Na terça-feira, 20/09, segundo dia da 29ª edição do Festival de Cinema de Vitória, a programação contou com a exibição de curtas-metragens das mostras Festivalzinho, Outros Olhares e Corsária no período vespertino, além de diversas atividades paralelas.
Depois, no Centro Cultural Sesc Glória, foi a vez da Mostra Competitiva Nacional de Curtas com O Dendê do Mestre Didi, de Beth Formaggini; Manhã de Domingo, de Bruno Ribeiro; Sideral, de Carlos Segundo; e Infantaria, de Laís Santos Araújo.
A noite encerrou com a exibição do longa em competição A Mãe de Todas as Lutas, da diretora Susanna Lira, de Torre das Donzelas, Mussum, um filme do Cacildis, Adriano Imperador, entre outros. O filme apresenta uma narrativa que recorre à memória para vislumbrar um futuro de mudanças sob a ótica feminina. O documentário acompanha a trajetória de Shirley Krenak e Maria Zelzuita, mulheres que estão na frente da luta pela terra no Brasil. Shirley traz a missão de honrar as mulheres e a sabedoria das Guerreiras Krenak, da região de Minas Gerais. Maria Zelzuita é uma das sobreviventes do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, e suas trajetórias nos ligam ao conceito da violência e apropriação do corpo feminino.
No palco do Teatro Glória, Susanna discursou: “É muito raro que um documentário esteja na mostra competitiva de longas junto com outras ficções. Fico muito feliz e agradeço demais à curadoria. Esse filme eu fiz durante a pandemia e é um filme muito difícil porque é sobre a luta pela terra no Brasil pelo olhar de duas mulheres: uma indígena e uma negra, que são as pessoas que estão no front dessa luta. Espero que vocês aprendam com essas duas mulheres, porque elas me ensinaram muito”.
A diretora também aproveitou para saudar Bete Mendes, a homenageada nacional deste ano: “Estou muito feliz que o filme será exibido em um festival que está homenageando Bete Mendes, uma atriz que tem um histórico político importantíssimo. Obrigada por tudo que você fez e faz por nós. Fazer cinema com cunho político e social é muito difícil, mas a gente resiste”.
Julio Matos e Coraci Ruiz no festival.
Outro documentário que marcou a programação da 29ª edição do Festival de Cinema de Vitória foi Germino Pétalas no Asfalto, de Coraci Ruiz e Julio Matos, exibido na quinta-feira, 22/09, no Teatro Glória.
A trama acompanha Jack, que inicia seu processo de transição de gênero quando o Brasil mergulha em uma onda de extremo conservadorismo. O filme mostra as transformações em sua vida e no país, atravessados por um governo de extrema direita e por uma pandemia devastadora. Através de um relato íntimo do cotidiano de Jack e seus amigos, vemos florescer uma rede de afeto e solidariedade que se constitui em meio a um contexto adverso.
“Esse filme é parte de um processo que vivenciamos na nossa casa, na nossa família, durante a transição de gênero do nosso filho mais velho. Fizemos um outro filme sobre esse processo, que é o Limiar, que participou do festival no último ano. E esse novo filme continua um pouco desse nosso processo, dessa nossa busca e investigação desse momento de misturar nossa vivência familiar com nosso trabalho como documentaristas”, disse Coraci no palco durante a apresentação do filme.
A noite de quinta-feira também foi marcada pela emocionante homenagem para a atriz Bete Mendes, que foi recebida no palco por Lucia Caus, diretora do festival, e Fabrício Noronha, Secretário da Cultura do Espírito Santo. Ovacionada pelo público, Bete discursou: “Muito obrigada! Eu estou muito emocionada! A gente é gente. Gente que sente, é gente que quer ser feliz. E vocês estão me dando uma das maiores felicidades da minha vida. Eu queria dizer que essa homenagem me deixa mais que emocionada, me deixa grata. Nós que lutamos pela arte, pela liberdade, pelo fazer cultural, lutamos pela democracia”.
A programação contou também com exibições de curtas-metragens em competição: Hospital de Brinquedos, de Georgina Castro; Como Respirar Fora D’água, de Júlia Fávero e Victoria Negreiros; Orixás Center, de Mayara Ferrão; e Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli.
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O aclamado e visionário diretor M. Night Shyamalan, de O Sexto Sentido, A Vila, Fragmentado, entre outros, voltará aos cinemas em breve com Batem à Porta, no original, Knock at the Cabin.
De férias em um chalé distante, uma jovem e seus pais são feitos reféns por quatro estranhos armados que exigem uma escolha inimaginável da família para evitar o apocalipse. Com acesso limitado ao mundo exterior, a família deve decidir no que realmente acredita antes que tudo esteja perdido.
O elenco conta com Dave Bautista, Jonathan Groff, Ben Aldridge, Nikki Amuka-Bird, Kristen Cui, Abby Quinn e Rupert Grint. O roteiro, baseado no best-seller O Chalé no Fim do Mundo, de Paul Tremblay, é assinado por Shyamalan ao lado de Steve Desmond e Michael Sherman.
Confira o trailer de Batem à Porta, que ainda não tem data de estreia definida:
A atriz receberá o Troféu Eusélio Oliveira pelo conjunto da obra.
A 32ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá entre os dias 7 e 13 de outubro, acaba de anunciar que Camila Pitanga, atriz, diretora e embaixadora da ONU Mulheres no Brasil, será uma das personalidades homenageadas deste ano.
Porta-voz de diferentes causas do país, a escolha de Camila vai ao encontro da edição do evento neste ano: mostrar os diferentes Brasis que cabem dentro do Brasil. A atriz será agraciada com o Troféu Eusélio Oliveira no sábado, dia 8 de outubro, mesmo prêmio recebido pelo seu pai, o também ator Antonio Pitanga, em 2018.
Camila Pitanga é um dos nomes mais celebrados das artes brasileiras. Formada em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro com habilitação em Teoria Teatral, consagrou-se vencedora do prêmio de melhor atriz pelo Festival do Rio com o longa Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, filme que marca o início de sua parceria com Beto Brant, cineasta com quem dirigiu o documentário sobre seu pai, Pitanga, elogiado pelo público e pela crítica que lhe concedeu o prêmio de melhor filme brasileiro na 40ª edição da Mostra de São Paulo.
A longa carreira da atriz no audiovisual começa aos cinco anos de idade no filme Quilombo (1986), de Cacá Diegues. Em 1991, ela começou os estudos no Tablado e, em seguida, debutou na televisão com a minissérie Sex Appeal, em 1993, da Rede Globo, que lhe abriu portas para diversas novelas de sucesso, como Fera Ferida, A Próxima Vítima, Porto dos Milagres, Mulheres Apaixonadas, Lado a Lado, Velho Chico, e o grande sucesso Paraíso Tropical.
Seu primeiro grande papel é visto em Caramuru – A Invenção do Brasil, de 2001, que expõe o talento da atriz para a comédia. De maneira seletiva, Camila escolhe principalmente os pequenos filmes e as produções ousadas, como Redentor, de Claudio Torres; O Signo do Caos, de Rogério Sganzerla; e Sal de Prata, de Carlos Gerbase. Vale destacar também sua participação na comédia popular Saneamento Básico, O Filme, produção de Jorge Furtado na qual divide a cena com Wagner Moura, Fernanda Torres, Lázaro Ramos e Paulo José.
Recentemente, no fim de 2021, após quase 20 anos de contrato com a Rede Globo, ela assinou com a plataforma de streaming HBO Max, onde, além de atuar em novas produções, abraça projetos como produtora executiva e criadora. Para as telonas, acaba de filmar a primeira etapa de Malês, filme dirigido por seu pai, Antonio Pitanga, ainda sem data de estreia definida; bem como é produtora executiva de Iemanjá, longa em fase de produção do diretor Carlos Saldanha, que transportará o universo dos orixás para o de super-heróis.
Anunciado anteriormente, a atriz e produtora Teta Maia e o músico Ednardo também serão homenageados nesta edição com o Troféu Eusélio Oliveira.
Cristiano Burlan e Marcélia Cartaxo na noite de abertura.
Maior evento de cinema e audiovisual do Espírito Santo e um dos principais do Brasil, o 29º Festival de Cinema de Vitória começou nesta segunda-feira, 19/09. Com apresentação de Johnny Massaro e Bryce Caniçali, a cerimônia de abertura aconteceu no Centro Cultural Sesc Glória.
Neste ano, a programação conta com mostras competitivas e exibição de 83 filmes ao longo do evento, debates com os realizadores, homenagens e atividades de formação. No palco, Larissa Caus Delbone Vieira, coordenadora executiva do festival, disse: “Estou emocionada com esse reencontro presencial com filmes inéditos”.
Na noite de abertura, as exibições começaram com a Mostra Foco Capixaba e cinco curtas-metragens: Marés, de Thais Helena Leite; Kikazaru, de Matheus Cabral; Latasha, de Alex Buck; Noites em Pandemia, de Ricardo Sá; e Makumba, de Emerson Evêncio. Na sequência, foi a vez da Mostra Competitiva Nacional de Longas com A Mãe, de Cristiano Burlan.
Roteirizado por Burlan e Ana Carolina Marino, o longa tem ao centro Maria, interpretada por Marcélia Cartaxo, uma mulher que procura seu filho que pode ter sido assassinado por policiais militares durante uma ação na vila onde moram. Maria embarca, então, numa jornada em busca desse filho, e precisa enfrentar a burocracia opressora das grandes metrópoles para poder vê-lo uma última vez. Assim, A Mãe coloca o foco em outro elemento afetado pelo genocídio sistemático nas periferias brasileiras: como ficam as matriarcas que perdem seus filhos e filhas?
O longa abriu a 29ª edição do festival.
O filme, que fez sua estreia no Festival de Málaga e rendeu o prêmio de melhor atriz coadjuvante para Debora Silva Maria, dá continuidade ao trabalho desenvolvido pelo diretor com documentários e ficções que visam trazer humanidade para as populações periféricas. A produção é assinada pela Bela Filmes, e tem coprodução da Filmes da Garoa e Cup Filmes.
Além de Cartaxo, que foi premiada recentemente no Festival de Gramado por sua atuação no longa, que também levou os kikitos de melhor direção e melhor desenho de som, o elenco conta com Dunstin Farias, Helena Ignez, Rubinho, Carlos Meceni, Hélio Cícero, Henrique Zanoni, Ana Carolina Marinho, Dinho Lima Flor, Mawusi Tulani, Gabriela Rabelo, Che Moais, André Luis Patrício, Walter Figueiredo, Eduardo Acaiabe, Kiko Marques, Gustavo Canovas, Tuna Dwek, Anna Zêpa, Badu Morais, Rodrigo Sanches, Esther Hwuang, Jordan Brigadeirão, entre outros.
No palco, Burlan e Marcélia apresentaram o filme: “Queria agradecer ao festival pela seleção e por estar aqui pela primeira vez e também ao lado dessa companheira de luta e de trabalho; essa força incrível da natureza que é Marcélia Cartaxo”, disse o diretor.
A atriz, que foi premiada no festival em 2019 por Pacarrete e O Seu Amor de Volta (Mesmo que Ele Não Queira) e homenageada no ano passado, também discursou: “Estou muito feliz de estar aqui mais uma vez! Estou contente também pelo fato de estarmos nessa luta, nessa resistência e fazendo o que a gente gosta. É muito importante mostrar a evolução do cinema brasileiro com todos esses artistas que temos. Sou uma representante das mulheres nesse universo tão diverso que proporciona espaços incríveis para nós. Nunca abandonem a arte. Precisamos sonhar grande. Amo essa vida”, finalizou sendo ovacionada pelo público.
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Natalia Solián no longa Huesera, de Michelle Garza Cervera.
Foram anunciados neste domingo, 18/09, os vencedores da 14ª edição do CINEFANTASY – Festival Internacional de Cinema Fantástico, considerado um dos principais festivais de vanguarda do cinema fantástico no continente e membro fundador da FANTLATAM – Aliança de Festivais de Cinema Fantástico da América Latina, com direção de Monica Trigo, Eduardo Santana e Filippo Pitanga.
A programação deste ano contou com mais de cem filmes, entre eles, 14 longas, 92 curtas-metragens e cinco filmes convidados da mostra Final Girls Berlin. As exibições aconteceram em diversos locais da cidade de São Paulo, como Reserva Cultural e Cine Satyros Bijou.
Conheça os vencedores do 14º CINEFANTASY:
LONGAS-METRAGENS *Júri: Claudia Ruiz, Francisco Cesar Filho, Javier Fernandez e Sérgio Alpendre
Melhor Filme: Huesera, de Michelle Garza Cervera (Peru/México) Melhor Direção: Michelle Garza Cervera, por Huesera Melhor Roteiro: Bipolar, escrito por Queena Li Melhor Atriz: Natalia Solián, por Huesera Melhor Ator: Fabrício Boliveira, por Mungunzá Menção Honrosa: Mundo Proibido, de Alê Camargo e Camila Carrossine (Brasil)
Justificativa de melhor filme: longa de estreia da mexicana Michelle Garza Cervera, Huesera impressiona pela maneira como somos assombrados pelo fantástico, numa trama envolvente e bem filmada sobre os medos da maternidade, sem deixar de lado questões que seguem atuais como mansplaining e gaslighting.
Justificativa da Menção Honrosa: Mundo Proibido, de Alê Camargo e Camila Carrossine cumpre o desafio de fazer uma aventura espacial inteiramente feita em 3D e produzida de forma independente. Esta menção propõe dar visibilidade ao cinema de animação latino-americano e também incentivar o apoio institucional estatal e privado, para estimular a criação de novas produções do cinema de animação brasileiro.
JÚRI POPULAR
Melhor longa-metragem: Mundo Proibido, de Alê Camargo e Camila Carrossine (Brasil) Melhor curta-metragem: Selo, de Alessandro Corrêa (Brasil)
INDICAÇÃO GRANDE PRÊMIO FANTLATAM 2023 Longa-metragem: O Olho e a Parede (The Eye And The Wall), de Javier del Cid (Guatemala) Curta-metragem: Blackout, de Rodrigo Grota (Brasil)
CURTA BRASIL FANTÁSTICO *Júri: Kátia Nascimento, Kiko Mollica e Pablo Ferreira
Melhor Filme: O Peixe, de Natasha Jascalevich
Justificativa: pela capacidade de criar o fantástico a partir de elementos cotidianos e investigando o prazer feminino.
CURTA HORROR *Júri: Laura Cánepa, Marcos DeBrito e Matheus Maltempi
Melhor filme: Cruzeiro (Cruise), de Sam Rudykoff (Canadá) Menção Honrosa: Amara, de Danielle Amaral e Fernando Pompeu Neto (Brasil)
Justificativa de melhor filme: pelo bom engajamento com o público, excelente direção de atores e ótimo valor de produção. A discussão do mundo do trabalho foi aliada ao gênero horror, trazendo desorientação e suspense com uma importante crítica social.
Justificativa da Menção Honrosa: pela sofisticação do desenho de produção e ousadia da linguagem cinematográfica.
CURTA FANTÁSTICO BLACK POWER *Júri: Maria Shu, Natara Ney e Raul Perez
Melhor Filme: Mil Vinny’s – Suíte Cachoeirana, de Luan Santos (Brasil)
Justificativa: pela inventividade na linguagem, por trazer a cidade como elemento central na narrativa, por utilizar a trilha sonora como fio condutor fugindo da reiteração de signos e por escolher uma montagem inteligente que brinca com a linguagem cinematográfica.
Melhor Filme: O Pulverizador (The Sprayer), de Farnoosh Abedi (Irã) Menção Honrosa: Alcançar o Vórtex (Alcanzar El Vortice), de Pedro Poveda (Espanha)
Justificativa de melhor filme: consideramos o apuro estético das técnicas de animação aliado à atualidade e emergência de sua denúncia política, bem como uma sensibilidade fina em sua composição visual poética que transmite diversas camadas de significados narrativos sem ser demagógico ou superficial.
Justificativa da Menção Honrosa: gostaríamos de registrar menção honrosa pelo despojamento, utilização adequada e criativa da linguagem do curta-metragem e perspicácia no uso do humor sarcástico como crítica social.
Melhor Filme: Futuros Amantes, de Jessika Goulart (Reino Unido) Menção Honrosa: Triskelion, de Jessica Raes (Bélgica)
Justificativa de melhor filme: nosso prêmio principal vai para um filme que une diversas dimensões do fantástico para falar, acima de tudo, de afeto. Com produção enxuta, roteiro e direção bem construídos, o filme nos apresenta uma ficção científica em um Brasil futurista e distópico, mas em que ainda há espaço para, o que de fato vai nos salvar, o amor.
Justificativa da Menção Honrosa: a curadoria nos revelou um olhar plural e instigante sobre o universo fantástico construído por mulheres de diversos países. Nossa menção honrosa vai para um filme que nos conta uma história com encantamento e poesia, com domínio da técnica de animação para narrar, de forma original, a origem de um símbolo já tão propagado mas, na verdade, pouco compreendido.
CURTA FANTASIA *Júri: Danilo do Carmo, Euller Felix e Helena Vieira
Melhor Filme: Lã Quente (Hot Wool), de Tony Olsen (Nova Zelândia) Menção Honrosa: Valentina Versus, de E. M. Z. Camargo e Anne Lise Ale (Brasil)
Justificativa de melhor filme: o premiado volta à uma das fontes primordiais do fantástico, o universo das fábulas. A montagem do filme traz a precisão da contação de histórias aprimoradas ao longo de gerações dessa tradição para a forma cinematográfica. Personagens arquetípicos e uma estética de época tornam atemporal uma narrativa nova e original.
Justificativa da Menção Honrosa: por trazer às telas a discussão do machismo e comportamento tóxico do universo dos games utilizando os recursos narrativos e estéticos desse mesmo universo. Temas tão caros a sociedade contemporânea são tratados em linguagem jovem através de uma narrativa que submerge junto com seus protagonistas no universo fantástico dos games e jogos de RPG.
CURTA AMADOR/ESTUDANTE *Júri: Diaulas Ulysses, Marciel Consani e Priscila Machado
Melhor Filme: A Botija, o Beato e a Besta-fera, de Túlio Beat (Brasil) Menção Honrosa: O Prazer de Matar Insetos, de Leonardo Martinelli (Brasil)
Justificativa de melhor filme: pela direção bem conduzida do elenco dentro da proposta, além dos destaques para a primorosa direção de arte e os belos planos e enquadramentos da direção de fotografia. Merece destaque o trabalho de áudio e, particularmente da trilha sonora, que emprega elementos da identidade nordestina como o timbre da Rabeca e a escala modo mixolídio.
Justificativa da Menção Honrosa: chamou atenção principalmente pela forma que a narrativa foi construída, pela escolha dos elementos de arte e a bela atuação do elenco.
CURTA ANIMAÇÃO *Júri: Duarte Dias, Gabrielle Schauerhuber e Victor-Hugo Borges
Melhor Filme: Lágrimas do Sena (Les Larmes De La Seine), de Alice Letailleur (França) Menção Honrosa: Mesa, de João Fazenda (Portugal)
Justificativa de melhor filme: o filme tem impacto narrativo e técnico inquestionável, nos faz refletir sobre a banalidade da violência pelo ponto de vista da personagem e leva à tona o massacre, que até há pouco tempo, havia sido esquecido pelo povo francês.
Justificativa da Menção Honrosa: o curta é um exemplo de carisma, construção, design e criatividade. Do início até o fim ele representa bem o fluxo social/vida; foi um dos filmes mais divertidos de assistir.
CURTA ESPANHA FANTÁSTICA *Júri: Daniel Peñaloza, Gustavo Valdivia, Hassler Salgar e Lina Duran
Melhor Filme: A Luz (La Luz), de Iago Soto
Justificativa: o curta mais original da categoria e conta uma história sombria que cativa o espectador; colocando como protagonistas: a luz e a escuridão, e conseguindo com isso uma fotografia precisa que se complementa com uma arte da época, rústica, rural, sinistra.
CURTA FANTASTEEN/PEQUENOS FANTÁSTICOS *Júri: Alan Medina, Ariel Nobre e Carol Ballan
Melhor Filme: O Peixe Vermelho (The Red Fish), de Bassem Ben Brahim (Tunísia)
Justificativa: pela linguagem poética e acessível, e o uso de diferentes técnicas de animação que constroem uma narrativa original.
CURTA FANTÁSTICA DIVERSIDADE *Júri: Celso Duvecchi, Gabriel Lodi e Maura Ferreira
Melhor Filme: Eu, Sereia (I, Mermaid), de Augusto Almoguera (Espanha) Menção Honrosa: Ausência, de Alexia Araujo (Brasil)
Justificativa de melhor filme: com direção de Augusto Almoguera, que com sutileza e profundidade, escancara a estrutura transfóbica dos afetos nessa obra. Destacamos o excelente trabalho de fotografia e direção de arte, bem como a maravilhosa trilha sonora.
Justificativa da Menção Honrosa: por um trabalho interessante em uma animação comovente que dialoga bem com a proposta da mostra.
Prêmio CTAv: O Peixe, de Natasha Jascalevich (Brasil)
Prêmio AIC DE CINEMA Estática, de Gabriela Queiroz (Brasil)
Prêmio DOT CINE Don Javier, de Cadu Rosenfeld (Brasil)
Paul Dano, Mateo Zoryon Francis-DeFord e Michelle Williams em The Fabelmans.
Foram anunciados neste domingo, 18/09, os vencedores da 47ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto. Conhecido como um termômetro para o Oscar, o festival, um dos mais importantes do mundo, entrega o prêmio de melhor filme para o longa mais votado pelo público. Neste ano, o drama The Fabelmans, de Steven Spielberg, se consagrou como o grande campeão.
Com Michelle Williams, Paul Dano, Seth Rogen, Gabriel LaBelle, Jeannie Berlin, Julia Butters, Robin Bartlett, Keeley Karsten, Judd Hirsch e Mateo Zoryon Francis-DeFord no elenco, The Fabelmans é considerado o filme mais pessoal de Steven Spielberg até agora por ser baseado na sua paixão de infância e na dinâmica familiar que encontrou seu caminho em seu trabalho. Na trama, crescendo no Arizona da era pós Segunda Guerra Mundial, um jovem chamado Sammy Fabelman descobre um segredo de família e explora como o poder dos filmes pode ajudá-lo a enxergar a verdade.
Apresentado pela Shawn Mendes Foundation, o Prêmio Changemaker é concedido a um cineasta emergente cujo filme aborda questões de mudança social; o vencedor é escolhido por um grupo de jovens cinéfilos. Enquanto isso, a Canada Goose abraça a diversidade em todas as suas formas e definições, incluindo técnica e paixão que transporta a narrativa para a tela, e apresenta o Prêmio Amplify Voices aos três melhores filmes de cineastas sub-representados.
Entre os filmes desta edição, o cinema brasileiro marcou presença com alguns títulos, entre eles: Miúcha, a Voz da Bossa Nova, de Daniel Zarvos e Liliane Mutti, na mostra TIFF Docs; Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta, uma coprodução entre Brasil e Portugal, na mostra Wavelengths; e Carvão, primeiro longa-metragem de Carolina Markowicz, na mostra Platform. Além disso, no júri do Prêmio FIPRESCI, formado por membros da Federação Internacional de Críticos de Cinema, o Brasil foi representado pelo crítico Márcio Sallem, do Cinema com Crítica.
Entre os documentários, Maya and the Wave, dirigido por Stephanie Johnes, ficou em segundo lugar no voto do público. O filme acompanha a surfista brasileira campeã mundial Maya Gabeira, que luta contra ondas monstruosas e contra o chauvinismo no campo do surf competitivo. Além disso, a trama segue a atleta em busca de quebrar um recorde mundial na cidade portuguesa de Nazaré, conhecida por suas ondas grandes. A cineasta acompanha Maya ao longo de vários anos enquanto ela persevera em meio a contratempos, lesões e uma experiência de quase morte para perseguir seu objetivo. O filme ganha uma intimidade com Maya e sua família: a força de sua mãe, a estilista Yamê Reis, e seu pai, Fernando Gabeira.
Neste ano, nomes importantes foram homenageados no Festival de Toronto: o ator Brendan Fraser recebeu o TIFF Tribute Award for Performance por seu trabalho em The Whale, de Darren Aronofsky; o cineasta Sam Mendes recebeu o TIFF Ebert Director Award; o elenco de My Policeman, filme dirigido por Michael Grandage, foi consagrado com o TIFF Tribute Award for Performance; a compositora islandesa Hildur Guðnadóttir foi homenageada com o TIFF Variety Artisan Award; a cineasta Sally El Hosaini foi honrada com o TIFF Emerging Talent Award; a atriz Michelle Yeoh recebeu o TIFF Share Her Journey Groundbreaker Award; e a cantora canadense Buffy Sainte-Marie foi honrada com o Jeff Skoll Award in Impact Media.
Em comunicado oficial, Cameron Bailey, CEO do TIFF, disse: “2022 trouxe uma seleção excepcional de filmes que animaram o público do festival em todo o mundo. Nossa programação apresentou autores amados ao lado de novas vozes no cinema, incluindo várias mulheres poderosas. O TIFF recebeu convidados, imprensa, indústria, estrelas internacionais e diretores de volta à cidade e aos cinemas. A ampla gama de narrativas cinematográficas de todo o mundo é uma prova da singularidade dos filmes que estão sendo feitos. Estamos muito gratos e orgulhosos do festival deste ano”.
Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Toronto 2022:
MELHOR FILME | People’s Choice Award The Fabelmans, de Steven Spielberg (EUA) 2º lugar: Women Talking, de Sarah Polley (EUA) 3º lugar: Glass Onion: Um Mistério Knives Out, de Rian Johnson (EUA)
MELHOR DOCUMENTÁRIO | People’s Choice Documentary Award Black Ice, de Hubert Davis (Canadá) 2º lugar: Maya and the Wave, de Stephanie Johnes (EUA) 3º lugar: 752 Is Not A Number, de Babak Payami (Canadá)
PRÊMIO MOSTRA MIDNIGHT MADNESS | People’s Choice Award Weird: The Al Yankovic Story, de Eric Appel (EUA) 2º lugar: Pearl, de Ti West (EUA) 3º lugar: The Blackening, de Tim Story (EUA)
PRÊMIO MOSTRA PLATFORM Júri: Patricia Rozema, Iram Haq e Chaitanya Tamhane Melhor Filme: Riceboy Sleeps, de Anthony Shim (Canadá)
PRÊMIO CHANGEMAKER | Shawn Mendes Foundation Something You Said Last Night, de Luis De Filippis (Canadá/Suíça)
PRÊMIO AMPLIFY VOICES Júri Canadense: Ann Marie Fleming, Anne Émond e Nathan Morlando Melhor Filme Canadense: To Kill a Tiger, de Nisha Pahuja Menção Especial: Viking, de Stéphane Lafleur Júri BIPOC: Albert Shin, Jennifer Holness e Luisa Alvarez Restrepo Melhor Filme: Leonor Will Never Die, de Martika Ramirez Escobar (Filipinas) e While We Watched, de Vinay Shukla (Reino Unido) Menção Especial: Buffy Sainte-Marie: Carry It On, de Madison Thomas (Canadá)
PRÊMIO IMDbPro | CURTA-METRAGEM Júri: Lisa Haller, Sally Lee e Thyrone Tommy Melhor Filme: Snow in September (9-р Сарын Цас), de Lkhagvadulam (Dulmaa) Purev-Ochir (Mongólia/França) Menção Honrosa: Airhostess-737, de Thanasis Neofotistos (Grécia) Melhor Filme Canadense: Simo (سيمو), de Aziz Zoromba Menção Honrosa: Same Old, de Lloyd Lee Choi IMDbPro Short Cuts Share Her Journey Award: Nanitic, de Carol Nguyen (Canadá)
PRÊMIO FIPRESCI Júri: Andrea Crozzoli, Andrew Kendall, Márcio Sallem (Brasil), Marriska Fernandes e Max Borg A Gaza Weekend, de Basil Khalil (Reino Unido/Palestina)
PRÊMIO NETPAC Júri: Dr. Ida Yoshinaga e Diana Ashimova Sweet As, de Jub Clerc (Austrália)
*Clique aqui e confira a lista com as justificativas dos júris.
Taís Araujo em Medida Provisória, de Lázaro Ramos.
Foram anunciados neste sábado, 17/09, em Miami, os vencedores do Troféu Lente de Cristal da 26ª edição do Inffinito Film Festival, maior e mais importante festival de cinema brasileiro realizado no exterior. Dirigido por Lázaro Ramos, Medida Provisória se destacou e foi premiado em três categorias, entre elas, melhor filme.
A cerimônia de encerramento, que teve show de Adriana Calcanhotto no Miami Beach Bandshell, contou com a presença de diretores, atores e produtores, como: Eduardo Moscovis, Suzana Pires, Bárbara Paz, Laís Bodanzky, Denise Saraceni, Lô Politti, Joel Zito Araújo, Gustavo Rosa de Moura, Debora Ivanov, Tiago Rezende e Carlos Moletta. Os convidados do festival passaram a semana em Miami divulgando seus filmes e fazendo negócios com profissionais da indústria cinematográfica americana e latina.
De 11 a 17 de setembro, a mostra competitiva de longas-metragens exibiu no cinema Tower Theater Miami oito longas-metragens da recente safra de filmes brasileiros, que concorreram ao Troféu Lente de Cristal. O júri, formado por profissionais da indústria audiovisual norte-americana, latina e brasileira, reuniu o cineasta cubano Sebastian Barriuso, a roteirista brasileira Julia Priolli, a distribuidora independente americana Joanne Butcher, o diretor brasileiro Joel Zito Araújo, a atriz e roteirista brasileira Suzana Pires, o cineasta americano John Maass e a produtora brasileira Liliana Kawase.
Até o dia 25/09, o festival continua com suas já tradicionais mostras virtuais disponíveis para o público americano. Serão exibidos no total 57 filmes inéditos nos Estados Unidos, sendo 10 documentários e 19 curtas em competição; e 28 em mostras paralelas. De Porto Rico ao Alasca, as produções estão disponíveis na primeira plataforma internacional de streaming dedicada exclusivamente ao audiovisual brasileiro.
O Inffinito Film Festival teve início em 1997 quando Adriana L. Dutra, Cláudia Dutra e Viviane Spinelli idealizaram o Brazilian Film Festival em Miami, no ano em que foi promulgada a Lei do Audiovisual, que tirou as produções nacionais da estagnação e impulsionou no Brasil o movimento da Retomada. De lá para cá, elas realizaram 88 festivais em 13 cidades no mundo e exibiram mais de dois mil filmes nacionais para um público de mais de dois milhões de pessoas.
Conheça os vencedores do Inffinito Brazilian Film Festival 2022:
JÚRI OFICIAL
Melhor Filme: Medida Provisória, de Lázaro Ramos Melhor Direção: Laís Bodanzky, por A Viagem de Pedro Melhor Fotografia: A Viagem de Pedro, por Pedro Marques Melhor Roteiro: Medida Provisória, escrito por Lusa Silvestre, Lázaro Ramos, Aldri Anunciação e Elisio Lopes Junior Melhor Ator: Rômulo Braga, por Sol Melhor Atriz: Monique Alfradique, por Bem-vinda a Quixeramobim Melhor Ator Coadjuvante: Seu Jorge, por Medida Provisória Melhor Atriz Coadjuvante: Carolina Monte Rosa, por Por que Você Não Chora? Melhor Elenco: Ela e Eu, de Gustavo Rosa de Moura
JÚRI POPULAR
Melhor Filme: Bem-vinda a Quixeramobim, de Halder Gomes Melhor Documentário: Já que Ninguém me Tira pra Dançar, de Ana Maria Magalhães Melhor curta-metragem: Ato, de Bárbara Paz e Liberdade, de João Manteufel
Homenageada: Rejane Faria em Marte Um, de Gabriel Martins.
Depois de dois anos em formato on-line, a CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte realizará sua 16ª edição entre os dias 20 e 25 de setembro, ocupando 11 espaços da capital mineira. A seleção traz 120 filmes nacionais e internacionais em pré-estreias, mostras temáticas e sessões populares a céu aberto.
Além disso, acontecem debates, rodas de conversa, encontros de negócios, oficina, masterclasses e workshops internacionais e a realização do 13º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, evento de mercado do cinema brasileiro, com o objetivo de discutir e revelar o cinema nacional do futuro.
Serão seis dias com atividades gratuitas para todas as idades e públicos, em uma temporada audiovisual de formação, reflexão, exibição e difusão do cinema brasileiro em intercâmbio com outros países e em conexão com outras artes e a cidade. Além da programação presencial, a CineBH também oferecerá atividades no formato on-line, sessões de cinema e debates.
A sessão de abertura será na noite de 20 de setembro, terça, às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec, com a exibição em pré-estreia de Os Ossos da Saudade, dirigido pelo mineiro Marcos Pimentel, cujo projeto de desenvolvimento foi vencedor do Brasil CineMundi, em 2015. O filme é narrado a partir das vivências de personagens que habitam os territórios do Brasil, Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde, a partir de ausências e do sentimento que dá título ao longa-metragem.
A 16ª edição da MostraCineBH apresenta um novo viés conceitual: o de celebrar e refletir a produção latino-americana, trazendo para o Brasil seus irmãos de continente e colocando-os em contato direto com olhares vários que poderão constatar a efervescência da produção que marca o território. A temática proposta é Cinema latino-americano: quais são as imagens da internacionalização?. A questão foi levantada pela curadoria, sob coordenação de Cleber Eduardo, para trazer ao debate a complicada relação entre o que se faz nos filmes de continente e aquilo que efetivamente chama atenção nas telas do mundo; e o quanto de legitimação por várias instâncias (festivais, circuitos de exibição, canais de TV e streaming) é necessário para determinados títulos furarem a bolha.
Diversas perguntas vão pautar os debates e também permeiam a própria escolha dos filmes da Mostra Continente, que exibirá 15 longas-metragens de 11 países da América Latina e América Central. No recorte, estão títulos de trajetória premiada, como os brasileiros Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho, e Casa Vazia, Giovani Borba, ambos consagrados no Festival de Gramado; e algumas revelações da mostra, como a inusitada ficção científica cubana Coração Azul, de Miguel Coyula.
A homenageada da CineBH em 2022 será a atriz mineira Rejane Faria, que tem se destacado no teatro, no cinema e na TV/streaming nos últimos anos. Formada em artes cênicas pela UNI-BH e em teatro pela UFMG, Rejane, 61 anos, foi uma das fundadoras, em 2007, do coletivo Quatroloscinco – Teatro do Comum, um dos principais grupos cênicos da capital mineira desde então. Sua estreia nas telas de cinema foi no curta-metragem Quinze, de Maurílio Martins, iniciando expressiva parceria com a produtora mineira Filmes de Plástico. Com a FdP, participou dos filmes Rapsódia para um Homem Negro, Nada e Marte Um, de Gabriel Martins; Temporada, de André Novais Oliveira; e No Coração do Mundo, de Maurílio Martins e Gabriel Martins. Na Globoplay, participou da série Segunda Chamada. Alguns desses títulos irão compor a Mostra Homenagem, além da presença de Rejane Faria numa sessão comentada.
A 16ª Mostra CineBH reúne uma seleção de 120 filmes nacionais e internacionais, em pré-estreias mundiais e nacionais distribuídos em oito mostras temáticas: Mostra Continente, Mostra Homenagem, Mostra Brasil, Mostra Diálogos Históricos, Mostra A Cidade em Movimento, Sessão na Praça, Mostrinha e Sessões Cine-Escola.
Além da Mostra Continente e da Mostra Homenagem, a CineBH 2022 terá um recorte exclusivo para o cinema brasileiro na Mostra Brasil, com curadoria de Camila Vieira e Marcelo Miranda, exibindo 6 longas e 25 curtas-metragens contemporâneos. Entre os selecionados, estão títulos em pré-estreia nacional, como A Cidade dos Abismos, de Priscyla Bettim e Renato Coelho, e Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna.
Marcélia Cartaxo em A Mãe, de Cristiano Burlan: destaque da programação.
A mostra A Cidade em Movimento, recorte com curadoria de Paula Kimo, exibe produções independentes de Belo Horizonte e região metropolitana em diálogo direto com a vivência nas cidades. Este ano, o tema é Olhar a Cidade, pautado em filmes que vislumbram os espaços urbanos como territórios vivos e dinâmicos, em constante transformação nas movimentações do tecido social, político e urbano que os compõem. Ao todo são 27 filmes em exibição, seguidos de rodas de conversa com participação de convidados e equipe dos filmes.
A Sessão na Praça, que acontece na Praça da Liberdade, um dos cartões postais de Belo Horizonte, exibe oito filmes brasileiros para toda a família, garantindo diversão para todas as idades. Entre os títulos estão as comédias Maria do Caritó, de João Paulo Jabour e Não Vamos Pagar Nada, de João Fonseca, o romance Eduardo e Mônica, de René Sampaio, e o documentário musical Belchior – Apenas um Coração Selvagem, de Camilo Cavalcanti e Natália Dias. Terá também duas sessões dedicadas ao público infantil, que além da exibição de filmes, contará com apresentações circenses e show de mágica.
A mostra Diálogos Históricos contou com a curadoria do crítico e pesquisador boliviano Sebastian Morales Escoffier, que selecionou três longas-metragens da Bolívia, em diálogo com a temática desta edição. Escoffier estará no evento para debater cada um deles com a plateia. Os títulos são: Como duele ser pueblo, de Hugo Roncal; El olor de tu ausencia, de Eddy Vasquez; e Lo más bonito y mis mejores años, de Martin Boulocq.
Tem sessão para toda família, com a realização da Mostrinha de Cinema que acontecerá nos dias 24 e 25 de setembro, sábado e domingo, em Santa Tereza, na Sala do Minas Tênis Clube, na Praça da Liberdade. As sessões serão acompanhadas pelos personagens da Turma do Pipoca e intervenções circenses.
Por fim, a programação de filmes da 16ª CineBH oferece Sessões Cine-Escola para estudantes e educadores. As sessões serão realizadas nos dias 21 e 22 de setembro (quarta e quinta-feira), na faixa das 8h (turno manhã) e 14h (turno tarde), no Grande Teatro do Sesc Palladium, Teatro Sesiminas e Cine Santa Tereza. Ao todo serão promovidas seis sessões Cine-Escola, seguidas pelos Cine-Debates, para alunos a partir de cinco anos de idade, com exibição de 16 filmes brasileiros que abordam temas universais e educativos para a formação de crianças e jovens e visam beneficiar mais de três mil alunos.
A programação segue com a 13ª edição do Brasil CineMundi, evento de mercado do cinema brasileiro, que acontece em edições anuais e consecutivas desde 2010 na programação da CineBH, sendo a principal plataforma de rede de contatos e negócios para a produção do país em relação com outros profissionais do mundo todo. O programa realiza o intercâmbio entre mercado e projetos de filmes brasileiros para potencializar conexões entre realizadores independentes, potenciais parceiros e troca de ações e informações. O Brasil CineMundi seleciona diversos projetos para compor rodadas de negócio em encontros de realizadores com produtores para orientações de diversos profissionais que possam auxiliar na viabilidade das propostas.
Em 2022, 41 convidados de 13 países representantes da indústria mundial do audiovisual desembarcam na capital mineira para conhecer e fazer negócios com os 41 projetos selecionados em cinco categorias, sendo quatro para trabalhos em desenvolvimento: Horizonte (representam o horizonte de temas, diversidade e criação do audiovisual brasileiro), Doc Brasil Meeting (documentários), Foco Minas (projetos de Minas Gerais) e Paradiso Multiplica (no segundo ano de parceria com o Projeto Paradiso, incubadora de talentos). A quinta categoria, Wip – Primeiro Corte é dedicada a projetos em fase de pós-produção com um primeiro corte (work in progress).
Os projetos recebem consultorias com tutores especializados, além de outras atividades de formação como laboratório de desenvolvimento, masterclasses, painéis de mercado e workshops. Nas rodadas de negócios, os projetos têm a oportunidade de encontros individuais com profissionais nacionais e internacionais interessados em coprodução e vendas. Com a parceria de diversas iniciativas de fundos de produção, o CineMundi conta com prêmios aos projetos mais bem cotados pelos júris de avaliação. Há bolsas de desenvolvimento, participação em eventos internacionais de coprodução e incentivos à criação.
Com o propósito de fornecer ferramentas conceituais e práticas para capacitação de profissionais, troca de experiências entre diferentes agentes do setor audiovisual, ao mesmo tempo, que propõe gerar intercâmbio, promover encontros, diálogos, discussões e estabelecer redes de contato e conexões globais com foco no mercado audiovisual, o Programa de Formação Audiovisual integra a programação da 16ª Mostra CineBH e do 13º Brasil CineMundi – Encontro Internacional de Coprodução. Nesta edição, o programa reúne mais de 50 profissionais brasileiros e estrangeiros de destaque na cena audiovisual no centro de 43 atividades formativas.
Conheça os filmes selecionados para a 16ª CineBH:
MOSTRA CONTINENTE
A Outra Forma, de Diego Guzmán (Colômbia/Argentina/França) Ao Oriente, de José María Avilés (Equador/Argentina) Aurora, de Paz Fábrega (Costa Rica) Boreal, de Federico Adorno (Paraguai/México) Borom Taxi, de Andrés Guerberoff (Argentina) Casa Vazia, de Giovani Borba (Brasil) Coração Azul, de Miguel Coyula (Cuba) Eami, de Paz Encina (Paraguai/EUA/Alemanha/Holanda/Argentina/França/México) Eu e as Bestas, de Nico Manzano (Venezuela) Junk’Olal, de Diego Amando Moreno Garza e Fabiola Manyari López Bracamonte (México/Guatemala) Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho (Brasil) Nos Fizeram Noite, de Antonio Hernández (México) Nudo Mixteco, de Ángeles Cruz (México) O Curto Verão de Hilda, de Agustín Banchero (Uruguai/Brasil) O Grande Movimento, de Kiro Russo (Bolívia/Qatar/França/Suíça/Reino Unido) Uma Névoa que Desaparece, de Augusto Sandino (Colômbia/República Tcheca/Noruega) Utama, de Alejandro Loayza Grisi (Bolívia/Uruguai/França)
MOSTRA BRASIL | LONGAS
A Cidade dos Abismos, de Priscyla Bettim e Renato Coelho (SP) Germino Pétalas no Asfalto, de Coraci Ruiz e Julio Matos (SP) Pasajeras, de Fran Rebelatto (RS) Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna (BA) Ursa, de William de Oliveira (PR) Vai e Vem, de Fernanda Pessoa e Chica Barbosa (SP)
MOSTRA BRASIL | CURTAS
SESSÃO RETRATOS DO BRASIL Nicinha Não Vem, de Muriel Alves (RJ) Plutão Não é Tão Longe Daqui, de Augusto Borges e Nathalya Brum (DF) Rosa Negra, de Sabina Colares e Marieta Rios (CE) Toró, de Michelle Barreto e Iago Mati (SP)
SESSÃO NOVAS PERSPECTIVAS Amor by Night, de Henrique Arruda (PE) Klaxon e o Espírito Moderno, de Bruna Schelb Corrêa (MG) Pérola do Atlântico, de João Rubio Rubinato (SP) saxa loquuntur, de Maura Grimaldi (SP)
SESSÃO SOMOS LATINOS Hermanos, Aqui Estamos, de Jade Rainho (MT) Não Olhe para Trás, de Malu Portela (RJ) O Caderno de Pacha, de Pedro Urizzi e Estevan Muniz (SP) Ruína, de Bárbara Lissa (MG)
SESSÃO OCUPAR A CIDADE ÁGORA, de Bruna Noveli e Luli Morante (SE) MEGAZORD, de Luciana Wilm e Tyago Thompson (PA) Memorial Maracanã, de Darks Miranda e Pedro França (RJ)
SESSÃO A CASA E A RUA Ambulantes, de Emerson Eduardo Silva, Gabriela Nassar, Gustavo Sibem e Henrique Grise (SP) Andrômeda, de Lucas Gesser (DF) Cidade Entre Rios, de Leonardo Mendes e Weslley Oliveira (PI/MA) Eles Não Vêm em Paz, de Pedro Oranges e Victor Silva (SP) Infantaria, de Laís Santos Araújo (AL)
SESSÃO VIVER E RESISTIR Flores Vermelhas, de Érica Sansil (RJ) Fragmentos de Gondwana, de Adalberto Oliveira (PE) Luta pela Terra, de Camilla Shinoda e Tiago de Aragão (DF/AM/RR) Voto Nulo, de Gustavo de Carvalho (SP)
MOSTRA CINEMUNDI
5 Casas, de Bruno Gularte Barreto (Brasil/Alemanha) A Mãe, de Cristiano Burlan (Brasil) Anastácias, de Thatiane Almeida (Brasil) O Clube dos Anjos, de Angelo Defanti (Brasil/Portugal) Os Ossos da Saudade, de Marcos Pimentel (Brasil)
MOSTRA HOMENAGEM
Levantar de um Golpe, de Gabrielly Bertolino e Renan Távora Soares (2020) Marte Um, de Gabriel Martins (2022) Nada, de Gabriel Martins (2017) Quinze, de Maurilio Martins (2014) Rapsódia para o Homem Negro, de Gabriel Martins (2016) Super Estrela Prateada, de Leonardo Branco (2018) Temporada, de André Novais Oliveira (2018) Vitória, de Ricardo Alves Jr. (2020)
*Clique aqui e confira a seleção completa de filmes.
Homenageado: consagrado na música e no audiovisual.
A 17ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que acontecerá entre os dias 1º e 7 de dezembro, em João Pessoa, na Paraíba, acaba de anunciar que o consagrado ator e cantor Tony Tornado será um dos homenageados deste ano e receberá o Troféu Aruanda pelo conjunto da obra em mais de seis décadas de trajetória artística.
Para o diretor do festival, Lúcio Vilar, será uma celebração de uma atuação artística multifacetada e da afirmação de um personagem afro-brasileiro que conquistou importantes espaços midiáticos, com seus próprios méritos, sendo inspiração para muitos jovens de hoje.
Antônio Viana Gomes nasceu na cidade de Mirante do Paranapanema, no estado de São Paulo, no Brasil. Iniciou sua carreira artística nos anos 1960 com o nome artístico de Tony Checker, dublando e dançando no programa Hoje é dia de Rock, de Jair de Taumaturgo. Nessa época, Tony fazia cover dos cantores Chubby Checker e Little Richard. Morou em Nova York com o cantor Tim Maia e foi influenciado pela soul music. Foi vencedor do V Festival Internacional da Canção com a música BR-3, fato que marcou sua carreira como músico no Brasil.
No cinema, estreou como ator em Tô na Tua, Ô Bicho, em 1971, comédia de Raul Araujo, no qual atuou ao lado de Costinha, Agildo Ribeiro e Nair Bello. Ficou conhecido por seu inúmeros trabalhos em longas da pornochanchada, entre os anos 1970 e 1980, além de atuar em filmes consagrados como Pixote: A Lei do Mais Fraco e Carandiru, ambos de Hector Babenco.
Na TV também ganhou destaque em diversos trabalhos, como: Roque Santeiro, Tenda dos Milagres, Vamp, Sex Appeal, Quatro por Quatro, Caça Talentos, O Beijo do Vampiro, A Diarista, Cordel Encantado, Amor Eterno Amor, Carcereiros, entre muitos outros.
Ednardo: um dos grandes nomes da música brasileira.
A 32ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá entre os dias 7 e 13 de outubro, acaba de anunciar que a atriz e produtora Teta Maia e o músico Ednardo serão homenageados neste ano. A entrega do Troféu Eusélio Oliveira aos dois nomes que têm suas carreiras marcadas pelo cinema, nas telas e bastidores, acontecerá no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza.
Teta Maia tem um extenso currículo no cinema, tendo produzido mais de 20 longas-metragens no Ceará e inúmeros curtas. O início foi na década de 1980, na produção de O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, de Rosemberg Cariry. Com a carreira de atriz iniciada no teatro também nos anos 1980, no cinema atuou em vários filmes, entre eles, A Saga do Guerreiro Alumioso, Corisco e Dadá e Siri-Ará, de Rosemberg Cariry; e Milagre em Juazeiro, de Wolney Oliveira.
Tornou-se um nome reconhecido como produtora cinematográfica, permanecendo ainda hoje em intensa atividade, exercendo funções diversas em curtas, longas e séries. São inúmeros trabalhos feitos com os diretores Rosemberg Cariry, Geraldo Sarno, Firmino Holanda, e seus filhos Petrus Cariry e Bárbara Cariry. Os mais recentes foram as séries A 3º Era do Espírito Santo: a fé, a festa, a utopia e Juazeiro: Chão Sagrado, de Rosemberg Cariry; e Caminho de Volta, de Arthur Leite e Petrus Cariry; o curta Foi um Tempo de Poesia, de Petrus Cariry; e os longas Pequenos Guerreiros, de Bárbara Cariry; A Praia do Fim do Mundo, de Petrus; Escravos de Jó, de Rosemberg; Sertânia, de Geraldo Sarno; e A Jangada de Welles, de Firmino Holanda e Petrus Cariry.
Teta Maia: atriz e produtora.
Ednardo é um dos grandes nomes da música brasileira, tendo despontado na mesma época de seus conterrâneos Amelinha, Belchior e Raimundo Fagner. É autor de várias trilhas sonoras de cinema e televisão. No cinema, assina as trilhas de Luzia Homem, de Fábio Barreto; e Tigipió e O Calor da Pele, de Pedro Jorge de Castro. O longa Luzia Homem, em que participou também como ator, teve bilheteria recorde no Brasil, sucesso na Europa nos festivais de Huelva e Cannes e em TV nos Estados Unidos. Tigipió teve a trilha premiada nos festivais de Karlov Vary e de Verona.
Ednardo foi produtor, roteirista, diretor e autor da trilha do filme Cauim, onde evidencia sua proximidade com o universo do maracatu cearense e do cinema. O filme foi projetado em shows do disco homônimo, realizado em 1978 pelas principais capitais brasileiras. Em televisão, destaque para as novelas Saramandaia (1976), na Rede Globo, sendo de sua autoria o tema de abertura, Pavão Mysteriozo, e Tocaia Grande (1995/1996), na TV Manchete, baseada na obra homônima de Jorge Amado, interpretando a música Cordel Tocaia Grande, de sua autoria, no encerramento do último capítulo.
Quatro curtas-metragens serão produzidos durante as oficinas.
Cerca de 100 estudantes de escolas públicas de Caicó, no Rio Grande do Norte, estão sendo beneficiados com a realização de oficinas de linguagem audiovisual, promovidas pela quinta edição do Curta Caicó. Até o próximo dia 23 de setembro, o cineasta pernambucano Marlom Meirelles realizará uma verdadeira maratona do projeto Documentando nessas escolas e, como resultado final da oficina, serão produzidos quatro curtas-metragens que serão exibidos no encerramento do festival.
Nesta semana, as oficinas serão realizadas na Escola Estadual Antônio Aladim e Escola Estadual Zuza Januário. Entre os dias 19 e 23, será a vez da Escola Estadual Padre Edmund Kagerer e Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim. Durante as oficinas, os alunos conhecerão as técnicas para produção de um curta-metragem, desde a elaboração do roteiro, noções de fotográfica e montagem. Além dos estudantes, as oficinas também contam com a presença de professores que terão como missão multiplicar esses conhecimentos em sala de aula.
“O audiovisual é uma ferramenta importante na sala de aula. Com os conhecimentos adquiridos em sala de aula, os estudantes poderão desenvolver seus próprios projetos, tendo em vista que os celulares de hoje possuem câmeras e há vários aplicativos de edição. A presença dos professores nessas oficinas também é importante para que esses conhecimentos possam ser multiplicados”, destacou Raildon Lucena, diretor do Curta Caicó.
Em 2019, na segunda edição do evento, foi realizada a Oficina Documentando, que resultou no curta Chico do Cinema, sobre um cidadão caicoense que esteve à frente de antigos cinemas de Caicó e que dedicou toda sua vida à sétima arte; assista aqui.
Criado em 2009, o Documentando tem contribuído para o fortalecimento da produção audiovisual independente no Nordeste, iniciando novos produtores e ampliando as possibilidades de alcance de suas obras. Os participantes conhecem todo o processo de realização de um documentário e os elementos fundamentais para a construção de um roteiro, produção, captação e edição de um filme.
Além de ampliar o repertório no campo do audiovisual e o acesso a conceitos e vanguardas da história do cinema, os estudantes são provocados a refletir sobre suas vivências e pensar narrativas que contemplem questões sociais, de gênero, raça, territorialidade, identidade, entre outras. Ao final de cada oficina é produzido um documentário com temática livre e escolhido por meio de exercícios coletivos, que são exibidos na programação dos festivais.
A quinta edição do Curta Caicó acontecerá em formato híbrido entre os dias 3 e 8 de outubro; clique aqui e confira a lista completa com os selecionados deste ano.
Morreu nesta terça-feira, 13/09, aos 91 anos, o cineasta, roteirista e crítico de cinema Jean-Luc Godard, considerado um dos pioneiros da Nouvelle vague, importante movimento artístico do cinema francês no final da década de 1960. Segundo informações divulgadas pela imprensa internacional, ele morreu pacificamente em casa, na Suíça, ao lado de sua esposa Anne-Marie Miéville.
Nascido no dia 3 de dezembro de 1930, em Paris, Godard estudou Etnologia na Sorbonne Université. No começo dos anos 1950, começou a escrever para a conceituada revista Cahiers du Cinéma, depois de participar de cineclubes ao lado de nomes como André Bazin, François Truffaut, Claude Chabrol e Jacques Rivette. Como crítico de cinema, declarou insatisfação em relação ao cinema francês e resolveu fazer seus próprios filmes.
Seu primeiro trabalho como diretor foi o curta-metragem Une femme coquette, lançado em 1955. Depois dirigiu outros filmes no mesmo formato: Opération ‘Béton’, Charlotte e Seu Namorado e Todos os rapazes se chamam Patrick. Em 1960, lançou seu primeiro longa-metragem: Acossado, com Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg, que lhe rendeu o Urso de Prata de melhor direção no Festival de Berlim e uma indicação ao BAFTA.
Em sua trajetória, Godard desafiou o modelo criado por Hollywood e o próprio cinema francês. Suas obras também foram marcadas por diversas homenagens, referências e expressões políticas. Ao longo da carreira, realizou mais de 40 longas-metragens, além de curtas, ensaios cinematográficos e videoclipes. Com a Nouvelle vague, trouxe a proposta de renovar a cinematografia francesa e a valorização do diretor, reabilitando o cinema de autor.
Seu segundo longa, Uma Mulher é Uma Mulher, recebeu o Prêmio Especial do Júri em Berlim, além do Urso de Prata de melhor atriz para Anna Karina, com quem foi casado. No mesmo festival, foi consagrado muitas vezes por diversos trabalhos, entre eles: Alphaville, vencedor do Urso de Ouro, em 1965; Masculino-Feminino, em 1966; Week-End à Francesa, em 1967; A Gaia Ciência e Amor e Raiva, em 1969; Tudo Vai Bem, em 1972; e Eu Vos Saúdo Maria, em 1985, que foi rejeitado pelo papa João Paulo II sob alegação de que a história era uma ofensa às crenças católicas e foi proibido no Brasil na época.
No Festival de Cannes, participou pela primeira vez em 1980 com Salve-se Quem Puder (A Vida), na Competição Oficial. Depois disso, exibiu por lá: Paixão, em 1982; Detetive, em 1985; Ária, em 1987; Nouvelle vague, em 1990; Elogio ao Amor, em 2001; Filme Socialismo, em 2010, na mostra Un Certain Regard; Adeus à Linguagem, em 2014, que recebeu o Prêmio do Júri; e Imagem e Palavra, em 2018, que recebeu uma Palma de Ouro especial.
Godard nos bastidores do filme Ária, em 1987.
Outro evento que marcou a carreira de Godard foi o Festival de Veneza, no qual exibiu diversos títulos, como: Viver a Vida, vencedor do Prêmio Especial do Júri, em 1962; Uma Mulher Casada, em 1964; O Demônio das Onze Horas, em 1965; A Chinesa, em 1967, vencedor do Prêmio Especial do Júri; Carmen de Godard, em 1983, que lhe rendeu o Leão de Ouro; Alemanha Nove Zero, em 1991; Infelizmente para Mim, em 1993; e Para Sempre Mozart, em 1996. Além disso, foi homenageado com o Leão de Ouro honorário em 1982.
Godard também passou também pelo Festival Internacional de Cinema de San Sebastián e recebeu o Prêmio FIPRESCI por Nossa Música, em 2004, além de exibir Imagem e Palavra anos depois; no Festival de Roterdã exibiu Detetive e também saiu premiado. Em 2011, foi contemplado com o Oscar honorário por sua contribuição ao cinema, mas não marcou presença na cerimônia. Também foi homenageado nos festivais de Locarno e Estocolmo e no Prêmio César.
Seus filmes se destacaram muitas vezes entre os melhores do ano da conceituada revista Cahiers du Cinéma. Ao longo de sua carreira, alcançou o primeiro lugar do pódio com: Acossado, Viver a Vida, O Desprezo, Bando à Parte, O Demônio das Onze Horas, Eu Vos Saúdo Maria e Imagem e Palavra. Mas também marcou presença com: Rei Lear, Grandeur et décadence d’un petit commerce de cinéma, Paixão, Duas ou Três Coisas Que eu Sei Dela, Tempo de Guerra, entre muitos outros.
Documentários também marcaram a carreira do cineasta, como: Pravda, que trata da invasão soviética da Checoslováquia, British Sounds, Longe do Vietnã, Vrai faux passeport, The Old Place, Soft and Hard, Salve a Vida (Quem Puder), Aqui e em Qualquer Lugar, Numéro deux, entre outros.
Considerado por muitos como um gênio do cinema e um dos mais inventivos realizadores, Jean-Luc Godard se destacou, entre tantos talentos, ao inovar a estética cinematográfica. Entre polêmicas e consagrações, fez também um cinema político, tornou-se referência e inspirou diversas gerações. Deixou sua marca na história do cinema por seu estilo de filmagem iconoclasta e aparentemente improvisado, além de radicalismo inflexível.