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Festival de Cannes 2025: novos títulos selecionados para a 78ª edição

por: Cinevitor
Lyna Khoudri e Fatima Adoum em 13 jours, 13 nuits: fora de competição

Faltando poucos dias para sua 78ª edição, que acontecerá entre 13 e 24 de maio, o Festival de Cannes revelou os últimos títulos selecionados para este ano, entre eles, o drama de ficção científica Resurrection, de Bi Gan, que disputará a Palma de Ouro

O evento também divulgou os filmes da mostra Cinéma de la Plage, que foi criada em 2001 com a proposta de exibir ao ar livre, na praia de Macé, filmes antológicos e também títulos em estreia mundial fora de competição.

Retornando pelo segundo ano consecutivo, a Competição Imersiva foi introduzida em 2024 para celebrar novas formas de contar histórias por meio de experiências espaciais e sensoriais. Ao se libertarem da tela e da linguagem cinematográfica tradicional, as obras imersivas convidam o espectador a entrar na narrativa e, frequentemente, a interagir com ela. A Seleção Imersiva deste ano apresentará nove obras na Competição, duas não competitivas e um programa especial chamado Focus com cinco criações luxemburguesas que proporcionarão aos participantes do festival uma visão sem precedentes dos processos criativos imersivos.

Juntas, essas dezesseis propostas oferecem uma visão geral de uma linguagem em rápida evolução; da realidade virtual e realidade mista ao mapeamento de vídeo e inteligência artificial. Projetadas para serem vivenciadas em vez de visualizadas, essas obras transportam o público para mundos imaginários onde espaço, narrativa e emoção se entrelaçam. O júri da Competição Imersiva será presidido pelo cineasta francês Luc Jacquet e contará também com Laurie Anderson, Tania de Montaigne, Martha Fiennes e Tetsuya Mizuguchi.

Além disso, vale destacar que a ACID, Association du cinéma indépendant pour sa diffusion, que realiza uma mostra paralela ao Festival de Cannes, homenageará a fotojornalista palestina Fatma Hassona, protagonista do documentário selecionado Put Your Soul on Your Hand and Walk, de Sepideh Farsi, que foi morta por um míssil que atingiu sua casa, em Tuffah. Hassona assumiu como missão testemunhar o cotidiano dos habitantes de Gaza em 2025 por meio de seu trabalho e dedicação, apesar dos riscos associados à guerra no enclave palestino. Fatma Hassona é uma das inúmeras vítimas da violência que assola a região há meses.

Conheça os novos títulos selecionados para o Festival de Cannes 2025:

COMPETIÇÃO
Resurrection (Kuang ye shi dai), de Bi Gan (China/França)

FORA DE COMPETIÇÃO
13 jours, 13 nuits (13 Days 13 Nights), de Martin Bourboulon (França/Bélgica)

SESSÃO ESPECIAL
The Six Billion Dollar Man, de Eugene Jarecki (EUA)

CANNES PREMIÈRE
Ma frère, de Lise Akoka e Romane Gueret (França)

CINÉMA DE LA PLAGE
A Menina e o Ovo de Anjo (Tenshi no tamago), de Mamoru Oshii (Japão) (1985)
Ange, de Tony Gatlif (França) (2025)
Bardot, de Alain Berliner (França/Bélgica) (2025)
Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard), de Billy Wilder (EUA) (1950)
Darling: A que Amou Demais, de John Schlesinger (Reino Unido) (1965)
Duelo ao Sol (Duel in the Sun), de King Vidor (EUA) (1946)
Fervura Máxima (Lat sau san taam/Hard Boiled), de John Woo (Hong Kong) (1992)
Gângsters de Casaca (Mélodie en sous-sol), de Henri Verneuil (França/Itália) (1963)
Golpes da Vida (Les mauvais coups), de François Leterrier (França) (1961)
La légende de la palme d’or continue, de Alexis Veller (França) (2025)
Palombella rossa, de Nanni Moretti (Itália/França) (1989)
Uma Vida Oculta (A Hidden Life), de Terrence Malick (Reino Unido/Alemanha/EUA) (2019)

COMPÉTITION IMMERSIVE
Beyond the Vivid Unknown, de John Fitzgerald e Godfrey Reggio (EUA)
Fillos do Vento: A Rapa, de Brais Revalderia e María Fernanda Ordóñez Morla (Espanha/EUA)
From Dust, de Michel van der Aa (Holanda)
In the Current of Being, de Cameron Kostopoulos (EUA/França)
Lacuna, de Maartje Wegdam e Nienke Huitenga-Broeren (Holanda)
Lili, de Navid Khonsari (EUA/Reino Unido/França)
Taxi, de Yamil Rodriguez, Michael Arcos e Stephen Henderson (Reino Unido)
The Dollhouse, de Charlotte Bruneau e Dominic Desjardins (Luxemburgo/Canadá)
The Exploding Girl VR, de Caroline Poggi e Jonathan Vinel (França/Grécia)

IMMERSIVE | FORA DE COMPETIÇÃO
Chez Moi, de Victoria Yakubova e Frédéric Le Louët (França)
Trailblazer, de Eloise Singer (Reino Unido)

IMMERSIVE | FOCUS
Ceci est mon coeur, de Nicolas Blies e Stéphane Hueber-Blies (Luxemburgo/França/Canadá)
Champ de Bataille, de François Vautier (França/Luxemburgo/Bélgica)
Floating with Spirits, de Juanita Onzaga (Bélgica/Luxemburgo/Holanda)
Ito Meikyu, de Boris Labbé (França/Luxemburgo)
Oto’s Planet, de Gwenael François (Luxemburgo/Canadá/França)

Foto: Jérôme Prébois.

14º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Marieta Severo no longa Torniquete, de Ana Catarina Lugarini

Foram anunciados nesta quarta-feira, 07/05, em uma coletiva de imprensa, os filmes selecionados para a 14ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que acontecerá entre os dias 11 e 19 de junho, com 80 títulos na programação.

Neste ano, o evento contará com sessões em espaços emblemáticos da capital paranaense, ocupando de forma inédita o MON, Museu Oscar Niemeyer (Auditório Poty Lazzarotto), um dos principais pontos turísticos da cidade; e a Ópera de Arame, outro local imponente da capital, receberá por mais um ano a exibição do filme de abertura. As sessões também serão realizadas no Cine Passeio, no Teatro da Vila, no Cine Guarani, que pela primeira vez será local de exibição após passar por um processo de reforma e reestruturação, e na Cinemateca, que completa 50 anos de história com novos equipamentos de projeção e som.

“Estamos muito felizes em anunciar os selecionados para a 14ª edição do Olhar de Cinema. São mais de 80 filmes que completam a nossa programação, entre estreias mundiais, nacionais, de cineastas de destaque, novos nomes da sétima arte, diretores e diretoras paranaenses, produções para a criançada, entre outros. Para este ano, abrimos ainda mais o nosso leque de locais de exibição, ocupando também o MON, o Cine Guarani e a Cinemateca”, comentou Antonio Gonçalves Jr, diretor do Olhar de Cinema

O longa-metragem que abrirá a edição de 2025 será Cloud, do japonês Kiyoshi Kurosawa, um dos mais cultuados cineastas contemporâneos, conhecido por produções como Pulse (2001), Creepy (2016) e A Cura (1997). O filme representou o Japão na categoria de melhor filme internacional do Oscar deste ano e passou por outros renomados festivais internacionais, como o de Veneza, Toronto e Chicago. O filme de abertura será exibido em uma sessão exclusiva na Ópera de Arame em uma tela especial com mais de 400 polegadas montada especialmente para a exibição. 

Inspirado em uma história real, a produção é um suspense que aborda a história de um grupo de justiceiros formado na internet que se rebela contra Yoshii, interpretado por Masaki Suda, que usa o pseudônimo Ratel, um revendedor on-line de produtos baratos a preços elevados. Apesar de trabalhar como operário em uma pequena fábrica, o jovem se dedica a revender todos os tipos de mercadorias online, desde roupas a equipamentos médicos. Após negar uma promoção no local onde trabalha, ele decide viver com sua namorada em uma casa afastada da cidade. Ao se sentir lesada, sua clientela é dominada por um sentimento de raiva, levando até mesmo pessoas não diretamente prejudicadas a se unirem contra ele, motivadas por ressentimentos pessoais. 

As produções selecionadas para as mostras competitivas, tanto a Internacional quanto a Brasileira, concorrem em diversas categorias pelo Júri Oficial, além das premiações do público, responsável por eleger o melhor longa e o melhor curta nas duas mostras. 

A mostra Olhar Retrospectivo é um espaço dedicado a um grande nome do cinema mundial apresentando um panorama de suas produções e uma reflexão sobre sua trajetória. Quem integra a mostra no 14º Olhar de Cinema é a consagrada cineasta Agnès Varda, cujo trabalho é referido como um dos marcos do cinema moderno, do cinema realizado por mulheres, dos filmes-ensaios e dos documentários subjetivos. Foram selecionados 10 filmes da cineasta, sendo seis longas e quatro curtas-metragens, em uma temática intitulada Derivas por Varda em referência aos personagens em deriva da realizadora e ao percurso do público pela mostra.

Já a mostra Pequenos Olhares reúne uma seleção de produções voltada às crianças, entre longas e curtas-metragens com o intuito de promover aos pequenos uma experiência única dentro do festival. A Mirada Paranaense promove um panorama da produção audiovisual do Paraná, com um olhar dedicado a filmes de todo o estado. 

A mostra Novos Olhares é voltada para produções ousadas, que flertam com o risco, a invenção e caminhos desconhecidos em seu uso da linguagem cinematográfica, optando pela radicalidade e desprendimento das convenções do cinema. Na mostra Exibições Especiais, o espaço é dedicado a obras inéditas no Brasil de grandes nomes do cinema mundial, assim como filmes brasileiros da última temporada que estrearam em outros eventos, mas chegam para Curitiba no Olhar de Cinema

Neste ano, a Mostra Foco leva o tema Arquivos Desobedientes: O Cinema e as Rasuras da História, promovendo um recorte de filmes e diálogos entre comunidades do Sul Global, com obras de diferentes contextos e épocas, que convocam e elaboram arquivos a partir de posturas contestatórias. Em Olhares Clássicos, a lista reúne uma seleção diversa de filmes de todo o mundo que marcaram a história da sétima arte, integrando a mostra como uma homenagem a seus realizadores, assim como por seus posicionamentos inovadores em relação às produções contemporâneas da edição.

Vale destacar que os ingressos para as sessões estarão à venda a partir do dia 16 de maio, com valores que vão de R$ 8 (meia-entrada) a R$ 16, disponíveis pelo site oficial. O Olhar de Cinema ainda contará com sessões gratuitas no Teatro da Vila, na CIC e no Cine Guarani, no bairro Portão

Conheça os filmes selecionados para o Olhar de Cinema 2025:

FILME DE ABERTURA
Cloud (Kuraudo), de Kiyoshi Kurosawa (Japão)

FILME DE ENCERRAMENTO
Verde Oliva, de Wellington Sari (Brasil)

COMPETITIVA BRASILEIRA | LONGAS

A Voz de Deus, de Miguel Antunes Ramos (SP)
Apenas Coisas Boas, de Daniel Nolasco (GO)
Aurora, de João Vieira Torres (Brasil/Portugal/França)
Cais, de Safira Moreira (BA)
Explode São Paulo, Gil, de Maria Clara Escobar (Brasil/Portugal)
Glória & Liberdade, de Letícia Simões (CE)
Paraíso, de Ana Rieper (RJ)
Torniquete, de Ana Catarina Lugarini (PR)

COMPETITIVA BRASILEIRA | CURTAS

A Nave que Nunca Pousa, de Ellen Morais (PB)
Americana, de Agarb Braga (PA)
Fronteriza, de Rosa Caldeira e Nay Mendl (Brasil/Paraguai)
Girassóis, de Jessica Linhares e Miguel Chaves (Brasil, Paraguai)
Maira Porongyta: O Aviso do Céu, de Kujãesage Kaiabi (MT)
Mais Um Dia, de Vinícius Silva (SP)
Ontem Lembrei de Minha Mãe, de Leandro Afonso (BA)
Seco, de Stefano Volp (RJ)

COMPETITIVA INTERNACIONAL | LONGAS

A Árvore da Autenticidade (L’Arbre de l’authenticité), de Sammy Baloji (Bélgica/Congo)
Ariel, de Lois Patiño (Espanha/Portugal)
Fire Supply, de Lucía Seles (Argentina)
Medidas para um Funeral (Measures for a Funeral), de Sofia Bohdanowicz (Canadá)
Quando o Telefone Tocou (Kada je Zazvonio Telefon), de Iva Radivojević (Sérvia/EUA)
Um Corpo para Habitar (A Body To Live In), de Angelo Madsen (EUA)

COMPETITIVA INTERNACIONAL | CURTAS

As Loucas do Sótão (Locas del Ático), de Tamara García Iglesias (Espanha)
Barco dos Tolos (ىقمحلا ةنيفس), de Alia Haju (Líbano/Alemanha)
Conseguimos Fazer um Filme, de Tota Alves (Portugal)
Coração Azul (Coeur Bleu), de Samuel Suffren (Haiti/França)
Después del Silencio, de Matilde-Luna Perotti (Canadá)
Esportes Aquáticos (Water Sports), de Whammy Alcazaren (Filipinas)
Ídolo Evanescente (ليخنلا تابس), de Majid Al-Remaihi (França/Kuwait/Catar)
O Reinado de Antoine (El Reinado de Antoine), de José Luis Jiménez Gómez (Cuba)

OLHAR RETROSPECTIVO | AGNÈS VARDA

A Ópera-Mouffe (L’Ópera Mouffe), de Agnès Varda (França) (1958)
As Praias de Agnès (Les Plages de Agnès), de Agnès Varda (França) (2008)
Cléo das 5 às 7 (Cléo de 5 às 7), de Agnès Varda (França) (1962)
Documentira (Documenteur), de Agnès Varda (França) (1981)
La Pointe-Courte, de Agnès Varda (França) (1955)
Os Catadores e Eu (Les glaneurs et la glaneuse), de Agnès Varda (França) (2000)
Saudações aos Cubanos (Salut les Cubains), de Agnès Varda (França) (1964)
Tio Yanco (Oncle Yanco), de Agnès Varda (França) (1967)
Ulysse, de Agnès Varda (França) (1983)
Uma canta, a outra não (L’une chante l’autre pas), de Agnès Varda (França) (1977)

PEQUENOS OLHARES

A Lenda de Zamu, de Ana Clara Mancuso, Marina Okamoto, Mayara Mello, Ronaldo Yoshio e Theo Souza (Brasil)
A Viagem de Tetê, de Betânia Furtado (Brasil)
Abraços, de Barcabogante (Brasil)
Dentro da Caixinha: Mundo de Papel, de Guilherme Reis (Brasil)
Mahuru, de Vitor Ferraz (Brasil)
No Início do Mundo, de Camilla Osório de Castro
Rosetta, de Isabela Paulovic (Brasil)
Três Vírgula Catorze, de Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues (Portugal)
Um Monstro e Meia, de Rama Rambo e Mariana Leal (Brasil)

MIRADA PARANAENSE

A Mão Invisível, de Fernando Moreira
Areia, de Ive Machado e Gustavo Ribeiro
Bem Me Quer, Mal Me Quer, de Victoria Spitzner e Gabrielle Santana
Dança dos Vagalumes, de Maikon Nery
Entre Sinais e Marés, de João Gabriel Ferreira e João Gabriel Kowalski
Fabulosas: Operação Aranha, de TH Fernandes e Lua Lambertti
Guairacá, de Luan Rodrigues
Interior, Dia, de Luciano Carneiro e Paulo Abrão
Notas Sobre um Desterro, de Gustavo Castro

EXIBIÇÕES ESPECIAIS

Batguano Returns: Roben na Estrada, de Tavinho Teixeira e Fred Benevides (Brasil)
Canções de uma Terra Ardente, de Olha Zhurba (Ucrânia/França/Suécia/Dinamarca)
Hot Milk, de Rebecca Lenkiewicz (Reino Unido/Grécia)
Nem Toda História de Amor Acaba em Morte, de Bruno Costa (Brasil)
Relâmpagos de Críticas, Murmúrios de Metafísicas, de Julio Bressane e Rodrigo Lima (Brasil)
Salomé, de André Antônio (Brasil)
Tardes de Solidão (Tardes de Soledad), de Albert Serra (Espanha/França/Portugal)

NOVOS OLHARES

Aoquic iez in Mexico! O México Não Existirá Mais (¡Aoquic iez in Mexico! ¡Ya México no existirá más!), de Annalisa D. Quagliata Blanco (México)
Em vez de Árvores (Anstatt Bäumen), de Philipp Hartmann (Alemanha/Argentina)
Invenção (Invention), de Courtney Stephens (EUA)
Na Passagem do Trópico, de Francisco Miguez (Brasil)
Os Lobos (Les Loups), de Isabelle Prim (França)
Voz Zov Vzo, de Yhuri Cruz (Brasil)

OLHARES CLÁSSICOS

A Grande Cidade, de Carlos Diegues (Brasil) (1966)
A Greve (Stachka), de Sergei Eisenstein (URSS) (1925)
Carta Camponesa (Kaddu Beykat), de Safi Faye (Senegal) (1975)
Desapropriado, de Frederico Fullgraf (Brasil) (1983)
Eraserhead, de David Lynch (EUA) (1977)
Eu, A Pior de Todas (Yo, La Peor de Todas), de Maria Luisa Bemberg (Argentina) (1990)
Meu Nome é Oona (My name is Oona), de Gunvor Nelson (EUA) (1969)
Plantar nas Estrelas, de Geraldo Sarno (Brasil) (1978)
Quarup Sete Quedas, de Frederico Fullgraf (Brasil) (1983)
Yeelen: A Luz (The Light), de Souleymane Cissé (Mali) (1987)

MOSTRA FOCO

A Fidai Film, de Kamal Aljafari (Alemanha/Catar/Brasil/França) (2024)
A Zerda e os Cantos do Esquecimento (La Zerda ou les chants de l’oubli), de Assia Djebar (Argélia) (1983)
Dahomey, de Mati Diop (Senegal/França/Benim) (2024)
Ngupelngamarrunu, Tempo da Noite Vamos (Ngupelngamarrunu, Night Time Go), de Elizabeth Povinelli (Austrália) (2017)
Notas Sobre a Tortura e Outras Formas de Diálogo (Apuntes sobre la tortura y otras formas de diálogo), de Patricio Guzmán (Espanha) (1968)
O Grito (El Grito), de Leobardo López Arretche (México) (1968)
Recorrências Perpétuas (Perpetual Recurrences), de Reem Shilleh (Palestina)
Sobrenome Viet, Nome Próprio Nam (Surname Viet Given Name Nam), de Trinh T. Minh-ha (EUA) (1988)
Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá, de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna (Brasil) (2024)

Foto: Amanda Lavorato.

CINEVITOR #479: Entrevista com Marcelo Gomes e Sidarta Ribeiro | Criaturas da Mente

por: Cinevitor
Sidarta Ribeiro: neurocientista brasileiro nas telonas

Exibido na abertura da 57ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e na Mostra A Câmera Curiosa: Cinema e Ciência, Criaturas da Mente, nova obra do diretor Marcelo Gomes, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 08/05.

O longa-metragem acompanha a jornada do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro para melhor entender o universo dos sonhos e do inconsciente a partir da relação do conhecimento científico e dos saberes ancestrais de povos originários e de culturas afrodescendentes, transcendendo o tradicional eurocentrismo da academia.

Sidarta Ribeiro é também professor titular e um dos fundadores do ICe-UFRN, Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Além disso, é formando do Grupo Capoeira Brasil e discípulo de Mestre Caxias, sob a supervisão do Mestre Paulinho Sabiá. Como autor, escreveu os livros O Oráculo da Noite: A História e a Ciência do Sonho, Limiar: Uma Década Entre o Cérebro e a Mente, Sonho Manifesto: Dez Exercícios Urgentes de Otimismo Apocalíptico, As Flores do Bem: A Ciência e a História da Libertação da Maconha e Entendendo as Coisas.

Com imagens imersivas, que incluem trechos da própria filmografia de Marcelo Gomes, entre eles, o curta Maracatu, Maracatus, e depoimentos instigantes, Criaturas da Mente apresenta um universo onde ciência e espiritualidade se complementam, desafiando visões reducionistas e convidando o espectador a repensar sua relação com o inconsciente. O documentário chega para provocar reflexões profundas sobre o papel dos sonhos na construção de novas formas de existência e no resgate de tradições há muito negligenciadas.

“Esse documentário é o resultado de um diálogo entre cinema e ciência, justamente duas áreas que foram muito atacadas durante o governo anterior. Em um momento em que o cinema brasileiro é assistido por milhões de pessoas, eu estou aqui para dizer que o cinema brasileiro resistiu e está mais vivo que nunca”, declarou Marcelo Gomes, que também dirigiu Cinema, Aspirinas e Urubus, Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, Joaquim, Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar, Paloma, Retrato de um Certo Oriente, entre outros.

Além de Sidarta Ribeiro, o documentário também traz as presenças ilustres de Mizziara de Paiva, Waldemar Magaldi, Marcelo Leite, Mãe Beth de Oxum, Mãe Lu, Ailton Krenak, Dráulio Barros de Araújo, Ana Flávia Mendonça, Gilda Gomes, Sérgio Mota Ribeiro e Adolfo Ramos.

A sinopse oficial diz: o sonho como motor da revolução humana. Esse é o mote de Sidarta Ribeiro, neurocientista brasileiro que, há 20 anos, estuda os mistérios do sonhar. No filme Criaturas da Mente, Sidarta explora como os sonhos e outras formas de acesso ao inconsciente podem transformar a experiência humana. Em sua investigação, propõe unir os saberes ancestrais dos povos originários e de origem africana no Brasil ao conhecimento científico, além de uma reavaliação científica das experiências com alucinógenos.

Com argumento e roteiro de Letícia Simões e Marcelo Gomes, Criaturas da Mente é uma produção de João Moreira Salles e Maria Carlota Bruno, da VideoFilmes, realizada em coprodução com Globo Filmes e GloboNews, em associação com a Carnaval Filmes, com distribuição da Bretz Filmes. A direção de fotografia é de Ivo Lopes Araújo com montagem de Fabian Remy; O Grivo assina a trilha sonora. O som direto é de Pedrinho Moreira e Moabe Filho; e o desenho de som e a mixagem é de Denilson Campos e Solo Áudio Estúdio.

Para falar mais sobre Criaturas da Mente, conversamos com o diretor Marcelo Gomes e com o neurocientista Sidarta Ribeiro. No bate-papo, falaram sobre a conexão entre eles, pesquisa, experiências no set de filmagem, participações especiais e bastidores.

Aperte o play e confira:

Foto: Sylara Silvério.

Festival de Cannes: documentário sobre Cacá Diegues será exibido na mostra Cannes Classics 2025

por: Cinevitor
Cacá Diegues: celebrado em Cannes com Para Vigo Me Voy!

Desde o início dos anos 2000, o Festival de Cannes criou a mostra Cannes Classics, uma seleção que permite exibir o trabalho de valorização do cinema patrimonial realizado por produtoras, proprietários de direitos, cinematecas e arquivos nacionais de todo o mundo. Atualmente, faz parte da Seleção Oficial do evento e apresenta obras-primas e raridades do cinema em cópias restauradas, além de homenagens e títulos inéditos.

Nesta edição de 2025, o cinema brasileiro marca presença com Para Vigo Me Voy!, dirigido por Lírio Ferreira e Karen Harley, documentário sobre Carlos Diegues, um dos cineastas brasileiros mais queridos do festival francês. O filme é uma viagem cinematográfica pela trajetória de Cacá Diegues revelando a capacidade única de capturar o espírito do tempo presente em suas narrativas. O longa explora como as obras do cineasta refletem os traços da história brasileira nas últimas seis décadas, além de abordar aspectos íntimos de sua vida pessoal.

“O filme é uma grande aula de cinema brasileiro. São mais de 60 anos de cinema, atravessando a história do país, desde o Brasil Colônia. E não é apenas sobre Cacá. São muitos artistas que marcaram época. Para citar alguns: Antonio Pitanga, Jeanne Moreau, Zezé Motta, Marília Pêra, Sonia Braga, Antonio Fagundes, Wagner Moura e Jesuíta Barbosa; Moacir Santos, Chico Buarque, Jorge Benjor, Caetano e Gil”, afirma o produtor Diogo Dahl sobre o longa. Clique aqui e confira o pôster oficial.

A sinopse oficial diz: Para Vigo Me Voy! é um documentário que mergulha na obra de Carlos Diegues, cineasta que retratou a história e o espírito do Brasil desde 1961. O longa navega entre os filmes dele e sua trajetória pessoal. Trechos das obras são intercalados com entrevistas do diretor ao longo de 60 anos. Acompanhamos a evolução de seu cinema e de seu discurso, costurando esse diálogo com imagens inéditas da última filmagem de Diegues em Deus Ainda é Brasileiro, uma sessão de Bye Bye Brasil na Favela do Vidigal, com a presença dele, e um grande encontro de Carlos Diegues com artistas que foram companheiros de jornada.

Diegues, que faleceu em fevereiro deste ano, quando o documentário estava sendo montado, esteve no Festival de Cannes com oito dos 17 longas que dirigiu sozinho, participando três vezes da mostra competitiva com: Bye Bye Brasil, em 1980, Quilombo, em 1984, e Um Trem para as Estrelas, em 1987; e outras três vezes na Quinzena de Cineastas com: Os Herdeiros, em 1969, Joanna Francesa, em 1973, e Chuvas de Verão, em 1978. O cineasta foi membro do júri da principal da mostra competitiva em 1981 e participou também da Semana da Crítica com Ganga Zumba, em 1964. Apresentou, em 2018, fora de competição, O Grande Circo Místico, além de ter marcado presença com o longa Cinco Vezes Favela: Agora por Nós Mesmos, em 2010, do qual assinou a produção. No ano passado, Bye Bye Brasil foi exibido na mostra Cannes Classics.

Exibir Para Vigo Me Voy! no Festival de Cannes é levar novamente o espírito artístico do cineasta e celebrar sua obra, que começou nos anos de 1960 com o curta Escola de Samba, Alegria de Viver, que integrou o longa coletivo Cinco Vezes Favela, de 1962. Diegues foi um dos fundadores do movimento Cinema Novo, dirigindo ao longo de sua carreira 30 filmes entre longas e curtas, e deixando o inédito Deus Ainda é Brasileiro, continuação do sucesso de 2003.

Karen Harley, que trabalhou com o cineasta montando Tieta do Agreste (1996), conta que Diegues foi seu mestre não só no cinema, mas também na vida, e destaca a possibilidade de celebrar a obra do cineasta no documentário: “É um filme de delicada costura entre suas últimas conversas, seu último set como diretor, sua extensa e diversa filmografia e um vasto e inédito material de arquivo, no qual ele fala sobre questões relevantes sobre o Cinema e o Brasil em geral. Combina profundidade humana, relevância social e estética cinematográfica”.

Com argumento de Lucas Vasconcellos e roteiro de Lírio Ferreira, o filme é uma coprodução entre Globo Filmes e GloboNews, com produção de Diogo Dahl, da Coqueirão Pictures, em coprodução também com Raccord, Sinédoque e Dualto Produções; a produção executiva é de Maria Fernanda Miguel e a distribuição é da Gullane+. A montagem é assinada por Mair Tavares e Daniel Garcia com montagem final de Karen Black e Lucílio Jota; a fotografia é de Loiro Cunha e a música-título é interpretada por Ney Matogrosso e Pife Muderno e produzida por Carlos Malta. Waldir Xavier assina a edição de som; a mixagem é de Tiago Picado e o som direto de Valéria Ferro e Priscila Alves. A produtora Coqueirão Pictures participou em 2016 da sessão Cannes Classics com Cinema Novo, de Eryk Rocha, que recebeu o L’Œil d’or (Olho de Ouro) de melhor documentário do festival.

O filme brasileiro faz parte da celebração de três nomes emblemáticos do Festival de Cannes na Cannes Classics. Além de Cacá Diegues, David Lynch e Pierre-William Glenn também serão homenageados com os títulos David Lynch, une énigme à Hollywood, de Stéphane Ghez, e Dis pas de bêtises, de Vincent Glenn.

A seleção traz também uma cópia restaurada em 4K do clássico Em Busca do Ouro, de Charles Chaplin, que celebra 100 anos de seu lançamento. Além disso, celebra também, com uma cópia restaurada, os 25 anos de Amores Brutos, de Alejandro G. Iñárritu, que marcou o cinema mexicano e foi o grande vencedor da Semana da Crítica em 2000.

A cineasta francesa Diane Kurys, que foi a primeira diretora a abrir o Festival de Cannes, em 1987, com Un homme amoureux, retorna ao evento com o drama biográfico Moi qui t’aimais sobre o mítico casal Simone Signoret e Yves Montand.

Outros destaques da programação: O Arco, que estreou mundialmente em Cannes em 1968, dirigido por T’ang Shushuen, uma das poucas cineastas independentes em Hong Kong durante as décadas de 1960 e 1970; Dogma: Resurrected (A 25th Anniversary Celebration!), de Kevin Smith, que foi exibido fora de competição em 1999; Sunshine: O Despertar de um Século, do diretor húngaro István Szabó, que será exibido como parte das comemorações do centenário da FIPRESCI, Federação Internacional de Críticos de Cinema; Fervura Máxima, de John Woo, lendário mestre do cinema de ação de Hong Kong dos anos 1990; e o premiado Um Estranho no Ninho, de Miloš Forman, com Jack Nicholson.

E mais: no 50º aniversário da morte do dramaturgo e cineasta francês Marcel Pagnol e no 130º aniversário do seu nascimento, a mostra Cannes Classics celebra o 70º aniversário da sua presidência do júri exibindo uma versão restaurada de Merlusse. Entre os documentários, vale destacar a presença do inédito My Mom Jayne, de Mariska Hargitay, sobre sua mãe, a atriz Jayne Mansfield, uma das primeiras playmates da Playboy, que morreu tragicamente em um acidente de carro aos 34 anos. A obra-prima Barry Lyndon, de Stanley Kubrick, vencedora de quatro estatuetas douradas no Oscar, será o filme de encerramento da mostra Cannes Classics.

Neste ano, Quentin Tarantino, vencedor da Palma de Ouro com Pulp Fiction: Tempo de Violência e presidente do júri em 2004, será o convidado de honra da Cannes Classics. Cineasta e cinéfilo, compartilhará sua paixão por George Sherman exibindo dois de seus westerns feitos para a Universal Pictures, um de seus períodos mais criativos: Escrava do Ódio e Terra Selvagem.

Conheça os novos filmes selecionados para o Festival de Cannes 2025:

CANNES CLASSICS

Amores Brutos (Amores perros), de Alejandro G. Iñárritu (México) (2000)
As Coisas Simples da Vida (Yi Yi), de Edward Yang (Japão/Taiwan) (2000)
Barry Lyndon, de Stanley Kubrick (Reino Unido/EUA) (1974)
Dogma, de Kevin Smith (EUA) (1999)
Em Busca do Ouro (The Gold Rush), de Charles Chaplin (EUA) (1925)
Escrava do Ódio (Red Canyon), de George Sherman (EUA) (1949)
Fervura Máxima (Lat sau san taam/Hard Boiled), de John Woo (Hong Kong) (1992)
Merlusse, de Marcel Pagnol (França) (1935)
Moi qui t’aimais, de Diane Kurys (França) (2025)
O Arco (The Arch), de T’ang Shushuen (Hong Kong) (1968)
Sunshine: O Despertar de um Século, de István Szabó (Hungria/Alemanha/Canadá/Áustria) (1999)
Terra Selvagem (Comanche Territory), de George Sherman (EUA) (1950)
Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest), de Miloš Forman (EUA) (1975)

DOCUMENTÁRIOS

David Lynch, une énigme à Hollywood, de Stéphane Ghez (França)
Dis pas de bêtises!, de Vincent Glenn (França)
I huvudet på Bo (Bo Being Bo Widerberg), de Jon Asp e Mattias Nohrborg (Suécia)
I Love Peru, de Raphaël Quenard e Hugo David (França)
My Mom Jayne, de Mariska Hargitay (EUA)
Para Vigo Me Voy!, de Lírio Ferreira e Karen Harley (Brasil)
Slauson Rec, de Leo Lewis O’Neil (EUA)

CÓPIAS RESTAURADAS

Dias e Noites na Floresta (Aranyer Din Ratri), de Satyajit Ray (Índia) (1970)
Estrelas (Sterne), de Konrad Wolf (Alemanha/Bulgária) (1959)
Gehenu Lamai, de Sumitra Peries (Sri Lanka) (1978)
La course en tête, de Joël Santoni (França/Bélgica) (1974)
La paga, de Ciro Durán (Colômbia/Venezuela) (1962)
Magirama, de Abel Gance e Nelly Kaplan (França) (1956)
Más allá del olvido, de Hugo del Carril (Argentina) (1955)
Nuvens Flutuantes (Ukigumo), de Mikio Naruse (Japão) (1955)
Saïd Effendi, de Kameran Hosni (Iraque) (1955)
Waqai sinin al-djamr, de Mohamed Lakhdar Hamina (Argélia) (1975)

Foto: Divulgação.

27º Festival de Cinema Brasileiro de Paris: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Dira Paes e Renata Almeida Magalhães na cerimônia de premiação

Foram anunciados nesta terça-feira, 06/05, os vencedores da 27ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, que após oito dias de programação com público recorde de 7 mil pessoas, consagrou Aumenta que é Rock’n’Roll, de Tomás Portella, como o grande vencedor deste ano.

Produzido por Renata Almeida Magalhães, o longa conquistou o Troféu Jangada de melhor filme pelo Júri Popular e o Prêmio do Júri Jovem, eleito pelos estudantes parisienses que participaram das sessões escolares. Malu, de Pedro Freire, ganhou o Prêmio Pass Culture, concedido pelo festival pela primeira vez em parceria com o programa francês de incentivo à cultura.

Aumenta que é Rock’n’Roll é uma comédia estrelada por Johnny Massaro, George Sauma, João Vitor Silva e Marina Provenzzano. O filme conta a história de Luiz Antônio, um jovem que, inesperadamente, assume o comando de uma rádio falida e prestes a fechar as portas. A partir desse desafio, nasce a icônica Rádio Fluminense FM, a Maldita, primeira emissora dedicada exclusivamente ao rock no Brasil, que marcou gerações a partir de sua criação em 1982. O longa é uma produção da Luz Mágica, em coprodução com a Globo Filmes e Mistika.

O filme teve duas sessões no festival e, em ambas, a produtora e presidente da Academia Brasileira de Cinema, Renata Almeida Magalhães, esteve presente, participando de apresentações e de debates com o público. Emocionada, ela recebeu hoje, das mãos de Dira Paes, o troféu no histórico cinema parisiense L’Arlequin: “Aumenta que é Rock’n’Roll é um filme muito sincero que retrata a minha geração. Se passou numa época especial quando, no Brasil e em toda a América Latina, vivíamos o fim da ditadura militar. É um filme repleto de esperança”, disse Renata.

Realizado pela Jangada, com curadoria de Katia Adler, o festival reafirma seu papel como a principal vitrine do audiovisual brasileiro na Europa. Em sua 27ª edição, exibiu 35 produções nacionais e atraiu 7 mil pessoas ao longo da semana no cinema; a atriz francesa Marina Foïs foi a madrinha do evento neste ano. Vitória, de Andrucha Waddington, com Fernanda Montenegro, foi o filme de abertura.

Nesta edição, a grande homenageada foi a atriz e diretora Dira Paes, que esteve presente durante todo o evento para receber o Troféu Jangada e apresentar uma mostra especial dedicada aos seus 40 anos de carreira, com cinco filmes que marcaram sua trajetória artística. Além de Dira, participaram do evento: os atores Darío Grandinetti (Um Lobo Entre os Cisnes), Allan Rocha (Um Lobo Entre os Cisnes e Vitória), Bárbara Luz (Ainda Estou Aqui), Maria Fernanda Cândido (A Paixão Segundo G.H.), Silvia Buarque (Mais Pesado é o Céu), Júlia Spadaccini e Benedita Casé Zerbini (90 Decibéis) e Roberto Bomtempo e Paulo Azevedo (Sobreviventes).

Também estiveram presentes: os diretores Esmir Filho (Homem com H), Marcos Schechtman (Um Lobo Entre os Cisnes), Liliane Mutti (Salut, mes ami.e.s), George Walker (A Mulher que Chora), Fellipe Barbosa (90 Decibéis), Luiz Fernando Carvalho (Lavoura Arcaica e A Paixão Segundo G.H.), Lucas Weglinski (Máquina do Desejo); além dos produtores Márcio Fraccaroli e Veronica Stumpf (Homem com H), Renata Almeida Magalhães (Aumenta que é Rock’n’Roll), Gisele Hilt (Anahy de las Misiones), Carolina Dias (Sobreviventes), Marco Altberg (Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta), Raquel Couto (Lavoura Arcaica), Tatiana Leite (Malu), Luciana Boal Marinho (Alarme Silencioso) e Luciana Brafman (Seu Estilo, Seu Impacto).

A mostra competitiva contou com outros sete longas de ficção que concorreram ao Troféu Jangada de melhor filme, escolhido pelo público: Malu, de Pedro Freire; Um Lobo Entre os Cisnes, de Marcos Schechtman e Helena Varvaki; Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry; A Vilã das Nove, de Teodoro Poppovic; Sobreviventes, de José Barahona; A Mulher que Chora, de George Walker Torres; e 90 Decibéis, de Fellipe Barbosa, que teve sua estreia mundial no festival.

Conheça os vencedores do Festival du Cinéma Brésilien de Paris 2025:

MELHOR FILME | JÚRI POPULAR | TROFÉU JANGADA
Aumenta que é Rock’n’Roll, de Tomás Portella 

PRÊMIO DO JÚRI JOVEM
Aumenta que é Rock’n’Roll, de Tomás Portella 

PRIX DU PASS CULTURE
Malu, de Pedro Freire

Foto: Daniela Ometto.

Festival de Guadalajara 2025: filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor
Lucas Drummond e Liev Carlos em Apenas Coisas Boas, de Daniel Nolasco

O Festival Internacional de Cine en Guadalajara, um dos mais fortes da América Latina, revelou os filmes selecionados para a sua 40ª edição, que acontecerá entre os dias 6 e 14 de junho na cidade mexicana.

Além do destaque para o cinema mexicano com o Prêmio Mezcal, o evento também apresenta uma programação com produções ibero-americanas. Neste ano, o Brasil está representado com diversos títulos, entre eles, O Último Azul, de Gabriel Mascaro, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim, e A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert, também exibido na Berlinale, na mostra competitiva de longa-metragem ibero-americano de ficção. A seleção segue com A Procura de Martina, de Márcia Faria; Sonhar com Leões, de Paolo Marinou-Blanco, uma coprodução entre Portugal, Brasil e Espanha, protagonizada por Denise Fraga; e La quinta, de Silvina Schnicer, coprodução entre Argentina, Brasil, Chile e Espanha.

Entre os documentários em competição, o cinema brasileiro se destaca com Copan, de Carine Wallauer, grande vencedor do É Tudo Verdade deste ano; Cais, de Safira Moreira; e Paraíso, de Ana Rieper. Já entre os curtas, o Brasil conta com: Alice, de Gabriel Novis; Arame Farpado, de Gustavo de Carvalho, exibido na mostra Generation 14plus do Festival de Berlim; Atardecer en América, de Matías Rojas Valencia, uma coprodução entre Brasil, Chile e Colômbia; e Minha Mãe é uma Vaca, de Moara Passoni, exibido na mostra Orizzonti do Festival de Veneza.

O festival também anunciou os títulos que disputam o Prêmio Maguey, que divulga e promove um cinema que começa com histórias acompanhadas por uma orientação sexual aberta e diversa, celebrando o melhor da cinematografia LGBTQ do mundo. O Brasil aparece com A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo, exibido na mostra Generation Kplus da Berlinale; Apenas Coisas Boas, de Daniel Nolasco; O Último Azul, de Gabriel Mascaro; Onda Nova, de Ícaro Martins e José Antonio Garcia, que voltou aos cinemas em cópia restaurada; e Parque de Diversões, de Ricardo Alves Jr., vencedor do Prêmio da Crítica na Mostra Tiradentes.

Nesta 40ª edição, os homenageados serão: a atriz mexicana Dolores Heredia, que receberá o Mayahuel de Plata; a produtora Mónica Lozano, que será honrada com a Homenaje Industria FICG; a atriz chilena Daniela Vega, de Uma Mulher Fantástica, que será homenageada com o Prêmio Maguey Queer Icon; a cantora mexicana Denisse Guerrero, que receberá o Prêmio Maguey Trayectoria; e o cineasta espanhol Juan Antonio Bayona, de A Sociedade da Neve, que será honrado com o Mayahuel Internacional.

O júri deste ano será formado por: Alejandra Márquez Abella, Udi Aloni, Antonia Zegers, Patricia Riggen e Hugo Villa na mostra competitiva de longa-metragem ibero-americano de ficção; Chelsea McMullan, Adriek van Nieuwenhuyzen, Fernando Madedo, Maud Amson e Uriel Kuzniecki na mostra competitiva de longa-metragem ibero-americano documental; David Martos, Esmeralda Pimentel, Irene Azuela, Jorge David Martínez Micher e Lola Dueñas no Prêmio Maguey; Mimi Plauché, Manolo Caro, Pierre Saint-Martin, Ilse Salas, Elena Vilardell, Hélder Beja e o brasileiro Alfredo Calvino no Prêmio Mezcal; e Santiago Maza, Johanna Murillo, Cris Tenas, Anna Terrazas e Ignacio Catoggio na mostra competitiva de curtas-metragens ibero-americanos. Clique aqui e confira a lista completa com os jurados.

Conheça os filmes selecionados para o 40º Festival Internacional de Cinema de Guadalajara:

LONGA-METRAGEM IBERO-AMERICANO | FICÇÃO

A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert (Brasil)
A Procura de Martina, de Márcia Faria (Brasil/Uruguai)
Cuerpo celeste, de Nayra Ilic García (Chile/Itália)
Esta Isla, de Lorraine Jones Molina e Cristian Carretero (Porto Rico)
La quinta, de Silvina Schnicer (Argentina/Brasil/Chile/Espanha)
Los años salvajes, de Andrés Nazarala (Chile)
Molt lluny, de Gerard Oms (Espanha/Holanda)
O Último Azul, de Gabriel Mascaro (Brasil/México/Holanda/Chile)
Oro amargo, de Juan Olea (Chile/México/Uruguai/Alemanha)
Sonhar com Leões, de Paolo Marinou-Blanco (Portugal/Brasil/Espanha)
Sorda, de Eva Libertad (Espanha)
Tiguere, de José Maria Cabral (República Dominicana)

LONGA-METRAGEM IBERO-AMERICANO | DOCUMENTÁRIO

A Savana e a Montanha, de Paulo Carneiro (Portugal/Uruguai)
Cais, de Safira Moreira (Brasil)
Copan, de Carine Wallauer (Brasil/França)
Croma, de Manuel Abramovich (Argentina/Alemanha/Áustria)
Eco de luz, de Misha Vallejo Prut (Equador/Alemanha)
El atardecer de los grillos, de Gonzalo Almeida (Argentina)
El canto de las manos, de María Valverde (Espanha/EUA)
La guitarra flamenca de Yerai Cortés, de Antón Álvarez (Espanha)
Ouro negro, de Takashi Sugimoto (Portugal)
Paraíso, de Ana Rieper (Brasil)
Runa Simi, de Augusto Zegarra (Peru)
Tardes de soledad, de Albert Serra (Espanha/França/Portugal)

CURTA-METRAGEM IBERO-AMERICANO

Aigua Salina, de Abraham Delgado e Ivet Moreno (Espanha)
Alice, de Gabriel Novis (Brasil)
Año de casados, de Pablo Camargo López (México)
Arame Farpado, de Gustavo de Carvalho (Brasil)
Atardecer en América, de Matías Rojas Valencia (Brasil/Chile/Colômbia)
De Sucre, de Clàudia Cedó (Espanha)
El lagarto de la 20, de Ricardo Soto (México)
El paso, de Roberto Tarazona (Cuba)
Furia, de Fran Moreno Blanco e Santi Pujol Amat (Espanha)
Granma(ther), de Nicolás Baksht Somonte (México)
La miel inmaculada, de Mauricio Calderón Rico (México)
Las voces del despeñadero, de Irving Serrano e Victor Rejón (México)
Malicia, de Edward Gómez Granada (Colômbia)
Minha Mãe é uma Vaca, de Moara Passoni (Brasil)
MÚSICAS, de Lila Avilés (México)
Semillas de Kivu, de Néstor López e Carlos Valle (Espanha)
Sólo Kim, de Javier Prieto de Paula e Diego Herrero (Espanha)
Tapete Voador, de Justin Amorim (Portugal)
Te prometo violencia, de Juan Maria Leon (México)
Un día llegará la noche, de Chica Barbosa (México/Espanha)

LONGA-METRAGEM INTERNACIONAL DE ANIMAÇÃO

Endless Cookie, de Seth Scriver e Peter Scriver (Canadá)
Gujeyeog-eseo sal-a dol-aon dwaeji, de Bum-Wook Hur (Coreia do Sul)
La gran historia de la filosofía occidental, de Aria Covamonas (México)
Lesbian Space Princess, de Leela Varghese e Emma Hough Hobbs (Austrália)
Maya, donne-moi un titre, de Michel Gondry (França)
Olivia & las nubes, de Tomás Pichardo Espaillat (República Dominicana)
Soy Frankelda, de Roy Ambriz e Arturo Ambriz (México)
Space Cadet, de Kid Koala (Canadá)

PRÊMIO MAGUEY

¿Quién quiere casarse con un Astronauta?, de David Matamoros (Espanha/Argentina/Uruguai)
A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo (Brasil/Chile)
Amor de papel, de Edu Cortés (México)
Apenas Coisas Boas, de Daniel Nolasco (Brasil)
Croma, de Manuel Abramovich (Argentina/Alemanha/Áustria)
Duas vezes João Liberada, de Paula Tomás Marques (Portugal)
En algún lugar dentro de mí, de Andoeni Padilla (México)
Hot Milk, de Rebecca Lenkiewicz (Reino Unido)
Kundalini, de Gavb Real (México)
La engañada, de Francisco González (México)
La Joia: Bad Gyal, de David Camarero (Espanha)
Lesbian Space Princess, de Leela Varghese e Emma Hough Hobbs (Austrália)
Llueve sobre Babel, de Gala del Sol (Colômbia/Espanha/EUA)
Los inocentes, de Germán Tejada (México/Peru)
Molt lluny, de Gerard Oms (Espanha/Holanda)
Murió la fantasía, de Rubén R. Bañuelos e Iván López Barba (México)
O Último Azul, de Gabriel Mascaro (Brasil/México/Holanda/Chile)
Onda Nova, de Ícaro Martins e José Antonio Garcia (Brasil)
Parque de Diversões, de Ricardo Alves Jr. (Brasil)
Queer as Punk, de Yihwen Chen (Malásia/Indonésia)
Sabar Bonda, de Rohan Parashuram Kanawade (Índia/Reino Unido/Canadá)
Siempre vuelven, de Sergio De León (Uruguai/Argentina)
Sobre las olas, de Horacio Alcalá (México/Espanha/França)
Un mundo para mí, de Alejandro Zuno (México)

PRÊMIO MEZCAL

At the End of the World (En el fin del mundo), de Abraham Escobedo-Salas (Bélgica/México)
Autos, mota y rocanrol, de José Manuel Cravioto (México)
Boca Vieja, de Yovegami Ascona Mora (México)
Café Chairel, de Fernando Barreda Luna (México)
Cocodrilos, de J. Xavier Velasco (México/EUA)
Doce lunas, de Victoria Franco (México)
Islander, de César Talamantes (México)
Llamarse Olimpia, de Indira Cato (México)
Miraba caer las gotas iluminadas por los relámpagos, y cada que respiraba suspiraba, y cada vez que pensaba, pensaba en ti, de José de Jesús Gutiérrez García e Carlos San Juan (México)
Un mundo para mí, de Alejandro Zuno (México)

PREMIO DE CINE SOCIOAMBIENTAL

El pastor y el oso, de Max Keegan (EUA/Reino Unido/França)
La memoria de las mariposas, de Tatiana Fuentes Sadowski (Peru/Portugal)
Only on Earth, de Robin Petré (Dinamarca/Espanha)
Seeds, de Brittany Shyne (EUA)
The Mountain Won’t Move, de Petra Seliškar (Eslovênia/Macedônia/França)
The Red List, de Ross Pierson (País de Gales/Reino Unido)

HECHO EN JALISCO

Abracadáver, de Pancho Rodríguez (México)
At the End of the World (En el fin del mundo), de Abraham Escobedo-Salas (Bélgica/México)
Cangrejos en el aire, de Esteban Guerrero Carranco (México)
Carbono, de Alberto Arvizu e Yael González (México/Peru)
Ceremonia, de Dan Chávez (México)
DUVA, de Jonathan Álvarez Peña (México)
El buzo que se quedó en tierra, de Diana Castro Cabrera e Magali Espinosa Ortega (México)
En algún lugar dentro de mí, de Andoeni Padilla (México)
Entre las rocas y el mar, de Alessandra Vera Gonzalez (México)
Gamboa, de Emiliano Alcaraz Díaz (México)
Hasta pronto, de Jennifer Skarbnik López (México)
Hasta que Dios se acuerde de nosotros, de André González Arias, Victor Cartas Valdivia e Isabella Hernández Sánchez (México)
Hijos del agave, de Iván López-Barba (México)
La mosca en la pared, de Mar Novo (México)
Las hijas del viento, de José Camacho Cabrera (México)
No, gracias, ya no fumo, de Diego Toussaint (México)
Pisadas de sangre, de Emiliano Monroy Pineda (México)
Silenciados, de Daniel Malvido (México)
Sobre las olas, de Horacio Alcalá (México/Espanha/França)
Teatro secreto, de Diego Martínez Gutiérrez (México)
Una torreta en llamas, de Humberto Flores Jáuregui (México)

PRÊMIO RIGO MORA

Buffet paraíso, de Héctor Zafra e Santi Amézqueta (Espanha/França)
Como si la tierra se las hubiera tragado, de Natalia León (França)
Dragfox, de Lisa Ott (Reino Unido)
Hasta pronto, de Jennifer Skarbnik López (México)
Il burattino e la balena, de Roberto Catani (França/Itália)
Jeanne & Jean Jean, de Thanys Martin (França)
La petite ancêtre, de Alexa Tremblay-Francoeur (Canadá)
Luz Diabla, de Gervasio Canda, Patricio Patricio e Paula Boffo (Argentina/Canadá)
My Gut Friend, de Becho y Mab (Argentina/México)
Nabu, de Joanna Rusinek (Polônia)
Quai Sisowath, de Stéphanie Lansaque e François Leroy (França)
Retirement Plan, de John Kelly (Irlanda)
Snow Bear, de Aaron Blaise (EUA)
Two Ships, de McKinley Benson (Portugal/EUA)
Underground Invaders, de Shera Courtalhac, Ines Molinier, Victor Lesaffre, Maëlle Metaireau, Dana Guyot, Ines Dolivet e Meggie Bernier (França)

CINE DE GÉNERO

El tema del verano, de Pablo Stoll Ward (Uruguai/Argentina/Chile)
Faro, de Ángeles Hernández (Espanha/Argentina)
Los inocentes, de Germán Tejada (México/Peru)
No dejes a los niños solos, de Emilio Portes (México)
Patio de chacales, de Diego Figueroa (Chile)

Foto: Divulgação.

CINEVITOR #478, parte 2: Entrevista com Bruno Montaleone e Jullio Reis | Homem com H

por: Cinevitor
Jullio Reis e Jesuíta Barbosa em cena: Cazuza e Ney

Com estreia marcada para a próxima quinta-feira, 01/05, o aguardado filme inspirado na vida de Ney Matogrosso, Homem com H, acompanha a brilhante e intensa trajetória de Ney de Souza Pereira desde a infância até sua consagração como um dos maiores artistas brasileiros.

Escrito e dirigido por Esmir Filho, de Tapa na Pantera, Alguma Coisa Assim, Os Famosos e os Duendes da Morte, Boca a Boca e Verlust, o longa é protagonizado por Jesuíta Barbosa, que interpreta o consagrado Ney Matogrosso. O elenco conta ainda com Jullio Reis, Bruno Montaleone, Hermila Guedes, Rômulo Braga, Mauro Soares, Jeff Lyrio, Caroline Abras, Lara Tremouroux, Danilo Grangheia, Augusto Trainotti e Bela Leindecker; com participações especiais de Céu e Sarah Oliveira.

Na infância e na adolescência, Ney morou com os pais e irmãos na pequena cidade de Bela Vista, em Mato Grosso do Sul. Os embates com o pai, vivido por Rômulo Braga, militar, que insistia que o menino virasse homem, o levaram a se afastar da família, antes de seguir na vida artística. Anos depois de sair de casa, Ney estreou em São Paulo como vocalista do Secos e Molhados, ao lado de João Ricardo, interpretado por Mauro Soares, e Gerson Conrad, papel de Jeff Lyrio, dando início às performances históricas.

Ao retratar o período da ditadura militar, Homem com H mostra que a vida de Ney está conectada com a história de um Brasil cercado pela opressão, mas que aspira à liberdade. Resistindo à toda forma de repressão da família e da sociedade, Ney Matogrosso desafiou preconceitos e inaugurou um estilo próprio. O filme também revela as paixões de Ney, entre elas, Cazuza, interpretado por Jullio Reis, um de seus grandes amores, e Marco de Maria, papel de Bruno Montaleone, seu companheiro por 13 anos. A trama é embalada por sucessos como Rosa de Hiroshima, Sangue Latino, O Vira, Bandido Corazón, Postal de Amor, Não Existe Pecado ao Sul do Equador, Encantado, e, é claro, Homem com H.

Um dos destaques da cinebiografia é a recriação dos mais marcantes shows da trajetória de Ney Matogrosso, entre eles, a primeira apresentação dos Secos e Molhados na Casa de Badalação e Tédio (1972); seu primeiro show solo, Homem de Neanderthal (1975); Bandido (1976); e o show em que Ney canta Homem com H, dirigido por Amir Haddad (1981). As diferentes fases de Ney Matogrosso também são exploradas nas apresentações do Circo Tihany (1984); no projeto A Luz do Solo (1986), com destaque para a canção O Mundo é um Moinho, de Cartola; em O Tempo Não Para (1988), de Cazuza, dirigido por Ney; em As Aparências Enganam (1993); e em seu mais recente show, Bloco na Rua (2024).

Ney Matogrosso visitou o set e colaborou com a produção, mas fez questão de não interferir em nada. Ele gravou especialmente para o filme a versão de O Mundo é um Moinho, com violão de João Camarero, e dublou Jesuíta Barbosa na cena do coral de Brasília e também na música Réquiem para Matraga, com Luli. Todas as outras músicas são fonogramas do Ney dublados por Jesuíta.

Com fotografia de Azul Serra e direção de arte assinada por Thales Junqueira, a produção é da Paris Entretenimento com distribuição da Paris Filmes. O figurino é de Gabriella Marra e a caracterização de Martin Trujillo; Kity Féo assina como primeira assistente de direção, Germano de Oliveira foi responsável pela montagem e Anna Luiza Paes de Almeida na produção de elenco. O som direto é de Ana Penna, a edição de som é de Martin Griganaschi e a mixagem de Armando Torres Jr; Amabis assina a música original e a supervisão musical.

Para falar mais sobre Homem com H, fizemos dois programas especiais. Nesta segunda parte, conversamos com os atores Bruno Montaleone e Jullio Reis, que interpretam os amores da vida de Ney. No bate-papo, falaram das construções de seus personagens, bastidores e expectativas para o lançamento.

Aperte o play e confira:

*Clique aqui e confira nossa entrevista com o protagonista Jesuita Barbosa e com o diretor

Foto: Marina Vancini.

Homem com H

por: Cinevitor

Direção: Esmir Filho

Elenco: Jesuíta Barbosa, Hermila Guedes, Rômulo Braga, Bruno Montaleone, Jullio Reis, Caroline Abras, Mauro Soares, Jeff Lyrio, Danilo Grangheia, Augusto Trainotti, Lara Tremouroux, Bela Leindecker, André Dale, Luiz Xavier, Pedro Zurawski, Bruno Parmera, Davi Malizia, Artur Volpi, Céu, Sarah Oliveira.

Ano: 2025

Sinopse: Homem com H revela os momentos mais marcantes da vida de Ney Matogrosso, um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. Desde a infância, marcada pela repressão paterna até a consagração como ícone da música e da liberdade, Ney de Souza Pereira desafia preconceitos e cria um estilo próprio. O filme acompanha sua trajetória pessoal e artística, retratando performances inesquecíveis embaladas por diversos sucessos.

*Clique aqui e assista ao programa especial sobre o filme com entrevista com o diretor Esmir Filho e com o protagonista Jesuita Barbosa; e clique aqui para nossa entrevista com os atores Bruno Montaleone e Jullio Reis

Nota do CINEVITOR:

Festival Curta Cinema 2025: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Cena do curta Kabuki, de Tiago Minamisawa: premiado

Foram anunciados nesta quarta-feira, 30/04, os vencedores da 34ª edição do Festival Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, que exibiu 156 filmes, de 25 países, em sete dias de evento presencial, com todas as sessões gratuitas no cinema Estação Net Botafogo, que também foi palco da cerimônia de premiação. 

Os vencedores do Grande Prêmio das mostras Competitiva Nacional e Internacional, respectivamente, foram: Moti, de André Okuma, e Green Gray Black Brown, de Yuyan Wang, que estão automaticamente qualificados a concorrerem a uma indicação no Oscar 2026 na categoria de melhor curta-metragem. Nesta edição, a organização comemorou o número recorde de inscrições: 4.600 produções de 160 países.

Foram anunciados também os ganhadores das demais categorias do festival e de premiações paralelas, como o Prêmio Canal Brasil de Curtas, entregue para Arame Farpado, de Gustavo de Carvalho, que recebe R$ 15 mil. Além disso, os vencedores do 27º Laboratório de Projetos de Curta-Metragem recebem prêmios de parceiros, como: Prêmio Edina Fuji (Naymovie), Link Digital, Conecta Acessibilidade, Conspiração Filmes e Bando Sonoro; os títulos que receberam Menção Honrosa terão uma consultoria de roteiro com Clara Ferrer.

Neste ano, o time de jurados foi formado por: Fredi Klutasz, Kaare Aguerre e Eduardo Lurnel na Competição Nacional; Mónica Delgado, Rosa Miranda e Rodrigo Sombra na Competição Internacional; Mariana Seivalos, Galba Gogóia e Clara Chroma na mostra Primeiros Quadros; Gustavo Cunha, Luisa Clasen e Sé Souza no Prêmio Canal Brasil de Curtas; e Clara Ferrer, Karen Akerman e Matheus Peçanha no Laboratório de Projetos de Curta-Metragem

O festival segue virtualmente no Itaú Cultural Play, plataforma de streaming gratuita de cinema brasileiro, que irá exibir entre os dias e 15 de maio uma seleção de produções desta edição do Curta Cinema. Os filmes são: Mãe da Manhã, de Clara Trevisan (RS); Mandinga de Gorila, de Luzé e Juliana Gonçalves (RJ); Javyju: Bom Dia, de Kunha Rete e Carlos Eduardo Magalhães (SP); Inflamável, de Rafael Ribeiro Gontijo (DF); O Primo Holandês, de Nuno Lindoso (AL); Kabuki, de Tiago Minamisawa (SC/SP); e Mexeu Comigo, de João Hiago Oliveira, Danilo Rodrigues e Sara Maylyne (PE).

Conheça os vencedores do Festival Curta Cinema 2025:

COMPETIÇÃO NACIONAL
Grande Prêmio: Moti, de André Okuma (SP)
Prêmio Especial do Júri: Kabuki, de Tiago Minamisawa (SC/SP)
Melhor Direção: Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira, por O Amor Não Cabe na Sala
Menção Honrosa: Mãe da Manhã, de Clara Trevisan (RS) e Fale a Ela o que me Aconteceu, de Pethrus Tibúrcio (PE)

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
Grande Prêmio: Green Gray Black Brown, de Yuyan Wang (China/França/Coreia do Sul)
Prêmio Especial do Júri: The Poison Cat, de Tian Guan (China)
Melhor Direção: Kevin Walker e Irene Zahariadis, por Things Hidden Since the Foundation of The World

PRIMEIROS QUADROS
Melhor Filme: O Colecionador de Cheiros de Nucas Femininas, de Natalia Damião e Ana Clara Vidal de Negreiros (PB)
Prêmio Especial | Melhor Direção: João Hiago Oliveira, Danilo Rodrigues e Sara Maylyne, por Mexeu Comigo

PRÊMIOS DO PÚBLICO
Panorama Carioca: Doença é Vida, de Rogério Cavalcante de Castro (RJ)
Panorama Brasil: Procura-se uma Rosa, de Júlia Moraes (RJ)
Panorama Latino: Babilônia, de Duda Gambogi (Cuba)

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS
Arame Farpado, de Gustavo de Carvalho (SP)

PRÊMIO CANAL LIKE
Moti, de André Okuma (SP)

PRÊMIO MELHOR PROJETO | 27º LABORATÓRIO DE PROJETOS DE CURTA-METRAGEM
A Voz do Mestre, de Renato Sircilli (SP)
Monami, de Diego dos Anjos (RJ)
Menção Honrosa: Gosto de Amora, de Erik Gasparetto (PR) e Carpe Diem, de Mayra Costa (AL)

Foto: Divulgação.

Geni e o Zepelim: novo filme de Anna Muylaert será protagonizado por Ayla Gabriela e rodado na Amazônia

por: Cinevitor
Ayla Gabriela: protagonista nas telonas

O longa Geni e o Zepelim, primeira adaptação cinematográfica da clássica canção homônima de Chico Buarque, começará a ser rodado na próxima semana na Amazônia. Com direção e roteiro de Anna Muylaert e produzido por Iafa Britz, o filme conta a história da prostituta ribeirinha Geni, amada pelos desvalidos e odiada pela sociedade local.

A atriz Ayla Gabriela assume o papel da personagem e Seu Jorge dará vida ao comandante do Zepelim. A produção é assinada pela Migdal Filmes em coprodução com a Paris Entretenimento e Globo Filmes; a distribuição nos cinemas será da Paris Filmes.

Geni e o Zepelim marca a estreia de Ayla como protagonista em um longa-metragem. A atriz já protagonizou o curta Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli, selecionado para diversos festivais, entre eles, Locarno, Toronto e Gramado. Dirigiu e atuou no curta A Corpa Fala (2020) e integrou o elenco de Santo (2023) e de Girassóis (2024). Ayla é também bailarina, trabalhou e estudou com a coreógrafa Lia Rodrigues. Em 2025, protagonizou com Cibelle Rodricco o curta-metragem Defesa Pura, de George Pedrosa, rodado em São Luís, no Maranhão.

Antes do anúncio de Ayla Gabriela no elenco, o filme enfrentou polêmicas quando foi revelado, em uma matéria do jornal O Globo, que a protagonista seria interpretada pela atriz cis Thainá Duarte, de Cangaço Novo e Maria e o Cangaço; em outras obras adaptadas, Geni sempre foi caracterizada como uma mulher trans. Por conta disso, Muylaert abriu um debate em suas redes sociais, que gerou diversas discussões: “Sobre Geni e o Zepelim, amigas e amigos trans e cis, vamos debater juntos?”

Com isso, muitos comentários foram adicionados ao post da diretora, entre eles, o posicionamento da artista Renata Carvalho: “Então você precisa que pessoas cisgêneros (que são as opiniões que importam) validem você a retirar a principal característica da personagem? Se Geni não é travesti, não é a Geni. Agora você pode fazer como quiser o seu filme, não sou uma juíza pra dizer quem pode ou como se deve fazer algum produto artístico. O que nós estamos pedindo é respeito por Geni e por todas as pessoas trans e travestis que continuam sendo apedrejadas até hoje. Seu filme será mais uma pedrada, mas o que vale mesmo é a arte, não as pessoas, não é mesmo? Você deve fazer o filme que quiser, da forma que quiser e eu como uma travesti e transpóloga, fundadora deste movimento, tenho o direito também de fazer qualquer apontamento crítica embasado, responsável e com muita ética. Boas filmagens!”.

Alguns dias depois, a Migdal Filmes postou o seguinte comunicado: “A produção do longa Geni e o Zepelim tomou a decisão de redesenhar o projeto. A personagem principal, inicialmente concebida como uma mulher cis, passa a ser uma mulher trans/travesti, e será interpretada por uma atriz trans. A decisão coletiva foi fruto da escuta atenta e do aprendizado de intensas trocas com pessoas de diferentes setores da sociedade. Compreendemos que o momento político global, e em especial o cenário transfóbico no Brasil, impõe a todas as pessoas uma postura ativa e comprometida. Consideramos que esta mudança de abordagem da identidade de gênero da personagem no filme é a atitude acertada. Diante desta decisão, expressamos nossa profunda admiração e gratidão a Thainá Duarte, uma atriz de grandeza e talentos únicos. Agradecemos ainda à APTA, Associação de Profissionais Trans do Audiovisual, que realizou conosco uma conversa franca e nos apontou caminhos. Agora precisamos nos dedicar ao filme, que começa a ser rodado em duas semanas, no Acre. Em breve divulgaremos quem será a protagonista. Que Geni ganhe o mundo e sensibilize corações e mentes”.

Na sequência, Thainá Duarte também se pronunciou em um vídeo nas redes sociais: “Geni será interpretada por uma mulher trans, lamento que todo esse processo tenha causado tanta dor. Reafirmo meu compromisso com a escuta, aprendizado e com a luta pela equidade! Boa sorte e todo meu carinho!”

Ao final dos debates, Anna Muylaert postou um novo vídeo: “Eu queria agradecer a todo mundo que aceitou o convite para debater a questão da identidade de gênero da Geni. Foi um debate muito rico. Eu ouvi muitas vozes e pude entender a dimensão e a importância dessa personagem Geni para a comunidade trans. Portanto, fazer esse filme, essa história, com uma personagem como uma mulher cis, foi um erro, foi um equívoco. Eu quero pedir muitas desculpas para todas as pessoas da comunidade trans que sofreram, se sentiram apagadas e se sentiram atacadas na sua corporeidade por causa dessa ideia. Por favor, me desculpem. Eu tive uma visão errada, mas nós refletimos e, claro, vamos mudar o rumo das coisas. Nós vamos trocar a personagem e adaptar o roteiro para uma personagem trans. Eu também queria pedir desculpa para a atriz Thainá Duarte, que por causa de uma ideia minha foi tão exposta a haters na internet, que eu entendo que eram agressões a qualquer atriz cis que tivesse nesse papel, ocupando esse lugar. Mas ela sofreu esses ataques pessoalmente”.

E finalizou: “Eu queria dizer também que esse filme não é uma adaptação da Ópera do Malandro. Ele é uma adaptação da letra da música do Chico Buarque, isolada do contexto da Ópera do Malandro, e também do conto Bola de Sebo, do Guy de Maupassant, que o Chico disse ter baseado a letra de sua música. Eu queria agradecer, mais uma vez, a todos que me ajudaram a entender a dimensão do ícone que é a Geni. E eu queria dizer que eu, como uma diretora cis, vou fazer o possível para honrar essa personagem trans e vou dar o melhor de mim. Depois de quarenta anos, desde que essa música foi composta, Geni vem tomando pedra. E, ao contrário da música, criamos um final de glória para ela. Espero que todo esse debate e esse filme possam ser uma construção de uma ponte entre vários grupos no Brasil e quiçá no mundo. Obrigada pela atenção!”.

Pela primeira vez, a personagem Geni ganha uma história exclusiva nos cinemas, livremente inspirada na canção homônima composta há cerca de 50 anos. Ao longo do tempo, a música conquistou diversas gerações e recebeu várias interpretações no campo das artes. O nome Geni virou adjetivo para se referir a pessoas que sofrem recorrente humilhação pública, e agora a personagem terá a chance de um novo final: “A proposta ao Chico Buarque foi de fazer uma adaptação cinematográfica da música dando um novo fim a Geni. Afinal, há quase 50 anos jogam pedra nela. Esse novo destino a Geni nos traz grande motivação e sentido”, conta a produtora Iafa Britz. A música fez parte do musical Ópera do Malandro, de 1978.

O filme utiliza a mesma referência que o cantor usou para compor a música: o conto Bola de Sebo, do escritor francês Guy de Maupassant, que narra  a história de uma prostituta fugindo da Guerra Franco-Prussiana: “Ao ler o conto Bola de Sebo, vi que a letra da música tinha uma guerra embutida em seus versos. Não é usada a palavra guerra mas há um zepelim com dois mil canhões! E na adaptação,  resolvi ambientar a história nas disputas por terras que ocorrem de forma indiscriminada na região amazônica”, explica a diretora Anna Muylaert.

As filmagens serão realizadas na cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, durante dois meses. Além de Ayla Gabriela e Seu Jorge, o elenco conta também com Gero Camilo, Suzy Lopes, David Santos, Enio Cavalcante, Múcia Teixeira, Diego Homci, entre outros. Sérgio de Carvalho, diretor do consagrado Noites Alienígenas, assina como produtor associado. A direção de fotografia é de Bárbara Alvarez, a direção de arte é assinada por Rafael Ronconi e o elenco é de Gabriel Domingues. O figurino é de Alex Brollo e a caracterização de Sonia Penna; Gabriela Cunha assina o som direto e Flavia Tygel será a responsável pela trilha sonora.

A sinopse oficial diz: inspirado na canção homônima de Chico Buarque, o longa narra a história de Geni, prostituta de uma cidade ribeirinha, localizada no coração da floresta amazônica. Amada pelos desvalidos e odiada pela sociedade local, ela vê sua cidade sendo invadida por tropas lideradas por um tirano, conhecido como Comandante, que chega voando em um imponente zepelim, com um verdadeiro projeto de poder predatório para a região. Ele obriga todos a fugirem rio adentro, onde acabam presos. Porém, quando o Comandante vê Geni, ela percebe que talvez ainda haja uma chance de virar o jogo.

*Para ouvir a música de Chico Buarque, clique aqui.

Foto: Divulgação. 

CINEVITOR #478: Entrevista com Jesuíta Barbosa e Esmir Filho | Homem com H

por: Cinevitor
Jesuíta Barbosa interpreta Ney Matogrosso nas telonas

Com estreia marcada para a próxima quinta-feira, 01/05, o aguardado filme inspirado na vida de Ney Matogrosso, Homem com H, acompanha a brilhante e intensa trajetória de Ney de Souza Pereira desde a infância até sua consagração como um dos maiores artistas brasileiros.

Escrito e dirigido por Esmir Filho, de Tapa na Pantera, Alguma Coisa Assim, Os Famosos e os Duendes da Morte, Boca a Boca e Verlust, o longa é protagonizado por Jesuíta Barbosa, que interpreta o consagrado Ney Matogrosso. O elenco conta ainda com Jullio Reis, Bruno Montaleone, Hermila Guedes, Rômulo Braga, Mauro Soares, Jeff Lyrio, Caroline Abras, Lara Tremouroux, Danilo Grangheia, Augusto Trainotti e Bela Leindecker; com participações especiais de Céu e Sarah Oliveira.

Na infância e na adolescência, Ney morou com os pais e irmãos na pequena cidade de Bela Vista, em Mato Grosso do Sul. Os embates com o pai, vivido por Rômulo Braga, militar, que insistia que o menino virasse homem, o levaram a se afastar da família, antes de seguir na vida artística. Anos depois de sair de casa, Ney estreou em São Paulo como vocalista do Secos e Molhados, ao lado de João Ricardo, interpretado por Mauro Soares, e Gerson Conrad, papel de Jeff Lyrio, dando início às performances históricas. 

Ao retratar o período da ditadura militar, Homem com H mostra que a vida de Ney está conectada com a história de um Brasil cercado pela opressão, mas que aspira à liberdade. Resistindo à toda forma de repressão da família e da sociedade, Ney Matogrosso desafiou preconceitos e inaugurou um estilo próprio. O filme também revela as paixões de Ney, entre elas, Cazuza, interpretado por Jullio Reis, um de seus grandes amores, e Marco de Maria, papel de Bruno Montaleone, seu companheiro por 13 anos. A trama é embalada por sucessos como Rosa de Hiroshima, Sangue Latino, O Vira, Bandido Corazón, Postal de Amor, Não Existe Pecado ao Sul do Equador, Encantado, e, é claro, Homem com H.

Um dos destaques da cinebiografia é a recriação dos mais marcantes shows da trajetória de Ney Matogrosso, entre eles, a primeira apresentação dos Secos e Molhados na Casa de Badalação e Tédio (1972); seu primeiro show solo, Homem de Neanderthal (1975); Bandido (1976); e o show em que Ney canta Homem com H, dirigido por Amir Haddad (1981). As diferentes fases de Ney Matogrosso também são exploradas nas apresentações do Circo Tihany (1984); no projeto A Luz do Solo (1986), com destaque para a canção O Mundo é um Moinho, de Cartola; em O Tempo Não Para (1988), de Cazuza, dirigido por Ney; em As Aparências Enganam (1993); e em seu mais recente show, Bloco na Rua (2024). 

Ney Matogrosso visitou o set e colaborou com a produção, mas fez questão de não interferir em nada. Ele gravou especialmente para o filme a versão de O Mundo é um Moinho, com violão de João Camarero, e dublou Jesuíta Barbosa na cena do coral de Brasília e também na música Réquiem para Matraga, com Luli. Todas as outras músicas são fonogramas do Ney dublados por Jesuíta.

Com fotografia de Azul Serra e direção de arte assinada por Thales Junqueira, a produção é da Paris Entretenimento com distribuição da Paris Filmes. O figurino é de Gabriella Marra e a caracterização de Martin Trujillo; Kity Féo assina como primeira assistente de direção, Germano de Oliveira foi responsável pela montagem e Anna Luiza Paes de Almeida na produção de elenco. O som direto é de Ana Penna, a edição de som é de Martin Griganaschi e a mixagem de Armando Torres Jr; Amabis assina a música original e a supervisão musical.

Para falar mais sobre Homem com H, conversamos com o diretor Esmir Filho e com o protagonista Jesuita Barbosa. No bate-papo, falaram sobre inspirações e processo de criação, bastidores, momentos marcantes das filmagens, entrosamento do elenco e expectativa para o lançamento.

Aperte o play e confira:

*Clique aqui e confira nossa entrevista com os atores Bruno Montaleone e Jullio Reis

Foto: Marina Vancini.

Festival de Cannes 2025: conheça os integrantes do júri

por: Cinevitor
Halle Berry: vencedora do Oscar no júri de 2025

Presidido pela atriz francesa Juliette Binoche, o júri da 78ª edição do Festival de Cannes agora está completo. Foram anunciados nesta segunda-feira, 28/04, os nomes das personalidades da sétima arte que terão a missão de avaliar e premiar os longas-metragens em competição.

O time que escolherá o grande vencedor da Palma de Ouro, entre 21 filmes selecionados, conta com: a atriz, diretora e produtora Halle Berry, primeira mulher afro-americana a ganhar o Oscar de melhor atriz, em 2002, por A Última Ceia; a cineasta indiana Payal Kapadia, que venceu o Grand Prix em Cannes no ano passado com Tudo que Imaginamos como Luz; a consagrada atriz italiana Alba Rohrwacher, vencedora da Copa Volpi no Festival de Veneza por Hungry Hearts e que se destacou em diversos trabalhos com sua irmã, a diretora Alice Rohrwacher, como As Maravilhas, Lazzaro felice e La Chimera; a escritora e jornalista franco-marroquina Leïla Slimani, vencedora do Prix Simone de Beauvoir e que teve um de seus romances adaptados para os cinemas em Chanson douce, de Lucie Borleteau.

E mais: o cineasta Dieudo Hamadi, da República Democrática do Congo, que passou pela Seleção Oficial de Cannes em 2020 com o documentário Downstream to Kinshasa; o consagrado diretor sul-coreano Hong Sang-soo, presença constante no Festival de Cannes com diversos filmes, entre eles, Hahaha, premiado na mostra Un Certain Regard; o cineasta mexicano Carlos Reygadas, vencedor da Caméra d’Or com Japão, seu primeiro filme, além do Prêmio do Júri por Luz Silenciosa e melhor direção por Post Tenebras Lux; e o ator norte-americano Jeremy Strong, indicado ao Oscar por O Aprendiz, que disputou a Palma de Ouro no ano passado.

Além disso, o Festival de Cannes também anunciou os integrantes do júri da mostra Un Certain Regard, que será presidido pela diretora de fotografia britânica Molly Manning Walker e contará com: Louise Courvoisier, cineasta francesa; Vanja Kaludjercic, diretora do Festival de Roterdã; o diretor italiano Roberto Minervini; e o ator argentino Nahuel Pérez Biscayart, de 120 Batimentos por Minuto.

Nesta 78ª edição, a cineasta Alice Rohrwacher presidirá o júri da Caméra d’Or, que escolherá o melhor filme de estreia em exibição no festival e em suas mostras paralelas. A Caméra d’Or, criada em 1978 por Gilles Jacob, destaca cineastas estreantes e seus primeiros longas-metragens exibidos ao longo do Festival de Cannes na Competição, Semana da Crítica e Quinzena de Cineastas.

Em comunicado oficial, Rohrwacher disse: “As primeiras vezes são sempre importantes e permanecem conosco para o resto de nossas vidas. Como entrar em um quarto desconhecido, aproximar-se da pessoa amada para um primeiro beijo ou desembarcar em uma praia estrangeira. Há algo dourado que ilumina esses momentos em nossa memória. É por isso que o prêmio mais prestigioso para estreias se chama Câmera de Ouro?”.

Em uma premiação paralela, a Queer Palm escolhe o melhor filme LGBTQ+ do Festival de Cannes. Neste ano, o júri será presidido pelo cineasta francês Christophe Honoré e contará com: Marcelo Caetano, cineasta brasileiro premiado em Cannes no ano passado com Baby na Semana da Crítica; Léonie Pernet, artista musical francesa; Faridah Gbadamosi, curadora de cinema; e Timé Zoppé, jornalista francesa.

Vale lembrar que entre os longas-metragens selecionados em competição, o cinema brasileiro está na disputa pela Palma de Ouro com O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho. O Festival de Cannes 2025 acontecerá entre os dias 13 e 24 de maio.

Foto: Etienne Laurent/The Academy.