Prêmio Platino 2025: Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, é consagrado

por: Cinevitor
Fernanda Torres: prêmio de melhor atriz por Ainda Estou Aqui

Foram revelados neste domingo, 27/04, os vencedores do XII Prêmio Platino (ou Premios Platino del Cine y el Audiovisual Iberoamericano), premiação criada em 2014 que destaca as melhores produções ibero-americanas de 23 países.

Nesta 12ª edição, a cerimônia, transmitida pelo Canal Brasil e que aconteceu no Palácio Municipal IFEMA, em Madrid, na Espanha, foi comandada por Aislinn Derbez e Asier Etxeandía e contou também com apresentações musicais de Pablo Alborán e Prince Royce.

O cinema brasileiro se destacou e foi consagrado com três prêmios com o longa Ainda Estou Aqui, de Walter Salles: melhor filme ibero-americano de ficção, sendo a primeira vez de um título brasileiro premiado nesta categoria; melhor direção, prêmio inédito para um diretor brasileiro; e melhor atriz para Fernanda Torres.

Com a ausência de Walter Salles na cerimônia, o produtor Rodrigo Teixeira foi o responsável por receber a estatueta de melhor direção. No palco, descreveu Salles como “um mestre a quem devemos muito” e leu o discurso enviado pelo premiado: “Vamos lembrar que o cinema latino-americano é a nossa casa”. E dedicou o troféu a Cacá Diegues, que morreu em fevereiro deste ano: “Diretor de filmes fundamentais como Bye Bye Brasil, fundador do Cinema Novo e um dos cineastas que conceberam o cinema de forma mais democrática e inclusiva”.

Já na categoria de melhor atriz, Valentina Herszage representou Fernanda Torres no palco e leu o discurso enviado pela premiada: “Por meio de Eunice Paiva, revisitei o horror da ditadura que vivi na minha infância. Este grande advogado, democrata e defensor dos direitos humanos brasileiro nos ensina, no momento presente, a resistir com alegria e civilidade, sem nos submetermos ao autoritarismo. Em nome da família Paiva, de Marcelo Paiva e de todos aqueles que defenderam e continuam defendendo a arte e a democracia, repito: Ditadura nunca mais!”.

O Brasil ainda se destacou com Senna na categoria de melhor criador de minissérie ou série, que foi entregue para Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patrícia Andrade. Neste ano, outros brasileiros também estavam indicados: a animação Arca de Noé, de Alois Di Leo e Sergio Machado; Dalia e o Livro Vermelho, de David Bisbano, uma coprodução entre Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Espanha e Peru; Cidade de Deus: A Luta Não Para em três categorias; e Senna com outras três indicações.

A consagrada atriz Eva Longoria, conhecida por diversas obras, entre elas, a série Desperate Housewives, foi homenageada com o Platino de Honor. Depois de receber uma visita surpresa no palco da amiga e atriz Sofia Vergara, e felicitações em vídeo de colegas como Jaime Camil, Jessica Alba, Amaury Nolasco e Melanie Griffith, Longoria expressou sua gratidão por tal reconhecimento, que não apenas valida uma carreira de sucesso e comprometimento com o audiovisual tanto na frente quanto atrás das câmeras, mas também ressalta e apoia seus esforços para conscientizar a comunidade latina ao redor do mundo, especialmente em indústrias internacionais como Hollywood.

Emocionada, discursou: “Eu nasci no Texas, sou mexicana-americana, tenho sangue espanhol nas veias, especificamente das Astúrias. Minha alma é mexicana. Adoro a conexão entre o México e a Espanha. É uma irmandade muito especial que pode ser sentida em cada canto desta sala. Desde que comecei minha carreira em Hollywood, em 1998, tenho o sonho de representar com orgulho minhas raízes e homenagear as mulheres hispânicas em particular”.

Conheça os vencedores do 12º Prêmio Platino de Cinema Ibero-Americano:

MELHOR FILME IBERO-AMERICANO | FICÇÃO
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil)

MELHOR COMÉDIA IBERO-AMERICANA DE FICÇÃO
Buscando a Coque, de Teresa Bellón e César F. Calvillo (Espanha)

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
Mariposas Negras, de David Baute (Espanha/Panamá)

MELHOR FILME IBERO-AMERICANO DE ESTREIA | FICÇÃO
El ladrón de perros, de Vinko Tomicic (Bolívia/Chile/Equador/México)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
El eco, de Tatiana Huezo (México)

MELHOR DIREÇÃO
Walter Salles, por Ainda Estou Aqui

MELHOR ROTEIRO
La infiltrada, escrito por Amèlia Mora e Arantxa Echevarría

MELHOR ATRIZ
Fernanda Torres, por Ainda Estou Aqui

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Clara Segura, por El 47

MELHOR ATOR
Eduard Fernández, por Marco

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Daniel Fanego, por El jockey

MELHOR FOTOGRAFIA
O Quarto ao Lado, por Eduard Grau

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Pedro Páramo, por Eugenio Caballero e Carlos Y. Jacques

MELHOR MONTAGEM
La infiltrada, por Victoria Lammers

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
O Quarto ao Lado, por Alberto Iglesias

MELHOR SOM
Segundo premio, por Diana Sagrista, Alejandro Castillo, Eva Valiño e Antonin Dalmasso

PREMIO PLATINO AL CINE Y EDUCACIÓN EN VALORES
Memorias de un cuerpo que arde, de Antonella Sudasassi (Costa Rica/Espanha)

MELHOR MINISSÉRIE OU SÉRIE IBERO-AMERICANA
Cem Anos de Solidão (Colômbia) (Netflix)

MELHOR ATOR | MINISSÉRIE OU SÉRIE
Claudio Cataño, por Cem Anos de Solidão

MELHOR ATRIZ | MINISSÉRIE OU SÉRIE
Candela Peña, por O Caso Asunta

MELHOR ATOR COADJUVANTE | MINISSÉRIE OU SÉRIE
Jairo Camargo, por Cem Anos de Solidão

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE | MINISSÉRIE OU SÉRIE
Carmen Maura, por Terra de Mulheres

MELHOR CRIADOR | MINISSÉRIE OU SÉRIE
Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patrícia Andrade, por Senna (Brasil)

PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR FILME IBERO-AMERICANO | FICÇÃO
La infiltrada, de Arantxa Echevarría (Espanha)

PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR ATOR
Luis Tosar, por La infiltrada

PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR ATRIZ
Carolina Yuste, por La infiltrada

PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR MINISSÉRIE OU SÉRIE IBERO-AMERICANA
Cem Anos de Solidão (Colômbia) (Netflix)

PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR ATRIZ | MINISSÉRIE OU SÉRIE
Candela Peña, por O Caso Asunta

PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR ATOR | MINISSÉRIE OU SÉRIE
Claudio Cataño, por Cem Anos de Solidão

Foto: Divulgação/Sony Pictures Classics.

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