Festival Varilux de Cinema Francês 2021: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Catherine Deneuve e Benoît Magimel no drama Enquanto Vivo, de Emmanuelle Bercot.

Consolidado como o maior evento de filmes franceses fora da França e somando mais de um milhão de espectadores em todo país desde sua criação, a 12ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês acontecerá entre os dias 25 de novembro e 8 de dezembro com exibições nos cinemas.

Drama, romance, comédia, animação e documentário integram a programação composta por dois clássicos e 17 longas-metragens inéditos e recentes, entre premiados e participantes de festivais internacionais. Rio de Janeiro e São Paulo recebem ainda uma mostra com quatro filmes em homenagem a Jean-Paul Belmondo, ícone do cinema mundial falecido em setembro último, e a delegação artística que vai debater com o público.

“Estamos felizes em poder realizar o festival novamente este ano, com maior segurança, com a pandemia estabilizada e os eventos culturais retornando em todos as cidades”, comemora Christian Boudier, codiretor e cocurador do festival. “Para nós, que em todos esses anos trabalhamos levando a cinematografia francesa para o público de cidades de todos os tamanhos e lugares do país, é muito gratificante voltar a oferecer cultura”, completa Emmanuelle Boudier, também codiretora e cocuradora do evento.

Os 17 longas-metragens inéditos nos cinemas formam uma seleção com gêneros e temáticas variadas, estreladas por astros e jovens talentos, além de diretores novos e consagrados. Na programação estão obras premiadas e participantes de festivais como Cannes, Toronto, Veneza e San Sebastián. Astros e estrelas como Catherine Deneuve, Sophie Marceau, Virginie Efira, Jérémie Renier, Pierre Niney, Pio Marmai e jovens nomes como Noémie Merlant, Benjamin Voisin, Sami Outalbali e Rabah Naït também estarão presentes com seus últimos filmes.

Como em outros anos, uma delegação francesa estará em São Paulo e no Rio de Janeiro para apresentar seus filmes e conversar com o público em sessões com debate. Além dos filmes, a edição volta a promover o Laboratório Franco-Brasileiro de Roteiros sob a coordenação de François Sauvagnargues, especialista de ficção e diretor geral do FIPA, Festival Internacional de Programação Audiovisual.

Presença constante do festival, François Ozon traz sua mais nova obra, Está Tudo Bem (Tout s’est bien passé), que integrou a seleção oficial da última edição do Festival de Cannes. O longa-metragem discute a eutanásia e o suicídio assistido quando um homem, em uma cama de hospital, pede ajuda de sua filha para morrer. Ainda sobre a temática da finitude, uma das mais aclamadas atrizes do cinema francês, Catherine Deneuve, brilha no filme Enquanto Vivo (De son vivant), sob a direção de Emmanuelle Bercot. No drama, ela interpreta uma mãe diante do insuportável: a doença incurável do filho.

Benjamin Voisin e Vincent Lacoste em Ilusões Perdidas, de Xavier Giannoli.

Protagonizado por Rabah Naït Oufella, o drama @Arthur Rambo – Ódio nas Redes é dirigido por Laurent Cantet, conhecido por usar suas obras para debater temas atuais da sociedade. Com a produção, o diretor discute o uso das redes sociais e os julgamentos no mundo digital. Integrante da seleção oficial do Festival de Toronto e de San Sebastián, o filme conta ainda com Sofian Khammes e Antoine Reinartz no elenco principal. Documental, Nosso Planeta, Nosso Legado (Legacy, notre héritage) é a mais recente produção do diretor Yann Arthus-Bertrand, fotógrafo que se tornou cineasta e já realizou produções memoráveis. Nesta nova produção, ele compartilha a visão sensível e radical do mundo atual, além de revelar um planeta sofredor e uma humanidade desorientada.

Já o drama Ilusões Perdidas (Illusions perdues) traz no elenco principal os atores Benjamim Voisin, Cécile de France e Vincent Lacoste. Inspirado no romance homônimo de Honoré de Balzac e dirigido por Xavier Giannoli, o filme é ambientado no século XIX em que Lucien, um jovem poeta desconhecido ávido por abrir caminho na vida, deixa sua cidade natal para tentar a sorte em Paris. A produção disputou o Leão de Ouro no Festival de Veneza.

As comédias também estão presentes na programação. Um dos destaques é Adeus, Idiotas (Adieu les cons), escrita, dirigida e interpretada por Albert Dupontel. O longa foi consagrado no Prêmio César, com sete troféus, e já foi visto por mais de um milhão de espectadores na França. No elenco estão Virginie Efira e Nicolas Marié que, junto com Albert Dupontel, embarcam em uma missão tão espetacular quanto improvável, quando Suze Trappet descobre, aos 43 anos, que está seriamente doente. Já Pequena Lição de Amor (Petite leçon d’amour), de Ève Deboise, mostra seus protagonistas numa jornada por Paris por causa de uma inquietante carta de amor. Mentes Extraordinárias (Presque), codirigida por Bernard Campan e Alexandre Jollien, atores que também assinam a direção do longa, conta a história de duas pessoas que se dirigem para o sul da França num carro funerário. Exibido em Cannes e codirigida por Arnaud Larrieu e Jean-Marie Larrieu, a comédia musical Tralala acompanha um cantor de ruas de Paris que, milagrosamente, se reinventa na cidade de Lourdes.

David Marsais, Albert Dupontel, Virginie Efira e Grégoire Ludig em Adeus, Idiotas.

Uma das mais consagradas animadoras do mundo, com obras e personagens cheias de intensidade dramática, a diretora francesa Florence Miaihe marca presença no evento com o longa-metragem de animação A Travessia (La traversée), que ganhou Menção Especial do júri no Festival de Annecy. O veterano Jacques Audiard apresenta sua última produção Paris, 13 Distrito (Les Olympiades, Paris 13e), que mira em três personagens jovens na busca de seus caminhos.

Em Um Intruso no Porão (L’homme de la cave), de Philippe Le Guay, François Cluzet vive um homem de passado conturbado, que transforma a vida de um casal ao comprar um porão de um imóvel na cidade de Paris. O thriller psicológico Caixa Preta (Boîte noire), de Yann Gozlan, conquistou o Prêmio do Público no 38º Festival Reims Polar e busca a verdade sobre o que aconteceu a bordo do voo Dubai-Paris antes de bater no maciço alpino através da análise minuciosa das caixas pretas; no elenco está Pierre Niney. Com direção de Elie Wajeman, Madrugada em Paris (Médecin de nuit) retrata a saga de Mickaël, um médico vivido pelo ator Vincent Macaigne que tem uma noite para decidir seu próprio destino.

Para os amantes da gastronomia, a mostra apresenta Delicioso: da Cozinha para o mundo (Délicieux), comédia estrelada por Grégory Gadebois e Isabelle Carré, sob a direção de Eric Besnard. O filme de época conta um pouco dos primórdios da culinária francesa, bem como a criação do primeiro restaurante do país, antes mesmo da revolução francesa acontecer.

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano e representante da França no Oscar 2022, o terror Titane, dirigido por Julia Ducournau, com Vincent Lindon, Agathe Rousselle e Garance Marillier no elenco principal, poderá ser assistido pelo público do festival em algumas cidades.

Pierre Niney em Caixa Preta, de Yann Gozlan.

Um Conto de Amor e Desejo (Une histoire d’amour et de désir), segundo longa-metragem de Leyla Bouzid, traz Sami Outalbali, Zbeida Belhajamor e Diong-Keba Tacu no elenco principal. O longa mostra, com delicadeza e audácia, o despertar para a sexualidade e o ardor dos sentimentos e fantasias. A produção integrou a Semana da Crítica de Cannes e ganhou o prêmio de melhor filme no Festival Du Film Francophone d’Angoulême.

A edição 2021 traz de volta às telonas dois filmes memoráveis da cinematografia francesa para compor os clássicos homenageados da mostra. A comédia O Magnífico (Le magnifique), de 1973, é dirigida por Philippe de Broca e conta com Jean Paul Belmondo no papel principal, além de Jaqueline Bisset, Vittorio Caprioli e Jean Lefebvre. As Coisas da Vida (Les choses de la vie), de 1970, vencedor da Palma de Ouro, é um drama romântico dirigido por Claude Sautet, com Michel Piccoli, Romy Schneider, Lea Massari e Jean Bouise nos papéis principais.

O público das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo será presenteado com uma mostra especial, em homenagem ao ator Jean-Paul Belmondo, falecido em setembro passado. A curadoria selecionou quatro títulos que destacam e enaltecem a carreira de Belmondo, cujo legado atravessou gerações. São eles: O Demônio das Onze Horas (Pierrot le Fou), de Jean-Luc Godard (1965); O Homem do Rio (L’homme de Rio), de Philippe de Broca (1964); Técnica de um Delator (Le doulos), de Jean-Pierre Melville (1963); e Léon Morin, o padre (Léon Morin, prêtre), de Jean-Pierre Melville (1961).

Já estão confirmadas as seguintes cidades nesta edição do Festival Varilux: Aracaju (SE), Araraquara (SP), Balneário Camboriú (SC), Barueri (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Botucatu (SP), Brasília (DF), Campinas (SP), Campo Grande (MS), Caxias do Sul (RS), Cotia (SP), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Foz do Iguaçu (PR), Goiânia (GO), Indaiatuba (SP), Jaboatão dos Guararapes (PE), João Pessoa (PB), Juiz de Fora (MG), Jundiaí (SP), Limeira (SP), Londrina (PR), Macaé (RJ), Maceió (AL), Manaus (AM), Maringá (RS), Natal (RN), Niterói (RJ), Nova Friburgo (RJ), Palmas (TO), Pelotas (RS), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santos (SP), São Carlos (SP), São José dos Campos (SP), São Luis (MA), São Paulo (SP), Sorocaba (SP), Teresina (PI), Vitória (ES), Vitória da Conquista (BA).

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Fotos: Divulgação.

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