A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Karim Aïnouz, é premiado no Festival de Cinema de Munique

por: Cinevitor

vidainvisivelmuniqueCarol Duarte em cena: atuação elogiada pela crítica.

Depois de ser eleito o melhor filme da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes deste ano, sendo a primeira vez que um filme brasileiro é consagrado com o prêmio máximo nesta categoria, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Karim Aïnouz e produzido por Rodrigo Teixeira, segue forte em sua carreira no exterior.

Nesta sexta-feira, 05/07, o longa foi premiado no CineCoPro Award no Filmfest München, o segundo festival de cinema mais prestigiado da Alemanha depois da Berlinale, que confere à melhor coprodução local com países estrangeiros uma bonificação no valor de 100 mil euros.

A 37ª edição do Festival de Cinema de Munique também consagrou outro filme brasileiro: Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, com o prêmio de melhor filme na principal mostra, a CineMasters Competition. Além disso, os atores Ralph Fiennes e Antonio Banderas receberam o CineMerit Award.

Em cartaz no circuito comercial a partir do dia 31 de outubro, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã Pola Pandora, braço de produção da The Match Factory, de Michael Weber e Viola Fügen, além da Sony Pictures Brasil, Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual), e conta com o financiamento do fundo alemão Medienboard Berlin Brandenburg e do Fundo Setorial do Audiovisual/Ancine.

No longa, Karim repete a parceria de sucesso com a produtora alemã, iniciada com Praia do Futuro, numa colaboração a longo prazo que inclui um novo projeto, ainda confidencial, já em desenvolvimento. “É o coroamento de uma colaboração de muitos anos com a Pola Pandora e The Match Factory, que participaram do projeto desde o desenvolvimento do roteiro, em parceria com a RT Features. Ao mesmo tempo, é fruto da política de investimento do governo brasileiro no cinema nacional nos últimos anos. Este tipo de premiação estreita os nossos laços de colaboração com os alemães e gera uma renovação do cinema deles, além de garantir um filme com potência e vitalidade em sua carreira internacional, provando a sua universalidade”, comemorou o diretor.

“Nesses anos todos em que venho trabalhando com o mercado internacional sempre percebi o valor criativo que cooperações entre talentos de diferentes países trazem aos projetos. Os filmes nascem universais. E, aos poucos, na RT começamos a investir em projetos de coproduções oficiais, primeiro do Brasil com Argentina, Uruguai e depois Chile. E agora com o filme do Karim fizemos a primeira coprodução com a Alemanha dividindo a nacionalidade. E receber esse prêmio do Festival de Munique me faz ainda mais acreditar que o caminho para a produção é global e isso também passa pelo cinema brasileiro”, completou Rodrigo Teixeira.

Além de Cannes e Munique, o filme esteve nas seleções oficiais dos festivais de Sydney, do Midnight Sun, na Finlândia, e de Karlovy Vary, na República Tcheca, e será exibido no Transatlantyk Festival, na Polônia, e no Festival de Cinema da Nova Zelândia; e nas próximas semanas novos anúncios virão.

A história se passa no Rio de Janeiro dos anos 1950 e as irmãs Guida e Eurídice são como duas faces da mesma moeda: duas irmãs apaixonadas, cúmplices, inseparáveis. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sem namorado, o pai, um português conservador, a expulsa de casa de maneira cruel. Guida e Eurídice são separadas para sempre e passam suas vidas tentando encontrar uma a outra, como se só juntas fossem capazes de seguirem suas vidas.

O longa é uma livre adaptação da obra homônima de Martha Batalha e traz Fernanda Montenegro, Carol Duarte, Júlia Stockler, Gregorio Duvivier e Maria Manoella no elenco. Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com a uruguaia Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa, ambientado majoritariamente na década de 1950, foi rodado no Rio de Janeiro, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristóvão. A direção de fotografia é da francesa Hélène Louvart, de As Praias de Agnès e Lazzaro Felice, que assina seu primeiro longa brasileiro, e a alemã Heike Parplies, de Toni Erdmann, assina a montagem.

Foto: Bruno Machado.

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