
A 17ª edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, que acontecerá entre os dias 1 e 8 de dezembro, marca o retorno às sessões presenciais no Cine Metha – Glauber Rocha, em Salvador, mas também mantém a exibição on-line de quase toda a sua programação, que conta ainda com oficinas e debates.
“Ficamos confinados, mas já está na hora de retomarmos, aos poucos, nossas atividades pela cidade. Ir ao cinema, sobretudo a um cinema de rua, é se encontrar com a nossa cidade, ver o rosto das pessoas, conversar sobre filmes, sobre a vida”, disse Cláudio Marques, idealizador e um dos coordenadores do Panorama. Ele reforça que todos os protocolos vigentes de prevenção da Covid-19 serão adotados.
As obras selecionadas para o Panorama serão exibidas nas competitivas Nacional, Baiana e Internacional, em mostras paralelas e nas sessões de abertura e encerramento. São cerca de 80 produções, entre longas, médias e curtas-metragens. Na Competitiva Baiana, 25 filmes de diferentes formatos, gêneros e estilos, oferecem um cenário do cinema realizado nos últimos dois anos. A mostra é composta por 20 curtas e 5 longas. A Internacional reúne seis longas e 12 curtas produzidos em 26 países dos cinco continentes, trazendo a Salvador filmes inéditos.
Para dar início à programação, no dia 1º de dezembro será exibido o clássico Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha (1964). Lançando um olhar sobre vários tipos de opressão, o longa foi escolhido para evidenciar o cinema como veículo e objeto de resistência. A rosácea da fachada do Cine Metha – Glauber Rocha foi desenvolvida por Rogério Duarte para a identidade visual do filme: “É um símbolo do cinema brasileiro, de sua força e importância”, reforça Marília Hughes, coordenadora do festival.
Uma homenagem ao centenário do sambista baiano Riachão, morto em março do ano passado, marcará o encerramento do XVII Panorama, dia 8 de dezembro, quando Jorge Alfredo apresentará o documentário Samba Riachão, dirigido por ele há 20 anos, em horário a definir. O diretor conversará com o público ao final da sessão.
Também haverá debate com o diretor após a exibição de O Pai da Rita, novo longa de Joel Zito Araújo, o outro filme de encerramento do festival. Na produção, dois compositores da velha guarda da Vai-Vai, Escola de Samba de São Paulo, têm a amizade estremecida pelo surgimento da filha de uma antiga paixão de ambos, a passista Rita.
Pelo segundo ano consecutivo, o festival realiza o Panorama Convida, que trará Pela Janela, de Caroline Leone, vencedor da categoria de melhor filme no festival em 2017. A produção convidada pela diretora é Baronesa, de Juliana Antunes, contemplado com o prêmio Indie Lisboa na mesma edição. Os dois filmes não serão exibidos no cinema, somente no site.
Os cineastas John Carpenter e Alain Gomis serão homenageados no festival, com a exibição de três filmes realizados por Carpenter entre 1978 e 1987 e duas obras de Gomis lançadas na década de 2010. A mostra Alain Gomis será realizada com apoio cultural do Consulado Geral da França. O Panorama inclui ainda sessões especiais com Deus tem AIDS, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre, e NŨHŨ YÃG MŨ YÕG HÃM: Essa Terra é Nossa!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero.
As sessões especiais e as mostras dos homenageados irão acontecer apenas presencialmente, assim como o lançamento do livro Pó da estrada: escritos de João Carlos Sampaio, publicação organizada por Tais Bichara e Flávia Santana, com curadoria de críticas de João Paulo Barreto e Rafael Carvalho. Falecido em 2014, João Carlos foi o primeiro a ministrar oficinas de crítica no Panorama.
Nesta edição, a oficina de Crítica de Cinema será mantida no formato on-line e ministrada pela vice-presidente da Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Amanda Aouad. O modelo virtual também permanece nos laboratórios de roteiro e montagem. As três atividades têm acesso gratuito e seus participantes já foram selecionados.
Conheça os filmes selecionados para o XVII Panorama Internacional Coisa de Cinema:
COMPETITIVA NACIONAL | LONGAS-METRAGENS
5 Casas, de Bruno Gularte Barreto
A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga
A Matéria Noturna, de Bernard Lessa
Edna, de Eryk Rocha
Madalena, de Madiano Marcheti
Mata, de Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes
Os Ossos da Saudade, de Marcos Pimentel
Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna
COMPETITIVA NACIONAL | CURTAS-METRAGENS
1325 Quilômetros 227 Dias, de Gustavo de Almeida e Vítor Teixeira
Alágbedé, de Safira Moreira
Angustura, de Caio Sales
As Vezes que Não Estou Lá, de Dandara de Morais
Céu de Agosto, de Jasmin Tenucci
Como Respirar Fora D’água, de Júlia Fávero e Victoria Negreiros
Estio_rito em Lapso, de Alana Falcão, Melissa Figueiredo e Neemias Santana
Eu Espero o Dia da Nossa Independência, de Brunna Laboissiére e Bruna Carvalho Almeida
Fragmentos de Gondwana, de Adalberto Oliveira
Hawalari, de Cássio Domingos
Matança Popular Brasileira, de Bianca Rêgo
Memórias Perdidas, de Sabrina Andrade
Os Dias com Você, de Letícia Cristina e Luan Santos
Perto de Você, de Cássio Kelm
Prata, de Lucas Melo
Sideral, de Carlos Segundo
Terra Nova, de Diego Bauer
COMPETITIVA BAIANA | LONGAS
Açucena, de Isaac Donato e Marília Vin
Àkàrà no fogo da intolerância, de Claudia Chávez
Genocídio e Movimentos, de Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar
Nós, de Letícia Simões
Qual a cor do trem?, de Rodrigo Carvalho e Deniere Rocha
COMPETITIVA BAIANA | CURTAS
Adé, de Marcelo Ricardo
Afeminados, de Charles Morais
Casa de Farinha, de Saulo Sâncio
CEGO_CIDADE, de Kauan Oliveira
Gelo na Chapa – O Terceiro Olho que o Fantasma me Deu, de Ramon Mota Coutinho
Iauaraete, de Xan Marçall
In-passe, de Claudio Machado e Henrique Filho
Mãe Solo, de Camila de Moraes
Mamãe!, de Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
Maria Quitéria Honra e Glória, de Antonio Jesus da Silva
Meia Lata D’água ou Lagarto Camuflado, de Plínio Gomes
O Último Grão de Areia, de Marcos Alexandre
Palhaços do Rio Vermelho – O Curta, de Lilih Curi
Pele Manchada, de Victor Mota
Quantos Mais?, de Lucas de Jesus
Quilombo Corcovado, de Rafael Lage
Redundância, de Wayner Tristao Gonçalves
Um Transe de Dez Milésimos de Segundo, de Jamile Cazumbá
Via Láctea, de Thiago Almasy
Voyá, de Fanny Oliveira
SESSÕES ESPECIAIS
Deus Tem AIDS, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre
NŨHŨ YÃG MŨ YÕG HÃM: Essa Terra é Nossa!, de Carolina Canguçu, Roberto Romero, Isael Maxakali e Sueli Maxakali
PANORAMA CONVIDA
Baronesa, de Juliana Antunes
Pela Janela, de Caroline Leone
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Foto: Divulgação.