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BIFF 2022: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do documentário brasileiro Corpolítica, de Pedro Henrique França.

O BIFF, Festival Internacional de Cinema de Brasília, comemora uma década em 2022 com uma programação especial. O evento, que este ano acontecerá em formato híbrido, presencial e on-line, entre os dias 23 e 30 de setembro, foi o festival pioneiro no formato virtual.

Para a diretora geral do BIFF 2022, Anna Karina de Carvalho, o maior desafio desta edição foi costurar uma programação potente que refletisse o mundo pandêmico de 2020 em diante: “Para minha surpresa foram inscritos nas plataformas mais de 3 mil filmes em vários formatos, onde a comissão de seleção assistiu a mais de 800 longas que cumpriram os critérios curatoriais das inscrições. Mostrando que o mundo mesmo diante de uma situação atípica conseguiu produzir essa quantidade de filmes”, disse. Em parceria com o SESC e com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, o festival amplia seus canais de exibição por toda a cidade de Brasília.

A curadoria da mostra competitiva Internacional foi comandada pelo crítico Miguel Barbieri e sua equipe de seleção, que contou com profissionais especializados em cinema. A programação faz um passeio virtual por três continentes: América, Ásia e Europa. Quatro dos dez filmes são dirigidos por mulheres; há também quatro documentários na competição e dois híbridos. Há desde registros reais sobre a rotina de uma advogada para livrar um ativista da cadeia no russo The Case, exibido no IDFA, até as campanhas de candidatos LGBTQIA+ a vereador(a) na eleição de 2020 no brasileiro Corpolítica, dirigido por Pedro Henrique França e produzido pelo ator Marco Pigossi, também selecionado para o Queer Lisboa.

O amor explode no espanhol Ramona e a realidade da pandemia é retratada no filipino Broken Blooms. O tom dramático está presente na difícil convivência de um adolescente com seu pai no grego .dog e na decisão de um senhor em decretar o dia de sua morte no holandês Pink Moon, premiado no Festival de Tribeca. O Japão comparece em dois longas-metragens: no francês Umami, o personagem de Gérard Depardieu vai ao Oriente descobrir os prazeres da gastronomia local; no japonês Yamabuki, exibido no Festival de Roterdã, um operário sul-coreano vê sua vida se desintegrar após se apossar de uma fortuna em dinheiro.

O BIFF, também conhecido como Brasília International Film Festival, apresenta presencialmente a iniciativa inovadora e competitiva do BIFF JR, que oferece aos estudantes e ao público em geral uma programação internacional potente e diversa para um público geralmente esquecido das grandes produções cinematográficas. Outro destaque desta edição é a mostra Mosaico, o Novo Cinema Brasileiro: pela primeira vez o BIFF aposta na vitrine e janela de produções nacionais que dialogam com novas tendências, conteúdos e olhares.

Agnès Varda, a diretora belgo-francesa falecida em 2019, uma das principais referências da Nouvelle Vague e ícone do cinema feito por mulheres, é a homenageada desta oitava edição com uma mostra especial. Além disso, estão na seleção do festival: o Cinema Latino, uma seleção com mulheres cineastas latinas; Panorama África, com novas produções; e Arco-íris Sueco, com curtas LGBTQIA+.

Complementam a programação: oficinas, debates e fóruns, realizados em parceria com a ABCV, Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo, dentre elas, dublagem, princípios e desafios com profissionais da AllDub acessibilidade. Com a Academia de TikTokers, pela primeira vez o BIFF faz um mergulho nas novas ferramentas de conteúdo e realiza um workshop presencial com o objetivo de capacitar o público a criar conteúdos audiovisuais na plataforma do entretenimento e rede social que mais cresce no mundo, o TikTok.

Conheça os filmes selecionados para o BIFF 2022:

INTERNACIONAL COMPETITIVA

.dog, de Yianna Americanou (Chipre/Grécia)
Broken Blossoms, de Luisito Agdameu Ignacio (Filipinas)
Corpolítica, de Pedro Henrique França (Brasil)
Home is Somewhere Else, de Carlos Hagerman e Jorge Villalobos (EUA/México)
Pink Moon, de Floor Van Der Meulen (Países Baixos/Eslovênia)
Quantum Cowboys, de Geoff Marslett (EUA)
Ramona, de Andrea Bagney (Espanha)
The Case, de Nina Guseva (Rússia)
Umami, de Slony Sow (França/Japão)
Yamabuki, de Juichiro Yamasaki (Japão/França)

BIFF JR.

A Second Life, de Anis Lassoued (Tunísia)
Desconectados, de Pedro Ladeira, Paulo Saldaña e Ana Graziela Aguiar (Brasil)
Miúda e o guarda-chuva, de Amadeu Alban (Brasil)
Meu Tio José, de Ducca Rios (Brasil)
O Tesouro do Pequeno Nicolau, de Julien Rappeneau (França)
Souvenir, Souvenir, de Bastien Dubois (França)
Todo Mundo Já Foi para Marte, de Telmo Carvalho (Brasil)

PRÉ-ESTREIAS

Carmen, de Valerie Buhagiar (Malta/Canadá)
Esperando Bojangles, de Régis Roinsard (França/Bélgica)
Kompromat: O Dossiê Russo, de Jérôme Salle (França)

HOMENAGEM AGNÈS VARDA

Cléo das 5 às 7 (França/Itália) (1962)
Elsa la Rose (França) (1966)
Ô saisons, ô châteaux (França) (1957)
Visages, Villages (França) (2017)

MOSAICO, O NOVO CINEMA BRASILEIRO

Abdzé wede’o, o vírus tem cura?, de Divino Tserewahú
Até o Fim, de Ary Rosa e Glenda Nicácio
Chico Rei Entre Nós, de Joyce Prado
Entre Nós Talvez Estejam Multidões, de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito
Rama Pankararu, de Pedro Sodré
Sementes, mulheres negras no poder, de Éthel Oliveira e Júlia Mariano

CINEMA LATINO

Bajo Un Sol Poderoso, de Kiki Alvarez (Cuba)
Berta soy Yo, de Kátia Lara (Honduras)
La Afinadora de Árboles, de Natalia Smirnoff (Argentina/México)
La Chica Nueva, de Micaela Gonzalo (Argentina)
Mis Hermanos Sueñan Despiertos, de Claudia Huaiquimilla (Chile)
Travessias, de Ana Graziela Aguiar (Brasil/Cuba)

PANORAMA ÁFRICA

Ar-Condicionado, de Fradique (Angola)
Bonny & Clara, de Yemi Jolaoso (Nigéria)
Destin Tracé, de Carlo Lechea (Congo)
Necktie Youth (Eles só usam Black Tie), de Sibs Shongwe-La Mer (África do Sul/Holanda)
Neptune Frost, de Saul Williams e Anisia Uzeyman (Ruanda/EUA)
Zinder, de Aicha Macky (Níger)

ARCO-ÍRIS SUECO | CURTAS LGBTQIA+

A Simpler Life (Ett enklare liv), de Gunhild Enger (2013)
Birthday (Födelsedag), de Jenifer Malmqvist (2010)
Boygame, de Anna Österlund Nolskog (2013)
Grandpa and Me and a Helicopter to Heaven (Morfar och jag och helikoptern till himlen), de Åsa Blanck e Johan Palmgren (2013)
Ladyboy, de Claes Lundin e David F. Sandberg (2012)
Next Door Letters, de Sascha Fülscher (2012)
On Suffocation, de Jenifer Malmqvist (2013)
Peace Talk, de Jenifer Malmqvist (2004)
Reel, de Jens Choong (2013)
The Butcher’s Waltz (Slaktarens vals), de Anna Zackrisson (2014)

Foto: Divulgação.

Marte Um, de Gabriel Martins, é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2023

por: Cinevitor
Nos cinemas: Cícero Lucas em cena.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou na manhã desta segunda-feira, 05/09, o filme selecionado para representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar 2023

Escolhido pela Comissão de Seleção independente, em reunião virtual, o longa Marte Um, de Gabriel Martins, de Minas Gerais, vai disputar uma indicação na categoria de melhor filme internacional na 95ª edição do Oscar, premiação anual promovida pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences, que acontecerá no dia 12 de março de 2023.

Presidida por Bárbara Cariry, a Comissão de Seleção deste ano foi formada por 19 membros: André Pellenz, Barbara Cariry, Cavi Borges, David França Mendes, Eduardo Ades, Guilherme Fiúza Zenha, Jeferson De, João Daniel Tikhomiroff, João Federici, José Geraldo Couto, Juliana Sakae, Marcelo Serrado, Maria Ceiça de Paula, Patricia Pillar, Petra Costa, Renata Almeida, Talize Sayegh, Waldemar Dalenogare Neto e Zelito Viana.

Marte Um disputou a vaga com outros 27 longas inscritos e habilitados e, na semana passada, passou para o segundo turno com outros cinco títulos: A Mãe, de Cristiano Burlan; A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky; Carvão, de Carolina Markowicz; Pacificado, de Paxton Winters; e Paloma, de Marcelo Gomes

Em comunicado oficial, Bárbara Cariry, presidente da comissão, disse: “A escolha de Marte Um para representar o Brasil no Oscar 2023 foi uma decisão democrática e importante do júri. O filme trata de afeto e de esperança, da possibilidade de seguir sonhando em meio a tantas dificuldades econômicas e políticas. O longa sintetiza bem o cinema brasileiro, com qualidade narrativa e técnica, que vem sendo realizado hoje, representando a diversidade do país”.

O filme é o segundo longa do cineasta mineiro (o primeiro solo, sem a parceria de Maurilio Martins, com quem fez No Coração do Mundo), e tem como um de seus temas centrais a realização de um sonho infantil. A trama apresenta o cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais.

O garoto Deivid, interpretado por Cícero Lucas, o caçula da família Martins, sonha em ser astrofísico, e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar o planeta vermelho. Morando na periferia de um grande centro urbano, não há muitas chances para isso, mas mesmo assim, ele não desiste. Passa horas assistindo vídeos e palestras sobre astronomia na internet.

O pai, Wellington, papel de Carlos Francisco, é porteiro em um prédio de elite e há um bom tempo está sem beber, uma informação que compartilha com orgulho em sessões do AA. Tércia, vivida por Rejane Faria, é a matriarca que, depois um incidente envolvendo uma pegadinha de televisão, acredita que está sofrendo de uma maldição. Por fim, a filha mais velha é Eunice (Camilla Damião), que pretende se mudar para um apartamento com sua namorada (Ana Hilário), mas não tem coragem de contar aos pais.

Marte Um teve sua estreia mundial no Festival de Sundance, em janeiro passado, onde foi bem recebido pelo público. Depois disso, foi exibido em 35 festivais internacionais, ganhando prêmios de melhor longa no Outfest Los Angeles LGBTQ Film Festival, no Black Star e no San Francisco Film Festival. Em Gramado, além do kikito de melhor filme pelo voto popular, foi consagrado também nas categorias de melhor roteiro, trilha musical por Daniel Simitan e Prêmio Especial do Júri. Produzido pela Filmes de Plástico, em coprodução com o Canal Brasil, Marte Um segue em cartaz nos cinemas.

Na última edição do Oscar, o Brasil esteve na disputa com o drama Deserto Particular, de Aly Muritiba, mas não conseguiu uma vaga na premiação. Vale lembrar que a última vez que o país concorreu na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os nove semifinalistas.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais é a única entidade responsável pela seleção do filme brasileiro que irá concorrer a uma vaga entre os indicados ao prêmio de melhor longa-metragem internacional no Oscar, sem qualquer tutela do governo que esteja no poder.

Foto: Divulgação/Filmes de Plástico.

II Mostra Sumé de Cinema: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Premiados e equipe no palco.

Os vencedores da segunda edição da Mostra Sumé de Cinema foram anunciados neste domingo, 04/09, em cerimônia apresentada por Ana Célia Gomes e Manu Dias, na Praça José Américo, em Sumé, no Cariri paraibano.

Com exibições de filmes e videoclipes, a curadoria foi assinada por Amanda Ramos, produtora e educadora; Virgínia Gualberto, cineasta, poetisa e professora; e Yanara Galvão, educadora audiovisual, cineclubista e professora.

O júri deste ano foi formado por: André Morais, Danny Barbosa e Lunara Vasconcelos na Mostra Brasil; Bruna Tavares, Raildon Lucena e Vitor Búrigo na Mostra Paraíba; e Jaime Guimarães, Verusa Guedes e Alysson Diferente na Mostra Ritmos.

Além dos filmes, a Mostra Sumé de Cinema, idealizada e coordenada por Ana Célia Gomes, contou com atividades paralelas como: debates; exposição Backpack4life, do cineasta e fotógrafo Marcelo Paes de Carvalho; e a oficina Documentando, ministrada pelo cineasta Marlom Meirelles, que rendeu o curta Bento de Sumé, realizado pelos alunos.

Conheça os vencedores da 2ª Mostra Sumé de Cinema:

MOSTRA BRASIL

Melhor Filme: Da Boca da Noite à Barra do Dia, de Tiago Delácio (PE)
Melhor Filme | Júri Popular: Da Boca da Noite à Barra do Dia, de Tiago Delácio
Melhor Direção: Rodrigo Sena, por A Tradicional Família Brasileira Katu
Melhor Roteiro: Vai Melhorar, escrito por Pedro Fiuza
Melhor Ator: Wesley Guimarães e Heraldo de Deus, por Quanto Mais?
Melhor Atriz: Eliana Figueiredo, por Joana
Melhor Fotografia: Eu Sou Raiz, por Leticia Batista e Lílian de Alcântara
Melhor Direção de Arte: Da Boca da Noite à Barra do Dia, por Lia Letícia
Melhor Montagem: A Tradicional Família Brasileira Katu, por Rodrigo Fernandes
Melhor Trilha Sonora: Vendo Boto, por Erik Solano e Armando de Paula
Melhor Desenho de Som: Vai Melhorar, por Luiz Lepchak

MOSTRA PARAÍBA

Melhor Filme: Cercas, de Ismael Moura (Cuité)
Melhor Filme | Júri Popular: Um Som de Resistência, de Genilson de Coxixola (Coxixola)
Melhor Direção: Tiago A. Neves, por Remoinho
Melhor Roteiro: Cercas, escrito por Ismael Moura
Melhor Atriz: Bruna Castro, por Cercas
Melhor Ator: Paulo Philippe, por Mais que 1000 palavras
Melhor Fotografia: Cercas, por Breno César
Melhor Direção de Arte: Confins, por Carlos Mosca
Prêmio Especial Ely Marques de Montagem: Aluísio, o Silêncio e o Mar, por Peterson Almeida
Melhor Desenho de Som: Aluísio, o Silêncio e o Mar
Melhor Trilha Sonora: Nem Todas as Manhãs são Iguais, por Vinícius Mousinho
Menção Honrosa: aos bacamarteiros e bacamarteiras do filme Um Som de Resistência, de Genilson de Coxixola, pela representatividade de gênero e por manterem viva uma tradição singular

MOSTRA RITMOS
Melhor videoclipe: Aonde For Eu Vou, de Dom Pepo; direção: Matheus Gepeto e Bernardo Silvino (MG)

*O CINEVITOR esteve em Sumé e você acompanha a cobertura do evento por aqui e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Lori Queiroz.

32° Cine Ceará: conheça os filmes selecionados para as mostras competitivas

por: Cinevitor
Cena do longa A Filha do Palhaço, de Pedro Diógenes.

A 32ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá entre os dias 7 e 13 de outubro, divulgou os títulos em competição nas principais mostras do evento: ibero-americana de longa-metragem e brasileira de curta-metragem, que serão exibidas no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza.

A pandemia e a crise econômica afetaram o Brasil de diferentes maneiras e pontos de vista. E, diante dessa realidade que não é homogênea, a identidade brasileira pode inspirar sensações para muito além do que está posto. Por isso, buscar a unidade desses diferentes pedaços de país foi o fio condutor para a seleção dos filmes do Cine Ceará 2022.

Na mostra competitiva ibero-americana de longa-metragem, procurou-se fazer uma seleção que privilegiasse a diversidade, tanto temática como estética. Dois dos oito longas são nacionais: A Filha do Palhaço, ficção do diretor Pedro Diógenes, que conta a história de Joana, uma adolescente de 14 anos que acompanha o pai, o humorista Renato, por seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza; e O Acidente, filme dirigido por Bruno Carboni, que narra um acidente com a ciclista Joana e o encontro dela com a família do motorista. 

Também estão na competição de longas: Lo Invisible, de Javier Andrade, selecionado pelo Equador para representar o país no Oscar 2023; La Piedad, filme espanhol de Eduardo Casanovas, premiado pelo júri no Festival de Cine de Karlovy Vary e eleito o melhor filme internacional no 26º Festival Internacional Cine Fantasia, em Montreal; e Niños de Las Brisas, de Marianela Maldonado, documentário filmado ao longo de uma década que acompanha a trajetória de três jovens venezuelanos para se tornarem músicos profissionais no conceituado El Sistema, cujo modelo de ensino foi adotado por diversos países europeus, e que formou músicos como o renomado maestro Gustavo Dudamel.

E mais: Green Grass, coprodução entre Chile e Japão dirigida por Ignacio Ruiz; Vicenta B., do cubano Carlos Lechuga; e o argentino Las Cercanas, de María Alvarez, completam a seleção de longas-metragens. Sobre a curadoria: “Passamos por um período de pandemia e crise econômica que afetou ou refletiu nos filmes que serão apresentados. No Cine Ceará não há distinção de gênero, temos filmes de ficção, documentários e animações na competitiva de longas. Lá, estão propostas de impacto, alegorias, experimentais e outros mais intimistas. Claro que também, como em anos anteriores, privilegiamos o cinema do Nordeste, particularmente a atual produção do Ceará”, disse o cineasta Vicente Ferraz, curador da mostra competitiva de longas.

Para a mostra competitiva brasileira de curta-metragem foram selecionadas 10 produções de sete estados do Brasil, dentre as quase 800 inscrições. Arthur Gadelha, curador desta categoria, revela que esses filmes vão ao encontro de um país “de revolta e fantasia. Uns voltados para a realidade, outros para a fantasia e subversão”. Entre os escolhidos, está o premiado Big Bang, de Carlos Segundo, produzido em Minas Gerais, consagrado no Festival de Locarno deste ano; também de Minas está o suspense/terror Cemitério das Flores, de Rafael Toledo.

A seleção de curtas segue com: Celeste (Sobre Nós), dirigido por Natália Araújo e produzido em Pernambuco; Elusão, de Taís Augusto, do Ceará; Infantaria, de Laís Santos Araújo, representando Alagoas; e O Último Domingo, de Joana Claude e Renan Barbosa Brandão, recentemente premiado em Gramado.

Também estão na lista quatro curtas documentais: Alexandrina – Um Relâmpago, da artista visual e cineasta Keila Sankofa, sobre uma mulher preta da Amazônia filha de negros escravizados; Camaco, de Breno Alvarenga, sobre um dialeto secreto que surge como forma de resistência de mineradores numa cidade no interior de Minas Gerais; Contragolpe, de Victor Uchôa, sobre a importância do boxe na periferia de Salvador; e o pernambucano Filhos da Noite, de Henrique Arruda, que acompanha as memórias e vivências de oito homens gays entre 50 e 70 anos.

Além da competição oficial, os curtas-metragens concorrem ao Prêmio Canal Brasil de Curtas. Realizado nos principais festivais de cinema do país, o prêmio tem como objetivo incentivar a produção audiovisual. O júri, composto por jornalistas e críticos de cinema, escolhe o melhor filme em competição, que recebe o Troféu Canal Brasil e R$15 mil.

Conheça os primeiros filmes selecionados para o 32º Cine Ceará:

LONGAS-METRAGENS | COMPETITIVA IBERO-AMERICANA

A Filha do Palhaço, de Pedro Diógenes (Brasil)
Green Grass, de Ignacio Ruiz (Chile/Japão)
La Piedad (A Piedade), de Eduardo Casanovas (Espanha/Argentina)
Las Cercanas (Inseparáveis), de María Alvarez (Argentina)
Lo Invisible (O Invisível), de Javier Andrade (Equador/França)
Niños de Las Brisas (Meninos de Las Brisas), de Marianela Maldonado (Venezuela/Reino Unido/França)
O Acidente, de Bruno Carboni (Brasil)
Vicenta B., de Carlos Lechuga (Cuba/França/EUA/Colômbia/Noruega)

CURTAS-METRAGENS | COMPETITIVA BRASILEIRA

Alexandrina – Um Relâmpago, de Keila Sankofa (AM)
Big Bang, de Carlos Segundo (MG)
Camaco, de Breno Alvarenga (MG)
Celeste (Sobre Nós), de Natália Araújo (PE)
Cemitério de Flores, de Rafael Toledo (MG)
Contragolpe, de Victor Uchôa (BA)
Elusão, de Taís Augusto (CE)
Filhos da Noite, de Henrique Arruda (PE)
Infantaria, de Laís Santos Araújo (AL)
O Último Domingo, de Joana Claude e Renan Barbosa Brandão (RJ)

Foto: Divulgação.

Queer Lisboa 2022: filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor
Cena do longa brasileiro Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal.

O Queer Lisboa tem como proposta exibir filmes de temática gay, lésbica, bissexual, transgênero, transexual, intersexo e de outras sexualidades e identidades não normativas. Com a expansão crescente do cinema queer em grandes festivais internacionais, o evento português, criado em 1997, cumpre seu objetivo de divulgar estéticas e narrativas mundiais que ainda possuem acesso limitado para o grande público.

Neste ano, em sua 26ª edição, que acontecerá entre os dias 16 e 24 de setembro, a programação contará com 87 títulos, de 27 países. O filme de abertura será o português Fogo-Fátuo, de João Pedro Rodrigues, exibido recentemente no Festival de Cannes; o documentário Esther Newton Made Me Gay, de Jean Carlomusto, encerrará o evento. Além disso, a comédia dramática argentina Los Agitadores, de Marco Berger, ganhará uma sessão especial e a retrospectiva deste ano será Notes on Camp: o Delírio Drag de Gay Girs Riding Club.

Como de costume, o cinema brasileiro ganha destaque na seleção. Na mostra competitiva de longas-metragens de ficção, filmes de Fábio Leal e Gustavo Vinagre aparecem na lista, além de Coração Errante (Errante Corazón), de Leonardo Brzezicki, uma coprodução entre Argentina, Brasil, Espanha, Chile e Holanda. Entre os documentários em competição, o Brasil aparece com Corpolítica, de Pedro Henrique França, que acompanha a candidatura de quatro pessoas LGBTQIA+ nas eleições de 2020; o filme é produzido pelo ator Marco Pigossi.

Já na competição de curtas-metragens, três produções nacionais, dirigidas por Maurício Chades, Elizabeth Rocha Salgado e Érica Sarmet, ganham destaque; o brasileiro Pedro Gonçalves Ribeiro aparece na mostra In My Shorts com a produção portuguesa Lugar Nenhum. A participação do Brasil no festival completa-se com títulos de Raphael Alvarez e Tatiana Issa, Breno Baptista e Caetano Gotardo.

O júri desta 26ª edição será formado por: Cláudia Lucas Chéu, Nuno Nolasco e Rita Azevedo Gomes na mostra competitiva de longas; Joana Frazão, Nathalie Mansoux e Rui Madruga nos documentários; Rodrigo Díaz, Rui Palma e Sandra de Almeida na competição de curtas-metragens e na mostra In My Shorts; e Jesse James, Luciana Fina e Vasco Araújo na competição Queer Art.

Conheça os filmes selecionados para o 26º Queer Lisboa:

COMPETIÇÃO | LONGAS

Coração Errante, de Leonardo Brzezicki (Argentina/Brasil/Espanha/Chile/Holanda)
Girl Picture (Tytöt tytöt tytöt), de Alli Haapasalo (Finlândia)
Joyland, de Saim Sadiq (Paquistão)
Les meilleurs, de Marion Desseigne Ravel (França)
Mi Vacío y Yo, de Adrián Silvestre (Espanha)
Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal (Brasil)
Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre (Brasil)
Wet Sand, de Elene Naveriani (Suíça/Geórgia)

COMPETIÇÃO | DOCUMENTÁRIO

Ardente·x·s/Fierce: a Porn Revolution, de Patrick Muroni (Suíça)
C’è un Soffio di Vita Soltanto, de Matteo Butrugno e Daniele Coluccini (Itália/Alemanha)
Corpolítica, de Pedro Henrique França (Brasil)
Framing Agnes, de Chase Joynt (Canadá/EUA)
Jimmy in Saigon, de Peter McDowell (EUA)
Magaluf Ghost Town, de Miguel Ángel Blanca (Espanha)
Nuestros Cuerpos Son Sus Campos de Batalla, de Isabelle Solas (Argentina/França)
Soy Niño, de Lorena Zilleruelo (Chile/França)

COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS

a body is a body is a body, de Cat McClay e Éiméar McClay (Reino Unido)
La belle et la bête, de Mathieu Morel (França)
Billy Boy, de Sacha Amaral (Argentina)
Colmeia, de Maurício Chades (Brasil)
Dans le silence d’une mer abyssale, de Juliette Klinke (Bélgica)
Des jeunes filles enterrent leur vie, de Maïté Sonnet (França)
Dihya, de Lucia Martínez Garcia (Suíça)
Insieme Insieme, de Bernardo Zanotta (França/Holanda)
Isn’t It a Beautiful World, de Joseph Wilson (Reino Unido)
Let My Body Speak, de Madonna Adib (Reino Unido/Líbano)
Letters from St. Petersburg, de Lotte Nielsen (Dinamarca)
Mars exalté, de Jean-Sébastien Chauvin (França)
Ob Scena, de Paloma Orlandini Castro (Argentina/EUA)
On Xerxes’ Throne, de Evi Kalogiropoulou (Grécia)
The Pass, de Pepi Ginsberg (EUA)
The Perpetrators, de Richard Squires (Reino Unido)
São Paulo Ferida Aberta, de Elizabeth Rocha Salgado (Brasil/Holanda)
Silent Heat, de Luciënne Venner (Holanda)
Sob Influência, de Ricardo Branco (Portugal)
Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui, de Érica Sarmet (Brasil)
Uma Rapariga Imaterial, de André Godinho (Portugal)
Yon, de Bárbara Lago (Argentina)

COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS | ESCOLA EUROPEIA IN MY SHORTS

Ceux que l’on choisit, de Elora Bertrand (França)
Ceux qui désirent se connaître, de Korlei Rochat e Léonard Vuilleumier (Suíça)
Chute, de Nora Longatti (Suíça)
Escames, de Katherina Harder Sacre (Espanha)
Gangnam Beauty, de Yan Tomaszewski (França/Coreia do Sul)
Le Variabili Dipendenti, de Lorenzo Tardella (Itália)
Lugar Nenhum, de Pedro Gonçalves Ribeiro (Portugal)
Nina et les robots, de Cindy Coutant (França)
Sad Cowboy Platonic Love, de Ciel Sourdeau (Suíça)
Swimming Lesson, de Lisa Hürtgen (Alemanha)
The Greatest Sin, de Gabriel B. Arrahnio (Alemanha)
Yến, de Julia Diệp My Feige (Alemanha/Vietnã)

PANORAMA

Bambi, a French Woman, de Sébastien Lifshitz (França)
Black as U R, de Micheal Rice (EUA)
BR Trans, de Raphael Alvarez e Tatiana Issa (Brasil)
La Fracture, de Catherine Corsini (França)
Hideous, de Yann Gonzalez (Reino Unido)
Loving Highsmith, de Eva Vitija (Suíça/Alemanha)
Manscaping, de Broderick Fox (EUA/Austrália/Canadá)
Panteras, de Breno Baptista (Brasil)
Viens je t’emmène, de Alain Guiraudie (França)

QUEER ART

First Time (the Time for All but Sunset – Violet), de Nicolaas Schmidt (Alemanha)
Jerk, de Gisèle Vienne (França)
Neptune Frost, de Anisia Uzeyman e Saul Williams (EUA/Ruanda)
Queens of the Qing Dynasty, de Ashley Mckenzie (Canadá)
Travesía Travesti, de Nicolás Videla (Chile/Argentina)
Ultraviolette et le gang des cracheuses de sang, de Robin Hunzinger (França/Suíça)
Une dernière fois, de Olympe de G. (França)
Você Nos Queima, de Caetano Gotardo (Brasil)

Foto: Divulgação/Vitrine Filmes.

CINEVITOR #426: Entrevista com Cauã Reymond | A Viagem de Pedro

por: Cinevitor
Protagonista e produtor: Cauã Reymond em cena.

Escrito e dirigido por Laís Bodanzky, A Viagem de Pedro, protagonizado por Cauã Reymond, é o primeiro longa histórico da diretora e chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 01/09.

O filme aborda a vida privada de Dom Pedro I. Responsável por escrever em 1824 a primeira Constituição do Brasil imperial, considerada liberal e progressista para a época, o longa compreende o momento em que o ex-imperador retorna para Portugal, em 1831, fugindo de ser apedrejado pela população brasileira, nove anos depois de proclamar a Independência do país.

A produção mostra uma reflexão do personagem a bordo da nau inglesa Warspite sobre sua vida no Brasil, desde a chegada de Portugal ao lado dos pais, em 1808, até sua abdicação, motivada por desdobramentos do seu exercício do Poder Moderador, pela rixa entre políticos conservadores e liberais, bem como pela rivalidade entre brasileiros e portugueses que estavam radicados no Brasil. O filme retrata o personagem em sua intimidade, tentando compreender a série de acontecimentos e o porquê de tudo dar errado quando parecia que iria dar certo.

Em 1831, D. Pedro deixa o Brasil independente rumo à Europa, a fim de preparar a luta contra o irmão Miguel pelo trono de Portugal, onde é tido como traidor. No meio do Atlântico, a bordo de uma fragata inglesa, misturam-se membros da corte, oficiais, serviçais e negros escravizados, numa babel de línguas, culturas e posições sociais. Pedro tenta reunir forças para a guerra fratricida que se aproxima, mas a doença e o medo da morte lançam-no numa espiral de alucinações. Revive diversos momentos da sua vida, a infância, o casamento com Leopoldina, o romance com Domitila de Castro e imagina discussões com o irmão. 

Além de abordar questões importantes de gênero e raça neste contexto, a leitura do episódio histórico pela perspectiva de Laís Bodanzky chega em um momento oportuno, quando o coração de Dom Pedro I foi solicitado para celebrar os 200 anos da Independência. A trama ainda desconstrói a imagem de herói do personagem histórico, responsável por tornar o Brasil um país continental às custas de muita opressão.

O elenco conta também com a artista plástica Rita Wainer, em sua estreia como atriz, no papel de Domitila; Luise Heyer como Leopoldina; Francis Magee vivendo o Comandante Talbot e Welket Bungué interpretando o Contra Almirante Lars. No elenco português estão Victória Guerra, como Amélia; Luísa Cruz no papel de Carlota Joaquina; João Lagarto interpretando Dom João VI; Isac Graça vivendo Miguel; e Isabél Zuaa como Dira. Celso Frateschi, Gustavo Machado, Luiza Gattai, Dirce Thomas, Marcial Mancome e Sergio Laurentino completam o elenco.

O diretor de arte inglês Adrian Cooper e o diretor de fotografia espanhol Pedro J. Márquez foram os responsáveis pelo trabalho de reconstrução de época. Produzido por Biônica Filmes, Buriti Filmes e O Som e a Fúria (Portugal), o filme conta com a coprodução da Globo Filmes. Bianca Villar, Cauã Reymond, Fernando Fraiha, Karen Castanho, Laís Bodanzky, Luiz Bolognesi, Luis Urbano e Mario Canivello são responsáveis pela produção. A Vitrine Filmes assina a distribuição.

A Viagem de Pedro estreou mundialmente no Brasil na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e foi exibido no Festival do Rio, no qual recebeu o Troféu Redentor de melhor ator coadjuvante para Sergio Laurentino e de melhor direção de ficção. Em Portugal, foi lançado em maio nos cinemas, além de ter sido exibido no IndieLisboa.

Em junho, o longa-metragem venceu o prêmio de melhor filme da América no Septimius Awards, em Amsterdã, foi exibido no Brooklyn Film Festival, que qualifica produções para concorrer ao BAFTA, Oscar e para o Canadian Screen Awards, participou do Latin American Film Festival, em Copenhague, e teve uma exibição gratuita na USP, em São Paulo, seguida de debate com a diretora; além de ter participado do Festival de Gramado em uma sessão especial e ter sido o filme de abertura do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro.

Para falar mais sobre o filme, conversamos com o protagonista e produtor Cauã Reymond sobre a ideia do projeto, construção da personagem, contextualização histórica, recepção do público, entre outros assuntos.

Aperte o play e confira:

Foto: Fabio Braga.

I Festival Internacional de Cinema de João Pessoa: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Bertrand Lira e Danny Barbosa durante a premiação

Foram anunciados nesta terça-feira, 30/08, em cerimônia apresentada por Daniel Porpino e Danny Barbosa, os vencedores da primeira edição do FestincineJP, Festival Internacional de Cinema de João Pessoa, que contou com exibição de filmes em sessões gratuitas, encontros e oportunidades de negócios para o mercado audiovisual.

O festival, realizado pela Funjope, Fundação Cultural de João Pessoa, surgiu com a ideia de difundir o cinema mundial para a população de João Pessoa e incentivar o mercado audiovisual da Paraíba e arredores. A programação contou também com o momento de lançamento de políticas públicas estruturantes para o mercado audiovisual local como a Agência de Cinema e Audiovisual de João Pessoa e a JP Film Comission.

Para esta primeira edição, 127 projetos foram inscritos para o ambiente de mercado, além de 379 filmes, sendo 55 longas-metragens e 324 curtas. Considerando os longas, o Brasil inscreveu 50 filmes, dos quais, nove da Paraíba. Porém, outros países também enviaram suas produções, como Chile, Argentina, Colômbia, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Áustria, Bolívia e Paraguai. No ambiente de mercado, participaram projetos de ficção, documentário, animação e factual nos formatos de filmes de curta, média e longa-metragem, além de série, programa de TV e variedades.

Além dos prêmios, a noite de encerramento contou também com homenagens póstumas ao ator, encenador, dramaturgo, professor e cineasta Eliézer Rolim; ao cineasta e montador Ely Marques; e também ao diretor e fotógrafo Breno Silveira.

Conheça os vencedores do I Festival Internacional de Cinema de João Pessoa:

PRÊMIO CINEMA DO BRASIL
Malaika, de André Morais (Brasil)

MELHOR LONGA-METRAGEM
Se Dios Fuera Mujer, de Angélica Cervera Aguirre (Espanha)

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI | LONGA-METRAGEM
Amparo, de Simón Mesa Soto (Colômbia)

MELHOR LONGA-METRAGEM | JÚRI POPULAR
O Seu Amor de Volta (Mesmo que Ele Não Queira), de Bertrand Lira (Brasil)

MELHOR CURTA-METRAGEM
Luazul, de Letícia Batista e Vitória Liz (Brasil)

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI | CURTA-METRAGEM
Mamapara, de Alberto Flores Vilca (Peru/Argentina/Bolívia)

MELHOR CURTA-METRAGEM | JÚRI POPULAR
Calunga Maior, de Thiago Costa (Brasil)

MELHOR LONGA-METRAGEM PARAIBANO
Pele Fina, de Arthur Lins

MELHOR CURTA-METRAGEM PARAIBANO
Calunga Maior, de Thiago Costa

MENÇÃO HONROSA | CURTA-METRAGEM
Sangue por Sangue, de Ian Abé e Rodolpho de Barros

MENÇÃO HONROSA | LONGA-METRAGEM
Rebento, de André Morais

PRÊMIO PROJETO PARADISO
Helô no Espaço, de Dennis Sabino

Foto: Divulgação/Funjope.

Festival do Rio 2022: conheça os filmes selecionados para a Première Brasil

por: Cinevitor
Kika Sena no longa pernambucano Paloma, de Marcelo Gomes.

O Festival do Rio 2022, que acontecerá entre os dias 6 e 16 de outubro, anunciou os títulos selecionados para a Première Brasil, considerada uma das principais vitrines do cinema brasileiro. Neste ano, foram selecionadas 70 produções nacionais, entre longas e curtas, de novos talentos e de realizadores consagrados, entre os mais de 450 curtas e 200 longas inscritos.

As obras estão divididas nas mostras competitivas (Competição Oficial e Novos Rumos) e nas mostras especiais (Hors Concours, Retratos e O Estado das Coisas). Além disso, a Première Brasil também realiza sessões e debates presenciais com as equipes dos filmes e oferece ao público o privilégio do voto popular para escolha do melhor filme de ficção, melhor documentário e melhor curta.

O Festival do Rio 2022 retorna ao seu mês tradicional e acontecerá em diversas salas de cinema, como as do Circuito Estação NET, entre outras. De volta ao circuito está o icônico Cine Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, na Cinelândia, que receberá as noites de gala de filmes internacionais e nacionais hors concours.

“A Première Brasil foi criada para ser uma grande janela para o cinema brasileiro. Nos interessa, mais que tudo, tornar nossos filmes acessíveis e conhecidos dentro do Brasil e para todos os públicos. O Festival do Rio também se consolidou como uma importante plataforma para o cinema brasileiro no exterior, projetando nosso prestígio e talento internacionalmente”, disse Ilda Santiago, diretora executiva de programação do Festival do Rio.

Conheça os filmes selecionados para a Première Brasil 2022:

PREMIÈRE BRASIL | COMPETITIVAS

LONGAS-METRAGENS | FICÇÃO

Bem-vinda, Violeta, de Fernando Fraiha (RJ)
Bocaina, de Ana Flávia Cavalcanti e Fellipe Barbosa (RJ)
Carvão, de Carolina Markowicz (SP)
Fogaréu, de Flávia Neves (RJ)
Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta (DF)
Paloma, de Marcelo Gomes (PE)
Paterno, de Marcelo Lordello (PE)
Perlimps, de Alê Abreu (SP)
Propriedade, de Daniel Bandeira (PE)
Regra 34, de Julia Murat (RJ)
Transe, de Carolina Jabor e Anne Pinheiro Guimarães (RJ)

LONGAS-METRAGENS | DOCUMENTÁRIO

7 Cortes de Cabelo no Congo, de Luciana Bezerra, Gustavo Melo e Pedro Rossi (RJ)
A Assembleia – Brasil, de Beatriz Sayad, Heloisa Passos e Juliana Jardim (SP)
Diálogos com Ruth de Souza, de Juliana Vicente (RJ)
Exu e o Universo, de Thiago Zanato (SP)
Fausto Fawcett na Cabeça, de Victor Lopes (SP)
Kobra Auto Retrato, de Lina Chamie (SP)
Não é a Primeira Vez que Lutamos pelo Nosso Amor, de Luis Carlos de Alencar (RJ)
Nossa Pátria Está Onde Somos Amados, de Felipe Hirsch (SP)
Sociedade do Medo, de Adriana L. Dutra (RJ)

COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS

Abscesso, de Bianca Iatallese (SP)
Big Bang, de Carlos Segundo (MG)
Cinema Vivo, de Chris MN (RJ)
Contando Aviões, de Fabio Rodrigo (SP)
Escasso, de Gabriela Gaia Meirelles (RJ)
Garotos Ingleses, de Marcus Curvelo (BA)
Kokoro – de coração a coração, de André Hayato Saito (SP)
Mulheres Árvore, de Wara (CE)
Peixes não se afogam, de Anna Azevedo (RJ)
O Senhor do Trem, de Aída Queiroz e Cesar Coelho (RJ)
Último Domingo, de Joana Claude e Renan Barbosa Brandão (RJ)
Selfie, de Alex Sernambi (RS)
Solmatalua, de Rodrigo Ribeiro-Andrade (SC)
Tiro de Misericórdia, de Augusto Barros (MG)

PREMIÈRE BRASIL | NOVOS RUMOS

COMPETIÇÃO LONGAS

A Cozinha, de Johnny Massaro (RJ)
A Filha do Caos, de Juan Posada (RJ)
Canção ao Longe, de Clarissa Campolina (MG)
Maputo Nakuzandza, de Ariadine Zaumpaulo (SP)
O Acidente, de Bruno Carboni (RS)
Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre (SP)
Lilith, de Bruno Safadi (RJ)
Ciclo, de Ian SBF (RJ)

COMPETIÇÃO CURTAS

Aluísio, o Silêncio e o Mar, de Luiz Carlos Vasconcellos (PB)
Caminhos Afrodiaspóricos do Recôncavo da Guanabara, de Wagner Novais (RJ)
Curupira e a Máquina do Destino, de Janaína Wagner (SP)
e nada mais disse., de Júlia Menna Barreto (RJ)
Entre a Colônia e as Estrelas, de Lorran Dias (RJ)
Êra Punk, de Flávio Galvão (SP)
Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli (RJ)
Iceberg, de Will Domingos (RJ)

HORS CONCOURS

Abestalhados 2, de Marcos Jorge e Marcelo Botta (SP)
Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho, de Pedro Bronz (RJ)
A Praga, de José Mojica Marins + A Última Praga de Mojica, de Cédric Fanti, Eugenio Puppo, Matheus Sundfeld e Pedro Junqueira (SP)
Derrapada, de Pedro Amorim (RJ)
Down Quixote, de Leonardo Cortez (SP)
Miúcha, a Voz da Bossa Nova, de Daniel Zarvos e Liliane Mutti (RJ)
O Pastor e o Guerrilheiro, de José Eduardo Belmonte (RJ)
Pérola, de Murilo Benício (RJ)

NOVOS RUMOS | HORS CONCOURS
Domingo à Noite, de André Bushatsky (SP)

PREMIÈRE BRASIL: O ESTADO DAS COISAS

Boicote, de Julia Bacha (RJ)
Corpolítica, de Pedro Henrique França (SP)
Direito de Sonhar, de Theresa Jessouroun (RJ)
Fio do Afeto, de Bianca Lenti (RJ)
Palco de Luta, de Iberê Carvalho (DF)
Regenerar: caminhos possíveis em um planeta machucado, de Maria Clara Parente (RJ)
Um Tiro no Escuro, de Paulo Ferreira (RJ)

CURTAS-METRAGENS

Romão, de Clementino Júnior (RJ)
Socorro, de Susanna Lira (RJ)
Sinfonia da Vacina, de Guilherme Coelho e Julia De Simoni (RJ)
Tekoha, de Carlos Adriano (SP)

PREMIÈRE BRASIL: RETRATOS

Belchior – Apenas um Coração Selvagem, de Natália Dias e Camilo Cavalcanti (RJ)
Daniel Senise – Nem tudo tem que ser sobre alguma coisa, de Bernardo Pinheiro (RJ)
De Você Fiz Meu Samba, de Isabel Nascimento Silva (RJ)
Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você, de Roberto de Oliveira (RJ)
Elton Medeiros: o sol nascerá, de Pedro Murad (RJ)
Luzes Mulheres Ação, de Eunice Gutman (RJ)
Otto: de trás p/ diante, de Helena Lara Resende e Marcos Ribeiro (RJ)
Quando a Coisa Vira Outra, de Marcio de Andrade (DF)

PREMIÈRE BRASIL: ESPECIAL CLÁSSICOS

Assalto ao Trem Pagador, de Roberto Farias (1962)
O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte (1962)

OUTRAS MOSTRAS

MIDNIGHT
O País da Pornochanchada, de Adolfo Lachtermacher (RJ)

Foto: Divulgação/Pandora Filmes.

Oscar 2023: seis longas disputam indicação brasileira ao prêmio de melhor filme internacional

por: Cinevitor
Cícero Lucas em Marte Um, de Gabriel Martins.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou nesta terça-feira, 30/08, a lista com os seis longas-metragens pré-selecionados para concorrer a uma vaga na categoria de melhor filme internacional na 95ª edição do Oscar, premiação anual promovida pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences, que acontecerá no dia 12 de março de 2023.

Ao todo, foram 28 longas-metragens inscritos e habilitados a concorrer à vaga e, pela primeira vez, a eleição será realizada em dois turnos. No dia 5 de setembro será escolhido, entre os seis pré-selecionados, o filme que representará o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar 2023.

Presidida por Bárbara Cariry, a Comissão de Seleção deste ano é formada por 19 membros: André Pellenz, Barbara Cariry, Cavi Borges, David França Mendes, Eduardo Ades, Guilherme Fiúza Zenha, Jeferson De, João Daniel Tikhomiroff, João Federici, José Geraldo Couto, Juliana Sakae, Marcelo Serrado, Maria Ceiça de Paula, Patricia Pillar, Petra Costa, Renata Almeida, Talize Sayegh, Waldemar Dalenogare Neto e Zelito Viana.

Na última edição do Oscar, o Brasil esteve na disputa com o drama Deserto Particular, de Aly Muritiba, mas não conseguiu uma vaga na premiação. Vale lembrar que a última vez que o país concorreu na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os nove semifinalistas.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais é a única entidade responsável pela seleção do filme brasileiro que irá concorrer a uma vaga entre os indicados ao prêmio de melhor longa-metragem internacional no Oscar, sem qualquer tutela do governo que esteja no poder.

Conheça os seis filmes pré-selecionados:

A Mãe, de Cristiano Burlan
A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky
Carvão, de Carolina Markowicz
Marte Um, de Gabriel Martins
Pacificado, de Paxton Winters
Paloma, de Marcelo Gomes

Conheça os outros filmes que foram inscritos:

5 Casas, de Bruno Gularte Barreto
A Espera de Liz, de Bruno Torres
Amado, de Edu Felistoque e Erik de Castro
A Mesma Parte de um Homem, de Ana Johann
Aos Nossos Filhos, de Maria de Medeiros
As Verdades, de José Eduardo Belmonte
Assalto na Paulista, de Flavio Frederico
Cano Serrado, de Erik de Castro
Coisa Pública, de André Borelli
Eduardo e Mônica, de René Sampaio
Eike – Tudo ou Nada, de Andradina Azevedo e Dida Andrade
Ela e Eu, de Gustavo Rosa de Moura
Espero que esta te encontre e que estejas bem, de Natara Ney
Ménage, de Luan Cardoso
Mirador, de Bruno Costa
O Segundo Homem, de Thiago Luciano
Os Primeiros Soldados, de Rodrigo de Oliveira
Papai é Pop, de Caito Ortiz
Predestinado: Arigó e o Espírito de Dr. Fritz, de Gustavo Fernandez
São Ateu, de Hiro Ishikawa
Tarsilinha, de Celia Catunda e Kiko Mistrorigo
Transversais, de Émerson Maranhão

Foto: Divulgação/Filmes de Plástico.

Conheça os vencedores do 7º Festival VerOuvindo

por: Cinevitor
Cena do curta pernambucano Redoma, de Pedro Vitor Ferraz: premiado.

A sétima edição do festival VerOuvindo, que promove o cinema brasileiro com acessibilidade, aconteceu durante a Semana Estadual da Pessoa com Deficiência. Todas exibições de filmes de curta e de longa-metragem contaram com tradução em Libras (língua brasileira de sinais), audiodescrição e legendas para surdos e ensurdecidos.

O 7º Festival VerOuvindo promoveu exibição de curtas e longas, atividades formativas bilíngues (português e Libras) como a Jornada VerOuvindo, masterclasses e debates sobre audiovisual e acessibilidade comunicacional. Além de exibir filmes, o VerOuvindo produz conteúdo acessível para as obras audiovisuais.

Neste ano, o júri de audiodescrição foi formado por: Cida Leite, Flávia Mayer e Lívia Motta; o time do júri da mostra competitiva de Libras contou com: Mirella Correia e Sá Cavalcanti, Mariana da Hora, Carlos di Oliveira e Angela Russo.

Conheça os vencedores do 7º VerOuvindo – Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife:

Melhor TALS de Animação
Regionalização do Espaço Mundial, de Desenrolado (CE)
Tradutor e intérprete de Libras: Gracy Kelly Amaral Barros
Consultor de Libras: Narlya de Oliveira Santos

Melhor Audiodescrição de Ficção
Redoma, de Pedro Vitor Ferraz (PE)
Roteiro e narração: Danielle França
Consultoria: Milton Carvalho

Melhor Audiodescrição de Documentários
Por entre as frestas, de Luini Nerva (RS)
Roteiro: Mimi Aragón e Letícia Schwartz
Consultoria: Manoel Negraes e Rafael Braz
Narração: Rodrigo Sacco Teixeira

Menção Honrosa do Júri de Audiodescrição
O peixe: a pequena ponte entre a gula e a luxúria, de Natasha Jascalevich (RJ)
Roteiro: Renato Calvet e Larissa Costa
Consultoria: Alessandro Câmara
Narração: Renato Calvet

Melhor TALS | Júri Popular
Das Goiabeiras ao Iguape, de Diógenes Lopes (CE)
Tradução e intérprete de Libras: Vinicius Scheffer
Consultor de Libras: Rundesth Saboia

Melhor Audiodescrição pelo Júri Popular
O Riso da Mata, de Priscila Jácomo e Melquior Brito (SP)
Roteiro e Narração: Andréia Paiva
Consultoria: Felipe Monteiro

Foto: Divulgação.

CINEVITOR #425: Entrevista com Marcos Palmeira | 50º Festival de Gramado | Troféu Oscarito

por: Cinevitor
O ator no palco do Palácio dos Festivais: homenageado.

Na 50ª edição do Festival de Cinema de Gramado, o Troféu Oscarito, a mais tradicional honraria concedida desde 1990 pelo evento, foi entregue ao ator Marcos Palmeira, que atualmente está no ar na novela Pantanal.

Com mais de uma centena de trabalhos, incluindo cinema, televisão e teatro, Marcos é um dos nomes mais conhecidos e respeitados no Brasil; coleciona vitórias e indicações em alguns dos principais festivais de cinema do país e da Ibero-América. 

Em Gramado, levou seu primeiro kikito pelo papel de Alpino em Dedé Mamata, em 1988, na categoria de coadjuvante. Dois anos depois, foi consagrado como melhor ator por Barrela: Escola de Crimes. Durante a 43° edição do festival, Palmeira subiu ao palco do Palácio dos Festivais para homenagear seu pai, o cineasta Zelito Viana, que recebeu o Troféu Eduardo Abelin (clique aqui e relembre a homenagem).

Em 2013, foi indicado ao Emmy Internacional pela série Mandrake; em 1997 foi consagrado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro por sua atuação em Anahy de las Misiones, de Sérgio Silva, além de ter sido premiado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro do ano passado por Boca de Ouro, de Daniel Filho.

Marcos Palmeira, que vem de uma família de artistas, iniciou sua trajetória em 1975 no especial O Menino Atrasado, da TVE Brasil. Depois, já na década de 1980, fez parte do humorístico Chico Anysio Show, na Rede Globo. Entre participações, ganhou destaque em 1990 ao interpretar Tadeu Aparecido Leôncio na telenovela Pantanal, da Rede Manchete; hoje interpreta Zé Leôncio na nova versão da novela, exibida na TV Globo.

Seu currículo televisivo conta com obras e personagens marcantes, como: Renascer, Memorial de Maria Moura, Irmãos Coragem, A Vida Como Ela é…, Torre de Babel, Porto dos Milagres, Esperança, Celebridade, Cheias de Charme, Babilônia, Velho Chico, entre muitos outras.  

No cinema também atuou em diversas obras, entre elas, Um Trem para as Estrelas, Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, Villa-Lobos: Uma Vida de Paixão, O Casamento de Louise, Dom, Bela Noite para Voar, A Noite da Virada, Os Homens São de Marte… E É Pra Lá que Eu Vou, A Divisão, entre outros.

Para celebrar sua homenagem no Festival de Gramado, fizemos um programa especial com o ator. No bate-papo, Marcos Palmeira falou sobre a emoção de receber o Troféu Oscarito, reconhecimento e carinho do público, orgulho de ser um ator popular, relembrou a primeira versão de Pantanal e outros trabalhos marcantes, como Irmãos Coragem, Boca de Ouro e O Homem que Desafiou o Diabo, refletiu sobre sua trajetória e destacou outros assuntos. Além disso, também registramos os melhores momentos de seu discurso no Palácio dos Festivais.

Aperte o play e confira:

*O CINEVITOR esteve em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto.

Conheça os vencedores do 9º Festival de Cinema de Caruaru

por: Cinevitor
João de Cordeira no curta pernambucano Cabocolino, de João Marcelo.

A nona edição do Festival de Cinema de Caruaru aconteceu entre os dias 21 e 27 de agosto, na região do Agreste Pernambucano, no Teatro João Lyra Filho. Depois de dois anos de realização on-line, o festival retomou sua versão presencial com oito mostras competitivas, além de atividades educativas voltadas para o audiovisual.

A curadoria selecionou 74 obras, sendo 5 longas e 69 curtas; e foi assinada por: Edvaldo Santos, realizador e professor; Luciano Torres, ator e diretor; Priscila Urpia, jornalista, fotógrafa e produtora; e Stephanie Sá, jornalista.

Neste ano, a atriz, produtora, diretora, educadora e formada em Direito e Contabilidade, Arary Marrocos, um dos principais símbolos das Artes Cênicas em Caruaru, foi a grande homenageada. Natural de Belo Jardim, mudou-se para a capital do Agreste ainda no início da adolescência, quando, em 1952, iniciou suas atividades artísticas, fundando, junto aos amigos da época, o grupo Teatro Estudantil do Colégio Estadual de Caruaru.

Depois de atuar como professora, fundou o MTR, Movimento Teatral Renovador, que, depois de um tempo, recebeu uma nova nomenclatura que carrega até hoje: TEA, Teatro Experimental de Arte. A entidade, que é a segunda mais antiga em atividades ininterruptas no Brasil, é voltada para o desenvolvimento das Artes Cênicas entre a juventude caruaruense, principalmente para estudantes do Ensino Fundamental e Médio e já formou mais de mil atores em seus 60 anos de existência.

Para além do teatro, Arary também tem uma participação no cinema caruaruense, atuando em filmes independentes como o Dia do Caçador, exibido no Festival de Cinema de Caruaru, e contribuindo para a formação de atores que figuram diversas outras obras cinematográficas a nível regional e nacional.

O júri desta edição foi formado por: Amanda Mansur, Bertrand Lira e Juliana Leitão na mostra de longa-metragem; Carlos Kamara, Adelina Pontual e Maria Alves nas mostras de curtas-metragens; e Dayane Jeniffer, Gabriel Jeneci, Joane Isabel, Katherine Soares e Maria Ferreira no Júri Jovem, formado a partir da oficina de Introdução à Crítica Cinematográfica.

O prêmio de melhor longa-metragem brasileiro, segundo o Júri Oficial, foi para Ursa, de William de Oliveira. A justificativa diz: “O filme emociona do início ao fim. O roteiro parte de uma história que vemos diariamente nos jornais, mas com uma singularidade muito própria. O cuidado ao contar a trajetória de uma mãe que sofre uma realidade com a qual muitos podem se identificar é digno de todos os aplausos”.

Já o prêmio de melhor filme da Mostra Agreste foi para Cabocolino, de João Marcelo, com a seguinte justificativa: “O filme tem a retórica de manter viva a cultura popular, através de uma tradição popular que repassa a ancestralidade, que dá destaque a arte popular e a fé de um povo”.

O júri da Mostra Brasil concedeu o prêmio principal para o curta-metragem Sideral, de Carlos Segundo. A justificativa diz: “O filme tratou o tema da relação familiar com bastante originalidade. A narrativa seguiu em um ritmo conciso e seguro, chegando ao clímax do inusitado, o que foi abordado de maneira trangicômica na narrativa do filme”.

Conheça os vencedores do 9º Festival de Cinema de Caruaru:

MOSTRA BRASIL | LONGA-METRAGEM

Melhor Filme: Ursa, de William de Oliveira (PR)
Melhor Direção: William de Oliveira, por Ursa
Melhor Roteiro: Ursa, escrito por William de Oliveira
Melhor Ator: Enzo Gabriel, por Onde Fica a Nova Esperança?
Melhor Atriz: Adriana Sottomaior, por Ursa
Melhor Fotografia: Onde Fica a Nova Esperança?, por Alan Schvarsberg
Melhor Direção de Arte: Onde Fica a Nova Esperança?, por Marcus Takatsuka
Melhor Desenho de Som: Ursa, por Henrique Bertol
Melhor Pôster: Achados Não Procurados
Menção Honrosa: trilha sonora de Achados Não Procurados, por Zeca Baleiro

MOSTRA BRASIL | CURTA-METRAGEM

Melhor Filme: Sideral, de Carlos Segundo (RN)
Melhor Direção: Arthur Gonzaga, por Filhos da Periferia
Melhor Roteiro: Memória de Quem (Não) Fui, escrito por Thiago Kistenmacker
Melhor Ator: Wesley Guimarães, por Quantos Mais?
Melhor Atriz: Estela Nunes, por Lado a Lado
Melhor Fotografia: Jamary, por Reginaldo Tyson
Melhor Direção de Arte: Neila Albertina, por Desejo
Melhor Desenho de Som: Lado a Lado, por Rafael Laurenti
Melhor Pôster: Filhos da Noite

MOSTRA AGRESTE

Melhor Filme: Cabocolino, de João Marcelo (Surubim, PE)
Melhor Direção: Fabi Melo, por Nem Todas as Manhãs São Iguais
Melhor Roteiro: Essa Saudade, escrito por Samy Sah
Melhor Fotografia: Cabocolino, por Marlom Meirelles
Melhor Direção de Arte: O Peso do Ser, por Iomana Rocha
Melhor Desenho de Som: Chiquinho da Rata, por Giancarlo Galdino
Melhor Ator: Icaro Limeira, por Chiquinho da Rata
Melhor Atriz: Maria Alice Santos, por Nem Todas as Manhãs São Iguais
Melhor Pôster: Alto das Flores
Menção Honrosa: Cine Aurélio, de Kennel Rógis; através da metalinguagem, o filme aborda o personagem principal para mostrar a força do cinema e sua resistência no interior do estado de Pernambuco. O protagonista personifica a luta de manter as portas abertas dos poucos cinemas de rua que ainda persistem e insistem em mostrar à população o cinema que, inclusive, é feito por pernambucanos.

MOSTRA LATINO-AMERICANA | CURTA-METRAGEM
Melhor Filme: Latente, de Clara Eva Faccioli (Argentina)

MOSTRA FANTÁSTICOS
Melhor Filme: Mamãe, de Hilda Lopes Pontes (BA)

MOSTRA ADOLESCINE
Melhor Filme: Miado, de Victória Silvestre (SP)

MOSTRA INFANTIL
Melhor Filme: A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno (GO)

MOSTRA VIDEOCLIPE
Chorar, de Karola Nunes, Pacha Ana e Curumin; dirigido por Juliana Segóvia (MT)

JÚRI JOVEM | MELHOR FILME

Mostra Brasil (longas): Achados Não Procurados, de Fabi Penna (SC)
Justificativa: com uma construção narrativa excelente e subversiva, o filme satiriza mostrando possíveis e palpáveis absurdos. Esse passeio é conduzido com excelência por uma direção apaixonada, que faz um ótimo uso de seus planos sequência. Um dos protagonistas, interpretado por Roney Villela, tem uma presença marcante, que traz ainda mais dinamismo para o filme e potencializa o humor em diversas cenas, reforçando esse lado satírico retratado no longa. Sutilmente agressivo, o filme consegue ser extremamente provocativo, o que é consolidado a partir dos cenários criados por Carlos Mosca. Achados Não Procurados é um título que funciona para a excelente experiência de assisti-lo, já que Fabi Penna entrega um verdadeiro achado que não estávamos procurando.

Mostra Brasil (curtas): Sideral, de Carlos Segundo (RN)
Justificativa: Sideral constrói sua narrativa distópica com uma brilhante sobriedade estética. Ao utilizar a fotografia em preto e branco, a obra consegue nos surpreender combinando a tensão sóbria das imagens e a comicidade dos diálogos construídos. O curta também nos apresenta a condição da mulher naquele ambiente e como isso está atrelado a realidade brasileira. O filme nos encanta pelo seu roteiro bem trabalhado, pelo uso da câmera estática e pela incrível atuação que consegue transpassar de forma espontânea o objetivo da obra. Ao destacar esses pontos, consideramos Sideral um filme impressionante.

Mostra Agreste: Cine Aurélio, de Kennel Rógis (Toritama, PE)
Justificativa: com uma história bonita e singela, nos mostra como é se apaixonar genuinamente pelo cinema. Com esse recorte, Cine Aurélio demonstra não apenas como contar uma história, mas também como mostrá-la. A câmera intimista que passa pelo documentário, a narração pontual e a montagem básica, clara e precisa, passa a quem assiste toda a grandiosidade da história. A última cena, espetacular, fecha bem o curta, nos fazendo entender como o cinema, além de ser algo coletivo, é uma atividade individual. Diante disso, podemos observar a importância dessa obra para o cinema do agreste.

Foto: Marlom Meirelles.