
Morreu na madrugada desta sexta-feira, 03/09, aos 82 anos, o ator, diretor, produtor, autor e artista plástico Sergio Mamberti. Segundo informações divulgadas por familiares, ele estava intubado com uma infecção nos pulmões e morreu em decorrência de falência múltipla de órgãos.
Nascido em 1939, em Santos, Sergio Duarte Mambert começou sua carreira em 1962 quando estreou profissionalmente em Antígone América, peça escrita por Carlos Henrique Escobar e dirigida por Antônio Abujamra. Formado em artes cênicas na EAD, Escola de Arte Dramática, fez parte do Grupo Decisão, e atuou em diversas obras. Nos palcos, recebeu o Prêmio Molière e o Prêmio Governador do Estado de São Paulo por sua atuação em O Balcão, de Jean Genet.
Na década de 1970, ao lado de seu irmão, o também ator Claudio Mamberti, revitalizou o Teatro Varanda, no qual apresentou diversas peças. Ao longo da carreira, participou de trabalhos marcantes nos palcos, como: Reveillon, montagem paulistana de Paulo José, no qual recebeu diversos prêmios, entre eles, o Troféu APCA; Hamlet, no papel de Rei Cláudio; Tartufo, de Molière, como Argan; O Amigo da Onça, dirigido por Paulo Betti; Pérola, autobiografia de Mauro Rasi, no qual recebeu os prêmios Mambembe e Sharp de melhor ator; entre muitos outros.
Ainda nos palcos, assinou como diretor em Luar em Preto e Branco, com texto de Lauro César Muniz, com Raul Cortez e Miriam Mehler no elenco; O Capataz de Salema, texto de Joaquim Cardozo, com Ítala Nandi e Chico Diaz, entre outros.
Na TV, sua estreia aconteceu no começo da década de 1960 na novela Ana, exibida na Record. Além de se destacar como o mordomo Eugênio, em Vale Tudo, de Gilberto Braga, na Rede Globo, que lhe rendeu o Troféu APCA de melhor ator coadjuvante, Sergio Mamberti marcou uma geração ao interpretar o personagem Dr. Victor na telessérie Castelo Rá-Tim-Bum, exibida nos anos 1990 na TV Cultura.
Personagem marcante: Dr. Victor em Castelo Rá-Tim-Bum.
Ainda nas telinhas, participou de outros sucessos, como: As Pupilas do Senhor Reitor, Brilhante, A História de Ana Raio e Zé Trovão, Pantanal, Anjo Mau, A Muralha, O Clone, Sabor da Paixão, Da Cor do Pecado, Desejo Proibido, O Astro, A Vida da Gente, Flor do Caribe, Sol Nascente, entre outros; além da série 3%, na Netflix.
Mamberti também se destacou no cinema e atuou em diversos filmes, entre eles: O Bandido da Luz Vermelha, Toda Nudez Será Castigada, À Flor da Pele, Rio Babilônia, Sonho Sem Fim, A Dama do Cine Shanghai, Perfume de Gardênia, O Homem do Pau-Brasil, Doces Poderes, Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme, Brava Gente Brasileira, Xuxa Abracadabra, O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili e o ainda inédito O Pastor e o Guerrilheiro, de José Eduardo Belmonte.
Além das artes, Sergio também teve uma carreira política de destaque. Participou da coordenação nacional do Comitê de Cultura do PT, Partido dos Trabalhadores. Durante o governo Lula, assumiu alguns cargos, entre eles, Secretário de Música e Artes Cênicas e Presidente da FUNARTE, Fundação Nacional de Artes.
Em 2008, recebeu o prêmio mais alto de nível cultural do país, a OMC, Ordem do Mérito Cultural. Dez anos depois, foi consagrado com o Grande Prêmio da Crítica APCA, além de ser homenageado pela ALESP, Assembleia Legislativa de São Paulo, no dia do ator.
Fotos: Mario Miranda/Agência Foto e Divulgação.