Terry Gilliam ganha retrospectiva no Centro Cultural Banco do Brasil

por: Cinevitor
Cena de Brazil – O Filme: um dos sucessos do cineasta.

O Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo recebe a partir desta quarta-feira, 06/04, o evento Terry Gilliam – O Onírico Anarquista, uma retrospectiva das obras do cineasta, ator e animador americano conhecido principalmente pelo grupo Monty Python. O evento se estende até o dia 2 de maio na capital paulista e, também, até 17 de abril em Brasília.

Considerada a mais abrangente retrospectiva já feita no Brasil da obra de Terry Gilliam, a mostra contará com 28 produções de forma presencial; on-line serão exibidos três filmes, sendo que dois contam com recursos de acessibilidade. Além disso, haverá também a realização de atividades paralelas como palestras, debates e cursos.

Terry Gilliam – O Onírico Anarquista conta com a curadoria do diretor, produtor, roteirista, escritor e crítico de cinema Eduardo Reginato e também do cineasta e editor Christian Caselli. A mostra resgata toda a trajetória de Gilliam, que iniciou a sua carreira como animador e cartunista e conquistou destaque no cinema e televisão como diretor, roteirista e ator.

Hoje com 81 anos de idade, o cineasta acumula uma lista de mais de 30 créditos de atuação e roteiro, além de mais 20 na direção. Apesar de americano, foi na Inglaterra onde conquistou o seu primeiro papel de grande destaque junto ao icônico grupo de comédia Monty Python, com quem realizou um de seus longas mais famosos, Monty Python em Busca do Cálice Sagrado.

O objetivo da mostra é fazer um grande panorama da carreira de Gilliam, não se restringindo aos longas do qual ele atuou, dirigiu e/ou roteirizou. O evento apresentará também cinco curtas, entre eles Storytime, o primeiro projeto de direção do cineasta, assim como documentários sobre a sua obra, a exemplo de Life of Python, de Michael Redhead; e Perdido em La Mancha, de Louis Pepe.

Visto como um cineasta cult, Terry Gilliam possui uma carreira premiada e de exibições em festivais importantes. Em 1986, concorreu ao Oscar de melhor roteiro original por Brazil – O Filme. No Festival de Cannes de 1998 exibiu Medo e Delírio, que assina como roteirista; e na Berlinale, em 1996, Os 12 Macacos, longa de sua direção. Em 2005, o americano foi premiado com o Leopardo de Honra no Festival de Locarno.

Único americano do Monty Python, Gilliam teve suas obras marcadas pela inventividade e o surreal, muito presentes em Medo e Delírio e 12 Macacos, e também pelo humor ácido e crítica ao mundo contemporâneo por meio do realismo fantástico. Segundo Eduardo Reginato, o cineasta é fascinado pelo período Barroco por conta da pronunciada luta entre espiritualidade e ecletismo dicotômico. A partir disso, seu cinema combina elementos antagônicos, como o belo e o feito, o antigo e o moderno.

“Os filmes de Gilliam têm uma aparência distinta, não apenas em mise-en-scène, mas ainda na fotografia para criar uma atmosfera surreal de inquietação psicológica e um mundo fora de equilíbrio, sendo frequentemente usados ângulos incomuns de câmera. O famoso crítico americano Roger Ebert disse que o mundo de Gilliam é sempre alucinatório em sua riqueza de detalhes”, explica.

As obras de Terry Gilliam também costumam contar com um bom de distopia moderna, o pesadelo da contemporaneidade soterrada sob burocracia e opressão: “São imensos cenários, uma arquitetura abrangente, decadente e opressora, são essas as representações fílmicas de Gilliam: dos sistemas infinitos e burocráticos, das instituições que aniquilam a liberdade do indivíduo, mas onde o indivíduo ainda tem uma última possibilidade de sonhar ou lutar tentando destruir um sistema autocrático”, disse Christian Caselli.

Para Cláudio Mattos, Gerente Geral do CCBB em São Paulo, “apresentar a obra de Terry Gilliam gratuitamente ao público geral é reforçar o papel do Centro Cultural Banco do Brasil na promoção e acesso à cultura”.

Para saber mais sobre as exibições, horários e atividades paralelas, clique aqui.

Foto: Divulgação.

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