Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, é selecionado para o 68º Festival de San Sebastián

por: Cinevitor

todosmortossansebastianThomás Aquino e Carolina Bianchi em Todos os Mortos.

No início de agosto, a 68ª edição do Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, que acontecerá entre os dias 18 e 26 de setembro, divulgou os primeiros filmes selecionados deste ano, entre eles, os concorrentes da Seleção Oficial, que disputam a cobiçada Concha de Ouro.

Nesta primeira leva, o brasileiro Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria, foi anunciado na seção New Directors. Agora, novos filmes foram revelados e outras produções nacionais se destacam, como Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, na seção Horizontes Latinos. No longa, ambientado em São Paulo entre 1899 e 1900, duas famílias, uma branca, os Soares, e outra negra, os Nascimento, guiam a trama, que se passa onze anos após o fim do período escravista; passado recente que ainda mantém os decadentes Soares presos à ideia de superioridade e posse. Vale lembrar que o filme disputou o Urso de Ouro em Berlim e foi selecionado recentemente para o Festival de Gramado.

A história é conduzida pelas mulheres das famílias, interpretadas por Mawusi Tulani, Clarissa Kiste, Carolina Bianchi e Thaia Perez. O jovem Agyei Augusto é um dos protagonistas do filme, que também tem participações especiais da cantora Alaíde Costa, da atriz portuguesa Leonor Silveira, Thomás Aquino, Rogério Brito, Andrea Marquee e Gilda Nomacce. A trilha sonora é composta por Salloma Salomão, músico, historiador e educador com profunda pesquisa no cruzamento entre a música brasileira e as tradições da cultura e da música africana. Assinam a produção: Sara Silveira e Maria Ionescu, da Dezenove Som e Imagens, e Clément Duboin e Florence Cohen, da Good Fortune Films.

A sinopse diz: na São Paulo de 1899, os fantasmas do passado ainda caminham entre os vivos. As mulheres da família Soares, antigas proprietárias de terra, tentam se agarrar ao que resta de seus privilégios. Para Iná Nascimento, que viveu muito tempo escravizada, a luta para reunir seus entes queridos em um mundo hostil a conduz a um questionamento de suas próprias vontades. Entre o passado conturbado do Brasil e seu presente fraturado, essas mulheres tentam construir um futuro próprio.

Além disso, dezenove títulos disputam o Prêmio Zabaltegi-Tabakalera, entre eles, Los conductos, de Camilo Restrepo, uma coprodução entre França, Colômbia e Brasil. Cineastas consagrados como Philippe Garrel, Hong Sang-soo e Peter Strickland também exibirão seus novos trabalhos.

Conheça os novos filmes selecionados para o 68º Festival de San Sebastián:

HORIZONTES LATINOS

El prófugo (The Intruder), de Natalia Meta (Argentina/México)
Edición ilimitada (Unlimited Edition), de Edgardo Cozarinsky, Santiago Loza, Virginia Cosin e Romina Paula (Argentina)
La Verónica, de Leonardo Medel (Chile)
Las mil y una (One in a Thousand), de Clarisa Navas (Argentina/Alemanha)
Mamá, mamá, mamá (Mum, Mum, Mum), de Sol Berruezo Pichon-Rivière (Argentina)
Selva trágica (Tragic Jungle), de Yulene Olaizola (México/França/Colômbia)
Sin señas particulares (Identifying Features), de Fernanda Valadez (México/Espanha)
Todos os Mortos (All The Dead Ones), de Caetano Gotardo e Marco Dutra (Brasil/França)
Visión nocturna (Night Shot), de Carolina Moscoso (Chile)

ZABALTEGI TABAKALERA

A Metamorfose dos Pássaros (The Metamorphosis of Birds), de Catarina Vasconcelos (Portugal)
Autoficción (Autofiction), de Laida Lertxundi (Espanha/Nova Zelândia) (curta-metragem)
Cold Meridian, de Peter Strickland (Hungria/Reino Unido) (curta-metragem)
Correspondencia (Correspondence), de Carla Simón e Dominga Sotomayor (Espanha/Chile) (curta-metragem)
Domangchin yeoja (The Woman Who Ran), de Hong Sang-soo (Coreia do Sul)
Dustin, de Naïla Guiguet (França) (curta-metragem)
Fauna, de Nicolás Pereda (Canadá/México)
Huan le shi guang (Having a Good Time), de Bell Zhong (China)
I Am Afraid to Forget Your Face, de Sameh Alaa (Egito/França/Bélgica/Qatar)
Le sel des larmes (The Salt of Tears), de Philippe Garrel (França/Suíça)
Los conductos, de Camilo Restrepo (França/Colômbia/Brasil)
Noche perpetua (Perpetual Night), de Pedro Peralta (Portugal/França) (curta-metragem)
Ping Jing (The Calming), de Song Fang (China)
Rizi (Days), de Tsai Ming-Liang (Taiwan)
Stephanie, de Leonardo van Dijl (Bélgica) (curta-metragem)
The Trouble with Being Born, de Sandra Wollner (Áustria)
Un efecto óptico (An optical illusion/Interval), de Juan Cavestany (Espanha)
Ya no duermo, de Marina Palacio Burgueño (Espanha) (curta-metragem)
Zheltaya koshka (Yellow Cat), de Adilkhan Yerzhanov (Cazaquistão/França)

Foto: Hélène Louvart.

Comentários