Conheça os vencedores do Los Angeles Brazilian Film Festival 2020

por: Cinevitor

fernandamontenegroLABRFF2020Fernanda Montenegro: premiada por Piedade, de Cláudio Assis.

Foram anunciados neste domingo, 25/10, os vencedores da 13ª edição do LABRFF, Los Angeles Brazilian Film Festival, que este ano aconteceu de forma on-line, por conta da pandemia de Covid-19, na plataforma Filmocracy. Também foram divulgados os vencedores do 2º Los Angeles International Music Video Festival, competição de videoclipes lançada ano passado.

O longa pernambucano King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante, foi consagrado com o prêmio de melhor filme de ficção desta edição; o protagonista Andrade Júnior, que faleceu em maio do ano passado, recebeu a honraria de melhor ator in memorian. Além disso, o filme também foi premiado na categoria de melhor direção.

Os pernambucanos Piedade, de Cláudio Assis, e Acqua Movie, de Lírio Ferreira, também se destacaram na cerimônia com cinco prêmios cada um. Matheus Nachtergaele, Bruno Gagliasso, Fernanda Montenegro, Alessandra Negrini, Cauã Reymond, Augusto Madeira e Mariana Ruggiero foram consagrados por suas atuações.

Porém, além da premiação, a noite também foi marcada pela difícil missão de anunciar ao público o fim do festival que, desde 2008, foi responsável por conectar os mercados americano e brasileiro, e por gerar negócios entre os dois países. O anúncio foi feito durante a cerimônia de premiação, realizada na plataforma Filmocracy: “Foi a decisão mais difícil da minha vida. O LABRFF é um filho pra mim e eu dediquei os últimos treze anos a ele. Mas só quem realiza um evento do porte do LABRFF sabe da luta que é, e nunca vivemos de maneira tão intensa a falta de valorização, de incentivo, e de prestígio à cultura. É uma discussão ampla, mas o resumo é que não dá para seguir assim”, lamentou Meire Fernandes, fundadora do Los Angeles Brazilian Film Festival.

Em treze edições já realizadas, o LABRFF teve apoio de um edital público em apenas uma delas. Na edição deste ano, uma campanha de financiamento coletivo foi realizada, mas apenas 1% da meta foi arrecadado. O festival, que já exibiu mais de 800 títulos e premiou mais de 300 profissionais do cinema, não tem recursos para seguir com o trabalho que vem sendo realizado. “O custo médio para a realização de uma edição do LABRFF é de um milhão e duzentos mil reais. E se pensarmos na estrutura que o festival merece, e nos custos dos 25 profissionais envolvidos, teríamos que ter pelo menos 400 mil dólares, o que corresponderia a cerca de dois milhões de reais atualmente. Os aluguéis de teatro e cinema são caros, e em dólar. Temos uma equipe com profissionais de designer, comunicação, marketing, e também os nossos produtores. São profissionais que precisam receber pelo trabalho prestado. Nós não conseguimos recursos para isso. Mesmo na versão online, a realização do festival custou muito, e outras despesas surgiram, como a plataforma que abrigou o catálogo de filmes e toda estrutura para realização das palestras, workshops e shows musicais que transmitimos online. Arrecadar pouco mais de 2 mil reais na nossa campanha de financiamento coletivo também foi uma frustração imensa, e eu não posso esconder isso”, afirma Manoel Neto, diretor do LABRFF.

Em seu discurso na cerimônia de encerramento, a fundadora do LABRFF afirmou que a decisão vinha sendo pensada há anos: “Para chegarmos neste momento, a diretoria do festival vem discutindo muito o assunto nos últimos anos. Nós contamos nos dedos os apoiadores do festival, e quero registrar a nossa gratidão a cada um deles, mas o suporte recebido não é suficiente. Ano após ano, temos colocado dinheiro dos nossos bolsos por acreditar nos resultados positivos do LABRFF. Mas qual o sentido de continuarmos dessa forma? Eu faço essa indagação a mim mesma todos os dias”, contou Meire Fernandes.

Por mais de uma década, a capital mundial do cinema abriu as portas para os talentos brasileiros mostrarem o que vinha sendo feito de melhor na sétima arte no nosso país. Essa vitrine de oportunidades para os profissionais do Brasil se repetiu desde 2008, quando foi fundado o Los Angeles Brazilian Film Festival. Idealizado pela produtora de cinema Meire Fernandes, e pelo jornalista Nazareno Paulo, o evento já nasceu forte, com apoio de astros brasileiros e americanos que compreenderam as portas que estavam sendo abertas a partir das conexões que um festival de cinema poderia gerar.

Conheça os vencedores do Los Angeles Brazilian Film Festival 2020:

Melhor Filme: King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante
Melhor Direção: Camilo Cavalcante, por King Kong en Asunción
Melhor Ator (empate): Matheus Nachtergaele, por Piedade e Bruno Gagliasso, por Loop
Melhor Atriz (empate): Fernanda Montenegro, por Piedade e Alessandra Negrini, por Acqua Movie
Melhor Ator Coadjuvante (empate): Cauã Reymond, por Piedade e Augusto Madeira, por Acqua Movie
Melhor Atriz Coadjuvante: Mariana Ruggiero, por Piedade
Melhor Roteiro: Acqua Movie, escrito por Lírio Ferreira, Marcelo Gomes e Paulo Caldas
Melhor Fotografia: Acqua Movie, por Gustavo Hadba
Melhor Edição: Acqua Movie, por Vania Debs
Melhor Trilha Sonora: Piedade, por Jorge dü Peixe

Melhor Documentário | Brasileiro: O Caso do Homem Errado, de Camila de Moraes
Melhor Documentário | Internacional: Passages, de Lúcia Nagib e Samuel Paiva
Melhor Animação: Napo, de Gustavo Ribeiro
Melhor curta-metragem | Brasileiro: Esmalte Vermelho Sangue, de Gabriela Altaf

Melhor Ator in memorian: Andrade Júnior, por King Kong en Asunción
Life Achievement: Ivan Cardoso, por Ivan, O Terrível, de Mario Abbade
Menção Honrosa: Gracindo Junior, por A Queda
Menção Honrosa: Mangueira em 2 tempos, de Ana Maria Magalhães
Menção Honrosa: Quitéria, de Tiago A. Neves

BWIE Brazilian Women in Entertainment (empate): Rosa das Aroeiras, de Monica Mac Dowell e Windows to the World – AM to PM, de Bia Oliveira
Mostra 60 segundos (empate): Stonely Language, de Reza Saveys e Forest League, de Sergio Kalili
International Shorts (empate): Piece of Me, de Bruna Cabral e Broken Hills, de Edmilson Filho

LAMV | Los Angeles Latin Music Video Festival

Melhor Videoclipe | Voto Popular: Vivência, de Ramonzin e BK (Direção: Isabelle Lopes)
Melhor Performance Artística | Voto Popular: Desce pro Play (Pa Pa Pa), de Mc Zaac, Anitta e Tyga (Direção: Thiago Eva)

BRAZIL COMPETITION

Melhor Videoclipe: Pedrinho, de Tulipa Ruiz (Direção: Fabio Lamounier, Pedro França e Rodrigo Ladeira)
Melhor Direção: Fabio Lamounier, Pedro França e Rodrigo Ladeira, por Pedrinho, de Tulipa Ruiz
Melhor Fotografia: Casmurro, de Alex Albino
Melhor Edição: Amigo da Onça & Beija Flor, da banda Amigos da Onça
Melhor Narrativa: A Cada Passo, da banda Trema
Melhor Direção de Arte: My Girl, de Vintage Culture
Melhor Voz: Alan Rocha
Melhor Animação: Canção de Partida, de GA Setubal (Direção: Deco Farkas)
Melhor Instrumental: Alumiou, de Alan Rocha
Melhor Canção: Alumiou, de Alan Rocha

INTERNATIONAL COMPETITION

Melhor Videoclipe: I Have No Home, de Odyn V Kanoe (Direção: Volodymyr Vlasenko)
Melhor Direção: Sito Ruiz e Esteve Pulg, por Teleapàtic, de Minova
Melhor Fotografia: I Have No Home, de Odyn V Kanoe
Melhor Edição: Akudama, de Alpha Wolf
Melhor Narrativa: In Front, de Las Abejas
Melhor Direção de Arte: De Ontem, de Liniker e os Caramelows
Melhor Voz: Amanda Magalhães
Melhor Instrumental: Akudama, de Alpha Wolf
Melhor Canção: O Amor te Dá, de Amanda Magalhães

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Foto: Suzanna Tierie.

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