No ano em que completa 40 anos de carreira, o Festival de Gramado homenageia um dos mais representativos diretores brasileiros com o Troféu Eduardo Abelin: Jorge Furtado. O portoalegrense cruzou os caminhos da medicina, psicologia, jornalismo e artes plásticas, mas se tornou um dos mais emblemáticos diretores, roteiristas e produtores do audiovisual brasileiro.
Mesclando linguagens documental e ficcional, Furtado criou obras sensíveis que trazem dilemas brasileiros em uma linguagem universal, capazes de capturar sensações e perturbações de qualquer espectador.
Começou sua carreira profissional na televisão, ainda na década de 1980. Em 1987, foi um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre, um dos mais importantes núcleos de produção de filmes do país, a qual integra até hoje. Nas telonas, dirigiu marcos do cinema produzido no Rio Grande do Sul e se tornou conhecido como realizador de alguns dos melhores curtas do cinema nacional, como O Dia em que Dorival Encarou a Guarda (1986), Barbosa (1988) e, principalmente, Ilha das Flores (1989), com os quais recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, inclusive no Festival de Berlim. A Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Abraccine, classificou o simbólico filme como o melhor curta-metragem brasileiro de todos os tempos.
Com a virada do milênio, estreia como diretor de longas-metragens em Houve uma Vez Dois Verões (2002). Com seu segundo longa, O Homem que Copiava, chega ao grande público, levando mais de 600 mil espectadores aos cinemas. Por esse, recebeu diversos prêmios, incluindo o de melhor filme no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2004. Furtado marcou carreira com a direção de longas e programas especiais na televisão, que abriram novos caminhos e discussões em torno do audiovisual brasileiro.
Para Rosa Helena Volk, presidente da Gramadotur, autarquia municipal responsável pelos eventos da cidade, a homenagem reforça a potência do cinema gaúcho: “Jorge é um patrimônio do cinema brasileiro e, mais do que isso, um realizador que amadureceu seu trabalho em Gramado. Hoje podemos comemorar os quarenta anos de carreira de um dos maiores nomes do nosso cinema com essa homenagem durante o festival”, diz.
A homenagem será entregue no dia 16 de agosto, durante a programação do 52º Festival de Cinema de Gramado, que acontecerá entre os dias 9 e 17. Após a entrega do troféu Eduardo Abelin a Jorge Furtado, a programação do Festival de Gramado contará com a première mundial da nova produção da Casa de Cinema de Porto Alegre em coprodução com a Globo Filmes, em exibição hors concours. Virginia e Adelaide tem roteiro assinado por Jorge Furtado, que divide a direção com Yasmin Thayná.
O longa-metragem narra, parte em linguagem ficcional e outra parte documental, o encontro entre duas mulheres emblemáticas: Virgínia Leone Bicudo e Adelaide Koch. Virgínia foi a primeira pessoa a fazer psicanálise e a primeira psicanalista formada no Brasil, além de uma das primeiras professoras universitárias negras. Adelaide, mulher judia e psicanalista formada por um discípulo direto de Freud, veio para o Brasil em fuga do regime nazista na Alemanha. As duas se conheceram em agosto de 1937, em São Paulo, e, juntas, revolucionaram os estudos da psicanálise, abrindo espaço para as que vieram depois.
O elenco é composto pelas atrizes Gabriela Correa e Sophie Charlotte. O filme conta com produção de Nora Goulart, direção de fotografia de Lívia Pasqual, direção de arte de Vanessa Rodrigues e Richard Tavares, montagem de Giba Assis Brasil e distribuição da H2O Filmes.
O Troféu Eduardo Abelin é uma homenagem concedida a diretores, cineastas e entidades de cinema pelo trabalho feito em benefício do cinema brasileiro. A honraria leva o nome de um dos pioneiros do cinema gaúcho, o diretor Eduardo Abelin. O cineasta Carlos Reichenbach foi o primeiro a receber a honraria, em 2001. Juntam-se a ele nomes como Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Carla Camurati e Laís Bodanzky.
A programação seguirá em espaços culturais da capital cearense, especialmente no Complexo Cultural Estação das Artes e no Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura; e nas cidades de Quixadá, Crato e Sobral.
O festival é um dos mais importantes espaços de debate e difusão do respeito à pluralidade sexual e de gênero no Brasil. A programação é inteiramente gratuita e, além das mostras de audiovisual, ainda traz apresentações de teatro, dança, música, literatura, exposição de artes visuais, feira empreendedora LGBT, oficinas, debates e ações de acessibilidade.
São seis mostras de audiovisual e há uma competição onde todos os premiados recebem o Troféu Elke Maravilha. Os vencedores de melhor longa e melhor curta brasileiros receberão, respectivamente, os prêmios de R$ 7 mil e R$ 3 mil. Além disso, os selecionados também concorrem em diversas categorias.
Para a curadoria do conteúdo, o festival tem como principal premissa a diversidade, buscando garantir que os diferentes grupos da comunidade sejam igualmente representados a partir da quantidade de materiais inscritos.
Além da competição, o For Rainbow exibirá as mostras de filmes convidados, representador por Neirud, de Fernanda Faya, sobre sua enigmática tia que percorreu o Brasil como lutadora circense em uma trupe clandestina, só de mulheres, nas décadas de 60 a 80; e Diário da Primavera, de Fabíola Aquino, uma obra que discute e informa criticamente sobre as questões do corpo vinculadas a preconceitos, estética e obesidade, assuntos tão presentes no mundo contemporâneo.
O festival também exibirá, em primeira mão, os quatro primeiros capítulos da minissérie Trago a Pessoa Amada, com direção de Vitã e que tem na equipe um já vencedor do festival, Victor Costa Lopes, como montador e produtor. A equipe local da série é formada majoritariamente por mulheres e pessoas LGBTQIA+. A história é dividida em dois núcleos, que nos moldes dos folhetins televisivos, apresentam os dramas cotidianos de duas camadas sociais.
A Mostra Competitiva de longas-metragens deste ano apresenta uma seleção diversa e inspiradora de filmes que exploram diferentes aspectos da vivência LGBTQIA+. Em Capim-Navalha, dirigido por Michel Queiroz, o espectador é levado à Chapada dos Veadeiros, onde Gustavo e Gaé, homens trans, compartilham suas histórias de vida e resistência. Já no italiano Eu Não Sou Ninguém, de Geraldine Ottier, acompanhamos a trajetória de Mariasilvia Spolato, a primeira mulher a se declarar lésbica publicamente na Itália. Humo bajo el agua, de Fabio Junco e Julio Midú, narra o reencontro e romance entre dois amigos após 20 anos. Em Orlando, Minha Biografia Política, Paul B. Preciado homenageia a obra de Virginia Woolf e reflete sobre a evolução da identidade de gênero através de um retrato poético e político do mundo contemporâneo.
A diversidade cultural e artística continua com The Ball, de Malgorzata Saniewska, que celebra a cena do ballroom em Nova York. Por fim, Tudo o que Você Podia Ser, de Ricardo Alves Jr., mistura documentário e ficção para acompanhar Aisha e suas amigas em Belo Horizonte, explorando os laços de amizade e a celebração da liberdade queer.
Com 21 curtas, a seleção inclui 13 produções brasileiras, destacando os talentos nacionais, e oito internacionais que trazem perspectivas globais sobre a diversidade sexual e de gênero. Entre os filmes internacionais, há produções da Argentina, Sri Lanka, França, México, Paraguai, Índia e Coreia.
A programação busca trazer variedade temática: cinco dos curtas abordam a transexualidade, seis exploram experiências gays, cinco se concentram em histórias lésbicas, um trata da temática intersex e outro sobre identidade não-binária; outros três filmes abordam mais de uma temática dentro do espectro LGBTQI+. Esta diversidade temática reflete o compromisso do festival em garantir a visibilidade para diferentes vozes dentro da comunidade, além de contemplar as múltiplas realidades ao redor do mundo.
A Mostra de Filmes Cearenses celebra a rica cena audiovisual do Ceará, dando destaque a uma nova geração de cineastas diversos e talentosos. Entre os curtas selecionados, Crayon, uma animação experimental de Juno e Becca Lutz, explora a vida de uma artista trans através de seus desenhos. I Wanna Find a Place, de Vinícius da Silva e Ellie Fernandes, é uma produção experimental que reflete sobre a resistência e a existência trans/travesti. Itinerário de uma História Soterrada, de Lucas Vidal, documenta a memória de Raimundo Preta, uma figura icônica da Fortaleza dos anos 70 e 80. Em Kila & Mauna, de Ella Monstra, duas amigas embarcam em uma jornada de resgate.
E mais: Metamorfose, de Dominik Angel, traz uma narrativa impactante sobre dois irmãos que enfrentam seus pais tiranos. O documentário Narrativas LGBTQIAPN+: em contextos de escola e universidade aborda vivências LGBTQIA+ no ambiente educacional. Ordem das Magnólias, de Rafa Sousa, destaca-se por uma equipe inteiramente composta por profissionais trans cearenses. Quem Sabe Nesse Carnaval, de Davi Jaguaribe, segue uma viajante chilena em busca de sua identidade durante o Carnaval de Fortaleza. Telhinha, de Bruno Brasileiro, trata de reconciliação familiar e despedida. Por fim, Um Teto para 3, de Eric Magda Lima, conta uma história de amor bissexual e convivência entre três pessoas. Esses curtas oferecem um panorama diversificado da produção cinematográfica cearense, refletindo a pluralidade e a criatividade que definem o festival.
Na noite de abertura do festival, o humorista cearense Paulo Diógenes, que faleceu em fevereiro deste ano, será homenageado; ele inspirou o cineasta Pedro Diogenes no longa A Filha do Palhaço.
Conheça os filmes selecionados para o For Rainbow 2024:
MOSTRA COMPETITIVA | LONGAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Capim Navalha, de Michel Queiroz (Brasil) Eu Não Sou Ninguém (Io Non Sono Nessuno), de Geraldine Ottier (Itália) Fundação Subaquática (Humo bajo el agua), de Fabio Junco e Julio Midú (Argentina) Orlando, Minha Biografia Política, de Paul B. Preciado (França) The Ball, de Malgorzata Saniewska (EUA) Tudo o que Você Podia Ser, de Ricardo Alves Jr. (Brasil)
MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS
A Pele a que Pertenço (La Piel Donde Me Hallo), de Aline Moscato e Néstor Amarilla Ojeda (Paraguai) Além do Binário (Beyond the Binary), de Sudesh Abeynayaka (Sri Lanka) Além-Mar (Beyond the Sea), de Hippolyte Leibovici (França) Ana Rúbia, de Íris Alves Lacerda e Diego Baraldi (Brasil) Bem-Vinda de Volta, de Nicole Gullane (Brasil) Chemsex, de Daniel Porto (Brasil) De Noite, Na Cama, de Malu Rizzo (Brasil) Dinho, de Leo Tabosa (Brasil) Entrando (Coming In), de Louis Devignes, Alice Florent, Romane Etienne, Camille Devise e Killian Maret (França) Ferro’s Bar, de Cine Sapatão (Aline A. Assis, Fernanda Elias, Nayla Guerra e Rita Quadros) (Brasil) Gotas de Orvalho (OAS – New Drops), de Kartika Nainan Dubey (Índia) LOLO, de Ana Gabriela Gutiérrez Salgado (México) Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP) Pedagogias da Navalha: Se a palavra é um feitiço, minha língua é uma encruzilhada, de Colle Christine Avelar, Tiana dos Santos e Alma Flora (Brasil) Peixe Vivo, de Bob Yang e Frederico Evaristo (Brasil) Problemas de Titia (Complejo de Algo), de Rita Hostt e Tadeo Pestaña Caro (Argentina) Raposa, de João Fontenele e Margot Leitão (Brasil) Sombra, de João Pedro Rabelo (Brasil) Trânsito (Transit), de Hyein Moon (Coreia do Sul) Tudo que importa, de Coraci Ruiz (Brasil) Xavier e Miguel, de Ricky Mastro (Brasil)
MOSTRA DE FILMES CEARENSES | CURTAS
Batucada, de Sara Lizz Crayon, de Juno e Becca Lutz I Wanna Find a Place, de Vinícius da Silva e Ellie Fernandes Itinerário de uma História Soterrada, de Lucas Vidal Kila & Mauna, de Ella Monstra Metamorfose, de Dominik Angel Narrativas LGBTQIAPN+: em contextos de escola e universidade, de Paulo Clayton de Souza Lima, Pedro Cauã Patricio da Silva, Rayene Kellen Jardim Lima e Wendy Lima de Aguiar Ordem das Magnólias, de Rafa Sousa Quem Sabe Nesse Carnaval, de Davi Jaguaribe Telhinha, de Bruno Brasileiro Um Teto para 3, de Eric Magda Lima
A 28ª edição do Cine PE – Festival do Audiovisual começou nesta quinta-feira, 06/06, no Teatro do Parque, no Recife. A cerimônia, apresentada pela atriz pernambucana Nínive Caldas, contou com uma emocionante homenagem às trilhas sonoras de filmes brasileiros.
A Orquestra Bravo, sob a batuta do maestro Dierson Torres, executou as músicas Mulher Rendeira, do filme O Cangaceiro, de Lima Barreto; O Que Será?, de Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto; Bye Bye Brasil, do longa de mesmo título de Cacá Diegues; Esperando na Janela, de Eu Tu Eles, de Andrucha Waddington; Bicho de Sete Cabeças, do filme homônimo de Laís Bodanzky; O Tempo Não Pára, de Cazuza: O Tempo Não Pára, de Sandra Werneck e Walter Carvalho; e Tempo Perdido, de Somos Tão Jovens, de Antonio Carlos da Fontoura.
Nos momentos finais do concerto, a orquestra recebeu convidados especiais que abrilhantaram a apresentação com seus vocais: o cantor e compositor Silvério Pessoa, que cantou Você Não Me Ensinou a Te Esquecer, de Lisbela e o Prisioneiro, de Guel Arraes; Carlos Filho, ex-participante do The Voice Brasil, que cantou Beatriz, de O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues; e Mariana Rocha, do The Voice Kids, que deu voz a Como Nossos Pais, de Ainda Somos os Mesmos, de Paulo Nascimento, filme de abertura do Cine PE do ano passado. Enquanto a música preenchia a sala, cenas dos filmes homenageados foram projetadas na tela.
A noite também foi marcada por uma homenagem à atriz e cantora Tania Alves, por sua inestimável contribuição ao cinema e à música brasileira. Ela recebeu a Calunga de Ouro das mãos do Maestro Spok, do prefeito do Recife, João Campos, e da governadora do estado de Pernambuco, Raquel Lyra.
Ovacionada pelo público, fez um discurso emocionante e agradeceu pelo reconhecimento citando alguns dos pernambucanos que marcaram sua carreira artística, começando pelo seu pai, recifense de Casa Amarela: “Eu sou atriz graças a um pernambucano que me ensinou a pisar no palco de forma visceral e despudoradamente brasileira. Seu nome é Luiz Mendonça”, declarou, relembrando ainda Robertinho do Recife, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Carlos Fernando e Dominguinhos, além dos paraibanos Elba Ramalho e Zé Ramalho. Entre risos e lágrimas, a homenageada contou que sua primeira vez no carnaval de Recife e Olinda foi a convite de Spok, para cantar com sua orquestra.
Ainda no palco, relembrou sucessos de sua carreira nas telonas, como os filmes: Cabaret Mineiro, de Carlos Alberto Prates Correia, que lhe rendeu o kikito de melhor atriz coadjuvante em Gramado; O Olho Mágico do Amor, de José Antônio Garcia e Ícaro Martins, vencedora do Prêmio APCA; Parahyba Mulher Macho, de Tizuka Yamasaki, no qual foi consagrada no Festival de Havana e no Festival de Cartagena; e O Mágico e o Delegado, de Fernando Coni Campos, exibido no Festival de Brasília. Lembrou também alguns trabalhos na TV, entre eles, a minissérie Lampião e Maria Bonita e o especial Morte e Vida Severina, da Rede Globo.
Aplaudida, finalizou o discurso: “Ser ator, que missão sagrada é a nossa! Tenho certeza que teremos momentos inesquecíveis. Contem comigo! Estarei por inteira recebendo essa graça por todos os poros. Minha gratidão eterna”.
Equipe de Grande Sertão no Cineteatro do Parque
O prefeito João Campos aproveitou a ocasião para comentar a recente desapropriação dos edifícios Trianon e do Art Palácio, extintos cinemas de rua localizados na Avenida Guararapes, para a construção de um Instituto Federal: “Vamos fazer as salas de aula no Trianon e uma sala de audiovisual, que será usada como auditório do Instituto Federal e também um cinema aberto à população do Recife, no Art Palácio”. E brincou: “É uma alegria receber a 28ª edição do Cine PE. Fui dar uma entrevista antes e a repórter comentou que o festival é da minha idade. É quase isso. Eu tenho 30 e o Cine PE tem 28. Quase empatamos, mas estamos diante de um grande patrimônio recifense”.
Raquel Lyra comentou sobre a importância de fomentar a arte, a cultura e a economia criativa: “A gente não quer artista pedindo esmola. A gente quer artista que possa viver da sua arte o ano inteiro”, pontuou a governadora de Pernambuco.
Na sequência da homenagem, a equipe do longa-metragem Grande Sertão, de Guel Arraes, subiu ao palco para apresentar o filme de abertura do Cine PE 2024: “É uma honra, uma alegria e uma emoção muito grande mostrar esse filme aqui. Queria saudar dois grandes homens pernambucanos da minha família: meu pai Miguel Arraes e meu sobrinho Eduardo Campos”. E continuou: “O filme Grande Sertão transpõe a história contada por Guimarães Rosa, esse monumento da literatura brasileira, para a guerra da favela, entre polícia e bandidos, essa guerra que até hoje a gente tem dificuldade de entender. Eu não vejo solução nem à direita nem à esquerda. A direita tem uma solução ruim a curto prazo, a esquerda tem uma solução boa a longo prazo demais. E a arte não tem uma solução prática pra vida, como a política, mas a arte pode dar uma visão mais profunda, mais humana de uma realidade”.
A adaptação cinematográfica do clássico literário Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, atraiu uma audiência ansiosa, que lotou o Cineteatro do Parque. Além do cineasta pernambucano, o evento contou com a presença ilustre do elenco principal, incluindo Luisa Arraes, Caio Blat, Eduardo Sterblitch, Rodrigo Lombardi e Luis Miranda, que fizeram questão de prestigiar a première.
Estrelado por Caio Blat (Riobaldo) e Luisa Arraes (Diadorim), o filme transpõe o universo da violência dos jagunços do sertão para o território das organizações criminosas de uma periferia urbana, cercada por muros gigantescos, em um tempo indeterminado. A história, narrada em tom épico, segue a trajetória de Riobaldo, professor que ingressou no bando por amor a Diadorim, um dos bandidos.
Grande Sertão, produzido por Manoel Rangel, Egisto Betti e Heitor Dhalia, já foi exibido na 27ª edição do Tallinn Black Nights Film Festival (PÖFF), na Estônia, em novembro de 2023, e recebeu o prêmio de melhor direção na categoria Critic’s Picks. Uma das grandes apostas do cinema brasileiro deste ano, o filme é produzido pela Paranoïd Filmes em coprodução com a Globo Filmes e distribuição da Paris Filmes.
A 28ª edição do Cine PE segue até 11 de junho com exibições de filmes e diversas atividades paralelas na capital pernambucana.
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*O CINEVITOR está no Cine PE e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Como parte da homenagem, o artista receberá o Troféu Vitória e o Caderno do Homenageado, publicação inédita e biográfica, assinada pelos jornalistas Leonardo Vais e Paulo Gois Bastos, que trata da sua vida e trajetória profissional.
“Eu fico muito feliz, muito grato de verdade em ser homenageado neste festival que eu acompanho de longe já faz muito tempo, ou por amigos que me contam, como Elisa Lucinda, que sempre falou com muito carinho do evento, ou pelas notícias que chegam até mim. Eu acho que nesse momento em que o audiovisual está se revendo, nunca foi tão importante manter vivo os festivais de cinema. Que são espaços de troca, de fortalecimento, de mostrar filmes que não encontram seu espaço de projeção em outros lugares e de reafirmar a força do cinema brasileiro”, disse Lázaro.
Nascido em Salvador, Bahia, Lázaro Ramos começou a atuar na década de 1990, no Bando de Teatro Olodum. No coletivo teatral, interpretou inúmeros clássicos como Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare; Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht; e Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. Além de textos autorais como o sucesso Ó Paí, Ó, que foi adaptado para o cinema, em 2007, com grande sucesso.
Ao realizar projetos fora do grupo, ele esteve em espetáculos como A Máquina (2000), de João Falcão, ao lado de Wagner Moura e Vladimir Brichta. Em 2007, atuou em O Método Gronholm, texto que ele retoma como diretor, em 2020. Desde 2015 dirige, atua e produz o espetáculo O Topo da Montanha, que, ao lado de Taís Araujo, interpreta o reverendo Martin Luther King, e que já levou mais de 300 mil espectadores ao teatro.
No cinema, esteve em mais de 40 produções, que transitam por diversos gêneros audiovisuais. Na lista de trabalhos estão o cultuado longa-metragem Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz, que o fez figurar na lista de melhores atores do jornal The New York Times e lhe rendeu mais de 30 prêmios. Com Jorge Furtado, parceiro constante, fez O Homem que Copiava (2003), Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o Filme (2007). Outro destaque da sua extensa filmografia é Cidade Baixa (2006), de Sérgio Machado, em que divide a cena com Wagner Moura e Alice Braga.
Em 2018, protagonizou O Beijo no Asfalto, de Murilo Benício, adaptação cinematográfica do clássico de Nelson Rodrigues. Seus trabalhos mais recentes são: As Verdades (2019), de José Eduardo Belmonte; Papai é Pop (2021), de Caito Ortiz; e Ó Paí, Ó 2 (2023), de Viviane Ferreira. Em 2022, lançou o longa-metragem Medida Provisória, que marcou sua estreia como diretor e foi premiado em diversos festivais internacionais de cinema.
Com mais de 30 participações em programas na TV, Lázaro atuou em novelas e séries, além de ser apresentador de programas. Com vários personagens memoráveis na televisão, estreou na telinha na série Sexo Frágil, em 2003. Nas novelas, sua primeira aparição foi em Cobras & Lagartos (2006), quando deu vida a Foguinho, papel que ganhou o imaginário popular e pelo qual foi indicado ao Emmy de melhor ator. Ele também interpretou papéis marcantes em novelas como Duas Caras (2007), Insensato Coração (2011) e Lado a Lado (2012).
Entre 2015 e 2018, protagonizou quatro temporadas da série Mister Brau, que se firmou como um dos marcos do empoderamento negro no Brasil. Seu trabalho mais recente em novelas foi o remake de Elas por Elas (2023/24), em que deu vida ao icônico Mário Fofoca.
Ainda na televisão, idealizou, dirigiu e apresentou o programa Espelho, do Canal Brasil, que esteve no ar por 16 anos. Após uma carreira de 17 anos na TV Globo, em 2021, Lázaro Ramos assinou com a Prime Video, onde assumiu o cargo de showrunner, profissional responsável por gerenciar da pré à pós-produção de obras para TV, streaming e mídias digitais. Essa parceria rendeu seu trabalho mais recente como diretor, o longa Um Ano Inesquecível: Outono (2023), romance musical adaptado do conto de Babi Dewet, e protagonizado por Gabz e Lucas Leto.
Além do teatro, cinema e televisão, nos últimos anos, Lázaro Ramos tem se dedicado também à literatura. Seu livro infantil de estreia foi A Velha Sentada, de 2010. Em 2015 e 2018 lançou, respectivamente, Caderno de Rimas de João e Caderno Sem Rimas da Maria, inspirados em seus filhos. Em 2019, publicou Sinto o que Sinto: e a Incrível História de Asta e Jase, em parceria com o Mundo Bita, e O Pulo do Coelho (2021). Em 2017, chegou às livrarias o best-seller Na Minha Pele, livro que marca sua estreia na literatura adulta e o consagrou como um dos escritores negros mais vendidos do país. Em 2022, publicou o livro Medida Provisória: Diário do Diretor, que conta os bastidores da direção de seu primeiro filme; e Você não é Invisível, em que escreve pela primeira vez para os jovens.
O 31º Festival de Cinema de Vitória, que terá também a artista Suely Bispo como a Homenageada Capixaba, apresentará a safra atual e inédita do cinema brasileiro. Além das exibições nas mostras competitivas, o evento contará com sessões especiais, debates, formações e homenagens que transformarão a cidade de Vitória na capital do cinema brasileiro. Toda programação é gratuita.
Cícero Lucas no longa mineiro Marte Um, de Gabriel Martins
O Prêmio ABRA de Roteiro é produzido pela Abra, Associação Brasileira de Autores Roteiristas, e tem a finalidade de valorizar os autores-roteiristas e ressaltar a importância do roteiro na cadeia de produção da indústria audiovisual do país.
A votação que determina indicados e vencedores é realizada pelas próprias pessoas associadas da Abra em dois turnos; podem concorrer ao prêmio as produções cujos roteiros são de autoria ou coautoria de roteiristas brasileiros, associados à Abra ou não.
Neste ano, a escolha dos vencedores foi anunciada no dia 4 de junho dentro da programação do Rio2C. O Prêmio da Crítica foi realizado em parceria com a Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
Confira a lista completa com os vencedores do 7º Prêmio Abra de Roteiro:
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL Marte Um, escrito por Gabriel Martins
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO O Sequestro do Voo 375, escrito por Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque
MELHOR ROTEIRO | DOCUMENTÁRIO Retratos Fantasmas, escrito por Kleber Mendonça Filho
MELHOR ROTEIRO | CURTA-METRAGEM Infantaria, escrito por Laís Santos Araújo
MELHOR ROTEIRO DE COMÉDIA | PRÊMIO PAULO GUSTAVO O Clube dos Anjos, escrito por Angelo Defanti
MELHOR ROTEIRO | PRÊMIO DA CRÍTICA Marte Um, escrito por Gabriel Martins
MELHOR ROTEIRO DE SÉRIE | DRAMA Cangaço Novo, escrito por Mariana Bardan, Eduardo Melo, Fernando Garrido e Erez Milgrom
MELHOR ROTEIRO DE SÉRIE | COMÉDIA Encantado’s, escrito por Renata Andrade, Thaís Pontes, Chico Mattoso e Antônio Prata
MELHOR ROTEIRO DE SÉRIE | DOCUMENTÁRIO Vale o Escrito: A Guerra do Jogo do Bicho, escrito por Felipe Awi e Ricardo Calil
MELHOR ROTEIRO | OBRA INFANTIL E INFANTOJUVENIL A Magia de Aruna, escrito por Maíra Oliveira, Ana Pacheco, Bruna Trindade, Rodrigo de Vasconcellos, Leandro Matos, Clara Meirelles, Indigo, Henrique Breia e Szolnky, Bruna Trindade e Raysner de Paula
MELHOR ROTEIRO | TELENOVELA Vai na Fé, escrito por Rosane Svartman, Renata Corrêa, Renata Sofia, Pedro Alvarenga, Fabricio Santiago, Mario Viana e Sabrina Rosa
MELHOR ROTEIRO | REALITY Ilhados com a Sogra, escrito por Rico Perez, Sarah Rodrigues, Vivian Alano, Daniella Fernandes, Jéssica Reis, Aline Furlanetto, Juan Gutierres e Mayara Barros
MELHOR ROTEIRO | VARIEDADES Avisa Lá que Eu Vou, escrito por Luiza Yabrudi, Pedro Alvarenga, Paulo Vieira e Daniela Ocampo
PRÊMIO ABRAÇO | EXCELÊNCIA EM ROTEIRO Nathália Cruz
PRÊMIO ROTEIRISTA DO ANO | PRÊMIO PARADISO Renata Andrade e Thaís Pontes
Karla Sofía Gascón: atriz premiada por Emilia Perez
Foram anunciados neste sábado, 25/05, os vencedores da 77ª edição do Festival de Cannes, que este ano contou com a cineasta, roteirista e atriz americana Greta Gerwig na presidência do júri. Ebru Ceylan, Lily Gladstone, Eva Green, Nadine Labaki, Juan Antonio Bayona, Pierfrancesco Favino, Hirokazu Koreeda e Omar Sy completavam o time responsável por avaliar e premiar os filmes da Competição.
Neste ano, a comédia dramática Anora, dirigida por Sean Baker e protagonizado por Mikey Madison, recebeu a Palma de Ouro, prêmio máximo do evento. A cerimônia contou ainda com a homenagem a George Lucas, que recebeu a Palma de Ouro honorária das mãos do amigo, o também consagrado cineasta Francis Ford Coppola.
Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a entregue do prêmio de melhor atriz para o elenco feminino de Emilia Perez, do diretor Jacques Audiard. Karla Sofía Gascón, primeira mulher trans a vencer nesta categoria, subiu ao palco para representar também suas colegas de cena que foram premiadas, Selena Gomez, Adriana Paz e Zoe Saldana. Em seu discurso, disse: “Dedico para todas as pessoas trans que estão sofrendo todos os dias. Isso é para todas nós. Obrigada!”. E finalizou: “Amanhã, essa notícia estará cheia de comentários de gente terrível dizendo as mesmas coisas de sempre para todas nós. Apenas quero mandar uma mensagem de esperança. Todos temos a oportunidade de mudar para melhor, de sermos pessoas melhores. Então, vamos ver se vocês mudam, cabrones!”.
O cineasta iraniano Mohammad Rasoulof, que fugiu de seu país depois de ter sido condenado a oito anos de prisão e açoitamento, recebeu o Prêmio Especial do Júri por The Seed of the Sacred Fig. O português Miguel Gomes foi consagrado com o prêmio de melhor direção por Grand Tour, que conta com o brasileiro Thales Junqueira na equipe como diretor de arte.
O cinema brasileiro se destacou em Cannes nesta edição com seis títulos, entre eles, Motel Destino, de Karim Aïnouz, que disputava a Palma de Ouro; e o curta-metragem Amarela, de André Hayato Saito, que também estava em competição.
Além disso, nas premiações paralelas, o crítico de cinema brasileiro Marcelo Janot participou do Prêmio FIPRESCI, realizado pela Federação Internacional de Críticos de Cinema, que destacou o iraniano The Seed of the Sacred Fig, de Mohammad Rasoulof, entre outros. E mais: a cineasta brasileira Juliana Rojas participou do júri da Queer Palm, que foi presidido pelo diretor Lukas Dhont e que elege os melhores filmes com temáticas LGBT.
Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Cannes 2024:
COMPETIÇÃO
PALMA DE OURO Anora, de Sean Baker (EUA)
GRAND PRIX All We Imagine as Light, de Payal Kapadia (França/Índia/Holanda/Luxemburgo)
PRÊMIO DO JÚRI Emilia Perez, de Jacques Audiard (México/EUA/França)
MELHOR DIREÇÃO Miguel Gomes, por Grand Tour
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI The Seed of the Sacred Fig, de Mohammad Rasoulof (Irã)
MELHOR ROTEIRO The Substance, escrito por Coralie Fargeat
MELHOR ATRIZ Selena Gomez, Karla Sofía Gascón, Adriana Paz e Zoe Saldaña, por Emilia Perez
MELHOR ATOR Jesse Plemons, por Kinds of Kindness
PALMA DE OURO | CURTA-METRAGEM The Man Who Could Not Remain Silent, de Nebojša Slijepčević (Croácia)
MENÇÃO ESPECIAL | CURTA-METRAGEM Mau por um Momento, de Daniel Soares (Portugal)
OUTROS PRÊMIOS
CÂMERA DE OURO | Caméra d’Or Armand, de Halfdan Ullmann Tøndel (Noruega/Holanda/Suécia/Alemanha) Menção Especial: Mongrel (白衣蒼狗), de Chiang Wei Liang e You Qiao Yin (Taiwan)
PRÊMIOS FIPRESCI | Federação Internacional de Críticos de Cinema Competição Oficial: The Seed of the Sacred Fig, de Mohammad Rasoulof (Irã) Un Certain Regard: L’Histoire de Souleymane, de Boris Lojkine (França) Semana da Crítica/Quinzena de Cineastas: Namibia no sabaku, de Yôko Yamanaka (Japão)
L’Œil d’or (Olho de Ouro) | MELHOR DOCUMENTÁRIO Ernest Cole, photographe (Ernest Cole: Lost and Found), de Raoul Peck (EUA/França) Rafaat einy ll sama (The Brink of Dreams), de Nada Riyadh e Ayman El Amir (Egito/França/Dinamarca/Qatar/Arábia Saudita)
QUEER PALM Melhor longa-metragem: Trei kilometri până la capătul lumii, de Emanuel Parvu (Romênia) Melhor curta-metragem: Las novias del sur, de Elena López Riera (Suíça/Espanha)
PALM DOG Kodi, em Le Procès du chien (Who Let The Dog Bite?), de Lætitia Dosch (França)
*Clique aqui e conheça os vencedores da mostra Un Certain Regard e La Cinef
*Clique aqui e conheça os vencedores da Quinzena de Cineastas
*Clique aqui e conheça os vencedores da Semana da Crítica
Foram anunciados nesta sexta-feira, 24/05, os vencedores da mostra Un Certain Regard, também conhecida como Um Certo Olhar, que coloca em evidência filmes artísticos e artisticamente ousados dirigidos por novos cineastas, porém mais atípicos aos que disputam a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Neste ano, o chinês Gou Zhen (Black Dog), de Guan Hu, foi o grande vencedor do prêmio principal. O filme narra a história de Lang, que depois de ser libertado da prisão retorna à sua cidade natal, no noroeste da China, na orla do Deserto de Gobi. Como parte de uma patrulha canina encarregada de eliminar cães vadios antes das Olimpíadas de 2008, ele estabelece uma estranha relação com um deles. Essas duas almas solitárias embarcam em uma nova jornada juntas.
Neste ano, o júri foi presidido pelo ator e cineasta canadense Xavier Dolan, e contou também com: Maïmouna Doucouré, cineasta e roteirista francesa; Asmae El Moudir, diretora marroquina; Vicky Krieps, atriz luxemburguesa; e Todd McCarthy, crítico de cinema e cineasta americano.
Além disso, na quinta-feira, 23/05, também foram revelados os vencedores da 27ª edição da mostra La Cinef, que traz títulos inscritos por escolas e universidades de cinema do mundo todo. Os premiados foram: Sunflowers Were The First Ones To Know…, de Chidananda S Naik (Índia) (FTII, Pune), em primeiro lugar; Out The Window Through The Wall, de Asya Segalovich (EUA) (Columbia University) e The Chaos She Left Behind, de Nikos Kolioukos (Grécia) (Aristotle University of Thessaloniki), em segundo lugar; e Bunnyhood, de Mansi Maheshwari (Reino Unido) (NFTS), em terceiro lugar.
O júri de curtas-metragens deste ano foi presidido por Lubna Azabal e contou também com: Marie-Castille Mention-Schaar, Paolo Moretti, Claudine Nougaret e Vladimir Perišić.
Conheça os vencedores da mostra Un Certain Regard 2024:
PRÊMIO UN CERTAIN REGARD Gou Zhen (Black Dog), de Guan Hu (China)
PRÊMIO DO JÚRI L’Histoire de Souleymane, de Boris Lojkine (França)
MENÇÃO ESPECIAL Norah, de Tawfik Alzaidi (Arábia Saudita)
MELHOR ATOR Abou Sangaré, por L’Histoire de Souleymane
MELHOR ATRIZ Anasuya Sengupta, por The Shameless
PRIX DE LA JEUNESSE Vingt Dieux!, de Louise Courvoisier (França)
MELHOR DIREÇÃO Roberto Minervini, por Les Damnés (The Damned) Rungano Nyoni, por On Becoming a Guinea Fowl
Equipe do filme canadense Une langue universelle, de Matthew Rankin
Foram anunciados nesta quinta-feira, 23/05, os vencedores da Quinzena de Cineastas, Quinzaine des Cinéastes, antes chamada de Quinzena dos Realizadores, mostra paralela ao Festival de Cannes, organizada pela La Société des réalisateurs de films (la SRF) desde 1969 e que destaca a produção anual de filmes de ficção, curtas e documentários no cenário independente e também popular.
Neste ano, pela primeira vez, um prêmio do público foi concedido. Em parceria com a Fondation Chantal Akerman, o longa canadense Une langue universelle, de Matthew Rankin, foi o mais votado pelos espectadores e recebeu 7.500 euros.
Sobre o voto popular, nunca antes vista na história do Festival de Cannes, a organização da mostra disse: “Não vemos o Choix du Public como um prêmio para o melhor filme da seleção, mas como uma afirmação de uma proposta cinematográfica única que abrange a individualidade e a liberdade de expressão cinematográfica. A escolha do público é uma marca de conquista destinada a ajudar este cineasta e o seu filme a encontrar mais públicos, dando assim um impulso a um filme surpreendente que tem cativado particularmente os espectadores do festival”.
Além disso, a cineasta britânica Andrea Arnold, que disputa a Palma de Ouro com Bird, foi a grande homenageada com o Carrosse d’Or na cerimônia de abertura. Grande exploradora das margens, dinamitadora de códigos sociais do cinema, a diretora e roteirista sonda o poder dos corpos e das mentes com maestria. O encerramento da 56ª edição contou com a exibição do francês Les Pistolets en plastique, de Jean-Christophe Meurisse.
Entre outros prêmios paralelos, o SACD, entregue pela Société des Auteurs et Compositeurs Dramatiques, escolheu Ma vie Ma gueule, o último longa-metragem da diretora Sophie Fillières, que faleceu em julho do ano passado. Protagonizado por Agnès Jaoui, o filme foi concluído postumamente pelos filhos de Fillières.
Nesta 56ª edição, o cinema brasileiro estava representado com o longa A Queda do Céu, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha.
Conheça os vencedores da Quinzena de Cineastas 2024:
PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR FILME Une langue universelle, de Matthew Rankin (Canadá)
PRÊMIO SACD (Société des Auteurs et Compositeurs Dramatiques) Ma vie Ma gueule, de Sophie Fillières (França)
LABEL CINEMA EUROPA | MELHOR FILME EUROPEU Volveréis, de Jonás Trueba (Espanha)
Cena do longa Terror Mandelão, de Felipe Larozza e GG Albuquerque
O In-Edit Brasil, Festival Internacional do Documentário Musical, divulgou a seleção completa de sua 16ª edição, que acontecerá entre os dias 12 e 23 de junho em São Paulo e também com parte da programação em formato on-line.
Com todas as sessões e atividades gratuitas, exceto no CineSesc, onde haverá sessões gratuitas e ingresso no valor único de dez reais, um recorte da programação estará disponível, também de forma gratuita, nas plataformas digitais Sesc Digital, Itaú Cultural Play e Spcine Play.
O festival traz uma seleção de documentários nacionais e internacionais entre longas e curtas, incluindo lançamentos e alguns clássicos em versões restauradas. Além dos tradicionais Panorama Brasileiro e Panorama Mundial, o festival promove este ano o especial Música e Máquinas com uma série de filmes e atividades que apresentam criadores de música e dispositivos musicais eletrônicos, e conclui a programação de filmes com a Mostra Flashback, dedicada ao resgate de títulos históricos nunca exibidos pelo festival.
O evento apresenta também uma variada programação paralela que inclui encontros, masterclasses, debates, apresentações musicais exclusivas, sessões comentadas, a tradicional Feira de Vinil e, pela primeira vez, uma Feira de Livros, com centenas de títulos sobre música e cinema a preços especiais.
A cerimônia de abertura acontecerá no dia 12 de junho, às 20h30, no CineSesc, em sessão gratuita para público e convidados, com a première nacional do documentário Devo, de Chris Smith, sobre a icônica banda formada em 1973 que conseguiu unir crítica social e hits radiofônicos, como Whip It e That’s Good, sem renunciar a seus princípios artísticos.
O Panorama Brasileiro, dividido nas categorias Competição Nacional, Mostra Brasil, Brasil.Doc, Curta um Som e Sessões Especiais, traz uma seleção com 28 documentários que evidenciam a diversidade e a potência da música brasileira, presente em uma imensa gama de artistas contemporâneos e de épocas passadas.
Dois filmes serão exibidos em sessões únicas e especiais: na primeira, o longa Acordo com Lampião? Só Na Boca Do Fuzil!, de Marcelo Felipe Sampaio, sobre a história dos Nazarenos, que enfrentaram Lampião e a Coluna Prestes, será exibido com trilha musical executada ao vivo pelo guitarrista Lúcio Maia (ex-integrante da Nação Zumbi); na outra, o curta Outras Histórias do Mar (BNegão Canta Caymmi), no qual a diretora Carolina Rolim registra o mergulho do artista BNegão nas canções praieiras de Dorival Caymmi. A exibição será seguida de show com BNegão e o violonista Bernardo Bosisio.
O Panorama Mundial contempla uma seleção de 22 filmes inéditos vindos de países como África do Sul, Alemanha, Austrália, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Países Baixos, Japão, Reino Unido, Ucrânia, Essuatíni (ex-Suazilândia), Suíça e Turquia, com grandes nomes do cinema e da música internacional.
Documentário sobre Cyndi Lauper: Let the Canary Sing, de Alison Ellwood
Uma das atrações é a première brasileira e americana de Misty: The Erroll Garner Story, de Georges Gachot, baseado no livro Erroll Garner: The Most Happy Piano, do escritor e biógrafo James M. Doran. O cineasta franco-suíço, que já retratou grandes nomes da música brasileira como João Gilberto e Maria Bethânia, está confirmado na sessão de estreia, que acontecerá no dia 15 de junho, data em que Erroll Garner completaria 103 anos de idade.
O Panorama Mundial também destaca outros títulos importantes, como Carlos, de Rudy Valdez, que conta a jornada do guitarrista mexicano Carlos Santana; Let the Canary Sing, de Alison Ellwood, sobre a vida da cantora Cyndi Lauper; Omar and Cedric: If This Ever Gets Weird, de Nicolas Jack Davies, sobre a amizade e a música de Omar Rodríguez-López e Cedric Bixler-Zavala, das cultuadas bandas The Mars Volta e At The Drive-in; The 9 Lives of Barbara Dane, de Maureen Gosling, uma homenagem à lendária Barbara Dane e seu legado musical e ativista; Mutiny in Heaven: The Birthday Party, de Ian White, sobre a jornada caótica e impactante da banda pós-punk australiana The Birthday Party, liderada pela relação explosiva entre Nick Cave e Rowland S. Howard; entre outros.
A Mostra Flashback mistura clássicos e descobertas com grandes histórias em versões restauradas e revisadas, como Crazy, de Heddy Honigmann, que mostra soldados neerlandeses e as canções que os fazem relembrar seus momentos; Let’s Get Lost, de Bruce Weber, clássico sobre o jazzista Chet Baker em versão restaurada em 4k; Mustache Funk, de Oleksandr Kovsh, explora a música pop ucraniana dos anos 70; Saravah, de Pierre Barouh, que registra o samba com grandes nomes como Pixinguinha e Maria Bethânia, também restaurado em 4k; Um Homem de Moral, de Ricardo Dias, que celebra o centenário de Paulo Vanzolini mostrando sua vida e obra musical com participações de Inezita Barroso, Chico Buarque, entre outros; e a première nacional de Dig! XX, de Ondi Timoner, no qual a diretora revisita seu celebrado documentário sobre as cultuadas bandas Dandy Warhols e Brian Jonestown Massacre, realizado originalmente em 2004.
Para comemorar o centenário dos primeiros sons artificiais, o 16º In-Edit Brasil apresenta o Especial Música e Máquinas, uma seleção de sete filmes que exploram a interseção entre música e tecnologia, destacando pioneiros e inovações que transformaram o cenário musical. São eles: 8 Bar: The Evolution Of Grime, de Ewen Spencer, que narra a evolução do Grime com depoimentos de Dizzee Rascal e Skepta; Cyborg Generation, de Miguel Morillo Vega, que acompanha o jovem Kai em sua jornada para desenvolver um órgão cibernético instalado em seu corpo que permita ouvir raios cósmicos; Deep Listening: The Story Of Pauline Oliveros, de Daniel Weintraub, que retrata a vida da compositora e pioneira eletrônica Pauline Oliveros; Eletrônica:mentes, de Dácio Pinheiro, Denis Giacobelis e Paulo Beto, que investiga o desenvolvimento da música eletrônica no Brasil.
E mais: I Dream Of Wires, de Robert Fantinatto, que traça a história dos sintetizadores modulares, destacando nomes como Trent Reznor e Gary Numan; Moog, de Hans Fjellestad, explora a vida e as ideias do inventor Robert Moog, criador dos sintetizadores modulares; e Subotnick: Portrait Of An Electronic Music Pioneer, de Robert Fantinatto, que celebra Morton Subotnick, um dos grandes nomes da música eletrônica, no 50º aniversário de seu álbum Silver Apples of the Moon.
Conheça os filmes selecionados para o In-Edit Brasil 2024:
PANORAMA BRASILEIRO
COMPETIÇÃO NACIONAL
Black Future, Eu sou o Rio, de Paulo Severo Black Rio! Black Power!, de Emílio Domingos Luiz Melodia, no Coração do Brasil, de Alessandra Dorgan O Homem Crocodilo, de Rodrigo Grota Terra de Ciganos, de Naji Sidki
MOSTRA BRASIL
Aldo Baldin: Uma Vida pela Música, de Yves Goulart Funk Favela, de Kenya Zanatta Germano Mathias: O Catedrático do Samba, de Caue Angeli e Hernani de Oliveira Ramos Moacyr Luz, O Embaixador Dessa Cidade, de Tarsilla Alves Nas Ondas de Dorival Caymmi, de Locca Faria Terror Mandelão, de Felipe Larozza e GG Albuquerque Viamão, de Sérgio Pererê e Leandro Miranda e Gibran
BRASIL.DOC
Eu Sou o Samba, Mas Pode me Chamar de Zé Ketti, de Luiz Guimarães de Castro Mandinga, de Egler Cordeiro Na Terra de Marlboro, de Cavi Borges No Rastro do Pé de Bode, de Marcelo Rabelo Pagano, de Carlos Nascimbeni
CURTA UM SOM
Até o último sopro, de Benjamin Medeiros De Par em Par, de Tais Melo É D’Oxum: a força que mora n’água, de Day Sena MBORAIRAPÉ, de Roney Freitas O Carnaval de Rua é Festa do Povo, de Uilton Oliveira O Som da Pele, de Marcos Santos Pisa na Tradição, de Coraci Ruiz Sagrado Compor, de Marcelo Abreu e Henrique Dantas
PANORAMA MUNDIAL
Andrés Godoy: El Arte de Perder, de Sebastian Saam (Chile/Alemanha) Bring Minyo Back!, de Yuji Moriwaki (Japão) Carlos, de Rudy Valdez (EUA) Dusty & Stones, de Jesse Rudoy (EUA) Even Hell Has Its Heroes. The Music of Earth, de Clyde Petersen (EUA) In Restless Dreams: The Music of Paul Simon, de Alex Gibney (EUA) Joan Baez: I Am a Noise, de Karen O’Connor, Miri Navasky e Maeve O’Boyle (EUA) Karen Carpenter: Starving for Perfection, de Randy Martin (EUA) La Singla, de Paloma Zapata (Espanha) Let the Canary Sing, de Alison Ellwood (EUA/Reino Unido) Love, Deutschmarks and Death, de Cem Kaya (Alemanha) Misty: The Erroll Garner Story, de Georges Gachot (Suíça/Alemanha/França) Mutiny in Heaven: The Birthday Party, de Ian White (Austrália) Omar and Cedric: If This Ever Gets Weird, de Nicolas Jack Davies (Alemanha) Peter Doherty: Stranger In My Own Skin, de Katia De Vidas (França) The 9 lives of Barbara Dane, de Maureen Gosling (EUA) The Legacy of J Dilla, de Esther Dere e Christopher Frierson (EUA) The Stones & Brian Jones, de Nick Broomfield (Reino Unido) This is a Film About The Black Keys, de Jeff Dupre (EUA) Zef: The Story Of Die Antwoord, de Jon Day (África do Sul)
Foram anunciados nesta quarta-feira, 22/05, os vencedores da Semana da Crítica, mostra paralela ao Festival de Cannes, que concentra-se na descoberta de novos talentos. Desde que foi criada pelo Syndicat Français de la Critique de Cinéma, em 1962, busca explorar e revelar cineastas inovadores do mundo todo.
Neste ano, em sua 63ª edição, a Semaine de la Critique teve o cineasta espanhol Rodrigo Sorogoyen como presidente do júri; a atriz ruandesa Eliane Umuhire, a produtora francesa Sylvie Pialat, a diretora de fotografia belga Virginie Surdej e o crítico de cinema canadense Ben Croll completavam o time de jurados.
O cinema brasileiro se destacou na premiação com Baby, de Marcelo Caetano, que rendeu o Prêmio Louis Roederer Foundation de Revelação para o ator Ricardo Teodoro: “Eu trabalho há anos como ator de teatro e sempre pensei que, se algum dia eu tivesse uma oportunidade, iria agarrá-la com toda a minha força. E quando o personagem do Ronaldo apareceu, lutei muito para fazê-lo com a minha alma. Vim de uma cidade de 4 mil habitantes, no interior de Minas, e sempre sonhei em estar em um festival como Cannes. Voltar com esse prêmio é sensacional”, disse, emocionado, o protagonista.
Com direção de Marcelo Caetano, de Corpo Elétrico, que assina o roteiro ao lado de Gabriel Domingues, Baby narra a história de uma paixão tumultuada, de uma amizade cheia de desencontros. Quando o jovem Wellington, interpretado por João Pedro Mariano, deixa o Centro de Detenções sem o apoio da família biológica, é acolhido por um garoto de programa, Ronaldo, vivido por Ricardo Teodoro. Priscila, papel de Ana Flavia Cavalcanti, a ex-mulher de Ronaldo e mãe de seu filho, e sua parceira Janaína, vivida por Bruna Linzmeyer, abrem as portas de sua casa para que Baby possa se encontrar em uma nova família.
Ricardo Teodoro e João Pedro Mariano, de Baby, na premiação
A fotografia é assinada por Joana Luz e Pedro Sotero; a direção de arte é de Thales Junqueira e a montagem de Fabian Remy; Gabriela Campos assina o figurino e a maquiagem é de Tatiana Manfrim. A trilha sonora original é de Bruno Prado e Caê Rolfsen.
Baby é uma coprodução entre Brasil, França e Holanda e contou com recurso públicos geridos pela ANCINE, Agência Nacional do Cinema, e apoio do Aide Aux Cinémas Du Monde, Centre national du cinéma et de l’image animée e do Institut Français. Foi produzido com o apoio do HBF, Hubert Bals Fund, do Festival de Roterdã, e do NFF, Netherlands Film Fund. É uma coprodução da Spcine, Telecine, Canal Brasil e Vitrine Filmes, que também assina a distribuição.
O cinema brasileiro também marcou presença nesta edição com o curta-metragemA Menina e o Pote, de Valentina Homem, que foi exibido em competição, mas, infelizmente, não foi premiado.
Conheça os vencedores da Semana da Crítica 2024:
GRANDE PRÊMIO Simon de la montaña (Simon of the mountain), de Federico Luis (Argentina/Chile/Uruguai)
PRÊMIO DO JÚRI Blue Sun Palace, de Constance Tsang (EUA)
PRÊMIO LOUIS ROEDERER FOUNDATION | REVELAÇÃO Ricardo Teodoro, por Baby
MELHOR CURTA-METRAGEM | PRÊMIO DISCOVERY LEITZ CINE Montsouris, de Guil Sela (França)
PRÊMIO GAN FOUNDATION DE DISTRIBUIÇÃO Julie zwijgt (Julie Keeps Quiet), de Leonardo Van Dijl (Bélgica/Suécia) (Jour2Fête)
PRÊMIO SACD (Society of Dramatic Authors and Composer) Julie zwijgt (Julie Keeps Quiet), escrito por Ruth Becquart e Leonardo Van Dijl
PRÊMIO CANAL+ | CURTA-METRAGEM Noksan, de Cem Demirer (Turquia)
Sophie Charlotte em O Rio do Desejo: filme premiado
Foram anunciados neste sábado, 18/05, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, em cerimônia apresentada pela atriz Karine Teles, os vencedores do Prêmio ABC 2024, realizado pela Associação Brasileira de Cinematografia.
Nesta 24ª edição, o filme O Rio do Desejo, de Sérgio Machado, e a série Cangaço Novo, exibida no Prime Video, se destacaram com dois prêmios cada. Os vencedores foram anunciados pelo diretores de fotografia Mustapha Barat, Walter Carvalho e Jorge Mario Vera, pelas atrizes Iza Moreira, Camila Márdila, Juliana Albuquerque e Virginia Cavendish, pelos atores Fernando Pavão, Ricardo Corte Real, Wesley Salatiel e Christian Malheiros, pelo diretor Pedro Serrano e pela montadora Coti Donoso, além de representantes de diversas empresas parceiras.
Durante a cerimônia, que foi transmitida pelo YouTube, também foram anunciados os sócios e as sócias que receberam o direito de assinar com a sigla ABC: os diretores de fotografia Alexandre Ramos, André Horta, João Castelo Branco, Leo Sassen, Popy Ribeiro, Reynaldo Zangrandi e William Andrade; as diretoras de arte Ana Mara Abreu e Glauce Queiroz; o diretor de arte Chico de Andrade; e o técnico de som Pedro Sá Earp.
Outro destaque da cerimônia foi a entrega do Prêmio ABC para a diretora de fotografia Kátia Coelho, homenageada da noite por sua trajetória. A homenagem contou com um texto escrito e apresentado pela diretora Lina Chamie.
A Associação Brasileira de Cinematografia, hoje presidida por Mustapha Barat, foi fundada em 2 de janeiro de 2000 e reúne profissionais do audiovisual brasileiro, especialmente diretores e diretoras de fotografia, com o objetivo de incentivar a troca de ideias e informações para democratizar e multiplicar o aperfeiçoamento técnico e artístico da categoria.
Conheça os vencedores do Prêmio ABC 2024:
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO O Rio do Desejo, por Adrian Teijido
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO Vento na Fronteira, por Alziro Barbosa
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO O Sequestro do Voo 375, por Rafael Ronconi
MELHOR MONTAGEM | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO O Rio do Desejo, por Ricardo Farias, Marcelo Junqueira e Felipe Duarte Ferpa
MELHOR MONTAGEM | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você, por João Wainer
MELHOR SOM | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO Mussum, o Filmis, por Evandro Lima, Rodrigo Noronha, Gustavo Loureiro, Acácia Lima e Tomás Alem
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | CURTA-METRAGEM Yãmî Yah-Pá, por Bento Marzo
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | SÉRIE DE TV Cangaço Novo (episódio 3), por Azul Serra
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE | SÉRIE DE TV Rio Connection (episódio 4), por Valéria Costa
MELHOR SOM | SÉRIE DE TV Cangaço Novo (episódio 3), por George Saldanha, Anderson Ferreira, Alessadro Laroca, Guilherme Marinho e Eduardo Virmond
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | VIDEOCLIPE Fé nas Maluca, de IZA e MC Carol; por Victor Alencar
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | FILME PUBLICITÁRIO Ninho: Aprendendo Juntos, por Lícia Arosteguy
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | FILME ESTUDANTIL Os Peixes Mais Lindos do Mundo, por Gabriel Saraiva e Gabriela Pazini (ESPM Rio)
Leona Jhovs em Procuro Teu Auxílio para Enterrar um Homem, de Anderson Bardot
A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais divulgou recentemente os títulos inscritos para o primeiro turno do Prêmio Grande Otelo 2024, antes chamado de Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que acontecerá no dia 28 de agosto, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro.
Os títulos serão avaliados pelos membros da Academia, que depois escolherão os finalistas da 23ª edição em 29 categorias. No ano passado, o longa Marte Um, de Gabriel Martins, foi o grande vencedor com oito troféus. Os curtas premiados em 2023 foram: Big Bang, de Carlos Segundo; Território Pequi, de Takumã Kuikuro; e A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno.
Neste ano, a Academia repete a parceria com o site Porta Curtas e os indicados ao Troféu Grande Otelo nas categorias de curta-metragem neste primeiro turno estão disponíveis gratuitamente para o público (clique aqui). A seleção apresenta alguns dos filmes mais instigantes da última temporada, compondo um panorama diversificado da rica produção de curtas do ano que passou; são 62 filmes brasileiros entre ficção, documentário e animação.
O resultado da votação interna da comunidade do Porta Curtas, que não interfere no resultado final do Prêmio Grande Otelo, será divulgado no próprio site. Paralelamente, os membros da Academia Brasileira de Cinema escolhem os finalistas em cada categoria entre todos os selecionados deste primeiro turno e, depois, elegem os vencedores.
Vale destacar que os filmes Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari; O Condutor da Cabine, de Cristiano Burlan; Peixes Vivos, de Bob Yang, Frederico Evaristo e Bru Fotin; e Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando, de Aida Harikariyoma Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yanomami também foram selecionados pela Academia Brasileira de Cinema, mas não estão disponíveis para exibição por questões contratuais.
Conheça os curtas selecionados para o primeiro turno de 2024 e disponíveis no Porta Curtas:
FICÇÃO
A Menina e o Mar, de Gabriel Mellin (RJ) A Pia, de Eduardo Mattos (SP) Cabana, de Adriana de Faria (PA) Deixa, de Mariana Jaspe (RJ) Lapso, de Caroline Cavalcanti (MG) Mergulho, de Marton Olympio e Anderson Jesus (SP) Moventes, de Jefferson Cabral (RN) Nina e o Abismo, de Alice Name-Bomtempo (RJ) O Cavalo de Pedro, de Daniel Nolasco (GO) O Último Rock, de Diego de Jesus (ES) Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP) Procuro Teu Auxílio para Enterrar um Homem, de Anderson Bardot (ES) Quentinha, de Rwanyto Oscar Santos (CE) Quinze Quase Dezesseis, de Thais Fujinaga (SP) Ramal, de Higor Gomes (MG) Remendo, de Roger Ghil (Gg Fakolade) (ES) Se Precisar de Algo, de Mariana Cobra (SP) Solos, de Pedro Vargas (SP) Vão das Almas, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape (DF) Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas (RJ)
DOCUMENTÁRIO
A Alma das Coisas, de Douglas Soares e Felipe Herzog (RJ) A Edição do Nordeste, de Pedro Fiuza (RN) Arruma um Pessoal pra Gente Botar uma Macumba num Disco, de Chico Serra (RJ) As Marias, de Dannon Lacerda (MS) Caixa Preta, de Bernardo Oliveira e Saskia (RJ/SP) Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (SP) Céu, de Valtyennya Pires (PB) Dourado, de Marx Braga (RJ) E Nada Mais Disse, de Julia Menna Barreto (RJ) Eu, Negra, de Juh Almeida (BA) Ferro’s Bar, de Aline A. Assis, Fernanda Elias, Nayla Guerra e Rita Quadros (SP) Macaléia, de Rejane Zilles (RJ) Onde a Floresta Acaba, de Otavio Cury (SP) Pastrana, de Gabriel Motta e Melissa Brogni (RS) Pirenopolynda, de Bruno Victor, Izzi Vitório e Tita Maravilha (GO) Por Favor Leiam para que Eu Descanse em Paz, de Anna Costa e Silva e Nanda Félix (RJ) Pulmão de Pedra, de Torquato Joel (PB) Quem de Direito, de Ana Galizia (RJ) Vãnh Gõ Tõ Laklãnõ, de Flávia Person, Barbara Pettres e Walderes Coctá Priprá (SC)
ANIMAÇÃO
A Tábua de Esmeralda, de Felippe Moraes (SP) Apontamentos de Curva _ Correnteza, de Flavia Regaldo (SP) Barra Nova, de Diego Maia (CE) Cadim, de Luiza Pugliesi Villaça (SP) Carcinização, de Denis Souza (RS) Cem Pilum: A História do Dilúvio, de Thiago Morais (AM) Ciranda Feiticeira, de Lula Gonzaga e Tiago Delácio (PE) Depois do Sonho, de Ayodê França (PE) Diafragma, de Robson Cavalcante (AL) Diamantes de Acayaca, de Fernanda Roque e Francisco Franco (MG) Era uma Noite de São João, de Bruna Velden (PB) Ernesto, de Fernanda Roque (MG) Eu Nunca Contei a Ninguém, de Douglas Duan (PE) Guaracy, de Daniel Bruson e Eliete Della Violla (SP) Jussara, de Camila Cordeiro Ribeiro (BA) Lapso, de Mônica Moura (SP) Maréu, de Nicole Schlegel (RJ) Mulher Vestida de Sol, de Patrícia Moreira (BA) Noite no Ar, de Nino Pereira (SP) Pária, de Daniel Bruson (SP) Pressure, de Che Marcheti (SP) Quintal, de Mariana Netto (BA) Secret Id, de Nivaldo Godoy Jr. (SP)