
A consagrada atriz paraibana Zezita Matos, que completou 80 anos em agosto, foi homenageada na 17ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro nesta terça-feira, 06/12, no Cinépolis do Manaíra Shopping, em João Pessoa.
Para celebrar sua dedicação e amor ao teatro e ao cinema, Zezita recebeu o Troféu Aruanda das mãos dos amigos Fernando Teixeira e Paulo Vieira, também atores. Ovacionada pelo público, a atriz, em seu discurso, relembrou sua trajetória, contou uma história divertida com Ariano Suassuna e debateu sobre a atual situação política do país. Depois disso, foi exibido o curta-metragem Zezita, Arte e Nuvens, de João de Lima e Everaldo Vasconcelos.
Nascida em uma fazenda em Juripiranga, distrito da cidade de Pilar, interior da Paraíba, Zezita Matos começou a se interessar pelo mundo das artes ainda muito jovem. Na adolescência, já na capital, ingressou no teatro amador. Entre tantas montagens teatrais ao longo da carreira, tornou-se um dos principais nomes da cultura do estado da Paraíba. Recebeu o título de Primeira Dama do Teatro Paraibano, pois foi a primeira mulher a dirigir o Teatro Santa Roza.
Formada em Letras e Pedagogia, foi professora por muitos anos. Mesmo após sua aposentadoria, continuou se envolvendo em projetos culturais com implantações de saraus de poesias e um clube de cinema dentro da instituição. Além disso, Zezita também sempre foi muito ativa politicamente.
Depois de anos dedicados aos palcos, em 1965, Zezita realizou seu primeiro teste para cinema e foi aprovada para uma participação no filme Menino de Engenho, de Walter Lima Jr. Em 1984, fez sua primeira aparição em televisão na novela Vereda Tropical. Em 2000, 35 anos depois de seu primeiro trabalho nas telonas, surgiu um convite de Marcus Vilar para atuar no curta-metragem A Canga. Depois disso, trabalhou em diversas produções que marcaram o cinema brasileiro, como: Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, e O Céu de Suely, de Karim Aïnouz.
A atriz no curta-metragem Olhos de Botão, de Marlom Meirelles
Sua carreira na sétima arte ganhou ainda mais destaque ao longo dos anos por sua atuação em diversas obras, entre elas: Mãe e Filha, de Petrus Cariry, que lhe rendeu um prêmio no Cine Ceará; A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante, no qual foi consagrada no Festival Paulínia de Cinema; Pacarrete, de Allan Deberton, que lhe rendeu uma indicação ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro; Acqua Movie, de Lírio Ferreira; Deserto Particular, de Aly Muritiba, que garantiu um prêmio no Cine PE; Currais, de David Aguiar e Sabina Colares; o mais recente, Bia, de Taciano Valério, exibido no Fest Aruanda deste ano; entre muitos outros.
Zezita também marca presença constante em curtas-metragens, como: Remoinho, de Tiago A. Neves, que foi premiada no Fest Aruanda; Olhos de Botão, de Marlom Meirelles, que lhe rendeu prêmios no Cineamazônia, no Festival de Cinema de Jericoacoara, Curta Amazônia Mundi, Euro Film Festival, Mostra Audiovisual de Dourados, Festival de Caruaru e no Actors Awards, em Los Angeles; Azul, de Erick Laurence; Não me esqueças, me ame para sempre, de Guilherme Andrade; entre outros.
Em 2016, Zezita ganhou ainda mais notoriedade nacional por seu trabalho na novela Velho Chico, de Benedito Ruy Barbosa. A atriz foi convidada pelo diretor Luiz Fernando Carvalho para integrar o elenco. No mesmo ano, participou do longa Reza a Lenda, ao lado de Cauã Reymond, Sophie Charlotte e Luísa Arraes.
Em julho de 2018, Zezita tomou posse como presidente da APC, Academia Paraibana de Cinema, tornando-se a primeira mulher a assumir tal cargo. Nesta mesma época, participou da série Onde Nascem os Fortes, também dirigida por Luiz Fernando Carvalho; em 2020, fez uma participação na novela Amor de Mãe.
Para celebrar os 80 anos dessa grande artista, que tem uma vida dedicada à arte e a cultura, registramos os melhores momentos da entrega do Troféu Aruanda 8.0, da homenagem e do discurso.
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Foto: Mano de Carvalho.