Notícias

Fique por dentro de tudo o que acontece no universo do cinema!

Conheça os filmes selecionados para o 3º Curta Caicó; festival será on-line

por: Cinevitor

boloinocentescurtacaicoMônica Augusto no curta Um Bolo para os Inocentes, de Giovanni Rizzo e Livia Collino.

Foram anunciados nesta quarta-feira, 29/07, os filmes selecionados para a terceira edição do Curta Caicó, que acontecerá de forma on-line, por conta da pandemia de Covid-19, entre os dias 8 e 16 de agosto. Realizado no interior do Rio Grande do Norte, o festival vem se consolidando como uma importante vitrine de exibição e fomento ao cinema nacional.

Neste ano, o Curta Caicó recebeu 662 inscrições de todo o país. Ao todo, serão exibidos 115 filmes divididos em quatro mostras Competitivas: Nacional, Nordeste, Potiguar e Seridó; e seis Mostras Paralelas: Diversidade, Diálogos de Cinema, Cine Pax, Cine Rio Branco, Cine Alvorada e Cine São Francisco. Além das mostras de filmes, o Curta Caicó também realizará diversas atividades formativas, entre oficinas de cinema e outras programações, no canal oficial do festival no YouTube.

Toda a programação será gratuita e os filmes concorrerão a prêmios especiais e também da crítica especializada. Além disso, o público poderá escolher seu vencedor através do voto pelo júri popular. Os internautas terão acesso aos filmes, mediante um cadastro básico no site do festival. Clique aqui.

Conheça os filmes selecionados para o Curta Caicó 2020:

MOSTRA NACIONAL

Aquele Casal, de William de Oliveira (PR)
Aqueles Dois, de Émerson Maranhão (CE)
A Volta para Casa, de Diego Freitas (SP)
Conexões, de Rafael Jardim (BA)
Diz que é Verdade, de Claryssa Almeida e Pedro Estrada (MG)
Ex-humanos, de Mariana Porto (PE)
Faixa de Gaza, de Lúcio Cesar Fernandes (PB)
Julieta de Bicicleta, de Juliana Sanson (PR)
Mauro, de João Gabriel Caffarelli (DF)
Nuvem Negra, de Flávio Andrade (PE)
Onze Minutos, de Hilda Lopes Pontes (BA)
O Véu de Amani, de Renata Diniz (DF)
Sem Asas, de Renata Martins (SP)
Seremos Ouvidas, de Larissa Nepomuceno (PR)
Um dois um: Crônicas de Homicídios, de Ana Calline (PB)

MOSTRA POTIGUAR

A Casa do Doido Alexandre, de Geraldo Cavalcanti
Antrum, de Helena Sebastiana
A Tradicional Família Brasileira Katu, de Rodrigo Sena
Bascuio, de Tupan Diego
Casa com Parede, de Dênia Cruz
Distorção, de Davi Revoredo e Paula Pardillos
Em Reforma, de Diana Coelho
Epitáfio, de Jonathan DeAssis
Júlia Porrada, de Igor Ribeiro
Madrigal: um conto de imagens por palavras, de Felipe Oliveira e Gustavo Alcântara
Natureza do Homem, de André Santos
Paralise, de Julia Sena
Pedras Não Flutuam, de Lara Ovídio
Quando o Vento Passar, de Plínio Sá
Salvar, Curar e Soltar, de Gustavo Guedes

MOSTRA SERIDÓ

A Bulandeira, de Joelma Lobo e Danúbio Silva
As Flores de Cacto do João XXIII, de Bruna Justa
A Vila do Sossego, de Alex Macedo
Do Passado ao Fracasso, de Ângelo Gabriel de Lucena Félix
Leila, de Erick Henrique
Mãos que Transformam, de Acácio Medeiros
Morgana, de Alex Macedo
Prelúdio, de Dynho Silva
Sicários, de Gabriel Santos e Danúbio Silva
Trans la del Barrio, de Freddie Araujo

MOSTRA NORDESTE

Ana Terra, de Direção Coletiva (AL)
Besta-fera, de Wagno Goez (AL)
Caetana, de Caio Bernardo (PB)
Dos Filhos Deste Solo és Mãe, de Antonio Fargoni (PE)
Fim, de Ana Dinniz (PB)
Quitéria, de Tiago Neves (PB)
Nadir, de Fábio Rogério (SE)
O Balido Interno, de Eder Deó (PE)
Pelano!, de Chris Mariani e Calebe Lopes (BA)
Quando vier a primavera, se eu já estiver morto…, de Robson Lima (CE)
Rebento, de Vinicius Eliziario (BA)
Reinado Imaginário, de Hipólito Lucena (PB)
Rosário, de Juliana Soares e Igor Travassos (PE)
Seiva, de Ramon Batista (PB)
Trincheira, de Paulo Silver (AL)

MOSTRAS PARALELAS:

DIVERSIDADE

Alfazema, de Sabrina Fidalgo (RJ)
Batom Vermelho Sangue, de R.B. Lima (PB)
Campo Minado, de Jessica Teleze (SP)
Desyrrê, de Marlom Meirelles e Oficinas Documentando (PE)
Marie, de Leo Tabosa (PE)
Martelo, bigorna e estribo, de J.P. Moraes (RJ)
Os Últimos Românticos do Mundo, de Henrique Arruda (PE)
Quântica, de Tati Lenna (SP)
Selma Depois da Chuva, de Loli Menezes (SC)
Tônica da Cidade, de Viviane Rodrigues (SP)

SESSÃO DIÁLOGOS DE CINEMA

Etnomídia Indígena Brasileira, de Icaro Cooke Vieira (SP)
Inspirações, de Ariany de Souza (RJ)
O Cinema é um Encontro, de Urbanocine (RN)
O Cinema que Não Se Vê, de Erik Ely (GO)
O Fantasma de Glauber Rocha, de L. H. Girarde (BA)
O Roteirista, de Davi Frizzo (RS)
Procura-se Sonhadores, de Daniel Gouveia (SP)
Roda Viva, de Yuri Melo (CE)
Travelling Adiante, de Lucio Branco (RJ)
Um Bolo para os Inocentes, de Giovanni Rizzo e Livia Collino (SP)

MOSTRA CINE PAX

Raimundo Quintela o caçador de Vira Porco, de Robson Fonseca (PA)
KABUUUM!, de Silvio Toledo (PB)
Pranto, de Jaime Guimarães (PB)
Noia, de Thiago Rodrigues (PB)
Quaresma, de Adriano Gomez (SP)
As Viajantes, de Davi Mello (SP)
Antônia, de Flávio Carnielli (SP)
290 Venenos, de Petter Baiestorf (MT)
Mamãe Tem um Demônio, de Demerson Souza (SP)
A Mulher da Pele Azul, de Esther Arruda e Pedro Ulee (CE)

MOSTRA CINE ALVORADA

A Visita, de Maykon Rodrigues (GO)
Blackout, de Rossandra Leone (RJ)
Como segurar uma nuvem no chão, de Marco Aurélio Gal (SP)
Concreto Cinza Abstrato, de Henrique Grise (SP)
Ditadura Roxa, de Matheus Moura (MG)
DNA-M Deus Não Acredita em Máquinas, de Ely Marques (PB)
Em Cima do Muro, de Hilda Lopes Pontes (BA)
O Sorriso de Felícia, de Klaus Hastenreiter (BA)
Sirumi, de Thiago Camargo (GO)
Teoria Sobre um Planeta Estranho, de Marco Antônio Pereira (MG)

MOSTRA CINE RIO BRANCO

Almofada de Penas, de Joseph Specker Nys (SC)
A Casa e o Medo, de Eduardo Aliberti, Henrique Truffi e Valentina Salvestrini (SP)
A Fantástica Vida Breve do Sr. Massinha, de Diego Goes (SP)
Apneia, de Carol Sakura e Walkir Fernandes (PR)
Gato The Cat – O gato sem botas, de Paula de Abreu (MG)
Hornzz, de Lena Franzz (RJ)
Linha, de Francisco Lira (SP)
Quando a Chuva Vem?, de Jefferson Batista (PE)
Sonhos da Isah: O Baú do Papai, de Joao Ricardo Costa (SC)
Vivi Lobo e o Quarto Mágico, de Isabelle Santos e E. M. Z. Camargo (PR)

MOSTRA CINE SÃO FRANCISCO

As Constituintes de 88, de Gregory Baltz (RJ)
Aperto, de Alexandre Estevanato (SP)
Brasil, Cuba, de Bertrand Lira e Arturo De la Garza (PB)
Depois, de Marcello Quintella e Boynard (RJ)
Hiato, de Diogo Blanco (PR)
Licença Poética, de Ilaine Melo (SC)
O Bé Desse Bode é Ibérico, de Carito Cavalcanti (RN)
O Medo das Árvores, de Édier William (RO)
Sábado Não é Dia de ir Embora, de Luísa Giesteira (RJ)
Vista para Dias Nublados, de Ana Luísa Moura (RJ)

Foto: Nathália Gardim.

Festival de Locarno 2020 anuncia exibições on-line e produções brasileiras na programação

por: Cinevitor

membylocarnoCena do curta brasileiro Memby, de Rafael Castanheira Parrode.

Em abril deste ano, a organização do Festival de Cinema de Locarno decidiu cancelar sua 73ª edição por conta da pandemia de Covid-19. O evento, que ocorre durante o verão suíço, é conhecido pelas exibições ao ar livre na icônica Piazza Grande, com um público de oito mil pessoas. Com a impossibilidade de preservar o espírito do festival, com projeções no maior espaço ao ar livre da Europa, a organização, até então, tinha optado por não realizar uma edição on-line.

Neste ano, para continuar apoiando o cinema independente, foi criada uma iniciativa chamada Locarno 2020 – For the Future of Films, com a seção The Films After Tomorrow, que consiste em prêmios monetários que serão entregues a realizadores cujos filmes e projetos foram cancelados ou adiados pela pandemia e causaram danos econômicos. O evento acontecerá entre os dias 5 e 15 de agosto.

A diretora artística Lili Hinstin e o comitê de seleção do Festival de Locarno avaliaram 545 projetos, de 101 países diferentes. A partir disso, a equipe escolheu vinte nomes que concorrerão ao prêmio Leopardo 2020: dez projetos internacionais e dez na seleção suíça. Com a proposta de colaborar financeiramente na realização dos projetos afetados pela pandemia ou na retomada das produções, os prêmios serão: 70 mil francos suíços (internacional e suíço); Prêmio Campari de 50 mil francos suíços; e Prêmio Swatch de 30 mil francos suíços (internacional). Além disso, um projeto suíço também será contemplado com uma campanha televisiva promocional.

Entre os selecionados para a mostra The Films After Tomorrow, dois projetos brasileiros se destacam: Cidade;Campo, de Juliana Rojas; e Selvajaria, de Miguel Gomes, uma coprodução entre Portugal, França, Brasil, China e Grécia.

O júri dos projetos internacionais será formado por: Kelly Reichardt, cineasta americana; Nadav Lapid, cineasta israelense; e Lemohang Jeremiah Mosese, de Lesoto, roteirista, cineasta e diretor de fotografia. O júri dos projetos suíços contará com: Alina Marazzi, cineasta italiana; Matías Piñeiro, diretor argentino; e Mohsen Makhmalbaf, cineasta iraniano.

terraemtranselocarnoPaulo Autran em Terra em Transe, de Glauber Rocha.

Além disso, a organização resolveu realizar a mostra Pardi di domani de curtas-metragens em formato on-line. Neste ano, 2.200 filmes foram inscritos e 43 selecionados (12 nacionais e 30 internacionais); os estrangeiros disputam os prêmios Pardino d’oro e o Pardino d’argento. O júri será formado por Kiri Dalena, Mamadou Dia e Claudette Godfrey. Na seleção, destaca-se o brasileiro Memby, de Rafael Castanheira Parrode. A sinopse diz: vislumbres e brilhos de luz nos levam ao caminho sonhador de um lugar atemporal, imerso na natureza antiga. Lá, os ancestrais vão além da escuridão, buscando criar outro mundo (im)possível.

Rafael Castanheira Parrode é um pesquisador, curador, produtor e cineasta nascido em Goiânia. Na Barroca Filmes, produziu vários curtas e longas-metragens, como Taego Ãwa e Mascarados, ambos de Marcela Borela e Henrique Borela. Ele é um dos diretores artísticos e programadores internacionais do Fronteira Festival. Seu primeiro curta, Bom dia Santa Maria, estreou na Mostra de Cinema de Tiradentes em janeiro deste ano.

A edição Locarno 2020 – For the Future of Films será diferente das outras. Além do formato on-line, o festival também realizará algumas exibições físicas em três cinemas da cidade e de Muralto. O longa de abertura deste ano será o drama First Cow, de Kelly Reichardt, que será exibido no cinema GranRex. Já a noite de encerramento do festival abordará o conceito de isolamento em uma série de filmes. Será exibido o curta La France contre les robots, do cineasta francês Jean-Marie Straub, homenageado em Locarno em 2017, além de nove curtas do projeto Collection Lockdown, da Swiss Filmmakers.

Com o formato virtual, será garantido um máximo de 1.590 espectadores on-line, equivalente ao número total de espectadores físicos que podem assistir às exibições de curtas-metragens em Locarno a cada ano. Essas entradas virtuais gratuitas deverão ser reservadas no site do festival pelo menos 24 horas antes da exibição. Paralelamente a esse novo modo de exibição, ainda haverá exibições teatrais clássicas. A mostra Open Doors Screenings também está garantida nesta edição, com filmes que destacam as produções da Indonésia, Filipinas, Malásia e Myanmar, focada no sudeste da Ásia e Mongólia.

A 73ª edição do Festival de Cinema de Locarno traz outra novidade: cineastas selecionados para a seção The Films After Tomorrow serão responsáveis por  uma nova mostra, chamada A Journey in the Festival’s History, que destaca a história do festival. Os realizadores escolheram vinte títulos emblemáticos para representar a trajetória do evento. Todos os filmes estarão disponíveis para visualização on-line em toda a Suíça, enquanto dez títulos serão exibidos nos cinemas de Locarno. O cineasta argentino Lisandro Alonso escolheu o longa brasileiro Terra em Transe, de Glauber Rocha, premiado em Locarno em 1967.

Conheça os projetos internacionais selecionados para a mostra The Films After Tomorrow:

Chocobar, de Lucrecia Martel (Argentina/EUA/Holanda); produzido por Rei Cine: Benjamin Domenech/Louverture Films/Lemming Film

Cidade;Campo, de Juliana Rojas (Brasil); produzido por Dezenove Som e Imagens: Sara Silveira

De Humani Corporis Fabrica (The Fabric of the Human Body), de Verena Paravel e Lucien Castaing-Taylor (França/EUA); produzido por Norte Productions: Valentina Novati/Sensory Ethnography Lab: Verena Paravel/Lucien Castaing-Taylor

Eureka, de Lisandro Alonso (França/Alemanha/Portugal/México/Argentina); produzido por Luxbox: Fiorella Moretti e Hédi Zardi, Komplizen/Rosa Filmes/Mr. Woo/4L

Human Flowers of Flesh, de Helena Wittmann (Alemanha/França); produzido por Fünferfilm: Frank Scheuffele, Karsten Krause e Julia Cöllen/Tita Productions: Christophe Bouffil

I Come From Ikotun, de WANG Bing (França/China); produzido por Idéale Audience: Hélène Le Coeur e Pierre-Olivier Bardet/WIL Productions: Lihong Kong

Kapag Wala Nang Mga Alon (When The Waves Are Gone), de Lav Diaz (Filipinas/França/Portugal/Dinamarca); produzido por Films Boutique: Jean-Christophe Simon e Gabor Greiner/Epicmedia Productions: Bianca Balbuena e Bradley Liew/Rosa Filmes: Joaquim Sapinho/Snowglobe Film: Eva Jakobsen, Katrin Pors e Mikkel Jersin

Nowhere Near, de Miko Revereza (Filipinas/México/EUA); produzido por Los Otros: Shireen Seno/Cine Droga

Petite Solange (Little Solange), de Axelle Ropert (França); produzido por Aurora Films: Charlotte Vincent

Selvajaria (Savagery), de Miguel Gomes (Portugal/França/Brasil/China/Grécia); produzido por O SOM E A FÚRIA: Luís Urbano/Shellac Sud/RT Features/Rediance Films/Faliro House

A JOURNEY IN THE FESTIVAL’S HISTORY:

Alemanha, Ano Zero, de Roberto Rossellini (1948)
– vencedor do Grande Prêmio e melhor roteiro original
*escolhido por Pierre-François Sauter

Comizi d’amore, de Pier Paolo Pasolini (1964)
*escolhido por Anna Luif

Terra em Transe, de Glauber Rocha (1967)
– vencedor do Grande Prêmio, Prêmio FIPRESCI e Prêmio dos críticos da Suíça
*escolhido por Lisandro Alonso

O Último a Rir, de Alain Tanner (1969)
– vencedor do Leopardo de Ouro
*escolhido por Raphaël Dubach e Mateo Ybarra

Invasión, de Hugo Santiago (1969)
– Menção Especial do Júri
*escolhido por Andreas Fontana

Em Caso de Perigo e de Grande Risco, o Meio-Termo Leva à Morte, de Alexander Kluge e Edgar Reitz (1974)
*escolhido por Juliana Rojas

India Song, de Marguerite Duras (1975)
*escolhido por Helena Wittmann

Pesadelo Perfumado, de Kidlat Tahimik (1977)
*escolhido por Verena Paravel e Lucien Castaing-Taylor

E nachtlang Füürland, de Clemens Klopfenstein e Remo Legnazzi (1981)
*escolhido por Michael Koch

Estranhos no Paraíso, de Jim Jarmusch (1984)
– vencedor do Leopardo de Ouro e Menção Especial do júri do Prêmio Ecumênico
*escolhido por Marí Alessandrini

Os Terroristas, de Edward Yang (1986)
– vencedor do Leopardo de Prata
*escolhido por Eric Baudelaire

O Bobo, de José Álvaro Morais (1987)
– vencedor do Leopardo de Ouro
*escolhido por Miguel Gomes

O Sétimo Continente, de Michael Haneke (1989)
– vencedor do Prêmio Ernest Artaria
*escolhido por Lav Diaz

Metropolitan, de Whit Stillman (1990)
– vencedor do Leopardo de Prata
*escolhido por Axelle Ropert

Rapado, de Martín Rejtman (1992)
*escolhido por Lucrecia Martel

Au nom du Christ, de Roger Gnoan M’Bala (1993)
*escolhido por Mohammed Soudani

Um Instante de Inocência, de Mohsen Makhmalbaf (1996)
– Menção Especial do júri
*escolhido por Miko Revereza

Cavalo Dinheiro, de Pedro Costa (2014)
– vencedor do prêmio de melhor direção e Don Quixote Award
*escolhido por WANG Bing

Não é um Filme Caseiro, de Chantal Akerman (2015)
*escolhido por Cyril Schäublin

M, de Yolande Zauberman (2018)
– vencedor do Prêmio LFW
*escolhido por Elie Grappe

Confira a lista completa com os selecionados suíços e mais informações no site do evento.

Foto: Divulgação/Barroca Filmes.

2ª Mostra de Cinema Egípcio Contemporâneo apresenta 24 títulos e programação on-line

por: Cinevitor

cinemaegipcio2020Hend Sabri em O Elefante Azul 2, de Marwan Hamed.

A segunda edição da Mostra de Cinema Egípcio Contemporâneo, realizada pelo CCBB, Centro Cultural Banco do Brasil, acontecerá entre os dias 29 de julho e 23 de agosto, de forma gratuita e totalmente on-line por conta da pandemia de Covid-19.

A mostra apresenta uma seleção de 24 títulos feita pelo produtor e curador Amro Saad, egípcio naturalizado brasileiro. São obras realizadas entre 2011 e 2019, que revelam a nova geração de cineastas egípcios em documentários e ficções, da comédia ao terror. As produções vão desde premiados sucessos comerciais a filmes experimentais independentes que abordam temas antes pouco debatidos, de forma direta ou através de metáforas.

Além da exibição diária dos filmes pelo site do evento (clique aqui), serão realizados workshops, palestras e debates com diretores. A sessão especial de abertura será com o documentário Para onde foi Ramsés?, que terá um debate com o curador e o diretor Amr Bayoumi e um show da banda Mazaher, que fez a música do filme, tudo transmitido diretamente do Cairo.

“Mergulhada no contexto pós 2011, a segunda edição da Mostra apresenta a transformação da indústria cinematográfica egípcia. Evidencia a quebra de paradigmas e, principalmente, um novo olhar, que coaduna com a luta contínua pelas questões sociais, e avança para o entendimento e a percepção dos egípcios sobre sua própria identidade e estilo de vida. Com isso, soma ao debate dos direitos sociais a conscientização sobre o significado da vida”, comenta o curador e produtor Amro Saad.

A programação completa da mostra estará disponível gratuitamente, basta realizar um cadastro com o número do CPF. Todos os dias serão exibidos dois filmes e cada filme passa duas vezes, em horários e dias diferentes. Serão realizadas sessões inclusivas (com legenda descritiva ou audiodescrição) e a apresentação da abertura terá tradução para Libras.

Entre os destaques da mostra estão: o filme de terror O Elefante Azul 2, o maior sucesso de bilheteria da história do cinema egípcio; o documentário Joana d’Arc Egípcia, que discute as experiências das mulheres egípcias após a revolução de janeiro de 2011; a comédia Como um Palito de Fósforo, que homenageia as grandes estrelas da Era de Ouro do cinema egípcio; e Eu Tenho uma Foto, documentário que conta a história do cinema egípcio através da trajetória de Motawe Eweis, figurante que trabalhou em cerca de mil filmes, desde os anos 1940 até hoje.

Sueli Voltarelli, gerente geral do CCBB Rio de Janeiro, destaca a importância dos eventos on-line: “Desde março, quando os Centros Culturais Banco do Brasil Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo interromperam as suas atividades presenciais, temporariamente, como medida de segurança contra o novo coronavírus, estamos trabalhando para oferecer conteúdos exclusivos de arte e cultura em meios digitais pelo #CCBBemCasa. O projeto Cinema Egípcio Contemporâneo é mais um passo importante dessa iniciativa. É a primeira vez em nossa história de 30 anos que realizamos uma mostra cinematográfica totalmente on-line e gratuita. Além de 24 títulos, serão oferecidos workshops, palestras com diretores, sessão especial de abertura e concerto musical. Tudo isso para que o nosso público continue tento acesso à programação do CCBB na segurança de suas casas”.

Para uma imersão completa no Egito, o público poderá fazer uma visita virtual 360º na exposição sobre o Egito Antigo, realizada pelo Centro Cultural Banco do Brasil. Clique aqui.

Conheça os filmes selecionados da 2ª Mostra de Cinema Egípcio Contemporâneo:

Para onde foi Ramsés? (Where Did Ramses Go?), de Amr Bayoumi (Egito, 2019)
Sinopse: O documentário mostra o maior processo de transferência que as ruas do Cairo já testemunhou. A grandiosa estátua de Ramsés foi transportada da praça que recebeu o seu nome, uma das maiores praças do Cairo, até seu novo local, o grande museu egípcio. Uma jornada que levou mais de 12 horas na encantadora atmosfera do Cairo.

Fotocópia (Photocopy), de Tamer Ashry (Egito, 2017)
Sinopse: Quando um velho aposentado no Cairo começa a aprender sobre a extinção de dinossauros, desencadeia uma série de eventos que darão à sua vida um significado renovado.

Pó de Diamante (Diamond Dust), de Marwan Hamed (Egito, 2018)
Sinopse: A trama gira em torno de Taha, que trabalha para uma empresa farmacêutica e vive uma vida extremamente chata com seu pai deficiente. A vida de Taha é virada de cabeça para baixo depois que um assassinato misterioso revela muitos segredos, arrastando Taha para o mundo do crime e da corrupção.

Yomeddine: Em Busca de um Lar, de Abu Bakr Shawky (Egito, 2018)
Sinopse: Beshay é um coletor de lixo que decide sair do confinamento de uma colônia de leprosos e partir para o Egito em busca da família. Ele viaja com seu aprendiz órfão ao longo do Nilo, ficando cara a cara com a maldição de ser um estranho.

Entre Dois Mares (Between two seas), de Anas Tolba (Egito, 2019)
Sinopse: Uma família de uma área rural no Egito é dividida após um trágico acidente. A busca de uma mãe por redenção, vingança e esperança define os eventos dessa história dramática de uma sociedade esquecida.

Joana d’Arc Egípcia (Egyptian Jeanne D’arc), de Iman Kamel (Egito, 2016)
Sinopse: O diário perdido de uma garota beduína (Jehanne) inspira a jornada de um cineasta (Kamel). O documentário discute as experiências das mulheres egípcias após a revolução de janeiro de 2011 através de formas de arte desafiadoras. Jehanne escreve sobre querer se libertar do mundo dominado pelos homens e se tornar dançarina. Kamel decide encontrar Jehanne se conectando com outras sete artistas egípcias.

O Portão de Partida (The Gate of Departure), de Karim Hanafy (Egito, 2014)
Sinopse: Uma meditação sobre tristeza, morte e aprisionamento psicológico que dispensa diálogo e narrativa para uma experiência visual que quebra as convenções.

Horário do Cairo (Cairo Time), de Amir Ramses (Egito, 2014)
Sinopse: Três histórias acontecem ao longo de um único dia no Cairo. Lila, uma atriz aposentada, está procurando Sameh, sua última coestrela. Salma está namorando Wael e está em seu apartamento. Hazem é um jovem traficante de drogas que foge de Alexandria para o Cairo e encontra um velho homem com a doença de Alzheimer. Os personagens se encontram em momentos decisivos de suas vidas.

Sheikh Jackson, de Amr Salama (Egito, 2017)
Sinopse: Sheikh Jackson narra a história de um clérigo islâmico que tem uma paixão secreta por Michael Jackson. Ele passa por uma crise de fé ao saber da morte de seu cantor pop favorito.

Les Petits Chats, de Sherif Nakhla (Egito, 2015)
Sinopse: O documentário destaca o surgimento da lendária banda de rock Les Petits Chats, que foi formada em 1976, abrangendo Wagdi Francis junto com Ezzat Abu Ouf e Omar Khairat. Os membros da banda se reúnem 30 anos depois para a performance de uma noite.

Mawlana, de Magdi Ahmed Ali (Egito, 2016)
Sinopse: Uma jornada aparentemente tradicional de um jovem sheikh em uma mesquita governamental que deixa de liderar orações para se tornar uma celebridade da TV emitindo fatwas (orientações), que são aceitas por milhões de pessoas. Reconhecido por sua coragem e pelas tentativas de se desviar da retórica religiosa, em uma sociedade influenciada pelo fundamentalismo, Mawlana desafia fronteiras.

Vila 69 (Villa 69), de Ayten Amin (Egito, 2013)
Sinopse: Hussein é um arquiteto em estado terminal, mas encantador, que desfruta de uma rotina solitária em sua antiga casa de família e de uma variedade de visitantes femininas. Sem perceber que seu passado está prestes a alcançá-lo, a irmã de Hussein e seu neto se mudam para casa, interrompendo um estilo de vida bem estabelecido e forçando-o a reexaminar suas ideias sobre vida, amor e família.

Saída para o Sol (Coming Forth By Day), de Hala Lotfy (Egito, 2012)
Sinopse: Vencedor de vários prêmios internacionais, incluindo melhor filme africano no Festival de Cinema Africano de Milão, em 2013, o filme conta a história cotidiana de duas mulheres que cuidam de seu familiar doente.

Decor, de Ahmad Abdalla (Egito, 2014)
Sinopse: Em preto e branco, o longa é um drama psicológico sobre uma designer egípcia chamada Maha. O filme dá uma guinada quando Maha se vê como uma pessoa completamente diferente, uma dona de casa. Capta notavelmente a solidão enfrentada por alguns que sofrem de doenças mentais, bem como os desafios enfrentados por seus entes queridos. O cineasta Ahmad Abdalla cria um belo tributo à Era de Ouro do cinema egípcio das décadas de 1940 e 1950.

Eu Tenho uma Foto (I Have a Picture), de Mohamed Zedan (Egito, 2017)
Sinopse: Com a ajuda de El Homossany, um dos mais antigos diretores assistentes do Egito, Zedan, um jovem cineasta independente, está realizando um documentário sobre Motawe Eweis, que trabalhou como figurante em cerca de mil filmes no cinema egípcio dos anos quarenta até agora.

Mensagens do Mar (Messages from the Sea), de Daoud Abdel Sayed (Egito, 2010)
Sinopse: Após a morte de sua mãe, Yehia decide voltar para Alexandria, o lugar onde ele cresceu e se apaixonou. Desiste do emprego de médico e começa a pescar. Ele aprende muito com as histórias de outras pessoas e descobre o significado da vida enquanto medita no mar.

O Elefante Azul 1 (The Blue Elephant 1), de Marwan Hamed (Egito, 2014)
Sinopse: Após cinco anos afastado, o psiquiatra Dr. Yehia retorna ao seu trabalho apenas para encontrar seu amigo universitário, Sherif, que acabou de chegar para avaliação mental e psicológica por ser acusado de assassinato. Tentando ajudá-lo, Yehia desvenda mistérios que nunca pensou que existissem.

Não Me Beije (Kiss Me Not), de Ahmad Amer (Egito, 2017)
Sinopse: Uma sensual estrela de cinema decide seguir um caminho mais religioso, mas o mundo do entretenimento e seus fãs têm opiniões diferentes sobre sua escolha.

Verde Seco (Akhdar Yabes), de Mohammed Hammad (Egito, 2016)
Sinopse: Iman é uma jovem religiosa conservadora que se incomoda com a opinião dos outros sobre ela e que mantém uma posição rígida sobre a extinção das tradições sociais. Uma terrível descoberta, no entanto, irá fazê-la abandonar todas as tradições às quais um dia foi tão apegada.

Como um Palito de Fósforo (Zay Oud El Kabreet/Like a Matchstick), de Hussein Al Imam (Egito, 2014)
Sinopse: Uma comédia idealizada pelo falecido cineasta Hussein Al Imam para homenagear as super estrelas da Era de Ouro do cinema egípcio. O enredo combina cenas, em preto e branco, estreladas por 21 atores da época com outras cenas escritas e estreladas por Al Imam. O produto final leva à redescoberta dos atores da idade de ouro em um contexto totalmente novo.

Fora do Comum (Out of the Ordinary), de Daoud Abdel Sayed (Egito, 2014)
Sinopse: A história de um médico que tira férias em Alexandria quando sua pesquisa sobre a existência de poderes psíquicos em humanos deixa um espaço em branco. Ele se instala em uma pousada à beira-mar, lar de um grupo excêntrico de personagens.

Caos e Desordem (Harg we Marag), de Nadine Khan (Egito, 2012)
Sinopse: Manal, Zaki e Mounir estão na faixa dos vinte anos. Vivem em uma comunidade caótica, próxima a um depósito de lixo, onde suas necessidades básicas são minimamente atendidas. Sob esta desordem social, existe uma camada de relações problemáticas, em que se misturam amor, decadência e uma disputa entre Zaki e Mounir pelo amor de Manal. Uma competição cujo resultado será decidido por uma partida de futebol.

A Girafa (The Giraffe), de Ahmed Magdy (Egito, 2018)
Sinopse: Ahmed percorre a paisagem noturna do Cairo, ansioso por conseguir dinheiro para pagar pelo aborto de uma jovem, um procedimento que deve ocorrer imediatamente. Ele se depara com um grupo intrigante de jovens, liderado por uma mulher que tem como objetivo resolver o enigma em torno de uma girafa que supostamente está escondida no zoológico do Cairo. À medida que uma cadeia absurda de eventos se desenrola, Ahmed se distrai de sua missão.

O Elefante Azul 2 (The Blue Elephant 2), de Marwan Hamed (Egito, 2019)
Sinopse: Um novo preso no hospital psiquiátrico vira a vida do Dr. Yehia de cabeça para baixo. Ele prenuncia que a morte de toda a sua família está a apenas três dias. Yehia então usa as pílulas de elefante azul na tentativa de controlar as coisas e resolver os quebra-cabeças que ele enfrenta. O longa se tornou o filme egípcio com maior bilheteria na história do cinema egípcio.

*Confira datas e horários da programação completa no site do evento.

Foto: Divulgação.

Um Animal Amarelo, de Felipe Bragança, será o filme de encerramento do IndieLisboa 2020

por: Cinevitor

animalamarelolisboaProtagonista: Higor Campagnaro em cena.

Escrito e dirigido pelo carioca Felipe Bragança, de Não Devore Meu Coração e Tragam-me a Cabeça de Carmen M., Um Animal Amarelo será o filme de encerramento da 17ª edição do IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema, que tem como objetivo promover filmes independentes e apoiar a divulgação destes títulos na capital portuguesa, sendo considerado o maior festival português de cinema.

O evento estava marcado para acontecer no final de abril, porém, por conta da pandemia mundial de Covid-19, foi adiado e confirmado entre os dias 25 de agosto e 5 de setembro. Com isso, será um dos primeiros festivais europeus a acontecer com a presença de público nas salas, que deverão cumprir novas normas de segurança e regras sanitárias.

O diretor Felipe Bragança e parte do elenco, como Catarina Wallenstein, Isabél Zuaa, Matamba Joaquim e Lucília Raimundo, representarão o filme, que teve sua estreia mundial no Festival de Roterdã, em janeiro deste ano, e deve estrear comercialmente em Portugal e no Brasil em novembro. A curadoria do IndieLisboa considerou Um Animal Amarelo como um filme que reúne de forma inovadora alguns dos principais assuntos do ano em Portugal e na Europa: questões pós-coloniais e anticoloniais; além de discutir a atual situação política e cultural no Brasil.

No longa, descrito como uma tragicômica e melancólica fábula tropical sobre as heranças do colonialismo português no Brasil de hoje, Bragança traz suas memórias e impressões de cidadão brasileiro e artista vivendo no conturbado Brasil atual: “O filme é feito no encontro misterioso entre o pesadelo político cultural que estamos vivendo e histórias muito pessoais e escondidas sobre as quais os brasileiros nem sempre gostam de falar”, explica o diretor.

Filmado no Brasil, Portugal e Moçambique, Um Animal Amarelo traz a inquietação do diretor sobre questões de identidade individual e coletiva: “Filmar nesses países não foi como filmar no estrangeiro exatamente, mas filmar ainda mais perto de mim, nesse continente cultural instalado nas minhas vísceras, como que me vendo pela nuca, reinstalado como cineasta brasileiro. E, claro, voltei desse mergulho cheio de dúvidas, com a sensação de que a própria ideia de Brasil como harmonia construída sobre as ruínas coloniais está hoje se desfazendo por completa, e se tornando uma ainda mais nova ruína. Com a sensação de que meu lugar criativo, eu, ‘branco brasileiro’, mestiço de tantos medos e fantasmas, deveria estar além do silêncio diante dos dilemas raciais e culturais que me ocupam o imaginário familiar e pessoal e suas origens ibéricas, ameríndias e africanas”.

E completou: “Porque pensar qualquer construção, ou reconstrução de um sentido de comunidade que possa enfrentar o desmonte conservador e extremista no poder agora, vamos ter de encarar de forma nova a equação da nossa antropofagia cultural para além das sínteses sonhadas no passado. E esse pensamento novo deverá passar pelo fim na crença de um futuro paraíso prometido, mas acreditar na potência de um presente sempre feito da nossa autodestruição, demolição, numa autofagia poética urgente e necessária. Talvez um Neo-Tropicalismo possível, uma nova modernidade almejada que nos tire desse atoleiro conservador, esteja na construção de uma linguagem multi-idiomática, auto-debochada, sem síntese, e que não esteja preocupada em se, e nos, salvar”.

O longa tem produção da carioca Marina Meliande e de Luis Urbano, produtor português de filmes de diretores como Miguel Gomes e Manoel de Oliveira, e traz no elenco o protagonismo de Higor Campagnaro acompanhado de nomes como Herson Capri, Thiago Lacerda, Marcio Vito, Sophie Charlotte e Tainá Medina, além de um elenco luso-africano e de portugueses como Diogo Dória e Adriano Luz.

Vale lembrar que a seleção do IndieLisboa 2020 conta com produções brasileiras em diversas mostras e que foram anunciadas em abril. Clique aqui e saiba mais.

Foto: Divulgação/Olhar Distribuição.

Festival de Veneza 2020 anuncia seleção; documentário com Caetano Veloso será exibido fora de competição

por: Cinevitor

caetanovelosoveneza1Selecionado: documentário sobre a prisão de Caetano Veloso, em 1968.

A 77ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, que acontecerá entre os dias 2 e 12 de setembro, acaba de anunciar a lista completa com os filmes selecionados para este ano. Por conta da pandemia de Covid-19, o evento apresentará algumas mudanças necessárias de acordo com os protocolos de segurança.

Para respeitar o distanciamento social, o número total de filmes será menor e as exibições acontecerão nos tradicionais cinemas com todas as medidas estabelecidas pelas autoridades. Porém, a mostra de Realidade Virtual será realizada inteiramente on-line. Já a seção Venice Classics será apresentada no programa Il Cinema Ritrovato, uma mostra de filmes restaurados promovida pela Cineteca di Bologna, que acontecerá entre os dias 25 e 31 de agosto.

Alberto Barbera, diretor artístico do festival, falou sobre a atual situação: “Sem esquecer as inúmeras vítimas desses últimos meses, a quem prestaremos homenagem, o primeiro festival internacional após a interrupção forçada ditada pela pandemia se torna a celebração significativa da reabertura pela qual todos esperávamos, além de passar uma mensagem concreta de otimismo para todos do cinema que sofreram muito com essa crise. A seleção fornecerá sua visão tradicional do melhor que a indústria cinematográfica produziu nos últimos meses, graças à extraordinária resposta de diretores e produtores, apesar das árduas condições de trabalho nos últimos meses. Um número significativo de diretores e atores acompanhará os filmes, enquanto as conexões com a internet permitirão realizar entrevistas coletivas com todos aqueles que não puderem participar pessoalmente, devido às restrições de viagem que permanecem em vigor”.

Neste ano, o cinema brasileiro estará representado na seção Fora de Competição com o documentário Narciso em Férias, de Renato Terra e Ricardo Calil. No longa, Caetano Veloso relembra sua prisão na Ditadura Militar, quando ele e Gilberto Gil foram retirados de suas casas em São Paulo por agentes à paisana no dia 27 de dezembro de 1968, 14 dias depois de decretado o AI-5. Sem receber explicações do regime, foram levados ao Rio de Janeiro, deixados em duas solitárias por uma semana e depois transferidos para celas. A censura prévia impediu os jornais de divulgarem suas prisões. Cinquenta e dois anos depois, Caetano relata o período mais duro de sua vida e reflete sobre os 54 dias que passou encarcerado.

“Estrear o filme em Veneza é um sonho. Duas pessoas tiveram papel fundamental nesse processo: João Moreira Salles e Paula Lavigne. Conheci o João há 12 anos e, por causa dele, convivi com Eduardo Coutinho. Cada decisão que tomei no projeto veio desse aprendizado com João e Coutinho. A Paula teve a iniciativa do filme e, desde o convite, apoiou todas as decisões que tomei, confiou, me deu confiança. Narciso em Férias respeita e amplifica cada palavra, memória, gesto, silêncio de Caetano. Agora, queremos mostrar isso para o mundo”, afirma Renato Terra. “Estamos felizes e honrados de iniciar a trajetória do filme pelo Festival de Veneza, que é ao mesmo tempo o primeiro festival de cinema do mundo e o primeiro que será presencial no mundo pós-pandemia. É um evento histórico que pode apontar como será o cinema nessa nova realidade. Para nós, faz todo sentido que a estreia seja lá. É um filme que fala do passado do Brasil, por meio das memórias de Caetano Veloso sobre sua prisão na ditadura, mas também tem muito a dizer sobre o presente do país”, explica Ricardo Calil.

Por conta da pandemia, a organização de Veneza decidiu colaborar com outros festivais: “A forma de arte que amamos está em crise. Nossas próprias organizações enfrentaram desafios sem precedentes ao nosso trabalho e à nossa segurança financeira. A pandemia pegou cada um de nós quando estávamos nos preparando para o maior evento do ano no outono de 2020. Sabíamos que tínhamos que nos adaptar. Decidimos colaborar como nunca fizemos antes”, diz o comunicado oficial.

A colaboração será entre Veneza e os festivais de Toronto, New York e Telluride: “Este ano, deixamos de competir com nossos colegas e nos comprometemos com a colaboração. Estamos compartilhando ideias e informações. Estamos oferecendo nosso festival como uma plataforma unida para o melhor cinema que podemos encontrar. Estamos aqui para servir cineastas, audiências, jornalistas e membros da indústria que mantêm o ecossistema do cinema em expansão. Precisamos fazer isso juntos. Acreditamos que o cinema tem um poder único de iluminar o mundo ao nosso redor e nossas percepções mais íntimas”, finaliza o comunicado.

Neste ano, a atriz australiana Cate Blanchett presidirá o Júri Internacional, que será formado por: Veronika Franz, cineasta e roteirista austríaca; Joanna Hogg, cineasta britânica; Nicola Lagioia, escritor italiano; Christian Petzold, diretor alemão; Cristi Puiu, cineasta romeno; e Ludivine Sagnier, atriz francesa. O time será responsável pelos principais prêmios, como Leão de Ouro e Leão de Prata.

As homenageadas desta 77ª edição, que receberão o Leão de Ouro honorário serão: Ann Hui, diretora, produtora, roteirista e atriz de Hong Kong, premiada em Veneza pelo filme Tou ze; e a atriz britânica Tilda Swinton, que recebeu o prêmio Volpi Cup de melhor atriz por Eduardo II, em 1991.

Conheça os filmes selecionados para o 77º Festival de Veneza:

VENEZIA 77 | COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

In Between Dying, de Hilal Baydarov (Azerbaijão/EUA)
Le sorelle Macaluso, de Emma Dante (Itália)
The World To Come, de Mona Fastvold (EUA)
Nuevo orden, de Michel Franco (México/França)
Amants (Lovers), de Nicole Garcia (França)
Laila in Haifa, de Amos Gitai (Israel/França)
Und morgen die ganze Welt, de Julia von Heinz (Alemanha/França)
Dorogie Tovarischi (Dear Comrades), de Andrei Konchalovsky (Rússia)
Spy no Tsuma (Wife of a Spy), de Kiyoshi Kurosawa (Japão)
Khorshid (Sun Children), de Majid Majidi (Irã)
Pieces of a Woman, de Kornél Mundruczó (Canadá/Hungria)
Miss Marx, de Susanna Nicchiarelli (Itália/Bélgica)
Padrenostro, de Claudio Noce (Itália)
Notturno, de Gianfranco Rosi (Itália/França/Alemanha)
Śniegu już nigdy nie będzie (Never Gonna Snow Again), de Małgorzata Szumowska e Michał Englert (Polônia/Alemanha)
The Disciple, de Chaitanya Tamhane (Índia)
Quo vadis, Aida?, de Jasmila Zbanic (Bósnia e Herzegovina/Áustria/Romênia/Holanda/Alemanha/Polônia/França/Noruega)
Nomadland, de Chloé Zhao (EUA)

FORA DE COMPETIÇÃO | FICÇÃO

Mandibules, de Quentin Dupieux (França/Bélgica)
Di yi lu xiang (Love After Love), de Ann Hui (China)
Lacci, de Daniele Luchetti (Itália) (filme de abertura)
Assandira, de Salvatore Mereu (Itália)
The Duke, de Roger Michell (Reino Unido)
Lasciami andare, de Stefano Mordini (Itália)
Nak won eui bam (Night in Paradise), de Hoon-jung Park (Coreia do Sul)
Mosquito State, de Filip Jan Rymsza (Polônia)

FORA DE COMPETIÇÃO | DOCUMENTÁRIO

Sportin’ Life, de Abel Ferrara (Itália)
Crazy Not Insane, de Alex Gibney (EUA)
Greta, de Nathan Grossman (Suécia)
Salvatore – Shoemaker of Dreams, de Luca Guadagnino (Itália)
Final Account, de Luke Holland (Reino Unido)
La verità su La dolce vita, de Giuseppe Pedersoli (Itália)
Molecole, de Andrea Segre (Itália)
Narciso em Férias, de Renato Terra e Ricardo Calil (Brasil)
Paolo Conte, Via con me, de Giorgio Verdelli (Itália)
Hopper/Welles, de Orson Welles (EUA)
City Hall, de Frederick Wiseman (EUA)

EXIBIÇÕES ESPECIAIS

30 monedas – Episode 1, de Álex de la Iglesia (Espanha)
Princesse Europe, de Camille Lotteau (França)
Omelia contadina, de Alice Rohrwacher (Itália/França)

ORIZZONTI

La troisième guerre, de Giovanni Aloi (França)
Meel Patthar (Milestone), de Ivan Ayr (Índia)
Dashte Khamoush (The Wasteland), de Ahmad Bahrami (Irã)
The Man Who Sold His Skin, de Kaouther Ben Hania (Tunísia/França/Alemanha/Bélgica/Suécia)
I predatori, de Pietro Castellitto (Itália)
Mainstream, de Gia Coppola (EUA)
Lahi, Hayop (Genus Pan), de Lav Diaz (Filipinas)
Zanka Contact, de Ismaël el Iraki (França/Marrocos/Bélgica)
La nuit des rois, de Philippe Lacôte (Costa do Marfim/França/Canadá)
The Furnace, de Roderick MacKay (Austrália)
Jenayat-e bi deghat (Careless Crime), de Shahram Mokri (Irã)
Gaza mon amour, de Tarzan Nasser e Arab Nasser (Palestina/França/Alemanha/Portugal/Qatar)
Mila (Apples), de Christos Nikou (Grécia/Polônia/Eslovênia)
Selva trágica, de Yulene Olaizola (México/França/Colômbia)
Guerra e pace, de Martina Parenti e Massimo D’Anolfi (Itália/Suíça)
Nowhere Special, de Uberto Pasolini (Itália/Romênia/Reino Unido)
Listen, de Ana Rocha de Sousa (Reino Unido/Portugal)
Bu zhi bu xiu (The Best Is Yet To Come), de Jing Wang (China)
Zheltaya koshka (Yellow cat), de Adilkhan Yerzhanov (Cazaquistão/França)

Foto: Divulgação.

LABRFF anuncia canal de distribuição para filmes selecionados em 2020

por: Cinevitor

labrffstayhomeOs filmes selecionados para a #StayHomeEdition poderão receber distribuição on-line.

O LABRFF, Los Angeles Brazilian Film Festival, chega à sua 13ª edição entre os dias 21 e 25 de outubro, de forma on-line, por meio da plataforma Filmocracy, que além de hospedar o evento também passa a ter o canal LABRFF On Demand de maneira permanente. Com isso, os produtores interessados poderão manter seus filmes on-line para o público do mundo todo, sem nenhum custo adicional.

“Nós fechamos uma parceria importantíssima com a Filmocracy e tenho certeza que será de grande valor para muitos realizadores brasileiros. A possibilidade de distribuição é algo distante para muitos no Brasil, principalmente para o pequeno realizador. Mas desta maneira, ele estará expondo e tendo retorno financeiro com o seu filme. Tenho certeza que é uma excelente oportunidade para os nossos realizadores”, explica Meire Fernandes, fundadora e diretora do LABRFF.

A Filmocracy é uma plataforma inovadora que permitirá uma vivência do festival quase que presencial. Ela funciona como um serviço de streaming avançado, com catálogo de filmes, teatros virtuais com as salas de cinema, além das salas de reuniões e palestras, onde os participantes poderão acompanhar discussões e debates por meio de videoconferências. A capacidade chega a dez mil pessoas on-line ao mesmo tempo por prédio. Além disso, há uma proposta lúdica que torna a vivência on-line mais interessante. Os teatros virtuais do LABRFF, por exemplo, receberão nomes de pessoas que são especiais para o cinema brasileiro. Atualmente, mais de dois mil filmes fazem parte do catálogo da Filmocracy e a distribuição funciona por meio de revenue share (participação nos lucros).

E mais: a conhecida feira de mercado do LABRFF também está mantida nesta edição on-line. O BFM, Brazilian Film Market, terá extensa programação de palestras, mesas redondas e rodadas de negócios entre produtores, cineastas, investidores, distribuidores e agentes de vendas de filmes, televisão e mídia digital. Foi no BFM, por exemplo, que o contrato de O Matador, de Marcelo Galvão, foi fechado como primeiro filme brasileiro original Netflix; além de outros projetos com grandes estúdios, como MGM.

Os interessados em apresentar projetos nas rodadas de negócios devem enviar e-mail para bfm@labrff.com e as inscrições para o 13º Los Angeles Brazilian Film Festival, assim como o LAMV, Los Angeles International Music Video Festival, seguem até o próximo dia 31 de julho, por meio do FilmFreeway.

Fundado em 2008, o LABRFF preencheu uma lacuna na terra do cinema, se tornando uma vitrine para as produções brasileiras em Hollywood. O festival já exibiu mais de 800 títulos, premiou mais de 300 profissionais do cinema e contribuiu para a realização de longas-metragens no Brasil em parceria com os Estados Unidos, além de ter colaborado para o licenciamento de diversos títulos brasileiros para majors de distribuição americana. O LABRFF se tornou o festival de cinema brasileiro de maior prestígio no exterior.

No ano passado, o longa cearense Pacarrete, dirigido por Allan Deberton, foi o grande vencedor com cinco prêmios, entre eles, o de melhor filme e melhor atriz para Marcélia Cartaxo, que foi homenageada na edição. Clique aqui e relembre a cobertura do CINEVITOR.

Foto: Ruth de Souza.

Drive-in Paradiso: programação celebra o cinema brasileiro com filmes para todos os públicos

por: Cinevitor

meunomebagdadriveinGrace Orsato em Meu Nome é Bagdá, premiado filme de Caru Alves de Souza.

Mantido pelo Instituto Olga Rabinovich, o Projeto Paradiso visa impulsionar o crescimento profissional dos talentos do setor audiovisual com foco na criação de histórias conectadas com seus públicos. Além disso, atua na formação e capacitação, no apoio a roteiros e desenvolvimento de projetos de ficção, bem como na busca de novas referências e práticas pautadas pela inteligência em audiências.

Durante a pandemia de Covid-19, o Projeto Paradiso lança o Drive-in Paradiso, com correalização da Secretaria Municipal de Cultura e da Spcine e parceria do Cine Autorama, uma sala de cinema ao ar livre para que o espectador assista aos filmes gratuitamente dentro de seu carro. O drive-in será instalado no estacionamento da Alesp, Assembleia Legislativa de São Paulo, em frente ao Parque Ibirapuera, entre os dias e 23 de agosto.

Gratuito e com curadoria da cineasta Marina Person, o projeto tem como foco a celebração das produções nacionais que emocionam. Serão disponibilizados ingressos para 100 carros por sessão, que poderão ser reservados pela plataforma Sympla a partir do dia 27 de julho.

A programação conta com uma diversidade de sessões para todos os públicos: pré-estreias de filmes nacionais premiados em festivais; a faixa #VidasNegrasImportam, com co-curadoria de Rayanne Layssa, exclusivamente dedicada a filmes de cineastas negros brasileiros; filmes infantis; comédias com sucessos de público; biografias musicais; e grandes clássicos do antigo e novo cinema brasileiro.

Só no primeiro dia serão exibidos os longas: Café com Canela, de Glenda Nicácio e Ary Rosa, premiado no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; o inédito Meu nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza, premiado na mostra Generation do Festival de Berlim deste ano; além do clássico e premiado Central do Brasil, de Walter Salles, com Fernanda Montenegro.

As sessões serão realizadas às 17h, 20h e 23h, aos sábados e domingos. Antes dos longas, ainda haverá a exibição de curtas-metragens produzidos por cineastas das periferias de São Paulo para o projeto Curta em Casa, realizado durante a pandemia pelo Projeto Paradiso em parceria com o Instituto Criar de Cinema, TV e Novas Mídias e a Spcine.

Com a exibição da campanha #JuntosPeloCinema antes das sessões, o Drive-in Paradiso, que é uma grande celebração do talento e da diversidade do cinema nacional com filmes para todos os públicos, se junta a esta ação que reúne exibidores, distribuidores, produtores, e parceiros da indústria audiovisual no Brasil para resgatar a experiência de imersão dos espectadores nas salas de cinema.

Confira a programação do primeiro fim de semana do Drive-in Paradiso:

Sábado, 1º de agosto

17h: Sessão #VidasNegrasImportam
CAFÉ COM CANELA, de Glenda Nicácio e Ary Rosa

20h: Pré-estreia
MEU NOME É BAGDÁ, de Caru Alves de Souza

23h: Clássicos Brasileiros
CENTRAL DO BRASIL, de Walter Salles

Domingo, 2 de agosto

17h: Sessão Infantil
AS AVENTURAS DO AVIÃO VERMELHO, de Frederico Pinto e José Maia

20h: Biografias Musicais
ELIS, de Hugo Prata

23h: Grandes Comédias
DE PERNAS PRO AR 3, de Julia Rezende

Para mais informações e novas sessões, acompanhe o Projeto Paradiso nas redes sociais. Clique aqui.

Foto: Camila Cornelsen.

Morre, aos 104 anos, a atriz Olivia de Havilland

por: Cinevitor

oliviadehavillandmorreEm cena do filme …E o Vento Levou: reconhecimento mundial.

Morreu neste domingo, 26/07, aos 104 anos, a atriz Olivia de Havilland, uma das mais respeitadas estrelas da Era de Ouro de Hollywood. Segundo informações divulgadas pela imprensa, a atriz faleceu de causas naturais em sua casa em Paris, onde vivia há 60 anos.

Filha de pais ingleses, nasceu em Tóquio, no Japão. Porém, três anos depois, se mudou para a Califórnia com a família. Depois de terminar o colegial, onde protagonizou a peça Alice no País das Maravilhas, entrou para a companhia teatral da cidade em que morava e atuou em Sonho de uma Noite de Verão, inspirada na obra de Shakespeare. Ganhou destaque nos palcos e foi para Hollywood participar de uma nova versão do espetáculo, onde substituiu a atriz Gloria Stuart.

Sua primeira aparição nas telonas foi em 1935, na comédia Esfarrapando Desculpas. Mas, a notoriedade veio mesmo com a versão cinematográfica de Sonho de uma Noite de Verão, realizada no mesmo ano e dirigida por William Dieterle e Max Reinhardt, que recebeu duas estatuetas no Oscar.

Já conhecida, ganhou destaque mundial com sua atuação no clássico …E o Vento Levou, de Victor Fleming, que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante ao interpretar Melanie Hamilton. Empolgados com o sucesso estrondoso da atriz, os executivos da Warner Bros. começaram a oferecer papéis que deixavam Olivia frustrada por não conseguir ganhar espaço para mostrar todo seu potencial artístico. Logo, começou a recusar certos trabalhos e personagens, já que o estúdio não atendia seus pedidos. Por conta disso, recebeu uma suspensão contratual de seis meses.

oliviaventolevouNos bastidores de …E o Vento Levou com Hattie McDaniel e Vivien Leigh.

Quando o contrato foi encerrado, Olivia viu a possibilidade de trabalhar com outras produtoras, porém foi avisada que deveria continuar trabalhando por mais seis meses para compensar a suspensão. Apoiada pelo Screen Actors Guild, abriu um processo contra o estúdio. Durante a batalha judicial, ficou fora de Hollywood por dois anos. Tal atitude lhe rendeu uma vitória no processo, reduzindo o poder dos grandes estúdios e gerando mais liberdade aos atores em seus contratos. A decisão judicial originou a Lei De Havilland, que lhe garantiu ainda mais respeito e admiração de seus colegas, inclusive da irmã, a também atriz Joan Fontaine.

Em 1942, Olivia e Joan, que, segundo boatos, mantinham uma relação difícil desde a infância, foram indicadas ao Oscar na mesma categoria: melhor atriz. A estatueta dourada acabou sendo entregue à Joan Fontaine pelo filme Suspeita, de Alfred Hitchcock; Olivia disputou por seu trabalho em A Porta de Ouro.

Uma parceria marcante na carreira de Olivia foi com o ator Errol Flyn. Juntos, atuaram em oito filmes e ficaram conhecidos como um dos casais mais queridos de Hollywood pelos filmes: Capitão Blood, A Carga da Brigada Ligeira, As Aventuras de Robin Hood, Amando Sem Saber, Dodge City, Meu Reino por um Amor, A Estrada de Santa Fé e O Intrépido General Custer. Com Bette Davis, uma de suas melhores amigas, atuou em diversas produções, como: Nascida para o Mal, Com a Maldade na Alma, entre outras.

oliviairmaAs irmãs Olivia de Havilland e Joan Fontaine.

A primeira estatueta dourada de Olivia de Havilland como melhor atriz veio em 1947, com o drama Só Resta uma Lágrima; em 1950, venceu na mesma categoria por Tarde Demais. No ano anterior, foi indicada por Na Cova da Serpente. Em 1987, foi premiada no Globo de Ouro pela minissérie Anastácia: O Mistério de Ana e indicada ao Emmy.

Foi consagrada também no Festival de Veneza, pelos críticos de Nova York e pela National Board of Review. Pelo conjunto da obra, foi homenageada no Gold Derby Awards e no CinEuphoria Awards, além de receber uma estrela na Calçada da Fama. Em 1999, foi nomeada uma das 500 grandes lendas do cinema pelo American Film Institute. Em 1965, se tornou a primeira mulher a presidir o júri do Festival de Cannes.

Dentre tantas honrarias, recebeu também a Medalha Nacional das Artes, concedida pelo presidente americano George W. Bush, em 2008; a Ordem Nacional da Legião de Honra, com a qual foi condecorada pelo presidente francês Nicolas Sarkozy, em 2010; e a Excelentíssima Ordem do Império Britânico, sendo condecorada com o título de Dama do Império Britânico, em 2017, pela Rainha Elizabeth II por serviços prestados às artes.

Além disso, publicou um livro, em 1962, chamado Every Frenchman Has One, sobre as dificuldades e aventuras de sua vida na França. Logo depois, no mesmo ano, voltou às telonas depois de três anos de ausência.

oliviabetteCom a amiga Bette Davis no filme Com a Maldade na Alma, de Robert Aldrich.

Prestes a completar 101 anos, Olivia resolveu processar a FX e a Ryan Murphy Productions por ter sido mencionada na minissérie Feud, que mostra os bastidores de O que Terá Acontecido a Baby Jane?, filme com Bette Davis e Joan Crawford. Porém, não saiu vitoriosa no processo. Na ficção, ela foi interpretada pela atriz Catherine Zeta-Jones.

Entre tantos trabalhos, também se destacou em: Devoção, Champanhe Para Dois, Eu Te Matarei, Querida!, Espelho d’Alma, Difícil de Apanhar, O Grande Garrick, Uma Loira com Açúcar, Asas da Esquadra, O Enxame, A Filha do Embaixador, Luz na Praça, A Dama Enjaulada, O Quinto Mosqueteiro, entre outros. Olivia atuou até a década de 1980, dando destaque à produções televisivas.

Em 2009, narrou o documentário I Remember Better When I Paint, de Eric Ellena e Berna Huebner, sobre a importância da arte no tratamento da doença de Alzheimer. Até então, Olivia era a mais antiga atriz a ter vencido o Oscar que ainda estava viva e também a única entre os ícones da Era de Ouro.

Fotos: Divulgação/20th Century Fox.

Conheça os vencedores do 3º FECSTA – Festival de Cinema de Santa Teresa

por: Cinevitor

obalidointernofecstaGlissia Paixão no curta pernambucano O Balido Interno, de Eder Deó: melhor filme.

A terceira edição do FECSTA – Festival de Cinema de Santa Teresa, que aconteceu entre os dias 23 e 25 de julho, apresentou 36 curtas-metragens brasileiros nas categorias de ficção, animação, documentário, filmes ambientais e híbridos.

Realizado em Santa Teresa, no Espírito Santo, conhecida como a primeira cidade brasileira formada por imigrantes italianos, o festival, que este ano foi totalmente on-line por conta da pandemia de Covid-19, homenageou a atriz capixaba Inácia Regina Pacheco Freitas e contou com 507 filmes inscritos, de 21 estados brasileiros. Neste ano, o troféu foi assinado pelo Ateliê Denise Alvim Mosaicos e a arte do evento apresentou ícones do cinema italiano, como a atriz Anita Ekberg, eternizada em A Doce Vida, de Federico Fellini.

A programação contou com exibições no YouTube e também com atividades paralelas, como oficinas, exposição de arte e bate-papo virtual com Viviane Mosé, Leticia Sabatella, entre outros. Além das mostras competitivas, o evento também realizou a Mostra Índio: Esplendor e Resistência, que homenageia povos originários, realizadores indígenas e temas ambientais.

A Mostra Frenética, que tem classificação acima de 16 anos, apresenta temas mais densos como sexualidade, homofobia, racismo, pedofilia, incesto, preconceito e feminicídio; a Mostra Beija-flor traz obras carregadas de emoção, realidades delicadas e muita reflexão; já a Mostra Livre – A Escola Vai ao Cinema, com filmes com censura livre e voto dos alunos pelo júri popular, surgiu em parceria com a SMED, Secretaria Municipal de Educação de Santa Teresa, com a intenção de envolver a comunidade escolar ao festival.

Conheça os vencedores do 3º FECSTA – Festival de Cinema de Santa Teresa:

ANIMAÇÃO: O Malabarista, de Iuri Moreno (GO)
DOCUMENTÁRIO: Luis Humberto: O Olhar Possível, de Mariana Costa e Rafael Lobo (DF)
FICÇÃO: Aperto, de Alexandre Estevanato (SP)
MENÇÃO HONROSA: Modelo Morto, Modelo Vivo, de Iuri Bermudes e Leona Jhovs (SP)
MELHOR FILME CAPIXABA: Supremacia da Fumaça, de Marcelo Mendes Gomes (ES)
MELHOR FILME: O Balido Interno, de Eder Deó (PE)
MELHOR FILME | JÚRI POPULAR: Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira (SP)

Foto: Divulgação.

4º Festival ECRÃ anuncia seleção e edição on-line

por: Cinevitor

sertaniaecra2020Vertin Moura em Sertânia, de Geraldo Sarno.

Entre os dias 20 e 30 de agosto acontecerá a quarta edição do Festival ECRÃ, que por conta da pandemia de Covid-19 será em formato on-line. O festival traz mais de cem obras entre filmes, instalações, performances, videoarte e realidade virtual com acesso gratuito. O evento também oferecerá mesas redondas, lives e sessões especiais.

A programação apresenta obras exibidas em grandes festivais, como Cannes, Berlim, Roterdã, Locarno e expostas em diversos museus pelo mundo. As obras estarão disponíveis 24h por dia durante os onze dias de evento através do site (clique aqui). Vale lembrar que alguns títulos estarão disponíveis somente no Brasil.

Entre os destaques da Experiência Cinema da quarta edição estão: a estreia mundial de Prazeres Circunstanciais, do diretor americano Lewis Klahr; Não Haverá Mais Noite, de Eléonore Weber, selecionado para o Cinéma du Réel; Gerações, de Lynne Siefert, exibido em Berlim; Meu Pretzel Mexicano, de Nuria Gimenez e Não Há Lado Sombrio, de Erik Negro, ambos selecionados para o último festival de Roterdã. E mais: Calidris, de Peter Azen, exibido no Festival de Munique; O Documento Giverny (Canal Único), de Já’Tovia Gary, premiado em Locarno e Ariadne, de Jacky Connolly, filme produzido em machinima e selecionado para o Festival de Milão.

Entre os curtas-metragens a seleção segue com Monstro Deus, de Agustina San Martín, que recebeu uma Menção Especial no Festival de Cannes; Daltônicos, de Ben Russel, que foi selecionado para Locarno; A Correnteza X, de Hiroya Sakurai, que ganhou o prêmio de melhor curta experimental no Festival de Veneza; entre outros.

Entre os destaques nacionais estão: É Rio e Rocha, Negro Leo de Paula Gaitán, exibido na última Mostra de Cinema de Tiradentes. Também de Tiradentes, estão: Sofá, de Bruno Safadi, Sertânia, de Geraldo Sarno, Cavalo, de Rafhael Barbosa e Werner Salles, e o curta-metragem Pattaki, de Everlane Moraes. O festival também traz estreias de filmes nacionais como os longas Passou, do pernambucano Felipe André Silva; A Densa Nuve, o seio, de Vinícius Romero; os curtas Replay, de Julio Napoli; Céu na Terra, de Raquel Monteiro; Duas Imagens de Guerra, de João Pedro Faro; além de No Olho do Outro, do cineasta e crítico de cinema Fábio Andrade.

A curadoria foi formada por: Daniel Diaz e Rian Rezende (instalações, poerformances, videoartes e VR/360°); Gabriel Papaélo (curtas-metragens); e Pedro Tavares (longas e médias-metragens).

Conheça os filmes selecionados para o 4º Festival ECRÃ:

LONGAS E MÉDIAS-METRAGENS

4LGUNXS PIBXS, de Raúl Perrone (Argentina)
中孚 61. A VERDADE INTERIOR (中孚 61. LA VERDAD INTERIOR), de Sofia Brito (Argentina)
A CASA DE PLÁSTICO (THE PLASTIC HOUSE), de Allison Chhorn (Austrália)
A DENSA NUVE, O SEIO, de Vinicius Romero (Brasil)
A FORMA DO QUE ESTÁ POR VIR (A SHAPE OF THINGS TO COME), de J.P Sniadecki e Lisa Marie Malloy (EUA)
ARIADNE, de Jacky Connolly (EUA)
CALIDRIS, de Peter Azen (Brasil/EUA)
CAVALO, de Rafhael Barbosa e Werner Salles (Brasil)
CIDADEFANTASMA (鬼鎮), de Jon Cates (EUA)
É ROCHA E RIO, NEGRO LEO, de Paula Gaitán (Brasil)
ESTÁTICO APÓS O VERÃO (STATIC AFTER SUMMER), de Eli Hayes (EUA)
ESTRATOS FANTASMAS (GHOST STRATA), de Ben Rivers (Reino Unido)
GERAÇÕES (GENERATIONS), de Lynne Siefert (EUA)
MEU PRETZEL MEXICANO (MY MEXICAN PRETZEL), de Nuria Giménez (Espanha)
NÃO HÁ LADO SOMBRIO (ATO 1: 2007-2019) (NON C’È NESSUNA DARK SIDE (ATTO UNO 2007-2019)), de Erik Negro (Itália)
NÃO HAVERÁ MAIS NOITE (THERE WILL BE NO MORE NIGHT), de Eléonore Weber (França)
O DOCUMENTO GIVERNY (CANAL ÚNICO) (THE GIVERNY DOCUMENT (SINGLE CHANNEL)), de Ja’tovia M. Gary (EUA)
PASSOU, de Felipe André Silva (Brasil)
PRAZERES CIRCUNSTÂNCIAIS (CIRCUMSTANTIAL PLEASURES), de Lewis Klahr (EUA)
PRESSÃO ATMOSFÉRICA (ATMOSPHERIC PRESSURE), de Peter Treherne (Reino Unido)
REVOLUÇÃO LAVANDERIA (信念のメリーゴーランド), de Mark Chua e Lam Li Shuen (Singapura)
SERTÂNIA, de Geraldo Sarno (Brasil)
SOFÁ, de Bruno Safadi (Brasil)
SONO DE OUTONO (AUTUMNAL SLEEPS), de Michael Higgins (Irlanda)
TELEMUNDO, de James Benning (EUA)
VIAGEM FANTASMA (PHANTOM RIDE), de Stephen Broomer (Canadá)

CURTAS-METRAGENS

A CORRENTEZA X (THE STREAM X), de Hiroya Sakurai (Japão)
A MORTE BRANCA DO FEITICEIRO NEGRO, de Rodrigo Ribeiro (Brasil)
A QUARTA ERA (FOURTH ERA), de Aaron Berry (EUA)
A TERRA TEVE PROBLEMAS DE CARREGAR…, de Leonardo Pirondi (Brasil/EUA)
A VIDA DENTRO DE UM MELÃO, de Helena Frade (Brasil)
AQUELES QUE NÃO SE LEMBRAM DO PASSADO ESTÃO CONDENADOS A REPETÍ-LO (THOSE WHO DO NOT REMEMBER THE PAST ARE CONDEMNED TO REPEAT IT), de Edwin Lo (Hong Kong)
ASSISTINDO A DOR DOS OUTROS (WATHCING THE PAIN OF OTHERS), de Chloé Galibert-laîné (França)
AS BELEZAS DE GARDEN CITY (GARDEN CITY BEAUTIFUL), de Ben Balcom (EUA)
BOOKANIMA: ANDY WARHOL, de Shon Kim (Coreia do Sul)
CÉU NA TERRA, de Raquel Monteiro (Brasil)
CRESCIMENTO PESSOAL (PERSONAL GROWTH), de Vicky Langan e Maximilian Le Cain (Irlanda)
DALTÔNICOS (COLOR-BLIND), de Ben Russell (Reino Unido)
DO OBSERVATÓRIO EU VI, de Thaís Inácio (Brasil)
DUAS IMAGENS DE GUERRA, de João Pedro Faro (Brasil)
E UM GATO DE PORCELANA… (Y UN GATO DE PORCELANA…), de Juana Robles (Irlanda)
ESPECTROS DA TERRA, de Daniel & Clara (Reino Unido)
FRATURA EXPOSTA, Pt. I “A SONÂMBULA”, de Natália Reis (Brasil)
FREEZE FRAME, de Soetkin Verstegen (Bélgica)
HOMENAGEM AO VENTO (HOMAGE TO AIRWAY), de Sophia Ioannou Gjerding (Dinamarca)
UMA HISTÓRIA DA ÁFRICA (A STORY FROM AFRICA), de Billy Woodberry (EUA/Portugal)
LYZ PARAYZO – ARTISTA DO FIM DO MUNDO, de Fernando Santana (Brasil)
MONSTRO DEUS (MONSTRUO DÍOS), de Agustina San Martín (Argentina)
ONDE EU NÂO TE ENCONTRE (WHERE I DON’T MEET YOU), de Charlotte Clermont (Canadá)
PAPAI SE FOI (DAD IS GONE), de Pere Ginard (Espanha)
PATTAKI, de Everlane de Moraes (Brasil)
PELANO!, de Calebe Lopes e Christiana Mariani (Brasil)
PERDIDA EM SEUS CABELOS (SEGUNDA-FEIRA) (LOST IN HER HAIR (MONDAY)), de Pegah Pasalar (Irã)
POTÊNCIA BRUTA (RAW POWER), de Pierre-luc Vaillancourt (França)
REPLAY, de Julio Napoli (Brasil)
RIO SUBMERSO, de Ivan Ignacio, Lucas Bártolo, Beatriz Leonardo e Luís Fellipe (Brasil)
SDtoHDuprezMaxV2_009.mp4, de Anna Spence (EUA)
SE VOCÊ PUDESSE VOLTAR, EU PODERIA VÊ-LA (IF YOU COULD GO BACK, I WOULD SEE HER), de Joshua R. Troxler (EUA)
TEMPORAL, de Maíra Campos e Michel Ramos (Brasil)
TERRA VELHA, de Andrew Lima (Canadá)
TRANSPARENTE, O MUNDO É (TRANSPARENT, THE WORLD IS), de Yuri Muraoka (Japão)
TU QUE FLUTUAS E PASSAS POR MIM, de André Sarmento (Portugal)

CURTAS E MÉDIAS-METRAGENS | REALIDADE VIRTUAL

ADEUS PARAÍSO (GOODBYE PARADISE), de Scott Schimmel (EUA)
AK, de Giorgio Barchetti (Itália)
A PROMESSA DE IRACEMA, de Larissa Ribeiro (Brasil)

*Clique aqui e confira a programação completa.

Foto: Miguel Vassy.

Sequência de Deus é Brasileiro, de Cacá Diegues, é confirmada por Antonio Fagundes

por: Cinevitor

deusbrasileirocontinuacaoAntonio Fagundes e Wagner Moura em cena: sucesso nas telonas.

Lançada em janeiro de 2003, a comédia Deus é Brasileiro, de Cacá Diegues, fez sucesso nas bilheterias com mais de 1,6 milhão de espectadores. Baseado no conto O Santo que não Acreditava em Deus, de João Ubaldo Ribeiro, o roteiro foi escrito por Diegues, ao lado de João Emanuel Carneiro e Renata Almeida Magalhães.

A produção, filmada em Tocantins, Alagoas, Rio de Janeiro e Pernambuco, também se destacou pela trilha sonora formada por músicos nordestinos, como: Djavan, Lenine, Cordel do Fogo Encantado, Chico Science & Nação Zumbi, DJ Dolores e Banda Ôxe. Na época, o longa rendeu a Wagner Moura o Troféu APCA de melhor ator e também de Revelação no Prêmio Guarani; foi exibido nos festivais de Tóquio e Cartagena; e indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.

No filme, cansado dos erros cometidos pela humanidade, Deus, interpretado por Antonio Fagundes, resolve tirar umas férias nas estrelas, a fim de descansar de seus aborrecimentos com o ser humano. Mas, para isso, ele precisa encontrar um santo que se ocupe de seus deveres enquanto ele estiver ausente. Resolve procurá-lo no Brasil, país tão religioso que, no entanto, nunca teve um santo reconhecido oficialmente.

O guia de Deus pelo Brasil será Taoca, papel de Wagner Moura, esperto borracheiro e pescador que enxerga, nesse encontro inesperado, a oportunidade de resolver seus problemas materiais. Mais tarde, se junta aos dois a solitária Madá, vivida por Paloma Duarte, uma jovem tomada por uma grande paixão. Do litoral de Alagoas ao interior do Tocantins, passando por Pernambuco, Taoca, Madá e Deus vivem diferentes aventuras enquanto procuram por Quinca das Mulas, interpretado por Bruce Gomlevsky, o candidato de Deus a santo. Stepan Nercessian, Castrinho, Hugo Carvana, Chico Assis, Thiago Farias, Susana Werner, Toni Garrido, Ivana Iza e Vitor Diegues Meuren completam o elenco.

deusbrasileiro2Wagner Moura, Paloma Duarte e Antonio Fagundes em cena.

Recentemente, em uma das lives realizadas pelo Canal Brasil no Instagram durante a quarentena, Antonio Fagundes conversou com a repórter Maria Clara Senra sobre uma série de filmes que carrega no currículo e confirmou a sequência de Deus é Brasileiro, um de seus maiores sucessos nas telonas. “Cacá me ligou dia desses dizendo que nós vamos fazer ‘Deus Ainda É Brasileiro’. Eu falei para o Cacá: ‘e você quer que eu faça?’. Ele falou: ‘claro, você é Deus’ e eu falei: ‘não sei, de repente Deus podia fazer uma plástica, ser mais moço, sei lá, não sei o que você tem na cabeça’. Ele me chamou e eu fiquei muito, muito, muito feliz”, contou.

Deus Ainda é Brasileiro já está com o roteiro pronto e em fase avançada de pré-produção: “Se Deus quiser vai dar certo e eu quero, então vai dar certo”, brincou. Fagundes contou ainda sobre o período da Boca do Lixo e da Pornochanchada: “Eu fui à Boca do Lixo, um bairro que tinha em São Paulo onde ficavam todos os cineastas que não tinham dinheiro e que queriam fazer filme de qualquer jeito. Era um lugar efervescente porque as pessoas queriam muito fazer cinema. E eu fiz um monte de filmes na Boca do Lixo, na década de 1970”, explica. “Quando na época as pessoas me perguntavam ‘como você se sente fazendo pornochanchada?’ eu dizia ‘vocês ainda vão me entrevistar sobre esse movimento daqui 20, 30 anos'”.

A live com Antonio Fagundes está disponível, na íntegra, no IGTV do Canal Brasil.

Fotos: Divulgação.

Fluxo, de André Pellenz, é rodado durante a pandemia; produção segue protocolos de segurança

por: Cinevitor

fluxofilmepandemiaBruna Guerin e Gabriel Godoy em cena: diretor acompanha por videochamada.

Diretor de grandes sucessos de bilheteria, como Minha Mãe é uma Peça – O Filme e D.P.A. – Detetives do Prédio Azul, o cineasta carioca André Pellenz começou a rodar Fluxo, seu novo longa, remotamente em São Paulo, Rio e Fortaleza.

A produção segue os rígidos protocolos de distanciamento social, por conta da pandemia de Covid-19: não há contato físico entre diretor, equipe técnica e elenco, com exceção do casal de protagonistas, Bruna Guerin e Gabriel Godoy, os únicos que contracenam presencialmente.

O roteiro original de André Pellenz tem diversas camadas, mas o ponto de partida para o drama, que tem uma distopia como pano de fundo, é a história de um casal em crise. Carla, advogada que tem o trabalho como prioridade, e o terapeuta motivacional Rodrigo vivem uma situação delicada. Para ela, a relação acabou e Rodrigo deve sair de casa o mais rápido possível. Mas essa separação física vai ter que esperar porque no mesmo dia uma quarentena é decretada para conter a insólita pandemia que chegou ao Brasil. Rodrigo não pode se mudar e, agora, eles são obrigados a conviver por mais tempo sob o mesmo teto e lidar com as dificuldades do confinamento e de uma ameaça ainda maior do que o próprio vírus. O único contato externo é através de mensagens e chamadas de vídeo com familiares, amigos, colegas de trabalho e clientes.

“Escrevi o roteiro no início da pandemia. É um drama visceral de relacionamento que em alguns momentos parece que vai apontar para a comédia mas se transforma numa distopia, com um desfecho que pode ser identificado com o momento atual”, define o diretor.

Bruna Guerin e Gabriel Godoy filmam de seu apartamento em São Paulo, enquanto André Pellenz dirige de sua casa no Rio de Janeiro e outros atores estão em diferentes cidades: “Não teremos o diretor no set. Nem os assistentes, nem o fotógrafo, que vão ver o que estamos fazendo e conversar conosco sempre por vídeo. Além disso, moramos na locação, que teremos que imaginar como não sendo nossa casa e sim a dos nossos personagens”, explica Bruna. Gabriel concorda: “É um método totalmente novo, jamais testado no cinema. Estamos confiantes, o roteiro é engenhoso e vibrante, mas com certeza será uma interpretação diferente do que seria da maneira normal. Nem melhor, nem pior, apenas diferente”.

O elenco também conta com nomes como Silvero Pereira, num papel-chave para a distopia final (e que vai filmar de Fortaleza), Guida Vianna (que está no Rio), Ronaldo Reis, Alana Ferri, Monika Salvino e Adriana Bellonga; todos filmados em suas casas através de seus próprios dispositivos, como laptops e smartphones. “Minhas cenas são todas por videochamada, o que envolve não só desafios técnicos, como também os das relações que não se estabelecem fisicamente, mas pelo olhar que procura os olhos do outro na tela do computador ou celular. É uma maneira diferente de encontro, que reproduz o que estamos vivendo agora, mas, como interpretação, será uma descoberta”, diz a jovem atriz Alana Ferri, em sua estreia na telona, interpretando uma amiga de Carla, com quem tem um contato mais íntimo mesmo com as limitações do isolamento.

“Fluxo não é ‘o filme da pandemia’. Não estamos retratando a Covid-19, mas o isolamento social é o ponto de partida para discutirmos a crise de um casal que acaba refletindo uma situação maior e mais grave”, diz Cosimo Valerio, sócio de Angelo Salvetti na produtora MediaBridge. “Estamos fazendo um filme para as salas de cinema e para festivais, renovando nossa aposta na tela grande, na sala escura, no cinema como arte. O cinema não só vai sobreviver como sairá disso tudo com mais força”, completa. “O cinema nos faz refletir sobre o que passamos. No meu caso, fico feliz de estar filmando dois meses depois de ser diagnosticado com a Covid-19, que é muito grave e precisa ser encarada com seriedade”, conclui Angelo Salvetti.

Foto: Divulgação.