CineAlter 2021: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do longa A Mãe de Todas as Lutas, de Susanna Lira.

O CineAlter, Festival Latino-Americano de Cinema de Alter do Chão, acontecerá entre os dias 18 e 23 de novembro em formato presencial, e entre os dias 18 e 28 do mesmo mês em plataforma de streaming, com exibição de mais de 50 filmes, entre longas e curtas metragens, regionais, nacionais e latino-americanos, priorizando um recorte identitário e territorial, distribuídos em cinco mostras, sendo uma competitiva e quatro paralelas.

Para esta edição, o evento traz a atriz e diretora Lucélia Santos como embaixadora e terá como filme de abertura o longa A Última Floresta, de Luiz Bolognesi, premiado no Festival de Berlim. O documentário Me Chama que Eu Vou, de Joana Mariani, cinebiografia do cantor Sidney Magal, será o filme de encerramento

O CineAlter terá uma edição híbrida com exibições gratuitas totalmente on-line para o território brasileiro e o exterior e uma programação presencial na Vila de Alter do Chão, no Pará, eleita o melhor destino turístico do Brasil pelo Prêmio UPIS de Turismo em 2021. O evento também conta com uma programação multicultural presencial com uma diversidade de artistas regionais como Chico Malta, Suraras do Tapajós, As Karuana, Dan Selassie, Rawi, Priscila Castro, El Puxirum, entre outros. Os vencedores serão agraciados com o Troféu Muiraquitã

O destaque das apresentações culturais ficará por conta de Felipe Cordeiro, artista que tem como principal marca o pioneirismo na fusão de estilos populares amazônicos com a vanguarda pop. Em seu trabalho a sonoridade definida como pop tropical traz influências da guitarrada, carimbó, cúmbia e música eletrônica; o show será gratuito. 

O CineAlter promove o intercâmbio de saberes, conhecimentos e difusão do cinema e do audiovisual, com enfoque na visão de sustentabilidade, de pluralidade cultural e de uma economia compatível com a conservação da natureza. A seleção de todos os filmes para a edição de 2021 parte do olhar de uma equipe imbuída na busca por produções que tragam em suas narrativas o foco em temas identitários, territoriais, étnicos e socioambientais, abordando, sobretudo, as culturas, povos, pessoas e suas singularidades.

“Entendemos o nosso festival como uma ferramenta propulsora da cena audiovisual na Amazônia, ao abrir espaço de difusão para produções locais e com a participação das comunidades locais; ao mesmo tempo que promovemos um intercâmbio com países vizinhos latino-americanos para tratar, por meio do cinema, de temáticas que nos aproximam. Para Alter do Chão, o estado do Pará e realizadores do continente, um fomento à cultura audiovisual e ao turismo. Além de uma troca de experiências e narrativas com recorte social, sociocultural e socioambiental”, disse Raphael Ribeiro, diretor do festival.

Sobre a seleção, a Mostra Samaúma, em caráter competitivo, traz filmes latino-americanos com um enfoque sobre a vida, a criatividade e beleza para descrever cotidianos, desafios, alternativas, vivências diante da pandemia e outras crises. Dores, mas também surpresas de construção de novos caminhos e personagens da nossa diversidade contemporânea. 

Além da competitiva, o evento conta com quatro mostras paralelas. A Mostra Açaizeiro apresenta produções em longas e curtas-metragens feitas por paraenses, com linguagem e abordagem livres e recortes nas suas mais variadas regiões e especificidades; a Mostra Seringueira, traz o retrato, as vivências, e o relato dos povo indígenas que, em sua essência, não pertencem à violência do avanço sobre a natureza e ao individualismo da contemporaneidade e têm muito a nos ensinar; a Mostra Castanheira apresenta em sua programação clássicos feitos por amazônidas e sobre amazônidas, sua cultura, suas vivências e desafios. Obras históricas, que levam o cinema feito na Amazônia para diversos cantos do mundo; e a Mostra Ypê, que revela histórias de periferia e comunidades locais realizadas em projetos de formação audiovisual, com linguagem experimental, produções de baixo custo e equipamentos alternativos. As mostras do CineAlter possuem nomes das árvores nativas da Amazônia.

Conheça os filmes selecionados para o CineAlter 2021:

MOSTRA SAMAÚMA | COMPETITIVA | LONGA-METRAGEM

A Mãe de Todas as Lutas, de Susanna Lira (Brasil)
A Pedreira, de Miguel Barreda (Peru)
BR Acima de Tudo, de Fred Rahal Mauro (Brasil)
Edna, de Eryk Rocha (Brasil)
O Reflexo do Lago, de Fernando Segtowick (Brasil)
Os Irmãos Afros, de Wisny Dorce (Argentina)

MOSTRA SAMAÚMA | COMPETITIVA | CURTA-METRAGEM

A Bezendeira, de Wallace Abreu (Brasil)
Ailin na Lua (Ailin en La Luna), de Claudia Ruiz (Argentina)
Alternativas Felizes para Quando o Sol Não Vem, de Juliana Santana (Brasil)
Alunagem (Aluzinagem), de Melany Mora (Costa Rica)
La Ramada, de Fernando Torres (Peru)
Manual: Como Conter uma Raça Poderosa, de Marcelo Ricardo e Vagner Jesus (Brasil)
Mara, A Jornada da Elefanta (Mara, el viaje de la elefanta), de Luciano Nacci (Argentina)
Medo da Chuva em Noite de Frio, de Victor Hugo Fiuza (Brasil)
Megg – A Margem que Mira no Centro, de Larissa Nepomuceno Moreira e Eduardo Sanches (Brasil)
Meninos Rimam, de Lucas Nunes (Brasil)
Meus Santos Saúdam Teus Santos, de Rodrigo Antonio (Brasil)
O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader (Brasil)
O Mago Georges (El Mago Georges), de Katalin Egely (Hungria)
O Resto, de Pedro Gonçalves (Brasil/Portugal)
Ribeirinhos do Asfalto, de Jorane Castro (Brasil)
Utopia, de Rayane Penha (Brasil)

MOSTRA AÇAIZEIRO | LONGA-METRAGEM

Boi Pavulagem é Boi do Mundo, de Homero Flávio e Úrsula Vidal (Brasil)
IDAYUÁ As Cores do Xingu, de Val Araújo (Brasil)
Minha Vida por um Fio, de Anna Karla Lima e Diego Alano Pinheiro (Brasil)
O Rio das Amarguras, de Emano Loureiro (Brasil)

MOSTRA AÇAIZEIRO | CURTA-METRAGEM

A Guerreira Gavião, de Robson Messias (Brasil)
Assustado, de San Marcelo (Brasil)
Ervas e Saberes da Floresta, de Zienhe Castro (Brasil)
Facão que Abre Caminhos, de Witalo Costa Silva (Brasil)
Matinta, de Fernando Segtowick (Brasil)
O que é Sairé?, de Fábio Barbosa (Brasil)
Ribeirinhos do Asfalto, de Jorane Castro (Brasil)

MOSTRA SERINGUEIRA | LONGA-METRAGEM

Aikewara, de Célia Maracajá e Luiz Arnaldo Campos (Brasil)
Hiper Mulheres, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro (Brasil)

MOSTRA SERINGUEIRA | CURTA-METRAGEM

Ãgawaraitá: Histórias Amazônicas, de Priscila Tapajowara (Brasil)

MOSTRA CASTANHEIRA

Açaí com Jabá, de Alan Rodrigues, Marcos Daibes e Walério Duarte (Brasil)
Meu Tempo Menino, de Emanoel Loureiro (Brasil)
Naiá e a Lua, de Vinícius Casimiro (Brasil)
Nossa Força é a Nossa União, de Paulo Maldos (Brasil)
Um Dia Qualquer, de Líbero Luxardo (Brasil)
Ver o Peso, de Januário Guedes, Sônia Freitas e Peter Roland (Brasil)

MOSTRA YPÊ

A Quinta do Mestre e a Sereia, de Luciana França (Brasil)
Mulheres da Periferia e Suas Lutas, de Liege Costa (Brasil)
O Castigo de João Pescador, de Glenda Kumaruara (Brasil)
O Kurumim Pretinho, de projeto Vídeo Cartas Tapajós (direção coletiva) (2021)
O Menino Encantado, de Ademir Santos (Brasil)
O Mistério da Mangueira, de Juci Bentes (Brasil)
O Pescador de Akayú Wasú, de Delton Arapyun (Brasil)
Os Guimarães, de Udirley Andrade (Brasil)
Turismo no PAE Lago Grande, de Ricardo Aires (Brasil)

Foto: Gabriella Fischer.

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