Conheça os vencedores do 29º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários

por: Cinevitor
Pedro Fiuza: diretor do curta premiado A Edição do Nordeste

Foram anunciados neste sábado, 13/04, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, os vencedores da 29ª edição do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, principal evento dedicado ao audiovisual não ficcional na América Latina, fundado e dirigido por Amir Labaki.

A programação exibiu, de forma gratuita, um total de 77 títulos, de 34 países, entre longas e curtas-metragens, em salas de cinema de São Paulo e do Rio de Janeiro. Suas retrospectivas celebraram o cineasta britânico Mark Cousins e o centenário de um dos grandes expoentes do audiovisual brasileiro, Thomaz Farkas.

O júri das competições brasileiras foi composto pela documentarista, historiadora, professora e ativista Edileuza Penha de Souza; pela editora de som Miriam Biderman e pelo cineasta Walter Lima Jr. Dirigido por Renato Barbieri, Tesouro Natterer foi eleito o vencedor da Competição Brasileira de longas ou médias-metragens e recebeu o prêmio de R$ 20.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade. A justificativa do júri diz: “Pelos compromissos com pesquisa, com o tempo e a memória, pela bela fotografia”.

O melhor curta-metragem brasileiro, eleito pelo mesmo júri, foi As Placas São Invisíveis, de Gabrielle Ferreira, que recebeu como prêmio R$ 6.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade. A justificativa diz: “Pelo convite de refletir sobre a invisibilidade das barreiras sociais, políticas e econômica, que muitas vezes impedem a plena participação de todos os indivíduos na sociedade e, consequentemente, no acesso à permanência ao ensino superior público e de qualidade”.

Foi outorgada Menção Honrosa para Aguyjevete Avaxi’i, de Kerexu Martim: “Pelo cuidado, pela poesia, mas sobretudo pela reconstrução da vida. Pelo semear, acompanhar, crescer, colher, debulhar, preparar e alimentar. Como diria Chico Buarque, ‘Afagar a terra. Conhecer os desejos da terra. Cio da terra, a propícia estação. E fecundar o chão'”, disse o júri.

Documentário premiado: Tesouro Natterer, de Renato Barbieri

Para as competições internacionais, o time de jurados foi formado pela cineasta brasileira Helena Solberg, pelo cineasta e crítico britânico Mark Cousins e pelo realizador e produtor brasileiro Sérgio Tréfaut. O grande vencedor da Competição Internacional de longas ou médias-metragens foi o alemão Cento e Quatro, dirigido por Jonathan Schörnig. Para o júri: “Um filme que olha para uma das mais importantes questões dos nossos tempos, imigração, de uma forma crua, envolvente e cheia de adrenalina. À medida que se desenrola em tempo real, percebemos que este filme deveria ser visto em todos os lugares”. O longa recebeu R$ 12.000 e o Troféu É Tudo Verdade.

O júri concedeu Menção Honrosa para Diários da Caixa Preta, de Shiori Ito: “Um excepcional, corajoso e profundamente emocionante retrato de uma mulher resistindo ao poder masculino. Sua persistência e rigor jornalístico ajudaram a mudar a lei no Japão”; e uma Menção Especial para Zinzindurrunkarratz, de Oskar Alegria, “uma generosa e sensorial peregrinação experimental pela memória e pelo som”.

Só a Lua Entenderá, dirigido por Kim Torres, foi eleito o melhor curta-metragem internacional, e recebeu R$ 6.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade. Segundo o júri oficial: “Um retrato poético e onírico da infância e do envelhecimento. Um filme de momentos mágicos”.

Reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos como um festival classificatório para o Oscar, o É Tudo Verdade qualifica automaticamente as produções vencedoras nas competições brasileira e internacional de longas/médias-metragens e de curtas-metragens para inscrição direta visando a disputa da estatueta dourada para melhor documentário.

Na cerimônia desta 29ª edição também foram anunciados alguns prêmios paralelos, como o Prêmio Canal Brasil de Curtas no valor de quinze mil reais; o vencedor, escolhido pelo júri formado por Ana Paula Barbosa, Janda Montenegro, Paola Piola, Raphael Camacho e Ricardo Ferreira foi o potiguar A Edição do Nordeste, de Pedro Fiuza. A justificativa diz: “Por apresentar uma montagem criativa sobre a cultura e imaginário nordestino através do cinema”. E mais: o Prêmio Mistika, no valor de R$ 8.000,00 em serviços de pós-produção digital, foi anunciado junto ao prêmio oficial de melhor curta-metragem brasileiro; e teve também o Prêmio EDT, da Associação de Profissionais de Edição Audiovisual, para a melhor montagem de um curta e um longa.

Conheça os vencedores do É Tudo Verdade 2024:

COMPETIÇÃO BRASILEIRA | JÚRI OFICIAL

MELHOR DOCUMENTÁRIO | LONGA OU MÉDIA-METRAGEM
Tesouro Natterer, de Renato Barbieri

MELHOR DOCUMENTÁRIO | CURTA-METRAGEM
As Placas são Invisíveis, de Gabrielle Ferreira

MENÇÃO HONROSA
Aguyjevete Avaxi’i, de Kerexu Martim

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | JÚRI OFICIAL

MELHOR DOCUMENTÁRIO | LONGA OU MÉDIA-METRAGEM
Cento e Quatro (Einhundertvier), de Jonathan Schörnig (Alemanha)

MENÇÃO HONROSA
Diários da Caixa Preta (Black Box Diaries), de Shiori Ito (Japão/EUA/Reino Unido)

MENÇÃO ESPECIAL
Zinzindurrunkarratz, de Oskar Alegria (Espanha)

MELHOR DOCUMENTÁRIO | CURTA-METRAGEM
Só a Lua Entenderá (Solo la Luna Comprenderá), de Kim Torres (Costa Rica/EUA)

PREMIAÇÕES PARALELAS

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS
A Edição do Nordeste, de Pedro Fiuza

PRÊMIO EDT (Associação de Profissionais de Edição Audiovisual)
Melhor Montagem | Longa: Fernanda Young: Foge-me ao Controle, por Ítalo Rocha
Melhor Montagem | Curta: Utopia Muda, por Lucas Lazarini e Julio Matos

Foto: Marcos Finotti/Divulgação.

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