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Friends: The Reunion

por: Cinevitor

Direção: Ben Winston

Elenco: Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry, David Schwimmer, James Corden, Justin Bieber, Cindy Crawford, Cara Delevingne, Lady Gaga, Elliott Gould, Larry Hankin, Thomas Lennon, Christina Pickles, Tom Selleck, James Michael Tyler, Maggie Wheeler, David Beckham, BTS, Kit Harington, Mindy Kaling, Reese Witherspoon, Malala Yousafzai, Kevin Bright, Marta Kauffman, David Crane, Romy Teperson, Liz Trevi.

Ano: 2021

Sinopse: As estrelas Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry e David Schwimmer se reúnem no palco original da icônica comédia, localizado no estúdio da Warner Bros., em Burbank, para celebrar o amado e premiado seriado, transmitido em dezenas de países, que contou com um total de 236 episódios.

Nota do CINEVITOR:

Olhar de Cinema abre inscrições para sua 10ª edição; festival acontecerá em outubro

por: Cinevitor
Festival recebe inscrições de 27 de maio a 30 de junho.

A décima edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que acontecerá entre os dias 6 e 14 de outubro, em formato on-line, já está com inscrições abertas. Longas e curtas-metragens podem ser enviados, através de formulário disponível no site do evento (clique aqui), até o dia 30 de junho

Já estabelecido no cenário cultural brasileiro, o festival tem como objetivo destacar e celebrar o cinema independente, por meio da seleção de filmes com propostas estéticas inventivas, envolventes e com comprometimento temático. Sua programação privilegia filmes que se arriscam em novas formas de linguagem cinematográfica, estão abertos ao experimentalismo e possuem potencial de comunicação.

A grande diversidade temática e estética, que não rejeita gêneros, formatos e durações é uma das marcas registradas do evento que, ainda, busca valorizar o cinema brasileiro e também paranaense, ao garimpar o que há de mais precioso e urgente nessas cinematografias.

Paralelamente, o Olhar de Cinema homenageia mestres do cinema mundial, com uma seleção de filmes clássicos restaurados e apresenta ao público novos diretores que, mesmo com uma curta filmografia, já possuem forte identidade artística. Dessa maneira, o evento tem a intenção não só de proporcionar ao público experiências cinematográficas singulares, mas também fomentar a reflexão acerca da linguagem e história do cinema.

Foto: Divulgação.

Com Gael García Bernal, Tempo, de M. Night Shyamalan, ganha trailer

por: Cinevitor
Thomasin McKenzie e Gael García Bernal em cena.

O visionário cineasta M. Night Shyamalan, de O Sexto Sentido e Fragmentado, revela um novo thriller misterioso e arrepiante sobre uma família que decide relaxar em uma praia isolada durante o feriado e acaba se envolvendo em um grande mistério: todos começam a envelhecer rapidamente, de modo que suas vidas inteiras se resumem a um único dia.

Estrelado por Gael García Bernal, Vicky Krieps e Rufus Sewell, Tempo, no original Old, é inspirado na história em quadrinhos Castelo de Areia, de Pierre Oscar Lévy e Frederik Peeters. O longa tem estreia prevista para o segundo semestre de 2021

O elenco conta também com Ken Leung, Nikki Amuka-Bird, Abbey Lee, Aaron Pierre, Alex Wolff, Embeth Davidtz, Eliza Scanlen, Emun Elliott, Kathleen Chalfant e Thomasin McKenzie.

Assista ao trailer de Tempo:

Foto: Phobymo/Universal.

Rio Festival de Cinema LGBTQIA+ 2021: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Sophia William e Luciana Souza no curta Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho.

A décima edição do Rio Festival de Cinema LGBTQIA+ acontecerá em formato on-line entre os dias 8 e 18 de julho com filmes brasileiros e internacionais de longa, média e curta-metragem de ficção, documentário, animação e experimental.

Desde 2011, o festival, anteriormente conhecido como Rio Festival Gay de Cinema, é uma importante janela para a exibição de filmes LGBTQIA+ nacionais e internacionais na cidade do Rio de Janeiro. Sua relevância na cena cultural local tem agregado uma série de parcerias com distribuidoras, instituições culturais, empresas privadas e importantes salas de exibição no Estado.

Neste ano, entre os curtas nacionais, 24 produções concorrem aos prêmios de R$ 6.000,00 em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria (Naymovie); empréstimo da câmera Black Magic e acessórios; serviço de mixagem (CTAv – Centro Técnico Audiovisual); e o troféu do festival.

Já os curtas de animação participam da mostra DIV.A – Diversidade em Animação; o júri será formado por membros da ABCA, Associação Brasileira de Cinema de Animação. Entre os curtas internacionais, 28 títulos foram selecionados. A programação conta também com mostras de longas e médias.

Conheça os filmes selecionados para o 10º Rio Festival de Cinema LGBTQIA+:

CURTA BRASILEIRO

A Mordida, de Pedro Neves Marques (Brasil/Portugal)
Acesso, de Julia Leite (SP)
Aonde Vão os Pés, de Débora Zanatta (PR)
Ar, de Marcelo Oliveira e William Oliveira (PE)
Bicha-Bomba, de Renan de Cillo (PR)
Colômbia, de Manuela Andrade (PE)
Conexões, de Rafael Jardim (RJ)
Debaixo do Guarda-Chuva pra Ser Resistência, de Vini Poffo (SP)
Dois Homens ao Mar, de Gabriel Motta (RS)
Em Caso de Fogo, Pegue o Elevador, de Fernanda Reis (RS)
Homens Invisíveis, de Luis Carlos de Alencar (RJ)
Inabitáveis, de Anderson Bardot (ES)
Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE)
Leticia, Monte Bonito, 04, de Julia Regis (RS)
Marie, de Leo Tabosa (PE)
Memória de Quem (Não) Fui, de Thiago Kistenmacker (RJ)
Odisseia, de William Mayer (RS)
Os Últimos Românticos do Mundo, de Henrique Arruda (PE)
SAPATÃO: uma racha/dura no sistema, de Dévora MC (MG)
Sereia, de Ronald Silva (AL)
Simples Assim, de Luciana Bitencourt (RJ)
Temporal, de Maíra Campos e Michel Ramos (MG)
Tia Iracy Futebol Clube, de Layla Rodrigues Costa (CE)
Time de Dois, de André Santos (RN)

CURTA DE ANIMAÇÃO

A Primeira Vez de Luke, de Alan Regis Nóbrega (Brasil)
Camille, de Maël Nathanaël Sonn (França)
Carrousel, de Jasmine Elsen (França)
Cua de Sirena, de Alba Barbé i Serra (Espanha)
Cwch Deilen, de Efa Blosse-Mason (Reino Unido)
Eiko, de Colin Atthar (França)
Genius Loci, de Adrien Mérigeau (França)
House of [AS], de Leah Shore (EUA)
Kapaemahu, de Hinaleimoana Wong-Kalu, Dean Hamer e Joe Wilson (EUA)
Les Lèvres Gercées, de Fabien Corre e Kelsi Phung (França)
Los Patos, de Ángela Arregui (Espanha)
Muñeca Rota, de Román Sovrano e Gaspar Aguirre (Argentina)
Purpleboy, de Alexandre Siqueira (Portugal/França/Bélgica)
Queerer Than Thou, de Kate Jessop (Reino Unido)
To Be Two, de Lasse Persson/Lisa T (Suécia)
Zu A Menina Zumbi, de Alan Regis Nóbrega (Brasil)

CURTA INTERNACIONAL

Bodies of Desire, de Varsha Panikar e Saad Nawab (Índia)
Carmilla, de Piper de Palma (EUA)
Casarnos, de Bruno Montenegro (Peru)
Catfish Killer, de Gil Hizon e Seth Harrington (EUA)
Colada, de Ibon Hernando (Espanha)
Du Gamla, Du Fria, de Dawid Ullgren (Suécia)
Imelda y Luis, de Leonel Chee (México)
Isaac and the Ram, de Jason Bradbury (Reino Unido)
Itsy Bitsy Spider, de Brodi-Jo Scalise (Canadá)
Las Reinas de los Cuentos, de Paul Detwiler (EUA)
Lilac Lips, Dutchess County, de Tristan Scott-Behrends (EUA)
Listening In, de Omer Sterenberg (Israel)
Llamame Mateo, de Ángel Molina (Paraguai)
Lolo, de Leandro Goddinho e Paulo Menezes (Alemanha/Brasil)
Mort-Bois, Une Enfance de Jean Genet, de Frédéric Labonde e Frédéric Bonnet (França)
Naomi Replanksy at 100, de Megan Rossman (EUA)
New Flesh for the Old Ceremony, de Elizabeth Rakhilkina (EUA)
Of Hearts and Castles, de Rubén Navarro (EUA/Espanha)
Paternidad, de Vicente de Ramos (Espanha)
Persona, de Clarissa Rebouças (Peru)
Pure, de Natalie Jasmine Harris (EUA)
The Act, de Thomas Hescott (Reino Unido)
The Cruise, de Richard Louprasong (EUA)
The Unsure Masseur, de Reid Waterer (EUA)
Tres Veces, de Paco Ruiz (Espanha)
Underneath, de Kyle Mangione-Smith (EUA)
Victoria, de Daniel Toledo (Espanha)
Wings, de Jamie Weston (Reino Unido)

LONGA BRASILEIRO

Aconchego da Tua Mãe, de Adam Golub
Diga Meu Nome, de Juliana Chagas Gouveia
Homens Pink, de Renato Turnes
Limiar, de Coraci Ruiz
Mães do Derick, de Dê Kelm
Para Onde Voam as Feiticeiras, de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral
Prazer em Conhecer, de Susanna Lira

LONGA E MÉDIA INTERNACIONAL

Canela, de Cecilia del Valle (Argentina)
Iftah, de Moti Rachamim (Israel)
Noite de Verão em Barcelona, de Dani de la Orden (EUA/Espanha)
Transfinite, de Neelu Bhuman (EUA/Reino Unido/Índia)
Transkids, de Hilla Medalia (Israel)
Well Rounded, de Shana Myara (Canadá)

Foto: Gustavo Pessoa.

Alvorada

por: Cinevitor

Direção: Anna Muylaert, Lô Politi.

Elenco: Dilma Rousseff, Douglas Szefer, Daisy Barreta, Cleonice Dorneles, Rosemeire Duarte Ferreira, Marly Ponce, Mônica Beatriz Corrêa, Andreia Munhoz, Giles Azevedo, Jaques Wagner, Flávio Dino, Kátia Abreu, Jorge Messias, José Eduardo Cardozo, Carlos Galvez Argote, Ivan Teixeira, Alberto Filipe, Paulo Rocha, Roberto Requião, Bispo Raul Veras, Giani Tognoni, Almudema Barnabeu, Peres Esquivel, Wagner Caetano Oliveira, Tiago Cabral Falqueiro, Aloizio Mercadante, Ricardo Berzoini, Jandira Feghali, Rui Falcão, Dagoberto Nogueira, Afonso Florence, Alexandre Conceição, Luciana Santos, Vanessa Grazziotin, Carmem Helena, Esther Dweck, Gabriel Sampaio, Lúcia Rincon, Dulce Pereira, Carliene dos Santos Oliveira, Creuza Maria Oliveira, Emília Fernandes, Olímpio Cruz Neto, Germán Aranda Milán, Paula Zagotta, Carlos Gabas, Sandra Brandão, Dario Pignotti, Damian Wroclavsky, Maria Carolina Mendes, Anna Edgerton, Maria da Solidade Costa, Virgínia Satuf Vieira, Miguel Rossetto, Valdecir Ribeiro, João Paulo Rodrigues, Guilherme Boulos, Luiz Inácio Lula da Silva, Chico Buarque, Arilson Cavalcanti, Eleonora Menicucci, Raimundo Chagas, Vagner Freitas, Maria do Rosário, Nelson Barbosa, Lídice da Matta, Arlindo Chinaglia, Sergio Luiz, Sigmaringa Seixas, Tânia Oliveira.

Ano: 2021

Sinopse: O filme narra de um ponto de vista íntimo, o dia a dia da presidente Dilma Rousseff na sua residência oficial, o Palácio do Alvorada, enquanto aguardava o veredito de impeachment que acabou afastando a primeira mulher presidenta do Brasil. Retratando os corredores do palácio desenhado por Oscar Niemeyer, vemos o vai e vem de reuniões políticas, o dia a dia da cozinha, a troca de guardas, sussurros e telefonemas sem fim. Sentimos a tensão crescente dos funcionários, assessores, ex-ministros, perplexos e quase sem ação. Um grupo ou outro chega para dar apoio à presidente que cai. Mas o naufrágio parece inevitável.

* Filme visto no 26º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários.

*Clique aqui e assista ao programa especial sobre o filme com entrevista com as diretoras.

Nota do CINEVITOR:

16ª CineOP: programação destaca o cinema brasileiro da década de 1990

por: Cinevitor
Marieta Severo em Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, de Carla Camurati.

A 16ª edição da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto acontecerá entre os dias 23 e 28 de junho em formato on-line por conta da pandemia de Covid-19. Na sua vocação de olhar para o passado em busca de reflexões para o presente e de conjugar ineditamente três eixos de pensamentos no audiovisual (a história, a educação e a preservação), o evento apresentará filmes, debates, masterclasses internacionais, rodas de conversas, atrações artísticas e várias outras atividades que serão transmitidas gratuitamente no site oficial.

A programação é estruturada em três frentes temáticas: Preservação, História e Educação, que dialogam entre si, formando um painel de exibições, debates e apresentações que contam com a presença de convidados nacionais e internacionais que refletem as inquietações e proposições em voga na edição. Para 2021, as equipes de curadoria conjugaram propostas a partir dos impasses dos últimos anos no cenário audiovisual brasileiro, agravados pela pandemia e pelas dificuldades e desafios que os setores audiovisual, da cultura e educação estão enfrentando; o tema central é Memórias entre diferentes tempos.

“A CineOP é pioneira e atua, desde sua criação, para a salvaguarda do imenso patrimônio audiovisual brasileiro e, mais uma vez, renova seu compromisso com a memória e a história do nosso cinema em diálogo e com a participação da educação. Acreditamos que a preservação é ação estratégica para o desenvolvimento e identidade de um país. A CineOP é um convite para todos os cidadãos atuarem a favor do nosso patrimônio”, destaca Raquel Hallak, coordenadora geral do evento.

Na Temática Histórica, que busca refletir no ontem o que está acontecendo agora, a escolha dos curadores Francis Vogner dos Reis e Cléber Eduardo foi a de focar no cinema brasileiro da década de 1990, sob o título Memórias entre diferentes tempos. Em que sentido é importante para 2021 retornar, por meio de filmes e de reflexões, a um período marcado por alguns fins e outros recomeços no cinema e na sociedade? A ideia é justamente encontrar os paralelos e reconfigurar os sentidos de cada período, a partir da constatação de que, após mais de 30 anos do fim da Embrafilme e da eleição do primeiro presidente por voto direto depois do fim do regime militar, há muitas camadas do país e do cinema, hoje reposicionadas, que foram semeadas como espécie de gênese desde 1990.

“É uma década de transição cultural e política, mas também de reproposições. Em um mundo globalizado e de três governos brasileiros (Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso) com uma agenda interna menos ou mais neoliberal, que na cultura procura transferir para as empresas – em troca de abatimentos fiscais, marketing e possibilidade de lucro financeiro direto – as decisões sobre investimentos em cultura, a questão da identidade nacional, mais associada aos anos 1950 e 60, é recolocada nas discussões em termos paradoxais”, defendem os curadores.

Foi um período de extensa batalha por legitimação da produção local e pelas negociações com a iniciativa privada, a quem foi dado poderes (via leis de incentivo fiscal) de definir quais filmes seriam ou não feitos e com que orçamento. Foi uma época, por exemplo, de grandes produções históricas que tentavam pensar o Brasil do passado e de filmes que abordavam assuntos do tecido social, olhando para as nossas mazelas com um tipo de lente espetaculoso, de forma a renovar a visão que se tinha do cinema brasileiro depois de seu sucateamento, potencializado na segunda metade dos anos 1980. “Retomar o cinema era lidar com alguns fantasmas e senso comuns, como o hermetismo do Cinema Novo, a vulgaridade das pornochanchadas, a má qualidade técnica dos filmes da Boca do Lixo, os erotismos descabelados a partir de Nelson Rodrigues e a sensualidade tropical das adaptações de Jorge Amado”, afirma a curadoria.

Paulo Betti em Lamarca, de Sergio Rezende.

Alguns dos filmes da Temática Histórica vão ilustrar ao público esse recorte, como: Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, de Carla Camuratti (1995); Lamarca, de Sérgio Rezende (1994); Carmen Miranda: Bananas Is My Business, de Helena Solberg (1995); Baile Perfumado, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira (1997); entre outros.

Na Temática Preservação, sob o título-pergunta Preservação audiovisual: Que caminhos trilhar?, os anos 1990 aparecem como uma rememoração de tempos de transição. Não foi uma década de crise nem de pujança, mas de maturação das condições que propiciaram a reconhecida consolidação do campo no Brasil, na década seguinte, em todas as suas contradições e complexidades. Um dos elementos desse processo, conforme aponta a dupla de curadores Ines Aisengart Menezes e José Quental, é a transformação e o crescimento pelos quais passam as instituições de patrimônio audiovisual, como a Cinemateca Brasileira, a Cinemateca do MAM, o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro e a Cinemateca de Curitiba.

É ainda um tempo de aprimoramento do ensino e aprendizado audiovisual, o que propiciou mais pensamento e qualidade no trato com o material fílmico. A própria potência e popularidade do cinema brasileiro, sobretudo na Retomada, possivelmente influenciou e atraiu jovens para cursos de cinema que aos poucos também foram se multiplicando. A geração de profissionais que entraram no campo da preservação audiovisual na década seguinte são majoritariamente egressos de tais cursos de cinema, e trabalhos acadêmicos em torno da preservação oriundos dessa época hoje são referências técnica e historiográfica do setor.

Foi ainda um tempo de mudanças de tecnologia, da película para o vídeo e o digital, o que propiciou novos desafios. “A restauração de filmes foi o elemento mais expressivo na década de 1990, em particular os trabalhos realizados em dois laboratórios de restauração fotoquímica no país, a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, e a Labocine, no Rio de Janeiro”, afirmam os curadores. “O digital foi ganhando espaço nas restaurações ao final da década, e os produtos derivados das primeiras restaurações necessitam de uma revisão em relação ao resultado final, sobretudo considerando a tecnologia disponível à época, que hoje percebe-se como defasada tecnicamente em relação às qualidades e características da película”.

O Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais, principal fórum de discussões sobre preservação no Brasil, volta a acontecer na CineOP sob a égide do distanciamento e da crise no setor, o que fez a curadoria se voltar à reflexão sobre os desafios do momento: a crise pode ser ensejo para a mudança? Qual pode ser o papel do campo da preservação audiovisual?

Na Temática Educação, o título definido pelas curadoras Adriana Fresquet e Clarisse Alvarenga é Das ruínas às utopias: processos de criação audiovisual e metodologias de ensino. A proposta é discutir, através das mesas e fóruns a reunir educadores de todo o Brasil e alguns convidados internacionais, formas possíveis de aprendizado audiovisual em tempos de pandemia e ensino a distância. Para tal, o recuo aos anos 1990 se mostra importante, pois foi nessa década que surgiram câmeras de filmar suficientemente leves e acessíveis e que, associadas ao contexto social e político da época, possibilitaram uma série de propostas formativas envolvendo o cinema e os movimentos sociais no Brasil, entre elas o Cecip (Centro de Criação de Imagem Popular), no Rio de Janeiro, e a ABVP (Associação Brasileira de Vídeo Popular), em São Paulo.

O aprimoramento das metodologias é também enfoque pensado pelas curadoras para a CineOP em 2021: “Temos notado, nos novos processos educativos elaborados para o desenvolvimento do Ensino Remoto Emergencial, a força pedagógica dos filmes e outros produtos audiovisuais em aulas remotas síncronas e assíncronas”, afirmam. “Mas, ao mesmo tempo, se faz perceptível também a maneira como o contato remoto, envolvendo mais do que nunca a imagem e o som, aponta para uma série de limites aos processos de aprendizado quando realizados à distância. Justamente por isso persiste a necessidade de aprofundar o debate sobre as mediações, especialmente pretendemos apontar para o problema curatorial, que é fundamental para atender às necessidades e decisões pedagógicas atuais”.

Algumas das atividades já definidas são as mesas Oficinas de vídeo: tradições e transformações e Pedagogias do cinema e curadoria, além de um estudo de caso envolvendo as formas de trabalho educacional no Chile, país exemplar no uso do audiovisual como deflagrador de processos educacionais, inclusive na pandemia.

Nesse eixo triplo, a 16ª edição da CineOP, ainda que remotamente, volta a ser espaço de harmonia e encontros, tendo a cidade de Ouro Preto como marco histórico da importância de se pensar a história, a educação e a preservação como ações orgânicas de desenvolvimento cultural num país.

Pioneira desde sua criação, em 2006, a enfocar a preservação audiovisual, história, educação e a tratar o cinema como patrimônio, a CineOP reafirma seu propósito de ser um empreendimento cultural de reflexão e luta pela salvaguarda do rico e vasto patrimônio audiovisual brasileiro em diálogo com a educação e em intercâmbio com o mundo.

Foto: Divulgação.

Eternos, dirigido por Chloé Zhao, ganha trailer oficial

por: Cinevitor
Angelina Jolie interpreta Thena no filme da Marvel.

Baseado na série de quadrinhos da Marvel e dirigido por Chloé Zhao, vencedora do Oscar por Nomadland, Eternos narra as aventuras de uma raça de seres imortais que viveram na Terra e moldaram sua história e civilizações.

O longa, que teve a estreia adiada por conta da pandemia de Covid-19, se passa depois de Vingadores: Ultimato e marca uma transição para os novos filmes do Universo Cinematográfico Marvel. Na trama, uma tragédia afeta a antiga raça de seres superpoderosos, que terá que enfrentar os mais antigos inimigos da humanidade.

O elenco conta com Angelina Jolie, Salma Hayek, Richard Madden, Gemma Chan, Ma Dong-seok, Brian Tyree Henry, Kumail Nanjiani, Lauren Ridloff, Barry Keoghan, Lia McHugh, Kit Harington, entre outros.

Confira o primeiro trailer oficial de Eternos, que estreia em novembro deste ano:

Foto: Reprodução/YouTube.

VII Mostra Curta Vazantes: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Marcélia Cartaxo em Ela que Mora no Andar de Cima, de Amarildo Martins.

A sétima edição da Mostra Curta Vazantes: Cinema em Comunidade acontecerá entre os dias 14 e 30 de junho, com programação de filmes e atividades de formação abertas ao público. Devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, o evento será realizado inteiramente de forma remota para todo o Brasil.

As exibições acontecerão tanto no site oficial do evento quanto na plataforma Cardume, especializada em curtas-metragens nacionais. O evento também realizará oficinas de formação em roteiro e em crítica de cinema, além de palestra voltada aos profissionais da rede pública de ensino.

A mostra recebeu 631 curtas-metragens, dos quais 23 foram selecionados para a competição, entre ficções, animações e documentários, realizados em dez estados brasileiros, além de produções da Espanha, México e França.

Para Leo Tabosa, cineasta e produtor da Mostra, o intuito do evento sempre foi aproximar a comunidade de Vazantes e localidades vizinhas, que não possuem circuito exibidor de filmes, da produção audiovisual contemporânea. As exibições aconteciam ao ar livre na praça do distrito e agregavam pessoas de todas as idades: “A Mostra surgiu em 2013 como iniciativa de inclusão e capacitação de moradores do interior cearense no setor cinematográfico. O desafio agora é nos adaptar ao formato remoto para dar continuidade às atividades que foram interrompidas em 2020 por conta da pandemia”, disse o produtor.

Neste ano, o Júri Oficial será formado por Alexandre Figueiroa, André Antônio e Priscila Urpia; além da votação on-line do júri popular. O Júri da Crítica, com membros da Aceccine, Associação Cearense de Críticos de Cinema, contará com Arthur Gadelha, Rafael M. Vasconcelos e Thiago Henrique Sena. E mais: a programação apresentará também atividades paralelas, como: Oficina Introdução à Crítica de Cinema, com Diego Benevides; e Oficina Roteiro de curta-metragem de ficção para iniciantes, com Cíntia Domit Bittar.

Criada em 2013, a Mostra Curta Vazantes: Cinema em Comunidade pretende contribuir para a inclusão e a promoção social e cultural dos moradores da Comunidade de Vazantes e localidades vizinhas a partir da exibição de filmes produzidos em qualquer parte do mundo com a ideia de compreender, observar e fazer visível os processos sociais e culturais que se desenvolvem tanto no sul como no norte do planeta. Além da variedade de filmes, o evento promove oficinas, palestras e encontros que reflitam, discutam e divulguem a cultura presente na região. O Distrito de Vazantes é uma pequena porção administrativa que, juntamente com outros sete Distritos, compõem o município de Aracoiaba, situado na microrregião do maciço de Baturité, no Ceará.

Conheça os filmes selecionados para a VII Mostra Curta Vazantes:

MOSTRA VAZANTES PULSANTE

Antes de La Erupción, de Roberto Toledo (Espanha)
De Vez em Quando Eu Ardo, de Carlos Segundo (SP)
Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE)
Manaus Hot City, de Rafael Ramos (AM)
Sobre Nossas Cabeças, de Susan Kalik e Thiago Gomes (BA)

MOSTRA VAZANTES RESISTÊNCIA

Cadeia Alimentar, de Raphael Medeiros (RJ)
Écocide, de Liliane Mutti (Brasil/França)
Marcianos, de David Del Aguila (Espanha)
Reexisto, de Lethicia Galo e Rodrigo Campos (SP)
Trazo Crítico – Contaminación, de Vicente Mallols (Espanha)

MOSTRA VAZANTES INFÂNCIA

4 Bilhões de Infinitos, de Marco Antônio Pereira (MG)
Baile, de Cíntia Domit Bittar (SC)
O Quintal de João, de João Marcos Maia (CE)
Roberto, de Carmen Córdoba González (Espanha)

MOSTRA VAZANTES ESPERANÇA

A Barca, de Nilton Resende (AL)
Neguinho, de Marçal Vianna (RJ)
O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader (AM)
Terceiro Dia, de Jéssica Queiroz (CE)

MOSTRA VAZANTES DESCOBERTAS

Ela que Mora no Andar de Cima, de Amarildo Martins (PR)
La Última y nos Vamos
, de Susy López P. (México)
Piccolino – Una Aventura En La Ciudad, de Giovanni Maccelli (Espanha)
Polter, de Álvaro Vicario (Espanha)
S13p15a, de Jesús Loniego (Espanha)

*A VII Mostra Curta Vazantes: Cinema em Comunidade é uma realização da Pontilhado Cinematográfico, da Universidade Católica de Pernambuco, através da Pró-Reitoria Comunitária, e do Instituto Humanitas da Unicap. O evento conta com parcerias da Fundação Antônio dos Santos Abranches (FASA), da Fundação Fé e Alegria Vazantes e do Armazém Coral Acha Aqui, além de diversos voluntários que participam na construção e execução desse projeto.

Foto: Isabella Lanave.

VI DIGO: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta Fora de Época, de Drica Czech e Laís Catalano Aranha.

O DIGO – Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás tem como objetivo estimular e promover a conscientização do público, no que tange o respeito integral aos direitos humanos e a inclusão.

Por conta da pandemia de Covid-19, a sexta edição será realizada em formato on-line entre os dias 3 e 9 de junho. Neste ano, 612 filmes foram inscritos, sendo São Paulo o estado com maior número. No âmbito internacional, a Espanha foi campeã com 2,5% entre os filmes estrangeiros. Os melhores filmes escolhidos pelo júri e público serão contemplados com o Troféu DIGO e prêmios de parceiros. Os títulos estarão disponíveis no site oficial do evento (clique aqui).

Além da mostra convencional, este ano o DIGO exibe mostras especiais, como: Mulher LGBTI+ no Cinema, apenas com produções dirigidas por mulheres LGBTI+, que concorrem além do troféu, a um prêmio especial da Academia Internacional de Cinema; mostra A Pandemia é Política, direcionada a questões sociais e políticas do momento; e a mostra paralela Open Reel, composta por filmes premiados da distribuidora internacional.

Nesta sexta edição, os homenageades serão: André Fischer, que receberá o Troféu DIGO História LGBTI+; e Amanda Costa, que receberá o Troféu DIGO AMIGUE. O Júri Oficial será presidido por Francisco Carbone e contará também com Rosinha Assis, Ida Feldman e Rian Córdova.

Além dos filmes, a programação contará também com diversas atividades paralelas. Na equipe, Cristiano Sousa assina como diretor, curador e idealizador; Ricky Mastro é o programador do festival desde sua primeira edição.

Conheça os filmes selecionados para o DIGO 2021:

COMPETITIVA NACIONAL

De vez em quando eu ardo, de Carlos Segundo (RN)
E agora, Maria?, de Bruna Maria e Camila Gregório (BA)
Em caso de fogo pegue o elevador, de Fernanda Reis (RS)
Fotos Privadas, de Marcelo Grabowsky (SP/RJ)
Homens Invisíveis, de Luis Carlos de Alencar (RJ)
Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE)
Memória de quem (não fui), de Thiago Kistenmacker (RJ)
O que Pode um Corpo?, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (RS)
Queens Vs Zombies From Outer Space, de Danilo Morales (SP)
Vagalumes, de Léo Bittencourt (RJ)

COMPETITIVA MULHERES LGBTI+

Aonde vão os pés, de Débora Zanatta (PR)
Beatmakers, de Luciana Santos e Sabrina Emanuelly (SP)
Entre, de Ana Carolina Marinho e Luz Bárbara (SP)
Isolada, de Ana Domitila Rosa (GO)
Polifonia – Mulheres na Técnica, de Thais Robaina (SP)
Quem eles pensam que eu fui, de Débora Fiuza (RJ)
Reconexões, de Carolina Timoteo (SE)

COMPETITIVA A PANDEMIA É POLÍTICA

Café com Rebu, de Danny Barbosa (PB)
Cura-me, de Eduardo Varandas Araruna (PB)
DOIS, de Guilherme Jardim e Vinícius Fockiss (MG)
Eu, poesia para quem, de Gleig de Souza (GO)
Fora de Época, de Drica Czech e Laís Catalano Aranha (SP)
LGBTerroristas, de Rai Gandra (SP)

COMPETITIVA INTERNACIONAL

Água, de Santiago Zermeño (México)
Babtou Fragile, de Hakim Mao (França)
Dois Homens ao Mar, de Gabriel Motta (Brasil/Estônia)
Hugo: 18h30, de James Maciver (França)
It’s Just in My Head, de Marius Gabriel Stancu (Itália)
Mourn O Nature, de Nino Laisné e François Chaignaud (França)
Privilegiada, de Alex de la Croix (Espanha)
Pulsion, de Vincent Menjou-Cortès (França)

COMPETITIVA LONGA-METRAGEM

Mães do Derick, de Dê Kelm (PR)
Limiar, de Coraci Ruiz (SP)
Vento Seco, de Daniel Nolasco (GO)

MOSTRA NÃO COMPETITIVA | THE OPEN REEL

J’ador, de Simone Bozzelli (Itália)
Mani, de Ashkan Mehri (Irã)
Panthers, de Èrika Sánchez (Espanha)
Paradise, de Santiago Henao Vélez e Manuel Villa (Colômbia)
Pig for Pigs, de Benjamin Bodi (Espanha)
Screenshots for a Goodbye, de Ruth Caudeli (Colômbia)
Ten Times Love, de Manuel Billi e Benjamin Bodi (França)

Foto: Divulgação.

Globo de Ouro: polêmicas, boicote e novo código de conduta profissional e ética

por: Cinevitor
Nicole Kidman premiada em 2018 pela série Big Little Lies.

Entre tantos prêmios que consagram os melhores da TV e do cinema, o Globo de Ouro quase sempre foi questionado tanto pela escolha dos seus indicados, quanto dos vencedores. Realizado pela HFPA, Hollywood Foreign Press Association, sua edição mais recente aconteceu em março envolvida em polêmicas.

No começo deste ano, a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood protagonizou uma denúncia feita pelo jornal Los Angeles Times sobre corrupção envolvendo a HFPA e a forte influência na escolha dos indicados por conta de regalias e brindes enviados pelas produtoras dos filmes e séries para membros votantes. E mais: o L.A. Times também apurou que não há jornalistas negros entre os 87 membros.

Por conta disso, a Associação prometeu mudanças internas. O cronograma do plano de reforma, anunciado em 10/05, prometia adicionar um novo consultor de diversidade, equidade e inclusão; treinamento obrigatório para os membros sobre assédio sexual; inclusão de novos membros até agosto de 2021; uma nova supervisão no processo de inscrição de membros e recadastramentos; novas políticas sobre brindes, viagens e coletivas de imprensa; entre outros.

Porém, dois meses depois da 78ª edição, a emissora americana NBC anunciou que não irá transmitir a próxima cerimônia do Globo de Ouro. A decisão tomada por um dos maiores canais dos Estados Unidos se dá por conta da falta de representatividade entre os membros: “Continuamos a acreditar que a HFPA está comprometida com uma reforma significativa. No entanto, uma mudança dessa magnitude exige tempo e trabalho, e acreditamos fortemente que a HFPA precisa de tempo para fazê-la da maneira certa. Como tal, a NBC não irá transmitir o Globo de Ouro de 2022. Supondo que a organização execute seu plano, temos esperança de estar em posição de transmitir o programa em janeiro de 2023”, disse o comunicado oficial. 

O boicote ao evento também foi adotado por outros grandes nomes, como Netflix, Amazon Studios e WarnerMedia, que anunciaram que não irão mais inscrever suas produções na premiação: “Como muitos em nosso setor, esperamos por esse anúncio na esperança de que reconheçam a amplitude dos problemas enfrentados pela HFPA e forneçam um roteiro claro para mudanças. No entanto, não acreditamos que essas novas políticas propostas, especialmente em relação ao tamanho e velocidade do aumento de sócios, vão enfrentar a diversidade sistêmica da HFPA e os desafios de inclusão; ou a falta de padrões claros de como seus membros devem operar. Portanto, estamos interrompendo todas as atividades com a organização até que mudanças mais significativas sejam feitas”, disse Ted Sarandos, diretor executivo da Netflix.

Tina Tchen, presidente e CEO da Time’s Up, instituição que arrecada dinheiro para apoiar vítimas de assédio sexual, também se pronunciou sobre a decisão da NBC: “Este é um momento de definição para Hollywood. Hoje, temos a oportunidade de reconhecer que, ao nos pronunciarmos contra um sistema de premiação poderoso, mas profundamente falho, podemos começar a reimaginar uma indústria mais justa. Foram necessárias as vozes coletivas de atores individuais, criadores e uma frente unida de mais de 100 publicitários, junto com a liderança moral poderosa de empresas como Netflix, Amazon e WarnerMedia, para fazer isso acontecer. Juntos, exigimos uma cerimônia de premiação totalmente inclusiva, transparente e respeitosa. Coragem e liderança fizeram a diferença”.

Jane Fonda na edição deste ano: prêmio especial pela carreira.

Celebridades premiadas também se pronunciaram. Tom Cruise, por exemplo, vencedor de três estatuetas (Nascido em 4 de Julho, Jerry Maguire: A Grande Virada e Magnólia) devolveu os prêmios; Mark Ruffalo, premiado este ano pela minissérie I Know This Much Is True, declarou em sua conta no Twitter que não ficou feliz com o prêmio.

Na quinta-feira, 20/05, os membros da HFPA aprovaram de forma esmagadora um novo Código de Conduta Profissional e Ética estabelecendo os valores, expectativas e padrões da Hollywood Foreign Press Association: “Os membros se reuniram, consideraram e votaram de forma esmagadora para aprovar e implementar o plano do Conselho para uma mudança transformacional. A diretoria continua se reunindo com grupos de defesa para desenvolver iniciativas para cumprir o compromisso da HFPA de adicionar pelo menos 20 novos membros até agosto de 2021 e aumentar o número de membros em 50% em 18 meses”.

E continuou: “Independentemente da próxima data de transmissão do Globo de Ouro, a implementação de mudanças transformacionais tão rapidamente, e tão cuidadosamente, continua sendo a principal prioridade para nossa organização. Convidamos nossos parceiros do setor para trabalharem conosco nessa reforma sistêmica que está muito atrasada, tanto em nossa organização quanto no setor em geral. Queremos deixar claro que um pilar fundamental de nosso plano de reforma é a responsabilidade. A HFPA condena toda e qualquer forma de assédio, discriminação e abuso. Tal comportamento é inaceitável e ações disciplinares serão tomadas em caso de violações de nosso novo código. Todos os membros, novos e antigos, deverão seguir este novo código de conduta e serão responsabilizados se não o fizerem”

E mais: “Ficamos preocupados com relatos de que certos membros se envolveram em comportamentos inaceitáveis ​​no passado e estamos profundamente comprometidos em garantir que isso não aconteça novamente e que as interações com a HFPA e seus membros incorporem respeito mútuo. Nosso novo código de conduta e as políticas que serão lançadas nas próximas semanas foram elaborados para atingir esse objetivo fundamental e necessário”

Tom Hanks e Charlize Theron na cerimônia do ano passado.

O novo Código de Conduta Profissional e Ética aprovado recentemente diz: “Nosso compromisso é com a diversidade e inclusão. Devemos agir com a intenção de promover a diversidade, equidade e inclusão não apenas entre nossos membros e dentro de nossa Associação, mas devemos nos tornar líderes em nossas comunidades jornalísticas e de entretenimento para que incentivemos e celebremos as vozes, experiências e pontos de vista autênticos e variados daqueles que estão por trás e na frente da tela. Vamos estabelecer e manter um ambiente que reflita nossa comunidade global, capacitar membros e artistas que estão sub-representados na indústria do entretenimento e promover uma cultura que respeita e valoriza indivíduos de todos os gêneros, idades, raças, etnias, religiões, identidades e experiências”.

Outra questão em destaque é o compromisso com a responsabilidade e transparência: “Estamos comprometidos com a promoção de uma cultura de responsabilidade e transparência, tanto dentro da organização quanto com nossos constituintes externos. Nos comprometemos com os mais altos padrões de conduta profissional, inclusive por meio da aplicação deste Código de Conduta. Nossas ações enviarão uma mensagem clara à indústria de entretenimento e ao público em geral de que a HFPA está focada em promover sua missão e não tolerará conduta não profissional ou antiética”.

O novo código também destaca o profissionalismo e respeito: “Estamos comprometidos em criar uma cultura de boas-vindas para aqueles de fora de nossa Associação, agindo com respeito e profissionalismo em todos os eventos da HFPA e em outros eventos do setor, como coletivas de imprensa e exibições. Estamos comprometidos em promover um ambiente de respeito mútuo entre nossos membros, onde podemos participar de debates e conversas robustas baseados no respeito pelas diversas opiniões e experiências uns dos outros”.

Outro ponto importante do novo código fala sobre a votação e os famosos mimos recebidos pelos jornalistas: “Temos o compromisso de selecionar todos os indicados e vencedores com base em um processo irrepreensível. Portanto, os membros devem evitar quaisquer ações que possam levar à sua imparcialidade sendo razoavelmente questionadas. Os membros são proibidos de aceitar, concordar em aceitar, exigir ou solicitar qualquer coisa de valor em troca de uma ação tomada por um membro em sua capacidade na HFPA de forma corrupta”.

O código diz também que fica proibido: ameaçar, assediar ou abusar de terceiros, seja verbalmente, fisicamente ou por escrito; expressar opiniões em nome da HFPA sem autorização expressa do Conselho de Diretores; usar ou tentar usar a Associação para lucro pessoal; divulgar publicamente qualquer assunto da HFPA que seja confidencial; entre outros.

Laura Dern: melhor atriz coadjuvante por História de um Casamento.

Na terceira página do código, a HFPA esclarece que proíbe qualquer forma de assédio ou discriminação com base na raça, etnia, sexo, orientação sexual, identidade de gênero ou expressão, religião, idade, credo, cor, estado civil, nacionalidade, ancestralidade, gravidez ou condição relacionada à gravidez, condição médica, deficiência física ou mental, status militar e de veterano, status de cidadania ou qualquer outra característica legalmente protegida. Além disso, proíbe e não tolera assédio ou discriminação contra indivíduos que são percebidos como tendo qualquer uma dessas características ou que estão associados a uma pessoa que tem, ou parece ter, qualquer uma dessas características: “Como o assédio e a discriminação prejudicam a integridade de nossa organização e de nosso trabalho e destroem o moral de nossos membros, partes interessadas externas e parceiros da comunidade, a HFPA proíbe tal conduta”.

Sobre assédio sexual, o novo código também diz: “O assédio sexual não tem lugar dentro ou fora da HFPA, que tem o compromisso de fornecer um ambiente seguro para seus membros. Assédio sexual significa qualquer assédio baseado no sexo, orientação sexual ou identidade ou expressão de gênero”.

O futuro do Globo de Ouro ainda é incerto, mesmo com a promessa de mudanças na Associação. A luta pela igualdade pode ser um caminho longo dentro de uma poderosa e gigante indústria como Hollywood. Porém, a união de uma comunidade, que inclui nomes grandes, tem ganhado cada vez mais força para realizar mudanças necessárias. 

Não é de hoje que o Globo de Ouro acumula fatos duvidosos. Ao longo de sua história, muitos indicados, e até mesmo vencedores, não convenceram o público e a imprensa mundial sobre uma votação honesta. Ainda assim, a premiação era considerada uma das mais importantes da indústria; pelo marketing adotado por estúdios, campanhas e outras ações que enalteciam suas produções lembradas pelos membros da HFPA.

Porém, já faz um tempo que a premiação vem sendo questionada constantemente por diversas questões que levavam um filme ou uma série à lista final do prêmio. Neste ano, entre tantas polêmicas escancaradas, o Globo de Ouro perde, finalmente, seu brilho; e também aliados. Não tem mais como esconder o que se passava por trás de todo o glamour do tapete vermelho.

Fato é que muitas mudanças precisam ser feitas para que a premiação volte a ganhar credibilidade e seja novamente aceita pelo público e por membros da indústria. Para a HFPA, o caminho será longo. Já para aqueles que lutam por igualdade e diversidade, e que muitas vezes foram ignorados por conta de fortes alianças que privilegiavam outros interesses além das estatuetas, é possível enxergar uma luz no fim do túnel. Parece que o jogo virou e a justiça será feita. E isso é uma ótima notícia!

Clique aqui e leia, na íntegra, o novo Código de Conduta Profissional e Ética da Hollywood Foreign Press Association.

Texto: Vitor Búrigo
Fotos: Getty Images North America e Polk/NBC.

XI Festival Pachamama: conheça os filmes premiados

por: Cinevitor
Visão Noturna, de Carolina Moscoso Briceño: filme chileno premiado.

Foram anunciados neste sábado, 22/05, em uma cerimônia virtual apresentada por Sacha Alencar, os vencedores da 11ª edição do Festival Pachamama, que aconteceu em formato on-line. Em oito dias de programação, foram exibidos filmes latinos e brasileiros em pré-estreias nas mostras temáticas. Ainda no encerramento, o público foi presenteado com uma apresentação de Camila Cabeça com o Mini Concierto para ‘Bailar’.

Com a intenção de promover o cinema de toda a região amazônica, o festival contou também com atividades paralelas, como uma oficina ministrada pelo cineasta Camilo Cavalcante, que também exibiu seu filme King Kong en Asunción na noite de encerramento, debates e mesas com convidados especiais.

Neste ano, os homenageados foram: Geraldo Sarno, Fernando Ezequiel Solanas e Paul Léduc. O Júri Oficial foi formado por: Catalina Donoso Pinto, escritora chilena; Mary Carmen Molina Ergueta, crítica de cinema e pesquisadora boliviana; e a cineasta brasileira Jô Serfaty.

Na Mostra Competitiva, estavam na disputa: Las Ranas, de Nino Martínez (República Dominicana); Supa Layme, de Fumito Fujikawa (Peru); Subterrânea, de Pedro Urano (Brasil); Días de Invierno, de Jaiziel Hernández (México); Visão Noturna, de Carolina Moscoso Briceño (Chile); A Mesma Parte de um Homem, de Ana Johann (Brasil); Sirena, de Carlos E. Piñeiro P. (Bolívia); Rio Turbio, de Tatiana Mazú González (Argentina); Chaco, de Diego Mondaca (Bolívia/Argentina); La Chucha Perdida de Los Incas, de Fernando Gutiérrez (Peru); Harley Queen, de Carolina Adriazola e José Luis Sepúlveda (Chile); e Nosotros, Los Bárbaros, de Juan Alvarez-Durán (Bolívia).

Além de outras mostras, filmes como Sertânia, de Geraldo Sarno; A Última Floresta, de Luiz Bolognesi; Edna, de Eryk Rocha; e Libório, de Nino Martínez, foram exibidos em sessões especiais. 

Conheça os vencedores do XI Festival Pachamama – Cinema de Fronteira:

MELHOR FILME
Visão Noturna (Visión Nocturna), de Carolina Moscoso Briceño (Chile)

MELHOR DIREÇÃO
Tatiana Mazú González, por Rio Turbio

MENÇÃO HONROSA
Nosotros, Los Bárbaros, de Juan Alvarez-Durán (Bolívia)

Foto: Divulgação.

Anim!Arte 2021 exibirá 452 filmes na programação; festival será on-line

por: Cinevitor
Cena do curta catarinense Sonhos da Isah: O Baú do Papai, de João Ricardo Costa.

A 16ª edição do Festival Anim!Arte acontecerá entre os dias 24 de maio e 13 de junho com uma seleção de 452 filmes de mais de 60 países, que estarão disponíveis através da plataforma Kinow.

Pela primeira vez o festival será acessado de todo o Brasil. Estudantes e professores poderão se cadastrar por meio de um formulário na plataforma e obter acesso gratuito ao festival. Para o público em geral, o ingresso custará R$ 25,00, sendo válido para todos os dias do evento, e poderá ser adquirido no site oficial (clique aqui).

Na edição de 2021, o festival tem um recorde de mulheres: 58% dos filmes selecionados foram dirigidos ou codirigidos por animadoras. O evento também conta com animações que falam sobre a pandemia de Covid-19 pelo mundo, curtas com a temática LGBTQI+, diversidade racial e feminismo; além de filmes dedicados ao público infantil.   

Entre os curtas selecionados na categoria Filme Ambiental, destacam-se: Only a Child, criado por mais de 20 diretores de animação sob a supervisão artística de Simone Giampaolo. O filme dá forma e cor às palavras originais ditas pela canadense Severn Cullis-Suzuki, representante da ECO (Organização das Crianças em Defesa do Meio Ambiente) na cúpula da ONU no Rio, em 1992; já Òpárá de Òsún: Quando Tudo Nasce, de Pamela Pelegrino, conta a história do Orixá das águas doces, Òsùn a deusa da fertilidade; o argentino El Árbol ya fue Plantado, de Irene Blei, também está entre os escolhidos.  

Na seleção de Culturas do Mundo Profissional um dos destaques é Girls talk about Football, da cineasta italiana Paola Sorrentino, que conta como é ser garota no mundo dos meninos. Seis meninas compartilham suas próprias experiências jogando futebol em um esporte dominado pelos homens e através de diferentes técnicas de animação exploram várias narrativas; a animação terá sua première mundial. Também na mostra aparece o mexicano El Desfile de los Ausentes, de Marcos Almada Rivero, que faz sua estreia no Brasil.  

Na categoria competitiva Estudantes Brasileiros Maxi destacam-se filmes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina; vinte e sete dos 49 curtas terão sua première mundial. Em Estudantes Internacionais Maxi, 168 filmes terão estreia mundial, brasileira ou sul-americana na 16ª edição do Festival Anim!Arte. Já na categoria Estudantes Internacionais Mini, 51 dos 72 filmes terão sua première no país.

Nos filmes infantis destacam-se: o catarinense Sonhos da Isah: O Baú do Papai, de João Ricardo Costa; o chileno Los Fantásticos Viajes de Ruka: Pez Luna, de Julián Rosenblatt; e Nana & Nilo em Dia de Sol e Chuva, de Sandro Lopes. Além das mostras competitivas, o festival também apresentará sessões retrospectivas, com curtas produzidos por alunos da UVA (Universidade Veiga de Almeida) e da Escola Parque, do Rio de Janeiro.  

O Festival Anim!Arte foi criado em 2001 e há 20 anos vem realizando mostras de filmes feitos por estudantes e para os estudantes. Nas últimas edições, recebeu mais de 3.000 inscrições e apresentou para o seu público uma seleção de curtas-metragens de animação, muitas vezes inéditos no Brasil e na América do Sul. No ano de 2019, o evento contou com mais de 4000 espectadores em onze dias. O Anim!Arte foi o primeiro festival audiovisual da América Latina a integrar o Youth Cinema Network, a mais importante rede internacional de festivais de cinema juvenil.  

Clique aqui e confira a programação completa com todos os selecionados.

Foto: Divulgação.