
Foram anunciados nesta quarta-feira, 07/05, em uma coletiva de imprensa, os filmes selecionados para a 14ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que acontecerá entre os dias 11 e 19 de junho, com 80 títulos na programação.
Neste ano, o evento contará com sessões em espaços emblemáticos da capital paranaense, ocupando de forma inédita o MON, Museu Oscar Niemeyer (Auditório Poty Lazzarotto), um dos principais pontos turísticos da cidade; e a Ópera de Arame, outro local imponente da capital, receberá por mais um ano a exibição do filme de abertura. As sessões também serão realizadas no Cine Passeio, no Teatro da Vila, no Cine Guarani, que pela primeira vez será local de exibição após passar por um processo de reforma e reestruturação, e na Cinemateca, que completa 50 anos de história com novos equipamentos de projeção e som.
“Estamos muito felizes em anunciar os selecionados para a 14ª edição do Olhar de Cinema. São mais de 80 filmes que completam a nossa programação, entre estreias mundiais, nacionais, de cineastas de destaque, novos nomes da sétima arte, diretores e diretoras paranaenses, produções para a criançada, entre outros. Para este ano, abrimos ainda mais o nosso leque de locais de exibição, ocupando também o MON, o Cine Guarani e a Cinemateca”, comentou Antonio Gonçalves Jr, diretor do Olhar de Cinema.
O longa-metragem que abrirá a edição de 2025 será Cloud, do japonês Kiyoshi Kurosawa, um dos mais cultuados cineastas contemporâneos, conhecido por produções como Pulse (2001), Creepy (2016) e A Cura (1997). O filme representou o Japão na categoria de melhor filme internacional do Oscar deste ano e passou por outros renomados festivais internacionais, como o de Veneza, Toronto e Chicago. O filme de abertura será exibido em uma sessão exclusiva na Ópera de Arame em uma tela especial com mais de 400 polegadas montada especialmente para a exibição.
Inspirado em uma história real, a produção é um suspense que aborda a história de um grupo de justiceiros formado na internet que se rebela contra Yoshii, interpretado por Masaki Suda, que usa o pseudônimo Ratel, um revendedor on-line de produtos baratos a preços elevados. Apesar de trabalhar como operário em uma pequena fábrica, o jovem se dedica a revender todos os tipos de mercadorias online, desde roupas a equipamentos médicos. Após negar uma promoção no local onde trabalha, ele decide viver com sua namorada em uma casa afastada da cidade. Ao se sentir lesada, sua clientela é dominada por um sentimento de raiva, levando até mesmo pessoas não diretamente prejudicadas a se unirem contra ele, motivadas por ressentimentos pessoais.
As produções selecionadas para as mostras competitivas, tanto a Internacional quanto a Brasileira, concorrem em diversas categorias pelo Júri Oficial, além das premiações do público, responsável por eleger o melhor longa e o melhor curta nas duas mostras.
A mostra Olhar Retrospectivo é um espaço dedicado a um grande nome do cinema mundial apresentando um panorama de suas produções e uma reflexão sobre sua trajetória. Quem integra a mostra no 14º Olhar de Cinema é a consagrada cineasta Agnès Varda, cujo trabalho é referido como um dos marcos do cinema moderno, do cinema realizado por mulheres, dos filmes-ensaios e dos documentários subjetivos. Foram selecionados 10 filmes da cineasta, sendo seis longas e quatro curtas-metragens, em uma temática intitulada Derivas por Varda em referência aos personagens em deriva da realizadora e ao percurso do público pela mostra.
Já a mostra Pequenos Olhares reúne uma seleção de produções voltada às crianças, entre longas e curtas-metragens com o intuito de promover aos pequenos uma experiência única dentro do festival. A Mirada Paranaense promove um panorama da produção audiovisual do Paraná, com um olhar dedicado a filmes de todo o estado.
A mostra Novos Olhares é voltada para produções ousadas, que flertam com o risco, a invenção e caminhos desconhecidos em seu uso da linguagem cinematográfica, optando pela radicalidade e desprendimento das convenções do cinema. Na mostra Exibições Especiais, o espaço é dedicado a obras inéditas no Brasil de grandes nomes do cinema mundial, assim como filmes brasileiros da última temporada que estrearam em outros eventos, mas chegam para Curitiba no Olhar de Cinema.
Neste ano, a Mostra Foco leva o tema Arquivos Desobedientes: O Cinema e as Rasuras da História, promovendo um recorte de filmes e diálogos entre comunidades do Sul Global, com obras de diferentes contextos e épocas, que convocam e elaboram arquivos a partir de posturas contestatórias. Em Olhares Clássicos, a lista reúne uma seleção diversa de filmes de todo o mundo que marcaram a história da sétima arte, integrando a mostra como uma homenagem a seus realizadores, assim como por seus posicionamentos inovadores em relação às produções contemporâneas da edição.
Vale destacar que os ingressos para as sessões estarão à venda a partir do dia 16 de maio, com valores que vão de R$ 8 (meia-entrada) a R$ 16, disponíveis pelo site oficial. O Olhar de Cinema ainda contará com sessões gratuitas no Teatro da Vila, na CIC e no Cine Guarani, no bairro Portão.
Conheça os filmes selecionados para o Olhar de Cinema 2025:
FILME DE ABERTURA
Cloud (Kuraudo), de Kiyoshi Kurosawa (Japão)
FILME DE ENCERRAMENTO
Verde Oliva, de Wellington Sari (Brasil)
COMPETITIVA BRASILEIRA | LONGAS
A Voz de Deus, de Miguel Antunes Ramos (SP)
Apenas Coisas Boas, de Daniel Nolasco (GO)
Aurora, de João Vieira Torres (Brasil/Portugal/França)
Cais, de Safira Moreira (BA)
Explode São Paulo, Gil, de Maria Clara Escobar (Brasil/Portugal)
Glória & Liberdade, de Letícia Simões (CE)
Paraíso, de Ana Rieper (RJ)
Torniquete, de Ana Catarina Lugarini (PR)
COMPETITIVA BRASILEIRA | CURTAS
A Nave que Nunca Pousa, de Ellen Morais (PB)
Americana, de Agarb Braga (PA)
Fronteriza, de Rosa Caldeira e Nay Mendl (Brasil/Paraguai)
Girassóis, de Jessica Linhares e Miguel Chaves (Brasil, Paraguai)
Maira Porongyta: O Aviso do Céu, de Kujãesage Kaiabi (MT)
Mais Um Dia, de Vinícius Silva (SP)
Ontem Lembrei de Minha Mãe, de Leandro Afonso (BA)
Seco, de Stefano Volp (RJ)
COMPETITIVA INTERNACIONAL | LONGAS
A Árvore da Autenticidade (L’Arbre de l’authenticité), de Sammy Baloji (Bélgica/Congo)
Ariel, de Lois Patiño (Espanha/Portugal)
Fire Supply, de Lucía Seles (Argentina)
Medidas para um Funeral (Measures for a Funeral), de Sofia Bohdanowicz (Canadá)
Quando o Telefone Tocou (Kada je Zazvonio Telefon), de Iva Radivojević (Sérvia/EUA)
Um Corpo para Habitar (A Body To Live In), de Angelo Madsen (EUA)
COMPETITIVA INTERNACIONAL | CURTAS
As Loucas do Sótão (Locas del Ático), de Tamara García Iglesias (Espanha)
Barco dos Tolos (ىقمحلا ةنيفس), de Alia Haju (Líbano/Alemanha)
Conseguimos Fazer um Filme, de Tota Alves (Portugal)
Coração Azul (Coeur Bleu), de Samuel Suffren (Haiti/França)
Después del Silencio, de Matilde-Luna Perotti (Canadá)
Esportes Aquáticos (Water Sports), de Whammy Alcazaren (Filipinas)
Ídolo Evanescente (ليخنلا تابس), de Majid Al-Remaihi (França/Kuwait/Catar)
O Reinado de Antoine (El Reinado de Antoine), de José Luis Jiménez Gómez (Cuba)
OLHAR RETROSPECTIVO | AGNÈS VARDA
A Ópera-Mouffe (L’Ópera Mouffe), de Agnès Varda (França) (1958)
As Praias de Agnès (Les Plages de Agnès), de Agnès Varda (França) (2008)
Cléo das 5 às 7 (Cléo de 5 às 7), de Agnès Varda (França) (1962)
Documentira (Documenteur), de Agnès Varda (França) (1981)
La Pointe-Courte, de Agnès Varda (França) (1955)
Os Catadores e Eu (Les glaneurs et la glaneuse), de Agnès Varda (França) (2000)
Saudações aos Cubanos (Salut les Cubains), de Agnès Varda (França) (1964)
Tio Yanco (Oncle Yanco), de Agnès Varda (França) (1967)
Ulysse, de Agnès Varda (França) (1983)
Uma canta, a outra não (L’une chante l’autre pas), de Agnès Varda (França) (1977)
PEQUENOS OLHARES
A Lenda de Zamu, de Ana Clara Mancuso, Marina Okamoto, Mayara Mello, Ronaldo Yoshio e Theo Souza (Brasil)
A Viagem de Tetê, de Betânia Furtado (Brasil)
Abraços, de Barcabogante (Brasil)
Dentro da Caixinha: Mundo de Papel, de Guilherme Reis (Brasil)
Mahuru, de Vitor Ferraz (Brasil)
No Início do Mundo, de Camilla Osório de Castro
Rosetta, de Isabela Paulovic (Brasil)
Três Vírgula Catorze, de Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues (Portugal)
Um Monstro e Meia, de Rama Rambo e Mariana Leal (Brasil)
MIRADA PARANAENSE
A Mão Invisível, de Fernando Moreira
Areia, de Ive Machado e Gustavo Ribeiro
Bem Me Quer, Mal Me Quer, de Victoria Spitzner e Gabrielle Santana
Dança dos Vagalumes, de Maikon Nery
Entre Sinais e Marés, de João Gabriel Ferreira e João Gabriel Kowalski
Fabulosas: Operação Aranha, de TH Fernandes e Lua Lambertti
Guairacá, de Luan Rodrigues
Interior, Dia, de Luciano Carneiro e Paulo Abrão
Notas Sobre um Desterro, de Gustavo Castro
EXIBIÇÕES ESPECIAIS
Batguano Returns: Roben na Estrada, de Tavinho Teixeira e Fred Benevides (Brasil)
Canções de uma Terra Ardente, de Olha Zhurba (Ucrânia/França/Suécia/Dinamarca)
Hot Milk, de Rebecca Lenkiewicz (Reino Unido/Grécia)
Nem Toda História de Amor Acaba em Morte, de Bruno Costa (Brasil)
Relâmpagos de Críticas, Murmúrios de Metafísicas, de Julio Bressane e Rodrigo Lima (Brasil)
Salomé, de André Antônio (Brasil)
Tardes de Solidão (Tardes de Soledad), de Albert Serra (Espanha/França/Portugal)
NOVOS OLHARES
Aoquic iez in Mexico! O México Não Existirá Mais (¡Aoquic iez in Mexico! ¡Ya México no existirá más!), de Annalisa D. Quagliata Blanco (México)
Em vez de Árvores (Anstatt Bäumen), de Philipp Hartmann (Alemanha/Argentina)
Invenção (Invention), de Courtney Stephens (EUA)
Na Passagem do Trópico, de Francisco Miguez (Brasil)
Os Lobos (Les Loups), de Isabelle Prim (França)
Voz Zov Vzo, de Yhuri Cruz (Brasil)
OLHARES CLÁSSICOS
A Grande Cidade, de Carlos Diegues (Brasil) (1966)
A Greve (Stachka), de Sergei Eisenstein (URSS) (1925)
Carta Camponesa (Kaddu Beykat), de Safi Faye (Senegal) (1975)
Desapropriado, de Frederico Fullgraf (Brasil) (1983)
Eraserhead, de David Lynch (EUA) (1977)
Eu, A Pior de Todas (Yo, La Peor de Todas), de Maria Luisa Bemberg (Argentina) (1990)
Meu Nome é Oona (My name is Oona), de Gunvor Nelson (EUA) (1969)
Plantar nas Estrelas, de Geraldo Sarno (Brasil) (1978)
Quarup Sete Quedas, de Frederico Fullgraf (Brasil) (1983)
Yeelen: A Luz (The Light), de Souleymane Cissé (Mali) (1987)
MOSTRA FOCO
A Fidai Film, de Kamal Aljafari (Alemanha/Catar/Brasil/França) (2024)
A Zerda e os Cantos do Esquecimento (La Zerda ou les chants de l’oubli), de Assia Djebar (Argélia) (1983)
Dahomey, de Mati Diop (Senegal/França/Benim) (2024)
Ngupelngamarrunu, Tempo da Noite Vamos (Ngupelngamarrunu, Night Time Go), de Elizabeth Povinelli (Austrália) (2017)
Notas Sobre a Tortura e Outras Formas de Diálogo (Apuntes sobre la tortura y otras formas de diálogo), de Patricio Guzmán (Espanha) (1968)
O Grito (El Grito), de Leobardo López Arretche (México) (1968)
Recorrências Perpétuas (Perpetual Recurrences), de Reem Shilleh (Palestina)
Sobrenome Viet, Nome Próprio Nam (Surname Viet Given Name Nam), de Trinh T. Minh-ha (EUA) (1988)
Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá, de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna (Brasil) (2024)
Foto: Amanda Lavorato.