Morre, aos 82 anos, o ator, dramaturgo e cineasta brasileiro Domingos Oliveira

por: Cinevitor

morredomingosoliveiraO cineasta no Festival de Gramado, em 2016.

Morreu na tarde deste sábado, 23/03, aos 82 anos, o cineasta brasileiro, ator e dramaturgo Domingos Oliveira. Segundo informações divulgadas pela família, o diretor estava em casa e se sentiu mal enquanto escrevia no computador. Ele sofria da Doença de Parkinson e a causa da morte ainda não foi divulgada.

Nascido no Rio de Janeiro, formou-se em Engenharia, mas nunca trabalhou na área. Começou no teatro amador e logo ganhou destaque com diversas peças. Foi redator da revista Manchete, produtor e roteirista na TV Globo, sendo parte da primeira equipe da emissora, diretor do Teatro do Planetário e também atuou em seus próprios trabalhos. Antes de realizar seu primeiro filme, trabalhou como assistente de direção de Joaquim Pedro de Andrade em O Poeta do Castelo e Couro de Gato.

Em 1966, dirigiu seu primeiro longa, o drama Todas as Mulheres do Mundo, protagonizado por Leila Diniz (com quem foi casado por três anos), Paulo José, Flávio Migliaccio e Joana Fomm. Depois disso, realizou diversos filmes, como: Edu, Coração de Ouro (1968), As Duas Faces da Moeda (1969), É Simonal (1970), A Culpa (1971), Amores (1998), Separações (2002), Feminices (2004), Carreiras (2005), Juventude (2008), Todo Mundo Tem Problemas Sexuais (2008), Primeiro Dia de Um Ano Qualquer (2012), Paixão e Acaso (2012), Infância (2014), entre outros.

Seu último trabalho nas telonas, lançado comercialmente, foi o longa BR 716, grande vencedor do Festival de Gramado de 2016 (clique aqui e assista nossa entrevista com o diretor no festival). O filme também foi premiado no Festin Lisboa Film Festival e indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. O documentário Os 8 Magníficos, exibido no Festival do Rio, em 2017, ainda não foi lançado.

Na TV, atuou em Vestido de NoivaBambolê, As Noivas de Copacabana, Contos de Verão, entre outros. Também foi roteirista de diversos trabalhos, como: As Duas Faces da Moeda, O Médico e o Monstro, Os Anjos do Sexo, etc. Apresentou, ao lado de sua esposa, Priscilla Rozenbaum, alguns programas no Canal Brasil. Seu último trabalho na TV, a série inédita Mulheres de 50, será exibida em breve pelo canal.

No teatro, recebeu o Prêmio Shell de melhor texto pela peça Amores. Em 1992, dirigiu Confissões de Adolescente nos palcos, com texto escrito por sua filha Maria Mariana. A peça ganhou uma adaptação televisiva na TV Cultura e Domingos dirigiu entre 1994 e 1996. Em 2010, reestreou Do Fundo do Lago Escuro, sua peça autobiográfica.

Ao longo da carreira foi premiado no Mar del Plata Film Festival e também no Paris Brazilian Film Festival. Pela APCA, Associação Paulista de Críticos de Arte, recebeu três prêmios. Foi homenageado no Festival de Gramado e também na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Além disso, escreveu alguns livros, como a autobiografia Vida Minha.

Foto: Edison Vara/Pressphoto.

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