5º Festival ECRÃ: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Rafael Rudolf em Desaprender a Dormir, de Gustavo Vinagre.

Entre os dias 15 e 25 de julho acontecerá a quinta edição do Festival ECRÃ, que apresenta um panorama de experimentações audiovisuais das mais variadas abordagens. Ainda longe de sua tradicional casa, a Cinemateca do MAM, no Rio de Janeiro, o evento será realizado novamente no formato on-line por conta da pandemia de Covid-19; o acesso é gratuito.

O Festival ECRÃ aproveita o sucesso da quarta edição, que registrou cerca de 30 mil visitantes únicos e 80 mil streamings, e traz novidades para este ano. Entre elas, está a presença de games na programação com cinco jogos disponíveis para o público aproveitar entre uma sessão e outra; quatro destes jogos são produções brasileiras produzidas entre 2020 e 2021. Outra novidade é o programa Novas Películas Espanholas, dedicado aos realizadores Elena Duque, Jorge Suárez-Quiñones Rivas e Valentina Alvarado Matos que produzem filmes em 16mm e Super 8 com curadoria de Gabriel Linhares Falcão

O veterano diretor americano Ken Jacobs ganha janela especial com dois longas-metragens, incluindo o filme de abertura do evento, o ainda inédito no Brasil O Céu Socialista e sua continuação, O Céu Socialista: Arredores e Outtakes, realizado em 2019. Ken e Flo Jacobs conversarão com a realizadora Paula Gaitán sobre seus trabalhos no dia 17 de julho, às 19h.

Filmes exibidos em grandes festivais também estão na programação, como Canções Engarrafadas 1-4, de Chloé Galibert-Laîné e Kevin B. Lee, selecionado para o Festival de Roterdã; Venha Aqui, da tailandesa Anocha Suwichakornpong e Ste. Anne, de Rhayne Vermette, que foram selecionados para Berlim. E mais: Um Gato Sonha com o Norte, de Diogo Oliveira, que passou no FID Marseille; Liminal, de Phillipe Grandrieux, Lav Diaz, Manuela de La Borde e Óscar Henriquez e Icemeltland Park, de Liliana Colombo, que foram selecionados para o Festival de Locarno.

Mestres do cinema experimental como o austríaco Michael Pilz, os norte-americanos James Benning e Khalik Allah e o argentino Raúl Perrone também estão na lista de longas-metragens do ECRÃ com os filmes Com Amor, exibido em Roterdã; De Bakersfield Para Mojave, em estreia mundial; Eu Ando Sobre a Água, selecionado para o CPH: DOX; e S4D3, em estreia mundial. O videoartista israelense Guli Silberstein com Imagem da Percepção junto com Nicolas Klotz e Elisabeth Perceval, diretores de Saxifraga, Quatro Noites Brancas, selecionado para o Cinéma du Réel, completam a lista.

Entre os longas e médias-metragens nacionais, seis são estreias mundiais: Desaprender a Dormir, de Gustavo Vinagre; Você nos queima, de Caetano Gotardo; Centro, de Peter Azen; A Última Imagem, de Benedito Ferreira; Natalis, de Raquel Monteiro; e Sombra, de João Pedro Faro. A lista inclui também Benjamin Zambraia e o Autopanóptico, de Felipe Cataldo, selecionado para o Festival de Brasília, e o média Apyãwa (Tapirapé) Iraxao Rarywa, projeto coletivo de Paula Grazielle Viana dos Reis, Luis Oliveira, Koria Tapirapé e Vandimar Marques Damas. O ECRÃ abre as portas para novos realizadores estrangeiros em longas, como é o caso da realizadora trans Frances Arpaia com 52 Filmes Curtos e a mexicana Mariana Dianela Torres com Mudando de Sonhos.

Na seleção de curtas-metragens, experimentos e texturas voltam aos holofotes em filmes selecionados para grandes festivais, de realizadores consagrados e novatos. Também integram a seleção cineastas conhecidos das edições anteriores: Fábio Andrade volta com Construção de uma Vista; Charlotte Clermont retorna aos objetos em super 8 com Lucina Annulata; Joshua Troxler expande o pavor filmado do cotidiano na cidade em Arsonista; Vinicius Romero traz suas texturas digitais agora em um curta, Bai gosti/eros afogado em lágrimas; e Leonardo Pirondi anima um sonho contado por James Benning em O Sonho de Benning.

A seleção de performances desta edição conta com artistas cuja inventividade se propõe a borrar ainda mais as fronteiras entre conceitos de presença e proximidade. Os oito trabalhos selecionados para esta edição modificam ideias de experiência e preenchem espaços antes considerados inférteis para modelos performáticos. As performances desta edição provam que a exploração do corpo, do espaço e da tela não cessa com a distância física e provam que a pandemia é mais um ambiente desafiador do que um cenário de infertilidade.

O 5° Festival ECRÃ desliza definições entre as suas diversas categorias. Os filmes e performances são acompanhados de remixes, vídeos em 360° e outras obras participativas que compõem a categoria de instalações e artes interativas. Uma seleção de nove trabalhos que exploram a imagem em movimento e sua relação de dependência com o público.

Além disso, os games expandem a edição do festival esse ano, abrindo um novo espaço para a exploração narrativa no festival. Durante o evento haverá uma mesa de debate sobre a conservação de game em parceria com a Cinemateca do MAM com a presença de Rafael Zamorano, Thays Pantuza, Rian Rezende com mediação de Ines Aisengart Menezes. E mais: o evento traz mais de trinta videoartes para o ambiente on-line, categoria na qual o festival ainda não teve a possibilidade de explorar em um ambiente físico.

O ECRÃ promoverá debates durante todo o evento com realizadores através de suas redes, além de uma mesa de debate sobre a edição para o cinema experimental promovida pela EDT.

Conheça os filmes selecionados para o 5º Festival ECRÃ:

LONGA E MÉDIA-METRAGEM

52 Filmes Curtos (52 Short Films), de Frances Arpaia (EUA)
A Última Imagem, de Benedito Ferreira (Brasil/França)
Apyãwa (Tapirapé) Iraxao Rarywa, de Paula Grazielle Viana dos Reis, Luis Oliveira, Koria Tapirapé e Vandimar Marques Damas (Brasil)
Benjamin Zambraia e o Autopanóptico, de Felipe Cataldo (Brasil)
Canções Engarrafadas 1-4 (Bottled Songs 1-4), de Chloé Galibert Lainé e Kevin B. Lee (Alemanha/França/EUA)
Centro, de Peter Azen (Brasil)
Com Amor: Volume 1 1987-1996 (With Love: Volume 1 1987-1996), de Michael Pilz (Áustria)
De Bakersfield para Mojave (From Bakersfield To Mojave), de James Benning (EUA)
Desaprender a Dormir, de Gustavo Vinagre (Brasil)
Edição Vídeos Digitais Com Adobe Première-Pro: Guia do Mundo Real para Configurações e Fluxo de Trabalho (그녀를지우는 시간), de Hong Seong-yoon (Coreia do Sul)
Eu Ando Sobre a Água (Iwow: I Walk On Water), de Khalik Allah (EUA)
Icemeltland Park, de Liliana Colombo (Itália)
Imagem da Percepção (Image Of Perception), de Guli Silberstein (Reino Unido)
Liminal, de Philipe Grandrieux, Lav Diaz, Manuela de Laborde e Óscar Henriquez (México/França/Filipinas)
Mudando de Sonhos (Mudar de Sueños), de Mariana Dianela Torres (México)
Natalis, de Raquel Monteiro (Brasil)
O Céu Socialista (The Sky Socialist), de Ken Jacobs (EUA)
O Céu Socialista: Arredores e Outtakes (The Sky Socialist: The Environs And Outtakes), de Ken Jacobs (EUA)
S4d3, de Raúl Perrone (Argentina)
Saxifraga, Quatro Noites Brancas (Saxifrages, Quatre Nuits Blanches), de Nicolas Klotz e Elisabeth Perceval (França)
Sombra, de João Pedro Faro (Brasil)
Ste. Anne, de Rhayne Vermette (Canadá)
Toda Luz que Podemos Ver (Toda La Luz que Podemos Ver), de Pablo Escoto (México)
Um Gato Sonha com o Norte (Un Chat Revê Du Nord), de Diogo Oliveira (França)
Venha Aqui (Jai Jumlong), de Anocha Suwichakornpong (Tailândia)
Você nos Queima, de Caetano Gotardo (Brasil)

CURTA-METRAGEM

80.000 Anos (80.000 Ans), de Christelle Lheureux (França)
A Casa é a Viagem, de Bárbara Bergamaschi (Brasil)
A Memória Sitiada da Noite, de Ewerton Belico (Brasil)
A Menina do Capim-limão (Lemongrass Girl), de Pom Bumservicha (Tailândia)
Abutre Negro (Black Vulture), de Kevin Jerome Everson (EUA)
Amostra de Corpos (Corps Samples), de Astrid de La Chapelle (França)
Arsonista (Arsonist), de Joshua Troxler (EUA)
As Guardiãs de Memórias (Prisiminim Nešjai), de Migl Križinauskait-Bernotien (Lituânia)
Bai Gosti/Eros Afogado em Lágrimas, de Vinicius Romero (Brasil)
Condor, de Kevin Jerome Everson (EUA)
Construção de uma Vista, de Fábio Andrade (Brasil)
Deep Blue, de Sebastian Wiedemann (Colômbia)
Descompostura, de Alline Torres (Brasil)
Fase Dupla (Double Phase), de Takashi Makino (Japão)
Febre 40º, de Natália Reis (Brasil)
Fronteiras II (Fronteras II), de Victoria Maréchal (Argentina)
Lucina Annulata, de Charlotte Clermont (Canadá)
Mil e Uma Tentativas de Se Tornar um Oceano (One Thousand And One Attempts To Become An Ocean), de Wang Yuhan (França/China)
O Fim do Sofrimento (The End Of Suffering), de Jacqueline Lentzou (Grécia)
O Sonho de Benning (Benning’s Dream), de Leonardo Pirond (EUA/Brasil)
Os Mestres da Terra (Masters Of The Land), de Jan Locus (Bélgica)
Restos e Memórias de Filmagem (Film-related Scrap And Wood Projects), de Alex Cox (EUA)
Senhor Jean-Claude (Monsieur Jean-Claude), de Guillaume Vallée (Canadá)
Ser Feliz no Vão, de Lucas H. Rossi dos Santos (Brasil)
Te Vejo em Meus Sonhos (See You In My Dreams), de Shun Ikezoe (Japão)
TV a Cabo (Ou Uma Noite na Vida) (Cable Box), de Rob Feulner (Canadá)
Um Sol do Cão (Sundog), de Dorian Jespers (Bélgica)
Usina Desejo Contra a Indústria do Medo, de Clarissa Ribeiro, Lorran Dias e Amanda Seraphico (Brasil)
Vai!, de Bruno Christofoletti Barrenha (Brasil)
Vitrines, de Coletivo Olhares (Brasil)
Zona Abissal, de Darks Miranda e Luísa Marques (Brasil)

PROGRAMA NOVAS PELÍCULAS ESPANHOLAS

Coleção Privada (Colección Privada), de Elena Duque
Doze Filmes Sazonais (Twelve Seasonal Films), de Jorge Suárez Quiñones-Rivas
O Mar Penteou a Costa (El Mar Peinó a la Orilla), de Valentina Alvarado Matos
Meihôdô, de Jorge Suárez Quiñones-Rivas
Propriedades de uma Esfera Paralela (Propiedades de una Esfera Paralela), de Valentina Alvarado Matos
Valdediós, de Elena Duque

O Festival ECRÃ não possui patrocinadores e seu acesso é gratuito. Para custear o festival, o ECRÃ criou uma campanha no site Benfeitoria que o público poderá ajudar o evento com valores e ganhar recompensas estipuladas pelo evento: clique aqui.

*Clique aqui e confira a seleção completa.

Foto: Divulgação.

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