
A segunda noite da 31ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema exibiu os curtas O Durião Proibido, de Txai Ferraz; Foi um Tempo de Poesia, de Petrus Cariry; e Ausências, de Antônio Fargoni. Além disso, o longa Bosco, uma coprodução entre Uruguai e Itália, dirigida por Alicia Cano Menoni, também foi exibido em competição.
Na segunda-feira, 29/11, terceiro dia de evento, o Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, contou com os curtas Encarnado, de Otávio Almeida e Ana Clara Ribeiro, e Chão de Fábrica, de Nina Kopko. Já o longa da noite foi Vacío, de Paúl Venegas, uma coprodução entre Equador e Uruguai.
Sobre Bosco, exibido no IFDA, a diretora Alicia Cano Menoni participou virtualmente de um debate mediado pela crítica de cinema Neusa Barbosa no dia seguinte à exibição. O documentário também passou pelos festivais de Málaga e Trento, além do Cannes Docs – Marché du Film.
Bosco é uma pequena cidade italiana de apenas treze habitantes, rodeada de castanheiros que a devoram dia após dia. A origem florestal também se impõe como destino. A um oceano de distância, no Uruguai, desde sua cadeira giratória, Orlando, com cento e três anos, convida o espectador para uma viagem que se torna uma fábula: “Eu fui atrás de umas imagens do meu avô, que morava no Uruguai, e acabei encontrando esse lugar interessante. A intenção era captar o tempo daquele lugar, conhecer mais e encontrar o significado de casa naquelas pessoas”, disse a diretora.
Alicia passou treze anos filmando o avô, cujos antepassados emigraram de Bosco, e os demais habitantes do vilarejo na Itália. Com o filme finalizado, fez uma exibição especial por lá: “Muitos dos personagens, que nunca se imaginaram em uma tela de cinema, adoraram a experiência”.
Debate virtual com a cineasta Alicia Cano Menoni.
Na terça-feira, 30/11, foi a vez do cineasta equatoriano Paúl Venegas participar do debate sobre Vacío, exibido na Mostra Competitiva de longas. Premiado no BAFICI, Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, o filme foi o escolhido do Equador para representar o país no Oscar do ano passado.
Na trama, Lei e Wong chegam clandestinamente à cidade equatoriana de Guayaquil. Enquanto ela tem um objetivo, ir para Nova Iorque, ele quer trazer o filho da China. O futuro dos dois está nas mãos de Chang, um mafioso bipolar que fica obcecado por Lei, e usa seu poder para deixá-los numa encruzilhada. Juntos lutarão pela sua liberdade.
Questionado sobre o elenco, Venegas disse: “Os atores, que não eram profissionais, se entregaram muito. O fato de serem imigrantes também ajudou na preparação e na convivência no set. Eles ensaiaram intensamente durante três meses, todos os dias”. E completou: “Queríamos romper o elo cultural porque os chineses são muito reservados. A ideia era quebrar isso para liberar as emoções”.
Sobre esse entrosamento entre elenco e equipe, o diretor revelou: “Os filmes do Wong Kar-Wai foram essenciais na preparação para quebrar o gelo e a frieza nas relações”.
Em formato híbrido, o Cine Ceará acontece em formato virtual no Canal Brasil (tanto na grade linear, quanto nas plataformas Canais Globo e Globoplay + Canais ao Vivo), TV Ceará e YouTube; e presencial em Fortaleza, com o limite de público determinado pelo Governo do Estado por conta da pandemia de Covid-19.
*O CINEVITOR está em Fortaleza e você acompanha a cobertura do 31º Cine Ceará por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Fotos: Chico Gadelha e Rômulo Santos.