11º Olhar de Cinema: conheça os filmes das mostras Olhar Retrospectivo, que destaca a cineasta Su Friedrich, e Olhares Clássicos

por: Cinevitor
Cena do filme Os Laços que Unem, de Su Friedrich.

Depois de dois anos sem integrar a programação do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, a mostra Olhar Retrospectivo está de volta à 11ª edição do evento, que acontecerá entre os dias e 9 de junho, destacando, pela primeira vez, o trabalho de uma cineasta mulher: a estadunidense Su Friedrich, importante nome do cinema de invenção e referência indispensável para o pensamento das autorias lésbicas na produção de imagens.  

A programação é composta por 7 filmes de Friedrich, oriundos de distintos períodos de sua carreira, em diálogo com outras 8 produções de realizadoras incontornáveis de diferentes países e épocas. Para expandir e complementar as exibições, fazem parte desta que será a maior mostra já realizada em torno da obra da diretora no Brasil, também uma mesa de debates no Seminário de Cinema de Curitiba e uma entrevista gravada com a realizadora disponível no site do festival. Todos os filmes de Friedrich foram fornecidos pela própria cineasta.

“É com grande alegria que trazemos para esta edição a mostra Olhar Retrospectivo Su Friedrich e outras imagens para o invisível, apresentando uma expressiva parte da obra de Friedrich e propondo diálogos com outras cineastas que, em sua maioria, realizaram seus trabalhos buscando a invenção e reinvenção da linguagem cinematográfica. Sempre com um olhar contestador e reflexivo frente às diversas questões do nosso mundo, propomos um verdadeiro mergulho em cinematografias que impactam diretamente na evolução da expressão cinematográfica”, afirma o diretor artístico do Olhar de Cinema, Antônio Junior.

Nascida em 1954, Friedrich começou sua carreira em Nova Iorque, no fim da década de 1970, e, desde então, transita entre diferentes suportes, formatos e linguagens. Realizou 25 filmes, atuando como diretora, fotógrafa e montadora na maioria deles. Junto à obra de Friedrich, na Olhar Retrospectivo deste ano, o público poderá assistir sessões formadas por filmes de Germaine Dulac, Maya Deren, Chantal Akerman, Barbara Hammer, Leontine Sagan, Cheryl Dunye, Thirza Cuthand e Zeinabu Irene Davis.

Já a mostra Clássicos, importantíssima conexão do programa contemporâneo do Olhar de Cinema com a história da sétima arte, volta a acontecer depois de dois anos de intervalo por conta das edições on-line na pandemia de Covid-19. A ideia da mostra, afinal, sempre foi colocar alguns importantes filmes de volta na sala escura, para apreciação coletiva, em cópias restauradas ou no mínimo em ótimo estado.

Os seis títulos que compõem a mostra em 2022 vão na direção de alguns dos caminhos que os Clássicos do Olhar acostumaram o público a seguir: a celebração de um filme capital da história do cinema numa data significativa (o centenário de Nanook), a descoberta de filmes menos conhecidos no Brasil realizados por cineastas ou cinematografias nacionais em geral menos exibidas por aqui (Sara Gómez, de Cuba; e Ousmane Sembène, do Senegal); e a homenagem a grandes nomes do cinema dos quais nos despedimos recentemente (Peter Bogdanovich, Arnaldo Jabor e Geraldo Sarno). No conjunto, um poderoso mergulho no cinema mundial de variados momentos históricos e propostas estéticas e narrativas.

Conheça os filmes:

MOSTRA OLHAR RETROSPECTIVO | SU FRIEDRICH E OUTRAS IMAGENS PARA O INVISÍVEL

As Chances de Regeneração (The Odds Of Recovery) (2002)
Esconde-esconde (Hide and Seek) (1996)
Nade ou Afunde (Sink Or Swim) (1990)
Não Posso te Dizer como me Sinto (I Cannot Tell You How I Feel) (2016)
Os Laços que Unem (The Ties That Bind) (1984)
Para Sempre Condenadas (Damned If You Don’t) (1987)
Pelo Rio Abaixo (Gently Down The Stream) (1981)

MOSTRA OLHAR RETROSPECTIVO | OUTROS FILMES

A Concha e o Clérigo (La Coquille et le Clergyman), de Germaine Dulac (França) (1928)
At Land, de Maya Deren (EUA) (1944)
Beijos de Nitrato (Nitrate Kisses), de Barbara Hammer (EUA) (1992)
Ciclos (Cycles), de Zeinabu Irene Davis (EUA) (1989)
Lições na Teoria Baby Dyke (Lessons in Baby Dyke Theory), de Thirza Cuthand (Canadá) (1995)
Notícias de Casa (News From Home), de Chantal Akerman (França/Bélgica) (1977)
Senhoritas em Uniforme (Mädchen In Uniform), de Leontine Sagan (Alemanha) (1931)
The Watermelon Woman, de Cheryl Dunye (EUA) (1996)

MOSTRA OLHARES CLÁSSICOS

De Certa Maneira (De Cierta Manera), de Sara Gómez (Cuba) (1977)
Lua de Papel (Paper Moon), de Peter Bogdanovich (EUA) (1973)
Mandabi, de Ousmane Sembene (Senegal/França) (1968)
Nanook do Norte (Nanook of the North), de Robert Flaherty (EUA) (1922)
Opinião Pública, de Arnaldo Jabor (Brasil) (1965)
Viramundo, de Geraldo Sarno (Brasil) (1965)

Foto: Divulgação.

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