VII Mostra Curta Vazantes: conheça os filmes premiados

por: Cinevitor
Emilly de Jesus no curta Baile, de Cíntia Domit Bittar: premiada.

Foram anunciados nesta quarta-feira, 30/06, os vencedores da sétima edição da Mostra Curta Vazantes: Cinema em Comunidade, que aconteceu em formato on-line e exibiu 23 curtas-metragens, entre ficções, animações e documentários, realizados no Brasil, Espanha, México e França.

O curta pernambucano Inabitável, dirigido por Matheus Farias e Enock Carvalho, foi reconhecido pelo Júri Oficial como o melhor filme da programação. A trama conta a história de Marilene, que procura sua filha Roberta, uma mulher trans desaparecida. O Júri Oficial foi formado pelo cineasta e professor André Antônio, pelo cineasta, crítico de cinema e professor Alexandre Figueiroa e pela jornalista, fotógrafa, curadora e produtora cultural Priscila Urpia.

Em parceria com a Aceccine, Associação Cearense de Críticos de Cinema, o Júri da Crítica foi formado por Arthur Gadelha, Rafael M. Vasconcelos e Thiago Henrique Sena. Os críticos reconheceram o pensamento questionador do curta-metragem carioca Neguinho, de Marçal Vianna, e da produção cearense Terceiro Dia, de Jéssica Queiroz. Por meio de votação popular, os espectadores da Mostra Curta Vazantes elegeram Reexisto, dirigido por Lethicia Galo e Rodrigo Campos, como o melhor filme da edição.

Conheça os vencedores da VII Mostra Curta Vazantes:

JÚRI OFICIAL

Melhor Filme: Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE)
Justificativa: Pela excelência na orquestração de todos os elementos fílmicos – atuação, som, figurino, direção, roteiro – que concorrem para criar uma narrativa emocionante e politicamente importante.

Melhor Direção: Marco Antônio Pereira, por 4 Bilhões de Infinitos
Justificativa: Pelas belas soluções cênicas, pela decupagem delicada, pelo uso inteligente da luz e a ótima direção de atores.

Melhor Roteiro: De Vez Em Quando Eu Ardo, escrito por Carlos Segundo
Justificativa: Pela forma sutil como o filme constrói aos poucos, através de uma protagonista que vai desvelando várias camadas, uma expectativa que ao mesmo tempo se quebra e desabrocha numa imagem onde a linguagem fotográfica e a cinematográfica se encontram.

Melhor Fotografia: A Barca, por Michel Rios
Justificativa: Pela criação de um universo singular, com cores que beiram o fantástico e o alegórico e por nos proporcionar um passeio aquático pela noite iluminada pelo luar.

Melhor Interpretação: Emilly de Jesus, por Baile
Justificativa: Por construir com naturalidade e ao mesmo tempo leveza uma personagem que está lidando pela primeira vez com questões humanas profundas sem abandonar o ponto de vista da infância.

Melhor Montagem: Piccolino – Una Aventura En La Ciudad, por Giovanni Maccelli
Justificativa: Pela habilidade de unir fluidamente a animação stop motion com a filmagem de atores reais, além de manter o ritmo em habilidosos momentos de ação e perseguição.

Prêmio Especial do Júri: Manaus Hot City, de Rafael Ramos (AM)
Justificativa: Pela apresentação de uma Manaus outra, construindo uma representação inusitada da cidade com referências estéticas pop, além de trazer personagens que lidam com as dores da vida com o cuidado e o afeto que vêm da amizade.

JÚRI DA CRÍTICA

Melhor Filme: Neguinho, de Marçal Vianna (RJ), e Terceiro Dia, de Jéssica Queiroz (CE)
Justificativa: “Parece que tá todo mundo ouvindo e ninguém tá falando nada”. A frase composta por Arnaldo Antunes e Nando Reis parece sintetizar essa realidade em que estamos inseridos, apesar de todas as comunicações e novas ferramentas de ação promovidas neste século: um cenário de imobilidade, silenciamento e omissão. No Estado que estamos, pairam as dúvidas e os suspenses, mas também brotam as indignações, sensações que, cada vez mais, vêm sendo expressas por meio do cinema e suas infinitas possibilidades. Independente do espaço e do tempo em que essas imagens e sons se organizam, reações à mesma normalização do absurdo, à tragédia anunciada, à convivência com o desastre e ao ímpeto da resposta. Dessa forma, o júri acredita que  a função da crítica vai além de uma análise técnica da obra, muitas das vezes propondo  olhares que construam alternativas ao lugar-comum, abrindo janelas para um pensamento questionador e de como o cinema se relaciona com nossa realidade. A Aceccine, por meio de seu júri, premia no VII Curta Vazantes os filmes Neguinho e Terceiro Dia.

JÚRI POPULAR

Melhor Filme: Reexisto, de Lethicia Galo e Rodrigo Campos (SP)

Criada em 2013, a Mostra Curta Vazantes: Cinema em Comunidade pretende contribuir para a inclusão e a promoção social e cultural dos moradores da Comunidade de Vazantes e localidades vizinhas a partir da exibição de filmes produzidos em qualquer parte do mundo com a ideia de compreender, observar e fazer visível os processos sociais e culturais que se desenvolvem tanto no sul como no norte do planeta.  Além da variedade de filmes, o evento promove oficinas, palestras e encontros que reflitam, discutam e divulguem a cultura presente na região.

*Clique aqui e aqui para assistir aos programas especiais que fizemos no IGTV sobre a sétima edição da Mostra Curta Vazantes com participações especiais.

Foto: Divulgação/Novelo Filmes.

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