida de Prata, da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil], com Soldados da Borracha, que na realidade é o prêmio mais importante do cinema documental brasileiro e que surgiu na década de 1960 quando Paulo Gil Soares ganhou com Proezas de Satanás na Vila do Leva-e-Traz; Leon Hirszman, Silvio Tendler, entre outros grandes nomes, também já ganharam”.

Wolney Oliveira com os homenageados deste ano: Marta Aurélia e Halder Gomes.

CEARÁ FILMES

“Eu sou da primeira turma da EICTV [Escuela Internacional de Cine y Televisión]. Tive o prazer de inaugurar a escola de cinema de Cuba e de encontrar nos corredores Gabriel García Márquez, Fidel, Coppola cozinhando nhoque pra gente e dando curso de como escrever um roteiro em quinze dias, e por aí vai. Mas, naquela época, você tinha apenas três cursos superiores de cinema no Brasil: ECA-USP, em São Paulo; UnB, em Brasília; e a federal fluminense. Hoje, por exemplo, se o meu filho quiser estudar cinema ele pode fazer aqui em Fortaleza”. 

“Atualmente, somos um polo efervescente, não só da formação e da produção, mas da difusão. E tudo isso, quer queira ou não, 90% foi o Cine Ceará que puxou. Inclusive, ontem, no seminário da FIEC, foi anunciada a criação da Film Commission de Fortaleza, que é algo que a gente vinha cobrando há muito tempo. Com isso, o governador do Ceará [Camilo Santana] vai lançar o decreto da criação do programa Ceará Filmes, uma Lei Estadual do Audiovisual. Então, os festivais de cinema servem também para isso, para esses encontros importantes”.

KARIM AÏNOUZ

“É incrível fechar o festival com Marinheiro das Montanhas, do Karim Aïnouz, que foi muito aplaudido em Cannes. Eu quero muito ver porque o meu irmão [Eusélio Gadelha Oliveira] está fazendo um filme sobre o nosso pai [Eusélio Oliveira], que vai se chamar Saravá! Eusélio. Meu pai foi ator do segundo curta do Karim, que se chama O Preso, e era amigo da mãe dele. É um peso imenso você encerrar o festival com um filme do Karim”.

HOMENAGEADOS

“Na abertura tivemos também dois cearenses homenageados, o Halder Gomes e a Marta Aurélia. O Halder, que está filmando uma série para a Netflix aqui no Ceará, de doze capítulos, se tornou uma grife. Aliás, eu já fiz o convite para ele lançar Vermelho Monet, seu primeiro drama, no Cine Caerá, que foi filmado em Portugal. De repente, ele consegue exibir no próximo ano”.

O cineasta em frente ao Cineteatro São Luiz durante o festival.

FORMATO HÍBRIDO E CINE CEARÁ 2022

“Eu gostei muito das exibições virtuais. Por exemplo, o Canal Brasil tem quase 15 milhões de assinantes e um cara lá do Acre consegue ver o Cine Ceará. Além da visibilidade, da potencialização exponencial da visibilidade do festival. Por mim, e acredito que pelo Canal Brasil, a ideia é continuar com essas exibições. É uma coisa a se pensar com calma porque ano que vem será um ano totalmente atípico, pois o país vai pegar fogo. É um ano político e com Copa do Mundo, que acontecerá em novembro. Então, estamos trazendo o Cine Ceará para junho, entre os dias 24 e 30. Vai ser um desafio porque será daqui sete meses e o tempo de captação é bem menor”.

“Essa experiência virtual foi muito boa. Eu acho que isso democratiza, do Oiapoque ao Chuí. Agora, teremos que avaliar se as distribuidoras vão topar. No ano passado, por exemplo, perdemos vários filmes interessantes porque não quiseram exibir virtualmente. E outra coisa: eu sinto muita falta dos shows musicais na Praça do Ferreira depois das exibições, com 2 mil pessoas dançando, e dos food trucks. Chego a me arrepiar só de lembrar. Como diria Cacá Diegues: dias melhores virão!”.

WOLNEY CINEASTA

“Memórias da Chuva [que está em processo de edição] será meu próximo longa, que é resultado de um prêmio da Lei Aldir Blanc com a Secretaria da Cultura do Ceará. Esse filme tem que estar pronto em janeiro do ano que vem. E, por conta desse prêmio, estão sendo produzidos 17 longas e 13 curtas aqui”.

“Além disso, estou com um corte praticamente final do Vozão: Coração do Meu Povão, que é um filme que será lançado no dia 2 de junho lá no Cineteatro São Luiz nos 108 anos do Ceará Sporting Club, que eu espero que vá para a Libertadores. Em março eu retomo na edição do Lampião, o Governador do Sertão, que tem que estar pronto até final de junho. E no segundo semestre eu lanço o documentário Soldados da Borracha nos cinemas. Então, ano que vem será lindo. Três longas finalizados, lançando outro e trabalhando no 32º Cine Ceará”.

“Recentemente, e finalmente, a Ancine lançou um edital de 670 milhões de várias linhas. Em conversas com entidades, Alex Braga [diretor-presidente da Ancine] já adiantou que até março vai lançar outro de 500 milhões. Se a Lei Paulo Gustavo passar, seria a glória. E vai ser”.

*O CINEVITOR esteve em Fortaleza e você acompanha a cobertura do 31º Cine Ceará por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Luiz Alves e Chico Gadelha.

16º Fest Aruanda: três obras literárias serão lançadas durante a programação

por: Cinevitor
Biografia de Ney Matogrosso é um dos destaques da programação.

Além dos filmes, as obras literárias são um dos pontos fortes desta 16ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que acontecerá entre os dias 9 e 15 de dezembro, em formato híbrido, se consagrando como um dos principais eventos da sétima arte no Brasil.

Neste ano, três obras serão lançadas durante a programação do evento: sempre às 19h, no foyer da área VIP do Cinépolis, no Manaíra Shopping, em João Pessoa. O primeiro lançamento acontece na sexta-feira, 10/12. Trata-se do livro Utopia da Autossutentabilidade – Impasses, desafios e conquistas da Ancine, de autoria de Marcelo Ikeda. A obra narra a trajetória da Agência Nacional do Cinema, que neste ano completou 30 anos de existência e resistência, sendo responsável pela retomada do audiovisual brasileiro.

Já no sábado, 11/12, a programação de lançamento tem o olhar voltado para a Paraíba, com o livro Paulo Pontes: A Arte das Coisas Sabidas. Escrito pelo dramaturgo, ator e diretor Paulo Vieira, a obra foi reeditada neste ano de 2021 pela editora A União.

O ciclo de lançamentos se encerra na quarta-feira, 15/12, com a biografia de um dos maiores ícones da música brasileira. Intitulada Ney Matogrosso, a biografia, a obra foi escrita por Júlio Maria e mergulha no universo do intérprete, revelando sua trajetória até chegar ao símbolo performático em que se tornou; o cantor já confirmou presença no evento. Além disso, o documentário Ney, À Flor da Pele, de Felipe Nepomuceno, será o filme de encerramento desta edição.

Com mostra de filmes, longas e curtas, debates, oficinas, homenagens, o 16º Fest Aruanda terá uma programação híbrida, com sessões presenciais de todos os filmes selecionados no Cinépolis do Manaíra Shopping, em João Pessoa, e on-line para quase todas as obras através da Aruanda Play, plataforma de streaming do festival criada na edição do ano passado. Já ações como oficinas, palestras, conferências e minicursos serão realizadas através do YouTube.

Clique aqui e confira mais detalhes desta edição.

Foto: Reprodução/YouTube.

31º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Equipe do longa 5 Casas no palco: três prêmios.

Foram anunciados nesta sexta-feira, 03/12, no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, os vencedores da 31ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que aconteceu em formato híbrido.

Além do anúncio dos premiados, o evento também prestou homenagem ao governador do Ceará, Camilo Santana, que recebeu o Troféu Eusélio Oliveira das mãos do cineasta Rosemberg Cariry, como reconhecimento por seu trabalho em prol da cultura no Estado, realizando ações que buscam mitigar o impacto da pandemia de Covid-19 na população, em especial no setor audiovisual cearense. E mais: o governador também assinou a lei que cria o programa Ceará Filmes.

Depois da premiação, foi exibido em sessão hors concours o longa-metragem Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz. Fortaleza é a cidade natal do diretor, que neste filme apresenta um diário de viagem filmado em sua primeira ida à Argélia, país em que seu pai nasceu.

Na Mostra Competitiva Ibero-americana de longa-metragem, o filme 5 Casas, de Bruno Gularte Barreto, foi o grande vencedor. O documentário autobiográfico ganhou o Troféu Mucuripe na categoria de melhor longa-metragem e prêmio no valor de R$ 20 mil para distribuição do filme no Brasil, conforme regulamento do festival. O filme também garantiu os prêmios de melhor roteiro e som.

Na Mostra Competitiva Brasileira de curta-metragem, o filme Chão de Fábrica, de Nina Kopko, ganhou o Troféu Mucuripe de melhor curta, eleito pelo júri oficial da mostra. Já o Troféu Samburá de melhor curta-metragem foi para Sideral, de Carlos Segundo. O Durião Proibido, de Txai Ferraz, venceu o Prêmio da Crítica concedido pelo Júri Abraccine; o Prêmio Canal Brasil de Curtas foi para Chão de Fábrica, de Nina Kopko, agraciado com R$ 15 mil.

O Prêmio Água e Resistência de melhor curta-metragem, no valor de R$ 3 mil, foi para Jeanstopia, de Gabriel Viggo e Murilo da Paz. A escolha foi do Júri Olhar Universitário, formado por alunos de audiovisual da Universidade Federal do Ceará, Unifor e Vila das Artes. O prêmio é uma realização do Cine Ceará em parceria com a Companhia de Água e Esgoto do CearáCagece.

O Júri deste ano foi formado por: Andrea Guzmán Urzúa, Carlos Arango de Montis e Lírio Ferreira na mostra competitiva de longas; Leyda Nápoles, Tibico Brasil e Daniela Fernandes na competitiva brasileira de curtas; Lília Moema Santana, Vicente Ferraz e Maurício Xavier na mostra Olhar do Ceará.

O júri da Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, contou com: Pedro Azevedo, Robledo Milani, Vitor Búrigo, Mylena Gadelha e Daniela Dumaresq; João Gabriel Tréz, Regina Ribeiro, Cinthia Medeiros, André Bloc e Tamara Lopes no júri do Troféu Samburá; e Esther Arruda, José Jaur Ferreira e Olavo Oliveira no Júri Olhar Universitário.

Confira a lista completa com os vencedores do Cine Ceará 2021:

MOSTRA COMPETITIVA IBERO-AMERICANA DE LONGA-METRAGEM

Melhor Filme: 5 Casas, de Bruno Gularte Barreto (Brasil)
Melhor Direção: Alicia Cano Menoni, por Bosco
Melhor Atuação Feminina: Clébia Sousa, por Fortaleza Hotel
Melhor Atuação Masculina: Vanderlei Bernardino, por Fortaleza Hotel
Melhor Roteiro: 5 Casas, escrito por Bruno Gularte Barreto e Vicente Moreno
Melhor Fotografia: A Praia do Fim do Mundo, por Petrus Cariry
Melhor Montagem: Bosco, por Guillermo Madeiro
Melhor Trilha Sonora Original: Bosco, por Giorgio Ferrero e Rodolfo Mong
Melhor Som: 5 Casas, por Emil Klotzsh
Melhor Direção de Arte: A Praia do Fim do Mundo, por Sergio Silveira

MOSTRA COMPETITIVA BRASILEIRA DE CURTA-METRAGEM
  
Melhor Filme: Chão de Fábrica, de Nina Kopko (SP)
Melhor Direção: Pedro Gonçalves, por O Resto
Melhor Roteiro: Sideral, escrito por Carlos Segundo

MOSTRA OLHAR DO CEARÁ

Melhor longa-metragem: Minas Urbanas, de Natália Gondim (Fortaleza)
Melhor curta-metragem: Sebastiana, de Cláudio Martins (Fortaleza)
Prêmio Unifor de Audiovisual: Sebastiana, de Cláudio Martins

PRÊMIO DA CRÍTICA | ABRACCINE

Melhor longa-metragem: A Praia do Fim do Mundo, de Petrus Cariry (CE)
Melhor curta-metragem: O Durião Proibido, de Txai Ferraz (PE)

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS 
Chão de Fábrica, de Nina Kopko (SP)
  
TROFÉU SAMBURÁ | MELHOR CURTA-METRAGEM
Sideral, de Carlos Segundo (RN)
  
TROFÉU SAMBURÁ | MELHOR DIREÇÃO  
Júlia Fávero e Victoria Negreiros, por Como respirar fora d’água

PRÊMIO ÁGUA E RESISTÊNCIA
Jeanstopia, de Gabriel Viggo e Murilo Da Paz
  
MOSTRA PONTES CRIATIVAS
Eu sou as cores, você é a praça, de Paulo Ribeiro e Anio Tales Carin (Fortaleza)
Eu não sou daqui, de Leandro Olímpio (São Paulo)

*O CINEVITOR está em Fortaleza e você acompanha a cobertura do 31º Cine Ceará por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Chico Gadelha.

Festival do Rio 2021 anuncia programação completa, homenagens e filme de Pedro Almodóvar na abertura

por: Cinevitor
Penélope Cruz em Madres Paralelas, de Pedro Almodóvar: filme de abertura.

O Festival do Rio 2021 acontecerá entre os dias 9 e 19 de dezembro com mais de 40 filmes em competição na Première Brasil, além da seleção internacional com títulos premiados, homenagem ao cineasta chinês Wong Kar-Wai e uma retrospectiva especial da conceituada revista francesa Cahiers du Cinéma.

As mostras competitivas reúnem filmes de ficção e documentários, longas e curtas de novos e consagrados cineastas. Na programação da Première Brasil também estão os filmes hors concours, a competitiva de novas linguagens, Première Brasil Novos Rumos e a Première Brasil Especial com grandes homenagens a filmes clássicos e grandes nomes do cinema. Este ano, a mostra O Estado das Coisas reúne produções que apontam e discutem questões contemporâneas de grande relevância sob diversas óticas e diferentes formas narrativas. 

Em comunicado oficial, Ilda Santiago, diretora de programação do Festival do Rio, disse: “Entre todos os impactos provocados pela pandemia, é relevante a forma como o cinema brasileiro reagiu a esses dois anos de intenso debate on-line pela falta do encontro presencial. A seleção deste ano mostra um cinema brasileiro forte, pleno de reflexão e, apesar das batalhas diárias, pronto para resgatar um lugar junto ao público. Nosso lema este ano é ganhe duas horas de vida e vá ao cinema ver o mundo”.

Esta edição do Festival do Rio marca o retorno da Prefeitura do Rio de Janeiro ao evento como apoiadora; a Firjan também renova o apoio: “Ficamos cinco anos sem o apoio da Prefeitura. Esse retorno permitiu a existência da edição deste ano, em um formato compacto mas devolvendo à cidade uma experiência presencial e convidando o público para voltar às salas. A cidade do Rio tem a vocação para a indústria criativa, especialmente a indústria do audiovisual, e precisamos desenvolver habilidades e conhecimentos para expandir essa vocação”, disse Vilma Lustosa, diretora de marketing e comunicação do Festival do Rio

O Festival do Rio deste ano será palco da primeira exibição em terras brasileiras de Madres Paralelas, novo filme do aclamado realizador espanhol Pedro Almodóvar, que será lançado pela Netflix. O longa-metragem será exibido na gala de abertura da edição 2021. Estrelado por Penélope Cruz, que foi premiada no Festival de Veneza, o drama acompanha duas mulheres que se encontram em um quarto de hospital onde vão dar à luz. Ambas são solteiras e engravidaram acidentalmente. Apesar de pertencerem a gerações distantes, criam um forte vínculo nas poucas horas que passam juntas.

É a segunda vez em dez anos que um filme de Almodóvar é escolhido para abrir o Festival do Rio. Na 13ª edição, em 2011, a honraria coube ao suspense A Pele que Habito, que foi projetado em sessão de gala no Odeon com a presença ilustre da atriz Marisa Paredes.

Além disso, o Festival do Rio terá uma seção especialmente dedicada à história da crítica e da cinefilia em 2021. A lendária revista Cahiers du Cinéma está completando 70 anos e o marco será celebrado com uma mostra de clássicos franceses e uma exposição composta por edições históricas da renomada publicação.

Fundada por André Bazin, Jacques Doniol-Valcroze e Joseph-Marie Lo Duca, a Cahiers foi publicada pela primeira vez em abril de 1951. A revista abrigou textos críticos de toda uma geração de frequentadores da Cinemateca Francesa, que posteriormente se tornariam os astros da Nouvelle Vague e grandes nomes da sétima arte francófona. Ainda hoje, em plena atividade, a Cahiers du Cinéma permanece sendo a publicação especializada mais influente do mundo.

O Festival do Rio também celebra a obra do cineasta Wong Kar-Wai apresentando nesta edição uma mostra composta por cinco de seus filmes mais aclamados. Os títulos serão exibidos em cópias restauradas, com qualidade 4K, em uma parceria do festival com a MUBI.

Conheça os filmes selecionados para o Festival do Rio 2021:

PREMIÈRE BRASIL

LONGAS-METRAGENS | FICÇÃO

A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky
Casa Vazia, de Giovani Borba
Cora, de Gustavo Rosa de Moura e Matias Mariani
Medusa, de Anita Rocha da Silveira
Medida Provisória, de Lázaro Ramos
Meu Tio José, de Ducca Rios
Mundo Novo, de Alvaro Campos
O Pai da Rita, de Joel Zito Araújo
O Livro dos Prazeres, de Marcela Lordy
Sol, de Lô Politi

LONGAS-METRAGENS | DOCUMENTÁRIO

BR Trans, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Cafí, de Lírio Ferreira e Natara Ney
Manguebit, de Jura Capela
O Melhor Lugar do Mundo é Agora, de Caco Ciocler
Rolé – Histórias de Rolezinhos, de Vladimir Seixas
Uma Baía, de Murilo Salles 

COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS

Colmeia, de Maurício Chades (GO)
Da Janela Vejo o Mundo, de Ana Catarina Lugarini (PR)
Depois Quando, de Johnny Massaro (RJ)
Fim do Dia, de Rafael Raposo (RJ)
Jamary, de Begê Muniz (AM)
Masar – Caminhos à Mesa, de Amina Nogueira e Ana Sanz (RJ)
Modelo Vídeo, de Leonardo Lacca (PE)
O Nascimento de Helena, de Rodrigo Almeida (RN)
Quando o Tempo de Lembrar Bastou, de Felipe Quadra (RJ)
Solitude, de Tami Martins e Aron Miranda (AP)
Tecido, Sigilo, de Lucílio Jota (RJ)
Tereza Joséfa de Jesus, de Samuel Costa (RJ)
VIVXS!, de Claudia Schapira, Roberta Estrela D’Alva e Tatiana Lohmann (SP)

NOVOS RUMOS | COMPETIÇÃO | LONGAS

Barragem, de Eduardo Ades
Diário de Viagem, de Paula Kim
Os Grandes Vulcões, de Fernando Kinas e Thiago B. Mendonça
Os Dragões, de Gustavo Spolidoro
Os Primeiros Soldados, de Rodrigo de Oliveira
O Dia da Posse, de Allan Ribeiro
Rio Doce, de Fellipe Fernandes

NOVOS RUMOS | COMPETIÇÃO | CURTAS

Centelha, de Renato Vallone (RJ)
Chão de Fábrica, de Nina Kopko (SP)
Ibeji Ibeji, de Victor Rodrigues (RJ)
Lina, de Melise Fremiot (RJ)
O Fundo dos Nossos Corações, de Letícia Leão (RJ)
Okofá, de Daniela Caprine, Mariana Bispo, Pedro Henrique Martins, Rafael Rodrigues e Thamires Case (SP)
Meu Coração Já Não Aguenta Mais, de Fabrício Brambatti (SP)
Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui, de Érica Sarmet (RJ)

HORS CONCOURS | LONGAS

Alemão 2, de José Eduardo Belmonte
A Suspeita, de Pedro Peregrino
Capitu e o Capítulo, de Júlio Bressane
Eduardo e Mônica, de René Sampaio
Ela e Eu, de Gustavo Rosa de Moura
Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz
Meu Álbum de Amores, de Rafael Gomes
O Circo Voltou, de Paulo Caldas
Papai é Pop, de Caíto Ortiz

HORS CONCOURS | CURTAS

Ato, de Bárbara Paz
Baile de Máscaras, de Iury Pinto
Romance, de Karine Teles

PREMIÈRE BRASIL ESPECIAL

Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto
Chico Mario – A Melodia da Liberdade, de Silvio Tendler
Já que Ninguém me Tira para Dançar, de Ana Maria Magalhães
Nelson Filma o Rio, de Luiz Carlos Lacerda
Tempo Ruy, de Adilson Mendes
Terra Estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas
Ziraldo, Era uma Vez um Menino, de Fabrizia Pinto

O ESTADO DAS COISAS

American Thief, de Miguel Silveira
Antígona 442 A.C, de Maurício Farias
Nuhu Mu Yõg Hãm, Essa Terra é Nossa, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero
Pele Negra, Justiça Branca, de Cinthia Creatini da Rocha, Valeska Bittencourt e Vanessa Rosa Gasparelo
Saudade do Futuro, de Anna Azevedo
Segredos do Putumayo, de Aurélio Michiles
The Last Election and Other Love Stories, de Miguel Silveira
Você Não Sabia de Mim, de Alan Minas

PROGRAMAÇÃO INTERNACIONAL

PANORAMA ESPECIAL

A Chiara, de Jonas Carpignano (Itália/França)
A Fratura (La fracture), de Catherine Corsini (França)
A Mulher que Fugiu (Domangchin yeoja), de Hong Sang-soo (Coreia do Sul)
Belfast, de Kenneth Branagh (Reino Unido)
Belle, de Mamoru Hosoda (Japão/EUA)
Benedetta, de Paul Verhoeven (França/Bélgica/Holanda)
Compartment nº 6 (Hytti nro 6), de Juho Kuosmanen (Finlândia/Rússia/Estônia/Alemanha)
Cow, de Andrea Arnold (Reino Unido)
Cyrano, de Joe Wright (Reino Unido/EUA/Canadá/Itália)
Diários de Otsoga, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes (Portugal/França)
Drive My Car (Doraibu mai kâ), de Ryûsuke Hamaguchi (Japão)
Encontros, de Hong Sang-soo (Coreia do Sul)
Lágrimas de Sal (Le sel des larmes), de Philippe Garrel (França/Suíça)
Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental (Babardeala cu bucluc sau porno balamuc), de Radu Jude (Romênia/Luxemburgo/República Checa/Croácia/Suíça/Reino Unido)
Matar a la Bestia, de Agustina San Martín (Argentina/Brasil/Chile)
Memoria, de Apichatpong Weerasethakul (Colômbia/Tailândia/França/Alemanha/México/Qatar/Reino Unido/China/Suíça)
Murina, de Antoneta Alamat Kusijanović (Croácia/Brasil/EUA/Eslovênia)
Nove Dias (Nine Days), de Edson Oda (EUA)
O Beco do Pesadelo (Nightmare Alley), de Guillermo del Toro (EUA/México/Canadá) (filme de encerramento)
O Festival do Amor (Rifkin’s Festival), de Woody Allen (Espanha/EUA/Itália)
O Homem Ideal (Ich bin dein Mensch), de Maria Schrader (Alemanha)
Pequena Mamãe (Petite maman), de Céline Sciamma (França)
Titane, de Julia Ducournau (França/Bélgica)
Tre Piani, de Nanni Moretti (Itália/França)
Um Herói (Ghahreman), de Asghar Farhadi (França/Irã)
Undine, de Christian Petzold (Alemanha/França)
Venice Beach, CA., de Marion Naccache (França/Brasil)

CAHIERS MON AMOUR 70 ANOS

A Marquesa d’O, de Éric Rohmer
Ascensor para o cadafalso, de Louis Malle
La Jetée, de Chris Marker
Loucuras de uma Primavera, de Louis Malle
O Demônio das Onze Horas, de Jean-Luc Godard
O Dinheiro, de Robert Bresson
O Planeta Selvagem, de René Laloux
Os Caracóis, de René Laloux
Paris nos pertence, de Jacques Rivette
Z, de Costa Gavras
Zazie no Metrô, de Louis Malle

RETROSPECTIVA WONG KAR-WAI

2046
Amor à Flor da Pele (In the mood for love)
Amores Expressos (Chungking Express)
Anjos Caídos (Fallen Angels)
Felizes Juntos (Happy Together)

Foto: Divulgação/El Deseo.

A Praia do Fim do Mundo, de Petrus Cariry, encerra a mostra competitiva do 31º Cine Ceará

por: Cinevitor
O diretor durante o debate do filme.

Nesta quinta-feira, 03/12, aconteceu, no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, a última exibição das mostras competitivas da 31ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema.

A programação da noite começou com a mostra Pontes Criativas e seguiu com a Mostra Competitiva Brasileira de curta-metragem com os filmes: O Amigo do Meu Tio, de Renato Turnes; Hawalari, de Cássio Domingos; e Ato, de Bárbara Paz.

O longa A Praia do Fim do Mundo, do cineasta cearense Petrus Cariry, encerrou a Mostra Competitiva ibero-americana de longa-metragem desta edição. Em sua primeira exibição pública, o filme, produzido pela Iluminura Filmes, foi rodado na praia de Icaraí, no litoral cearense, com imagens adicionais feitas na praia de Atafona, no Rio de Janeiro; e é ambientado na cidade fictícia de Ciarema, que está em processo de destruição devido ao avanço brutal do mar e a decadência social em seu entorno. Cariry também assina o roteiro e a montagem, ambos ao lado de Firmino Holanda, e a direção de fotografia.

No palco do Cineteatro São Luiz, Petrus discursou: “Queria agradecer a presença do público e também da equipe do filme, pois sem vocês esse trabalho não seria possível. Esse filme foi feito em maio desse ano, uma época em que a pandemia estava matando muita gente. Fizemos uma espécie de força-tarefa. Estou super feliz de exibir esse filme aqui no Ceará, que de alguma forma, é um reflexo dos tempos que a gente vive”

A trama acompanha as personagens Helena, Alice e Elisa, interpretadas respectivamente pelas atrizes Marcélia Cartaxo, Fátima Macedo e Larissa Goes. Três mulheres que lidam com vontades diversas em relação à submersão que ameaça Ciarema e as suas próprias vidas, discordando sobre permanecer nas ruínas até que não reste mais nada ou buscar uma vida melhor longe dali. Enquanto os últimos moradores fazem as malas para partir, o conflito geracional e existencial faz com que mãe e filha (Helena e Alice) revisitem questões do passado e repensem a relação de pertencimento com o lugar.

Petrus Cariry e Fátima Macedo no debate.

No dia seguinte à exibição, o diretor participou de um debate, mediado pela crítica de cinema Neusa Barbosa, ao lado da atriz Fátima Macedo. Durante o bate-papo, revelou que o interesse pela história surgiu após contato com acontecimentos por ele presenciados e reportagens que falavam sobre o efeito da erosão marinha em lugares paradisíacos: “Eu frequentava a praia de Icaraí na adolescência e o filme surgiu a partir dessa vontade de falar do estado das coisas, de como elas se encontravam. Pelo menos foi o que eu senti; o nível de degradação, não sei se moral, mas do país”.

A Praia do Fim do Mundo foi realizado durante a pandemia de Covid-19, por meio da Lei Aldir Blanc. Por isso, Cariry precisou adiar as filmagens de Mais Pesado é o Céu, que, por ser um road movie, exigia uma logística de produção inviável devido às restrições sanitárias: “Por mais que o set fosse alegre e todo mundo estava feliz pelas filmagens, foi uma época em que a vacinação estava começando e ainda morriam mais de mil pessoas por dia por conta da pandemia”, revelou no debate. 

A atriz Fátima Macedo falou sobre trabalhar ao lado de Marcélia Cartaxo e elogiou a colega de cena: “Como não falar de Marcélia, essa deusa? A personagem dela é exatamente a sintetização desse clima fantasmagórico que o filme traz. Ela carrega muito essa carga dramática. Em certos aspectos, era difícil contracenar com isso porque a minha personagem é contracorrente; ela quer sair e tem esse movimento de trazer um outro ritmo para o filme”.

Com produção executiva de Bárbara Cariry, o filme conta com Sergio Silveira na direção de arte; Lana Patrício Benigno no figurino; Moabe Filho no som direto e Érico Paiva (Sapão) na mixagem e edição de som; João Victor Barroso na trilha musical; e Teta Maia e Priscila Lima na direção de produção.

Em formato híbrido, o Cine Ceará acontece virtualmente no Canal Brasil (tanto na grade linear, quanto nas plataformas Canais Globo e Globoplay + Canais ao Vivo), TV Ceará e  YouTube; e presencial em Fortaleza, com o limite de público determinado pelo Governo do Estado por conta da pandemia de Covid-19.

*O CINEVITOR está em Fortaleza e você acompanha a cobertura do 31º Cine Ceará por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Chico Gadelha.

National Board of Review: Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson, é eleito o melhor filme de 2021

por: Cinevitor
Benny Safdie e Alana Haim em Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson: filme premiado.

A National Board of Review, importante e tradicional organização de críticos de cinema dos Estados Unidos, fundada em 1909, divulga, desde 1932, uma lista com os melhores do ano da indústria cinematográfica. Neste ano, 221 filmes foram analisados por um seleto grupo de cineastas, profissionais e acadêmicos da sétima arte.

Em comunicado oficial, Annie Schulhof, presidente da NBR, disse: “Em um momento de transição e incerteza, não há nada como Licorice Pizza para nos lembrar da alegria e esperança que um grande cinema pode inspirar. A NBR tem a honra de premiar o filme, bem como seu brilhante criador, Paul Thomas Anderson, e todos os outros vencedores”.

Além do filme de Paul Thomas Anderson, King Richard: Criando Campeãs também se destacou nas categorias de atuação com Will Smith e Aunjanue Ellis. O cineasta americano Michael Sarnoski, de Pig, foi premiado como melhor direção estreante. A cerimônia de entrega dos prêmios está marcada para 11 de janeiro de 2022.

Neste ano, o cinema brasileiro não marcou presença na lista. A última vez que uma produção nacional apareceu entre os melhores da NBR foi em 2019 com o drama A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, entre os cinco melhores longas estrangeiros.

Confira a lista com os melhores do cinema em 2021 segundo a National Board of Review:

MELHOR FILME: Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson
MELHOR DIREÇÃO: Paul Thomas Anderson, por Licorice Pizza
MELHOR ATOR: Will Smith, por King Richard: Criando Campeãs
MELHOR ATRIZ: Rachel Zegler, por Amor, Sublime Amor
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Ciarán Hinds, por Belfast
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Aunjanue Ellis, por King Richard: Criando Campeãs
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Um Herói (A Hero/Ghahreman), escrito por Asghar Farhadi
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: The Tragedy of Macbeth, escrito por Joel Coen
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO: Encanto, de Jared Bush, Byron Howard e Charise Castro Smith
ATUAÇÃO REVELAÇÃO: Alana Haim e Cooper Hoffman, por Licorice Pizza
MELHOR DIREÇÃO ESTREANTE: Michael Sarnoski, por Pig
MELHOR FILME ESTRANGEIRO: Um Herói, de Asghar Farhadi (Irã/França)
MELHOR DOCUMENTÁRIO: Summer of Soul (…ou, Quando A Revolução Não Pode Ser Televisionada), de Questlove
MELHOR ELENCO: Vingança & Castigo
PRÊMIO NBR FREEDOM OF EXPRESSION: Fuga (Flee), de Jonas Poher Rasmussen
EXCELÊNCIA EM FOTOGRAFIA: Bruno Delbonnel, por The Tragedy of Macbeth

MELHORES FILMES DO ANO
Amor, Sublime Amor, de Steven Spielberg
Belfast, de Kenneth Branagh
Duna, de Denis Villeneuve
King Richard: Criando Campeãs, de Reinaldo Marcus Green
Não Olhe para Cima, de Adam McKay
O Beco do Pesadelo, de Guillermo del Toro
O Último Duelo, de Ridley Scott
Red Rocket, de Sean Baker
The Tragedy of Macbeth, de Joel Coen

TOP 5 FILMES ESTRANGEIROS
Benedetta, de Paul Verhoeven (França/Bélgica/Holanda)
Lamb, de Valdimar Jóhannsson (Islândia/Suécia/Polônia)
Lingui, de Mahamat-Saleh Haroun (Chade/França/Alemanha/Bélgica)
Titane, de Julia Ducournau (França/Bélgica)
The Worst Person in the World (Verdens verste menneske), de Joachim Trier (Noruega/França/Suécia/Dinamarca)

TOP 5 DOCUMENTÁRIOS
Ascension, de Jessica Kingdon
Attica, de Traci Curry e Stanley Nelson
Fuga (Flee), de Jonas Poher Rasmussen
The Rescue, de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi
Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain, de Morgan Neville

TOP 10 FILMES INDEPENDENTES
C’mon C’mon, de Mike Mills
Holler, de Nicole Riegel
Jockey, de Clint Bentley
No Ritmo do Coração, de Sian Heder
Old Henry, de Potsy Ponciroli
Pig, de Michael Sarnoski
Shiva Baby, de Emma Seligman
The Card Counter, de Paul Schrader
The Green Knight, de David Lowery
The Souvenir: Part II, de Joanna Hogg

Foto: Divulgação.