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Tom & Jerry: O Filme, com Chloë Grace Moretz, ganha trailer e data de estreia

por: Cinevitor

tomjerrytrailerChloë Grace Moretz: animação e live-action em cena.

Criada por Hanna-Barbera, a dupla Tom and Jerry apareceu pela primeira vez em um curta da MGM chamado Puss Gets the Boot, que foi exibido nos cinemas em fevereiro de 1940. O sucesso foi tão grande que, ao longo dos anos, a série com mais de cem episódios chegou a vencer sete vezes o Oscar de melhor curta de animação. Na década de 1960, os curtas foram editados para a TV e também ganharam destaque.

Agora, uma combinação impressionante de animação clássica e live-action surge em uma nova aventura de Tom e Jerry nas telonas, que abre novos caminhos para os personagens icônicos e os força a fazer o impensável: trabalhar juntos para salvar o dia. Uma das rivalidades mais amadas da história é reacendida quando Jerry se muda para o melhor hotel de Nova York na véspera do casamento do século, forçando a desesperada organizadora do evento a contratar Tom para se livrar do rato. A batalha de gato e rato que se segue ameaça destruir a carreira dela, o casamento e até o próprio hotel. Mas logo surge um problema ainda maior: um funcionário diabolicamente ambicioso conspira contra os três.

Dirigido por Tim Story, de Uma Turma do Barulho, Táxi e Quarteto Fantástico, Tom & Jerry: O Filme é estrelado por Chloë Grace Moretz, Michael Peña, Rob Delaney, Colin Jost e Ken Jeong. O roteiro é escrito por Kevin Costello, baseado nos personagens criados por William Hanna e Joseph Barbera; a música é composta por Christopher Lennertz.

Confira o trailer de Tom & Jerry: O Filme, que chega aos cinemas brasileiros no dia 4 de março de 2021:

Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures.

Documentário AmarElo – É Tudo Pra Ontem, com Emicida, ganha trailer e data de estreia na Netflix

por: Cinevitor

emicidanetflixtrailerNa telinha: referências à história da cultura negra brasileira.

O documentário AmarElo – É Tudo Pra Ontem mergulha no processo criativo e na gravação do projeto de estúdio AmarElo e ainda no show de Emicida no Theatro Municipal de São Paulo, em 2019, para contar a história da cultura negra do Brasil nos últimos 100 anos.

Com  realização da Laboratório Fantasma, produção de Evandro Fióti e direção de Fred Ouro Preto, o filme traz entrevistas exclusivas com relevantes personalidades brasileiras, como: Fernanda Montenegro, Zeca Pagodinho e Pabllo Vittar. A narrativa é costurada ainda por cenas de bastidores, imagens de arquivo e animações.

“Foram as histórias dos livros e dos filmes que me fizeram sonhar com outra possibilidade de ser, viver e existir. A ideia do documentário é a de colocar as pessoas em contato com uma história que as façam se perguntar: se já houve neste país tanta grandiosidade, por que essas histórias vão sendo, de alguma maneira, invisibilizadas e esquecidas? Estou feliz que vamos conseguir apresentar em escala global outra perspectiva a respeito do Brasil. Isso é mágico”, avalia Emicida.

O documentário, de 90 minutos, tem lançamento confirmado para o dia 8 de dezembro na Netflix. Assista ao trailer:

Foto: Jef Delgado.

Oscar 2021: 19 longas disputam indicação brasileira ao prêmio de melhor filme internacional

por: Cinevitor

pacarreteoscar2021Marcélia Cartaxo no longa cearense Pacarrete, de Allan Deberton: na disputa.

A Academia Brasileira de Cinema divulgou a lista com os longas-metragens brasileiros que disputarão uma vaga entre os indicados ao prêmio de melhor filme internacional do Oscar 2021, que será realizado no dia 25 de abril, em Los Angeles, pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences.

O título escolhido pelo Comitê Brasileiro de Seleção para representar o Brasil será divulgado no dia 18 de novembro, depois da reunião que ocorrerá no mesmo dia, através de um release para a imprensa e nas redes sociais da Academia Brasileira de Cinema. Vale lembrar que o filme candidato à vaga deverá ter sua estreia no Brasil entre 1º de outubro de 2019 e 31 de dezembro de 2020.

O comitê deste ano é presidido pela cineasta e roteirista Viviane Ferreira e conta também com: Affonso Beato, diretor de fotografia e membro da AMPAS; Clélia Bessa, produtora; Laís Bodanzky, cineasta, produtora e membro da AMPAS; Leonardo Monteiro de Barros, produtor; Lula Carvalho, diretor de fotografia e membro da AMPAS; Renata Magalhães, produtora; Rodrigo Teixeira, produtor e membro da AMPAS; e Roberto Berliner, cineasta e produtor. Além dos membros titulares, compõem a comissão de suplentes: André Ristum, cineasta e roteirista; e Toni Venturi, diretor.

Na última edição do Oscar, o Brasil esteve na disputa com A Vida Invisível, dirigido por Karim Aïnouz, mas não conseguiu uma vaga na premiação. Vale lembrar que a última vez que o Brasil concorreu na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os nove semifinalistas.

Conheça os 19 longas brasileiros inscritos neste ano:

A Divisão, de Vicente Amorim e Rodrigo Monte
A Febre, de Maya Werneck Da-Rin
Alice Júnior, de Gil Baroni
Aos Olhos de Ernesto, de Ana Luiza Azevedo
Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, de Bárbara Paz
Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria
Cidade Pássaro, de Matias Mariani
Jovens Polacas, de Alex Levy-Heller
M8 – Quando a Morte Socorre a Vida, de Jeferson De
Macabro, de Marcos Prado
Marighella, de Wagner Moura
Minha Mãe é uma Peça 3, de Susana Garcia
Narciso em Férias, de Renato Terra e Ricardo Calil
Pacarrete, de Allan Deberton
Pureza, de Renato Barbieri
Sertânia, de Geraldo Sarno
Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra
Três Verões, de Sandra Kogut
Valentina, de Cássio Pereira Dos Santos

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA) foi reconhecida oficialmente este ano pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences (AMPAS) como única entidade responsável pela seleção do filme brasileiro que irá concorrer a uma vaga entre os indicados ao prêmio de melhor longa-metragem internacional na 93ª edição do Oscar.

Foto: Luiz Alves.

Silêncio da Chuva, de Daniel Filho, será o filme de encerramento do 30º Cine Ceará

por: Cinevitor

silenciochuvacinecearaThalita Carauta e Lázaro Ramos em cena.

Inspirado no romance policial de Luiz Alfredo Garcia-Roza, Silêncio da Chuva, dirigido por Daniel Filho, será o filme de encerramento do 30º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema; o longa será exibido em sessão hors-concours no dia 11 de dezembro, no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, respeitando os protocolos de reabertura para cinemas do Governo do Ceará.

Com roteiro assinado por Lusa Silvestre, de Estômago, O Roubo da Taça e A Glória e a Graça, o longa narra a saga do detetive Espinosa, papel de Lázaro Ramos, e da policial Daia, vivida por Thalita Carauta, em solucionar o mistério que envolve a morte do executivo Ricardo, interpretado por Guilherme Fontes, encontrado baleado sentado ao volante de seu carro, no bairro da Urca, no Rio de Janeiro. A primeira atitude da dupla é procurar pela viúva, Bia, papel de Cláudia Abreu. Tudo se complica quando ocorre outro assassinato e pessoas envolvidas no caso começam a desaparecer.

O longa-metragem conta ainda com Mayana Neiva, Otávio Müller, Bruno Gissoni, Anselmo Vasconcelos, entre outros no elenco. E mais: Thalita Carauta recebeu o prêmio de melhor atriz no BRICS Film Festival, realizado na Rússia.

Publicado em 1996, O Silêncio da Chuva, que abre a série de livros do emblemático detetive Espinosa, recebeu os prêmios Nestlé e Jabuti e foi publicado em nove países. Para fazer a transcrição do livro para as telas, Daniel Filho trouxe a história do romântico Bairro Peixoto da década de 1990 para o Rio de Janeiro hostil e chuvoso de 2018.

Foto: M. Vianna.

Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é indicado ao Gotham Awards 2020

por: Cinevitor

bacuraugotham2020Bárbara Colen em Bacurau: representante brasileiro na disputa.

Foram anunciados nesta quinta-feira, 12/11, os indicados ao 30º Gotham Awards, um dos principais prêmios do cinema independente, organizado pela IFP (Independent Filmmaker Project), que dá início à temporada de premiações.

Os candidatos são selecionados por comitês de críticos de cinema, jornalistas e curadores de festivais. Júris distintos, compostos por roteiristas, diretores, atores, produtores e editores escolhem os vencedores, que serão anunciados no dia 11 de janeiro, em Nova York.

Neste ano, vale destacar a presença do brasileiro Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, na categoria de melhor filme internacional. Sucesso de público e crítica, o longa recebeu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes do ano passado.

A cerimônia do IFP Gotham Awards será apresentada ao vivo em formato híbrido com mesas virtuais interativas para seguir os protocolos de saúde e segurança por conta da pandemia de Covid-19. Os homenageados deste ano serão anunciados em breve.

Confira a lista completa com os indicados ao Gotham Awards 2020:

MELHOR FILME
A Assistente, de Kitty Green
First Cow, de Kelly Reichardt
Never Rarely Sometimes Always, de Eliza Hittman
Nomadland, de Chloé Zhao
Relic, de Natalie Erika James

MELHOR DOCUMENTÁRIO
76 Days, de Hao Wu, Weixi Chen e Anonymous
A Thousand Cuts, de Ramona S. Diaz
City Hall, de Frederick Wiseman
Our Time Machine, de S. Leo Chiang e Yang Sun
Time, de Garrett Bradley

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (Brasil/França)
Lindinhas, de Maïmouna Doucouré e Denny Shoopman (França)
Martin Eden, de Pietro Marcello (Itália/França/Alemanha)
Sin Señas Particulares (Identifying Features), de Fernanda Valadez (México/Espanha)
Uma Mulher Alta, de Kantemir Balagov (Rússia)
Wolfwalkers, de Tomm Moore e Ross Stewart (Irlanda/Luxemburgo/França)

MELHOR DIREÇÃO REVELAÇÃO | PRÊMIO BINGHAM RAY
Alex Thompson, por Saint Frances
Andrew Patterson, por A Vastidão da Noite
Carlo Mirabella-Davis, por Swallow
Channing Godfrey Peoples, por Miss Juneteenth
Radha Blank, por The Forty-Year-Old Version

MELHOR ROTEIRO
A Vastidão da Noite, escrito por James Montague e Craig Sanger
First Cow, escrito por Jon Raymond e Kelly Reichardt
Fourteen, escrito por Dan Sallitt
Má Educação, escrito por Mike Makowsky
The Forty-Year-Old Version, escrito por Radha Blank

MELHOR ATOR
Chadwick Boseman, por A Voz Suprema do Blues
Jesse Plemons, por Estou Pensando em Acabar com Tudo
John Magaro, por First Cow
Jude Law, por The Nest
Riz Ahmed, por Sound of Metal

MELHOR ATRIZ
Carrie Coon, por The Nest
Frances McDormand, por Nomadland
Jessie Buckley, por Estou Pensando em Acabar com Tudo
Nicole Beharie, por Miss Juneteenth
Yuh-Jung Youn, por Minari

MELHOR ATOR/ATRIZ REVELAÇÃO
Jasmine Batchelor, por Mãe de Aluguel
Kelly O’Sullivan, por Saint Frances
Kingsley Ben-Adir, por One Night in Miami…
Orion Lee, por First Cow
Sidney Flanigan, por Never Rarely Sometimes Always

MELHOR SÉRIE | LONGA
Immigration Nation (Netflix)
Nada Ortodoxa (Netflix)
P-Valley (Starz)
The Great (Hulu)
Watchmen (HBO)

MELHOR SÉRIE | CURTA
Betty (HBO)
Dave (FX Networks)
I May Destroy You (HBO)
Taste the Nation (Hulu)
Work in Progress (Showtime)

Foto: Divulgação/Vitrine Filmes.

Novo Cine PE 2020 anuncia filmes selecionados e edição on-line

por: Cinevitor

mulheroceanoCinePE2020Djin Sganzerla: atriz, diretora e produtora de Mulher Oceano.

Em um ano totalmente atípico por conta da pandemia de Covid-19, o Novo Cine PE – Festival do Audiovisual será um pouco diferente. Prevista inicialmente para o mês de maio, a 24ª edição do festival ganha nova data e será realizada exclusivamente pelo Canal Brasil na televisão e na internet, por meio da plataforma de streaming Canais Globo (antigo Canal Brasil Play), além da TV Pernambuco, uma vez que ainda não é recomendável a realização de eventos presenciais de grande porte.

O formato multiplataforma vai possibilitar que ainda mais pessoas possam ter acesso ao conteúdo do festival, democratizando o acesso ao cinema. Entre os dias 23 e 25 de novembro, a programação do horário nobre do Canal Brasil será ocupada pelos longas-metragens selecionados para a Mostra Competitiva do Novo Cine PE 2020, sendo dois por noite, a partir das 18h, com exibição simultânea no streaming Canais Globo.

Já os 31 curtas escolhidos para as mostras competitivas de curtas-metragens Nacional e Pernambuco ficarão disponíveis on-line para assinantes da plataforma Canais Globo, durante os três dias de festival, o que possibilitará que os cinéfilos assistam às produções nos horários que lhes forem convenientes. As mostras competitivas de curtas ainda serão exibidas na TV Pernambuco, com data a ser definida.

Dos 941 filmes inscritos para as mostras competitivas, número que representa um crescimento de discretos 5,37% em relação ao número de 2019, que foi de 892 filmes, seis títulos, sendo três na categoria ficção e três na categoria documentário, estarão juntos na Mostra Competitiva de longas-metragens; oito títulos na Mostra Competitiva de curtas-metragens pernambucanos; e vinte e três na Mostra Competitiva de curtas nacionais.

A missão de selecionar os curtas e longas das mostras competitivas do Novo Cine PE 2020 ficou nas mãos dos curadores Edu Fernandes, crítico e programador do circuito Cine Materna; e Nayara Reynaud, crítica de cinema, repórter, criadora e editora-chefe do site cultural Nervos. Vale a pena destacar o crescimento da participação de produções pernambucanas. De acordo com Edu Fernandes, foram mais filmes avaliados e com alto grau de qualidade: “Por essa razão, a Mostra Nacional de Curtas abriga mais produções pernambucanas do que nos últimos anos, para poder contemplar as realizações locais que precisam ser vistas. Outro desdobramento dessa maior participação dos produtores locais é a alegria de voltar a ter um longa pernambucano em competição no Novo Cine PE, algo que não acontecia há alguns anos”, comemora o curador.

A ideia dos curadores para a edição 2020 foi compor um retrato mais diverso possível da produção nacional de cinema, com filmes das cinco regiões do país. De acordo com Edu, “o público pode esperar, de alguma forma, se ver na tela. Os temas e abordagens dos filmes da seleção dialogam com diversos assuntos da pauta que a sociedade vem discutindo. Ainda nesse assunto, a mostra de longa tem uma paridade de gêneros entre os diretores e diretoras. Não foi algo que determinamos no começo do processo de curadoria, acabou acontecendo assim e considero mais um aspecto a se comemorar nesta edição do festival”.

O Júri Oficial das mostras competitivas será constituído por cineastas, críticos, pesquisadores e artistas com comprovada experiência, que serão responsáveis por indicar os vencedores do Troféu Calunga em diversas categorias. Além disso, o público irá selecionar os premiados pelo Júri Popular, por meio do aplicativo oficial do festival; a Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, também reunirá um time para eleger o melhor filme de cada uma das três categorias no Júri da Crítica.

Além da premiação oficial, o Canal Brasil oferece o Prêmio Canal Brasil de Curtas, que tem como objetivo estimular a nova geração de cineastas, contemplando os vencedores na categoria curta-metragem dos mais representativos festivais de cinema do país. Um júri convidado pelo Canal Brasil e composto por jornalistas especializados em cinema escolhe o melhor curta da Mostra Nacional em competição que recebe o troféu e um prêmio no valor de R$ 15 mil.

Sobre as dificuldades para a realização do Novo Cine PE 2020, ano marcado pela pandemia de Covid-19, a diretora e idealizadora do festival, Sandra Bertini, conta que os desafios foram muitos: “Foi um ano desafiador para todos os profissionais que trabalham com eventos presenciais. Tivemos que mergulhar para criar um modelo que atendesse aos realizadores dos filmes, público, patrocinadores e produtores do evento, seguindo todas as normas de segurança. Alteramos o projeto na Lei de Incentivo à Cultura, já que o projeto aprovado antes era no modelo presencial. Mas o mais fácil mesmo foram os realizadores dos filmes. Conversei com todos e 100% deles abraçaram a proposta. Muitas vezes me emocionei com tamanho apoio”, relata.

Embora o formato seja diferente em 2020, a produção do Novo Cine PE fez questão de seguir com a cerimônia de apresentação dos curtas e longas direto do Cinema São Luiz, um dos últimos grandes cinemas de rua do país, tradicional palco do Festival Audiovisual, para manter o clima. A cerimônia foi gravada e será exibida sempre antes dos longas. Quem assume a apresentação do festival, pelo segundo ano consecutivo, é a atriz pernambucana Nínive Caldas.

O festival terá ainda espaço para a formação com seminários realizados de forma on-line e temáticas girando em torno da interrogativa “Como encarar o desafio de empreender e fazer novos negócios num mundo afetado pela pandemia?”. Os encontros virtuais deverão acontecer entre os meses de novembro de 2020 e março de 2021, com divulgação de mais informações em breve.

A Mostra Infantil de Cinema, uma das ações sociais do projeto, só será realizada com o retorno às aulas dos alunos das escolas públicas municipais e estaduais de Pernambuco. Além disso, não haverá artista homenageado neste formato de festival. Para Sandra Bertini, a homenagem só faz sentido com o calor do público: “É uma forma do artista chegar perto do fã, trocar energia. Um momento único tanto para o homenageado quanto para o público. Na edição de 2021 retomamos com os Calungas de Ouro”, explicou.

Conheça os filmes selecionados para o Cine PE – Festival do Audiovisual 2020:

MOSTRA COMPETITIVA | LONGAS-METRAGENS

Ioiô de Iaiá, de Paula Braun (RJ)
Memórias Afro-Atlânticas, de Gabriela Barreto (BA)
Mudança, de Fabiano de Souza (RS)
Mulher Oceano, de Djin Sganzerla (SP)
Nós, que ficamos, de Eduardo Monteiro (PE)
O Buscador, de Bernardo Barreto (RJ)

MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS NACIONAIS

A Casa e o Medo, de Eduardo Aliberti, Henrique Truffi e Valentina Salvestrini (SP)
Baixas Lendas da Classe Média Alta I: Janaína sem-cabeça, de Bruna Schelb Corrêa (MG)
Bonde, de Asaph Luccas (SP)
Celular, de Amanda Treze (PE)
Céu da Boca, de Amanda Treze (SP)
Cidade Natal, de Ana Luísa Mariquito (SP)
Cronofobia, de Luis Calil (GO)
Duda, de Eugenia Castello e William Biagioli (PR)
Estação Aquarius, de Fernando Brandão, Flávia Correia, Jairis Meldrado, Levy Paz, Rayane Góes e Ticiane Simões (AL)
Eu.tempo, de Thaíse Moura (PE)
Ex-Humanos, de Mariana Porto (PE)
Fragile, de Ramon Faria (MG)
Manaus Hot City, de Rafael Ramos (AM)
Metroréquiem, de Adalberto Oliveira (PE)
Neguinho, de Marçal Vianna (RJ)
O Homem das Gavetas, de Duda Rodrigues (SP)
O Que pode um corpo?, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (RS)
O Sentinela da Frágil Fortaleza, de Alexandre Vale (CE)
Reagente, de Paulo Copioba (RJ)
Ta Foda, de Aline Golart, Denis Souza, Fernanda Maciel, Icaro Castello, Ligia Torres e Victoria Sugar (RS)
Taoquei?, de Klaus Hastenreiter, Chris Mariani e Clara Ballena (BA)
Vai Melhorar, de Pedro Fiuza (RN)
Vigia – Um Olhar Para a Morte, de Victor Marinho (BA)

MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS

Cozinheiras de Terreiro, de Tauana Uchôa
Mata, de Oficina Documentando/Marlom Meirelles
Nimbus, de Marcos Buccini
O Menino que Morava no Som, de Felipe Soares
O Mundo de Clara, de Ayodê França
O Quarto Negro, de Carlos Kamara
Perdidos, de Eduardo Santos e Renata Malta
Presente de Deus, de Daniel Barros

Foto: André Guerreiro Lopes.

Com Marcélia Cartaxo, Pacarrete, de Allan Deberton, ganha trailer e data de estreia

por: Cinevitor

marceliacartaxopacarretetrailerMarcélia Cartaxo: diversos prêmios por Pacarrete.

Estrelado por Marcélia Cartaxo e filmado na cidade de Russas, interior do Ceará, o aguardado Pacarrete, dirigido por Allan Deberton, ganha data de estreia: 26 de novembro. O filme, que seria lançado em abril deste ano, foi adiado por conta da pandemia de Covid-19.

Um dos filmes mais elogiados e festejados pela crítica e pelo público, Pacarrete foi o grande vencedor da 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado e foi consagrado com oito kikitos, entre eles, melhor filme e melhor atriz. Exibido em 39 festivais, desde então, já coleciona vinte e sete prêmios ao redor do mundo e, com a definição de sua data de estreia, é elegível e pretende concorrer a uma vaga na categoria de melhor filme internacional do Oscar 2021, como representante brasileiro.

Primeiro longa-metragem de Allan Deberton, Pacarrete aborda questões como a loucura, os desafios de ser artista e o drama da velhice de uma bailarina clássica, que gosta de ser chamada de Pacarrete, que significa margarida em francês. O filme é livremente inspirado na conterrânea do diretor e demorou 12 anos para ser realizado. Foi filmado em sua cidade natal, Russas, no Ceará, tentando colocar na tela todas as lembranças da época: “Fico pensando nas inadequações e em como é triste ter que gritar para ser ouvido, para ser respeitado. Quem assiste ao filme sai modificado, eu tenho certeza, pensando em alguém não muito distante. Pode ser uma vizinha, uma tia, ou um senhor excêntrico. Pacarrete pode ser um estado de espírito. É quando a gente vive quem a gente é”, conta o diretor.

Nascida e criada em Russas, Pacarrete alimentou desde criança o sonho de ser artista e viver a vida na ponta da sapatilha, mesmo sendo de uma cidade conservadora, onde mulher nasceu para casar e ter filhos. Mas é em Fortaleza que ela consegue estar no centro dos holofotes como bailarina clássica e se torna professora de ballet. Com a aposentadoria, ela retorna para sua cidade natal onde pretende continuar seu trabalho artístico, mas só encontra desrespeito à sua arte: em vez de plateias de admiradores e aplausos, ela se defronta com o despeito daqueles que cruzam seu caminho; e a bailarina e professora de outrora se transforma na “louca da cidade”.

Para viver essa mulher que fez da aspiração de ser uma bailarina o objetivo de sua vida, Deberton convidou a premiada atriz paraibana Marcélia Cartaxo, vencedora do Urso de Prata no Festival de Berlim, em 1985, por A Hora da Estrela; sua amiga e colaboradora, ela também atuou e fez preparação de elenco do primeiro curta-metragem de Allan, Doce de Coco: “O Allan teve muita segurança de me convidar, até mesmo porque eu não sou bailarina e nem tenho esse ouvido da personagem para música. A Pacarrete é muito culta: toca piano, fala francês e tem um corpo que fala todo o tempo. Foi um grande desafio de resistência e enfrentamento e fiquei muito feliz porque isso me mostrou que, se eu me esforçar bastante, consigo chegar bem longe”, contou a atriz. Para viver a personagem, Marcélia teve aulas de voz e canto, aprendeu francês e fez aulas de ballet, com a supervisão do coreógrafo Fauller e da bailarina cearense Wilemara Barros.

O elenco principal ainda conta com as elogiadas atrizes paraibanas Zezita Matos e Soia Lira; o ator baiano João Miguel; e os cearenses Rodger Rogério, Débora Ingrid, Samya De Lavor e Edneia Tutti Quinto; além da participação de atores e atrizes da própria cidade. A preparação do elenco é de Christian Duurvoort, que trabalhou em Ensaio Sobre a Cegueira e O Banheiro do Papa.

Com roteiro escrito por Allan Deberton, André Araújo, Samuel Brasileiro e Natália Maia, o filme conta com fotografia de Beto Martins e trilha sonora de Fred Silveira; César Teixeira e Clara Bastos assinam como produtores e Deberton, ao lado de Ariadne Mazzetti, assinam a produção executiva. A distribuição é da Vitrine Filmes.

“Pacarrete é um acontecimento além-filme. É fazer justiça com uma mulher que pedia um palco e dizia, aos berros, que ainda iriam ouvir falar dela. Quando eu vejo a plateia em silêncio, sentindo o filme, tenho certeza que estão pensando na vida, no tempo que passa rápido e em alguém que passou e não tivemos a oportunidade de pedir desculpas. Pacarrete é um detalhe importante pra gente prestar atenção. Quando o filme fez sua estreia em Xangai, no outro lado do mundo, fico pensando aonde a história de Pacarrete conseguiu chegar. E foi lindo em Gramado, e igualmente emocionante em Russas, na praça, quando a cidade parou para assisti-la”, finaliza o diretor.

Assista ao novo trailer de Pacarrete, que chega aos cinemas no dia 26 de novembro:

Foto: Luiz Alves.

Conheça os vencedores da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

por: Cinevitor

thiessamostraspvenceMenção Honrosa para Thiessa Woinbackk, de Valentina: melhor atriz.

Foram anunciados nesta quarta-feira, 04/11, na área externa do Auditório Ibirapuera, os vencedores da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que este ano, por conta da pandemia de Covid-19, aconteceu majoritariamente on-line e disponível para todo Brasil. A cerimônia foi apresentada por Serginho Groisman, direto de sua casa, e Renata de Almeida, diretora da Mostra, presencialmente.

Os filmes da Competição Novos Diretores mais votados pelo público foram submetidos ao júri, que foi formado por: Cristina Amaral, uma das principais e mais importantes montadoras do país; Felipe Hirsch, diretor, dramaturgo, cenógrafo e produtor de teatro; e Sara Silveira, nome fundamental da produção cinematográfica brasileira.

Thiessa Woinbackk, que recebeu uma Menção Honrosa por sua atuação em Valentina, subiu ao palco emocionada: “Esse prêmio é muito importante para nós mulheres trans. Sabemos que o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo e isso aqui é uma vitória nossa. Obrigada, mesmo”, disse sob aplausos.

Joyce Prado, diretora de Chico Rei Entre Nós, subiu ao palco duas vezes: a primeira para receber o prêmio do público de melhor documentário brasileiro; a segunda por uma Menção Honrosa concedida pelo júri oficial. Emocionada, discursou: “Muito honrada em receber esse prêmio. Mais uma vez, dedicando a todas as pessoas que nos antecederam. Chico Rei é sobre isso. É sobre continuidade, é sobre mudança, é sobre possibilidade. Cada vez mais, o cinema tem que ser um lugar possível para a representatividade negra, para nossa historicidade, para nossa perspectiva e para todos os profissionais que estão dia a dia acreditando que é possível ser atuante em uma área que tem tanto desafio e retrocesso. Mas ainda existe o progresso, que está presente também entre esses realizadores e realizadoras negras que estão por aí país afora”.

joycepradomostraspJoyce Prado, diretora de Chico Rei Entre Nós, no palco.

O público da 44ª Mostra também escolhe seu preferidos. A escolha popular é feita por votação: a cada título assistido, o espectador recebia da Mostra Play uma mensagem indicando como votar em uma escala de 1 a 5, sempre ao final do filme. O resultado proporcional dos títulos com maiores pontuações determinou os vencedores.

A Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, escolheu o melhor filme brasileiro entre os realizados por diretores estreantes. Neste ano, o eleito foi o longa Êxtase, de Moara Passoni. O filme foi escolhido pela inventividade com que equilibra o corpo fílmico e o corpo físico, trazendo novas texturas para um tema raro no cinema brasileiro e ampliando as possibilidades do documentário. Ella Bittencourt, Francisco Carbone e Juliana Costa formaram o júri Abraccine. Além disso, a imprensa especializada que cobre o evento e tradicionalmente confere o Prêmio da Crítica, também participou da premiação.

Todos os diretores que tiveram títulos selecionados para a Mostra Brasil poderiam inscrever um novo projeto para concorrer a um prêmio oferecido pelo Projeto Paradiso, uma iniciativa do Instituto Olga Rabinovich. A bolsa, no valor de R$30 mil, é destinada ao roteirista do projeto em fase de desenvolvimento e inclui ainda mentorias, coaching para o produtor, workshop de audiência e participação em mercados internacionais. O projeto premiado neste ano foi Neuros, de Guilherme Coelho.

Dois Prêmios Humanidade foram entregues nesta noite: um para os funcionários da Cinemateca Brasileira, que fizeram um discurso emocionante; e o outro para o documentarista americano Frederik Wiseman. Já o Prêmio Leon Cakoff foi entregue à produtora Sara Silveira. A solenidade também contou com a presença do diretor Walter Salles, que recebeu o Prêmio da FIAF, Federação Internacional de Arquivos de Filmes, órgão que reúne cinematecas do mundo todo.

Confira a lista completa com os vencedores da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo:

TROFÉU BANDEIRA PAULISTA 2020 | JÚRI INTERNACIONAL

Melhor Ficção: Eyimofe (Esse é o Meu Desejo), de Arie Esiri e Chuko Esiri (Nigéria)
Melhor Documentário: 17 Quadras, de Davy Rothbart (EUA)
Menção Honrosa | Atriz: Thiessa Woinbackk, por Valentina, de Cássio Pereira dos Santos
Menção Honrosa: Chico Rei Entre Nós, de Joyce Prado

PRÊMIO DO PÚBLICO

Melhor Ficção Brasileira: Valentina, de Cássio Pereira dos Santos
Melhor Documentário Brasileiro: Chico Rei Entre Nós, de Joyce Prado
Melhor Ficção Internacional: Não Há Mal Algum (Sheytan vojud nadarad), de Mohammad Rasoulof (Irã/Alemanha/República Tcheca)
Melhor Documentário Internacional: Welcome to Chechnya, de David France (EUA)

PRÊMIO ABRACCINE

Melhor Filme Brasileiro: Êxtase, de Moara Passoni

PRÊMIO DA CRÍTICA

Melhor Filme Brasileiro: Glauber, Claro, de César Meneghetti
Melhor Filme Estrangeiro: Mosquito, de João Pinto Nuno (Portugal/Brasil/França)

PRÊMIO INCUBADORA PARADISO 2020

Neuros, de Guilherme Coelho

*Clique aqui e assista à premiação no YouTube.
*Clique aqui e confira os filmes que participarão da repescagem.

Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto.

Exclusivo: confira uma cena de O Barco, novo filme de Petrus Cariry

por: Cinevitor

obarcocenacinevitorRômulo Braga e Samya de Lavor no filme: estreia nos cinemas!

Vencedor de quatro prêmios na 28ª edição do Festival Cine Ceará, entre eles, melhor filme pelo júri Olhar Universitário, O Barco, de Petrus Cariry, chega aos cinemas nesta quinta-feira, 05/11, pela Sereia Distribuidora.

No filme, Esmerina, papel de Verônica Cavalcanti, é mãe de 26 filhos, cada um chamado por uma letra do alfabeto. A família leva uma vida pacata em uma vila de pescadores até que um barco naufraga trazendo Ana, vivida por Samya de Lavor, uma misteriosa mulher que vai mudar a rotina da família. O mais afetado é o filho A, interpretado por Rômulo Braga, o mais velho da prole, que desperta para a vontade de romper com o lugar onde passou sua vida inteira para, finalmente, conhecer o mundo. O elenco ainda conta com a participação dos atores paraibanos Everaldo Pontes, que interpreta um velho sábio da vila; e Nanego Lira, como o patriarca da família.

A história é inspirada no conto homônimo do escritor cearense Carlos Emílio Corrêa Lima, que foi adaptado para o cinema pelo próprio diretor em parceria com Rosemberg Cariry e Firmino Holanda (também montador do filme). A produção executiva é de Bárbara Cariry, a direção de produção de Teta Maia e a trilha sonora original de João Victor Barroso. O Barco foi filmado durante quatro semanas no cenário paradisíaco da Praia das Fontes, reunindo uma equipe técnica formada, em sua maioria, por profissionais cearenses.

Além de diretor, roteirista e montador, Petrus também assina a direção de fotografia, trabalho que foi premiado no Islantilla Cineforum (Espanha), no 3º Rivne International Film Festival (Ucrânia), no Rio Fantastik Festival (Brasil), no  Festicini 2018 – Festival Internacional de Cinema Independente (Brasil) e no 13º Encontro Nacional de Cinema dos Sertões (Brasil). O longa também foi exibido em festivais e mostras dos Estados Unidos, Alemanha, Itália, Nigéria, México, Chile, Colômbia e Portugal.

Confira, com exclusividade no CINEVITOR, uma cena de O Barco, com Rômulo Braga e Samya de Lavor:

Foto: Petrus Cariry.

Marighella, de Wagner Moura, ganha trailer e data de estreia

por: Cinevitor

marighellatrailer1cinevitorSeu Jorge interpreta o guerrilheiro que se tornou o principal inimigo da ditadura militar brasileira.

Depois de estrear no Festival de Berlim do ano passado, fora de competição, Marighella, dirigido por Wagner Moura, teve seu lançamento comercial adiado no Brasil por conta da pandemia de Covid-19.

Enquanto isso, passou por diversos festivais mundo afora: Seattle, Hong Kong, Sydney, Santiago, Havana, Istambul, Atenas, Estocolmo, Cairo; entre cerca de 30 exibições em países dos cinco continentes. Agora, o primeiro longa-metragem de Wagner Moura como diretor ganhou uma nova data de estreia por aqui: 14 de abril de 2021.

Marighella traz no elenco Seu Jorge, no papel título; além de Bruno Gagliasso, Luiz Carlos Vasconcellos, Herson Capri, Humberto Carrão, Adriana Esteves, Bella Camero, Maria Marighella, Ana Paula Bouzas, Carla Ribas, Tuna Dwek, Jorge Paz, entre outros. O longa conta a história dos últimos anos de Carlos Marighella, guerrilheiro que liderou um dos maiores movimentos de resistência contra a ditadura militar no Brasil, na década de 1960.

Comandando um grupo de jovens guerrilheiros, Marighella tenta divulgar sua luta contra a ditadura para o povo brasileiro, mas a censura descredita a revolução. Seu principal opositor é Lucio, policial que o rotula de inimigo público nº 1. Quando o cerco se fecha, o próprio Marighella é emboscado e morto, mas seus ideais sobrevivem nas ações dos jovens guerrilheiros, que persistem na revolução.

Neste ano, o filme foi premiado no CinEuphoria Awards na categoria de melhor ator coadjuvante para Bruno Gagliasso, que interpreta o policial Lucio; além disso, recebeu mais três indicações. Já no Mill Valley Film Festival, levou o prêmio do público de melhor filme.

O longa, rodado na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, tem produção da O2 Filmes e coprodução da Globo Filmes e Maria da Fé; a distribuição é da Paris Filmes.

Assista ao trailer oficial de Marighella:

Foto: Divulgação.

Repescagem da 44ª Mostra de São Paulo: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor

diasmostrasprepescagemKang-sheng Lee no filme Dias, de Tsai Ming-Liang.

A partir desta quinta-feira, 05/11, começa a repescagem da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, uma nova chance para o público assistir aos filmes que se destacaram nesta edição.

Diferente dos outros anos, as sessões não serão presenciais, por conta da pandemia de Covid-19, e os títulos estarão disponíveis até o dia 8 de novembro na plataforma Mostra Play. Vale lembrar que o filme ficará disponível na biblioteca por até três dias, mas, a partir do momento que o espectador começa a assisti-lo, terá 24 horas para terminá-lo.

A seleção traz cerca de 130 títulos, entre eles, alguns finalistas ao Troféu Bandeira Paulista, como: os brasileiros Filho de Boi, de Haroldo Borges; Mar de Dentro, de Dainara Toffoli; e Valentina, de Cássio Pereira dos Santos. O português Mosquito, de João Nuno Pinto, uma coprodução entre França e Brasil, também estará disponível.

Conheça os filmes selecionados para a repescagem da 44ª Mostra de São Paulo:

#EAGORAOQUE, de Jean-Claude Bernardet e Rubens Rewald
17 QUADRAS, de Davy Rothbart
499, de Rodrigo Reyes
9,75, de Uluç Bayraktar
A DEUSA DOS VAGALUMES, de Anaïs Barbeau-Lavalette
A MARINA, de Étienne Galloy e Christophe Levac
A MORTE DO CINEMA E DO MEU PAI TAMBÉM, de Dani Rosenberg
A PASTORA E AS SETE CANÇÕES, de Pushpendra Singh
A SANTA DO IMPOSSÍVEL, de Marc Wilkins
A TERRA É AZUL COMO UMA LARANJA, de Iryna Tsilyk
A VIDA NA ESTRADA, de Adnan Faroq, Sidra Rezwan, Ekhlas Heydar Samubud e Salva Soleiman Sedo
AL-SHAFAQ – QUANDO O CÉU SE DIVIDE, de Esen Isik
ANA. SEM TÍTULO, de Lúcia Murat
ANERCA, RESPIRAÇÃO DA VIDA, de Markku Lehmuskallio
ANIMA, de Reza Golchin
AO ENTARDECER, de Sharunas Bartas
APENAS MORTAIS, de Liu Ze
AS ÓRBITAS DA ÁGUA, de Frederico Machado
AS VEIAS DO MUNDO, de Byambasuren Davaa
ASSIM COMO ACIMA, ABAIXO, de Sarah Francis
ASSIM DESSE JEITO, de Kislay
BEANS, de Tracey Deer
BERLIN ALEXANDERPLATZ, de Burhan Qurbani
CALAZAR, de Janis Rafa
CAMINHANDO CONTRA O VENTO, de Shujun Wei
CASULO, de Leonie Krippendorff
CAVALEIRO DE VERÃO, de Xing YOU
CHICO VENTANA TAMBÉM QUERIA TER UM SUBMARINO, de Alex Piperno
CICLO SOLITÁRIO, de Qi Zhang
CIDADE PÁSSARO, de Matias Mariane
CORRENDO PARA O CÉU, de Mirlan Abdykalykov
CORVOS, de Naghi Nemati
COZINHAR F*DER MATAR, de Mira Fornay
CRIANÇAS DO SOL, de Majid Majidi
DE VOLTA A VISEGRAD, de Julie Biro e Antoine Jaccoud
DENTE POR DENTE, de Julio Taubkin e Pedro Arantes
DEZESSEIS PRIMAVERAS, de Suzanne Lindon
DIAS, de Tsai Ming-Liang
EM MEUS SONHOS, de Murat Çeri
ENTRE CÃO E LOBO, de Irene Gutiérrez
ENTRE MORTES, de Hilal Baydarov
EQUINÓCIO, de Lena Knauss
ESPACATE, de Christian Johannes Koch
ESTAVA CHOVENDO PÁSSAROS, de Louise Archambault
ÊXTASE, de Moara Passoni
EYIMOFE (ESSE É MEU DESEJO), de Arie Esiri e Chuko Esiri
FEELS GOOD MAN, de Arthur Jones
FILHO DE BOI, de Haroldo Borges
GATO NA PAREDE, de Mina Mileva e Vesela Kazakova
GÊNERO, PAN, de Lav Diaz
GLAUBER, CLARO, de César Meneghetti
HAVEL, de Slávek Horák
IMPEDIMENTO EM CARTUM, de Marwa Zein
IRMÃ, de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes
JANTAR NA AMÉRICA, de Adam Rehmeier
JOSEP, de Aurélien Froment
KAIRÓS, de Nicolás Buenaventura Vidal
KUBRICK POR KUBRICK, de Grégory Monro
LA FRANCISCA, UNA JUVENTUD CHILENA, de Rodrigo Litorriaga
LABIRINTO YO’EME, de Sergi Pedro Ros
LAMAÇAL, de Franco Verdoia
LIMIAR, de Rouzbeh Akhbari e Felix Kalmenson
LORELEI, de Sabrina Doyle
LUA VERMELHA, de Lois Patiño
MÃE DE ALUGUEL, de Jeremy Hersh
MÃES DE VERDADE, de Naomi Kawase
MALMKROG, de Cristi Puiu
MAMÃE, MAMÃE, MAMÃE, de Sol Berruezo Pichon-Riviére
MAR DE DENTRO, de Dainara Toffoli
MASTERS IN SHORT (curtas-metragens), de Sergei Losnitza, Jia Zhang-ke, Evan Johnson, Galen Johnson, Guy Maddin e Jafar Panahi
MATE-O E DEIXE ESTA CIDADE, de Mariusz Wilczyński
MATRIARCA, de Jure Pavlovic
MEU CORAÇÃO SÓ IRÁ BATER SE VOCÊ PEDIR, de Jonathan Cuartas
MEU REMBRANDT, de Oeke Hoogendijk
MINHA IRMÃ, de Stéphanie Chuat e Véronique Reymond
MISS MARX, de Susanna Nicchiarelli
MOSQUITO, de João Pinto Nuno
MULHER OCEANO, de Djin Sganzerla
MURMÚRIO, de Heather Young
NADANDO ATÉ O MAR SE TORNAR AZUL, de Jia Zhang-ke
NADIA, BORBOLETA, de Pascal Plante
NÃO HÁ MAL ALGUM, de Mohammad Rasoulof
NARIZ SANGRANDO, BOLSOS VAZIOS, de Bill Ross e Turner Ross
NAS ASAS DA PAN AM, de Silvio Tendler
NEM HERÓI NEM TRAIDOR, de Nicolás Savignone
NHEENGATU, de José Barahona
NOSSA SENHORA DO NILO, de Atiq Rahimi
NOTTURNO, de Gianfranco Rosi
NÚMEROS, de Oleg Sentsov e Akhtem Seitablaev
O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS, de João Botelho
O CHARLATÃO, de Agnieszka Holland
O CLUBE VINLAND, de Benoit Pilon
O NARIZ OU A CONSPIRAÇÃO DOS DISSIDENTES, de Andrey Khrzhanovsky
O NEON ATRAVÉS DO OCEANO, de Matthew Victor Pastor
O PERGAMINHO VERMELHO, de Nelson Botter Jr
O PROBLEMA DE NASCER, de Sandra Wollner
O SÉCULO 20, de Matthew Rankin
O TREMOR, de Balaji Vembu Chelli
O ÚLTIMO BANHO, de David Bonneville
OLLIVER HAWK, O HIPNOTIZADOR, de Arthur Franck
ORDEM MORAL, de Mário Barroso
OS NOMES DAS FLORES, de Bahman Tavoosi
PAISAGEM NA SOMBRA, de Bohdan Sláma
PANQUIACO, de Ana Elena Tejera
PARI, de Siamak Etemadi
PIEDRA SOLA, de Alejandro Telemaco Tarraf
PRAZER, CAMARADAS!, de José Filipe Costa
PROBLEMAS COM A NATUREZA, de Illum Jacobi
QUANDO A LUA ESTAVA CHEIA, de Narges Abyar
QUANDO ANOITECE, de Braden King
REBELDES DE VERÃO, de Martina Saková
ROSE INTERPRETA JULIE, de Christine Molloy e Joe Lawlor
SANGUINETTI, de Christian Díaz Pardo
SEM RESSENTIMENTOS, de Faraz Shariat
SEM VOZ, de Pascal Rabaté
SHIRLEY, de Josephine Decker
SILÊNCIO E PÔR DO SOL, de Kazufumi Umemura
SPORTIN’ LIFE, de Abel Ferrara
STARDUST, de Gabriel Range
SUMMERTIME, de Carlos López Estrada
SUOR, de Magnus von Horn
TODAS AS MELODIAS, de Marco Abujamra
UM CRIME EM COMUM, de Francisco Marquez
UM DIA COM JERUSA, de Viviane Ferreira
UMA MÁQUINA PARA HABITAR, de Yoni Goldstein
VALENTINA, de Cássio Pereira dos Santos
VERÃO BRANCO, de Rodrigo Ruiz Patterson
VIVOS, de Ai Weiwei
WALDEN, de Bojena Horackova
XEQUE MATE, de Bruna Piantino

*Os títulos da repescagem da 44ª Mostra só poderão ser vistos até as 23h59 do dia 8 de novembro.

Foto: Divulgação.

Entrevista: ator Welket Bungué fala sobre Berlin Alexanderplatz, exibido na 44ª Mostra de São Paulo

por: Cinevitor

berlinwelket4Welket Bungué: protagonista em cena.

Exibido na Competição do Festival de Berlim deste ano, Berlin Alexanderplatz, de Burhan Qurbani, é baseado no romance homônimo escrito por Alfred Döblin. O longa, que disputou o Urso de Ouro, foi premiado no German Film Awards em cinco categorias, no Festival de Roterdã e também no Stockholm Film Festival.

Destaque da Perspectiva Internacional da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, a trama se passa quando Francis, interpretado por Welket Bungué, é resgatado no litoral do sul da Europa e faz um juramento a Deus: de agora em diante, será um novo homem; um homem melhor e decente. Agora, Francis está em Berlim, onde se dá conta de como é difícil ser justo quando você é um refugiado ilegal na Alemanha; sem papéis, sem uma nação e sem autorização para trabalhar.

Ele, então, recebe uma oferta de trabalho de Reinhold, papel de Albrecht Schuch, um carismático alemão, com a promessa de conseguir dinheiro fácil. Francis, inicialmente, resiste à tentação, mantém seu juramento e se afasta dos negócios obscuros de Reinhold. Mas, eventualmente, ele se vê imerso no submundo de Berlim e sua vida fica totalmente fora de controle.

Para falar mais sobre o filme, conversamos por e-mail com o protagonista Welket Bungué, que foi premiado por sua atuação no Stockholm Film Festival. Nascido em Guiné-Bissau, também atuou em diversas produções brasileiras. Confira:

Berlin Alexanderplatz é baseado no romance homônimo de Alfred Döblin. A história já tinha sido adaptada para os cinemas, em 1931, por Phil Jutzi e também por Rainer Werner Fassbinder, na década de 1980, para uma série televisiva. Você já conhecia essas outras versões? Se não conhecia, chegou a ir atrás para buscar alguma referência? Como foi o seu trabalho de construção do personagem Francis?

Na verdade, eu somente ouvi falar do romance depois que fui contactado pela produtora alemã Sommerhaus, em abril de 2017. Depois disso, envolvi-me mais com o conceito criativo do Burhan para esta nova adaptação do romance do Alfred Döblin. Para encarnar o personagem assisti bastante filmes e, sobretudo, me conscientizei profundamente sobre as dinâmicas político-sociais que me influenciaram durante as minhas idas ao Brasil, e para outros quadrantes internacionais. Na verdade, sendo eu um artista internacionalizado, já tinha vivenciado algumas situações semelhantes às vividas pelo meu personagem no filme. E refiro-me a situações de injustiça social, ou mesmo de descriminação por preconceitos vários. Lembro-me de ler James Baldwin e de ver o filme Beasts of No Nation, e isso fortaleceu muito o meu imaginário do background do Franz B. Mas, este filme foi especialmente desafiador porque falo alemão em mais de 65% da trama, e até então eu não tinha nenhuma familiaridade nem com a língua nem cultura alemãs. Por isso, precisei de aprender alemão durante cerca de cinco meses.

berlinwelket2Welket Bungué e Albrecht Schuch em cena.

Como você chegou nesse projeto? E como foi o entrosamento com o elenco e com o diretor no set?

Esse projeto chegou até mim em 2017, em abril, logo após regressar ao Rio de Janeiro vindo do Festival de Berlim onde estivemos em competição com o filme Joaquim, de Marcelo Gomes. Recebi um e-mail maioritariamente escrito em alemão e em inglês, e de início até desconfiei que fosse spam. Depois disso, confirmou-se que era coisa séria, mas precisei fazer uma self tape para me apresentar para o diretor e para a produção. Depois, em outubro de 2017, sensivelmente, pude conhecer o diretor no contexto de casting ao vivo, onde igualmente conheci meus colegas Jella e Albrect. Penso que nesse momento, a química entre esse grupo triádico foi consensual e o diretor e o fotógrafo Yoshi perceberam que o filme começava a ganhar corpo e rostos vivos. Posteriormente, nos reunimos cada vez mais para discutir a origem do Francis, que acabou por ser assumidamente da Guiné-Bissau e não mais da Nigéria. O filme foi rodado entre maio e julho de 2018 na Alemanha e depois ainda filmei as cenas passadas em solo africano na África do Sul (Cape Town), em dezembro de 2018. A uma fusão de cumplicidade e de afeto ao longo do filme, que foi abençoada com a humanidade do nosso diretor Burhan Qurbani, e, claro, com a equipe que ele tem trabalhado desde o seu primeiro longa-metragem. Em especial, a minha performance no papel de Francis é muito iluminada pela parceria forte e constante do Albrecht Schuch, que interpreta Reinhold.

Berlin Alexanderplatz participou da Competição Oficial do Festival de Berlim deste ano e disputou o Urso de Ouro. Depois disso, foi premiado no German Film Awards. Pra você, como protagonista, qual a importância dessas participações em festivais e como isso afeta sua carreira?

O filme teve um lançamento até bastante gracioso tendo em conta que estamos a viver um ano atípico. Depois da Berlinale, tivemos 11 nomeações técnicas e artísticas no German Film Awards, das quais fomos premiados em cinco categorias. Foram momentos de grande emoção e que eu considero de grande prestígio para todos os envolvidos. Percebemos que o filme tem qualidade e que o júri viu com dedicação. Atribui-nos uma grande responsabilidade perante aquele que veio a ser o entendimento e comunicação do filme perante o público alemão dali em diante. Eu, sendo um cidadão natural da Guiné-Bissau, crescido e formado em Portugal, e agora a circular por todo o mundo, ver-me nomeado naquilo que é, à falta de melhor termo, a primeira liga de atores e atrizes alemães, é um grande marco para a minha trajetória artística. Mas, também do ponto de vista da minha autoestima, dos meus objetivos pessoais e de como se configura a paisagem humana no que toca à representatividade na indústria do cinema europeu. A Academia Alemã veio dar-me um selo de qualidade que poderá ser observado por um público internacional e isso deixa-me bastante feliz e curioso para ver o que se seguirá no futuro.

berlinwelket3Dupla em cena: Welket Bungué e Jella Haase.

Você recentemente ganhou uma sessão especial na Mostra CineBH com a exibição de alguns de seus trabalhos. Ao mesmo tempo, participava da Mostra de São Paulo com Berlin Alexanderplatz. Estes eventos ganharam uma abrangência ainda maior este ano por conta do formato on-line. Como foi a repercussão disso tudo para você? E qual a sua relação com o Brasil, visto que já participou de algumas produções nacionais como Corpo Elétrico e Joaquim?

As repercussões a esse respeito têm sido bastante generosas. Tenho conseguido alcançar um público mais amplo e verdadeiramente interessado nos conteúdos e temáticas abordadas na minha filmografia. E isso não tem preço! É um tipo de dinâmica que, para um artista independente, ainda não representado por nenhum produtor ou galeria de arte, é praticamente incansável em tão pouco tempo. É claro que o mediatismo associado ao meu trabalho como ator internacionalizado ajuda a alcançar uma maior amplitude de público, mas isso é um trabalho muito árduo. No entanto, sinto que com o formato on-line e pelas pessoas estarem mais sequiosas de consumir conteúdos com substância e profundidade, que isso ajudou-me a encontrar um nicho de pessoas ou de entusiastas que entendem e discutem mais os filmes que tenho produzido até aqui. Aparentemente sentimo-nos todos “periferizados” e as linguagens do meu “cinema de autorrepresentação” conseguem agora tocar mais as pessoas, porque há uma diluição de contextualizações sociopolíticas que acabam por de alguma maneira igualar-nos no sentido humano do termo. No entanto, a minha relação com o Brasil e o seu cinema ainda tem muito para dar. Isto é, aguardo a estreia do filme A Travessia de Pedro, de Laís Bodanzky, e A Matéria Noturna, de Bernard Lessa. Tomara que em 2021 possamos estar numa grandiosa estreia com um desses filmes!

Fotos: Divulgação.