A Morte do Cinema e do Meu Pai Também

por: Cinevitor

mortedocinemapaiposter1The Death of Cinema and My Father Too

Direção: Dani Rosenberg

Elenco: Roni Kuban, Marek Rozenbaum, Natan Rosenberg, Ina Rosenberg, Noa Koler, Sabina Rosenberg, Ruth Farhi, Uri Klauzner, Wilma Neubert, Ben Paz, Daniela Doron, Hillel Ben Zeev Perlov, Alex Karol, Gal Rumbak, Tomer Schory, Ravid Maimon, Tzvi Bassin, Yonatan Bar Or, Pini Tavger, Deborah Arushas, Yoav Levi, Stefan Sarkisian, Aviv Soroker, Regev Amar, Yuval Segal, Sagi Leshem, Naomi Yoeli, Dani Muggia, Moran Ifergan, Dana Rosenberg, Miki Rosenberg, Ruthie Rosenberg, Gili Rosenberg, Lida Nerizon, Nadav Malkieli, David Ramzanov, Leonid Vandrov, Grigg Veri Shapira.

Ano: 2020

Sinopse: Misto de ficção e documentário, o filme acompanha o cineasta Assaf, que está prestes a ser pai pela primeira vez. Junto da família, ele recebe a notícia de um ataque iraniano iminente em Tel Aviv. Seu pai, Yoel, quer levar todos a um local seguro, em Jerusalém. Antes de irem, contudo, Assaf consegue convencer Yoel a interpretar o protagonista do seu novo filme, que transforma o mundo da ficção em uma realidade agridoce.

Crítica: Logo no início de A Morte do Cinema e do Meu Pai Também, do cineasta israelense Dani Rosenberg, uma briga entre pai e filho é apresentada ao espectador. Ao que tudo indica, teremos um filme sobre relações conturbadas entre entes queridos. Porém, o caminho escolhido pelo diretor, que também assina o roteiro, é muito mais interessante: ele resolve brincar com o documentário dentro da ficção sem perder a emoção. Entre cenas da vida real, documentadas pelo próprio Rosenberg e que mostram seu pai enfrentando uma doença grave, ele realiza um retrato muito pessoal de sua vivência em relação à situação ao incluir uma narrativa ficcional para criar uma nova forma de contar uma história real. Na trama, um cineasta convence seu pai a protagonizar seu novo filme. Com isso, acompanhamos as dificuldades da produção nas filmagens, o entrosamento do elenco escolhido e os percalços no meio do caminho. A Morte do Cinema e do Meu Pai Também revela várias camadas ao longo dos seus 103 minutos de projeção. Aqui, vemos um filme dentro do filme dentro de outro filme; ou seja, o documentário sugere a ficção e a ficção cria uma atmosfera documental encenada dentro dessa narrativa. O longa traz momentos muito divertidos entre seus protagonistas, tanto os atores como os personagens reais, que mesclam perfeitamente com situações mais zelosas. Tendo sua vida pessoal como pano de fundo, sem cair no narcisismo enervante, Dani Rosenberg também aproveita para contextualizar o espectador em suas escolhas profissionais. Isso fica ainda mais evidente quando insere trechos de curtas-metragens antigos e caseiros, que realizava na infância ou adolescência, provavelmente, com seu pai como ator principal. Essas inserções excepcionais se completam ainda mais nessa atmosfera fictícia e documental proposta pelo diretor. A Morte do Cinema e do Meu Pai Também é uma bela homenagem ao progenitor do cineasta, que, ao mesmo tempo, encontra na própria arte uma maneira de retratar a importância dela em sua vida; e de como o cinema pode ser um antídoto e uma distração para sua própria dor. Mais pessoal e íntimo do que isso, impossível. (Vitor Búrigo)

*Filme visto na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Nota do CINEVITOR:

nota-4-estrelas

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