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Tony Tornado será homenageado no 17º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro

por: Cinevitor
Homenageado: consagrado na música e no audiovisual.

A 17ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que acontecerá entre os dias e 7 de dezembro, em João Pessoa, na Paraíba, acaba de anunciar que o consagrado ator e cantor Tony Tornado será um dos homenageados deste ano e receberá o Troféu Aruanda pelo conjunto da obra em mais de seis décadas de trajetória artística. 

Para o diretor do festival, Lúcio Vilar, será uma celebração de uma atuação artística multifacetada e da afirmação de um personagem afro-brasileiro que conquistou importantes espaços midiáticos, com seus próprios méritos, sendo inspiração para muitos jovens de hoje.

Antônio Viana Gomes nasceu na cidade de Mirante do Paranapanema, no estado de São Paulo, no Brasil. Iniciou sua carreira artística nos anos 1960 com o nome artístico de Tony Checker, dublando e dançando no programa Hoje é dia de Rock, de Jair de Taumaturgo. Nessa época, Tony fazia cover dos cantores Chubby Checker e Little Richard. Morou em Nova York com o cantor Tim Maia e foi influenciado pela soul music. Foi vencedor do V Festival Internacional da Canção com a música BR-3, fato que marcou sua carreira como músico no Brasil.

No cinema, estreou como ator em Tô na Tua, Ô Bicho, em 1971, comédia de Raul Araujo, no qual atuou ao lado de Costinha, Agildo Ribeiro e Nair Bello. Ficou conhecido por seu inúmeros trabalhos em longas da pornochanchada, entre os anos 1970 e 1980, além de atuar em filmes consagrados como Pixote: A Lei do Mais Fraco e Carandiru, ambos de Hector Babenco.

Na TV também ganhou destaque em diversos trabalhos, como: Roque Santeiro, Tenda dos Milagres, Vamp, Sex Appeal, Quatro por Quatro, Caça Talentos, O Beijo do Vampiro, A Diarista, Cordel Encantado, Amor Eterno Amor, Carcereiros, entre muitos outros.

Foto: Divulgação/Rede Globo.

Cine Ceará 2022: Ednardo e Teta Maia serão homenageados

por: Cinevitor
Ednardo: um dos grandes nomes da música brasileira.

A 32ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá entre os dias 7 e 13 de outubro, acaba de anunciar que a atriz e produtora Teta Maia e o músico Ednardo serão homenageados neste ano. A entrega do Troféu Eusélio Oliveira aos dois nomes que têm suas carreiras marcadas pelo cinema, nas telas e bastidores, acontecerá no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza.

Teta Maia tem um extenso currículo no cinema, tendo produzido mais de 20 longas-metragens no Ceará e inúmeros curtas. O início foi na década de 1980, na produção de O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, de Rosemberg Cariry. Com a carreira de atriz iniciada no teatro também nos anos 1980, no cinema atuou em vários filmes, entre eles, A Saga do Guerreiro Alumioso, Corisco e Dadá e Siri-Ará, de Rosemberg Cariry; e Milagre em Juazeiro, de Wolney Oliveira.

Tornou-se um nome reconhecido como produtora cinematográfica, permanecendo ainda hoje em intensa atividade, exercendo funções diversas em curtas, longas e séries. São inúmeros trabalhos feitos com os diretores Rosemberg Cariry, Geraldo Sarno, Firmino Holanda, e seus filhos Petrus Cariry e Bárbara Cariry. Os mais recentes foram as séries A 3º Era do Espírito Santo: a fé, a festa, a utopia e Juazeiro: Chão Sagrado, de Rosemberg Cariry; e Caminho de Volta, de Arthur Leite e Petrus Cariry; o curta Foi um Tempo de Poesia, de Petrus Cariry; e os longas Pequenos Guerreiros, de Bárbara Cariry; A Praia do Fim do Mundo, de Petrus; Escravos de Jó, de Rosemberg; Sertânia, de Geraldo Sarno; e A Jangada de Welles, de Firmino Holanda e Petrus Cariry

Teta Maia: atriz e produtora.

Ednardo é um dos grandes nomes da música brasileira, tendo despontado na mesma época de seus conterrâneos Amelinha, Belchior e Raimundo Fagner. É autor de várias trilhas sonoras de cinema e televisão. No cinema, assina as trilhas de Luzia Homem, de Fábio Barreto; e Tigipió e O Calor da Pele, de Pedro Jorge de Castro. O longa Luzia Homem, em que participou também como ator, teve bilheteria recorde no Brasil, sucesso na Europa nos festivais de Huelva e Cannes e em TV nos Estados Unidos. Tigipió teve a trilha premiada nos festivais de Karlov Vary e de Verona.

Ednardo foi produtor, roteirista, diretor e autor da trilha do filme Cauim, onde evidencia sua proximidade com o universo do maracatu cearense e do cinema. O filme foi projetado em shows do disco homônimo, realizado em 1978 pelas principais capitais brasileiras. Em televisão, destaque para as novelas Saramandaia (1976), na Rede Globo, sendo de sua autoria o tema de abertura, Pavão Mysteriozo, e Tocaia Grande (1995/1996), na TV Manchete, baseada na obra homônima de Jorge Amado, interpretando a música Cordel Tocaia Grande, de sua autoria, no encerramento do último capítulo.

Fotos: Divulgação.

Curta Caicó 2022: quinta edição capacita estudantes de escolas públicas com oficinas de cinema

por: Cinevitor
Quatro curtas-metragens serão produzidos durante as oficinas.

Cerca de 100 estudantes de escolas públicas de Caicó, no Rio Grande do Norte, estão sendo beneficiados com a realização de oficinas de linguagem audiovisual, promovidas pela quinta edição do Curta Caicó. Até o próximo dia 23 de setembro, o cineasta pernambucano Marlom Meirelles realizará uma verdadeira maratona do projeto Documentando nessas escolas e, como resultado final da oficina, serão produzidos quatro curtas-metragens que serão exibidos no encerramento do festival.

Nesta semana, as oficinas serão realizadas na Escola Estadual Antônio Aladim e Escola Estadual Zuza Januário. Entre os dias 19 e 23, será a vez da Escola Estadual Padre Edmund Kagerer e Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim. Durante as oficinas, os alunos conhecerão as técnicas para produção de um curta-metragem, desde a elaboração do roteiro, noções de fotográfica e montagem. Além dos estudantes, as oficinas também contam com a presença de professores que terão como missão multiplicar esses conhecimentos em sala de aula.

“O audiovisual é uma ferramenta importante na sala de aula. Com os conhecimentos adquiridos em sala de aula, os estudantes poderão desenvolver seus próprios projetos, tendo em vista que os celulares de hoje possuem câmeras e há vários aplicativos de edição. A presença dos professores nessas oficinas também é importante para que esses conhecimentos possam ser multiplicados”, destacou Raildon Lucena, diretor do Curta Caicó.

Em 2019, na segunda edição do evento, foi realizada a Oficina Documentando, que resultou no curta Chico do Cinema, sobre um cidadão caicoense que esteve à frente de antigos cinemas de Caicó e que dedicou toda sua vida à sétima arte; assista aqui.

Criado em 2009, o Documentando tem contribuído para o fortalecimento da produção audiovisual independente no Nordeste, iniciando novos produtores e ampliando as possibilidades de alcance de suas obras. Os participantes conhecem todo o processo de realização de um documentário e os elementos fundamentais para a construção de um roteiro, produção, captação e edição de um filme.

Além de ampliar o repertório no campo do audiovisual e o acesso a conceitos e vanguardas da história do cinema, os estudantes são provocados a refletir sobre suas vivências e pensar narrativas que contemplem questões sociais, de gênero, raça, territorialidade, identidade, entre outras. Ao final de cada oficina é produzido um documentário com temática livre e escolhido por meio de exercícios coletivos, que são exibidos na programação dos festivais.

A quinta edição do Curta Caicó acontecerá em formato híbrido entre os dias 3 e 8 de outubro; clique aqui e confira a lista completa com os selecionados deste ano.

Foto: Divulgação/Referência Comunicação.

Morre, aos 91 anos, o cineasta francês Jean-Luc Godard

por: Cinevitor
Um dos maiores nomes do cinema mundial.

Morreu nesta terça-feira, 13/09, aos 91 anos, o cineasta, roteirista e crítico de cinema Jean-Luc Godard, considerado um dos pioneiros da Nouvelle vague, importante movimento artístico do cinema francês no final da década de 1960. Segundo informações divulgadas pela imprensa internacional, ele morreu pacificamente em casa, na Suíça, ao lado de sua esposa Anne-Marie Miéville.

Nascido no dia 3 de dezembro de 1930, em Paris, Godard estudou Etnologia na Sorbonne Université. No começo dos anos 1950, começou a escrever para a conceituada revista Cahiers du Cinéma, depois de participar de cineclubes ao lado de nomes como André Bazin, François Truffaut, Claude Chabrol e Jacques Rivette. Como crítico de cinema, declarou insatisfação em relação ao cinema francês e resolveu fazer seus próprios filmes.

Seu primeiro trabalho como diretor foi o curta-metragem Une femme coquette, lançado em 1955. Depois dirigiu outros filmes no mesmo formato: Opération ‘Béton’, Charlotte e Seu Namorado e Todos os rapazes se chamam Patrick. Em 1960, lançou seu primeiro longa-metragem: Acossado, com Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg, que lhe rendeu o Urso de Prata de melhor direção no Festival de Berlim e uma indicação ao BAFTA.

Em sua trajetória, Godard desafiou o modelo criado por Hollywood e o próprio cinema francês. Suas obras também foram marcadas por diversas homenagens, referências e expressões políticas. Ao longo da carreira, realizou mais de 40 longas-metragens, além de curtas, ensaios cinematográficos e videoclipes. Com a Nouvelle vague, trouxe a proposta de renovar a cinematografia francesa e a valorização do diretor, reabilitando o cinema de autor.

Seu segundo longa, Uma Mulher é Uma Mulher, recebeu o Prêmio Especial do Júri em Berlim, além do Urso de Prata de melhor atriz para Anna Karina, com quem foi casado. No mesmo festival, foi consagrado muitas vezes por diversos trabalhos, entre eles: Alphaville, vencedor do Urso de Ouro, em 1965; Masculino-Feminino, em 1966; Week-End à Francesa, em 1967; A Gaia Ciência e Amor e Raiva, em 1969; Tudo Vai Bem, em 1972; e Eu Vos Saúdo Maria, em 1985, que foi rejeitado pelo papa João Paulo II sob alegação de que a história era uma ofensa às crenças católicas e foi proibido no Brasil na época.

No Festival de Cannes, participou pela primeira vez em 1980 com Salve-se Quem Puder (A Vida), na Competição Oficial. Depois disso, exibiu por lá: Paixão, em 1982; Detetive, em 1985; Ária, em 1987; Nouvelle vague, em 1990; Elogio ao Amor, em 2001; Filme Socialismo, em 2010, na mostra Un Certain Regard; Adeus à Linguagem, em 2014, que recebeu o Prêmio do Júri; e Imagem e Palavra, em 2018, que recebeu uma Palma de Ouro especial.

Godard nos bastidores do filme Ária, em 1987.

Outro evento que marcou a carreira de Godard foi o Festival de Veneza, no qual exibiu diversos títulos, como: Viver a Vida, vencedor do Prêmio Especial do Júri, em 1962; Uma Mulher Casada, em 1964; O Demônio das Onze Horas, em 1965; A Chinesa, em 1967, vencedor do Prêmio Especial do Júri; Carmen de Godard, em 1983, que lhe rendeu o Leão de Ouro; Alemanha Nove Zero, em 1991; Infelizmente para Mim, em 1993; e Para Sempre Mozart, em 1996. Além disso, foi homenageado com o Leão de Ouro honorário em 1982.

Godard também passou também pelo Festival Internacional de Cinema de San Sebastián e recebeu o Prêmio FIPRESCI por Nossa Música, em 2004, além de exibir Imagem e Palavra anos depois; no Festival de Roterdã exibiu Detetive e também saiu premiado. Em 2011, foi contemplado com o Oscar honorário por sua contribuição ao cinema, mas não marcou presença na cerimônia. Também foi homenageado nos festivais de Locarno e Estocolmo e no Prêmio César.

Seus filmes se destacaram muitas vezes entre os melhores do ano da conceituada revista Cahiers du Cinéma. Ao longo de sua carreira, alcançou o primeiro lugar do pódio com: Acossado, Viver a Vida, O Desprezo, Bando à Parte, O Demônio das Onze Horas, Eu Vos Saúdo Maria e Imagem e Palavra. Mas também marcou presença com: Rei Lear, Grandeur et décadence d’un petit commerce de cinéma, Paixão, Duas ou Três Coisas Que eu Sei Dela, Tempo de Guerra, entre muitos outros.

Documentários também marcaram a carreira do cineasta, como: Pravda, que trata da invasão soviética da Checoslováquia, British Sounds, Longe do Vietnã, Vrai faux passeport, The Old Place, Soft and Hard, Salve a Vida (Quem Puder), Aqui e em Qualquer Lugar, Numéro deux, entre outros.

Considerado por muitos como um gênio do cinema e um dos mais inventivos realizadores, Jean-Luc Godard se destacou, entre tantos talentos, ao inovar a estética cinematográfica. Entre polêmicas e consagrações, fez também um cinema político, tornou-se referência e inspirou diversas gerações. Deixou sua marca na história do cinema por seu estilo de filmagem iconoclasta e aparentemente improvisado, além de radicalismo inflexível.

Fotos: Hulton Deutsch/Divulgação/Diane Miller/Jonathan Lenard.

Festival de Veneza 2022: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Alice Diop: dois prêmios para Saint Omer.

Foram anunciados neste sábado, 10/09, os vencedores da 79ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza. O júri, presidido pela consagrada atriz norte-americana Julianne Moore, concedeu o Leão de Ouro de melhor filme, prêmio máximo do evento, para o documentário All the Beauty and the Bloodshed, de Laura Poitras.

Completavam o time de jurados da Competição Internacional deste ano: Mariano Cohn, cineasta e roteirista argentino premiado em Veneza pela comédia dramática O Cidadão Ilustre; a atriz iraniana Leila Hatami; o diretor italiano Leonardo Di Costanzo, que recebeu diversos prêmios em Veneza pelo drama L’intervallo; Audrey Diwan, cineasta francesa que recebeu o Leão de Ouro na edição passada pelo drama O Acontecimento; o escritor nipo-britânico Kazuo Ishiguro, vencedor do Nobel de Literatura em 2017; e Rodrigo Sorogoyen, cineasta espanhol indicado ao Oscar pelo curta-metragem Madre.

Vale destacar que o brasileiro Pedro Harres foi premiado nesta edição na mostra Venice Immersive com From the Main Square, uma experiência interativa em realidade virtual; a obra é uma produção da Alemanha. Em seu discurso, falou sobre a crise que o audiovisual brasileiro enfrenta atualmente: “Eu sou um cineasta brasileiro e andando por aqui você não consegue ver uma bandeira do Brasil. O motivo da ausência de produções brasileiras na programação é porque não temos apenas um governo que é contra a democracia, mas que também é contra o cinema”.

Já na mostra Orizzonti, o júri foi presidido pela cineasta espanhola Isabel Coixet, premiada em Veneza por A Vida Secreta das Palavras, e contou também com: Laura Bispuri, diretora e roteirista italiana, que se destacou no festival com Il paradiso del pavone; o produtor e diretor americano Antonio Campos; Sofia Djama, cineasta argelina premiada em Veneza com Les bienheureux; e o crítico de cinema Edouard Waintrop.

Para escolher o vencedor do Leão do Futuro, prêmio que elege o melhor filme de estreia da seleção, o júri foi presidido pelo cineasta italiano Michelangelo Frammartino, que recebeu o Prêmio Especial do Júri no ano passado por Il Buco. O time completou-se com: Jan P. Matuszynski, produtor e diretor polonês, que passou por Veneza com Sem Deixar Rastros; Ana Rocha de Sousa, cineasta e atriz portuguesa, que foi premiada no festival com Listen; Tessa Thompson, atriz e cantora americana; e Rosalie Varda, produtora, atriz e figurinista francesa, indicada ao Oscar por Visages, Villages, documentário dirigido por sua mãe Agnès Varda ao lado de JR.

Os homenageados desta 79ª edição, que receberam o Leão de Ouro honorário, foram: a atriz francesa Catherine Deneuve e o cineasta e roteirista norte-americano Paul Schrader.

Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Cinema de Veneza 2022:

COMPETIÇÃO OFICIAL

MELHOR FILME | LEÃO DE OURO: All the Beauty and the Bloodshed, de Laura Poitras (EUA)
GRANDE PRÊMIO DO JÚRI | LEÃO DE PRATA: Saint Omer, de Alice Diop (França)
MELHOR DIREÇÃO | LEÃO DE PRATA: Luca Guadagnino, por Bones and All
PRÊMIO COPPA VOLPI | MELHOR ATRIZ: Cate Blanchett, por Tár
PRÊMIO COPPA VOLPI | MELHOR ATOR: Colin Farrell, por The Banshees of Inisherin
MELHOR ROTEIRO: The Banshees of Inisherin, escrito por Martin McDonagh
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: Khers nist (No bears), de Jafar Panahi (Irã)
PRÊMIO MARCELLO MASTROIANNI | ATOR/ATRIZ EM ASCENSÃO: Taylor Russell, por Bones and All

MOSTRA ORIZZONTI

MELHOR FILME: Jang-e jahani sevom (World War III), de Houman Seyedi (Irã)
MELHOR DIREÇÃO: Tizza Covi e Rainer Frimmel, por Vera
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: Chleb i sól (Bread and Salt), de Damian Kocur (Polônia)
MELHOR ATRIZ: Vera Gemma, por Vera
MELHOR ATOR: Mohsen Tanabandeh, por Jang-e jahani sevom (World War III)
MELHOR ROTEIRO: Blanquita, escrito por Fernando Guzzoni
MELHOR CURTA-METRAGEM: Snow in September, de Lkhagvadulam Purev-Ochir (França/Mongólia)

VENICE IMMERSIVE | REALIDADE VIRTUAL

Melhor Experiência: The Man Who Couldn’t Leave, de Singing Chen (Taiwan)
Grande Prêmio do Júri: From the Main Square, de Pedro Harres (Alemanha)
Prêmio Especial do Júri: Eggscape, de Federico Heller, German Heller e Jorge Tereso (Argentina)

OUTROS PRÊMIOS

LEÃO DO FUTURO | MELHOR FILME DE ESTREIA: Saint Omer, de Alice Diop (França)
MELHOR FILME | MOSTRA ORIZZONTI EXTRA | PRÊMIO DO PÚBLICO: Nezouh, de Soudade Kaadan (Reino Unido/Síria/França)
MELHOR FILME RESTAURADO | VENICE CLASSICS: A Marca do Assassino (Koroshi no rakuin), de Seijun Suzuki (1967)
MELHOR FILME | VENICE CLASSICS DOCUMENTÁRIO: Fragments of Paradise, de KD Davison (EUA)

PREMIAÇÕES PARALELAS

PRÊMIO FIPRESCI | COMPETIÇÃO: Argentina, 1985, de Santiago Mitre (Argentina/EUA)
PRÊMIO FIPRESCI | ORIZZONTI E MOSTRAS PARALELAS: Autobiography, de Makbul Mubarak (Indonésia/França/Alemanha/Polônia/Singapura/Filipinas/Qatar)
QUEER LION AWARD: Aus meiner Haut (Skin Deep), de Alex Schaad (Alemanha)
GRANDE PRÊMIO | Venice International Film Critics Week: Eismayer, de David Wagner (Áustria)
MELHOR CURTA-METRAGEM | SIC | Venice International Film Critics Week: Puiet, de Lorenzo Fabbro e Bronte Stahl (Itália/EUA/Romênia)
MELHOR DIREÇÃO | SIC | Venice International Film Critics Week: Maria Guidone, por Albertine Where Are You?

Clique aqui e confira a lista completa com os prêmios paralelos, eleitos de forma independente por associações de críticos de cinema, cineclubes e associações culturais e profissionais do cinema.

Foto: Divulgação/La Biennale di Venezia.

FRAPA 2022: conheça os vencedores do 10º Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre

por: Cinevitor
Lay Gonçalves e Danny Barbosa no curta Adão, Eva e o Fruto Proibido, de R.B. Lima.

O FRAPA, Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre, é o primeiro e maior evento inteiramente voltado ao roteiro de cinema e televisão na América Latina. A intensa programação inclui concursos de roteiro (longa-metragem e piloto de série), laboratório de roteiro, pitchings, mesas de debates, workshops, master classes, estudos de caso, sessões comentadas, mostra de longas, rodadas de negócios e mostra competitiva de curtas-metragens.

Inspirado em festivais do gênero consagrados nos Estados Unidos e na Europa, o FRAPA surgiu em 2013 para valorizar a importância do roteiro em qualquer obra audiovisual: filme, série, novela ou programa de TV. Desde então, o festival vem crescendo ano a ano, tanto em número de atividades como em participantes, convidados, players e parcerias institucionais.

Nesta décima edição, que aconteceu em formato presencial entre os dias 6 e 9 de setembro, na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, o evento recebeu mais de 500 pessoas, entre convidados, players e inscritos de todo o país; mais de 400 roteiros de todo o Brasil foram inscritos para o 10º FRAPA.

Os vencedores do concurso de longa e piloto de série recebem o prêmio em dinheiro de cinco mil reais oferecido pelo FRAPA e pela Conspiração Filmes, com opção de consultoria do núcleo de desenvolvimento da última, além de várias outras premiações. O vencedor da categoria de longas recebe o Prêmio Paradiso no valor de cinco mil reais, que pode ser investido em formação ou desenvolvimento, oferecido pelo Projeto Paradiso.

Conheça os vencedores do FRAPA 2022:

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS

Melhor Roteiro: Adão, Eva e o Fruto Proibido, escrito por R.B. Lima
Melhor Roteiro | Júri Popular: Tecido, Sigilo, de Lucílio Jota
Melhor Personagem: elenco de Chão de Fábrica; Alice Marcone, Helena Albergaria, Carol Duarte e Joana Castro
Melhor Diálogo: Adão, Eva e o Fruto Proibido, escrito por R.B. Lima; na cena sobre não conseguir ser o pai, mas ser a melhor mãe possível
Melhor Cena: quando os militares vão anunciar a partida da mãe para o espaço em Sideral, de Carlos Segundo
Melhor Final: Chão de Fábrica, escrito por Nina Kopko e Tainá Muhringer
Melhor Título: Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui, de Érica Sarmet
Menção Honrosa: Tecido, Sigilo, de Lucílio Jota

CONCURSO DE ROTEIROS | LONGA-METRAGEM

Melhor Roteiro: Eu Roubei a Chuva por Amor, de Rafael Assunção
Menção Honrosa: Arroz de Hauçá, de Camila Ribeiro

CONCURSO DE ROTEIROS | PILOTO DE SÉRIE

Melhor Roteiro: O Bom Selvagem, de Thales Felipe
Menção Honrosa: Manual da (Não Tão) Nova L, de Andrezza Czech

Foto: Divulgação.

Curta Caicó 2022: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Ana Heloiza Ribeiro no curta Hospital de Brinquedos, de Georgina Castro.

Foram anunciados nesta sexta-feira, 09/09, em uma live apresentada por Vitor Búrigo no YouTube, os selecionados para as mostras competitivas e paralelas da quinta edição do Curta Caicó, que acontecerá em formato híbrido entre os dias 3 e 8 de outubro.

Ao todo, serão exibidos 82 filmes que irão compor as diversas mostras do festival, entre as quais a Nacional, Potiguar, Seridó e Nordeste. O festival também contará com mostras paralelas temáticas que homenageiam antigos cinemas de Caicó: Cine Alvorada (curtas fantásticos e futuristas), Cine Pax (diversidade), Cine Rio Branco (infantojuvenil) e Cine São Francisco (filmes universitários); outras mostras especiais compõem o restante da programação.

Com programação completamente gratuita, os filmes serão exibidos no Cineland, sala de cinema de Caicó e nas universidades locais. Haverá também exibições dentro do projeto Kurta na Kombi, em bairros e comunidades rurais de Caicó; a programação também estará disponível na plataforma de streaming do festival.

Os filmes concorrerem a várias premiações especiais, como: Prêmio Místika e Prêmio Tarrafa de Distribuição; além do Prêmio da Crítica, concedido pela ACCiRN, Associação de Críticas do Cinema do Rio Grande do Norte. O público também escolherá os vencedores do júri popular, mediante cadastro básico no site oficial.

Realizado no interior do Rio Grande do Norte, o festival vem se consolidando como uma importante vitrine de exibição e fomento ao cinema nacional. Para esta edição, o evento recebeu 813 inscrições de todo o país, acumulando mais de 3.200 filmes inscritos em cinco edições do festival: “Fomentar o audiovisual no interior do Rio Grande do Norte é uma das missões do Curta Caicó. E a cada edição percebemos que há um interesse maior dos realizadores do Seridó em produzir filmes e encaminhar para o festival”, disse Raildon Lucena, diretor do festival.

A curadoria das mostras Potiguar e Seridó foi realizada por Daniel Jaber e Luciana Damasceno, fundadores da Cardume, streaming que visa fomentar e difundir o mercado para curtas-metragens brasileiros. Já a curadoria da Mostra Nacional, e das demais mostras paralelas, ficou sob responsabilidade do Núcleo de Mídias Digitais Machado Bittencourt da Universidade Estadual da Paraíba, tendo como curadores: Hipólito Lucena, Rebbeca Souza, Francisco Haniel, Gabriel Heitor e Giovanna Azevedo.

Conheça os filmes selecionados para o 5º Curta Caicó:

MOSTRA ACAUÃ | NACIONAL

Andrômeda, de Lucas Gesser (DF)
Ausências, de Antonio Fargoni (SP)
Cervos de Papel, de Guilherme G. Pacheco (RS)
Benzedeira, de San Marcelo e Pedro Olaia (PA)
Céu de Agosto, de Jasmin Tenucci (SP)
Ímã de Geladeira, de Carolen Meneses e Sidjonathas Araújo (SE)
Memória de quem (não) fui, de Thiago Kistenmacker (RJ)
Nazaré: do verde ao barro, de Juraci Júnior (RO)
O Pato, de Antônio Galdino (PB)
O que resta, de Nathan Cirino (PB)

MOSTRA POTIGUAR

Abandono, de Seo Cruz e Marcos Bulhões
Cordel da Vila: a rainha louca contra o escandaloso, de Gil Leal
Entenebrecida, de Rafael Bacelar
Impermanentes, de Manoel Batista e Julio Castro
Maleme, de Lígia Kiss
Orange, de Wallacy Medeiros
Papa-Jerimum, de Harcan Costa e Clara Leal
Sideral, de Carlos Segundo
Time de Dois, de André Santos
Vila de Bilros, de Dênia Cruz

MOSTRA SERIDÓ

Aula Fora de Sala: Possidônio Silva, de Igor Gomes
Casa Velha, de Ilanna Thalma
Castelo da Xelita, de Lara Ovídio
Corpo Seco, de Bruno César
Morada, de Osani
Olho D’água, de João Batista e Ivan Russo
Olho em Perfeito Silêncio para as Estrelas, de Dynho Silva

MOSTRA NORDESTE

Aluísio, o silêncio e o mar, de Luiz Carlos Vasconcelos (PB)
A Pizza, de Fábio DeSilva (RN)
Da boca da noite à barra do dia, de Tiago Delácio (PE)
Dionísia, poema além da floresta, de Nilson Eloy (RN)
Eu Sou Raiz, de Cíntia Lima e Lílian de Alcântara (PE)
Querida Abayomi, de Sebastião Formiga (PB)
Regresso ou alguma coisa que criamos sobre nós, de Maycon Carvalho (PB)
Um Som de Resistência, de Genilson de Coxixola (PB)

MOSTRA RIO BRANCO | INFANTOJUVENIL

5 Fitas, de Heraldo de Deus e Vilma Martins (BA)
Aurora – A rua que queria ser um rio, de Radhi Meron (SP)
Biscoito de Barro, de Deleon Souto (PB)
Entre Muros, de Gleison Mota (BA)
Hospital de Brinquedos, de Georgina Castro (CE)
Meu Nome é Maalum, de Luísa Copetti (RJ)
Nem Todas as Manhãs são Iguais, de Fabi Melo (PB)
O Sonho de Zezinho, de Edmundo Lacerda (BA)

MOSTRA CINE PAX | DIVERSIDADE

Canudos em Minha Pele, de Rosa Amorim (PE)
Cem Pilum – A História do Dilúvio, de Thiago Morais (AM)
Incúria, de Tiago A. Neves (PB)
Luazul, de Letícia Batista e Vitória Liz (SP)
Meia lata d’água ou lagarto camuflado, de Plínio Gomes (BA)
O Crime da Penha, de Daniel Souza Ferreira e Dudu Marella (SP)
Quantos Mais?,  de Lucas de Jesus (BA)
Todos os prêmios que eu nunca te dei, de Caio Scot (RJ)

MOSTRA CINE S. FRANCISCO | UNIVERSITÁRIA

Cidade Sempre Nova, de Jefferson Cabral (RN)
Como respirar fora d’água, de Júlia Fávero e Victoria Negreiros (SP)
Estas Lápides Onde Habitamos, de Ana Machado e Vitor Artese (SP)
Longe de Casa, de Esdras Marchezan e Izaíra Thallita (RN)
Para Além das Tragédias, de Rafael Oliveira (BA)
Quando eu soltar a minha voz, de Guilherme Telles (RJ)
Traços, de Carol Moraes (RJ)
O Último Cinema de Rua, de Marçal Viana (RJ)

MOSTRA CINE ALVORADA

A Botija, o Beato e a Besta-fera, de Túlio Beat (PE)
Areia Negra, de Bruno Albuquerque (CE)
Contravozes, de Rafael Ghiraldelli (SP)
Desejo, de Tássia Dhur (MA)
Noite Macabra, de Felipe Iesbick (RS)
The Moons, de Gabriel Kalim Mucci (SP)
Trabalho é campo de guerra, de Pedro Carcereri (MG)
Vale do Vento Eterno, de Pedro Medeiros (RN)

MOSTRA FOCO

XXI pega de boi no mato na fazenda Pitombeira, de Nelder Medeiros (RN)
Corpos Negros na Arte, de Lenilda Sousa (RN)
História do cinema antigo de Mossoró – parte 1, de Luiza Gurgel (RN)
Marisqueiras da RDS Ponta do Turbarão/RN, de Alexandre Santos e Meysa Medeiros (RN)
Só Podia Ser em Pedro Velho, de Diego Sevla (RN)

SESSÃO ESPECIAL | PANORAMA 1: MEMÓRIAS

Da Janela Vejo o Mundo, de Ana Catarina Lugarini (PR)
Essa Saudade, de Yan Araujo (PB)
Ilusões Perdidas, de Guilherme Telli (SP)
Maré, de Mirela Kruel e Jaques Rangel (SC)
Sei que tudo é memória, de Nathália Oliveira (RJ)

SESSÃO ESPECIAL | PANORAMA 2: VOZES

A Casa do Caminho, de Renan Montenegro (DF)
Cidade Entre Rios, de Leonardo Mendes e Weslley Oliveira (PI)
Dois Riachões: Cacau e Liberdade, de Fellipe Abreu e Patrícia Moll (SP)
O Elemento Tinta, de Luiz Maudonnet e Iuri Salles (SP)
Portugal Pequeno, de Victor Quintanilha (RJ)

Foto: Irene Bandeira.

Quebrando Mitos, de Fernando Grostein Andrade e Fernando Siqueira, estreia no dia 16 de setembro

por: Cinevitor
Jean Wyllys em cena do documentário.

Seja nas telas, no papel ou nas mídias sociais, o histórico do cineasta Fernando Grostein Andrade se pauta na defesa dos direitos humanos. No documentário Quebrando Mitos, que divide a direção com o ator e cantor Fernando Siqueira, o paulistano de 41 anos destrincha a masculinidade frágil e catastrófica de Jair Bolsonaro, através de um olhar biográfico.

O filme, que estreia na página oficial do projeto (clique aqui) no dia 16 de setembro, investiga ainda como o governante, cuja candidatura era antes considerada por muitos uma piada, usou o ódio aos LGBTQs como alavanca eleitoral para pavimentar o seu caminho ao poder.

“Masculinidade não precisa ser catastrófica. É importante dizer que isso não é uma crítica ao masculino, afinal sou um homem gay. Não estou falando que os homens não têm que participar do poder. Estou dizendo que o poder precisa ser dividido, cabe mais gente. Quando todo mundo olha uma coisa pelo mesmo lado, todo mundo só enxerga o mesmo ângulo. Quem perde é a sociedade, porque eliminamos assim a inteligência coletiva”, afirma Andrade.

Desde que lançou o documentário Quebrando o Tabu, em 2011, no qual defende que o tema das drogas deveria ser tratado como questão de saúde e não com punição criminal, o cineasta vem sofrendo ataques de ódio. As ameaças aumentaram em 2017, quando assumiu publicamente a sua orientação sexual no vídeo Cê Já Se Sentiu um ET?, veiculado em sua página no YouTube. No curta de 15 minutos, ele expõe de forma bem-humorada o seu processo de autoaceitação com o intuito de ajudar outras pessoas reprimidas em situação semelhante à que viveu.

Em 2018, entretanto, a hostilidade chegou ao limite. Por conta de críticas ao então candidato presidencial Jair Bolsonaro, recebeu uma mensagem que o advertia a parar de falar de política, caso contrário “o seu velório seria com o caixão lacrado”. A ameaça à sua segurança, somada a um longo histórico de intolerância, assédio e acusações, foi o estopim para a sua decisão de deixar o país: “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem tinha feito o filme Quebrando o Tabu, me botou em contato com um advogado que apontou risco à minha segurança e relatou que setores do judiciário e da polícia estavam comprometidos com células de ódio. Disse também que era melhor eu ficar quieto, mas isso é impossível para uma pessoa que é conhecida pelos amigos como um sincericida”, explica Andrade.

Cerca de dez meses depois de se mudar para Los Angeles, em 2019, sentiu-se na obrigação de fazer um filme contra as posições do governante, já que, segundo ele, “o privilégio vem acompanhado de responsabilidade”. No documentário, que tem codireção da finlandesa Claudia Virkkila, o diretor revela suas fragilidades em primeira pessoa, com o propósito de estimular e ampliar a discussão entre LGBTQs e seus familiares, além de aproximar indivíduos com visões políticas distintas, ajudando indecisos a votarem conscientemente.

“Grande parte dos LGBTQs têm uma família conservadora e vice-versa. Debater é sempre bom, porém é fundamental qualificar o debate. Para o filme, fizemos uma ampla pesquisa, bem como uma profunda reflexão, e é essa a nossa contribuição às famílias e eleitores”, disse Fernando, que foi nomeado Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial, em 2019, e obteve bolsas de estudo nas universidades de Harvard (programa de liderança) e Virginia (liderança em equidade racial), em 2021.

O documentário traça um paralelo entre a vida de Andrade e a de Bolsonaro, alternando material de arquivo com novas imagens e entrevistas com políticos, jornalistas, pensadores, líderes sociais e ativistas, além de amigos de infância e pessoas próximas ao presidente em exercício.

Ao terminar o primeiro corte, o cineasta consultou colegas de confiança do meio audiovisual, como o cineasta Sérgio Machado e o compositor Antonio Pinto, responsável pela trilha sonora do projeto, pois ficou com a impressão de que o resultado estava sombrio demais: “O filme começou totalmente focado na história e vida do Bolsonaro e acabou ficando muito difícil de assistir. Ficou pesado, tinha muita desgraça, muito ódio, muita coisa negativa. O Sérgio e o Antonio sugeriram que houvesse mais cenas delicadas, e o Fernando [Siqueira] achou que essa delicadeza deveria se expressar através da ênfase na resistência e na vida LGBTQ”, recorda Fernando.

Após finalizar a versão inicial do filme, o diretor teve um burnout e achou mais prudente fazer uma pausa. No período, encontrou no piano um refúgio e começou a fazer música com Fernando Siqueira. O que era para ser algo despretensioso transformou-se em um álbum, atualmente em pós-produção, de 13 faixas. Uma delas, a música sobre o exílio, California, criada por Siqueira, foi adaptada para o documentário: “A maior parte das músicas são compostas pelo Fernando [Siqueira], que toca piano e violão. Eu também compus algumas canções no teclado e, como estudei Engenharia de Som, por conta própria, fiz a produção musical. California não foi feita especialmente para o filme, mas sentimos que se encaixava perfeitamente e acabou sendo um dos destaques da trilha”.

A segunda versão do longa-metragem começou a tomar corpo quando Siqueira, que estudou roteiro na USC, University of Southern California, direção em cursos no Instituto de Sundance, atuação no William Esper Studio e mídias sociais no MIT, Massachussetts Institute of Technology, se aproximou e apontou a câmera para o cineasta: “A minha geração tem orgulho de ser queer. Eu cresci com muito mais referências LGBTQs na minha infância e adolescência. Isso tem muita força. Desde que filmamos o Cê já se sentiu um ET? eu vejo o Fê se sentir cada vez mais confortável em ser quem é. Acho admirável o quanto ele se propõe em desafiar as normas que foram impostas pela geração dele”, disse Siqueira.

A iniciativa o ajudou a encontrar novos ângulos, histórias e, acima de tudo, recuperar a autoestima. Em seguida, começou a dividir a montagem com o marido, que passou a oficialmente assinar a direção do projeto: “Você precisa de muita força para expor a sua história diante da câmera. Temos uma relação de muita confiança um no outro, tanto do que está funcionando do ponto de vista da música como no da montagem, da cena. Viramos uma dupla criativa. O frescor e a leveza da alma dele contribuíram para trazer o lado das flores, porque antes o filme era só balas”, conta Andrade, cuja filmografia inclui, entre outros, Na Quebrada, Abe e o documentário Coração Vagabundo, sobre Caetano Veloso.

Produzido pela Film Soul, nova produtora de Andrade, o longa-metragem contou com uma série de contribuições valiosas ao longo do processo de três anos de concepção. O roteiro é de Carol Pires, de Democracia em Vertigem e Greg News; o time de montagem, por sua vez, traz experientes nomes do segmento, como Helio Villela, Suzanne Spangler, Silvia Hayashi, Arthur Andrade e Doug Abel, também produtor executivo de Quebrando Mitos.

“A contribuição que eu faço com esse filme é o resgate da essência em detrimento da aparência e para isso precisamos olhar para a estrutura. É um pedido para retomarmos o eixo da esperança, da luz e da construção, ao invés do eixo do ódio e do medo”, conclui.

Assista ao trailer de Quebrando Mitos:

Foto: Divulgação.

32º Cine Ceará anuncia curtas e longas selecionados para a Mostra Olhar do Ceará

por: Cinevitor
Safira O’hara no longa Afeminadas, de Wesley Gondim.

Foram selecionados quatro longas-metragens e dez curtas para a Mostra Olhar do Ceará da 32ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá entre os dias 7 e 13 de outubro, em Fortaleza.

Nesta edição, além dos curtas, os longas da mostra serão exibidos no Cinema do Dragão. Os filmes da Competitiva Ibero-americana de longa-metragem, anunciados na semana passada, serão exibidos no Cineteatro São Luiz. Com toda a programação gratuita, o festival volta ao formato 100% presencial.

“Nos longas, os documentários dominam. Mas em cada um dos quatro filmes escolhidos existem formas diferentes de olhar para o real utilizando diferentes possibilidades da linguagem cinematográfica, chaves de interpretação diferentes da realidade e temáticas que são bem diversas entre si. Onde é essa fronteira entre o real e o ficcional? E onde está a performance de si que aquele que é filmado faz no meio desse processo?”, disse a curadora da mostra, Camilla Osório.

Em A Colônia, de Virgínia Pinho e Mozart Freire, o filme resgata a história do bairro Antônio Justa, na cidade de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, criado na década de 1940 como uma colônia para isolar pessoas com hanseníase. Ainda hoje, mesmo após sua abertura, o local é marcado pelo estigma da doença e a realidade social precária. Todo mundo já foi para Marte, longa selecionado de Telmo Carvalho, aborda a pandemia de Covid-19 em uma narrativa ficcional e fantástica; é um documentário que utiliza a linguagem da animação.

O documentário Afeminadas é o primeiro longa de Wesley Gondim e acompanha a luta cotidiana de Safira O’hara, Khryz Amusa, Chandelly Kidman, Hellena Borgyz e Jefferson Lemons, cinco personagens de diferentes regiões do Brasil que conseguiram potencializar o ser feminino como forma de arte. Enquanto isso, a ditadura militar no Ceará é tema do documentário Escuridão na Terra da Luz, de Popy Ribeiro. O filme traz uma série de entrevistas que lançam luz às dolorosas memórias do período, ainda vivas naqueles que o testemunharam. A luta contra o regime militar ainda é majoritariamente abordada no cinema a partir de histórias do eixo Rio-São Paulo, portanto, focar a narrativa nas histórias do Ceará é o grande diferencial da obra.

Ancestralidade e identidade são temas muito presentes na maior parte dos curtas-metragens da mostra Olhar do Ceará. Camilla Osório pontua que isso está presente inclusive nos que não entraram na seleção: “A gente percebe que no inconsciente coletivo dos artistas cearenses esses temas estão reverberando e entrando nas produções de diferentes formas”. Ela destaca também o luto e a morte com temas presentes: “Isso tem muito a ver com o tempo que a gente está vivendo. A arte sempre vai ser um espelho, de alguma forma, de certos sentimentos que perpassam a nossa realidade”.

Dos dez curtas selecionados para a Mostra Olhar do Ceará, o gênero ficção é maioria, com cinco filmes, um dos quais, misto de ficção e experimental.

Conheça os filmes da Mostra Olhar do Ceará 2022:

LONGAS-METRAGENS

A Colônia, de Virgínia Pinho e Mozart Freire
Afeminadas, de Wesley Gondim
Escuridão na Terra da Luz, de Popy Ribeiro
Todo Mundo Já Foi para Marte, de Telmo Carvalho

CURTAS-METRAGENS

A Margem de um Rio que Correm Meus Ancestrais, de Iago Barreto Soares
Aluá, de Felipe Camilo
Aquele que Veio do Oeste, de Wesjley Maria
Bege Euforia, de Anália Alencar
Fio de Ariadne, de Mozart Freire e Ton Martins
Mulheres Árvore, de Wara
Na Estrada Sem Fim Há Lampejos de Esplendor, de Liv Costa e Sunny Maia
Ópera Sem Ingresso, de Andreia Pires
Pedro, de Leo Silva
Rosa Negra, de Sabina Colares e Marieta Rios

Foto: Pam Nogueira.

16º For Rainbow: inscrições abertas para mostras competitivas

por: Cinevitor
Yasmin Shirran na edição do ano passado.

A 16ª edição do For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero está com inscrições abertas até o dia 30 de setembro para as mostras competitivas de filmes, que acontecem em dezembro no Cinema do Dragão, em Fortaleza, Ceará.

Podem participar da programação produções audiovisuais brasileiras e estrangeiras que discutem temáticas LGBTI+, gênero e/ou identidade, com duração livre e finalizadas a partir de janeiro de 2020. As inscrições acontecem no site Filmfreeway (clique aqui).

Os filmes concorrem nos panoramas curta-metragem e longa-metragem e os principais destaques de ambos receberão o Troféu Elke Maravilha nas categorias melhor filme (nacional e estrangeiro), direção, roteiro, ator, atriz, fotografia, montagem, direção de arte, desenho sonoro e trilha sonora, além do prêmio especial João Nery, em reconhecimento às produções que abordam essencialmente a militância LGBTI+, e do Troféu Artur Guedes, que destaca a luta pela defesa dos direitos humanos e pelo respeito à diversidade sexual e de gênero.

Um júri especial formado por membros da Aceccine, Associação Cearense de Críticos de Cinema, também elegerá o melhor longa e o melhor curta brasileiros da programação. Fora de competição, o For Rainbow promove a Mostra Feminino Plural como extensão do debate acerca de pautas sobre mulheres.

Reconhecido como um dos mais importantes espaços de debate e difusão do respeito à pluralidade sexual e de gênero no Brasil, o For Rainbow ainda realiza apresentações de teatro, dança, música, literatura, exposição de artes visuais, oficinas, debates e ações de acessibilidade, além de uma mostra itinerante que percorre diversas cidades brasileiras no decorrer do ano. A 16ª edição do festival acontecerá totalmente presencial e com entrada gratuita.

Em 15 edições, o evento exibiu mais de mil filmes, alcançou mais de 600 espaços culturais de todo o Brasil, capacitou mais de 800 pessoas, produziu 20 filmes e atingiu um público médio de 60 mil pessoas. O For Rainbow nasceu com a proposta de introduzir no calendário cultural do Ceará um evento com a missão permanente de difundir e valorizar a cultura LGBTI+, além de promover a cidadania dessas populações, incentivar a produção audiovisual e o respeito à diversidade sexual e a cultura de paz.

Foto: Pattie Sillva.

O Território

por: Cinevitor

The Territory

Direção: Alex Pritz

Elenco: Bitaté Uru-eu-wau-wau, Neidinha Bandeira, Ari Uru-eu-wau-wau, Sérgio (trabalhador rural), Martins (posseiro).

Ano: 2022

Sinopse: O documentário fornece um olhar imersivo sobre a luta incansável do povo indígena Uru-eu-wau-wau contra o desmatamento trazido por posseiros, grileiros, garimpeiros e outros invasores de terras na Amazônia brasileira. O filme leva o espectador para dentro da comunidade Uru-eu-wau-wau e oferece acesso sem precedentes às queimadas e desmatamentos ilegais causados pelos invasores em terras protegidas da Amazônia. Parcialmente filmado e coproduzido pelo povo Uru-eu-wau-wau, O Território se baseia em imagens verídicas capturadas ao longo de três anos, enquanto a comunidade arrisca sua vida para montar sua própria equipe de mídia na esperança de buscar justiça.

Nota do CINEVITOR:

Circuito Penedo de Cinema 2022: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli: selecionado.

Da junção de quatro consagrados eventos do cinema alagoano nasceu o Circuito Penedo de Cinema, que em 2022 chega à sua 12ª edição já consolidado no calendário brasileiro do audiovisual. O festival acontecerá entre os dias 14 e 20 de novembro em formato híbrido, on-line e presencial.

Nesta quarta-feira, 07/09, foram anunciados os filmes selecionados para as mostras que integram a programação. Ao longo dos seis dias de evento, a grade será intensa com debates, exibição de longas, shows, feira cultural e atividades complementares que buscam um diálogo entre o cinema e a educação; toda a programação é gratuita.

Serão exibidos 64 curtas-metragens, vindos de 19 estados brasileiros, distribuídos em quatro mostras: Brasileiro, Universitária, Ambiental e Cinema Infantil. Durante a semana do evento, todos os curtas também estarão disponíveis em uma plataforma especial.

Cada mostra contou com uma curadoria diferente. Os responsáveis pelo 15º Festival do Cinema Brasileiro foram: o realizador e pesquisador Nuno Balducci, o crítico e pesquisador de cinema Ricardo Lessa e a cineclubista e fundadora da Mostra Ebgbé, Luciana Oliveira. A curadoria do 12º Festival Universitário de Alagoas foi feita pelo professor e fotógrafo Dorneles Neves, pelo jornalista Felipe Guimarães e pela professora e pesquisadora Raquel do Monte.

A comissão de seleção do 9º Festival Velho Chico de Cinema Ambiental foi composta pelos pesquisadores Guilherme Demétrio e Taciana Kramer e pela professora, cineclubista e produtora cultural Yanara Galvão. Já os filmes da 12ª Mostra de Cinema Infantil foram selecionados pelas professoras Camilla Porto e Joseane do Espírito Santo, além do jornalista Devyd Santos.

Conheça os filmes selecionados para o 12º Circuito Penedo de Cinema:

15º FESTIVAL DO CINEMA BRASILEIRO

A Bela é Poc, de Eric Lima (AM)
Contragolpe, de Victor Uchôa (BA)
Ela mora logo ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante (RO)
Eu te amo é no Sol, de Yasmin Guimarães (MG)
Ibeji, Ibeji, de Victor Rodrigues (RJ)
Ímã de Geladeira, de Carolen Meneses e Sidjonathas Araújo (SE)
Infantaria, de Laís Araújo (AL)
Na Estrada Sem Fim Há Lampejos de Esplendor, de Liv Costa e Sunny Maia (CE)
Nossos Passos Seguirão os Seus, de Uilton Oliveira (RJ)
Nunca Pare na Pista, de Thamires Vieira (BA)
O Menino e o Ovo, de Juliana Capilé (MT)
O Pato, de Antonio Galdino (PB)
Perfection, de Guilherme Pacheco (RS)
Sideral, de Carlos Segundo (RN)
Terra em que pisar, de Fáuston da Silva (DF)
Terra Nova, de Diego Bauer (AM)

12º FESTIVAL DE CINEMA UNIVERSITÁRIO

15 Dias, de Rachel Oliveira e DB Júnior (PE)
A Montanha Pariu um Rato, de Luiza Aron (SP)
Balizando os Sentidos, de Direção Coletiva (AL)
Cadim, de Luisa Pugliesi Villaça (SP)
Chaves da Confecção, de Hércules Monteiro (PE)
Estas Lápides Onde Habitamos, de Ana Machado e Vitor Artese (SP)
Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli (RJ)
Filhas da Criação, de Aldemir Barros Silva Júnior (AL)
Mondo Cacho, de Matheus Leone (SP)
O Autor, de Luiz Máximo (MG)
O rio de cada um, de Pedro Marchiori (RJ)
Olhares, de Luís Alexandre Silva de Oliveira e Laura Zimmer (RS)
Procuram-se bixas pretas, de Vinicius Eliziário (BA)
Se flopar, nunca postei, de Lucas Zimer (SP)
TikTok Truffaut, de Marco Studzinki Souto e Felipe Gue Martini (RS)

9º FESTIVAL VELHO CHICO DE CINEMA AMBIENTAL

A gente foi feliz aqui, de Renata Baracho e Paulo Accioly (AL)
A Padroeira, de Clementino Junior (MG)
A Voz da Esperança, de Caio Salles (RJ)
Açude nº 50, de Wagner Ferreira e Paulo Conceição (PE)
Benzedeira, de San Marcelo e Pedro Olaia (PA)
Canários x Canalhas, de Leonardo Gonçalves da Silva (PB)
Castelo de Xelita, de Iara Ovídio (RN)
Entusiastas da Utopia, de Fernanda Mendes Sartori, Lara Gonçalves Ferreira e Daniela Mendes Candido (SP)
Essa Terra é Meu Quilombo, de Rayane Penha (AP)
Ewé de Òsányin: O Segredo das Folhas, de Pâmela Peregrino (AL/BA)
Fôlego Vivo, de Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas-Umari (CE)
Jaguamérica, de Bako Machado (PE)
Meu arado, Feminino, de Mariana Polidoro (ES/MG)
Minha Terra Natal – Manguezal, de Beatriz Lindenberg e Jamilda Bento (ES)
Nonna, de Maria Augusta V. Nunes (SC)
O Fogo, de Rafaela Uchoa (BA)
O que a natureza nos contou, de Douglas Roher (RS)
Quando te avisto, de Neli Monbelli e Denise Copetti (RS)
Rios que correm, de Dayane Dantas (SE)
Todo Índio Tem Ciência, de Aldemir Barros e Celso Brandão (AL)

12ª MOSTRA DE CINEMA INFANTIL

Aquarelado, de Elisa Guimarães (MG)
Crescer Onde Nasce o Sol, de Xulia Doxágui (PE)
E-Valdir, de Gabriel O. Leite (SP)
Entre Muros, de Gleison Mota (BA)
Faísca, de Luca Tarti e Paulo Lima (SP)
Família Moderna Tradicional, de Giuliana Danza (MG)
Medo, de Bibiana Lauretti (SP)
Meu Nome é Maalum, de Luísa Copetti (RJ)
Mind Duck, de Lilly Nogami (SP)
Noite no Sítio, de Lucas Galvão Machado (PB)
O Templo do Rei, de Verônica Cabral (SP)
Sobre Amizade e Bicicletas, de Júlia Vidal (PR)
Todos os Inscritos de Ness, de Bruna Steudel (PR)

Foto: Divulgação.