
Escrito e dirigido pela catarinense Aline Andrade, o curta-metragem Macumba: Folclore de Família, rodado entre os dias 16 e 20 de janeiro em Florianópolis, é um drama sobrenatural de realismo mágico que se passa no Brasil dos anos 1960, centrado numa família típica católica do sul de Santa Catarina.
Uma história real contada de forma despretensiosa durante uma reunião de família foi o fio condutor para o roteiro do curta-metragem. De acordo com a roteirista e diretora, que vive e trabalha em Los Angeles e Hollywood há vinte anos, ao escrever a história pode se conectar mais com sua própria família. Assim, a expectativa é de que o público siga pelo mesmo caminho de conexão.
Aline conta que o filme foi escrito primeiro em inglês, com algumas frases em português, pois sua ideia inicial era filmar em Los Angeles. Porém, quando mostrou o roteiro para alguns conhecidos do Brasil, percebeu que fazia mais sentido traduzir e filmar no país. Depois disso, a escolha do elenco e da locação foi um caminho bastante orgânico: “Quando comecei a encontrar o time que me fez sentir que o filme estaria em boas mãos, percebi que todo mundo morava em Florianópolis”.
A história original se passa em Tubarão, cidade que fica a duas horas da capital catarinense. Assim, fez sentido ter a Ilha da Magia como cenário, já que o tema do filme tem também algo mágico. A diretora vê um potencial visual imenso na história, com elementos da relação entre pais e filhos, psicologia infantil, a religião de Candomblé através do ponto de vista católico predominante e todo o mistério envolvido.
Bastidores do curta-metragem catarinense
A diretora de elenco Luciana Prado foi quem fez o casting do curta, que conta com Raquel Stüpp, Chico Caprario, Joana dos Santos e Zoê França Danielewicz, em seu primeiro filme, como Elisabeth, a personagem principal. A fotografia é assinada por Rubens Angelotti.
No curta, quando sua mãe decide preparar uma macumba falsa, Elisabeth, de 12 anos, começa a ter visões de Iansã, o Orixá dos ventos, trovões e força feminina. Iansã dá uma missão a Elisabeth: ela precisa enfrentar o pai e pedir que ele não bata mais nela. Quando a menina toma coragem de falar com ele, a dinâmica da família muda e o trauma geracional é quebrado.
Para criar toda a cumplicidade necessária entre os atores, Aline deixou a cena fluir com diálogo e eventos vindos da imaginação de cada ator. Depois, na edição, levará em consideração o ritmo da cena e, assim, criará a cadência do filme. Conforme a diretora explica, a leitura e a conversa com os atores nos dias anteriores às filmagens foram essenciais para a equipe.
Depois de todo o processo finalizado, o filme, que é produzido de forma independente, será enviado para diversos festivais de cinema nacionais e internacionais. O objetivo é mostrá-lo para o maior número de pessoas possível e, assim, prospectar parcerias com outros produtores e investidores que tenham interesse em filmar o longa-metragem, que tem mais chance de ser distribuído por cinemas ou plataformas internacionais.
Aline, inclusive, tem bastante experiência em plataformas internacionais. Seu nome aparece como produtora de filmes, séries e documentários na Netflix (onde também aparece como atriz), no Hulu, Facebook Watch, PBS, HBO, National Geographic, FIFA+ e na Apple Music. Hallmark Channel e Discovery Channel também estão em seu portfólio de atriz.
Fotos: Divulgação/Fine Frenzy Films.