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Elisa Lucinda será homenageada no 30º Festival de Cinema de Vitória

por: Cinevitor
A artista capixaba receberá o Troféu Vitória em setembro

Elisa Lucinda, uma artista plural, que transita com excelência por diversos gêneros e expressões artísticas, será a Homenageada Nacional da 30ª edição do Festival de Cinema de Vitória, que acontecerá entre os dias 18 e 23 de setembro.

Como parte da homenagem, a atriz receberá o Troféu Vitória e o Caderno da Homenageada, publicação inédita e biográfica, assinada pelos jornalistas Lais de Mello Rocio, Leonardo Vais e Paulo Gois Bastos, que trata da sua vida e trajetória profissional. A cerimônia acontecerá no dia 21 de setembro no Teatro Glória, no Sesc Glória: “Estou me sentindo tão importante sendo homenageada no Festival de Cinema da minha terra. Sempre quis ser um orgulho capixaba. Não adianta nada fazer sucesso no mundo inteiro sem o aplauso da mãe da gente, sem o amor da aldeia”, afirmou a artista.

Poeta, atriz, intérprete, jornalista e professora, Elisa Lucinda é natural do município de Cariacica, cidade que integra a região Metropolitana da Grande Vitória, no Espírito Santo. Na infância, aos 11 anos, começa seus estudos de declamação de poemas, arte que a poetriz exerce até hoje. Artista múltipla e intensa, emprestou seu talento a inúmeros trabalhos em 35 anos de carreira. Formou-se em jornalismo em 1982 e começou a exercer a profissão como repórter e apresentadora na TV capixaba. Mas, seus desejos a conduziram para outros caminhos quando mesmo na Ufes, a artista foi convidada para integrar um grupo de teatro e participou de várias criações coletivas em mostras universitárias. Na segunda metade da década de 1980, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, com planos de seguir a carreira artística e iniciou os estudos na CAL, Curso de Interpretação Teatral da Casa de Artes de Laranjeiras.

No cinema, seus primeiros trabalhos foram A Fábula da Bella Palomeira (1987), de Ruy Guerra; Referência (1988), curta-metragem de Ricardo Bravo, onde Elisa foi premiada como Atriz Revelação no Festival de Cinema de Brasília, em 1989; Barrela (1990), premiado longa-metragem de Marco Antonio Cury, inspirado na obra do Plínio Marcos; e A Causa Secreta (1994), de Sérgio Bianchi. Também atuou em Seja o que Deus Quiser (2002) e O Fim e os Meios (2015), de Murilo Salles; As Alegres Comadres (2003), de Leila Hipólito; Maré, Nossa História de Amor (2008), de Lucia Murat. Em 2019, interpretou Deus no premiado curta-metragem Alfazema (2019), de Sabrina Fidalgo.

Seus trabalhos mais recentes nas telonas são: O Pai da Rita (2022), de Joel Zito Araújo, e Papai é Pop (2022), de Caito Ortiz. Em 2020, recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Gramado com o filme Por que Você Não Chora?, de Cibele Amaral.

Elisa com a atriz Malu Aloise no filme Papai é Pop

Na televisão, Elisa Lucinda brilhou em Vai na Fé (2023), de Rosane Svartman. Na trama, interpretou Marlene, a matriarca da família de Sol, que ao longo da novela precisou superar os obstáculos e mudar a forma como encarava a vida. Com dezenas de atuações, participou de Kananga do Japão (1989), sua estreia na TV, na qual foi dirigida por Tizuka Yamasaki na extinta TV Manchete; Sangue do Meu Sangue (1995), remake da trama de Vicente Sesso, de 1969, no SBT; além de Araponga (1990), de Dias Gomes, Lauro César Muniz e Ferreira Gullar; Mulheres Apaixonadas (2003) e Páginas da Vida (2006), de Manoel Carlos; Insensato Coração (2011), de Gilberto Braga; Aquele Beijo (2012), de Miguel Falabella; Lado a Lado (2013), de João Ximenes Braga e Claudia Lage; e Tempo de Amar (2017), de Alcides Nogueira; todas na TV Globo. Recentemente, vive a voz da cantora Vanusa e Aparecida, mãe de Cassandra, protagonizada por Liniker, na série Manhãs de Setembro, do Prime Video.

Com 19 livros publicados, Lucinda se tornou uma das mais importantes poetas e autoras do Brasil. Entre os destaques da sua obra estão O Semelhante, Eu Te Amo e Suas Estreias, A Fúria da Beleza e Vozes Guardadas, além dos romances Fernando Pessoa: O Cavaleiro de Nada, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2015; e Quem me Leva para Passear, finalista ao Prêmio Jabuti 2022 na categoria romance de entretenimento. Também é autora da coleção infantil Amigo Oculto, pela qual ganhou o Prêmio Altamente Recomendável da FNLIJ, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Também no universo da literatura, a artista fundou, em parceria com a atriz Geovana Pires, a Casa Poema. A instituição cultural desenvolve projetos voltados para o fomento e a popularização da poesia. Com ações para todas as idades, um dos destaques é o Versos de Liberdade, projeto que ensina a palavra poética aos jovens que cumprem medidas socioeducativas, além de cursos de poesia falada para professores e profissionais de áreas diversas. Em 2021, Elisa Lucinda tomou posse na Academia Brasileira de Cultura, ocupando a cadeira de Olavo Bilac, ao lado de nomes como Zeca Pagodinho, Elza Soares, Christiane Torloni, Ana Botafogo e Carlinhos de Jesus.

Com uma carreira ativa nos palcos, Elisa está na estrada há 21 anos com o solo Parem de Falar Mal da Rotina. O espetáculo de sua autoria, que deu origem a uma publicação homônima, já percorreu todos os estados brasileiros, além de ter realizado temporadas na Holanda, Espanha, Portugal, Moçambique e Cabo Verde. Ao falar sobre os encantos da rotina, a artista segue inspirando fãs e seguidores.

Fotos: Jonathan Estrella/Divulgação.

Festival de Toronto 2023: cineasta brasileira Carolina Markowicz será homenageada

por: Cinevitor
Primeira brasileira a receber o TIFF Emerging Talent Award

A 48ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 7 e 17 de setembro, acaba de revelar novos nomes que serão homenageados com o TIFF Tribute Award; entre eles, está a cineasta brasileira Carolina Markowicz, que receberá o TIFF Emerging Talent Award.

Prestes a realizar a estreia mundial de Pedágio em Toronto, Carolina Markowicz será agraciada com uma das principais honrarias do festival. A cineasta será a primeira brasileira da história a receber o troféu na categoria Emerging Talent em uma cerimônia de gala marcada para o dia 10 de setembro

Em comunicado oficial, Markowicz disse: “É com imensa honra que recebi diretamente de Cameron Bailey a notícia incrível de que eu receberia o Emerging Talent Award neste ano no Festival de Toronto. O TIFF faz parte de minha história desde 2014, com meu segundo curta-metragem ‘Edifício Tatuapé Mahal’, passando por ‘Namoro à Distância’ e ‘O Órfão’, e depois como parte do Filmmakers Lab. Na edição de 2022, tive o orgulho de estrear meu primeiro longa, ‘Carvão’, e agora, em 2023, seguimos com ‘Pedágio’. Nesse sexto ano em que tenho a alegria de voltar a Toronto com meu segundo longa, esse prêmio me comove imensamente”.

Os outros homenageados desta edição serão: o diretor de fotografia polonês, duas vezes indicado ao Oscar, Łukasz Žal, que receberá o TIFF Variety Artisan Award; e Andy Lau, ator, cantor e produtor cinematográfico, de Hong Kong, que será honrado com o Special Tribute Award. Cameron Bailey, CEO do TIFF, disse: “Estamos entusiasmados em homenagear esses notáveis talentos. Um ícone da indústria e um artista multifacetado com uma filmografia impressionante, Lau abriu caminho para uma geração de performers. A homenageada Markowicz tem um futuro emocionante pela frente como uma das diretoras mais destemidas de sua geração e a cinematografia de Žal continua a evocar emoção em The Zone of Interest”.

Além da participação no festival canadense, considerado um termômetro dos títulos que estarão na disputa do Oscar, Pedágio também está entre os longas que serão avaliados pela comissão de seleção da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de melhor filme internacional da premiação. O longa-metragem protagonizado por Maeve Jinkings e Kauan Alvarenga também integra a seleção oficial do Festival de San Sebastián, na Espanha.

Produzido pela Biônica Filmes e O Som e a Fúria, coproduzido pela Globo Filmes e Paramount Pictures e distribuído pela Paris Filmes, o novo projeto conta a história de uma atendente de pedágio que, inconformada com a orientação sexual do filho, comete delitos na tentativa de financiar uma cura para a sua “doença”. Único longa brasileiro de ficção na programação do Festival de Toronto, Pedágio retrata a opressão e violência sofrida pela população LGBTQIA+, diante das incoerências e atrocidades promovidas de forma mais explícita nos últimos anos por alguns setores da sociedade.

O filme, que a diretora descreve como “um drama permeado por humor ácido”, participou de relevantes laboratórios de apoio ao desenvolvimento audiovisual, como o Tribeca All Access, Torino Film Lab e Berlinale Coproduction Market.

Anteriormente, dois diretores consagrados foram anunciados como homenageados do festival: Pedro Almodóvar receberá o Jeff Skoll Impact Media Award, que reconhece a liderança na criação de uma união entre impacto social e cinema; e Spike Lee será honrado com o TIFF Ebert Director Award, batizado em homenagem ao lendário crítico de cinema Roger Ebert e que reconhece cineastas que exemplificaram a grandeza em suas carreiras.

Foto: Delphine Pincet.

Mostra Quelly Internacional de Gênero e Sexualidade 2023: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Wilson Rabelo no curta Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo

A sexta edição da Quelly, Mostra Internacional de Gênero e Sexualidade, acontecerá entre os dias 23 e 26 de agosto no Teatro da Cidade, em São Luís, no Maranhão. A programação contará com 12 produções, entre curtas e longas-metragens, que alcançaram destaque pelo mundo e chegarão inéditos ao evento.

O título, presente desde a primeira edição em 2019, é uma homenagem à Quelly da Silva, que faleceu em janeiro do mesmo ano, em Campinas, São Paulo. Neste ano, a curadoria contou com George Pedrosa, cineasta e produtor cultural, e Daniel Nolasco, bacharel em cinema e audiovisual pela Universidade Federal Fluminense, com produção de Josh Baconi e Gabriel Marques; a realização é da Kasarão Filmes.

A sexta edição da Mostra Quelly também será a sua primeira internacional. A primeira mostra de filmes LGBTQIA+ do Maranhão retorna com uma roupagem nova e uma programação de filmes de diversas partes do mundo que retratam a vivência e sexualidade queer anarquista, sem conservadorismo: “O Brasil está em uma nova fase em 2023, porém, os últimos anos deixaram uma herança conservadora que afeta muitas pessoas e, surpreendentemente, as mais jovens. A seleção da primeira edição internacional da Mostra Quelly retrata visões anarquistas sobre o sistema em que estamos inseridos, mostrando a luta de pessoas LGBTQIA+ de diversas partes do mundo, que usam o cinema para retratar a sua própria contracultura e vivência política, criando e explorando os seus desejos humanos”, ressaltou o curador da Mostra.

Também como um espaço de formação, a edição contará com oficinas gratuitas e discussões ao redor do universo audiovisual. Foram convidados profissionais como o diretor, roteirista e diretor de arte Henrique Arruda com a oficina Vou pintar um arco-íris de energia: As Cores e Texturas da Direção de Arte para o Cinema Queer Contemporâneo; e a atriz Luty Barteix com a oficina Corpo e Imagem Performática.

Com o objetivo de discutir, em especial, filmes independentes e autorais, Bruno Carmelo, crítico do site Meio Amargo, também estará presente na 1ª Quelly Internacional para escrever suas impressões sobre as obras em exibição na programação, que será gratuita.

A abertura da edição terá a exibição do clássico brasileiro  A Rainha Diaba, lançado em 1973 e dirigido por Antônio Carlos da Fontoura. A história é inspirada em Madame Satã, personagem conhecida no Rio de Janeiro na primeira metade do século XX, e interpretada nas telas pelo ator Milton Gonçalves. O longa teve sua cópia restaurada e exibida recentemente no Festival de Berlim, ganhando uma nova vida em festivais pelo mundo 50 anos após o seu lançamento.

Entre as obras internacionais, está o longa-metragem Anhell69, uma coprodução entre Colômbia, Romênia, França e Alemanha. Em uma mistura de ficção e realidade, o filme dirigido por Theo Montoya retrata a vida de um diretor que entrevista diversos amigos para montar o casting de um filme que nunca será produzido, por conta do momento perigoso e sem grandes horizontes para os jovens queer na cidade colombiana de Medellín.

A inclusão também estará presente na Mostra Quelly com sessões especiais com recursos de acessibilidade para surdos e ensurdecidos (LSE). Um intérprete de libras estará presente na abertura das sessões acessíveis e durante as oficinas.

Conheça os filmes selecionados para a 6ª Mostra Quelly:

A Rainha Diaba, de Antônio Carlos da Fontoura (1974) (filme de abertura)
Anhell69, de Theo Montoya (Colômbia/Romênia/França/Alemanha)
As Inesquecíveis, de La Conga Rosa (Brasil, DF)
Blinded by Centuries, de Parinda Mai (Tailândia/EUA)
Corpo sua Autobiografia, de Cibele Appes e Renata Carvalho (Brasil, SP)
Fluidité, de La Fille Renne, Laure Giappiconi e Elisa Monteil (França)
Godasses, Parte 03, de Jamal Phoenix (Alemanha)
Mon CRS, de Marc Martin (França)
Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (Brasil, SP)
Panteras, de Breno Baptista (Brasil, CE)
Progressive Touch, de Michael Portnoy (Áustria/Holanda/EUA)
Quinze Primaveras, de Leão Neto (Brasil, CE)

Foto: Divulgação.

Lanterna Mágica – Festival Internacional de Animação abre inscrições para sua sexta edição

por: Cinevitor
Cena do curta goiano A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno: exibido na edição passada

O Lanterna Mágica – Festival Internacional de Animação, que tem o intuito de promover e difundir o mercado de animação brasileiro e mundial, realizará sua sexta edição entre os dias 8 e 12 de novembro na cidade de Goiânia, em Goiás.

O festival, que fez sua estreia no calendário mundial em 2017, atualmente é uma realização de Camila Nunes, que se destaca como uma figura influente na produção audiovisual e na educação cinematográfica; ela acredita que a animação é uma ferramenta única para transmitir mensagens complexas de maneira acessível, tornando-a uma escolha ideal para atingir as mentes jovens em formação.

Com um olhar atento para o futuro, Camila foca seus esforços em influenciar positivamente a próxima geração, por isso um dos pontos fortes do Lanterna Mágica são as trocas entre profissionais renomados da animação, com discussões e formações sobre cinema com crianças e jovens da rede pública de ensino.

As inscrições para o 6º Lanterna Mágica estão abertas até o dia 20 de setembro e os filmes inscritos, para as mostras competitivas, não competitivas e especiais, passam por uma curadoria formada por convidados que operam na área do mercado audiovisual de animação. As inscrições podem ser feitas pela plataforma FilmFreeway (clique aqui) e filmes do mundo e de todos os continentes podem participar.

As premiações são feitas a partir da escolha dos jurados e do público. A programação do festival conta também com diversas atividades paralelas, entre elas, oficinas, estudos de caso, palestras e algumas surpresas.

Foto: Divulgação.

Conheça os vencedores do 2º Muído – Festival de Cinema de Campina Grande

por: Cinevitor
Cena do curta cearense Apocalypses Repentinos, de Pedrokas 

Foram anunciados neste domingo, 20/08, os vencedores da segunda edição do Muído – Festival de Cinema de Campina Grande, mais uma janela da produção cinematográfica paraibana e nordestina, que aconteceu no Cineteatro São José.

Neste ano, a curadoria foi assinada por Amanda Ramos, Cris Lima, Juca Gonzaga e Dani Drumond. Já o time de jurados foi formado por: Veruza Guedes, Ricardo André e Fabiano Raposo; os vencedores receberam o Prêmio Faxexo.

O Muído é um festival genuinamente paraibano e que tem como um dos objetivos ser uma tela para a produção do estado, do litoral ao sertão, passando pelo Cariri, Curimataú, Brejo, Seridó, entre outros. Além dos filmes, a programação contou também com diversas atividades paralelas.

Conheça os vencedores do 2º Muído – Festival de Cinema de Campina Grande:

MELHOR FILME | MOSTRA MUNDARÉU
Apocalypses Repentinos, de Pedrokas (Fortaleza, CE)

PRÊMIO ELY MARQUES | MELHOR FILME PARAIBANO
Avôa, de Lucas Mendes (João Pessoa)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Muxima, de Juca Badaró (Lençóis, BA)

MELHOR DIREÇÃO
Pedrokas, por Apocalypses Repentinos

MELHOR ROTEIRO
Extinção, escrito por Maycon Carvalho

MELHOR ATRIZ
Maria do Carmo, por Quebra Panela

MELHOR ATOR
Chico Oliveira, por O Brilho Cega

PRÊMIO ALLAN VIDAL | MELHOR MONTAGEM
O que os Machos Querem, por Joana Maia

MELHOR FOTOGRAFIA
Sangue por Sangue, por Rodolpho de Barros

MELHOR DESENHO DE SOM
Sucata Esperança, por Glauber Lacerda

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
O Brilho Cega, por Carlos Mosca

MENÇÃO HONROSA
Céu, de Valtyennya Pires (Santa Luzia, PB)
Peixinho, de Edson Germinio (Jataúba, PE)

Foto: Divulgação.

Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane, é o grande vencedor do 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Equipe de Mussum, o Filmis na premiação: seis kikitos

Foram anunciados neste sábado, 19/08, no Palácio dos Festivais, os vencedores da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Mussum, o Filmis, do diretor estreante Silvio Guindane, foi premiado com seis kikitos, entre eles, o de melhor longa brasileiro; a cinebiografia de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, também recebeu uma Menção Honrosa.

A noite de premiação ainda consagrou outros dois longas: Tia Virgínia, de Fabio Meira, com cinco prêmios; e o cearense Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry, que levou quatro troféus; o documentário Anhangabaú, de Lufe Bollini, e o longa-metragem gaúcho Hamlet, de Zeca Brito, foram os melhores filmes em suas mostras.

Premiados como melhor atriz e melhor ator, Vera Holtz, por Tia Virgínia, e Ailton Graça, por Mussum, o Filmis, trocaram elogios no palco e foram ovacionados pelo público. Vera agradeceu aos colegas de profissão e dedicou o prêmio às suas irmãs da ficção, Arlete Salles e Louise Cardoso, e às irmãs Regina, Rosa e Teresa; além disso, recitou um poema do gaúcho Mario Quintana no palco.

Emocionado, Ailton relembrou sua infância humilde: “Essa é a primeira vez que estou recebendo um prêmio. E isso começou quando eu era criança e minha mãe perguntou para mim e para meu irmão o que queríamos ser. Eu disse carroceiro, advogado, engenheiro agrônomo, cientista, professor… e sendo ator eu posso ser tudo isso”, celebrou.

O diretor Silvio Guindane, que recebeu o Prêmio Especial do Júri em 1996 por sua atuação no filme Como Nascem os Anjos, de Murilo Salles, discursou: “O cinema me salvou. A arte salva, o cinema salva e hoje estou retornando a este festival”. Também presente na cerimônia, Mussunzinho, filho de Mussum, se emocionou com os prêmios para o filme que retrata a trajetória de seu pai.

A noite também contou com a entrega do Troféu Reverência Horst Volk para o Canal Brasil em celebração aos seus 25 anos. A honraria é um kikito de madeira esculpido pelo artista gramadense Xixo que, ao lado de Elisabeth Rosenfeld, cunharam os troféus entregues nas primeiras edições do evento. André Saddy, diretor geral do Canal Brasil, subiu ao palco para receber a homenagem: “Que honra receber este prêmio! Já falaram muito dessa relação do Canal Brasil com o Festival de Gramado. A importância é recíproca, a valorização é recíproca. Além da transmissão, cobrimos o festival e abrimos espaço para o cinema brasileiro a cada edição”.

Outro destaque da cerimônia foi a entrega do prêmio de melhor filme da IV Mostra Universitária, exibida dentro da programação do Conexões Gramado Film Market no Museu do Festival de Cinema de Gramado. Com votação interativa, que somou 6.210 votos, o curta-metragem pernambucano Cabocolino, de João Marcello, foi o grande vencedor com 2.168 votos.

Conheça os vencedores do 51º Festival de Cinema de Gramado:

LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS

Melhor Filme: Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane (RJ)
Melhor Filme | Júri da Crítica: Tia Virgínia, de Fabio Meira (RJ)
Melhor Filme | Júri Popular: Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane
Melhor Direção: Petrus Cariry, por Mais Pesado é o Céu
Melhor Ator: Ailton Graça, por Mussum, o Filmis
Melhor Atriz: Vera Holtz, por Tia Virgínia
Melhor Atriz Coadjuvante: Neusa Borges, por Mussum, o Filmis
Melhor Ator Coadjuvante: Yuri Marçal, por Mussum, o Filmis
Melhor Roteiro: Tia Virgínia, escrito por Fabio Meira
Melhor Fotografia: Mais Pesado é o Céu, por Petrus Cariry
Melhor Direção de Arte: Tia Virgínia, por Ana Mara Abreu
Melhor Montagem: Mais Pesado é o Céu, por Firmino Holanda e Petrus Cariry
Melhor Trilha Musical: Mussum, o Filmis, por Max de Castro
Melhor Desenho de Som: Tia Virgínia, por Rubem Valdés
Prêmio Especial do Júri: Ana Luiza Rios, por Mais Pesado é o Céu
Menção Honrosa: Vera Valdez, por Tia Virgínia
Menção Honrosa: Martín Macías Trujillo, por Mussum, o Filmis

LONGAS-METRAGENS GAÚCHOS | Prêmio SEDAC/IECINE

Melhor Filme: Hamlet, de Zeca Brito (Porto Alegre)
Melhor Filme | Júri Popular: Sobreviventes do Pampa, de Rogério Rodrigues (Porto Alegre)
Melhor Direção: Zeca Brito, por Hamlet
Melhor Ator: Fredericco Restori, por Hamlet
Melhor Atriz: Carol Martins, por O Acidente
Melhor Roteiro: O Acidente, escrito por Marcela Ilha Bordin e Bruno Carboni
Melhor Fotografia: Hamlet, por Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Livia Pasqual e Zeca Brito
Melhor Direção de Arte: O Acidente, por Richard Tavares
Melhor Montagem: Hamlet, por Jardel Machado Hermes
Melhor Desenho de Som: Céu Aberto, por Kiko Ferraz, Ricardo Costa e Cristian Vaz
Melhor Trilha Musical: Céu Aberto, por Rita Zart e Bruno Mad

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS
Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas (RJ)

LONGAS-METRAGENS DOCUMENTAIS
Melhor Filme: Anhangabaú, de Lufe Bollini (SP)

MOSTRA UNIVERSITÁRIA | Conexões Gramado Film Market
Melhor Filme: Cabocolino, de João Marcello (PE) (2.168 votos)

TROFÉU REVERÊNCIA HORST VOLK
Canal Brasil

*Clique aqui e confira os vencedores da mostra de curtas-metragens brasileiros

*Clique aqui e conheça os jurados do Festival de Gramado 2023

*O CINEVITOR está em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto.

Festival de Gramado 2023: conheça os curtas-metragens vencedores

por: Cinevitor
Agrael de Jesus: melhor atriz por Ela Mora Logo Ali

Os primeiros kikitos da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado começaram a ser entregues na noite desta sexta-feira, 18/08, no palco do Palácio dos Festivais. A cerimônia foi marcada pela premiação dos melhores filmes na mostra de curtas-metragens brasileiros

O curta capixaba Remendo, de Roger Ghil, levou o kikito de melhor filme. A produção Ela Mora Logo Ali, dirigida por Fabiano Barros e Rafael Rogante, de Rondônia, recebeu três prêmios: melhor filme pelo Júri Popular, melhor roteiro e melhor atriz para Agrael de Jesus

O público presente no Palácio dos Festivais ainda acompanhou a entrega de três homenagens. A produtora Lucy Barreto recebeu o Troféu Eduardo Abelin, que é uma homenagem concedida a diretores, cineastas e entidades de cinema pelo trabalho feito em benefício do cinema brasileiro: “Hoje, 18 de agosto, Luiz Carlos e eu comemoramos 69 anos de casados. Só tenho a agradecer ao festival e agradecer por estar viva, pois com 90 anos tem que agradecer todos os dias”, manifestou a homenageada. 

Recebendo o Kikito de Cristal, dedicado a expoentes do cinema internacional, a atriz Alice Braga fez um discurso emocionante: “É muito simbólico ver Lucy, Laura e Ingrid aqui nesta noite. E também por estar no Rio Grande do Sul, que foi onde minha carreira começou, quando eu tinha 14 anos, com a Casa de Cinema: vocês são fundamentais, este festival é fundamental”, disse.

O público que preencheu os assentos do Palácio dos Festivais ficou de pé quando Lucy, Alice e Ingrid Guimarães, homenageada ontem com o Troféu Cidade de Gramado, foram convidadas ao palco para entregar o Troféu Oscarito para a atriz Laura Cardoso. Pioneira na TV brasileira, com mais de 30 longas-metragens na carreira, Laura manifestou que estava sem voz para falar: “De coração, obrigada por gostarem do meu trabalho, estou emocionada e não sei mais o que falar”, disse sendo ovacionada pela plateia.

Pela primeira vez, o Festival de Gramado terá sua premiação em dose dupla. Depois dos curtas, que já foram anunciados, a noite de sábado, 19/08, revelará os vencedores das mostras de longas brasileiros, documentais e gaúchos.

Conheça os vencedores da mostra de curtas-metragens brasileiros:

Melhor Filme: Remendo, de Roger Ghil (ES)
Melhor Filme | Júri Popular: Ela Mora Logo Ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante (RO) 
Melhor Filme | Júri da Crítica: Camaco, de Breno Alvarenga (MG)
Prêmio Especial do Júri: Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari (RR)
Melhor Direção: Mariana Jaspe, por Deixa
Melhor Roteiro: Ela Mora Logo Ali, escrito por Fabiano Barros e Rafael Rogante
Melhor Atriz: Agrael de Jesus, por Ela Mora Logo Ali
Melhor Ator: Phillipe Coutinho, por Sabão Líquido
Melhor Fotografia: Mãri hi: A Árvore do Sonho, por Morzanel Iramari
Melhor Direção de Arte: Casa de Bonecas, por Felipe Spooka e Jacksciene Guedes
Melhor Montagem: Camaco, por Luiza Garcia
Melhor Desenho de Som: Sabão Líquido, por Kiko Ferraz
Melhor Trilha Musical: Yãmî Yah-Pá, por Mano Teko e Aquahertz
Menção Honrosa: Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (SP) 
Prêmio Canal Brasil de Curtas: Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas (RJ)

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Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto.

O Auto da Compadecida 2: começam as filmagens com Matheus Nachtergaele e Selton Mello

por: Cinevitor
A primeira foto da dupla caracterizada

A divertida amizade entre Chicó, interpretado por Selton Mello, e João Grilo, vivido por Matheus Nachtergaele, começa a ser filmada no próximo domingo, 20 de agosto. O Auto da Compadecida 2 é uma aventura que renova a já clássica adaptação da peça teatral do paraibano Ariano Suassuna, que foi dirigida para o cinema pelo pernambucano Guel Arraes e lançada no ano 2000.

Com estreia prevista para o ano que vem, o novo filme segue com Guel Arraes na direção, desta vez ao lado de Flávia Lacerda, e conta com a produção da Conspiração e da H2O Films, que também fará a distribuição. Quase 25 anos depois do estrondoso sucesso de O Auto da Compadecida, no cinema e na TV, a sequência reflete o prazer em ser brasileiro, um sentimento perdido por parte da sociedade nos últimos anos, como comenta o diretor: “Achamos interessante fazer um filme sobre amizade neste momento do Brasil”. Os diretores encontraram uma brecha durante os ensaios para gravar um vídeo especial para falar sobre a produção; clique aqui e assista.
 
Para Guel Arraes, o maior desafio da continuação foi o novo roteiro, uma história original, construída a partir de alguns personagens da peça O Auto da Compadecida. O roteiro é também assinado por João Falcão com a colaboração de Adriana Falcão e Jorge Furtado: “Não se passaram 25 anos somente na vida real, mas na própria narrativa fictícia. Mesmo que seja um filme de época, temos que falar de assuntos de hoje, assim como Ariano foi extremamente atual em 1955 ao escrever sobre a religião e a sobrevivência dos mais pobres”, disse Guel.
 
O reencontro de Chicó e João Grilo vem atualizado, com a aprovação e a bênção da família de Ariano. Como Flávia Lacerda reflete: “Nesses 25 anos, a história amadureceu, os atores amadureceram, os personagens amadureceram. Então, o público vai perceber que o novo filme tem muito mais camadas e temas”. Dessa maneira, O Auto 2 ganhou reforços de peso no elenco, como a já anunciada Taís Araujo interpretando Nossa Senhora: “A gente precisava dar uma virada no que significava a Compadecida nessa nova versão, e Taís encaixou perfeitamente”, comentou a diretora. 
 
Outras novidades são Eduardo Sterblitch no papel de Arlindo, um comerciante e radialista poderoso; Humberto Martins como Coronel Ernani; Fabiula Nascimento como Clarabela; Luis Miranda como Antônio do Amor; Juliano Cazarré como Omar; Luellem de Castro como Iracema; e Virginia Cavendish, que permanece como a icônica personagem Rosinha, e Enrique Diaz, que dará vida mais uma vez a Joaquim Brejeiro
 
As escolhas estéticas da direção também se modernizaram. Assim como a obra de Ariano é extremamente visual, a escolha dos diretores para a nova versão é levar o universo de Suassuna de forma ainda mais fabular para as telonas: “O cinema andou, a tecnologia andou, então a gente tem a possibilidade de trazer um Nordeste ainda mais encantador”, pontua Guel. A produção virtual vai recriar a cidade de Taperoá nos anos 1950, 25 anos depois da história original.

Mas a essência dos personagens e do mundo ao mesmo tempo real e farsesco criado por Ariano Suassuna permanecem intactas. Ou melhor, vão ganhar ainda mais força por causa do reencontro dessa amizade e do reencontro dos criadores do filme original tanto tempo depois, como comenta Virginia Cavendish: “As pessoas estão muito curiosas com o que aconteceu com o casal Rosinha e Chicó e acho que a história vai surpreender a todos. Na nova versão, a Rosinha virou uma mulher avançada para época”. E Selton Mello celebra: “Fazer o Chicó de novo é uma emoção gigante, que nunca imaginei reviver. Nosso time é de craques, faremos ‘O Auto 2’ à altura da grandeza do nosso filme do peito e celebrando a memória de Ariano Suassuna. O Brasil esperava e merecia este presente”.
 
Para Matheus Nachtergaele, o envelhecimento dos personagens provoca algumas mudanças em seus arquétipos, mas a trama não perde a delicadeza: “Há uma homenagem ao primeiro, muita coisa vai ser revisitada e o público quer isso, mas há novidades. Éramos trintões, jovens atores, agora somos cinquentões. No que isso vai atingir e transformar os personagens, não sei, mas alguma coisa deve acontecer. O novo roteiro é muito bonito”.

Para entrar no clima do novo filme, assista também (clique aqui) ao nosso programa especial gravado em Cabaceiras, na Paraíba, cidade que serviu de locação para O Auto da Compadecida, em 2000.

Foto: Laura Campanella.

Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini apresentam Uma Família Feliz no 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Diretor e protagonistas no tapete vermelho

O tapete vermelho da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado desta quarta-feira, 16/08, causou alvoroço com a presença de Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini, que chegaram ao evento para a estreia de Uma Família Feliz, novo filme de José Eduardo Belmonte.

Exibido em competição, o thriller psicológico, rodado em Curitiba, no Paraná, é o 15º longa da carreira do diretor. Na trama, Grazi é Eva, uma mulher acusada pela sociedade de ser a principal suspeita dos estranhos acontecimentos que envolvem suas duas filhas gêmeas e seu filho recém-nascido. Para provar sua inocência e ter seu marido, interpretado por Gianecchini, e sua família feliz de volta, ela começa a investigar a situação.  

No palco do Palácio dos Festivais, Belmonte subiu ao lado de vários integrantes da equipe e discursou: “Eu admiro esse festival há muito tempo desde quando era estudante de cinema. Hoje é um dia de reencontro com essa equipe incrível. Agradeço também ao festival por ter acolhido um filme de gênero, que mostra a diversidade da produção brasileira. É um thriller intenso que traz um pouco do horror que nasce em nosso cotidiano, dentro de casa e da gente”.

Uma Família Feliz marca o reencontro entre o diretor e a atriz Grazi Massafera nas telonas depois de Billi Pig, lançado comercialmente em 2012: “É minha primeira vez no Festival de Gramado. Obrigada, Zé, por abrir mais uma vez as portas do cinema para mim. Sou de televisão e estou nessa função há um tempo. Aqui, é um espaço muito importante que renova meu desejo de atuar. Eva, minha personagem, é fenomenal, cheia de camadas, sutilezas. O Zé me deixou quase louca… no bom sentido da criatividade. A personagem é racional com uma grande parte intuitiva”, disse a protagonista no palco.

Reynaldo Gianecchini também discursou: “Eu adoro esse festival, que é uma celebração do audiovisual. O cinema é magia e é algo que eu fiz pouco. Então, é sempre especial. Além disso, esse time é demais! Foi um processo intenso e delicioso. Belmonte nos colocou fora da zona de conforto”. O autor Raphael Montes, que assina o roteiro e também estreia como diretor assistente, disse: “Estou emocionado por estar aqui. Venho da literatura e escrevo histórias de suspense. Há sete anos tive a ideia de fazer esse filme, um suspense psicológico”.

A equipe do filme no tapete vermelho

No dia seguinte à exibição, a equipe do filme, que será lançado comercialmente no primeiro semestre de 2024, participou de um debate com a imprensa e com o público, que foi realizado na Sociedade Recreio Gramadense e mediado pelo jornalista Roger Lerina: “Eu comecei nessa carreira sem saber o que estava fazendo, mas sempre me dediquei e estudei. Hoje, acredito que posso fazer outro tipo de interpretação e me jogar no escuro. Já trabalhei por dinheiro e por vaidade. Hoje, trabalho por prazer”, disse Grazi Massafera.

A atriz também falou sobre sua entrega: “É uma personagem feita em grupo. O olhar do outro constrói essa mulher. Eu gosto de conquistar a empatia do público e isso é muito importante para TV. No caso da Eva, era ao contrário. Eu não podia estar tão disposta a defendê-la. É sentir tudo e esconder o que está sentindo o tempo inteiro. Meu maior desafio foi deixar as pistas e ao mesmo tempo se colocar nesse lugar de condenada ou não”. Uma Família Feliz é produzido pela Barry Company, coproduzido pela Globo Filmes e pelo Telecine e tem distribuição da Pandora Filmes

Ainda na noite de quarta-feira, também foram exibidos os curtas-metragens Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli, e Casa de Bonecas, de George Pedrosa; além do longa documental Roberto Farias: Memórias de um Cineasta, de Marise Farias.

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Fotos: Edison Vara e Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Com Emanuelle Araujo, O Barulho da Noite, de Eva Pereira, é exibido no 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Equipe do filme no tapete vermelho

Primeiro longa-metragem de Tocantins a participar do Festival de Cinema de Gramado, O Barulho da Noite, da cineasta Eva Pereira, foi exibido na noite desta terça-feira, 15/08, em competição.

Ambientada em um lugar remoto, no sertão, a história se apresenta a partir da relação delicada das irmãs Maria Luiza e Ritinha, interpretadas por Alícia Santana e Anna Alice Dias, com Agenor, interpretado por Marcos Palmeira, seu dedicado e afetuoso pai. Castigada pelas lembranças e traumas da infância e sobrecarregada com as tarefas que lhe cabem, Sônia, papel de Emanuelle Araujo, vive à flor da pele. A fragilidade daquela estrutura familiar é profundamente abalada com a chegada de Athayde, vivido por Patrick Sampaio, suposto sobrinho de Agenor que vem para ajudar na lavoura.

Agricultor e folião do Divino Espírito Santo, Agenor parte em viagem para cumprir seus deveres religiosos na Festa do Divino, deixando sua mulher e filhas aos cuidados do intruso. Ao tratar de temas delicados e retratar o cotidiano rural do Brasil profundo, O Barulho da Noite revela uma história dramática contada por não ditos, pelo olhar da menina que se cala e se encolhe pela dor silenciada e pelo pedido mudo de socorro, nunca atendido. O elenco conta também com Tonico Pereira no papel do caixeiro-viajante Chico Mascate.

No palco do Palácio dos Festivais, a diretora Eva Pereira subiu ao lado de vários integrantes da equipe e fez um discurso emocionante: “Estrear em Gramado no dia em que Léa Garcia e dona Laura Cardoso seriam homenageadas… é muito grande isso. A vida não nos permite ensaios e aí vem o roteirista do Universo e muda tudo de lugar. Esse filme me escolheu e abriu seu próprio caminho”, disse.

Atriz e diretora no palco do Palácio dos Festivais

A protagonista Emanuelle Araujo, também emocionada, falou: “O primeiro telefonema que eu recebi foi da produtora Vania Catani. Eu estava exausta terminando um trabalho e disse que achava que não ia conseguir emendar um outro trabalho. Logo li o roteiro e decidi contar essa história. Eu disse que iria descansar no cansaço dessa mulher”.

E continuou seu discurso no palco: “Eu tenho muito orgulho de estar aqui contando a história dessa diretora, dessa roteirista, dessa equipe genial. O cinema é coletivo. O Barulho da Noite é um filme absolutamente coletivo. De profissionais geniais. Vivemos 60 dias ao redor de Palmas, no Tocantins, mergulhados nesse universo. Só tenho gratidão a esse processo e muito orgulho de apresentar para vocês a história de um Brasil profundo, cheio de dores e cheio de poesia. E viva dona Léa Garcia!”, finalizou sob aplausos.

Na mesma noite, além da homenagem para Léa Garcia, que morreu na manhã desta terça-feira, mesmo dia em que receberia o Troféu Oscarito na 51ª edição do Festival de Gramado, a programação contou com a exibição dos curtas-metragens Ela Mora Logo Ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante, e Remendo, de Roger Ghil; além do longa documental Da Porta pra Fora, de Thiago Foresti.

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Fotos: Edison Vara e Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Da Porta pra Fora: Thiago Foresti exibe documentário no 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Os protagonistas do filme no tapete vermelho

Depois de tantas emoções na noite desta terça-feira, 15/08, no Palácio dos Festivais, por conta da homenagem para a consagrada atriz Léa Garcia, a programação das mostras competitivas da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado seguiu com as exibições de seus títulos.

Entre curtas e longas de ficção, o documentário Da Porta pra Fora, de Thiago Foresti, foi exibido na última sessão da noite. O longa retrata, a partir de uma perspectiva bastante pessoal, a rotina de três entregadores de aplicativo desde os primeiros dias, após a decretação do lockdown, em março de 2020 na Capital Federal. A direção de fotografia é de Attilio Zolin, com direção de arte de Daniel Sena e trilha sonora assinada por Sascha Kratzer e Rafael Maklon.

Para o filme, os entregadores foram equipados com câmeras e foram responsáveis pela gravação do dia a dia deles. Thiago também registrou algumas manifestações que ocorreram em pleno período pandêmico. A sinopse diz: durante a maior pandemia dos últimos tempos, a sociedade aguarda confinada o desenrolar dos eventos sem saber quanto tudo voltará ao normal. Do lado de fora, o aplicativo não para de apitar e três entregadores de apps arriscam suas vidas.

A equipe do filme no tapete vermelho

No palco do Palácio dos Festivais, Thiago Foresti subiu acompanhado por alguns integrantes da equipe, entre eles, o montador Daniel Sena: “Foram quase dois de uma jornada intensa e agora estamos aqui. Nosso filme fala sobre a vida dos motoboys durante a pandemia. Se tem uma palavra que define esse longa é a palavra coragem. Todos que se envolveram nessa produção demonstraram uma entrega muito grande e uma vontade muito forte de ver esse filme pronto”, disse o diretor.

Keliane Alves, uma das personagens do longa, discursou e cantou para o público: “Algumas vezes, vocês me verão cantando no filme porque esse é o meu verdadeiro sonho; um dia viver da música e ser uma cantora mundialmente conhecida. Assim como eu tenho esse sonho, outro motoboy pode ter outro sonho”. Alessandro da Conceição, conhecido como Sorriso, outro personagem do filme, falou: “Hoje eu sou presidente da AMAE DF, Associação de Motoboys do Distrito Federal. Lutamos por respeito e valorização do trabalhador motofretista, que é uma profissão de risco e perigo”.

Marcos Nunes, também protagonista, finalizou o discurso: “Faço parte desse documentário, que contou com uma equipe maravilhosa. Agradeço cada um de vocês que tiraram um tempo para assistir ao nosso filme. Eu nunca pensei que chegaríamos até aqui e que a câmera do meu celular, por conta das minhas filmagens, me colocaria aqui. Sou muito grato a todos. Espero que vocês gostem!”.

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Foto: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Memórias da Chuva: Wolney Oliveira apresenta documentário no 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
O cineasta Wolney Oliveira no palco do Palácio dos Festivais

Dirigido pelo cineasta cearense Wolney Oliveira, de Soldados da Borracha, Memórias da Chuva foi exibido nesta segunda-feira, 14/08, na 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado e abriu a mostra competitiva de longas-metragens documentais.

O filme revisita a história da construção do Açude Castanhão, projetado para garantir recursos hídricos para Fortaleza, no Ceará, e região metropolitana, e o consequente deslocamento da população da cidade de Jaguaribara, que foi demolida para dar lugar à barragem, para um novo espaço de habitação.

No Palácio dos Festivais, Wolney subiu ao palco acompanhado por alguns integrantes da equipe, como: Mayara Magalhães, responsável pela pesquisa; Rogerio Resende, diretor de fotografia; Tiago Therrien, montador; Lucas Hernández, assistente de montagem; e os personagens Vauvernagues Almeida e Livia Barreto, moradores de Jaguaribara.

“Agradeço ao festival por selecionar nosso filme e também parabenizo pelo fato do cinema documental voltar a ser presencial. Dedico essa exibição a três mestres do documentário: dois deles foram meus professores em Cuba, o Fernando Pérez e o Gerardo Chijona; e o outro que é um mestre mundial, Eduardo Coutinho”, disse Wolney em seu discurso. Vauvernagues Almeida, um dos personagens do filme, também falou: “É um prazer participar desse festival tão falado no Brasil. Com esse filme, vocês terão a oportunidade de conhecer o maior luto que até hoje vivenciamos na nossa terra, no nosso estado”, disse.

Lívia Barreto, Secretária de Desenvolvimento Econômico de Jaguaribara e uma das personagens do filme, relembrou, no palco, o ocorrido em sua cidade: “Há 21 anos estávamos em processo de mudança. É emocionante relembrar tudo isso. O documentário volta nossa emoção como um povo que se sacrificou e deixou para trás sua história e sua cidade para dar mais água ao Ceará”, disse.

Memórias da Chuva é narrado pelo ponto de vista dos moradores da cidade e utiliza entrevistas e imagens de arquivo produzidas por eles no decorrer dos anos. O material reunido apresenta os impactos sociais, políticos, econômicos, ambientais e afetivos causados pelo ambicioso projeto governamental que, desde os anos 1980, já indicava a submersão de Jaguaribara. Nessa época, os moradores se uniram na formação de uma frente de resistência para tentar impedir o projeto. A criação de uma cidade substituta, a primeira planejada do Ceará, surgiu como uma demanda dessa articulação popular, já que a proposta original previa apenas indenizar os moradores pela remoção.

Cena do documentário

O Castanhão, a Nova Jaguaribara e o canal de integração que leva água para Fortaleza começaram a ser construídos em 1995, mas foi apenas em 2001 que as pessoas foram definitivamente deslocadas para suas novas moradas. Mais de 20 anos depois, o filme desperta as memórias do povo jaguaribarense e discute a relação de pertencimento com a cidade do passado e a do presente.

No dia seguinte à exibição, Wolney Oliveira participou de um debate com a imprensa e com o público, que aconteceu na Sociedade Recreio Gramadense e foi mediado pelo jornalista Roger Lerina: “É uma história de dor e sofrimento. Politicamente não se cumpriu nada. Era uma cidade com mais de nove mil habitantes que deu lugar para a construção do Açude Castanhão quando existia uma possibilidade que pouparia aquele lugar. Até hoje, quando a água baixa e a cidade antiga aparece, todos da cidade nova voltam. É uma romaria, de geração para geração”, disse Wolney.

A pesquisa do filme foi realizada pela cientista social Mayara Magalhães, que trabalhou de forma coletiva com os produtores para coletar os arquivos e localizar os personagens essenciais para as entrevistas: “A própria população montou um acervo riquíssimo e tudo é muito acessível”, disse a pesquisadora no debate. E continuou: “O filme conta uma história recente, que aconteceu em um momento de fácil acesso às câmeras domésticas. Por isso, os jaguaribarenses conseguiram registrar momentos importantes de forma amadora”. Wolney Oliveira finalizou: “A interferência na vida de mais de nove mil pessoas teve grande repercussão na mídia local e nacional, o que me interessou como cineasta”.

Além do documentário, o cinema cearense também marcou presença na competitiva de longas brasileiros de ficção do 51º Festival de Gramado na noite de segunda-feira com Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry; clique aqui e confira o pôster e uma cena do filme. Os curtas-metragens Sabão Líquido, de Fernanda Reis e Gabriel Faccini, e Jussara, de Camila Cordeiro Ribeiro, também foram exibidos, assim como o primeiro episódio da série Cangaço Novo.

Rodada no sertão nordestino, a trama de Mais Pesado é o Céu acompanha o encontro de Antônio, vivido por Matheus Nachtergaele, e Teresa, interpretada por Ana Luiza Rios, que, por motivos diferentes, pegam a estrada em busca de reconstruir a vida. Diante de um Brasil devastado pela crise moral e política, os dois acolhem um bebê abandonado e formam uma família improvável sob o sol escaldante do interior do Ceará. Clique aqui e confira nosso bate-papo com o ator Matheus Nachtergaele, que falou sobre a exibição em Gramado e também sobre a morte da atriz Léa Garcia.

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Fotos: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto/Divulgação.