W. J. Solha será homenageado no 16º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro

por: Cinevitor
O homenageado em cena de O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho.

O escritor, contista, roteirista, cordelista, produtor, dramaturgo, diretor, ator e artista plástico W. J. Solha será homenageado na 16ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que acontecerá entre os dias 9 e 15 de dezembro, em formato híbrido na rede Cinépolis, no Manaíra Shopping, em João Pessoa, e pela plataforma Aruanda Play.

Solha receberá o Troféu Aruanda pelo conjunto da obra e pela passagem de seus 80 anos em 2021. Sobre a decisão do festival pela homenagem, ele se pronunciou através de um texto enviado à produção do evento em que afirmou em tom bem-humorado: “Bom, é a primeira vez que faço oitenta anos e está cedo, ainda, pra dizer alguma coisa a respeito. Mas ao saber, através de Lúcio Vilar, dessa homenagem do Fest Aruanda, pela data, começo a pensar que tudo valeu a pena e, mais ainda, ir em frente. Caramba, como foi bom ver minha antiga cria literária A Canga virar o grande curta de Marcus Vilar e ser o velho camponês desesperado pela miséria, de seu filme!”.

Sobre o fato de ter sido dirigido por Kleber Mendonça Filho, reiterou a importância do filme, premiado e coroado pela crítica, além de outras experiências que precederam o longa-metragem pernambucano: “Que grande experiência ter participado, como rico empresário pernambucano, do elenco de O Som ao Redor, do Kleber Mendonça Filho! Como foi gostoso ter sido o dono do casarão do pai de Ariano Suassuna, no Antoninha, de Laércio Filho. Como valeu a pena ter produzido, com José Bezerra Filho e o povo de Pombal, o primeiro longa paraibano de ficção, O Salário da Morte, do Linduarte Noronha, em que fiz o papel de matador de aluguel, quando, na vida real, acabara de escapar de um!”, relatou.

Uma decisão difícil, segundo ele, ocorreu em 2010, de não mais “dar uma de ator”, da mesma forma que fora difícil, em 1988, deixar de fazer teatro e, em 2004, de pintar: “Mas, em retribuição a tudo e muito mais que devo à Paraíba, entrego-lhe, agora, como resultado dessa minha dedicação exclusiva aos livros, pela editora Arribaçã, de Cajazeiras, e esperando que esteja à altura da terra do Augusto dos Anjos, meu novo tratado poético-filosófico, 1/6 de Laranjas Mecânicas, Bananas de Dinamite. E que venham outros oitenta!”, exultou o homenageado

Solha tem vários romances, alguns premiados nacionalmente, como Israel Rêmora, A Batalha de Oliveiros e Relato de Prócula, além de vários poemas longos, dos quais o último, Vida Aberta, foi finalista do Jabuti, como teve sua História Universal da Angústia finalista em 2006, com prêmio da União Brasileira de Escritores, do Rio, do mesmo ano.

Além disso, o homenageado tem muitos quadros, entre os quais A Ceia, do Sindicato dos Bancários da Paraíba, e o painel Homenagem a Shakespeare, no auditório da reitoria da UFPB. Fez várias peças teatrais, entre as quais Papa-Rabo, baseada em Fogo Morto, de Zé Lins, grande sucesso de Fernando Teixeira. E mais: várias parcerias marcantes na área da música, dentre as quais Cantata pra Alagamar, de José Alberto Kaplan; a ópera armorial Dulcinéia e Trancoso, de Eli-Eri Moura; e Oratório Via-Sacra, de Ilza Nogueira.

Como ator teatral, foi Pilatos por três anos no Auto de Deus, de Everaldo Pontes e, na tela grande, obteve o prêmio de melhor ator coadjuvante pelos trabalhos nos longas Era Uma Vez Eu, Verônica, de Marcelo Gomes, no Festival de Brasília, e em O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, no Festival de Porto Alegre.

É lembrado também pelo curta A Canga, de Marcus Vilar, e a produção, com José Bezerra Filho e o povo de Pombal, do primeiro longa paraibano de ficção em 35 mm, O Salário da Morte, dirigido por Linduarte Noronha, em 1969. Em breve será lançado seu tratado poético-filosófico 1/6 de Laranjas Mecânicas, Bananas de Dinamite.

Vale lembrar que as inscrições para a 16ª edição do Fest Aruanda seguem abertas até 20 de setembro. Clique aqui e saiba mais.

Foto: Reprodução/YouTube.

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