Jesuíta Barbosa interpreta Ney Matogrosso nas telonas
Com estreia marcada para a próxima quinta-feira, 01/05, o aguardado filme inspirado na vida de Ney Matogrosso, Homem com H, acompanha a brilhante e intensa trajetória de Ney de Souza Pereira desde a infância até sua consagração como um dos maiores artistas brasileiros.
Escrito e dirigido por Esmir Filho, de Tapa na Pantera, Alguma Coisa Assim, Os Famosos e os Duendes da Morte, Boca a Boca e Verlust, o longa é protagonizado por Jesuíta Barbosa, que interpreta o consagrado Ney Matogrosso. O elenco conta ainda com Jullio Reis, Bruno Montaleone, Hermila Guedes, Rômulo Braga, Mauro Soares, Jeff Lyrio, Caroline Abras, Lara Tremouroux, Danilo Grangheia, Augusto Trainotti e Bela Leindecker; com participações especiais de Céu e Sarah Oliveira.
Na infância e na adolescência, Ney morou com os pais e irmãos na pequena cidade de Bela Vista, em Mato Grosso do Sul. Os embates com o pai, vivido por Rômulo Braga, militar, que insistia que o menino virasse homem, o levaram a se afastar da família, antes de seguir na vida artística. Anos depois de sair de casa, Ney estreou em São Paulo como vocalista do Secos e Molhados, ao lado de João Ricardo, interpretado por Mauro Soares, e Gerson Conrad, papel de Jeff Lyrio, dando início às performances históricas.
Ao retratar o período da ditadura militar, Homem com H mostra que a vida de Ney está conectada com a história de um Brasil cercado pela opressão, mas que aspira à liberdade. Resistindo à toda forma de repressão da família e da sociedade, Ney Matogrosso desafiou preconceitos e inaugurou um estilo próprio. O filme também revela as paixões de Ney, entre elas, Cazuza, interpretado por Jullio Reis, um de seus grandes amores, e Marco de Maria, papel de Bruno Montaleone, seu companheiro por 13 anos. A trama é embalada por sucessos como Rosa de Hiroshima, Sangue Latino, O Vira, Bandido Corazón, Postal de Amor, Não Existe Pecado ao Sul do Equador, Encantado, e, é claro, Homem com H.
Um dos destaques da cinebiografia é a recriação dos mais marcantes shows da trajetória de Ney Matogrosso, entre eles, a primeira apresentação dos Secos e Molhados na Casa de Badalação e Tédio (1972); seu primeiro show solo, Homem de Neanderthal (1975); Bandido (1976); e o show em que Ney canta Homem com H, dirigido por Amir Haddad (1981). As diferentes fases de Ney Matogrosso também são exploradas nas apresentações do Circo Tihany (1984); no projeto A Luz do Solo (1986), com destaque para a canção O Mundo é um Moinho, de Cartola; em O Tempo Não Para (1988), de Cazuza, dirigido por Ney; em As Aparências Enganam (1993); e em seu mais recente show, Bloco na Rua (2024).
Ney Matogrosso visitou o set e colaborou com a produção, mas fez questão de não interferir em nada. Ele gravou especialmente para o filme a versão de O Mundo é um Moinho, com violão de João Camarero, e dublou Jesuíta Barbosa na cena do coral de Brasília e também na música Réquiem para Matraga, com Luli. Todas as outras músicas são fonogramas do Ney dublados por Jesuíta.
Com fotografia de Azul Serra e direção de arte assinada por Thales Junqueira, a produção é da Paris Entretenimento com distribuição da Paris Filmes. O figurino é de Gabriella Marra e a caracterização de Martin Trujillo; Kity Féo assina como primeira assistente de direção, Germano de Oliveira foi responsável pela montagem e Anna Luiza Paes de Almeida na produção de elenco. O som direto é de Ana Penna, a edição de som é de Martin Griganaschi e a mixagem de Armando Torres Jr; Amabis assina a música original e a supervisão musical.
Para falar mais sobre Homem com H, conversamos com o diretor Esmir Filho e com o protagonista Jesuita Barbosa. No bate-papo, falaram sobre inspirações e processo de criação, bastidores, momentos marcantes das filmagens, entrosamento do elenco e expectativa para o lançamento.
Fernanda Torres: prêmio de melhor atriz por Ainda Estou Aqui
Foram revelados neste domingo, 27/04, os vencedores do XII Prêmio Platino (ou Premios Platino del Cine y el Audiovisual Iberoamericano), premiação criada em 2014 que destaca as melhores produções ibero-americanas de 23 países.
Nesta 12ª edição, a cerimônia, transmitida pelo Canal Brasil e que aconteceu no Palácio Municipal IFEMA, em Madrid, na Espanha, foi comandada por Aislinn Derbez e Asier Etxeandía e contou também com apresentações musicais de Pablo Alborán e Prince Royce.
O cinema brasileiro se destacou e foi consagrado com três prêmios com o longa Ainda Estou Aqui, de Walter Salles: melhor filme ibero-americano de ficção, sendo a primeira vez de um título brasileiro premiado nesta categoria; melhor direção, prêmio inédito para um diretor brasileiro; e melhor atriz para Fernanda Torres.
Com a ausência de Walter Salles na cerimônia, o produtor Rodrigo Teixeira foi o responsável por receber a estatueta de melhor direção. No palco, descreveu Salles como “um mestre a quem devemos muito” e leu o discurso enviado pelo premiado: “Vamos lembrar que o cinema latino-americano é a nossa casa”. E dedicou o troféu a Cacá Diegues, que morreu em fevereiro deste ano: “Diretor de filmes fundamentais como Bye Bye Brasil, fundador do Cinema Novo e um dos cineastas que conceberam o cinema de forma mais democrática e inclusiva”.
Já na categoria de melhor atriz, Valentina Herszage representou Fernanda Torres no palco e leu o discurso enviado pela premiada: “Por meio de Eunice Paiva, revisitei o horror da ditadura que vivi na minha infância. Este grande advogado, democrata e defensor dos direitos humanos brasileiro nos ensina, no momento presente, a resistir com alegria e civilidade, sem nos submetermos ao autoritarismo. Em nome da família Paiva, de Marcelo Paiva e de todos aqueles que defenderam e continuam defendendo a arte e a democracia, repito: Ditadura nunca mais!”.
O Brasil ainda se destacou com Senna na categoria de melhor criador de minissérie ou série, que foi entregue para Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patrícia Andrade. Neste ano, outros brasileiros também estavam indicados: a animação Arca de Noé, de Alois Di Leo e Sergio Machado; Dalia e o Livro Vermelho, de David Bisbano, uma coprodução entre Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Espanha e Peru; Cidade de Deus: A Luta Não Para em três categorias; e Senna com outras três indicações.
A consagrada atriz Eva Longoria, conhecida por diversas obras, entre elas, a série Desperate Housewives, foi homenageada com o Platino de Honor. Depois de receber uma visita surpresa no palco da amiga e atriz Sofia Vergara, e felicitações em vídeo de colegas como Jaime Camil, Jessica Alba, Amaury Nolasco e Melanie Griffith, Longoria expressou sua gratidão por tal reconhecimento, que não apenas valida uma carreira de sucesso e comprometimento com o audiovisual tanto na frente quanto atrás das câmeras, mas também ressalta e apoia seus esforços para conscientizar a comunidade latina ao redor do mundo, especialmente em indústrias internacionais como Hollywood.
Emocionada, discursou: “Eu nasci no Texas, sou mexicana-americana, tenho sangue espanhol nas veias, especificamente das Astúrias. Minha alma é mexicana. Adoro a conexão entre o México e a Espanha. É uma irmandade muito especial que pode ser sentida em cada canto desta sala. Desde que comecei minha carreira em Hollywood, em 1998, tenho o sonho de representar com orgulho minhas raízes e homenagear as mulheres hispânicas em particular”.
Conheça os vencedores do 12º Prêmio Platino de Cinema Ibero-Americano:
MELHOR FILME IBERO-AMERICANO | FICÇÃO Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil)
MELHOR COMÉDIA IBERO-AMERICANA DE FICÇÃO Buscando a Coque, de Teresa Bellón e César F. Calvillo (Espanha)
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO Mariposas Negras, de David Baute (Espanha/Panamá)
MELHOR FILME IBERO-AMERICANO DE ESTREIA | FICÇÃO El ladrón de perros, de Vinko Tomicic (Bolívia/Chile/Equador/México)
MELHOR DOCUMENTÁRIO El eco, de Tatiana Huezo (México)
MELHOR DIREÇÃO Walter Salles, por Ainda Estou Aqui
MELHOR ROTEIRO La infiltrada, escrito por Amèlia Mora e Arantxa Echevarría
MELHOR ATRIZ Fernanda Torres, por Ainda Estou Aqui
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Clara Segura, por El 47
MELHOR ATOR Eduard Fernández, por Marco
MELHOR ATOR COADJUVANTE Daniel Fanego, por El jockey
MELHOR FOTOGRAFIA O Quarto ao Lado, por Eduard Grau
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE Pedro Páramo, por Eugenio Caballero e Carlos Y. Jacques
MELHOR MONTAGEM La infiltrada, por Victoria Lammers
MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL O Quarto ao Lado, por Alberto Iglesias
MELHOR SOM Segundo premio, por Diana Sagrista, Alejandro Castillo, Eva Valiño e Antonin Dalmasso
PREMIO PLATINO AL CINE Y EDUCACIÓN EN VALORES Memorias de un cuerpo que arde, de Antonella Sudasassi (Costa Rica/Espanha)
MELHOR MINISSÉRIE OU SÉRIE IBERO-AMERICANA Cem Anos de Solidão (Colômbia) (Netflix)
MELHOR ATOR | MINISSÉRIE OU SÉRIE Claudio Cataño, por Cem Anos de Solidão
MELHOR ATRIZ | MINISSÉRIE OU SÉRIE Candela Peña, por O Caso Asunta
MELHOR ATOR COADJUVANTE | MINISSÉRIE OU SÉRIE Jairo Camargo, por Cem Anos de Solidão
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE | MINISSÉRIE OU SÉRIE Carmen Maura, por Terra de Mulheres
MELHOR CRIADOR | MINISSÉRIE OU SÉRIE Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patrícia Andrade, por Senna (Brasil)
PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR FILME IBERO-AMERICANO | FICÇÃO La infiltrada, de Arantxa Echevarría (Espanha)
PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR ATOR Luis Tosar, por La infiltrada
PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR ATRIZ Carolina Yuste, por La infiltrada
PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR MINISSÉRIE OU SÉRIE IBERO-AMERICANA Cem Anos de Solidão (Colômbia) (Netflix)
PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR ATRIZ | MINISSÉRIE OU SÉRIE Candela Peña, por O Caso Asunta
PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR ATOR | MINISSÉRIE OU SÉRIE Claudio Cataño, por Cem Anos de Solidão
Seu Jorge e Shirley Cruz em A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert
A organização do Cine PE – Festival do Audiovisual anunciou, nesta quinta-feira, 24/04, a lista completa dos filmes que farão parte da programação de sua 29ª edição, que acontecerá entre os dias 9 e 15 de junho; serão exibidos 38 títulos.
Com o tema Festa da Cultura, o Cine PE segue consolidando-se como uma das maiores vitrines do cinema brasileiro. Neste ano, o festival registrou um recorde de inscrições: 1.004 filmes submetidos, superando as 982 produções do ano anterior. Esse crescimento evidencia a força de um evento que, ao longo de quase três décadas, tem se tornado um marco no calendário cultural de Pernambuco. A curadoria desta edição foi realizada por Edu Fernandes e Carissa Vieira, responsáveis pela seleção dos filmes.
As sessões das mostras competitivas de longas-metragens, curtas nacionais e curtas pernambucanos ocorrerão no cinema do Teatro do Parque. Já o tradicional Cinema São Luiz receberá, em horários de matinê, uma programação especial voltada à formação de público, que, neste ano, contará com três novas subseções: a Mostra Grandes Festivais, no dia 14 de junho; a Mostra Lei Paulo Gustavo, voltada à produção pernambucana; e a Mostra Panorama Paraíba, dedicada ao cinema paraibano, ambas no dia 15 de junho. Todas as sessões são gratuitas.
Fora da competição, o filme hors concours do Cine PE 2025 é Os Enforcados, de Fernando Coimbra, que foi exibido no Festival de Toronto e é estrelado por Leandra Leal e Irandhir Santos, com produção da Gullane Filmes. Na mesma mostra, será exibido também Eu Preciso Dizer que Te Amo, documentário de Marlom Meirelles, produzido em parceria com estudantes da rede pública de Jaboatão dos Guararapes e a Bertini Produções.
A mostra competitiva de curtas-metragens conta com nove filmes nacionais, incluindo uma produção pernambucana, e sete curtas na competitiva pernambucana, totalizando 16 filmes na disputa pelo Troféu Calunga. Além disso, a programação inclui 13 títulos na Mostra Matinê, dois na Mostra Infantil, dois hors concours e cinco na competitiva de longas. A Mostra Infantil ocorrerá em duas etapas: nos dias 20 e 21 de maio, no cinema do Teatro do Parque, e nos dias 26 e 28 de maio, no Cine Teatro Samuel Campelo, em Jaboatão dos Guararapes. As sessões são voltadas para estudantes da rede pública.
Além disso, o primeiro homenageado do 29º Cine PE já confirmado é o ator e diretor Julio Andrade, conhecido por sua versatilidade e presença marcante no cinema, na televisão e no teatro. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão o filme Gonzaga: De Pai pra Filho, a série Sob Pressão, da Rede Globo, e o remake de Vale Tudo, onde vive Rubinho. Clique aqui e saiba mais.
O Troféu Calunga, símbolo máximo do festival, será entregue aos vencedores das mostras competitivas de curtas e longas-metragens. Criado pela artista plástica Juliana Notari, o troféu homenageia a Calunga, boneca carregada pela sacerdotisa dos cultos afro-brasileiros durante o maracatu. Representando uma divindade e símbolo de proteção e força, a Calunga reforça a conexão do festival com a ancestralidade e a cultura popular. Os filmes premiados receberão a Calunga de Prata, enquanto os homenageados da edição serão contemplados com a Calunga de Ouro.
Conheça os filmes selecionados para o Cine PE – Festival do Audiovisual 2025:
MOSTRA COMPETITIVA | LONGAS-METRAGENS
A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert (SP) Itatira, de André Luís Garcia (SP) Nem Toda História de Amor Acaba em Morte, de Bruno Costa (PR) O Ano em que o Frevo Não Foi pra Rua, de Mariana Soares e Bruno Mazzoco (SP) Senhoritas, de Mykaela Plotkin (PE)
MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS NACIONAIS
A Caverna, de Louise Fiedler (PR) Casulo, de Aline Flores (SP) Cavalo Marinho, de Leo Tabosa (PE) Depois do Fim, de Pedro Maciel (SP) Kabuki, de Tiago Minamisawa (SP) Liberdade Sem Conduta, de Dênia Cruz (RN) O Último Varredor, de Perseu Azul e Paulo Alipio (MT) Tapando Buracos, de Pally e Laura Fragoso (AL) Tu Oro, de Rodrigo Aquiles (AP)
MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS
#Partiu, de Isis Gomes Babalu é Carne Forte, de Xulia Doxágui Esconde-Esconde, de Vitória Vasconcellos Lança-Foguete, de William Oliveira O Carnaval é de Pelé, de Lucas Santos Sertão 2138, de Deuilton B. Júnior Sonho em Ruínas, de Priscila Nascimento
MOSTRAS PARALELAS
MOSTRA GRANDES FESTIVAIS Deixa, de Mariana Jaspe (RJ) Mambembe, de Fabio Meira (GO)
MOSTRA LEI PAULO GUSTAVO PE Areias do Céu, de Virgínia Guimarães Garapa Nervosa, a banda que esqueceu de acabar, de Daniel Barros Histórias do Alto, de Carlos Kamara PX Origens, de Adalberto Oliveira Umbilina e Sua Grande Rival, de Marlom Meirelles
MOSTRA PANORAMA PARAÍBA A Nave que Nunca Pousa, de Ellen Morais Jacu, de Ramon Batista Ladário, de Ed Júnior Memórias: Histórias do Cine Teatro Municipal de Sumé, de Ana Célia Gomes O Colecionador de Cheiros de Nucas Femininas, de Ana Clara Vidal de Negreiros e Natália Damião O Sonho de Anu, de Vanessa Kypá
MOSTRA INFANTIL Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa, de Fernando Fraiha (SP) Jorge Quer Ser Repórter, de Lula Queiroga e Victor Germano (PB)
MOSTRA HORS-CONCOURS Eu Preciso Dizer que Te Amo, de Marlom Meirelles e Estudantes da Rede Pública do Jaboatão dos Guararapes (PE) Os Enforcados, de Fernando Coimbra (SP)
Foram anunciados nesta quinta-feira, 17/04, os curtas-metragens selecionados para a Semana da Crítica 2025 (Semaine de la Critique), mostra paralela ao Festival de Cannes que concentra-se na descoberta de novos talentos. Desde que foi criada pelo Syndicat Français de la Critique de Cinéma, em 1962, busca explorar e revelar novos cineastas inovadores do mundo todo.
Em sua 64ª edição, a Semana da Crítica, que acontecerá entre os dias 14 e 22 de maio, terá o cineasta espanhol Rodrigo Sorogoyen como presidente do júri; vale lembrar que no ano passado ele assumiria esse mesmo cargo, mas precisou se afastar por motivos pessoais. O jornalista marroquino Jihane Bougrine, o diretor de fotografia Josée Deshaies, a produtora indonésia Yulia Evina Bhara e o ator britânico Daniel Kaluuya completam o time de jurados.
Neste ano, o cinema brasileiro marca presença com o curta-metragemSamba Infinito, dirigido por Leonardo Martinelli. A trama se passa durante o Carnaval do Rio de Janeiro enquanto um gari luta contra a perda da irmã e suas obrigações profissionais.Em meio às comemorações, ele encontra uma criança perdida e decide ajudá-la.
Com Alexandre Amador, Miguel Leonardo, Gilberto Gil e Camila Pitanga no elenco, que também assina como produtora associada, o roteiro é assinado pelo próprio diretor, que já venceu o Leopardo de Ouro, no Festival de Locarno, com o curta Fantasma Neon. A fotografia é de João Atala e a montagem é de Lobo Mauro; Fabio Carnèiro e Victor Tigronez foram os responsáveis pelo som. A música é de André Mendonça e Fabio Carnèiro; a direção de arte é assinada por Ananias de Caldas e Brian Thurler.
Em comunicado oficial nas redes sociais, Leonardo Martinelli falou sobre a seleção: “É de coração cheio que venho anunciar que Samba Infinito terá sua estreia mundial na competição de curtas da 64ª Semana da Crítica. É um sonho se realizando. Esse filme só foi possível graças a parceria de uma equipe incrível que fez acontecer o impossível”. Produzido pela Baraúna Filmes, Les Valseurs e Pseudo Filmes, o curta conta também com Dida Camero e João Fontenele como elenco de apoio.
A equipe segue com Pedro Henrique França na produção de elenco e colaboração de Felipe M. Bragança no roteiro; Sávio Fernandes assina os efeitos visuais. O figurino é de Ana Avelar e a maquiagem de Julia Roberta. A produção é assinada por Renan Barbosa Brandão, Rafael Teixeira, Leonardo Martinelli, Clara Marquardt, Justin Pechberty, Damien Megherbi e Lucas H. Rossi.
Conheça os curtas-metragens selecionados para a Semana da Crítica 2025:
COMPETIÇÃO | CURTA-METRAGEM
Alișveriș, de Vasile Todinca (Romênia) An-Gyeong (Glasses), de Yumi Joung (Coreia do Sul) Dieu est timide (God is shy), de Jocelyn Charles (França) Donne Batterie (Free Drum Kit), de Carmen Leroi (França) Erogenesis, de Xandra Popescu (Alemanha) L’mina, de Randa Maroufi (Marrocos/França/Itália/Qatar) Samba Infinito, de Leonardo Martinelli (Brasil/França) Wonderwall, de Róisín Burns (França/Reino Unido) КРИТИЧНЕ СТАНОВИЩЕ (Critical Condition), de Mila Zhluktenko (Alemanha) கத்து! (Bleat!), de Ananth Subramaniam (Malásia/Filipinas/França)
SESSÃO ESPECIAL
Eraserhead in a Knitted Shopping Bag, de Lili Koss (Bulgária) No skate!, de Guil Sela (França) Une Fugue (To the Woods), de Agnès Patron (França)
CONVIDADOS | Festival International du Film de Morelia
Aguacuario, de Jose Eduardo Castilla Ponce (México) Buscando un burro, de Juan Vincente Manrique (México/Venezuela) Ser Semilla, de Julia Granillo Tostado (México) Spiritum, de Adolfo Margulis (México)
*Clique aqui e conheça os longas-metragens selecionados
Organizada pela La Société des réalisateurs de films (la SRF), desde 1969, a Quinzena de Cineastas (Quinzaine des Cinéastes), antes chamada de Quinzena dos Realizadores, mostra paralela ao Festival de Cannes, colabora com a descoberta de novos cineastas independentes e contemporâneos.
Com o objetivo de ser eclética e receptiva a todas as formas de expressão cinematográfica, a Quinzena destaca a produção anual de filmes de ficção, curtas e documentários no cenário independente e também popular, com cineastas talentosos e originais.
Neste ano, em sua 57ª edição, que acontecerá entre os dias 14 e 24 de maio, o comunicado oficial sobre a seleção diz: “Num mundo em convulsão, atingido por uma reação em todos os níveis, em que valores republicanos e universalistas são combatidos, onde a função subversiva da arte é ameaçada e certas grandes obras são canceladas, cineastas de todos os continentes se mantêm firmes. A riqueza e o dinamismo da jovem criação cinematográfica estão intactos. Às vezes vindos de países em guerra ou de regiões onde reinam o obscurantismo e o populismo, os filmes frustram grandes discursos e mostram outra realidade. Como sempre, o cinema está um passo à frente da sociedade. Em vez de julgar, complica. Em vez de denunciar, ele questiona. Em vez de fazer generalizações, ele está interessado nas pequenas histórias, aquelas de indivíduos que vivenciam eventos. Com raiva ou com humor, sempre com uma boa dose de poesia”.
O comunicado segue: “A 57ª edição da Quinzena é diversa, mista e rica em descobertas. Celebra uma vivacidade cinematográfica inestimável que é mais crucial do que nunca, mesmo que cineastas e produtores achem cada vez mais difícil financiar seus projetos. Ela está ao lado de diretores do mundo todo na luta contra a padronização, a comercialização e, portanto, a neutralização do cinema. Temos o prazer de compartilhar com vocês uma seleção que celebra a arte de encenar, bem como o desejo e a generosidade dos autores”.
O pôster deste ano é assinado pelo cineasta estadunidense Harmony Korine, um dos grandes agitadores do cinema independente americano, que passou 30 anos subvertendo a cultura pop e seus clichês em uma carreira que abrange cinema, pintura e obras multimídia. Ele defende uma arte do erro que chama de Mistakist Art, mergulhando o espectador em um universo hipnótico e decadente, privilegiando a imperfeição técnica, o acidente e as mudanças tonais. Em comunicado, o artista disse: “Os personagens da pintura são chamados de Twitchys. Eles estão sempre à espreita e brincando. Eles estão muito felizes por estarem em Cannes”.
Além disso, o cineasta Todd Haynes, de Segredos de um Escândalo e Carol, será homenageado com o Carrosse d’Or. Neste ano, a Quinzena criou um novo prêmio que destaca cineastas que ousam romper convenções e abrir novos caminhos no cinema francês e internacional: o diretor e roteirista Thomas Cailley será o primeiro a receber o Prix Alpine.
Nesta 57ª edição, o cinema brasileiro não marca presença nas mostras competitivas. Porém, quatro curtas-metragens cearenses, realizados no projeto La Factory des Cinéastes Ceará Brasil, que teve o cineasta Karim Aïnouz como padrinho, serão exibidos na noite de abertura. Clique aqui e saiba mais.
Confira a lista completa com os filmes selecionados para a Quinzena de Cineastas 2025:
LONGA-METRAGEM
Brand New Landscape (見はらし世代), de Yuiga Danzuka (Japão) Classe moyenne (The Party’s Over!), de Antony Cordier (França/Bélgica) Dangerous Animals, de Sean Byrne (Austrália) Enzo, de Robin Campillo (França) (filme de abertura) Girl on Edge (Hua yang shao nv sha ren shi jian), de Jinghao Zhou (China) Indomptables, de Thomas Ngijol (Camarões/França) Kokuho, de Lee Sang-il (Japão) L’engloutie (The Girl in the Snow), de Louise Hémon (França) La Danse des Renards (Wild Foxes), de Valéry Carnoy (França/Bélgica) La mort n’existe pas (Death Does Not Exist), de Félix Dufour-Laperrière (Canadá) Les filles désir (The Girls We Want), de Prïncia Car (França) Lucky Lu, de Lloyd Lee Choi (Canadá) Militantropos, de Yelizaveta Smith, Alina Gorlova e Simon Mozgovyi (Ucrânia/França/Áustria) Miroirs No.3 (Mirrors No. 3), de Christian Petzold (Alemanha) Peak Everything (Amour Apocalypse), de Anne Émond (Canadá) Que ma volonté soit faite (Her Will Be Done), de Julia Kowalski (França) Sorry, Baby, de Eva Victor (EUA/Espanha/França) (filme de encerramento) The President’s Cake (Mamlaket al-Qasab), de Hasan Hadi (Iraque)
CURTA ou MÉDIA-METRAGEM
+10K, de Gala Hernández López (França/Espanha) Before the Sea Forgets, de Ngọc Duy Lê (Vietnã) Bread Will Walk (Le pain se lève), de Alex Boya (Canadá) Cœur Bleu (Blue Heart), de Samuel Suffren (Haiti) Karmash (کرمش), de Aleem Bukhari (Paquistão) La Mort du poisson (Death of the Fish), de Eva Lusbaronian (França) Loynes, de Dorian Jespers (Bélgica) Nervous Energy, de Eve Liu (EUA) The Body, de Louris van de Geer (Austrália) When the Geese Flew, de Arthur Gay (EUA)
Idealizado por Gabriel Papaléo, Pedro Tavares e Waleska Antunes, o festival será totalmente gratuito e acontecerá no Rio de Janeiro em salas como a Cinemateca do MAM e o Centro Cultural Banco do Brasil. Haverá ainda uma itinerância em Brasília, entre os dias 5 e 7 de dezembro, no Cine Brasília. Além das mostras competitivas, nacional e internacional, a programação contará com exibições especiais e retrospectiva.
Quando Gabriel Papaléo, Pedro Tavares e Waleska Antunes resolveram criar o Lumen, tinham em mente a dificuldade enfrentada por produções independentes para chegar ao público brasileiro. Pedro Tavares explica: “O cinema independente luta diretamente por qualquer espaço, incluindo festivais. Hoje vemos realizadores do mundo inteiro em busca de uma solução quando falamos de alcance”. Segundo ele, chegar até o público é tão desafiador quanto fazer um filme e o Lumen seria um espaço para cineastas que, por diversos motivos, não alcançam ao grande circuito ou aos cinemas de modo geral.
Tavares continua: “Nossa proposta é levar filmes independentes para todo tipo de público, dos espaços em que eles já têm alguma abertura até os multiplex e afins, onde sabemos que é necessária uma lógica de ações de mobilização de público”. Para Pedro, o objetivo do Lumen é ampliar o acesso a esse cinema e, consequentemente, renovar a cultura da ida ao cinema e da descoberta de realizadores.
Gabriel Papaléo destaca a ausência de distribuição de filmes independentes internacionais no Brasil: “O Lumen também é resposta às nossas conversas sobre os filmes ao redor do mundo que não chegam nos cinemas brasileiros. Desde curtas experimentais de realizadores e realizadoras com décadas de carreira até os longas de jovens iniciantes, o cinema independente abarca filmes que chegam aqui sem oportunidade da distribuição, sem acordos fechados com distribuidoras pelo mundo, e que acabam passando batidos mesmo em outros festivais de cinema brasileiro”. Papaléo garante que é nesta lacuna que o festival vai navegar.
Já Waleska Antunes ressalta a ausência de filmes independentes mesmo nos festivais: “Por mais que o cenário de festivais seja profícuo e que, graças a difusão da internet, esses eventos tenham aumentado significativamente, há uma produção massiva de cineastas independentes que não chega às salas por inúmeros motivos: a precariedade de distribuição, poucos circuitos que os absorvam ou curadorias que não estão interessadas nesse tipo de cinema. Festivais como o Lumen querem subverter essa lógica, trazer esses cinemas para mais próximo e, não só isso, mostrar que há uma produção crescente e interessante sendo feita com recursos possíveis”, afirma a curadora e também coordenadora do festival.
Para realizar o projeto, Papaléo, Tavares e Antunes se juntam a produtores de grandes eventos e empresas mundiais como: Rio2C, Frapa, Bienal do Livro, IndieLisboa, TV Globo e Cine Brasília. O resultado oficial com a seleção completa será anunciado no final de setembro. Clique aqui e saiba mais sobre as inscrições.
Julio Andrade: carreira consagrada no audiovisual brasileiro
A 29ª edição do Cine PE – Festival do Audiovisual, que acontecerá entre os dias 9 e 15 de junho, no Recife, Pernambuco, acaba de anunciar seu primeiro homenageado: o ator e diretor Julio Andrade. A entrega do troféu Calunga de Ouro, tradicional reconhecimento concedido pelo festival a grandes nomes do cinema brasileiro, acontecerá durante a programação deste ano, que contará com sessões gratuitas e abertas ao público.
Com uma trajetória marcada por personagens intensos e atuações premiadas, Julio Andrade consolidou-se como um dos nomes mais respeitados da dramaturgia brasileira. No cinema, brilhou em títulos como Gonzaga: De Pai pra Filho, de Breno Silveira, no qual interpretou o filho do Rei do Baião, o também cantor Gonzaguinha; em Serra Pelada, de Heitor Dhalia; Cão Sem Dono, de Renato Ciasca e Beto Brant; e Sob Pressão, filme que deu origem à aclamada série homônima da TV Globo.
De 2017 até 2022, protagonizou as cinco temporadas e um especial da série Sob Pressão, ao lado de Marjorie Estiano, interpretando o médico Dr. Evandro. Além de atuar, Julio também dirigiu episódios da terceira até a quinta temporada, demonstrando sua versatilidade e domínio artístico também por trás das câmeras.
Entre o fim de 2022 e abril de 2023, gravou Betinho: No Fio da Navalha, série em que vive o protagonista Herbert de Souza, o Betinho, sociólogo que enfrentou a epidemia da fome e da AIDS no Brasil e foi responsável por criar um dos maiores movimentos sociais do país, a Ação da Cidadania. A produção, dirigida por Lipe Binder e pelo próprio Julio Andrade, foi criada por José Júnior. Recentemente, deu vida a Lampião na série Maria e o Cangaço, lançada no Star+, e protagonizada por Isis Valverde no papel-título. Atualmente está no ar no remake de Vale Tudo, na Rede Globo.
Ao longo da carreira, Julio já recebeu inúmeros prêmios: dois troféus Grande Otelo, três prêmios APCA, um Prêmio Guarani e um kikito no Festival de Gramado. Também foi indicado ao Prêmio Qualidade Brasil, ao Prêmio Platino e ao Emmy Internacional em três ocasiões: duas por sua atuação na série 1 Contra Todos e uma por sua performance em Betinho: No Fio da Navalha, do Globoplay. No Cine Ceará, em 2016, foi eleito o melhor ator por Maresia; no Festival do Rio foi consagrado por Sob Pressão e Entre Nós.
Sua trajetória nas telonas conta também com a animação Arca de Noé, Aos Olhos de Ernesto, Paraíso Perdido, Malasartes e o Duelo com a Morte, Redemoinho, Elis, Reza a Lenda, Trash: A Esperança Vem do Lixo, Obra, Não Pare na Pista: A Melhor História de Paulo Coelho, A Estrada 47, A Hora e a Vez de Augusto Matraga, Hotel Atlântico, Meu Tio Matou um Cara, O Homem que Copiava, Tolerância, entre muitos outros.
Sandra Bertini, diretora do Cine PE, explica que Julio foi escolhido como homenageado deste ano como forma de reconhecimento à sua carreira, que transita com naturalidade entre atuação e direção: “Resolvemos celebrar Julio como forma de reconhecimento do seu talento, além, claro, da entrega emocional e da intensidade que imprime em cada projeto”. O artista receberá a Calunga de Ouro no dia 13 de junho.
Além das exibições no Cine Teatro do Parque, o Cine PE também ocupará o Cinema São Luiz, que este ano será palco da mostra paralela Sessão Matinê. A programação especial reunirá filmes que não estão em competição, oferecendo ao público uma oportunidade de conhecer outras narrativas do audiovisual brasileiro em sessões gratuitas.
Foram anunciados nesta segunda-feira, 14/04, os filmes selecionados para a Semana da Crítica 2025 (Semaine de la Critique), mostra paralela ao Festival de Cannes que concentra-se na descoberta de novos talentos. Desde que foi criada pelo Syndicat Français de la Critique de Cinéma, em 1962, busca explorar e revelar novos cineastas inovadores do mundo todo em suas primeiras obras.
Em sua 64ª edição, a Semana da Crítica, que acontecerá entre os dias 14 e 22 de maio, terá o cineasta espanhol Rodrigo Sorogoyen como presidente do júri; vale lembrar que no ano passado ele assumiria esse mesmo cargo, mas precisou se afastar por motivos pessoais. O jornalista marroquino Jihane Bougrine, o diretor de fotografia Josée Deshaies, a produtora indonésia Yulia Evina Bhara e o ator britânico Daniel Kaluuya completam o time de jurados.
A curadoria deste ano teve coordenação geral de Ava Cahen, que trabalhou com comitês formados por críticos e jornalistas. Para a seleção de curtas-metragens, o grupo foi formado por Esther Brejon, Grégory Contaut e Raphaëlle Pireyre, sob coordenação de Léo Ortuno. Entre os longas, Chloé Caye, Laurent Hérin, Damien Leblanc, Olivier Pélisson e Perrine Quennesson completaram o time.
O pôster desta 64ª edição destaca uma das personagens do musical Les reines du drame, de Alexis Langlois, que foi exibido no ano passado fora de competição. Os curtas-metragens serão anunciados em breve.
Conheça os filmes selecionados para a Semana da Crítica 2025:
COMPETIÇÃO | LONGA-METRAGEM
Ciudad Sin Sueño, de Guillermo Galoe (Espanha/França) Imago, de Déni Oumar Pitsaev (França/Bélgica) Kika, de Alexe Poukine (Bélgica/França) Left-Handed Girl, de Shih-Ching Tsou (Taiwan/França/EUA/Reino Unido) Nino, de Pauline Loquès (França) Pee Chai Dai Ka, de Ratchapoom Boonbunchachoke (Tailândia/França/Singapura/Alemanha) Rietland, de Sven Bresser (Holanda/Bélgica)
SESSÕES ESPECIAIS | LONGAS
Baise-en-ville, de Martin Jauvat (França) Des preuves d’amour, de Alice Douard (França) L’intérêt d’Adam, de Laura Wandel (Bélgica/França) (filme de abertura) Planètes, de Momoko Seto (França/Bélgica) (filme de encerramento)
*Clique aqui e conheça os curtas-metragens selecionados
Foram anunciados neste sábado, 12/04, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, os vencedores da 30ª edição do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, principal evento dedicado ao audiovisual não ficcional na América Latina, fundado e dirigido por Amir Labaki.
Nesta edição comemorativa de 30 anos, Copan, dirigido por Carine Wallauer, foi eleito o vencedor da Competição Brasileira de longas ou médias-metragens e recebe como prêmio R$ 20.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade. A justificativa do júri, formado por Debora Ivanov, Paulo Sacramento e Roberto Berliner, diz: “Pela ousadia formal aliada a um vigoroso rigor estético, por sua originalidade, precisão e delicadeza, pelo equilíbrio das cenas e pelas nuances que revelam os conflitos contemporâneos, alcançando uma singular síntese poética dos contrastes de nosso país”.
O melhor curta-metragem brasileiro, eleito pelo mesmo júri, foi Sukande Kasáká | Terra Doente, de Kamikia Kisedje e Fred Rahal, que recebe como prêmio R$ 6.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade. A justificativa do júri diz: “Pela extraordinária força, precisão e impacto de suas imagens, pela urgência de seu discurso, pela apresentação sensível em contraponto à devastação gerada pelo Agronegócio e pela distância a qualquer gesto redutor na apresentação de sua tragédia”. O filme leva também o Prêmio Mistika com R$ 8.000 em serviços de pós-produção digital.
Foram outorgadas duas menções honrosas na Competição Brasileira. Entre os longas, o escolhido foi Quando o Brasil era Moderno, de Fabiano Maciel. A justificativa diz: “Por sua vasta pesquisa, pela contundente leitura da história de nossa arquitetura, política, arte e educação, pela clareza de sua interpretação e pela busca do ponto de inflexão onde um projeto de excelência sucumbe aos descaminhos históricos”. Já entre os curtas, o escolhido foi Palavra, de DF Fiuza, com a seguinte justificativa: “Pela atenção aos detalhes, pela construção poética e coesão na observação da atividade humana em plena harmonia com a natureza e pela delicada valorização dos saberes e tradições brasileiros e suas matrizes”.
O grande vencedor da Competição Internacional de longas ou médias-metragens foi Escrevendo Hawa, de Najiba Noori; o longa recebe R$ 12.000 e o Troféu É Tudo Verdade. A justificativa do júri, formado por Andrés Di Tella, Bill Nichols e Eliza Capai, diz: “Poucos filmes contam a história de uma nação por meio do amor e da compaixão que definem uma família imersa em uma cultura patriarcal; mas não limitada por ela. A cineasta narra a luta excepcional de sua mãe por independência no Afeganistão, onde conquistas como essa raramente são celebradas”.
O canadense Eu sou a pessoa mais magra que você já viu?, dirigido por Eisha Marjara, foi eleito o melhor curta-metragem internacional e recebe R$ 6.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade. A justificativa do júri diz: “Pelo tratamento poderoso e poético da experiência da anorexia, expresso com toda a emoção bruta e a confusão de crescer em uma família imigrante”.
Reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos como um festival classificatório para o Oscar, o É Tudo Verdade qualifica automaticamente as produções vencedoras nas competições brasileira e internacional de longas ou médias-metragens e de curtas-metragens para inscrição direta visando a disputa pela estatueta dourada.
Na cerimônia, também foram anunciados alguns prêmios paralelos, entre eles, o Prêmio Maria Rita Galvão (ABPA, Associação Brasileira de Preservação Audiovisual; PAVIC, Pesquisadores de Audiovisual Iconografia e Conteúdo; e REPIA, Rede de Pesquisa de Imagens de Arquivo para a melhor pesquisa da Competição Brasileira. O escolhido foi Bruscky: Um Autorretrato, de Eryk Rocha, com pesquisa de Yuri Bruscky e Natalia Lacerda Bruscky; o filme recebe R$ 6.000 (PAVIC/Abrolhos Filmes), serviços de digitalização (Lupa/UFF) e gravação em LTO (ABPA/REPIA).
Conheça os vencedores do É Tudo Verdade 2025:
COMPETIÇÃO BRASILEIRA | JÚRI OFICIAL
MELHOR DOCUMENTÁRIO | LONGA OU MÉDIA-METRAGEM Copan, de Carine Wallauer
MELHOR DOCUMENTÁRIO | CURTA-METRAGEM Sukande Kasáká | Terra Doente, de Kamikia Kisedje e Fred Rahal
MENÇÃO HONROSA | LONGA ou MÉDIA Quando o Brasil era Moderno, de Fabiano Maciel
MENÇÃO HONROSA | CURTA Palavra, de DF Fiuza
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | JÚRI OFICIAL
MELHOR DOCUMENTÁRIO | LONGA OU MÉDIA-METRAGEM Escrevendo Hawa (Writing Hawa), de Najiba Noori (França/Holanda/Qatar/Afeganistão)
MELHOR DOCUMENTÁRIO | CURTA-METRAGEM Eu sou a pessoa mais magra que você já viu? (Am I the Skinniest Person You’ve Ever Seen?), de Eisha Marjara (Canadá)
PREMIAÇÕES PARALELAS
PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS Dois Nilos, de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro
PRÊMIO EDT (Associação de Profissionais de Edição Audiovisual) Melhor Montagem | Longa: Bruscky: Um Autorretrato, por Caio Lazaneo e Lorena Duarte Melhor Montagem | Curta: Palavra, por DF Fiuza Menção Honrosa: Sukande Kasáká | Terra Doente, por Paula Mercedes e Fred Rahal
PRÊMIO MARIA RITA GALVÃO | ABPA | PAVIC | REPIA Melhor Pesquisa: Bruscky: Um Autorretrato, por Yuri Bruscky e Natalia Lacerda Bruscky
A 57ª edição da Quinzena de Cineastas, mostra paralela ao Festival de Cannes, que acontecerá entre os dias 14 e 24 de maio, exibirá em sua noite de abertura quatro curtas-metragens cearenses que foram realizados no projeto Directors’ Factory Ceará Brasil, La Factory des Cinéastes, que teve como padrinho o consagrado cineasta brasileiro Karim Aïnouz.
O programa, que volta à América Latina após dez anos, enfatiza a formação profissional de jovens realizadores em uma perspectiva de internacionalização da produção audiovisual regional. Os quatro filmes formam um rico caleidoscópio multicultural, ancorado nas experiências das jovens duplas de realizadores que roteirizaram e dirigiram as obras, integrando o Norte e Nordeste do Brasil com Cuba, Portugal, França e Israel.
As obras são: A Fera do Mangue, de Wara (Ceará) e Sivan Noam Shimon (Israel); A Vaqueira, a Dançarina e o Porco, de Stella Carneiro (Alagoas) e Ary Zara (Portugal); Ponto Cego, de Luciana Vieira (Ceará) e Marcel Beltrán (Cuba); e Como Ler o Vento, de Bernardo Ale Abinader (Amazonas) e Sharon Hakim (França). Além da exibição dos filmes na abertura da Quinzena de Cineastas, os diretores ainda participam de um evento de pitching e de reuniões de coprodução apresentando seus projetos de longas-metragens na Plage de la Quinzaine.
Os filmes foram todos realizados em Fortaleza, Ceará, envolvendo diretamente mais de 100 profissionais cearenses de audiovisual, entre roteiristas, diretores, diretores de arte, produtores, fotógrafos, montadores, técnicos, motoristas, diversos fornecedores, além de grande elenco.
Com uma tradição construída desde 2013 em países como Dinamarca, Chile, Taiwan, Portugal, África do Sul, Filipinas e Finlândia, o Directors’ Factory chega ao Brasil a partir do Ceará, tendo como padrinho o cineasta cearense Karim Aïnouz, que, mais uma vez, leva o Brasil às telas de Cannes. Em 2024, o diretor disputou a Palma de Ouro com Motel Destino, filme realizado no Ceará, com equipe majoritariamente cearense e egressa do Porto Iracema das Artes, escola pública do Governo do Ceará, com a qual o cineasta vem contribuindo há 12 anos na condição de tutor e mentor de jovens roteiristas.
Com proposta inovadora e inédita, o Directors’ Factory é dedicado a descobrir talentos emergentes em todo mundo, a partir de um forte programa de promoção à coprodução internacional. Os quatro curtas-metragens produzidos nos últimos dois meses no Ceará apresentarão ao mundo novas histórias de realizadores do Nordeste e do Norte, construídas em parcerias com jovens realizadores de outros países do mundo.
O projeto La Factory des Cinéastes Ceará Brasil integra esforços da Secretaria da Cultura do Ceará, do Instituto Mirante de Cultura e Arte e do Instituto Dragão do Mar, com apoio do Projeto Paradiso (Brasil) e da TITRAFILM (França), no sentido de fortalecimento do campo audiovisual do Ceará, a partir de conexões com novos mercados e negócios para a região. A produção é encabeçada pela empresa Cinema Inflamável, através da produtora Janaina Bernardes ao lado da produtora francesa Dominique Welinski.
O Directors’ Factory Ceará Brasil, que faz parte da programação oficial do Ano Cultural Brasil-França 2025, insere-se no âmbito dos esforços das políticas públicas de desenvolvimento do audiovisual do Ceará, implementadas nos últimos anos pelo Governo do Ceará, através da Secretaria da Cultura.
Como funciona o projeto? A cada ano, com o apoio de um novo país parceiro, a Factory seleciona oito cineastas emergentes com projetos ambiciosos de primeiro ou segundo longa-metragem para coescrever e codirigir, em duplas, um total de quatro curtas-metragens que são exibidos na abertura da Quinzena de Cineastas durante o Festival de Cannes.
Após a chamada no início de julho de 2024, direcionada a cineastas do Norte e Nordeste do Brasil, foram recebidas mais de 60 inscrições. A Quinzena de Cineastas e a equipe da Directors’ Factory, juntamente com o júri local composto pela produtora Claudia Gonçalves e o diretor Carlos Segundo, selecionaram quatro realizadores brasileiros com projetos de longa-metragem em desenvolvimento (dois do Ceará, um de Alagoas e outro do Amazonas), que foram pareados com quatro diretores de outros países. Entre o início de outubro e o final de dezembro, eles escreveram o roteiro. As filmagens e pós-produção aconteceram entre fevereiro e abril, em Fortaleza.
Os oito diretores também terão a oportunidade de participar do Marché du Film, apresentando seus projetos de longa-metragem a um painel de profissionais como produtores, agentes de vendas, laboratórios e festivais, com vistas à viabilização de seus projetos.
Karim Aïnouz, premiado no festival francês em 2019 com A Vida Invisível na mostra Un Certain Regard, destaca a relevância de participar de uma vitrine mundial como Cannes: “É maravilhoso um jovem realizador ou realizadora estar em um lugar central do mercado audiovisual, como Cannes, para poder confrontar, trocar e apresentar um projeto de longa-metragem, entendendo o potencial desse filme comercialmente no mundo inteiro. No Brasil, a gente é pouco confrontado ao mundo, por ter um sistema de produção audiovisual mais ou menos autossuficiente e ser o único país que fala português na América Latina. É importante a gente ter participação não apenas nos festivais, mas comercialmente no mundo inteiro”.
Wagner Moura em O Agente Secreto: na disputa pela Palma de Ouro
O Festival de Cannes 2025, que acontecerá entre os dias 13 e 24 de maio, anunciou nesta quinta-feira, 10/04, em uma coletiva apresentada por Iris Knobloch, presidente do festival, e Thierry Frémaux, diretor geral, os filmes selecionados para sua 78ª edição.
Neste ano, o cinema brasileiro ganha destaque com O Agente Secreto, sexto longa de Kleber Mendonça Filho, que retorna à Competição Oficial depois de Aquarius e Bacurau, que foi premiado em 2019. O filme, que disputará a Palma de Ouro, é um thriller ambientado no Brasil de 1977. Na trama, Marcelo, interpretado por Wagner Moura, é um especialista em tecnologia que foge de um passado misterioso e volta ao Recife, Pernambuco, em busca de paz. Ele logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura. Estrelado por Gabriel Leone, Maria Fernanda Cândido, Udo Kier, Hermila Guedes, Thomás Aquino, Alice Carvalho e grande elenco, é uma coprodução entre Brasil (CinemaScópio Produções), França (MK Productions), Holanda (Lemming) e Alemanha (One Two Films) e terá distribuição no Brasil pela Vitrine Filmes.
O elenco completa-se com Isabél Zuaa, Edilson Silva, Suzy Lopes, Buda Lira, Carlos Francisco, Wilson Rabelo, Roney Villela, Rubens Santos, Albert Tenório, Ítalo Martins, Joalisson Cunha, Aline Marta, Enzo Nunes, Erivaldo Oliveira, Fabiana Pirro, Fafá Dantas, Geane Albuquerque, Gregorio Graziosi, Igor de Araújo, Isadora Ruppert, João Vitor Silva, Kaiony Venancio, Laura Lufési, Licínio Januário, Luciano Chirolli, Marcelo Valle, Márcio de Paula, Nivaldo Nascimento, Robério Diógenes, Robson Andrade e Tânia Maria.
Em comunicado oficial, o diretor celebra o convite para estrear o novo longa-metragem no Festival de Cannes: “É a combinação perfeita: encerra a realização do filme e inaugura a sua trajetória. Estou feliz com O Agente Secreto, honrado com o convite e quero que as pessoas vejam o filme no exterior e no Brasil. É uma história muito brasileira e, por isso mesmo, é um filme do mundo todo”.
A produtora do filme, Emilie Lesclaux, completou: “Começamos a pré-produção em janeiro do ano passado e fomos até o mês de maio. Iniciamos as filmagens em junho, com duração de dez semanas, seguidas por muitos meses de montagem. Agora estamos na pós-produção de som e imagem, feita em Berlim e Paris. Estrear no Festival de Cannes é muito importante na nossa trajetória e mal posso esperar para ver o filme recém finalizado na tela do Grand Theâtre Lumière e poder dividir essa alegria com a nossa equipe e elenco”.
“Esse filme é resultado de um desejo grande de continuar filmando o Brasil e o Recife, desta vez no contexto histórico do mundo de 50 anos atrás, de um Brasil do passado. Eu também tinha vontade de fazer um filme de mistério e de suspense, em que o Recife fosse o cenário principal. Eu era criança nos anos 1970, mas me lembro com alguma clareza do ano de 1977, quando eu tinha nove anos. Creio que 77 foi o primeiro ano que me marcou ainda como criança. Naquela época, o Brasil era muito diferente, mas, de certa forma, também muito parecido com o de hoje”, destacou Kleber Mendonça Filho.
Além disso, o longa-metragem marca a primeira colaboração de Kleber e Wagner Moura. O ator comemora a parceria e destaca a experiência de ter trabalhado com o realizador: “Filmar O Agente Secreto foi uma das melhores experiências que tive em sentidos diversos. Trabalhar com Kleber era quase uma obsessão desde que vi O Som ao Redor. Estar em Recife, 25 anos depois de estrear ali A Máquina, a peça de João Falcão, e viver essa cidade incrível com Kleber, Emilie e seus amigos, que agora também são meus, sobretudo saber que para além da alegria de estar no Nordeste falando minha língua, eu estava fazendo um filmaço. E Cannes é a minha primeira memória de ter conversado com Kleber, no ano de 2003, quando estive lá com o filme Cidade Baixa, dirigido por Sergio Machado, e ele estava cobrindo o festival como crítico de cinema. Tudo fazendo um sentido lindo danado”, ressalta Wagner Moura, que está atualmente em Londres, rodando um novo projeto.
“Este filme foi criado especialmente para Wagner depois de anos tentando ajustar os ponteiros para trabalharmos juntos. O roteiro foi escrito ao longo de três anos até que chegou a hora de enviá-lo e ver se ele se interessaria. A reação dele foi sensacional. Além de ser um grande ator, eu passei a conhecer a grande pessoa e hoje o amigo Wagner. Os três meses que ele ficou no Recife trabalhando em O Agente Secreto foram excelentes, um grande trabalho de criação e colaboração”, disse Kleber.
As filmagens ocorreram em junho, julho e agosto de 2024 no Recife, Brasília e em São Paulo. O trabalho de montagem foi realizado durante oito meses por Eduardo Serrano e Matheus Farias. A direção de arte é de Thales Junqueira; o figurino é assinado por Rita Azevedo. A direção de fotografia é de Evgenia Alexandrova.
O Agente Secreto é o quinto filme de Kleber Mendonça Filho no Festival de Cannes. Há 20 anos, em maio de 2005, o curta-metragem Vinil Verde foi selecionado para a mostra paralela Quinzena dos Realizadores, atualmente chamada Quinzena de Cineastas. Naquela época, Kleber ainda frequentava Cannes mais como crítico de cinema do que cineasta. Kleber teve mais quatro filmes em Cannes: estreou na competição em 2016 com o longa-metragem Aquarius, voltou à competição em 2019 com Bacurau, codirigido por Juliano Dornelles, e há dois anos apresentou Retratos Fantasmas em Sessão Especial.
Além disso, em fevereiro foi anunciado que o Brasil será o País de Honra do Marché du Film, o mercado de filmes do festival. O reconhecimento destacará a dinâmica da indústria audiovisual brasileira, seus talentos criativos e seu compromisso de longa data com a colaboração internacional. Por meio de várias ações, o país pretende mostrar a diversidade e a força da indústria cinematográfica e audiovisual, fomentando o diálogo para aprimorar as coproduções e expandir o alcance global da narrativa brasileira.
E mais: neste ano, o consagrado ator, diretor e produtor Robert De Niro será homenageado com a Palma de Ouro honorária. A 78ª edição do Festival de Cannes, que terá a atriz francesa Juliette Binoche como presidente do júri, anunciará novos títulos na programação em breve.
Confira a lista com os filmes selecionados para o Festival de Cannes 2025:
COMPETIÇÃO OFICIAL
Alpha, de Julia Ducournau (França/Bélgica) Dossier 137, de Dominik Moll (França) Eagles of the Republic, de Tarik Saleh (França/Suécia/Dinamarca) Eddington, de Ari Aster (EUA/Finlândia) Fuori, de Mario Martone (Itália/França) Jeunes mères, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne (Bélgica/França) La Petite Dernière, de Hafsia Herzi (França/Alemanha) Nouvelle Vague, de Richard Linklater (França/EUA) O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho (Brasil) O Esquema Fenício (The Phoenician Scheme), de Wes Anderson (EUA/Alemanha) Renoir, de Chie Hayakawa (Japão/França) Romería, de Carla Simón (Espanha) Sentimental Value, de Joachim Trier (Noruega/Alemanha/Dinamarca/França/Suécia) Sirat, de Oliver Laxe (França/Espanha) Sound of Falling, de Mascha Schilinski (Alemanha) The History of Sound, de Oliver Hermanus (EUA) The Mastermind, de Kelly Reichardt (EUA) Two Prosecutors, de Sergei Loznitsa (França/Alemanha/Holanda/Letônia/Romênia) Un simple accident, de Jafar Panahi (Irã)
UN CERTAIN REGARD
A Pale View of the Hills (Tôi Yamanamino Hikari), de Kei Ishikawa (Japão) Aisha Can’t Fly Away, de Morad Mostafa (Tunísia/Qatar/Egito) Eleanor the Great, de Scarlett Johansson (EUA) Homebound, de Neeraj Ghaywan (Índia) Karavan, de Zuzana Kirchnerová (República Checa/Itália/Eslováquia) La misteriosa mirada del flamenco, de Diego Céspedes (Chile/França/Alemanha/Bélgica/Espanha) L’inconnu de la Grande Arche, de Stephane Demoustier (França) Le città di pianura, de Francesco Sossai (Itália) Météors, de Hubert Charuel (França) My Father’s Shadow, de Akinola Davies Jr. (Reino Unido) Once Upon a Time in Gaza, de Tarzan e Arab Nasser (Palestina) Pillion, de Harry Lighton (EUA) Promis le ciel, de Erige Sehiri (França/Tunísia/Qatar) Testa o croce?, de Alessio Rigo de Righi e Matteo Zoppis (Itália) The Plague, de Charlie Polinger (EUA) Urchin, de Harris Dickinson (Reino Unido)
FORA DE COMPETIÇÃO
Highest 2 Lowest, de Spike Lee (EUA/Japão) La Femme la plus riche du Monde, de Thierry Klifa (França/Bélgica) La venue de l’avenir, de Cedric Klapisch (França) Missão: Impossível – O Acerto Final, de Christopher McQuarrie (EUA/Reino Unido) Vie Privée, de Rebecca Zlotowski (França)
CANNES PREMIÈRE
Amrum, de Fatih Akin (Alemanha) Connemara, de Alex Lutz (França) La Ola, de Sebastián Lelio (Chile/EUA) Orwell: 2+2=5, de Raoul Peck (França/EUA) Splitsville, de Michael Angelo Covino (EUA) The Disappearance of Josef Mengele (Das Verschwinden Des Josef Mengele), de Kirill Serebrennikov (França/México/Alemanha/Reino Unido/Espanha)
SESSÕES ESPECIAIS
Bono: Stories of Surrender, de Andrew Dominik (EUA) Dites-lui que je l’aime, de Romane Bohringer (França) The Magnificent Life of Marcel Pagnol, de Sylvain Chomet (França/Bélgica/EUA/Luxemburgo)
SESSÃO DA MEIA-NOITE
8-ban deguchi, de Genki Kawamura (Japão) Dalloway, de Yann Gozlan (França) Sons of the Neon Night (Feng Lin Huo Shan), de Juno Mak (Hong Kong)
FILME DE ABERTURA Partir un jour, de Amélie Bonnin (França) (fora de competição)
Edvana Carvalho e Noélia Montanhas: atrizes do curta cearense Fenda
Foram anunciados nesta quarta-feira, 09/04, no Cine Glauber Rocha, em Salvador, os vencedores da 20ª edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, que contou com mostras competitivas, atividades paralelas e diversos convidados.
Na Competitiva Nacional, um documentário sobre a tentativa de fazer um filme, Mambembe, de Fabio Meira, foi o longa vencedor. O Júri Oficial justificou a escolha “pela forma original em que usa o encadeamento de duas narrativas paralelas, transitando entre a ficção e o documentário com fluidez”. A produção goiana ganhou ainda o prêmio de melhor montagem para Affonso Uchoa, Fabio Meira e Juliano Castro. O trio do júri elegeu também Como Nasce um Rio, de Luma Flôres, como melhor curta-metragem“pela maneira lúdica que o filme aborda a sensualidade feminina com delicadeza e lirismo”; o filme também foi o escolhido pelo júri das associações.
Com emoções que transbordam da tela, o documentário WR Discos: Uma invenção Cultural, de Nuno Penna e Maira Cristina, venceu a categoria principal da Competitiva Baiana: “Ao afirmar a potência do seu lugar e dos seus, e insistir, um estúdio de gravação em Salvador criou as condições para a invenção de uma música baiana que conquistou o mundo e deixou um legado inestimável para a cultura musical de todo um povo”, justificou o júri, afirmando que os diretores “reconstroem essa história desde dentro, dos bastidores”.
O documentário Quem é Essa Mulher?, de Mariana Jaspe, que resgata a história da baiana que foi a primeira médica negra do Brasil, foi o longa baiano escolhido pelo Júri das Associações (APAN, APC e Autorais) e pelo voto popular em Cachoeira: “Pela direção precisa e inventiva que transforma uma investigação histórica em uma jornada cinematográfica de descobertas e revelações”, afirmou o júri. O filme ganhou ainda como melhor roteiro, escrito por Mariana Jaspe e Muriel Alves com a colaboração de Ricardo Gomes e Flávia Vieira.
Entre os curtas-metragens da Competitiva Baiana, os destaques foram Ymburana, dirigido por Mamirawá em codireção com Rômulo G. Pankararu e Maria K. Tucumã, escolhido pelo Júri Oficial; e Tigrezza, de Vinicius Eliziário, vencedor da categoria pelo júri das associações e pelo voto popular em Cachoeira.
Além disso, WR Discos e Ymburana receberam um prêmio em dinheiro concedido pelo Instituto Flávia Abubakir, no valor de R$ 50 mil e R$ 10 mil, respectivamente. Os demais vencedores escolhidos pelos júris oficiais das competitivas Nacional e Baiana ganharam prêmios em serviços oferecidos pelas empresas Mistika, Naymovie, Griot e MD Filmes, além do troféu do Panorama Internacional Coisa de Cinema.
O Júri Oficial deste ano foi formado por: Ana Souza, Érico Rassi e Wilson Rabelo na Competitiva Nacional; Émilie B. Guérette, Flávia Cândida e Lucas Coelho na Competitiva Baiana; e Carlos Roberto, Enoe Lopes e Rubian Melo na Competitiva Internacional. O Júri Associações contou com: Natan Fox, da APAN, Associação de Profissionais do Audiovisual Negro, Priscilla Andreata, da APC Bahia, Associação de Produtores e Cineastas da Bahia e Rogério Cathalá, da AUTORAIS, Associação de Autores Roteiristas da Bahia na Competitiva Baiana; e Carol Tanajura, da BRADA, Juliane Almeida, da API, Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro e Leonardo Silva, da GAMA, Associação de Empresas de Games e Animação na Competitiva Nacional.
No Prêmio Canal Brasil de Curtas, entregue pela primeira vez no Panorama, o júri, composto por Amanda Aouad Almeida, Bianca Moreira Silva Carneiro e Roberto Harfush Midlej, escolheu o filme cearense Fenda, de Lis Paim, com Edvana Carvalho, Noélia Montanhas e Monique Cardoso no elenco. A produção recebeu o Troféu Canal Brasil e um prêmio no valor de R$ 15 mil, além de ir para a grade do canal, que exibe curtas-metragens diariamente em sua programação.
Conheça os vencedores do XX Panorama Internacional Coisa de Cinema:
COMPETITIVA NACIONAL | LONGA-METRAGEM | JÚRI OFICIAL
Melhor Filme: Mambembe, de Fabio Meira (GO) Melhor Direção: Milena Times, por Ainda Não é Amanhã Melhor Roteiro: O Deserto de Akin, escrito por Bernard Lessa Melhor Atuação: Mayara Santos, por Ainda Não é Amanhã Melhor Fotografia: O Silêncio das Ostras, por Petrus Cariry Melhor Direção de Arte: O Silêncio das Ostras, por Juliana Lobo Melhor Montagem: Mambembe, por Affonso Uchoa, Fabio Meira e Juliano Castro Melhor Som: A Queda do Céu, por Marcos Lopes
COMPETITIVA NACIONAL | CURTA-METRAGEM | JÚRI OFICIAL
Melhor Filme: Como Nasce um Rio, de Luma Flôres (BA)
COMPETITIVA BAIANA | JÚRI OFICIAL
Melhor longa: WR Discos: Uma Invenção Musical, de Nuno Penna e Maira Cristina Melhor curta: Ymburana, de Mamirawá Melhor Direção: DF Fiuza, por Palavra Melhor Roteiro: Quem é Essa Mulher?, escrito por Mariana Jaspe e Muriel Alves Melhor Fotografia: Na Volta eu te Encontro, por Gabriel Teixeira Melhor Atuação: Gilson Ferreira e Durval Braga, por O Amor Não Cabe na Sala Melhor Montagem: Catadoras, por Igor Caiê Amaral Melhor Direção de Arte: Meu Pai e a Praia, por Alice Braz Melhor Som: Na Volta eu te Encontro, por Dudoo Caribe e Danilo Duarte
COMPETITIVA INTERNACIONAL
Melhor Longa: Caminhando no Escuro (Marching in the Dark), de Kinshuk Surjan (Índia/Holanda/Bélgica) Melhor Curta: Sal Marinho (Sea Salt), de Leila Basma (Líbano/Qatar)
COMPETITIVA NACIONAL | JÚRI JOVEM
Melhor longa: Ainda Não é Amanhã, de Milena Times (PE) Melhor curta: Vollúpya, de Eri Sarmet e Jocimar Dias Jr. (RJ)
COMPETITIVA BAIANA | JÚRI JOVEM
Melhor longa: Catadoras, de Dayse Porto Melhor curta: Bárbara, de Vilma Carlas Martins
OUTROS PRÊMIOS
PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS Fenda, de Lis Paim (CE)
JÚRI DAS ASSOCIAÇÕES | APAN, APC, AUTORAIS | COMPETITIVA NACIONAL Melhor longa: O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel (MG) Melhor curta: Como Nasce um Rio, de Luma Flôres (BA)
JÚRI DAS ASSOCIAÇÕES | APAN, APC, AUTORAIS | COMPETITIVA BAIANA Melhor longa: Quem é essa Mulher?, de Mariana Jaspe Melhor curta: Tigrezza, de Vinicius Eliziário
JÚRI POPULAR CACHOEIRA Melhor Longa Baiano: Quem é essa Mulher?, de Mariana Jaspe Melhor Curta Baiano: Tigrezza, de Vinicius Eliziário
PRÊMIO IGUALE | PanLab de Montagem Ama Mba’é Taba Ama, montado por Maurizio Morelli e dirigido por Gal Solaris e Nádia Akawã Tupinambá: ganhou recurso de acessibilidade (legendagem descritiva ou Libras)
PRÊMIO ATELIER RURAL | PanLab de Montagem Ópera dos Sapos, montado por Daniel Correia e Higor Gomes, e dirigido por Ulisses Arthur Bomfim Macedo: ganhou uma semana de pós-produção com hospedagem no local
PRÊMIO PARADISO MULTIPLICA | PanLab de Roteiro O longa Colmeias, de Bruna Laboissière, e os curtas Dois Reais e um Sonho, de Isadora Lis, e Pra Quando Ela Chegar, de Antonio Victor Simas: ganharam uma consultoria pela Rede Paradiso Multiplica de Talentos
PRÊMIO AEXIB | Seminário de Exibição O Último Azul, de Gabriel Mascaro: exibição garantida em pelo menos 40 salas de cinema
PRÊMIO PROJETO PARADISO O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel: ganhou R$ 10 mil para investimento em distribuição