Festival de Veneza 2019 anuncia filmes selecionados; programação conta com produções brasileiras

por: Cinevitor

penelopecruzwaspnetworkPenélope Cruz em Wasp Network, de Olivier Assayas: filme produzido por brasileiros.

A 76ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, que acontecerá entre os dias 28 de agosto e 7 de setembro, acaba de anunciar a lista completa com os filmes selecionados para este ano.

Na programação, destacam-se os novos trabalhos de Noah Baumbach, Roman Polanski, Steven Soderbergh, Ciro Guerra, Todd Phillips, Pablo Larraín e Hirokazu Kore-eda, que exibirá La vérité, com Catherine Deneuve, Juliette Binoche e Ethan Hawke, na noite de abertura. Neste ano, o júri será presidido pela cineasta argentina Lucrecia Martel.

O suspense The Burnt Orange Heresy, de Giuseppe Capotondi, será o filme de encerramento, exibido fora de competição. Além disso, o cineasta espanhol Pedro Almodóvar será homenageado com o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra.

O Brasil marcará presença nesta edição: na mostra Venice Classics, que apresenta uma seleção de clássicos restaurados e documentários sobre cinema ou autores atuais e do passado, destaca-se Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, de Bárbara Paz, que traça um paralelo entre a arte e a doença do cineasta, que morreu em julho de 2016. O filme revela medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e a fragilidade física que marcou sua vida. A produção marca a estreia de Bárbara Paz como produtora e diretora de um longa-metragem: “O filme é um poema visual, minha ode para Hector. É também minha despedida para ele. A partir dos meus olhos se revelam o homem interior e seu amor pelo cinema, amor este que o ajudou a manter-se vivo por tantos anos. Ele morreu bem como viveu, filmando até o fim”, comentou Bárbara.

babencobarbaravenezaDocumentário de Bárbara Paz sobre Hector Babenco: selecionado.

Outro destaque brasileiro aparece na mostra competitiva de Realidade Virtual: A Linha, de Ricardo Laganaro. Com a voz do ator Rodrigo Santoro, a experiência narrativa e interativa convida o público para uma imersão na São Paulo da década de 1940, onde apresenta a história de Rosa e Pedro, dois bonecos de maquete que devem lidar com a rotina e o medo da mudança. Através da movimentação do corpo, a história conduz o usuário aos altos e baixos da história de amor dos dois personagens. “A realidade virtual é uma oportunidade única de utilizar um novo meio de comunicação e criar a linguagem e os padrões dele junto com qualquer outro país do mundo. A barreira de entrada é muito pequena e todos os países estão começando ao mesmo tempo. No Brasil não podemos deixar esse momento passar e correr o risco de reproduzir o abismo que já existe em outras indústrias de entretenimento. Estar no Festival de Veneza comprova que podemos ser protagonistas desse momento, dessa revolução e contar a história do nosso jeito, com as nossas cores, com uma equipe brasileira”, disse Laganaro.

alinhaveneza1A Linha, de Ricardo Laganaro: na disputa por dois prêmios.

Além disso, dois longas produzidos pelos brasileiro Rodrigo Teixeira e Lourenço Sant’ Anna, da RT Features, estão na disputa pelo Leão de Ouro na Competição Internacional: Wasp Network, de Olivier Assayas, com Wagner Moura, Penélope Cruz e Gael García Bernal, e baseado no livro de Fernando Morais, Os Últimos Soldados da Guerra Fria, com produção executiva do também brasileiro Fernando Fraiha, da Biônica Filmes; e Ad Astra, de James Gray, com Brad Pitt e Liv Tyler. “Trabalhar com James Gray e Olivier Assayas, diretores reconhecidos e já premiados em Veneza, é um sonho realizado, além do elenco estelar que compõe ambos os filmes. Posso, sem dúvida, afirmar que essas produções foram das mais desafiadoras da história da RT”, comentou Teixeira.

Neste ano, na 7ª edição do Final Cut in Venice, projeto que fornece desde 2013 assistência concreta na realização de filmes de todos os países africanos e do Iraque, Jordânia, Líbano, Palestina e Síria, seis projetos foram selecionados, entre eles, o documentário Nardjes, Alger, Mars, do cineasta brasileiro Karim Aïnouz, uma coprodução entre Argélia, França, Alemanha e Brasil.

Conheça os filmes selecionados para o 76º Festival de Veneza:

VENEZIA 76 | COMPETIÇÃO INTERNACIONAL:

The Perfect Candidate, de Haifaa Al Mansour (Arábia Saudita/Alemanha)
Om det oändliga (About Endlessness), de Roy Andersson (Suécia/Alemanha/Noruega)
Wasp Network, de Olivier Assayas (França/Bélgica)
Marriage Story, de Noah Baumbach (EUA)
Guest of Honour, de Atom Egoyan (Canadá)
Ad Astra, de James Gray (EUA)
A Herdade, de Tiago Guedes (Portugal/França)
Gloria Mundi, de Robert Guédiguian (França/Itália)
Waiting for the Barbarians, de Ciro Guerra (Itália)
La vérité (The Truth), de Hirokazu Kore-eda (França/Japão)
Ema, de Pablo Larraín (Chile)
Lan xin da ju yuan (Saturday Fiction), de Ye Lou (China)
Martin Eden, de Pietro Marcello (Itália/França)
La mafia non è più quella di una volta, de Franco Maresco (Itália)
The Painted Bird, de Václav Marhoul (República Checa/Ucrânia/Eslováquia)
Il sindaco del Rione Sanità (The Mayor of Rione Sanità), de Mario Martone (Itália)
Babyteeth, de Shannon Murphy (Austrália)
Coringa (Joker), de Todd Phillips (EUA)
J’accuse, de Roman Polanski (França/Itália)
The Laundromat, de Steven Soderbergh (EUA)
Ji Yuan Tai Qi Hao (No. 7 Cherry Lane), de Yonfan (Hong Kong)

ORIZZONTI:

Zumiriki, de Oskar Alegria (Espanha)
Bik eneich – Un fils, de Mehdi M. Barsaoui (Tunísia/França/Líbano/Qatar)
Blanco en Blanco, de Theo Court (Espanha/Chile/França/Alemanha)
Mes jours de gloire, de Antoine de Bary (França)
Nevia, de Nunzia De Stefano (Itália)
Pelikanblut, de Katrin Gebbe (Alemanha/Bulgária)
Moffie, de Oliver Hermanus (África do Sul/Reino Unido)
Rialto, de Peter Mackie Burns (Irlanda/Reino Unido)
Borotmokmedi (The Criminal Man), de Dmitry Mamuliya (Geórgia/Rússia)
Revenir, de Jessica Palud (França)
Giants Being Lonely, de Grear Patterson (EUA)
Verdict, de Raymund Ribay Gutierrez (Filipinas)
Metri Shesho Nim (Just 6.5), de Saeed Roustaee (Irã)
Chola (Shadow of Water), de Sasidharan Sanal Kumar (Índia)
Hava, Maryam, Ayesha, de Sahraa Karimi (Afeganistão)
Sole, de Carlo Sironi (Itália/Polônia)
Madre, de Rodrigo Sorogoyen (Espanha/França)
Qiqiu (Balloon), de Pema Tseden (China)
Atlantis, de Valentyn Vasyanovych (Ucrânia)

ORIZZONTI | CURTAS-METRAGENS:

Supereroi senza superpoteri (Superheroes without Superpowers), de Beatrice Baldacci (Itália)
Kingdom Come, de Sean Robert Dunn (Reino Unido)
Give Up The Ghost, de Zain Duraie (Jordânia/Suécia)
Nach zwei Stunden waren zehn Minuten vergangen (After Two Hours, Ten Minutes Had Passed), de Steffen Goldkamp (Alemanha)
The Diver, de Jamie Helmer e Michael Leonard (França/Austrália)
Roqaia, de Diana Saqeb Jamal (Afeganistão/Bangladesh)
Morae (Sand), de Kyungrae Kim (Coreia do Sul)
Le coup des larmes (The Tears Thing), de Clémence Poesy (França)
Delphine, de Chloé Robichaud (Canadá)
Darling, de Saim Sadiq (Paquistão/EUA)
Sh_t Happens, de David Štumpf e Michaela Mihályi (República Checa/Eslováquia/França)
Cães que ladram aos pássaros (Dogs Barking at Birds), de Leonor Teles (Portugal)
Fiebre austral (Austral Fever), de Thomas Woodroffe (Chile)
Condor One, de Kevin Jerome Everson (EUA) (fora de competição)
GUO4, de Peter Strickland (Hungria) (fora de competição)

FORA DE COMPETIÇÃO | FICÇÃO:

Seberg, de Benedict Andrews (EUA)
Vivere (To Live), de Francesca Archibugi (Itália)
The Burnt Orange Heresy, de Giuseppe Capotondi (Reino Unido/Itália)
Mosul, de Matthew Michael Carnahan (EUA)
Adults in the Room, de Costa Gavras (França/Grécia)
The King, de David Michôd (Reino Unido/Hungria)
Tutto il mio folle amore, de Gabriele Salvatores (Itália)

FORA DE COMPETIÇÃO | DOCUMENTÁRIO:

Woman, de Yann Arthus-Bertrand e Anastasia Mikova (França)
Roger Waters Us + Them, de Sean Evans e Roger Waters (Reino Unido)
I diari di Angela – Noi due cineasti. Capitolo secondo, de Yervant Gianikian (Itália)
Citizen K, de Alex Gibney (Reino Unido/EUA)
Citizen Rosi, de Didi Gnocchi e Carolina Rosi (Itália)
The Kingmaker, de Lauren Greenfeld (EUA)
State Funeral, de Sergei Loznitsa (Holanda/Lituânia)
Colectiv (Collective), de Alexander Nanau (Romênia/Luxemburgo)
45 Seconds of Laughter, de Tim Robbins (EUA)
Il pianeta in mare, de Andrea Segre (Itália)

VENICE CLASSICS | DOCUMENTÁRIOS:

Fellini fine mai, de Eugenio Cappuccio (Itália)
Boia, maschere e segreti: l’horror italiano degli anni sessanta, de Steve Della Casa (Itália)
800 mal einsam: ein Tag mit dem Filmemacher Edgar Reitz, de Anna Hepp (Alemanha)
Se c’è un aldilà sono fottuto. Vita e cinema di Claudio Caligari, de Simone Isola e Fausto Trombetta (Itália)
Life as a B-Movie: Piero Vivarelli, de Fabrizio Laurenti e Niccolò Vivarelli (Itália/Cuba/França)
Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, de Bárbara Paz (Brasil)
Leap of Faith, de Alexandre O. Philippe (EUA)
Fulci For Fake, de Simone Scafidi (Reino Unido/Itália)
Tarkovskij Cinema Prayer, de Andrej Andrejevich Tarkovskij Jr. (Itália/Rússia/Suécia)

VENICE VIRTUAL REALITY | COMPETIÇÃO | INTERATTIVO:

These Sleepless Nights, de Gabo Arora (EUA/Canadá)
Loveseat, de Kiira Benzing (EUA)
Glimpse (Preview), de Benjamin Cleary e Michael O’Connor (Reino Unido/Irlanda)
Porton Down, de Callum Cooper (Reino Unido)
Bodyless, de Hsin-Chien Huang (Taiwan)
Pagan Peak VR, de Ioulia Isserlis e Max Sacker (Alemanha)
A Life in Flowers, de Armando Kirwin (EUA/Japão)
A Linha (The Line), de Ricardo Laganaro (Brasil)
Inori, de Liu Szu-ming e Takahashi Kisei (Taiwan/Japão)
Cosmos Within Us, de Tupac Martir (Reino Unido/Luxemburgo)
Doctor Who The Edge of Time, de Marcus Moresby (Reino Unido)
Britannia VR: Out of Your Mind, de Kim-Leigh Pontin (Reino Unido)
Downloaded, de Ollie Rankin (Canadá)
The Key, de Celine Tricart (EUA)

SPECIAL EVENT | FORA DE COMPETIÇÃO:

Bu San (Goodbye, Dragon Inn), de Tsai Ming- Liang (Taiwan)

SPECIAL SCREENINGS | FORA DE COMPETIÇÃO:

No One Left Behind, de Guillermo Arriaga (México)
Electric Swan, de Konstantina Kotzamani (França/Grécia/Argentina)
Irréversible – Inversion intégrale, de Gaspar Noé (França)
Zerozerozero, de Stefano Sollima (Itália)
The New Pope, de Paolo Sorrentino (Itália/França/Espanha)
Never Just a Dream: Stanley Kubrick and Eyes Wide Shut, de Matt Wells (Reino Unido)
De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut), de Stanley Kubrick (1999)

Clique aqui e confira a seleção completa de outras mostras.

Fotos: Divulgação.

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