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Confira o trailer de ¿Eres tú, papá?, dirigido por Rudy Riverón Sánchez, que será exibido no Fantaspoa

por: Cinevitor

erestupapafantaspoaA atriz Gabriela Ramos em cena.

Dirigido pelo cubano Rudy Riverón Sánchez, o filme É Você, Papai?, no original ¿Eres tú, papá?, é um dos destaques da programação da 15ª edição do Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre, que começou em 2005 com a ideia de promover um evento dedicado ao gênero fantástico (ficção científica, fantasia e horror), até então inédito no Brasil.

O longa, que fará sua estreia latino-americana no evento, faz parte da Competição Ibero-Americana. Na trama, Lili vive com sua família, compartilhando com sua mãe uma atmosfera de controle e terror gerada por seu pai, Eduardo. Um dia, ele desaparece e seu sumiço leva Lili ao desespero, resultado de anos de dependência. Ela realiza um ritual de magia negra para trazê-lo de volta, gerando consequências desastrosas.

Com Gabriela Ramos, Jorge Enrique Caballero, Lynn Cruz, Osvaldo Doimeadiós e Eslinda Núñez no elenco, o filme já foi exibido em outros festivais, como: Miami Film Festival; Internationales Filmfest Oldenburg, na Alemanha, que rendeu um prêmio para a atriz Gabriela Ramos; Richmond International Film Festival, vencedor do Grande Prêmio do Júri; e TOHorror Film Fest, na Itália, onde também foi consagrado.

Para realizar seu primeiro longa-metragem, Rudy queria garantir que fosse um filme diferente: “Decidi que a história se passaria em Cuba e usei elementos de horror psicológico, por ser um subgênero do horror que ainda não tinha sido explorado no país. Tudo isso me ajudou no desenvolvimento do roteiro e trouxe nuances para a história. Baseado em minhas experiências em Cuba, assistindo filmes cubanos que retratavam os benefícios da revolução cubana ou criticavam o sistema político, sabia que queria algo diferente. Queria levar essa história de uma família do meu país para um público mais amplo”, revelou.

erestupapa2fantaspoaA cubana Eslinda Núñez também está no elenco.

Quando se mudou para o Reino Unido, Rudy adquiriu experiências em diversos trabalhos e se formou na York St John University, onde recebeu um prêmio que o ajudou a realizar seu primeiro curta-metragem, Beyond Reach, indicado ao Royal Television Society Student Award. Depois disso, abriu a AlmostFilm Production, em Londres, e realizou diversos videoclipes.

Sobre influências cinematográficas, o diretor revelou ser fã de Psicose, de Alfred Hitchcock; A Mosca, de David Cronenberg; e O Enigma de Outro Mundo, de John Carpenter: “Eu nunca me vi fazendo um filme de terror. Tudo mudou quando comecei a estudar no Reino Unido. Como parte do meu curso, passei um semestre no Canadá, onde participei de um workshop e tive que escrever um roteiro que era uma história assustadora para crianças. Isso me deu confiança e motivação. Quando voltei para a Inglaterra, continuei minha pesquisa sobre o gênero de terror. Depois, comecei a desenvolver uma ideia para um filme de terror, o que viria a se tornar ¿Eres tú, papá?. Um dia, estava folheando um livro sobre a história do cinema cubano na casa de um amigo e foi então que decidi que o filme se passaria em Cuba por ser um gênero novo no país. Também senti que o contexto sociocultural de Cuba e seu isolamento geográfico e político proporcionariam um cenário atmosférico perfeito para um filme de terror”.

É Você, Papai? será exibido nesta sexta-feira, 24/05, às 15h, na Cinemateca Capitólio Petrobras, em Porto Alegre, no Fantaspoa. Confira o trailer:

Foto: Divulgação.

Filmes brasileiros são premiados no FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa

por: Cinevitor

cancoesdeamorlisboaMarina Ruy Barbosa e Bruno Gagliasso em Todas as Canções de Amor: melhor filme.

O FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa tem como missão a difusão e o desenvolvimento do cinema nos países de língua portuguesa, reconhecendo o estado assimétrico desta arte em cada um deles, porém valorizando as origens históricas e culturais dos países.

O evento discute o futuro do cinema e a sua contribuição como linguagem artística para a compreensão e a prática dos direitos humanos, da cidadania e da inclusão social. O FESTin procura promover e estimular o audiovisual através do intercâmbio cultural, de modo que sejam celebrados encontros entre as diferentes expressões dos países lusófonos.

Neste ano, em sua 10ª edição, que aconteceu entre os dias 15 e 22 de maio, em Lisboa, o cinema brasileiro se destacou na programação e levou diversos prêmios, entre eles, o de melhor filme para Todas as Canções de Amor, dirigido por Joana Mariani.

Conheça os vencedores do FESTin Lisboa 2019:

MELHOR FILME:
Todas as Canções de Amor, de Joana Mariani (Brasil)

MELHOR DIREÇÃO:
Aly Muritiba, por Ferrugem (Brasil)

MELHOR ATOR:
Daniel de Oliveira, por Aos Teus Olhos

MELHOR ATRIZ:
Tifanny Dopke, por Ferrugem

JÚRI DA CRÍTICA:
Ferrugem, de Aly Muritiba

JÚRI DA CRÍTICA | MENÇÃO HONROSA:
Boni Bonita, de Daniel Barosa (Brasil/Argentina)

PRÊMIO DO PÚBLICO:
Unicórnio, de Eduardo Nunes (Brasil)

MELHOR DOCUMENTÁRIO:
Lusófonas, de Carolina Paiva (Brasil)

MELHOR DOCUMENTÁRIO | MENÇÃO HONROSA:
Início do Fim, de Francisco Júnior Gonçalves (Angola)

MELHOR DOCUMENTÁRIO | JÚRI POPULAR:
O Pequeno Escritor, de Júlio Silva (Moçambique)

MELHOR CURTA-METRAGEM:
Viagem de Ícaro, de Kaco Olimpio e Larissa Fernandes (Brasil)

MELHOR CURTA-METRAGEM | MENÇÃO HONROSA:
Grito, de Luiz Cassol (Brasil)

MELHOR CURTA-METRAGEM | JÚRI POPULAR:
O Mambo, de Nuno Barreto (Angola)

PRÊMIO FESTINHA | MELHOR FILME INFANTIL:
A Zeropeia, de Rodrigo Guimarães (Brasil)

Foto: Divulgação.

Cannes 2019: conheça os vencedores da Semana da Crítica

por: Cinevitor

semanacritica58vencedoresOs premiados deste ano com o júri.

Foram anunciados nesta quarta-feira, 22/05, os vencedores da Semana da Crítica (Semaine de la Critique), mostra paralela ao Festival de Cannes, que concentra-se na descoberta de novos talentos. Desde que foi criada pelo Syndicat Français de la Critique de Cinéma, em 1962, busca explorar e revelar novos cineastas inovadores do mundo todo.

Neste ano, em sua 58ª edição, a Semana da Crítica teve o cineasta colombiano Ciro Guerra como presidente do júri. A atriz britânica Amira Casar, a produtora dinamarquesa Marianne Slot, a jornalista e crítica de cinema Djia Mambu e o cineasta americano Jonas Carpignano completavam o júri.

A animação francesa J’ai perdu mon corps, do cineasta Jérémy Clapin, venceu o prêmio principal da competição. O longa conta a história de Naoufel, um jovem apaixonado por Gabrielle. Enquanto isso, em outra parte da cidade, uma mão decepada escapa de um laboratório de dissecação, determinada a encontrar seu corpo novamente.

Conheça os vencedores da Semana da Crítica 2019:

GRANDE PRÊMIO NESPRESSO:
J’ai perdu mon corps (I Lost My Body), de Jérémy Clapin (França)

PRÊMIO LEICA CINE DISCOVERY | CURTA-METRAGEM:
She Runs, de Qiu Yang (China/França)

PRÊMIO LOUIS ROEDERER FOUNDATION | REVELAÇÃO:
Ingvar E. Sigurðsson, por Hvítur, Hvítur Dagur (A White, White Day)

PRÊMIO GAN FOUNDATION DE DISTRIBUIÇÃO:
Vivarium, de Lorcan Finnegan (Irlanda/Bélgica/Dinamarca)

PRÊMIO SACD (Society of Dramatic Authors and Composer):
Nuestras Madres (Our Mothers), escrito por César Díaz (Guatemala/Bélgica/França)

PRÊMIO CANAL+ | CURTA-METRAGEM:
Ikki illa meint (Sans mauvaise intention), de Andrias Høgenni (Dinamarca/Ilhas Faroé)

Foto: Divulgação.

Aladdin

por: Cinevitor

aladdinposternovoDireção: Guy Ritchie

Elenco: Mena Massoud, Naomi Scott, Will Smith, Marwan Kenzari, Navid Negahban, Nasim Pedrad, Billy Magnussen, Jordan A. Nash, Numan Acar, Taliyah Blair, Aubrey Lin, Amir Boutrous, Omari Bernard, Nathaniel Ellul, Sebastien Torkia, Buckso Dhillon-Woolley, Demii Lee Walker, Elena Zacharia, Nazerene Williams, Marisha Wallace, Maya Saroya, Amer Chadha-Patel, Omar Abidi, Stefan Kalipha, Firas Waleed Al-Taybeh, Nina Wadia, Elif Knight, Saikat Ahamed, Amed Hashimi, Jamal Sims, Alan Tudyk, Frank Welker, Fabio Abraham, Amar Adatia, Joey Ansah, Karamvir Athwal, Charlotte Barnes, Imran Yusuf.

Ano: 2019

Sinopse: Na cidade portuária de Agrabah, Aladdin, um morador de rua, se apaixona pela Princesa Jasmine, a filha do Sultão, que não aceita as ordens do pai. Acompanhados pelo divertido Gênio, que tem o poder de conceder três desejos a quem possuir sua lâmpada mágica, terão que enfrentar Jafar, um feiticeiro maligno que tem um plano nefasto para governar a cidade. Adaptação do clássico homônimo da Disney, que conta a história do adorável Aladdin, da corajosa e determinada Princesa Jasmine e do Gênio, que pode ser a chave para o futuro deles.

Crítica do CINEVITOR: Lançada em novembro de 1992, a animação Aladdin foi um sucesso de público e crítica e se tornou o filme mais bem sucedido daquele ano. Levou duas estatuetas douradas no Oscar: melhor canção e melhor trilha sonora; também foi premiado no Globo de Ouro e no Grammy Awards; ganhou uma sequência (lançada em vídeo); virou jogo eletrônico; e foi parar nos palcos da Broadway. Além disso, quando foi lançado em VHS, vendeu 25 milhões de cópias, recorde que só foi quebrado dois anos depois com O Rei Leão. Lançar uma versão em live-action, com atores e cenários reais de uma das animações mais aclamadas da Disney, seria uma boa ideia? Talvez não, a princípio. Porém, empolgada com outras novas versões que se deram bem (Cinderela, Malévola, A Bela e a Fera), a Disney resolveu arriscar. O resultado? Surpreendente. O novo Aladdin pode ser considerado uma bela homenagem ao clássico dos anos 90. Mas, vai além disso. No início, quando Guy Ritchie foi confirmado na direção, o anúncio dividiu opiniões. Conhecido por trabalhos eletrizantes como Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch: Porcos e Diamantes, esperava-se que o cineasta trouxesse um ritmo ainda mais efervescente e frenético para a trama. No entanto, não foi bem assim. E isso não quer dizer que tenha ficado ruim. Sua marca registrada até está presente, principalmente nas cenas de ação, mas a opção por segurar a mão e seguir o molde tradicional de contar histórias do fantasioso mundo Disney foi uma ótima escolha. Além disso, Ritchie também assina o roteiro ao lado de John August, de A Noiva Cadáver e Frankenweenie. Essa nova versão de Aladdin é fiel ao clássico, ainda que apresente algumas modificações narrativas. Talvez seja esse o grande mérito do filme: manter a essência e não esquecer o passado. Coube ao ator canadense Mena Massoud carregar a responsabilidade de interpretar o tão conhecido personagem-título que, por sinal, cumpre muito bem sua função. Além do carisma em cena, que cresce ao longo do filme, apresenta uma química perfeita com a atriz Naomi Scott, que vive a Princesa Jasmine. Se na animação a personagem já não concordava com certas atitudes machistas do pai e da sociedade, nesta versão vemos uma garota ainda mais segura e empoderada. Tanto que ganhou um número musical (merecido) só para chamar de seu, que traz um recado importante e necessário sobre o papel da mulher na sociedade. Para interpretar o divertido Gênio, dono da lâmpada mágica, Will Smith aparece todo pintado de azul e flutuando. Longe de apresentar o carisma do mesmo personagem na animação, que foi dublado por Robin Williams, consegue cativar com suas tiradas cômicas e descontraídas. Afora o elenco, Aladdin também se destaca em outros aspectos: as músicas surgem com naturalidade na trama, sem deixar que o ritmo desacelere; o impecável design de produção não apresenta exageros que desviam a atenção do espectador; a beleza do figurino aparece em pequenos detalhes; o colorido que vemos em cena combina com a ambientação proposta; e os efeitos visuais não se sobressaem em relação à trama e aos personagens. Guy Ritchie preocupou-se em respeitar o clássico e o fez muito bem. Alan Menken, que foi responsável pela trilha sonora do filme de 1992, volta nesta versão com novos (e ótimos) arranjos para as canções já consagradas. Outro acerto da produção, que causa no espectador uma deliciosa sensação de estar diante de algo já visto, porém repaginado. Mas qual será o público desse novo filme? Pode ser que o longa cative ainda mais o espectador nostálgico, mas chega com força suficiente para alcançar plateias de todas as idades. Além de ser uma agradável homenagem ao clássico, o novo Aladdin cativa por revisitar o passado sem medo, com diversão, fidelidade e novidades que se encaixam muito bem com as lembranças. (Vitor Búrigo)

Nota do CINEVITOR:

nota-4-estrelas

Inferninho

por: Cinevitor

inferninhoposter2Direção: Guto Parente, Pedro Diogenes.

Elenco: Yuri Yamamoto, Demick Lopes, Samya De Lavor, Rafael Martins, Tatiana Amorim, Galba Nogueira, Pedro Domingues, Gustavo Lopes, Paulo Ess, Rogério Mesquita, William Pereira, Fábio Vasconcelos, Jotacílio Martins, Ricardo Tabosa, Mylla Fox, Selma Santiago, Érico Araújo Lima, Ademir Colombo, Marilza Colombo, Ramirez Gabriel, Rodrigo Capistrano, Vitor Colares, Rodrigo Colares, Carla Sousa, Ivna Chacon, Isac Bento.

Ano: 2018

Sinopse: Deusimar é dona do Inferninho, um bar escuro e degradado que é refúgio de sonhos e fantasias. Seu sonho é deixar tudo para trás e ir embora para qualquer lugar distante, o mais longe possível do bar. Apaixonar-se por Jarbas, o marinheiro bonito que chega ao bar, sonhando em encontrar um lar, vai mudar completamente sua vida e a vida dos empregados do bar: Luizianne, a cantora; Coelho, o garçom; e Caixa-Preta, a faxineira.

Crítica do CINEVITOR: Dirigido pela dupla Guto Parente e Pedro Diogenes, Inferninho fez uma bela carreira em festivais. Começou em Roterdã, passou por Brasília, Rio, Buenos Aires, Lisboa, entre tantos outros, e foi premiado diversas vezes. A ideia surgiu do Grupo Bagaceira de Teatro, de Fortaleza, que convidou os diretores para filmarem uma peça que ainda não tinha sido encenada. A princípio, o projeto seria uma série para a TV. Depois, se transformou em um filme. O roteiro, assinado por Parente, Diogenes e Rafael Martins, que interpreta o Coelho, ganhou novos rumos ao longo do processo, durante os ensaios e também nas filmagens. A história se passa num bar chamado Inferninho, um local claustrofóbico comandado por Deusimar. Entre paredes acinzentadas e um breu que toma conta do estabelecimento, os personagens carregam um brilho próprio que se reflete em cena, seja ele visto em uma maquiagem carregada ou num olhar melancólico. O bar é também um personagem potente nesse melodrama que flerta com a comédia. Esse local escuro e de certo modo perturbador é peça fundamental para o desenrolar da narrativa e é preenchido por diversos elementos que se conectam a tal perturbação, fazendo com que seus personagens exalem seus dilemas, seus sonhos, suas agonias. O espaço é muito bem utilizado pelos atores, quase sempre retratados em planos mais fechados e que carregam a história para algo próximo ao onírico. Inferninho apresenta para o espectador um universo fantasioso e decadente com extrema sensibilidade. Fala de amor, que vem acompanhado pela tragédia; fala também de afeto e emoções que transbordam; fala de solidão em meio à compaixão. E fala, principalmente, de sonhos. Não à toa que Deusimar, interpretada brilhantemente por Yuri Yamamoto, repete diversas vezes que planeja ir para bem longe em busca da felicidade e do amor. Seu olhar, quase sempre melancólico, parece estar sempre de olho no futuro, nas mudanças e no modo como o novo pode modificar sua vida. Há também uma esperança, disfarçada de expectativa, perante o outro. Aliás, é interessante como o mundo externo contamina as ações que acontecem dentro do bar, como por exemplo, a chegada do marinheiro Jarbas que logo engata um romance com Deusimar e revira seus sentimentos. Aborda-se também a questão da especulação imobiliária (e da corrupção), quando um funcionário do governo aparece para fazer uma proposta para comprar o bar. Esses personagens, que vêm de fora, afetam as relações internas entre a proprietária e seus funcionários. Assim, entre cortinas cintilantes, músicas melosas, figurantes fantasiados de Homem-Aranha, Marilyn Monroe, Wolverine e Mulher-Maravilha, Inferninho entrega, basicamente, uma história de amor e afeição envolta em fantasia. Cada personagem carrega uma dramaticidade fundamental que completa essa fábula: a cantora desafinada e seus problemas pessoais; a faxineira desconfiada; o marinheiro misterioso; e o Coelho atrapalhado. Aliás, esse último protagoniza uma das cenas mais lindas do filme em uma atuação arrebatadora de Rafael Martins. Seu monólogo, uma espécie de sermão em Deusimar, comove pela maneira ingênua, profunda, verdadeira e sensível com que reflete sobre a vida. Na sequência, mais uma belíssima (e criativa) cena (sem spoilers!), quando a protagonista se entrega para as emoções: ela sorri com deslumbre, observa, reflete e percebe a ficha cair. Entre descobertas e realizações, Deusimar deixa uma lição para o espectador: independente do lugar em que estivermos, mesmo que seja aquele dos sonhos, a resposta está na nossa mente, sempre conosco. Vale registrar: esses dois momentos já podem ser considerados uns dos mais belos do cinema brasileiro nos últimos tempos. Inferninho traz uma excentricidade que dialoga com a resistência de maneira sensível, apresenta personagens solares envoltos em tristeza e solidão (além de atores talentosos) e brinca com sonhos e fantasias de forma sublime. Guto Parente e Pedro Diogenes entregam uma obra comovente e delicada sobre o amor e seus obstáculos, afeto e beleza interior. (Vitor Búrigo)

*Filme visto no 26º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade.

*Clique aqui e confira nossa entrevista com Guto Parente na 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

*Clique aqui e confira nossa entrevista com Pedro Diogenes.

Nota do CINEVITOR:

nota-4,5-estrelas

Hellboy

por: Cinevitor

hellboynovoposterDireção: Neil Marshall

Elenco: David Harbour, Milla Jovovich, Ian McShane, Sasha Lane, Thomas Haden Church, Penelope Mitchell, Daniel Dae Kim, Sophie Okonedo, Brian Gleeson, Kristina Klebe, Alistair Petrie, Ashley Edner, Mark Stanley, Nadya Keranova, Maria Tepavicharova, Ana Tabakova, Terry Randal, Mario de la Rosa, Christopher Mata, Atanas Srebrev, Dawn Sherrer, Michael Heath, Rick Warden, Nitin Ganatra, Markos Rounthwaite, Ilko Iliev, Joel Harlow, Dimiter Banenkin, Vanessa Eichholz, Kristina Klebe, Charles Shannon, Carl Hampe, Tony Van Silva, Josh Finan, Stephen Graham, Jonathan Steele, Anthony Delaney, Ava Brennan, Nikolay Stanoev, Troy James, Emma Tate, Manal El-Feitury, Bern Collaço, Mark Basnight, Eddy Shore, Douglas Tait, Daniel Joseph Woolf.

Ano: 2019

Sinopse: Nimue, a Rainha de Sangue, foi uma bruxa tão poderosa que nenhum mortal jamais conseguiu derrotá-la. Durante uma batalha, seu corpo foi dividido em seis partes e espalhado pelos lugares mais distantes da Terra. Séculos depois, um massacre num mosteiro próximo à Londres levanta a suspeita de que alguém pode estar querendo ressuscitá-la e Hellboy recebe a missão de conter essa terrível ameaça.

Nota do CINEVITOR:

nota-2,5-estrelas

Com Maggie Smith, Downton Abbey ganha trailer; filme dá sequência ao último episódio da série

por: Cinevitor

downtonabbeytrailer1Maggie Smith interpreta Violet Crawley nas telonas.

A grandiosidade e o requinte da família Crawley poderão ser conferidos em breve nos cinemas em Downton Abbey, longa dirigido por Michael Engler a partir da bem-sucedida série homônima de TV, ganhadora de mais de 20 prêmios, como Emmy e Globo de Ouro.

Com roteiro de Julian Fellowes, que também era responsável pela série, o filme dá sequência ao último episódio exibido na TV, preservando o glamour e a identidade da trama ambientada no início do século XX, no interior da Inglaterra.

O elenco mantém boa parte dos atores vistos na TV, como Laura Carmichael, Hugh Bonneville, Michelle Dockery, Elizabeth McGovern, Maggie Smith, Penelope Wilton e Allen Leech.

Confira o primeiro trailer de Downton Abbey, que tem estreia prevista para o dia 21 de novembro:

Foto: Reprodução/YouTube.

CINEVITOR #337: Entrevista com Pedro Diogenes | Inferninho

por: Cinevitor

inferninhopgmcinevitorDemick Lopes e Yuri Yamamoto em cena.

Ambientado todo dentro de um bar, o longa Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diogenes, é uma tragicomédia inspirada nos melodramas de pessoas que não se enquadram nos padrões da sociedade, e chega aos cinemas nesta quinta-feira, 23/05, com distribuição da Embaúba Filmes.

Na história, Deusimar é dona do Inferninho, um bar escuro e degradado que é refúgio de sonhos e fantasias. Seu sonho é deixar tudo para trás e ir embora para qualquer lugar distante, o mais longe possível daquele lugar. Apaixonar-se por Jarbas, o marinheiro bonito que chega ao bar, sonhando em encontrar um lar, vai mudar completamente sua vida e a vida dos empregados do bar: Luizianne, a cantora; Coelho, o garçom; e Caixa-Preta, a faxineira. O elenco conta com Yuri Yamamoto, Demick Lopes, Samya de Lavor, Rafael Martins, Tatiana Amorim, Paulo Ess, Galba Nogueira, Pedro Domingues e Gustavo Lopes.

Inferninho foi exibido na seção Bright Future do Festival Internacional de Cinema de Roterdã do ano passado, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no BAFICI, em Buenos Aires, e também no 26º Festival Mix Brasil. Recebeu o Prêmio Especial do Júri da mostra Première Brasil Novos Rumos no Festival do Rio e foi premiado no Queer Lisboa 2018. Além disso, foi eleito o melhor filme do XI Janela Internacional de Cinema do Recife e foi agraciado com o Prêmio Imprensa de melhor longa-metragem da 5ª Mostra de Cinema de Gostoso. Recentemente, foi exibido na 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

O longa nasceu do encontro de dois grupos artísticos de Fortaleza: Grupo Bagaceira de Teatro e Alumbramento Filmes. O primeiro roteiro, que a principio era uma série de TV, começou a ser desenvolvido dentro do Laboratório de Audiovisual do Porto Iracema das Artes, com os dois coletivos trabalhando juntos. Os atores participaram criativamente do processo desde a elaboração do roteiro e foram fundamentais na construção das personagens.

Para falar mais sobre o longa, conversamos com Pedro Diogenes, um dos diretores, sobre a parceria com o Grupo Bagaceira de Teatro, desenvolvimento do roteiro, filmagens, entrosamento do elenco e equipe, carreira em festivais, entre outros assuntos.

Aperte o play e confira:

Foto: Divulgação.

Confira o trailer de Midsommar – O Mal Não Espera a Noite, de Ari Aster, com Florence Pugh

por: Cinevitor

midsommartrailer1Protagonista: Florence Pugh em cena.

Depois do sucesso de Hereditário, o diretor Ari Aster apresenta seu mais novo trabalho cinematográfico: Midsommar – O Mal Não Espera a Noite, com estreia nacional agendada para o dia 19 de setembro. Conhecido como o maestro do terror, o diretor, que também assina o roteiro da nova produção, dá pistas de um novo filme enigmático no primeiro trailer legendado.

Produzido pelo estúdio A24 e estrelado por Florence Pugh, Jack Reynor, William Jackson Harper e Will Poulter, o vídeo revela antigas celebrações de colheita e apresenta um grupo de jovens em uma viagem de verão onde as coisas rapidamente dão errado.

Na trama, Dani e Christian formam um jovem casal americano com um relacionamento prestes a desmoronar. Mas depois que uma tragédia familiar os mantém juntos, Dani, que está de luto, convida-se para se juntar a Christian e seus amigos em uma viagem para um festival de verão único em uma remota vila sueca. O que começa como férias despreocupadas de verão, em uma terra de luz eterna, toma um rumo sinistro quando os moradores do vilarejo convidam o grupo a participar de festividades que tornam o paraíso pastoral cada vez mais preocupante e visceralmente perturbador.

Da mente visionária de Ari Aster surge um conto de fadas cinematográfico encharcado de pavor onde um mundo de escuridão se desdobra em plena luz do dia.

Confira o trailer legendado de Midsommar – O Mal Não Espera a Noite:

Foto: Divulgação/Paris Filmes.

A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Karim Aïnouz, ganha trailer

por: Cinevitor

vidainvisivelkarimtrailer1Julia Stockler e Carol Duarte em cena.

Sétimo longa-metragem de Karim Aïnouz, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão terá estreia mundial nesta segunda-feira, 20/05, no Festival de Cannes, na mostra Un Certain Regard, mesma divisão na qual o diretor lançou, em 2002, Madame Satã, primeiro longa de sua carreira.

Definido pelo cineasta como um melodrama tropical, a obra traz nos papéis principais duas jovens estreantes no cinema. Tanto Carol Duarte, reconhecida por seu trabalho na TV, como Julia Stockler, experiente atriz de teatro, foram escolhidas após participarem de um concorrido teste com mais de 300 candidatas. O elenco traz ainda Fernanda Montenegro, como atriz convidada, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavio Bauraqui e Maria Manoella.

“Eu trabalhei com um maravilhoso grupo de atrizes e atores. Eles são todos muito diferentes, de diferentes gerações, diferentes registros de atuação; e o desafio foi alcançar o mesmo tom, a mesma vibração”, conta o diretor.

Livre adaptação do romance homônimo de Martha Batalha, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, que tem previsão de lançamento no circuito comercial em novembro deste ano, é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã The Match Factory e com a Sony Pictures Brasil, Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual).

“Eu fiquei profundamente tocado quando eu li o livro. Disparou memórias intensas da minha vida. Eu fui criado no nordeste dos anos 1960, numa sociedade machista e conservadora, dentro de uma família matriarcal. Os homens ou haviam indo embora ou eram ausentes. Numa cultura patriarcal, eu tive a oportunidade de crescer numa família onde as mulheres comandavam o espetáculo, elas eram as protagonistas”, recorda Aïnouz. “O que me levou a adaptar A Vida Invisível de Eurídice Gusmão foi o desejo de dar visibilidade a tantas vidas invisíveis, como as da minha mãe, minha avó, das minhas tias e de tantas outras mulheres dessa época. As histórias dessas personagens não foram contadas o suficiente, seja em romances, livros de história ou no cinema”, completa.

Rodrigo Teixeira foi o responsável por amarrar o projeto com o diretor. Ao receber o manuscrito de Martha Batalha, o produtor acreditou que Aïnouz seria a melhor pessoa a contar a história, não apenas pelo estilo de sua filmografia, mas também pela interseção entre o livro e a história familiar do diretor, onde observou a invisibilidade das mulheres conduzidas por uma geração machista. “Quando eu li o livro pensei muito no Karim, tanto pela narrativa ter relação com a história pessoal de vida dele, especificamente com o momento que ele estava vivendo naquela época, e também porque o universo me remetia muito a dois filmes dele: O Céu de Suely e Seams, o primeiro de sua carreira, ambos projetos que falam de mulheres fortes, que lutam para sobreviver na nossa sociedade”, explica Teixeira.

Na trama, as irmãs Guida e Eurídice são como duas faces da mesma moeda: irmãs apaixonadas, cúmplices, inseparáveis. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, a expulsa de casa de maneira cruel. Guida e Eurídice são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente.

Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com a uruguaia Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa, ambientado majoritariamente na década de 1950, foi rodado no Rio de Janeiro, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristóvão. A direção de fotografia é da francesa Hélène Louvart, de As Praias de Agnès e Lazzaro Felice, que assina seu primeiro longa brasileiro, e a alemã Heike Parplies, de Toni Erdmann, assina a montagem.

Confira o trailer de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão:

Foto: Bruno Machado.

Morre, aos 76 anos, o cineasta brasileiro Luiz Rosemberg Filho

por: Cinevitor

luizrosembergmorreO diretor, em 2016, na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Morreu na madrugada deste domingo, 19/05, aos 76 anos, o cineasta brasileiro Luiz Rosemberg Filho. Segundo informações divulgadas, ele sofreu complicações depois de uma cirurgia, na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, e não resistiu.

Rosemberg era considerado um dos nomes mais importantes do cinema marginal e se destacava com produções experimentais. Apesar de ser alvo constante da censura, durante a ditadura militar, conseguiu realizar diversas obras marcantes, entre elas, Crônica de um Industrial, de 1978, que foi proibida pelos censores de ser exibida no Festival de Cannes.

Começou sua carreira nas telonas em 1968 com Balada de Página Três, filme protagonizado por Sindoval Aguiar, Chacrinha e Adriana Prieto. Depois disso, lançou diversos filmes, como: Jardim das Espumas (1971), Imagens do Silêncio (1973), Assuntina das Amérikas (1976), O Santo e a Vedette (1982), Dois Casamentos (2014), Guerra do Paraguay (2017), entre outros.

No ano passado, exibiu Os Príncipes na 22ª edição do Cine PE – Festival Audiovisual. O longa foi premiado nas categorias de melhor ator para Igor Cotrim, melhor atriz para Patrícia Niedermeier, melhor ator coadjuvante para Tonico Pereira, melhor fotografia, trilha sonora e edição de som.

A carreira de Luiz Rosemberg Filho, que corria por fora do circuito comercial, também foi marcada por curtas-metragens, como: Imagens e Imagens (2000), Ficção Científica (2000), Barbárie (2000), As Sereias (2000), As Máscaras (2000), Linguagem (2014), Carta a uma Jovem Cineasta (2014), entre outros.

Antes de ser internado, Rosemberg, que também atuava como escritor e artista plástico, deixou finalizado um longa-metragem inédito: O Bobo da Corte.

Foto: Reprodução/YouTube.

Associação Brasileira de Cinematografia anuncia vencedores do Prêmio ABC 2019

por: Cinevitor

circomisticoabcvencedorVincent Cassel e Juliano Cazarré em O Grande Circo Místico.

Foram anunciados neste sábado, 18/05, na Cinemateca Brasileira, em cerimônia apresentada pela atriz Mel Lisboa, os vencedores do Prêmio ABC 2019. A Associação Brasileira de Cinematografia (ABC), fundada em 2 de janeiro de 2000, reúne profissionais do audiovisual brasileiro, especialmente diretores de fotografia, com o objetivo de incentivar a troca de ideias e informações para democratizar e multiplicar o aperfeiçoamento técnico e artístico da categoria.

O filme O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues, levou os prêmios de melhor direção de fotografia para longa-metragem, entregue para Gustavo Hadba, e melhor direção de arte em longa-metragem para Artur Pinheiro. Heloisa Passos recebeu o prêmio de melhor direção de fotografia para documentário por Construindo Pontes.

Os prêmios foram entregues pelas atrizes Shirley Cruz e Virginia Cavendish; pelo diretor Bruno Barreto; por Leticia Santinon, gerente do Circuito Spcine; pelo diretor de fotografia Marcelo Trotta, presidente da ABC; pela diretora de fotografia Adriana Bernal; entre outros.

Este ano, o Prêmio ABC prestou uma homenagem a Luiz Carlos Barreto, que foi apresentada pelo diretor de fotografia Lauro Escorel. Além disso, também foram anunciados os sócios que receberam o direito de usar a sigla ABC: os diretores de fotografia Kika Cunha e Mustapha Barat; a editora de som Maria Muricy; e o colorista Marcio Pasqualino.

Conheça os vencedores do Prêmio ABC 2019:

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO:
O Grande Circo Místico, por Gustavo Hadba

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO:
Construindo Pontes, por Heloisa Passos

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE | LONGA-METRAGEM:
O Grande Circo Místico, por Artur Pinheiro

MELHOR MONTAGEM | LONGA-METRAGEM:
Legalize Já – A Amizade Nunca Morre, por Marcelo Junqueira
Tungstênio, por Gustavo Giani

MELHOR SOM | LONGA-METRAGEM:
Chacrinha: O Velho Guerreiro, por Armando Torres Jr., Alessandro Laroca, Eduardo Virmond Lima, Jorge Saldanha e Renan Deodato

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | CURTA-METRAGEM:
Concreto Cinza Abstrato, por Bruno Fenart

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | SÉRIE DE TV:
Ilha de Ferro (1ª temporada, episódio 1), por Carlos Zalasik

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | FILME ESTUDANTIL:
Tempo de Ir, Tempo de Voltar, de Lucas Silva Campos (Escola de Comunicações e Artes – USP)

Foto: Divulgação.