Morre, aos 85 anos, o ator e diretor Flávio Migliaccio

por: Cinevitor

flaviomigliacciomorreO ator no Festival de Gramado, em 2014, quando foi homenageado.

Morreu nesta segunda-feira, 04/05, aos 85 anos, o ator, roteirista e diretor Flávio Migliaccio. Segundo informações divulgadas pela imprensa, a família foi avisada pelo caseiro do sítio do ator, em Rio Bonito, na região metropolitana do Rio de Janeiro, que encontrou o corpo. A causa da morte ainda não foi revelada.

Nascido em São Paulo, Migliaccio começou a atuar em peças teatrais da periferia da cidade e ficou três anos em um grupo de teatro da igreja, no bairro Tucuruvi. Porém, por necessidades financeiras, foi trabalhar como mecânico e balconista.

Na década de 1950, depois de participar de um curso com diretor italiano de teatro Ruggero Jacobbi, Flávio começou sua carreira profissional de ator no Teatro de Arena. Logo, sua primeira aparição nas telonas foi no drama O Grande Momento, de Roberto Santos, lançado em 1958. Na TV, começou no mesmo ano, no Grande Teatro Tupi, um programa de teleteatro.

Um dos maiores sucessos de sua carreira foi o Xerife, do seriado Shazan, Xerife e Cia., exibido na Rede Globo por dois anos, em que atuava ao lado de Paulo José. Outro papel de destaque foi na série As Aventuras do Tio Maneco, da TVE, que acabou rendendo alguns filmes baseados no personagem principal, como: Aventuras com Tio Maneco (1971), O Caçador de Fantasma (1975) e Maneco, o Super Tio (1978), escritos e dirigidos por ele; e Os Porralokinhas (2007), de Lui Farias.

Como ator, trabalhou em mais de 40 filmes, entre eles: Cinco vezes Favela, A Hora e Vez de Augusto Matraga, Todas as Mulheres do Mundo, Terra em Transe, O Homem Nu, Uma Garota em Maus Lençóis, Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora, Os Machões, Pra Frente, Brasil, Menino Maluquinho 2: A Aventura, Verônica, Mato Sem Cachorro, o curta-metragem Valentina, entre outros. Seu último trabalho nas telonas foi em Jovens Polacas, de Alex Levy-Heller.

migliaccioxerifePaulo José e Flávio Migliaccio no seriado Shazan, Xerife e Cia., em 1972.

Em 1973, ganhou o Troféu Imprensa de ator revelação pela novela O Primeiro Amor, de Walther Negrão. Em 1996, foi consagrado com o Troféu APCA de melhor ator coadjuvante por seu trabalho na novela A Próxima Vítima, de Silvio de Abreu, na qual interpretou o personagem Vitinho. A Associação Paulista de Críticos de Arte também lhe consagrou neste ano, dessa vez como melhor ator, por seu papel na novela Órfãos da Terra, de Duca Rachid e Thelma Guedes.

Com o filme Os Mendigos, dirigido e escrito por ele, e lançado em 1963, foi indicado ao Grande Prêmio do Moscow International Film Festival. Em 2014, na 42ª edição do Festival de Cinema de Gramado, foi homenageado com o Troféu Oscarito. Na ocasião, Flávio falou sobre a honraria: “Quando eu tinha dez anos, estava na escola e fizeram uma pesquisa pra saber o que cada aluno queria ser quando crescesse. Um queria ser médico, o outro engenheiro e eu falei que queria ser o Oscarito. A professora me deu uma bronca e mandou eu escolher outra profissão. Eu não consegui ser o Oscarito, mas eu consegui ter a mesma profissão que ele. E agora, com 80 anos, estou aqui recebendo um prêmio com o nome de Oscarito. É bonito isso. Eu não sei se é o destino ou se é premonição, só sei que é uma coisa mágica e isso basta”. Clique aqui e relembre a homenagem.

Como diretor, Migliaccio também assinou os filmes: Os Caras de Pau (1971), Assalto à Brasileira (1971) e Os Trapalhões na Terra dos Monstros (1989). Na TV, também se destacou em: O Astro, Pai Herói, Viva o Gordo, Chico Anysio Show, O Salvador da Pátria, Rainha da Sucata, Perigosas Peruas, Caça Talentos, Torre de Babel, Senhora do Destino, América, Sítio do Picapau Amarelo, Caminho das Índias, Passione, Hebe, entre outros. O personagem Seu Chalita, do seriado Tapas & Beijos, também foi um grande sucesso em sua carreira.

Fotos: Dani Villar/Pressphoto.

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