Morre, aos 85 anos, o ator Tarcísio Meira

por: Cinevitor
O ator na novela Páginas da Vida, da Rede Globo, em 2006.

Morreu nesta quinta-feira, 12/08, aos 85 anos, o ator Tarcísio Meira, considerado um dos maiores de sua geração. Internado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, com apoio de ventilação mecânica invasiva e diálise contínua, depois de ter sido diagnosticado com Covid-19, não resistiu às complicações.

Na sexta-feira, 06/08, Tarcísio e sua esposa, a atriz Glória Menezes, também diagnosticada com Covid-19, deram entrada no hospital. Segundo o último boletim médico informado, ela apresentou melhoras no tratamento e segue no quarto com auxílio de oxigênio via nasal.

Nascido em São Paulo, em 5 de outubro de 1935, Tarcísio Pereira de Magalhães Sobrinho começou sua carreira artística no teatro, em 1957, na peça A Hora Marcada. Logo depois, se destacou em O Soldado Tanaka, convidado por Sérgio Cardoso. Nos palcos, foram mais de 30 peças.

Sua estreia na televisão aconteceu em 1959, na TV Tupi, em Noites Brancas. Dois anos depois, atuou em outro teleteatro da mesma emissora, chamado Uma Pires Camargo, no qual contracenou pela primeira vez com Glória Menezes. Depois disso, os dois se casaram e tiveram um único filho, o também ator Tarcísio Filho. Juntos desde 1962, são considerados um dos casais mais famosos da TV brasileira.

Tarcísio foi o galã da primeira telenovela diária brasileira, chamada 2-5499 Ocupado e lançada em 1963 na Excelsior, ao lado da mulher Glória. Na mesma emissora, atuou em mais sete trabalhos e depois estreou na Rede Globo em Sangue e Areia, também com a esposa. Ao longo dos anos, consagrou-se como um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira. Só na Globo foram mais de 60 programas, entre minisséries, especiais e novelas.

Tarcísio e Glória em Cavalo de Aço, de 1973.

Entre tantos trabalhos marcantes na TV, destacam-se: Irmãos Coragem, Cavalo de Aço, Brilhante, Guerra dos Sexos, O Tempo e o Vento, Roque Santeiro, Grande Sertão: Veredas, Tieta, Desejo, Araponga, De Corpo e Alma, Fera Ferida, Pátria Minha, O Rei do Gado, Torre de Babel, A Muralha, O Beijo do Vampiro, Páginas da Vida, Duas Caras, A Favorita, Gabriela, Velho Chico, Orgulho e Paixão, entre outros.

Nas telonas, Tarcísio também se destacou em mais de 20 longas-metragens, dirigidos por cineastas como Glauber Rocha, Walter Hugo Khouri, Anselmo Duarte, Hugo Carvana e Bruno Barreto. Sua estreia no cinema aconteceu em 1963 na comédia dramática Casinha Pequenina, de Glauco Mirko Laurelli, ao lado de Mazzaropi.

Sua filmografia conta também com: A Desforra (1966), Máscara da Traição (1969), Verão de Fogo (1970), Quelé do Pajeú (1970), As Confissões de Frei Abóbora (1971), Missão: Matar (1972), Independência ou Morte (1972), O Marginal (1974), República dos Assassinos (1979), O Caçador de Esmeraldas (1979), A Idade da Terra (1980), Eu Te Amo (1981), Beijo no Asfalto (1981), Amor Estranho Amor (1982), O Cangaceiro Trapalhão (1983), Eu (1987), Solidão, Uma Linda História de Amor (1989), Boca de Ouro (1990), Boca (1994), Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo (2011), entre outros.

Ao longo da carreira, recebeu diversos prêmios, entre eles: três vezes o Troféu Imprensa por Roda de Fogo, Pátria Minha e O Beijo do Vampiro; três vezes o Troféu APCA; Prêmio Shell e Prêmio Bibi Ferreira pela peça O Camareiro; Prêmio Diploma de Mérito aos Melhores do Cinema pelo filme Independência ou Morte, em 1973; foi homenageado no Festival de Gramado, em 2005, com o Troféu Oscarito, junto com a esposa; entre muitas outras honrarias.

Em uma entrevista ao Memória Globo, Tarcísio disse: “O trabalho do ator é bonito e útil. Diz respeito à sensibilidade. Eu procuro desempenhá-lo da melhor maneira possível, com a máxima eficácia. Tento convencer as pessoas das verdades daquele personagem. Essa carreira me gratifica muito”.

Fotos: João Miguel Júnior/TV Globo.

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