Rutger Hauer no lançamento da sexta temporada de True Blood, em 2013.
Segundo informações divulgadas pela imprensa internacional, o ator holandês Rutger Hauer morreu, aos 75 anos, no dia 19 de julho, em sua casa, por conta de uma breve doença que não foi revelada. Porém, a informação só foi anunciada nesta quarta-feira, 24/07, dia em que aconteceu o funeral, por Steve Kenis, agente do ator.
Rutger, que ficou conhecido mundialmente ao interpretar o vilão Roy Batty em Blade Runner, o Caçador de Andróides, de Ridley Scott, nasceu em 1944 na cidade de Breukelen, província de Utrecht. Filho de dois professores de teatro, foi estudar na escola Waldorf e trabalhou em diversas áreas. Mais tarde, fez aulas de teatro na Theaterschool, em Amsterdã, mas precisou interromper os estudos para servir como paramédico no Exército Real Holandês.
Depois de alguns anos participando de uma trupe de atores amadores, foi escalado pelo cineasta Paul Verhoeven para protagonizar a série televisiva Floris, em 1969. O drama holandês medieval lhe rendeu reconhecimento e, ao longo de sua carreira, acumulou diversos trabalhos importantes. Em 1973 foi dirigido mais uma vez por Verhoeven, dessa vez no drama Louca Paixão, que foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Com isso, ganhou projeção internacional e dois anos depois estrelou seu primeiro filme em língua inglesa, a aventura Conspiração Violenta, de Ralph Nelson, uma produção do Reino Unido.
Em 1981, atuou em Falcões da Noite, seu primeiro filme norte-americano, ao lado de Sylvester Stallone. No ano seguinte, se destacou em Blade Runner, o Caçador de Andróides, aclamado filme que recebeu duas indicações ao Oscar. Em 1988, ganhou o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante em série ou filme feito para TV por seu trabalho em Fuga de Sobibor. Em 1995, foi indicado novamente na premiação, só que na categoria de melhor ator pelo filme televisivo A Nação do Medo, de Christopher Menaul.
Cena de Blade Runner, o Caçador de Andróides, de Ridley Scott: papel marcante.
Ao longo de sua carreira, Rutger Hauer atuou em diversos projetos para a TV e se destacou nas telonas em diversos filmes, entre eles: o curta-metragem Submitting (1989); A Lenda do Santo Beberrão (1988), que lhe rendeu um prêmio no Seattle International Film Festival; Mistérios (1978); Chanel – A Solidão de uma Mulher (1981); Eureka (1983); O Senhor das Águias (1984); O Feitiço de Áquila (1985), de Richard Donner, no papel de Navarre; A Morte Pede Carona (1986); Procurado Vivo ou Morto (1986); Doce Inocência (1989); Juggers – Os Gladiadores do Futuro (1989); Aliança Mortal (1991); Sombras na Noite (1991); Buffy, a Caça-Vampiros (1992); Fuga no Ártico (1993); Sobrevivendo ao Jogo (1994); Nostradamus (1994); O Anjo da Morte (1994); Linha Vermelha (1997); Pedaços da Morte (1998); Parceiros no Crime (2000); Mente Diabólica (2001); o curta The Room (2001); Confissões de uma Mente Perigosa (2002); Sin City – A Cidade do Pecado (2005); Batman Begins (2005); Hobo with a Shotgun (2011); O Ritual (2011); Borboletas Negras (2011); O Sequestro de Heineken (2011); Dracula 3D (2012); Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (2017); Um Dia para Viver (2017); Os Irmãos Sisters (2018); entre outros.
Com Paul Verhoeven, também trabalhou em: O Amante de Kathy Tippel (1975); Soldado de Laranja (1977); Sem Controle (1980) e Conquista Sangrenta (19855).
Além disso, Hauer também era ambientalista, sendo um dos patrocinadores do Greenpeace e criador de uma ONG chamada Rutger Hauer Starfish Association, dedicada a esclarecer dúvidas e quebrar tabus sobre a AIDS.
Rutger Hauer deixa alguns trabalhos inéditos, como: o drama Tonight at Noon, de Michael Almereyda, com Chiwetel Ejiofor; a aventura Viy 2, de Oleg Stepchenko, com Arnold Schwarzenegger e Jackie Chan; o suspense Emperor, de Lee Tamahori, com Adrien Brody; o drama policial Break, de Michael Elkin; e a série de TV A Christmas Carol.
Fotos: Frazer Harrison/Divulgação.