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70º MPSE Golden Reel Awards: conheça os indicados ao prêmio que elege os melhores editores de som

por: Cinevitor
Cena do documentário O Território: coprodução brasileira indicada

Fundada em 1953, a MPSE, Motion Picture Sound Editors, é uma organização dedicada a melhorar o reconhecimento de seus membros, educando o público e o resto da comunidade cinematográfica quanto ao mérito artístico da edição sonora.

Os membros da MPSE criam os efeitos sonoros dramáticos e inventam novos sons para mundos imaginários. Além dos editores de efeitos de som, a organização conta também com: editores de Foley, que reproduzem efeitos sonoros complementares para um filme (também conhecido como sonoplastia), como por exemplo, barulho de um vidro quebrando ou de um zíper sendo aberto; editores de diálogos, que são os artesãos que suavizam meticulosamente o som da produção gravado no local; editores de ADR, que ajudam a tecer o diálogo recriado e substituem faixas problemáticas; e editores de música, que trabalham com compositores e supervisores musicais que detectam pontos capazes de coser uma tapeçaria sônica da partitura original e da música pré-gravada em várias fontes.

Anualmente, a Motion Picture Sound Editors realiza o Golden Reel Awards, premiação que elege os melhores trabalhos nas áreas de edição de som na TV, cinema, games e produções estudantis. Os vencedores desta 70ª edição serão anunciados no dia 26 de fevereiro no Wilshire Ebell Theatre, em Los Angeles.

Neste ano, entre os indicados, vale destacar a presença do documentário O Território, dirigido pelo norte-americano Alex Pritz, uma coprodução entre Brasil, Dinamarca e Estados Unidos. Premiado no Festival de Sundance do ano passado, o filme, que apresenta Neidinha Bandeira e Bitaté Uru Eu Wau Wau, acompanha um jovem líder indígena brasileiro que luta contra fazendeiros que ocupam uma área protegida da Floresta Amazônica.

Parcialmente filmado pelo povo Uru-Eu-Wau-Wau, o longa se baseia em imagens reais capturadas ao longo de três anos, enquanto a comunidade arrisca suas vidas para montar sua própria equipe de mídia na esperança de expor a verdade. Produzido por Darren Aronofsky, Sigrid Dyekjær, Will N. Miller, Gabriel Uchida, Lizzie Gillett e Pritz, o filme tem produção executiva da ativista Txai Suruí, com trilha sonora original de Katya Mihailova e edição de Carlos Rojas Felice; o documentário é uma coprodução com a comunidade indígena Uru-eu-wau-wau.

Os integrantes da equipe de O Território, que foram indicados, são: Rune Klausen e Peter Albrechtsen, designers de som e supervisores dos editores de som; Mikkel Nielsen e Tim Nielsen, editores de efeitos sonoros; Sebastian Vaskio e Guilherme Tortolo Magrin, editores de diálogos; Pietu Korhonen, editor de foley; e Heikki Kossi, artista de foley.

Conheça os indicados ao 70º MPSE Golden Reel Awards nas categorias de cinema:

MELHOR EDIÇÃO DE SOM | LONGA-METRAGEM | DIÁLOGOS/ADR
Batman
Elvis
Empire of Light
Os Banshees de Inisherin
Top Gun: Maverick
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

MELHOR EDIÇÃO DE SOM | LONGA-METRAGEM | EFEITOS/FOLEY
Avatar: O Caminho da Água
Batman
Jurassic World: Domínio
Não! Não Olhe!
Top Gun: Maverick
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

MELHOR EDIÇÃO DE SOM | ANIMAÇÃO
DC Liga dos Superpets
Gato de Botas 2: O Último Pedido
Lightyear
Pinóquio

MELHOR EDIÇÃO DE SOM | DOCUMENTÁRIO
Good Night Oppy
Louis Armstrong’s Black & Blues
Moonage Daydream
O Território

MELHOR EDIÇÃO DE SOM | FILME ESTRANGEIRO
Argentina, 1985 (Argentina)
Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades (México)
EO (IO) (Polônia)
Nada de Novo no Front (Alemanha)
The Quiet Girl (An Cailín Ciúin) (Irlanda)
Triângulo da Tristeza (Suécia)

MELHOR EDIÇÃO DE SOM | MÚSICA | FICÇÃO
Elvis
I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston
Pinóquio
Tár
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

MELHOR EDIÇÃO DE SOM | MÚSICA | DOCUMENTÁRIO
A Queda: Deus, Avareza e o Culto de Gwen Shamblin (episódio: Revelations)
Louis Armstrong’s Black & Blues
Moonage Daydream
My Life as a Rolling Stone: Mick Jagger

MELHOR EDIÇÃO DE SOM | FILME | STREAMING
O Predador: A Caçada
Pinóquio
Weird: The Al Yankovic Story
Women of the Movement

MELHOR EDIÇÃO DE SOM | DOCUMENTÁRIO | STREAMING
F1: Dirigir para Viver (episódio: Gloves Are Off)
George Carlin: O Sonho Americano
Lucy and Desi
Selena Gomez: Minha Mente e Eu
Tony Hawk: Até as Rodinhas Caírem
Trainwreck: Woodstock ’99 (episódio: Kerosene, Match. Boom!)

MELHOR EDIÇÃO DE SOM | ANIMAÇÃO | STREAMING
A Era do Gelo: As Aventuras de Buck
Jurassic World: Camp Cretaceous (episódio: Hidden Adventure)
LEGO Star Wars: Férias de Verão
O Despertar das Tartarugas Ninja: O Filme

STUDENT FILM | VERNA FIELDS AWARD
Ascent
Brutal
Enemy Alien
Entertain Me
Key of See
Spring Roll Dream
This is Your Captain Speaking
Whiteboy

Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures.

37º ASC Awards: American Society of Cinematographers anuncia indicados

por: Cinevitor
Cena do filme Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades, de Alejandro G. Iñárritu

Fundada em 1919, a American Society of Cinematographers é uma organização, e não um sindicato, que reúne diretores e diretoras de fotografia com a intenção de discutir técnicas e promover o cinema como uma forma de arte. Desde 1986 realiza um prêmio anual, o American Society of Cinematographers Awards, que elege a melhor direção de fotografia em TV e cinema.

Como de costume, a premiação homenageará nomes importantes: Stephen Goldblatt, indicado ao Oscar pela fotografia de O Príncipe das Marés e Batman Eternamente, receberá o Lifetime Achievement Award; Darius Khondji, indicado ao Oscar por Evita e na disputa deste ano do ASC Awards por Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades, será homenageado com o International Award; Fred Murphy, indicado ao Emmy pelas séries The Good Wife e Em Terapia e pelos filmes televisivos Proteção à Testemunha e The Final Days, será honrado com o ASC Career Achievement in Television Award; Charlie Lieberman receberá o President’s Award; e Sam Nicholson, vencedor do Emmy pelos efeitos visuais da série Pesadelos e Paisagens Noturnas e do filme televisivo Asteróide, receberá o Curtis Clark Technical Achievement Award.

Além disso, a consagrada atriz Viola Davis será homenageada nesta edição com o ASC Board of Governors Award, que reconhece indivíduos da indústria cujo trabalho faz contribuições significativas e indeléveis para o cinema. Os vencedores serão anunciados no dia 5 de março em cerimônia realizada no The Beverly Hilton, em Beverly Hills.

Conheça os indicados ao ASC Awards 2023 nas categorias de cinema:

MELHOR FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO
Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades, por Darius Khondji
Batman, por Greig Fraser
Elvis, por Mandy Walker
Império da Luz, por Roger Deakins
Top Gun: Maverick, por Claudio Miranda

MELHOR FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
All That Breathes, por Ben Bernhard e Riju Das
Chef’s Table: Pizza (episódio: Franco Pepe), por Adam Bricker
This Stolen Country of Mine, por Wolfgang Held

MELHOR FOTOGRAFIA | FILME PARA TV OU SÉRIE LIMITADA OU PILOTO
O Gabinete de Curiosidades de Guillermo del Toro (episódio: The Autopsy), por Anastas Michos
O Gabinete de Curiosidades de Guillermo del Toro (episódio: The Outside), por Jeremy Benning
Ollie, o Coelhinho Perdido (episódio: Bali Hai), por C. Kim Miles
The Old Man (episódio: I), por Sean Porter
Winning Time: The Rise of the Lakers Dynasty (episódio: The Swan), por Todd Banhazl

PRÊMIO SPOTLIGHT
Andrew Wheeler, por God’s Country
Kate McCullough, por The Quiet Girl (An Cailín Ciúin)
Sturla Brandth Grøvlen, por War Sailor

Foto: Divulgação/Netflix.

27º Art Directors Guild Awards: conheça os indicados

por: Cinevitor
Em cena: Brad Pitt no filme Trem-Bala

Fundada em 1937, a Art Directors Guild (ADG, IATSE Local 800) reúne mais de 3.000 membros do mundo todo, principalmente americanos e canadenses, que trabalham como designers de produção, diretores de arte, cenógrafos, ilustradores, modeladores, assistentes de arte, entre outros.

Em 1996, foi realizado o primeiro ADG Awards, prêmio anual de excelência em design de produção no cinema, na TV e no teatro. Ao longo dos anos, filmes consagrados pela associação também receberam o Oscar nesta categoria, entre eles, Duna, por Patrice Vermette e Zsuzsanna Sipos, no ano passado.

Os vencedores da 27ª edição nas categorias de filmes, televisão, videoclipes e comerciais serão anunciados no dia 18 de fevereiro, no InterContinental Los Angeles Downtown; os homenageados serão revelados em breve. Vale lembrar que, dentro da estrutura do cinema brasileiro, o designer de produção é mais conhecido como diretor de arte.

Conheça os indicados ao 27º Annual Excellence in Production Design Awards nas categorias de cinema:

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO | FILME DE ÉPOCA
Babilônia, por Florencia Martin
Elvis, por Catherine Martin
Nada de Novo no Front, por Christian M. Goldbeck
Os Fabelmans, por Rick Carter
Ruído Branco, por Jess Gonchor

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO | FILME DE FANTASIA
Avatar: O Caminho da Água, por Dylan Cole e Ben Procter
Batman, por James Chinlund
Não! Não Olhe!, por Ruth De Jong
Pantera Negra: Wakanda para Sempre, por Hannah Beachler
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, por Jason Kisvarday

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO | FILME CONTEMPORÂNEO
Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades, por Eugenio Caballero
Glass Onion: Um Mistério Knives Out, por Rick Heinrichs
Tár, por Marco Bittner Rosser
Top Gun: Maverick, por Jeremy Hindle
Trem-Bala, por David Scheunemann

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO | FILME DE ANIMAÇÃO
Gato de Botas 2: O Último Pedido, por Nate Wragg
Lightyear, por Tim Evatt
Marcel the Shell with Shoes On, por Liz Toonkel
Pinóquio, por Curt Enderle e Guy Davis
Red: Crescer é uma Fera, por Rona Liu

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO | FILME PARA TV/STREAMING OU SÉRIE LIMITADA
Estação Onze, por Ruth Ammon
Moon Knight, por Stefania Cella
O Gabinete de Curiosidades de Guillermo del Toro, por Tamara Deverell
Obi-Wan Kenobi, por Todd Cherniawsky e Doug Chiang
Pinóquio, por Doug Chiang e Stefan Dechan

Foto: Scott Garfield/CTMG.

National Society of Film Critics: Tár, de Todd Field, é eleito o melhor filme de 2022

por: Cinevitor
Cate Blanchett em Tár: prêmio de melhor atriz

Fundada em 1966, a National Society of Film Critics é formada por importantes críticos americanos e o seu prêmio anual, que elege os melhores da sétima arte, é considerado um dos mais prestigiados da indústria cinematográfica.

Os 62 membros da NSFC, que tem Justin Chang, do Los Angeles Times, como presidente, trabalham nos principais jornais e veículos de Los Angeles, Boston, Nova York, Filadélfia e Chicago, incluindo: Wall Street Journal, New Yorker, Christian Science Monitor, NPR, Rolling Stone, Variety, TheWrap, IndieWire, Deadline, The Hollywood Reporter, Time, entre outros. 

Nesta 57ª edição, o drama Tár, dirigido por Todd Field, e que conta a história da maestrina Lydia Tár, interpretada por Cate Blanchett, foi eleito o melhor filme de 2022 pelos críticos. O segundo lugar ficou com Aftersun, de Charlotte Wells; No Bears, do cineasta iraniano Jafar Panahi, aparece na sequência.

Vale lembrar que qualquer filme que estrear nos Estados Unidos durante o ano, nos cinemas ou em plataformas de streaming, é elegível para consideração. Não há processo de nomeação e submissões não são necessárias. Porém, links podem ser enviados para os membros antes da votação.

Além disso, os prêmios foram dedicados à memória de Sheila Benson, que fez parte da National Society of Film Critics e morreu em fevereiro do ano passado: “Dedicamos esta reunião para Sheila Benson, a mais calorosa e graciosa das colegas. Como crítica de cinema do Los Angeles Times e outras publicações, ela escreveu sobre filmes com alegria contagiante e habilidade invejável. Sentimos muito sua falta”, disse o comunicado publicado durante a reunião de votação, que aconteceu neste sábado, 07/01.

Confira a lista com os melhores de 2022 segundo a National Society of Film Critics Award:

MELHOR FILME
Tár, de Todd Field (61 pontos)
2º: Aftersun, de Charlotte Wells (49 pontos)
3º: No Bears, de Jafar Panahi (32 pontos)

MELHOR DIREÇÃO
Charlotte Wells, por Aftersun (60 pontos)
2º: Park Chan-wook, por Decisão de Partir (47 pontos)
3º: Jafar Panahi, por No Bears (36 pontos)

MELHOR ATRIZ
Cate Blanchett, por Tár (59 pontos)
2º: Michelle Yeoh, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (38 pontos)
3º: Tilda Swinton, por The Eternal Daughter, e Michelle Williams, por Os Fabelmans (27 pontos)

MELHOR ATOR
Colin Farrell, por After Yang e Os Banshees de Inisherin (71 pontos)
2º: Paul Mescal, por Aftersun (55 pontos)
3º: Bill Nighy, por Living (33 pontos)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Kerry Condon, por Os Banshees de Inisherin (57 pontos)
2º: Nina Hoss, por Tár (43 pontos)
3º: Dolly de Leon, por Triângulo da Tristeza (35 pontos)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Ke Huy Quan, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (45 pontos)
2º: Brian Tyree Henry, por Passagem (35 pontos)
3º: Barry Keoghan, por Os Banshees de Inisherin (27 pontos)

MELHOR ROTEIRO
Tár, escrito por Todd Field (61 pontos)
2º: Os Banshees de Inisherin, escrito por Martin McDonagh (42 pontos)
3º: Armageddon Time, escrito por James Gray (18 pontos)

MELHOR FILME EM LÍNGUA NÃO INGLESA
EO (IO), de Jerzy Skolimowski (Polônia) (43 pontos)
2º lugar: No Bears, de Jafar Panahi (Irã) (37 pontos)
3º lugar: Decisão de Partir, de Park Chan-wook (Coreia do Sul) (34 pontos)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
All the Beauty and the Bloodshed, de Laura Poitras (46 pontos)
2º: O Último Navio Negreiro, de Margaret Brown (40 pontos)
3º: All That Breathes, de Shaunak Sen (27 pontos)

MELHOR FOTOGRAFIA
EO, por Michał Dymek (62 pontos)
2º: Não! Não Olhe!, por Hoyte van Hoytema (37 pontos)
3º: Decisão de Partir, por Kim Ji-yong (34 pontos)

FILM HERITAGE AWARD
Jeanine Basinger: um de nossos estudiosos de cinema mais estimados e importantes, cujo trabalho na Wesleyan University tem continuamente feito a ponte entre Hollywood e a academia, os estudos e o amor pelo cinema
Screen Slate: editada por Jon Dieringer, é uma publicação on-line diária, e essencial, que tem feito muito para construir e sustentar as comunidades de cinema, exibição teatral e crítica da cidade de Nova York e, por extensão, do mundo em geral
Turner Classic Movies: por uma rica gama de programação que abrange profundamente a história do cinema, um serviço facilmente subestimado pelo público e digno do maior cuidado e atenção de seus proprietários corporativos

Foto: Courtesy of Focus Features.

26ª Mostra de Cinema de Tiradentes: conheça os curtas-metragens selecionados

por: Cinevitor
Priscilla Vilela e Beatriz Silva no curta potiguar Bucho de Peixe, de Johann Jean

A 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontecerá entre os dias 20 e 28 de janeiro, exibirá 93 curtas-metragens de 18 estados brasileiros em diferentes seções que abarcam a pluralidade da produção audiovisual brasileira em um de seus formatos mais inventivos. A edição marca ainda o retorno ao formato presencial, depois de dois anos de realização virtual do evento.

A curadoria de curta-metragem para 2023 foi coordenada por Camila Vieira, com participações de Tatiana Carvalho Costa, Pedro Maciel Guimarães e Mariana Queen. Foram recebidas 806 inscrições, das quais definiram-se os 93 títulos a serem exibidos, distribuídos em diversas mostras.

Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro têm a maior quantidade de trabalhos na seleção, respectivamente 40, 30 e 21. Há também filmes de Amazonas (2), Bahia (5), Ceará (8), Distrito Federal (2), Espírito Santo (3), Mato Grosso (1), Pará (1), Paraíba (2), Paraná (1), Pernambuco (4), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (1), Roraima (2) e Santa Catarina (2).

“Depois de quase três anos de vivência de pandemia, é perceptível como a produção de curtas-metragens que compõe a seleção em 2023 começa a responder de forma mais imediata ao desejo de sentir novamente a presença do corpo em relação com a alteridade. É uma vontade de se conectar com as pessoas, com os lugares, com formas diferentes de viver em coletivo. Por outro lado, também continuam produções ancoradas na ideia de clausura, do confinamento e das angústias individuais, características que marcaram bastante a produção em 2020 e 2021”, afirma Camila Vieira.

Para Tatiana Carvalho Costa, os filmes que seguem elaborando a experiência com a pandemia podem ser divididos em duas frentes: uma que se concentra em experiências individuais ou de pequenos grupos frente ao isolamento, ao desconhecido, ao medo e às possibilidades de vida nessas restrições por um lado; e filmes realizados a partir da aproximação de outros campos artísticos com o cinema, por força das circunstâncias, sobretudo artes cênicas e artes visuais.

“Alguns destes filmes pandêmicos vão ao encontro da temática deste ano, Cinema Mutirão, em função de um necessário e fértil arranjo coletivo que possibilitou não só a sobrevivência, material, psíquica e afetiva, mas também experimentos de uma poética instigante, com resultados muito fortes e belos, especialmente nos que são forjados na aproximação cinema-teatro”, disse a curadora.

O levantamento anual feito pelo assistente de curadoria Rubens Fabricio Anzolin revela informações interessantes sobre o cenário de curta-metragem que se apresentou à Mostra de Tiradentes. Um total de 11% dos curtas selecionados tiveram financiamento da Lei Aldir Blanc, o que demonstra que os recursos liberados em 2021 ainda foram possíveis de serem utilizados em trabalhos durante 2022.

Em termos de representatividade, segundo dados de autodeclaração, 52,5% de quem assina os filmes são homens cis; 27,3% são mulheres cis; 4% são não-binários; e 1%, travestis. Co­mpletando os números, 15,2% preferiram não responder. Na pesquisa por raça/etnia, também autodeclaratória, 57,1% de realizadores se dizem brancos; 32,1% responderam preto; 4,8%, indígenas; 2,4%, mestiço; e 1,2%, latino.

Segundo Tatiana Carvalho, os curtas realizados por pessoas negras, indígenas e/ou queer, trans, travestis e não-bináries seguem “os experimentos e proposições estéticas para além das abordagens enquanto tema ou circunscrita à representação dita identitária, desafiando os conhecimentos cristalizados sobre cinema brasileiro. Esses filmes questionam uma pretensa universalidade subjetiva e narrativa, problematizam as versões consolidadas da história do país e de uma própria definição de Brasil, ou ainda, entre outras possibilidades, criam alegorias e fábulas sobre uma condição de existência na dissidência”, disse.

Mariana Queen, também da curadoria, completa que outra tendência percebida nos curtas da próxima edição da Mostra de Tiradentes é “a dos filmes que refletem, pela ficção e pelo documentário, a polarização ideológica e política no Brasil pré e pós-pandêmico como trauma, horror, incompreensão antropológica e comédia tragicômica”.

Conheça os curtas-metragens selecionados para a 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes:

MOSTRA FOCO

Febre, de Marcio Abreu (MG)
Kenzo ou o Triunfo da Auto-desintegração, de Pedrokas (CE)
Labirinto, de Filipe dos Santos Barrocas, Isadora Maria Torres, Léo Bortolin, Lucas Eskinazi e Yuji Kodato (SP)
Lalabis, de Noá Bonoba (CE)
O Último Rock, de Diego de Jesus (ES)
Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP)
Pedra Polida, de Danny Barbosa (PB)
Pés que Sangram, de Roberta Takamatsu (PR)
Promessa de um Amor Selvagem, de Davi Mello (SP)
Remendo, de Roger Ghil [GG] (ES)
Solmatalua, de Rodrigo Ribeiro-Andrade (SC/RJ/SP)

MOSTRA PRAÇA

A Jornada do Valente, de Rodrigo de Janeiro (RJ)
A Orquestra das Diretas, de Caue Nunes (SP)
Crepúsculo das Deusas, de Fábio Rogerio (SP)
Estrelas de um Só Hit, de Luísa Guarnieri (SP)
Ferro’s Bar, de Cine Sapatão [Aline A. Assis, Fernanda Elias, Nayla Guerra e Rita Quadros] (SP)
O que Nos Espera, de Bruno Xavier e Chico Bahia (SP)
Pedro e Inácio, de Caio Dornelas (PE)
Quinze Primaveras, de Leão Neto (CE)
São Marino, de Leide Jacob (SP)
Se Trans For Mar, de Cibele Appes (SP)
Teatro de Máscaras, de Eduardo Ades (RJ)
Último Domingo, de Renan Barbosa Brandão e Joana Claude (RJ)

MOSTRA PANORAMA

A Velhice Ilumina o Vento, de Juliana Segóvia (MT)
Amigo Secreto, de Rui Calvo (SP)
Arrimo, de Rogério Borges (SP)
Através da Cidade Invisível, de Paulo Grangeiro (SP)
Bucho de Peixe, de Johann Jean (RN)
Busca, de Rodrigo Sousa & Sousa (SP)
Capuchinhos, de Victor Laet (PE)
Carta para Glauber, de Gregory Baltz (RJ)
Casa de Luiza, de Rodrigo Antonio (PA)
Cine Pornô – Fragmentos de Desejo e Medo, de Luis Teixeira Mendes (RJ)
Claudio, de Calebe Lopes (BA)
Conserva, de Diego Benevides (PB)
Corpo Onírico, de Marina Barbosa Mahmood (PE)
De Como me Tornei Invisível pra Caber em Meu Espírito, de Padmateo (BA)
Do Tanto de Telha no Mundo, de Bruno Brasileiro (CE)
Ensaio para uma Voz Humana, de Georgette Fadel (SP)
Espectro Restauración, de Felippe Mussel (RJ)
Eu, Negra, de Juh Almeida (SP/BA)
Infantaria, de Laís Santos Araújo (AL)
No Caminho de Casa, de Hugo Anikulapo Lima (RJ)
Nós Duas, de Wéllima Kelly e Leandro Alves (AL)
O Vampiro que Pensa Vozes, de Paulinho Sacramento (RJ)
Onde a Gente Se Encontra, de Talita Virginia (SP)
Plutão Não é Tão Longe Daqui, de Augusto Borges e Nathalya Brum (DF)
Primavera em Cada Vida, de Joaquim Castro e Rafael Saar (SP/RJ)
Soberane, de Wara (CE)
Todavia Sinto, de Evelyn Santos (SP)
Voto Nulo, de Gustavo de Carvalho (SP)
Xar: Sueño de Obsidiana, de Fernando Pereira dos Santos e Edgar Calel (SP)

MOSTRA TEMÁTICA

Da Ponte pra Cá, de Isabela da Silva Alves (SP)
Escasso, de Encruza [Gabriela Gaia Meirelles e Clara Anastácia] (RJ)
Luta pela Terra, de Camilla Shinoda e Tiago de Aragão (DF/AM/RR)
Paola, de Ziel Karapotó (PE)
Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando, de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami (RR)

MOSTRA FOCO MINAS

A Última Vez que Ouvi Deus Chorar, de Marco Antonio Pereira
Aragem, de Ricardo Alves Jr.
Marina Não Vai à Praia, de Cássio Pereira dos Santos
Não Há Coincidências Ocupando Esta Carne, de Júlia Elisa
Nossa Mãe Era Atriz, de André Novais Oliveira e Renato Novaes
O Capitalismo Matou Meus Pais, de Lucas Tunes e Karen Suzane
Rosa Neon, de Tiago Tereza
Tenho Medo de Avião, de Arthur Pereira
Terremoto, de Gabriel Martins

MOSTRINHA

A Menina e o Mar, de Gabriel Mellin (RJ)
Barra Nova, de Diego Maia (CE)
João no Reino de Papelão, de Rodrigo Vulcano e Lucas Lima (SP)
Jussara, de Camila Cordeiro Ribeiro (BA)
Teo, O Menino Azul, de Hygor Amorim (SP)

MOSTRA JOVEM

Bolha, de Leandro Wenceslau (MG)
De Onde Nasce o Sol, de Gabriele Stein (ES)
Isso Não é Tudo, de Stefane Eskelsen (SP)
Trancinhas, de Mariana Stolf (MG)
Travessia, de Ariely Cauany Suptitz (SC)
Xavier e Miguel, de Ricky Mastro (SP)

MOSTRA REGIONAL

Camaco, de Breno Alvarenga (MG)
Encontro, de Rafael Brandão (MG)
Morro do Cemitério, de Rodrigo R. Meireles (MG)
Pivete, de Júlia Gama Fernandes e Ariel Rezende (MG)

MOSTRA FORMAÇÃO

As Lavadeiras do Rio Acaraú Transformam a Embarcação em Nave de Condução, de Kulumym-Açu (CE)
Cartas pra Mim, de Marina Vergueiro (SP)
Ciclo, de Isadora Grillo Polatscheck (MG)
Fagulha, de Jessica Menzel e JP Siliprandi (RS)
Jorge, de Bruno Felix (SP)
Mecanismo, de Isaac Morais, Gabriel Lima e Maria Beatriz (CE)
Meu Outro Nome é Luiza, de Ana Luísa Hartmann (SP)
Pelas Ondas Lambem-se as Margens, de Hyndra (BA)
Presente, de Pedro Coelho Xavier (MG)
Sanc_pc1317_03_01_a_1 – Versão 2, de Henrique Amud e Hakaima Sadamitsu (AM)

MOSTRA VALORES

Bolinho de Feijão Fradinho: Uma Delícia Recheada de História, de Jackson Jardel dos Santos e Giulia Attolini Muraro (MG)
Séc. XVIII: A História, Memória, Técnica e Paixão de Gerações Numa Dose de Cachaça, de Jackson Jardel dos Santos e Giulia Attolini Muraro (MG)

Foto: Divulgação/Caboré Audiovisual.

Curta Taquary 2023 abre inscrições para sua 16ª edição

por: Cinevitor
O festival exibirá filmes em nove mostras competitivas

Espaço de pluralidade de visões e experiências estéticas, temáticas e de vida a partir do audiovisual, o Curta Taquary está com inscrições abertas para sua 16ª edição até o dia 26 de janeiro exclusivamente através do site oficial do projeto.

Neste ano, o festival acontecerá entre os dias 16 e 22 de março, em formato presencial, em Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco, após ter realizado duas edições on-line e uma híbrida. Sempre atento à questão ambiental, o Curta Taquary irá, mais uma vez, converter o número de inscrições em mudas de plantas nativas da região, visando o reflorestamento de áreas degradadas.

Ao longo de sua história, o evento já exibiu trabalhos produzidos em todo o Brasil, além de filmes de diferentes países. Fundado em 2005, o festival se consolida como um dos mais vibrantes do país, dialogando com outras linguagens artísticas, como as artes visuais, a música e o teatro, e movimentando o Agreste de Pernambuco, não só com exibições de filmes, mas também através da realização de atividades formativas.

Em 2022, o Curta Taquary bateu recorde de inscrições recebendo 777 trabalhos. Este número, somado às submissões de 2021 (521), foi convertido em 1.298 mudas plantadas na região, com ações que envolveram estudantes e moradores, com o intuito de reforçar a importância do cuidado com o meio ambiente. A ação será reforçada este ano, com expectativa de um crescimento na quantidade de curtas enviados.

Podem participar do festival: curtas-metragens de ficção, animação, documentário ou de caráter experimental, com até 30 minutos de duração (incluindo os créditos), criados por realizadores e/ou produtores brasileiros ou radicados no país há mais de dois anos e concluídos a partir de janeiro de 2022. O regulamento completo está disponível no site (clique aqui).

O Curta Taquary exibirá filmes em nove mostras competitivas e não há limite de trabalhos submetidos por cada participante, com possibilidade de participação em mais de um recorte temático. As nove categorias competitivas são: Mostra Brasil, com obras de temática livre; Mostra Primeiros Passos, voltada para os primeiros filmes de novos realizadores; Mostra Dália da Serra, com filmes produzidos em atividades pedagógicas, projetos de formação e oficinas; Mostra Universitária, direcionada para produções oriundas de estudantes de graduação; Mostra Diversidade, com obras que abordem questões de sexualidade e de gênero. Completam ainda a programação a Mostra Curtas Fantásticos, com foco no horror, ficção científica e fantasia; Mostra Criancine, para o público infantojuvenil; Mostra Pernambucana, com trabalhos produzidos no Estado; e a Mostra Por Um Mundo Melhor, focada na educação ambiental.

Sobre o retorno às exibições presenciais, a expectativa da produção é de reocupação dos equipamentos culturais de Taquaritinga do Norte e de cidades e comunidades do entorno, como Toritama, Gravatá do Ibiapina e Caruaru, com o estreitamento dos laços com a população, aproximando-a da força do audiovisual brasileiro, assim como com o público e realizadores de outras localidades: “Estamos empolgados em poder nos reunir outra vez para assistirmos curtas na tela grande. Esses filmes nos ajudam a entender nossa sociedade, em busca de um bem comum, e como podemos encontrar alternativas para cuidar do nosso planeta. Acreditamos que o audiovisual é uma importante ferramenta de transformação social”, pontua Alexandre Soares, coordenador e idealizador do Curta Taquary.

Foto: Tarciso Augusto.

26ª Mostra de Cinema de Tiradentes: conheça os filmes selecionados para a Mostra Aurora

por: Cinevitor
Cássia Damasceno no longa Solange, de Nathalia Tereza e Tomás von der Osten

A 26ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontecerá entre os dias 20 e 28 de janeiro de 2023, com a temática Cinema Mutirão, acaba de anunciar a seleção de mais uma edição da Mostra Aurora. Em sua 16ª versão, a Aurora é a seção do evento dedicada a filmes feitos por realizadores com até três longas-metragens na carreira e que se caracteriza por trabalhos estético e narrativo representativos, em várias medidas, do que de mais vigoroso se faz na produção brasileira contemporânea.

A seleção apresenta os tradicionais sete títulos inéditos, em pré-estreia mundial, escolhidos pela curadoria de Francis Vogner dos Reis, Lila Foster e Camila Vieira, que serão avaliados pelo Júri Oficial e concorrem ao Troféu Barroco e a prêmios de parceiros.

Em termos regionais, é um ano especial para o Rio de Janeiro, com três filmes na Mostra, a mais significativa presença do estado na seleção em todas as edições. Como é praxe na Aurora, o conjunto de 7 longas-metragens exibe distintas aproximações com a linguagem, alguns mergulhando mais radicalmente em suas propostas, outros construindo pontes e caminhos com determinadas tradições.

“Não há uma questão específica a unir os filmes, nem qualquer tipo de tendência, e sim experiências diferenciadas, que se relacionam àquilo que interessa a cada realizador e também ao ambiente e ao que eles optam filmar”, aponta o curador Francis Vogner dos Reis. Ele chama atenção para o grande número de diretores e diretoras que estiveram antes em Tiradentes, alguns deles com curtas-metragens exibidos na mostra Foco, casos de Leonardo Mouramateus, Tomás von der Osten e Nathalia Tereza.

Para a curadora Lila Foster, será interessante ao público e aos críticos perceber, na Aurora 2023, uma mistura entre a encenação, ou espaço de interpretação, e a observação: “Seria tentador recair no que poderíamos chamar de influências do gesto documental na ficção ou da construção da cena no documentário, mas acho que o que os filmes mostram vai um pouco além disso. Cada um vai propor o seu jogo”, define ela. Esse jogo surge nas maneiras como os filmes tratam seus materiais, seja se apropriando de imagens de arquivo, registrando corpos e gestos ou construindo ficções a partir dos choques no mundo.

Há, por exemplo, dois documentários dedicados a figuras artísticas: As Linhas da Minha Mão mergulha na vida da atriz e performer Viviane de Cassia Ferreira, e a relação entre vida e imaginação se conecta diretamente às suas criações, enquanto Peixe Abissal, sobre o músico Luís Capucho, mescla fantasia, biografia e desejo para capturar um cotidiano atravessado pela magia e pela arte.

No caso de Vermelho Bruto, Lila Foster afirma se tratar de uma radicalização no uso de imagens amadoras e domésticas para integrar a voz de muitas mulheres em detalhes da vida que trazem a marca desse tipo de material (o tremor, o registro urgente, o cotidiano) sem que recaia necessariamente no autorretrato. Por sua vez, Xamã Punk performa um mundo pós-apocalíptico enquanto uma equipe de filmagem documenta as ruínas e os seres que habitam esse fim do mundo. Segundo Francis Vogner, é um filme que dialoga com o experimentalismo dos anos 1970 com elementos de horror, ficção científica conectados a uma “cosmogonia xamânica”, como aliás o título sugere.

A Vida são Dois Dias acompanha dois irmãos gêmeos entre Brasil e Portugal numa trama atravessada por acontecimentos absurdos e pela experiência fraturada na diferença de espaços onde cada personagem se localiza e em seus universos de fantasias particulares: “Parece uma farsa do cineasta alemão Ernst Lubitsch, com um trabalho de teatralidade muito particular e que está presente em outros projetos do diretor Mouramateus, além de fazer uma ponte entre Brasil e Portugal que se relaciona com a própria trajetória dele”, disse Francis Vogner.

Também filme de personagem, Solange acompanha a protagonista compondo traços de seus traumas, desejos e personalidade a partir do reencontro com um grupo de amigos da cidade de onde ela foi embora. Por fim, também no campo da criação ficcional livre, Cervejas no Escuro segue uma mulher em luto: “Essa personagem decide fazer um filme e mobiliza a cidade em torno do seu projeto. Ora making of da empreitada, ora o filme propriamente dito, esse longa toca a poesia do gesto amador de se relacionar com o cinema”, define Lila Foster.

Em 2023, o Júri Oficial convocado a avaliar os filmes da Mostra Aurora será formado por: Cristina Amaral, cineasta e montadora; Dácia Ibiapina, cineasta, diretora  e professora; Ester Marçal Fér, pesquisadora e professora; GG Albuquerque, jornalista e pesquisador; e Luiz Carlos Oliveira Jr, crítico, pesquisador e professor.

Conheça os filmes selecionados para a Mostra Aurora da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes:

A Vida são Dois Dias, de Leonardo Mouramateus (RJ/CE)
As Linhas da Minha Mão, de João Dumans (MG)
Cervejas no Escuro, de Tiago A. Neves (PB)
Peixe Abissal, de Rafael Saar (RJ)
Solange, de Nathalia Tereza e Tomás von der Osten (PR)
Vermelho Bruto, de Amanda Devulsky (DF)
Xamã Punk, de João Maia Peixoto (RJ)

Foto: Divulgação.

16º For Rainbow: conheça os vencedores do Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero

por: Cinevitor
Pedro Diógenes, diretor de A Filha do Palhaço: filme premiado

Foram anunciados nesta quarta-feira, 21/12, em cerimônia apresentada por Deydianne Piaf, no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, os vencedores da 16ª edição do For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero.

Neste ano, o documentário brasileiro Um Pedaço do Mundo, de Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo, foi eleito o melhor longa-metragem segundo o Júri Oficial, além de ter recebido o Troféu Elke Maravilha na categoria de melhor direção e roteiro. Dirigido por Pedro Diógenes, o cearense A Filha do Palhaço também se destacou e levou três prêmios, entre eles, o de melhor ator para Démick Lopes.

Neste ano, o festival recebeu inscrições de 1.667 filmes de mais de 100 países e a comissão de seleção foi formada pela realizadora e atriz paraibana Cristiane Fragoso; pelo jornalista, pesquisador e crítico de cinema cearense Diego Benevides; e pela atriz e realizadora paulistana Julia Katharine. Foram selecionados oito longas e 25 curtas-metragens.

O For Rainbow conta também com algumas homenagens: Larissa Gaspar, Mãe Kelma de Yemojá e Luiza Cela receberam o Troféu Artur Guedes, que destaca a luta pela defesa dos direitos humanos e pelo respeito à diversidade sexual e de gênero. Os atores Bayard Tonelli, um dos fundadores do Dzi Croquettes, e Silvero Pereira receberam o Troféu Elke Maravilha pelo conjunto da obra.

O júri deste ano foi formado por: Bertrand Lira, Claudio Jaborandy, Émerson Maranhão, Grá Dias e Kênia Freitas na competitiva de longas; Arthur Gadelha, Miguel Rosa e Patrícia Dawson na mostra de curtas-metragens; Ella Monstra, Lays Antunes e Sara Benvenuto na mostra Feminino Plural; Nivia Uchoa, Labelle Rainbow e Renata Nunes no concurso Olho D’água; e Eric Magda, Larissa Bello e Rodrigo Passolargo no Júri da Crítica.

Conheça os vencedores do For Rainbow 2022:

LONGAS-METRAGENS

Melhor Filme: Um Pedaço do Mundo, de Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo (Brasil)
Melhor Direção: Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo, por Um Pedaço do Mundo
Melhor Roteiro: Um Pedaço do Mundo, escrito por Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo
Melhor Atriz: Silvia Varón, Ana Maria Otálora e Ruth Caudeli, por Petit Mal
Melhor Ator: Démick Lopes, por A Filha do Palhaço
Melhor Fotografia: A Filha do Palhaço, por Victor de Melo
Melhor Direção de Arte: A Filha do Palhaço, por Thaís de Campos
Melhor Edição: Germino Pétalas no Asfalto, por Luiza Fagá
Melhor Som: Germino Pétalas no Asfalto, por Augusta Gui e Guile Martins
Melhor Trilha Sonora: Uýra – A Retomada da Floresta, por Nascuy Linares

CURTAS-METRAGENS

Melhor Curta Brasileiro: Quando Chegar a Noite, Pise Devagar, de Gabriela Alcântara
Melhor Curta Estrangeiro: Prazer (Jouissance), de Sadeq Es-haqi (Irã)
Melhor Direção: Taís Augusto, por Elusão
Melhor Roteiro: Pedro Faz Chover, escrito por Felipe César de Almeida
Melhor Ator: Victor di Marco, por Possa Poder
Melhor Atriz: Layla Sah, por Quinze Primaveras
Melhor Fotografia: Na Estrada Sem Fim Há Lampejos de Esplendor, por Evye Alves Cavalcante
Melhor Direção de Arte: Esta Terra Nobre (This Noble Land)
Melhor Trilha Sonora Original: Míssil – Parte 1
Melhor Edição: Fantasma Neon, por Lobo Mauro
Melhor Som: Promessa de um Amor Selvagem, por Denise Chaves e Luís Cláudio Christofoletti
Menção Honrosa: Tá Fazendo Sabão, de Ianca Oliveira (Brasil)

MOSTRA FEMININO PLURAL
Melhor Filme: Megazord, de Luciana Wilm e Tyago Thompson
Menção Honrosa: Sobre Elas, de Bruna Arcangelo

MOSTRA OLHO D’ÁGUA
1º Lugar: Reflexos do Corre, de Letícia Oliveira e Andy Mendes
2º Lugar: Furacão Vapor, de Amorfas
3º Lugar:  Iyá Omi, de Ìyá Kelma Yemojá e Lunna de Oxum

PRÊMIO DA CRÍTICA
Longa-metragem: Uýra – A Retomada da Floresta, de Juliana Curi (Brasil/EUA)
Curta-metragem: Na Estrada Sem Fim Há Lampejos de Esplendor, de Liv Costa e Sunny Maia (Brasil)
Menção Honrosa: Procura-se Bixas Pretas, de Vinicius Elizário (Brasil)

Foto: Erica Candido/Candeia Fotos e Vídeos.

Oscar 2023: Sideral, curta-metragem de Carlos Segundo, é pré-selecionado; Marte Um está fora da disputa

por: Cinevitor
Enio Cavalcante no curta brasileiro Sideral: na disputa

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou, nesta quarta-feira, 21/12, uma lista com os pré-selecionados para o Oscar 2023 em dez categorias, entre elas, melhor filme internacional, antes conhecida como melhor filme estrangeiro.

O Brasil estava representado com Marte Um, de Gabriel Martins, mas, infelizmente, o longa não conseguiu uma vaga entre os 15 semifinalistas. Para esta 95ª edição, 92 países foram classificados, entre eles, Uganda, candidato pela primeira vez. Vale lembrar que a última vez que o Brasil concorreu na categoria de melhor filme internacional foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os semifinalistas na shortlist.

Porém, o cinema brasileiro segue na disputa por uma estatueta dourada na categoria de melhor curta-metragem de ficção com Sideral, de Carlos Segundo. Exibido em Cannes, premiado em diversos festivais nacionais e internacionais, e realizado pela Casa da Praia Filmes, do Rio Grande do Norte, o filme acompanha a expectativa de uma família para o lançamento de um foguete espacial. O elenco traz Priscilla Vilela, Enio Cavalcante, Fernanda Cunha, Matheus Brito, George Holanda, Mateus Cardoso, Robson Medeiros, Henrique Fontes e Ednaldo Martins. Para esta categoria, 200 curtas-metragens foram analisados pela Academia.

Vale destacar também a presença do documentário O Território (The Territory), dirigido pelo norte-americano Alex Pritz, uma coprodução entre Brasil, Dinamarca e Estados Unidos. Premiado no Festival de Sundance deste ano, o filme, que apresenta Neidinha Bandeira e Bitaté Uru Eu Wau Wau, acompanha um jovem líder indígena brasileiro que luta contra fazendeiros que ocupam uma área protegida da Floresta Amazônica.

Parcialmente filmado pelo povo Uru-Eu-Wau-Wau, o filme se baseia em imagens reais capturadas ao longo de três anos, enquanto a comunidade arrisca suas vidas para montar sua própria equipe de mídia na esperança de expor a verdade. Produzido por Darren Aronofsky, Sigrid Dyekjær, Will N. Miller, Gabriel Uchida, Lizzie Gillett e Pritz, o longa tem produção executiva da ativista Txai Suruí, com trilha sonora original de Katya Mihailova e edição de Carlos Rojas Felice; o documentário é uma coprodução com a comunidade indígena Uru-eu-wau-wau.

Na categoria de melhor filme internacional, um dos destaques é o paquistanês Joyland, de Saim Sadiq, que recebeu o Prêmio do Júri na mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes, e conta com a brasileira Jasmin Tenucci na equipe de montagem.

Os finalistas serão revelados no dia 24 de janeiro e a cerimônia acontecerá no dia 12 de março, no Dolby Theatre, em Hollywood.

Confira a lista com os quinze semifinalistas ao Oscar 2023 de melhor filme internacional e melhor curta-metragem de ficção:

FILME INTERNACIONAL

ALEMANHA: Nada de Novo no Front, de Edward Berger
ARGENTINA: Argentina, 1985, de Santiago Mitre
ÁUSTRIA: Corsage, de Marie Kreutzer
BÉLGICA: Close, de Lukas Dhont
CAMBOJA: Return to Seoul (Retour à Séoul), de Davy Chou
COREIA DO SUL: Decision to Leave (Heojil kyolshim), de Park Chan-wook
DINAMARCA: Holy Spider, de Ali Abbasi
FRANÇA: Saint Omer, de Alice Diop
ÍNDIA: Last Film Show (Chhello Show), de Pan Nalin
IRLANDA: A Menina Silenciosa (An Cailín Ciúin/The Quiet Girl), de Colm Bairéad
MARROCOS: Túnica Turquesa (The Blue Caftan/Le bleu du caftan), de Maryam Touzani
MÉXICO: Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades, de Alejandro González Iñárritu
PAQUISTÃO: Joyland, de Saim Sadiq
POLÔNIA: EO (IO), de Jerzy Skolimowski
SUÉCIA: Cairo Conspiracy (Boy from Heaven), de Tarik Saleh

CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO

All in Favor, de Santiago Requejo (Espanha)
Almost Home, de Nils Keller (Alemanha)
An Irish Goodbye, de Tom Berkeley e Ross White (Irlanda/Reino Unido)
El tratamiento (The Treatment), de Álvaro Carmona (Espanha)
Haut les coeurs (The Right Words), de Adrian Moyse Dullin (França)
Ivalu, de Anders Walter (Dinamarca)
Le Pupille, de Alice Rohrwacher (Itália/EUA)
Nakam, de Andreas Kessler (Alemanha)
Night Ride, de Todd Karehana (Nova Zelândia)
O Lobo Solitário, de Filipe Melo (Portugal)
Plastic Killer, de Jose Pozo (Espanha)
Sideral, de Carlos Segundo (Brasil)
The Red Suitcase, de Cyrus Neshvad (Luxemburgo)
Tula, de Beatriz de Silva (Espanha)
Warsha, de Dania Bdeir (Líbano)

*Clique aqui e confira as listas completas com os pré-selecionados.

Foto: Divulgação/Casa da Praia Filmes.

Festival de Roterdã 2023: filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta Procuro Teu Auxílio para Enterrar um Homem, de Anderson Bardot

O Festival Internacional de Cinema de Roterdã (IFFR, International Film Festival Rotterdam), que acontece na Holanda, é considerado um dos maiores do mundo e destaca obras cinematográficas dirigidas por novos cineastas. Além das seções oficiais em sua programação, há também espaço para nomes consagrados, retrospectivas e programas temáticos.

Nesta ano, a 52ª edição acontecerá entre os dias 25 de janeiro e 5 de fevereiro de 2023. O filme de abertura será Munch, de Henrik Martin Dahlsbakken, cinebiografia do pintor norueguês Edvard Munch; o encerramento do festival contará com a exibição de All India Rank, do cineasta indiano Varun Grover.

Além disso, a diretora de fotografia Hélène Louvart, de A Vida Invisível, Murina, Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, Todos os Mortos, A Filha Perdida, Lazzaro Felice, entre outros, será homenageada com o Robby Müller Award, que homenageia anualmente um excelente criador de imagens no estilo do falecido diretor de fotografia holandês que dá nome ao prêmio. E mais: a programação apresentará Sunshine State, uma obra de arte de Steve McQueen encomendada pelo IFFR; o trabalho será apresentado no Depot em colaboração com o Museu Boijmans Van Beuningen.

Em comunicado oficial, a diretora do festival, Vanja Kaludjercic, disse: “Ao elaborar o programa deste ano, continuamos comprometidos com o caminho que estabelecemos para nós mesmos: celebrar o grande cinema em todo o seu esplendor e olhar onde os outros não olham”.

O cinema brasileiro ganha destaque nesta 52ª edição com diversos títulos. Na Ammodo Tiger Short Competition, mostra competitiva de curtas-metragens, o Brasil aparece com Remendo, de Roger Ghil, com Elídio Netto, Markus Konká e Eliete Miranda no elenco. Na trama, Zé dirige uma oficina onde trabalha arduamente com a escória e o lixo de sua cidade suburbana à beira-mar. Ele é um homem negro, bissexual e de meia-idade em busca de amor, que enfrenta os traumas invisíveis do colonialismo para encontrar um novo tipo de liberdade.

Na mostra Bright Future, que apresenta uma seleção de estreias de longas-metragens, caracterizadas por um tema original e um estilo individual, representando a vanguarda do cinema contemporâneo, o cinema nacional se destaca com Represa, de Diego Hoefel, que traz Renato Linhares, Gil Magalhães, Jenniffer Joingley e David Santos no elenco. Na trama, depois da morte de sua mãe, Lucas dirige de São Paulo para o Nordeste para vender um pedaço de terra que pertencia a ela. Para isso, ele precisa do consentimento de Robson, um meio-irmão indígena que nunca conheceu. Ele se mantém discreto em seu destino, apresentando-se como um turista em uma cidade empoeirada e devastada em nome do desenvolvimento. Mas Josy, sua sobrinha adolescente, percebe que Lucas tem outras motivações para sua visita.

Outro destaque nacional é A Longa Viagem do Ônibus Amarelo, de Júlio Bressane e Rodrigo Lima, que aparece na mostra Harbour. Vale lembrar que Bressane já participou diversas vezes do Festival de Roterdã: sua estreia aconteceu em 1996 com O Mandarim e no ano 2000 foi homenageado com uma retrospectiva. Neste seu novo trabalho, ao lado de Rodrigo Lima, ele faz uma extensa reflexão sobre suas seis décadas de cinema.

Na mostra Short & Mid-length, um programa de curtas e médias-metragens, o cinema brasileiro apresenta diversos títulos, como: Casa de Bonecas, de George Pedrosa; Escasso, de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles; Procuro Teu Auxílio para Enterrar um Homem, de Anderson Bardot; e Visão do Paraíso, de Leonardo Pirondi.

Enquanto isso, no CineMart, mercado de coprodução do festival, 20 projetos de longas-metragens foram selecionados, entre eles: Cerro Corá, de Francisco Márquez, uma coprodução entre Argentina, Paraguai e Brasil; e Remanso, de Pablo Lamar, uma coprodução entre Paraguai, Brasil, Holanda e Argentina.

O time de jurados da 52ª edição será formado por: Alonso Díaz de la Vega, Anisia Uzeyman, Christine Vachon, Lav Diaz e Sabrina Baracetti na Tiger Competition, principal mostra do festival; e Herb Shellenberger, Simone Zeefuik e Stanya Kahn na Ammodo Tiger Short Competition.

Conheça os filmes selecionados para o Festival Internacional de Cinema de Roterdã 2023:

TIGER COMPETITION

100 årstider, de Giovanni Bucchieri (Suécia)
Gagaland, de Teng Yuhan (China)
Geology of Separation, de Yosr Gasmi e Mauro Mazzocchi (Tunísia/Itália/França)
Indivision, de Leïla Kilani (Marrocos/França)
La Palisiada, de Philip Sotnychenko (Ucrânia)
Le spectre de Boko Haram, de Cyrielle Raingou (Camarões/França)
Letzter Abend, de Lukas Nathrath (Alemanha)
Mannvirki, de Gústav Geir Bollason (Islândia/França)
Munnel, de Visakesa Chandrasekaram (Sri Lanka)
New Strains, de Artemis Shaw e Prashanth Kamalakanthan (EUA)
Notas sobre un verano, de Diego Llorente (Espanha)
Numb, de Amir Toodehroosta (Irã)
Nummer achttien, de Guido van der Werve (Holanda)
Playland, de Georden West (EUA)
Thiiird, de Karim Kassem (Líbano)
three sparks, de Naomi Uman (Albânia/México)

BIG SCREEN COMPETITION

Avant l’effondrement, de Alice Zeniter e Benoît Volnais (França)
Before the Buzzards Arrive, de Jonás N. Díaz (México)
Copenhagen Does Not Exist, de Martin Skovbjerg (Dinamarca)
Drawing Lots, de Zaza Khalvashi e Tamta Khalvashi (Geórgia)
Endless Borders, de Abbas Amini (República Tcheca/Alemanha/Irã)
Four Little Adults, de Selma Vilhunen (Finlândia)
Joram, de Devashish Makhija (Índia)
La hembrita, de Laura Amelia Guzmán Conde (República Dominicana)
La Sudestada, de Daniel Casabé e Edgardo Dieleke (Argentina)
Le formiche di Mida, de Edgar Honetschläger (Áustria/Itália)
Luka, de Jessica Woodworth (Bélgica/Itália/Holanda/Bulgária/Armênia)
My Little Nighttime Secret, de Natalya Meshchaninova (Rússia)
Não Sou Nada – The Nothingness Club, de Edgar Pêra (Portugal)
Okiku and the World, de Sakamoto Junji (Japão)
One Win, de Shin Yeon-Shick (Coreia do Sul)
Voyages en Italie, de Sophie Letourneur (França)

AMMODO TIGER SHORT COMPETITION

Aqueronte, de Manuel Muñoz Rivas (Espanha)
Blinded by Centuries, de Parinda Mai (Tailândia/EUA)
Delivery Dancer’s Sphere, de Kim Ayoung (Coreia do Sul)
Fälle, de Mischa Hedinger e Michela Flück (Suíça)
From Voice to Pulse, de Zeno van den Broek (Holanda)
I Can See the Sun but I Can’t Feel It Yet, de Joseph Wilson (Reino Unido)
La Grande Arche, de Camille Authouart (França)
Last Days of Summer, de Stenzin Tankong (Índia/França)
Light of Light, de Neritan Zinxhiria (Grécia)
Natureza Humana, de Mónica Lima (Portugal/Alemanha)
Never Come Back, de Assaf Gruber (Áustria)
Night and Fear, de Lipika Singh Darai (Índia)
Pátio do Carrasco, de André Gil Mata (Portugal)
Phalène, de Sarah-Anaïs Desbenoit (França)
Pure Land, de Tenzin Phuntsog (EUA)
Remendo, de Roger Ghil (Brasil)
Repetitions, de Morgan Alaric Quaintance (Reino Unido)
Shabnam, de Reetu Sattar (Bangladesh)
Skin in the Crosswinds, de Andrew Rubin (EUA)
Square the Circle, de Hanna Hovitie (Finlândia)
Theta, de Lawrence Lek (Reino Unido)
Tito, de Kerven Jimenez e Taylor McIntosh (Haiti)
What the Soil Remembers, de José Cardoso (África do Sul/Equador)
Zabriskie Point, de Cho Seoungho (EUA)

BRIGHT FUTURE

A los libros y a las mujeres canto, de María Elorza (Espanha)
All India Rank, de Varun Grover (Índia)
Almost Entirely a Slight Disaster, de Umut Subasi (Turquia)
Amiko, de Morii Yusuke (Japão)
A Primeira Idade, de Alexander David (Portugal)
Captain Faggotron Saves the Universe, de Harvey Rabbit (Alemanha)
Cielo abierto, de Felipe Esparza Pérez (Peru)
Clementina, de Agustín Mendilaharzu e Constanza Feldman (Argentina)
Croma Kid, de Pablo Chea (República Dominicana)
Die middag, de Nafiss Nia (Holanda)
Füür brännt, de Michael Karrer (Suíça)
Het leven en de vreemde verrassende avonturen van Robinson Crusoe die acht en twintig jaar helemaal alleen op een bewoond eiland leefde en zei dat het van hem was, de Benjamin Deboosere (Bélgica)
Karparaa, de Vignesh Kumulai (Índia)
Kissing the Ground You Walked On, de Heng Fai Hong (Macau)
La amiga de mi amiga, de Zaida Carmona (Espanha)
Las demás, de Alexandra Hyland (Chile)
La empresa, de André Siegers (Alemanha)
La mala familia, de Nacho A. Villar e Luis Rojo (Espanha)
Natura, de Matti Harju (Finlândia)
Paco, de Tim Carlier (Austrália)
Represa, de Diego Hoefel (Brasil)
Residency, de Winnie Cheung (EUA)
Shimoni, de Angela Wanjiku Wamai (Quênia)
Tigru, de Andrei Tănase (Romênia)
Vildanden, de Nadja Ericsson (Suécia)
Whispering Mountains, de Jagath Manuwarna (Sri Lanka)
White River, de Ma Xue (Coreia do Sul)

*Clique aqui e confira a lista completa com os filmes selecionados.

Foto: Luara Monteiro.

Cinema Mutirão: Ary Rosa e Glenda Nicácio serão homenageados na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor
Os homenageados da 26ª edição

A 26ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontecerá entre os dias 20 e 28 de janeiro de 2023, inaugura o calendário audiovisual brasileiro apresentando ao público a diversidade da produção cinematográfica brasileira em mais de 100 filmes em pré-estreias e mostras temáticas.

A temática adotada pela curadoria responde aos últimos três anos, quando a pandemia de Covid-19 e os desarranjos anticulturais do governo federal afetaram drasticamente a economia criativa no país. Mas a Mostra traz a questão à tona não pelo viés do lamento, e sim da ideia de Cinema Mutirão, que caracterizou o período e manteve continuidade de produção, ainda que frágil, porém sempre constante.

O conceito de Cinema Mutirão tem por objetivo chamar para o debate todos aqueles e aquelas que queiram colaborar para construir uma base sólida para a construção e reconstrução do audiovisual brasileiro. O cenário dramático dos últimos cinco a seis anos não impediu a resiliência de quem buscou alternativas à sobrevivência e procurou não abrir mão das suas conquistas anteriores, ainda que insuficientes ou ameaçadas.

“Muitos grupos de lugares diferentes e de campos artísticos distintos (dança, música, teatro) se uniram para fazer audiovisual com os recursos dos editais emergenciais da Lei Aldir Blanc, que, no seu caráter abrangente e flexível, trouxe algumas inovações nas obras, na forma de mobilização do setor e na elaboração de uma política pública em contexto adverso”, destaca Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial da Mostra de Tiradentes e que trabalhou com a colaboração de Camila Vieira e Lila Foster.

O mutirão artístico se fez valer intensamente na quantidade de criadores de áreas diversas da cultura que, impossibilitados de suas atividades por conta especialmente da pandemia, encontraram no audiovisual, que se manteve forte em termos de consumo durante o isolamento, algumas novas formas de expressão. Naturalmente as coletividades, mesmo às distâncias, foram fortalecidas, produzindo maneiras renovadas de fazer cinema. A dinâmica inventiva e estratégica redimensionou para os próprios profissionais familiarizados com o audiovisual algumas práticas de diálogo político e criativo mais horizontalizadas.

“Ao falarmos de ‘cinema mutirão’, não pensamos só no esforço coletivo na realização de filmes com seus novos materiais, modos e métodos, mas no esforço coletivo de construção cultural com outras formas de sustentação, apropriando-nos também do legado das experiências coletivas de organização e participação social e de políticas públicas de épocas anteriores”, explica Francis. “Para além da crise dos últimos anos, também é chegado o momento de avaliarmos as políticas públicas que foram responsáveis por um rico ciclo do cinema, mas que chegaram ao seu limite”.

Algumas das questões a serem debatidas durante a 26ª edição da Mostra Tiradentes serão: como pensar em formas mais sustentáveis para a economia do audiovisual? Em qual campo o cinema brasileiro precisa lutar para que o aumento da produção nacional de filmes seja acompanhada da sua real inserção no mercado e no imaginário da população brasileira? “Num mutirão, construir também é ocupar”, resume o curador. 

Cena do filme Até o Fim, de Ary Rosa e Glenda Nicácio: premiado em Tiradentes em 2020

Se é para representar a temática desse ano de Cinema Mutirão, a dupla Glenda Nicácio e Ary Rosa, escolhidos para receberem a homenagem de 2023 na Mostra de Cinema de Tiradentes, é essencial. Mineiros de nascimento (ela é de Poços de Caldas; ele, de Pouso Alegre), radicaram-se em Cachoeira, na Bahia, em 2010, ao irem estudar cinema no então recente curso da UFRB, Universidade Federal do Recôncavo Baiano. Fundaram a produtora Rosza Filmes e, desde então, fazem alguns dos títulos mais celebrados do cinema brasileiro contemporâneo, construindo uma vasta comunidade local de realizadores, inclusive em projetos de educação audiovisual.

Prolíficos, Glenda e Ary assinaram a direção conjunta de cinco longas-metragens em cinco anos: Café com Canela (2017), Ilha (2018), Até o Fim (2020), Voltei! (2021), Mugunzá (2022) e Na Rédea Curta (2022). Glenda ainda dirigiu um projeto solo, o média-metragem Eu não Ando Só, em 2021.

Para o coordenador curatorial da Mostra de Tiradentes, Francis Vogner dos Reis, “a singularidade do trabalho de Ary Rosa e Glenda Nicácio é um esforço coletivo a somar as pequenas diferenças em um território comum que é a região de efusiva cultura negra nas cidades de Cachoeira, São Félix e Muritiba. Se o território é determinante, o cinema produzido responde a um cotidiano e a um imaginário compartilhados, de caráter comunitário, tanto no ecossistema da equipe quanto na relação mais ampla com a cidade”.

A homenagem a Ary Rosa e Glenda Nicácio é também estendida à Rosza Filmes e resulta dos bons frutos de uma política de descentralização de recursos ao audiovisual promovida na década de 2000 e parte da década de 2010. Aproveitando-se do bom momento, a dupla de realizadores se insere ainda num cenário de emergência de universidades e da invenção de modos de produção e trabalho pensados e praticados numa hierarquia mais fluida e menos fixada na figura de diretores-autores. A valorização da cocriação se torna fundamental no processo, algo também presente em diversos filmes, coletivos e cineastas de regiões e quebradas que apontam a superação do industrialismo decadente e impessoal que até então dominava o audiovisual no país. 

“Celebrar o trabalho da Rosza Filmes pode nos orientar para a reflexão e a prática de um audiovisual do século 21 tão grande, diverso, complexo e fascinante quanto o país pode ser nas suas identidade e diferenças. E as obras assinadas por Ary e Glenda são dos nossos mais poderosos faróis”, exalta Francis.

Maior evento do cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão realizado no país e chega em sua 26ª edição em formato on-line e presencial. Apresenta, exibe e debate, em edições anuais, o que há de mais inovador e promissor na produção audiovisual brasileira, em pré-estreias mundiais e nacionais; uma trajetória rica e abrangente que ocupa lugar de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil.

O evento exibe mais de 100 filmes brasileiros em pré-estreias nacionais e mostras temáticas, presta homenagem a personalidades do audiovisual, promove seminário, debates, a série Encontro com os filmes, oficinas, Mostrinha de Cinema e atrações artísticas. Toda a programação é gratuita.

Fotos: Anastácia Flora e Divulgação.

FESTCiMM 2022: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Regina Albuquerque no curta Desejo e Necessidade: premiada

Depois de passar por diversas cidades da Paraíba ao longo do ano, a quarta edição do FESTCiMM, Festival de Cinema no Meio do Mundo, encerrou sua itinerância neste domingo, 18/12, em Garanhuns, Pernambuco, com o anúncio dos vencedores em uma live apresentada por Alexandre Araújo, diretor do evento.

O festival, em formato híbrido, apresentou olhares dos inúmeros meios e mundos espalhados pelo planeta; com filmes de diferentes países, estados e cidades. A programação trouxe reflexões e trocas entre realizadores, fomentando o cenário do audiovisual brasileiro e colocando o público em contato com obras de diversos países e estados brasileiros. Além disso, nesta edição foi celebrado os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 e sua repercussão no cinema, além do enfoque modernista na sétima arte.

O evento, que tem caráter independente, cultural e educacional com filmes nacionais e internacionais realizou sua quarta edição nas seguintes cidades paraibanas: João Pessoa, entre os dias 24 e 26 de maio; Princesa Isabel, entre os dias 3 e 5 de junho; Areia, entre os dias 10 e 12 de junho; Cabaceiras, entre os dias 17 e 19 de junho; e Ouro Velho, entre os dias 8 e 10 de julho. O ator Fernando Teixeira e a atriz Zezita Matos foram os grandes homenageados; a identidade visual deste ano foi realizada pela artista pernambucana Socorrinho Gueiros.

O júri desta edição, responsável pela entrega do Prêmio Seu Zé, foi formado por: Vinícius Neves e Nivaldo Rodrigues na mostra de longasValério Fonseca, Gal Cunha Lina e Fábio Rogerio na Mostra Brasil; Deivid da Purificação, Tatiane Britos e Alexandre Araújo na mostra Animação; Thiago Fernandes, Manuela Aguiar e Edson Aquino na mostra No Meio da Noite; e Tommy Germain e Maria Ceziane na competitiva internacional.

Conheça os vencedores do FESTCiMM 2022:

MOSTRA BRASIL
Melhor Filme: Endless Love, de Duda Gambogi (RJ)
Melhor Direção: Milso Roberto, por Desejo e Necessidade
Melhor Roteiro: Da Boca da Noite à Barra do Dia, escrito por Rafael Buda
Melhor Atuação: Regina Albuquerque, por Desejo e Necessidade
Melhor Fotografia: Portugal Pequeno, por Daniel Venosa
Melhor Direção de Arte: Portugal Pequeno, por Camila Tarifa
Melhor Edição: Centelha, por Renato Valone
Melhor Som: Da Boca da Noite à Barra do Dia, por Adalberto Oliveira
Melhor Música: Endless Love, por André Pádua
Menção Honrosa: Belos Carnavais, de Thiago B. Mendonça (SP)

MOSTRA LONGA-METRAGEM
Melhor Filme: King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante (Brasil/Bolívia/Paraguai)
Melhor Documentário: Máquina do Desejo, de Lucas Weglinski e Joaquim Castro (SP)
Menção Honrosa: Álbum em Família, de Daniel Belmonte (RJ)

MOSTRA ANIMAÇÃO
Melhor Filme: Despertar Invisível, de Luciano Mello (SP)
Menção Honrosa: Um Conto Indígena, de Rodrigo Soares Chaves (MG)

MOSTRA NO MEIO DA NOITE
Melhor Filme: Airão Velho, Sayonara, de Sandro Vilanova (DF)
Menção Honrosa: Frankenstein, de Ronan Vaz (MG)

MOSTRA INTERNACIONAL
Melhor Filme: A World Free of Crisis, de Ted Hardy-Carnac (França)
Menção Honrosa: Hunger, de Carlos Meléndez (México)

Foto: Divulgação.