Cine Terreiro 2023: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta amazonense Festa de Pajés, de Iberé Perissé

O Cine Terreiro é um festival que procura enaltecer e prestigiar o patrimônio imaterial de matriz afro-brasileira e indígena, abraçando também vertentes como o neoxamanismo, e realiza exibição de filmes relacionados a esses temas como motor para enriquecer o respeito e pertencimento dessas culturas.

Com isso, o evento potiguar pretende formar um público interessado em assistir e discutir filmes sobre esses assuntos, que envolvem mito, religiosidade e cultura de terreiros; e, com isso, contribuir para a diminuição da segregação e preconceito contra esses grupos. 

Para esta terceira edição, o Festival Cine Terreiro – Filmes que ligam ao Sagrado recebeu 163 títulos inscritos; 59 de cidades do Nordeste, 68 de cidades do Sudeste, 16 de cidades do Centro-Oeste, 14 de cidades do Sul, 3 de cidades do Norte e 3 de países estrangeiros.

O festival começou com uma Mostra Retrospectiva em outubro. Depois disso, os selecionados para as principais mostras, Grão e Mar, de curtas-metragens, e também para a Mostra Especial, com longas, médias e curtas, serão exibidos presencialmente em três casas religiosas do Rio Grande do Norte entre os dias 8 e 10 de dezembro: estátua de Iemanjá, na Praia do Meio, em Natal; Casa Candomblé Ilé Àse Ògun Bíolà, em Nísia Floresta, aos cuidados do zelador Bàbá Adolfo Ramos; e Casa de Xamanismo Acauã, em Parnamirim. Vale lembrar que os filmes também estarão disponíveis virtualmente no site oficial até 17 de dezembro.

O festival, idealizado por Rodrigo Sena, trata-se de uma grande reunião de obras e linguagens artísticas que possuem alguma relação em seu enredo com a espiritualidade exercida em terreiros de herança afro-indígena no Brasil. Os filmes abordados no 3º Cine Terreiro enfatizam a ligação humana com o Sagrado. A proposta é proporcionar aos espectadores um ambiente de entretenimento e cultura, oferecendo um lugar acolhedor.

Neste ano, o 3º Cine Terreiro traz como homenageado uma grande liderança das causas indígenas: José Luiz Soares, o Cacique Luiz Katu. Professor da primeira escola indígena do Rio Grande do Norte, também atua como pedagogo e pesquisador. É coordenador da APIRN, Articulação dos Povos Indígenas no RN, e da microrregional da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME). Além disso, coordena o coletivo Etnokatu e os Guardiões Potiguaras Katu. Ele tem também extensa participação em produções audiovisuais locais, como os filmes: Lendas do Catu, Nova Amsteradã, A Tradicional Família Brasileira Katu e Antes do Livro Didático, o Cocar.

O Cine Terreiro 2023 é realizado pela Ori Audiovisual, Cruzeiro Filmes, Cirandas Coletivo de Assessorias, em parceria com a Bobox Produções, de Arlindo Bezerra, e apoio da Prefeitura Municipal do Natal; conta também com apoio do Acarajé da Jari e Tets Studio. Na edição deste ano, o festival é realizado de forma independente por meio de recursos próprios de seus colaboradores.

Conheça os filmes selecionados para o Cine Terreiro 2023:

MOSTRA GRÃO

Dona Taquariana, uma Cabocla Brasileira, de Abimaelson Santos (MA)
Estela, a Menina Maraguá, de Sofy Mazaro (SP)
Festa de Pajés, de Iberé Perissé (AM)
Mané, de Arlindo Cardoso, Karina de Magalhães, Lucas Cardoso e Paula Fernandes (AL)
Meu Lugar no Mundo, de Coletivo Erê Sankofa (PE)
O Brilho da Herança, de Junior Machado (SP)
Terreiro, de Beatriz Barros (PE)
Ytwã, de Kian Shaikhzadeh (BA)

MOSTRA MAR

Amaná, de Antonio Fargoni (CE)
Aracati, de Veruza Guedes (PB)
Camorim, de Renan Barbosa Brandão (RJ)
Dia de Preto, de Beto Oliveira (SP)
Dorme Pretinho, de Lia Leticia (PE)
João de Una Tem um Boi, de Pablo Monteiro (MA)
Nhãndê kuery mã hi’ãn rivê hê’yn: Não Somos Apenas Sombras, de Dino Menezes (SP)
Pedro e Inácio, de Caio Dornelas (PE)

MOSTRA ESPECIAL

Àkàrà, no Fogo da Intolerância, de Claudia Chavez (BA)
Alaroke: Uma História de Culto aos Orixás em Sergipe, de Lucas Cachalote (SE)
Benção, de Felipe Pedrosa (MG)
Curai-vos, de Clementino Junior (RJ)
Encruzilhada, de Silvio Guedes (RN)
Lá na Cigana, de Nilce Braga (MA)
Lá nas Matas Tem, de Pedro Aspahan e César Guimarães (MG)
Nengua Guanguacesse, de Carla Nogueira e George Teixeira (BA)
Patuá, de Renaya Dorea (RJ)
Respeita Nosso Sagrado, de Fernando Sousa, Gabriel Barbosa e Jorge Santana (RJ)
Tambu, de Leandro César (MG)

Foto: Divulgação.

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