Paulo Miklos e Thaíde falam sobre O Homem Cordial, de Iberê Carvalho, exibido no 47º Festival de Gramado

por: Cinevitor

homemcordialgramado1Equipe reunida no tapete vermelho do Palácio dos Festivais.

Depois da exibição de Bacurau, na sexta-feira, 16/08, como filme de abertura, a Mostra Competitiva de Longas Brasileiros da 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado começou com O Homem Cordial, de Iberê Carvalho.

O roteiro, assinado pelo diretor e pelo uruguaio Pablo Stoll, de Whisky, é um thriller psicológico, no qual o afloramento de uma onda de ódio e intolerância é visto a partir do ponto de vista de Aurélio, interpretado por Paulo Miklos, um homem de 60 anos, branco, rico e heterossexual, que de sua posição social privilegiada se vê perdido e impotente, sem saber como reagir a essa realidade que se apresenta.

A cidade de São Paulo, onde O Homem Cordial foi rodado, também é uma personagem do filme. A opção do diretor pela capital foi devido ao cenário urbano de uma grande metrópole que simboliza o desenvolvimento. O longa tem fotografia de Pablo Baião, vencedor do kikito de melhor fotografia no último Festival de Gramado por Simonal. Maíra Carvalho, ganhadora do kikito de melhor direção de arte, em 2015, por O Último Cine Drive-in, de Iberê Carvalho, assina a arte; o filme também levou os kikitos de melhor atriz coadjuvante para Fernanda Rocha, melhor ator para Breno Nina e melhor longa brasileiro segundo o Júri da Crítica.

homemcordialgramado2O diretor Iberê Carvalho na apresentação do filme.

A apresentação do longa no Palácio dos Festivais contou com a presença do diretor e de vários integrantes da equipe, entre eles, o produtor Rodrigo Sarti Werthein, o diretor de fotografia Pablo Baião e os atores Paulo Miklos e Thaíde. Maíra Carvalho, irmã de Iberê, produtora e diretora de arte do filme, aproveitou o momento para ler um manifesto da classe sobre a atual situação cultural do país: “Nossa solidariedade e apoio aos colegas produtores, diretores e equipes que tiveram seus projetos censurados antes mesmo da seleção. Que a censura nunca mais volte. Ditadura nunca mais! Tortura nunca mais!”.

O rapper Thaíde, que interpreta o personagem Béstia, também fez seu discurso no palco: “Um recado direto para aqueles que querem podar e inibir o cinema brasileiro. Enquanto existirem diretores que tenham a coragem de Iberê Carvalho, como tantos outros no Brasil, vocês estarão perdidos. Nunca se esqueçam disso”. Roberta Estrela D’Alva, que faz uma participação no filme, encerrou a apresentação no palco com uma performance emocionante: “Desejo que minhas palavras se transformem em antídoto. Censura nunca mais! Ditadura nunca mais!”, finalizou sendo ovacionada pela plateia.

Aperte o play e assista às entrevistas com os atores Paulo Miklos e Thaíde e também aos melhores momentos da apresentação do filme no Palácio dos Festivais:

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Fotos: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

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