Morre, aos 96 anos, a atriz, cantora e diretora Bibi Ferreira

por: Cinevitor

morrebibiferreiraBibi Ferreira, em 2014, no espetáculo Bibi – Histórias e Canções.

Morreu nesta quarta-feira, 13/02, aos 96 anos, a atriz, cantora, compositora e diretora Bibi Ferreira. A morte foi confirmada pela filha Teresa Cristina, que contou que a mãe sofreu uma parada cardíaca em casa, no Rio de Janeiro, e não resistiu.

Conhecida como a diva do teatro musical brasileiro, Bibi também atuou nas telonas. Sua estreia no cinema aconteceu em 1936, no filme Cidade-Mulher, de Humberto Mauro. Depois trabalhou em O Fim do Rio (1947), Almas Adversas (1952), Leonora dos Sete Mares (1955) e O Homem que Veio do Céu (1978).

Nascida Abigail Izquierdo Ferreira, era filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina portenha Aída Izquierdo. Aos 24 dias de vida, fez sua estreia nos palcos na peça Manhãs de Sol, de Oduvaldo Vianna, substituindo uma boneca que tinha desaparecido do cenário. Com a separação dos pais, passou a viver com a mãe, que trabalhava em uma companhia teatral espanhola.

bibiferreiracinemaBibi em cena do filme O Fim do Rio, no original The End of the River, de Derek N. Twist.

Quando voltou ao Brasil, tornou-se a principal atriz mirim da época. Antes de estrear na companhia teatral do pai, participou do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro por muito tempo. Sua estreia profissional nos palcos aconteceu em fevereiro de 1941 na peça La locandiera. Em 1944, montou sua própria companhia teatral, que contava com importantes nomes do teatro brasileiro, como: Cacilda Becker, Maria Della Costa e Henriette Morineau. Além disso, foi para Portugal e dirigiu peças durante quatro anos.

Na década de 1960 fez muito sucesso com os musicais, como Minha Querida Dama (My Fair Lady), ao lado de Paulo Autran. Nessa mesma época, também participou de musicais televisivos e apresentou um programa na TV Excelsior que contava com a participação de importantes nomes do teatro.

Nos anos seguintes, Bibi dirigiu e atuou em grandes espetáculos teatrais e musicais. Com isso, trabalhou com nomes como: Maria Bethânia, Clara Nunes, Walmor Chagas, Marília Pêra, Marco Nanini, Dulcina de Moraes, entre outros. Em 1983, estreou Piaf, a Vida de uma Estrela da Canção, sucesso de público e crítica. Recebeu os prêmios Mambembe e Molière, em 1984 e, no ano seguinte, da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo, APETESP, e Governador do Estado. O espetáculo permaneceu seis anos em cartaz e alcançou um milhão de espectadores.

lamanchabibiNo palco com Paulo Autran, em 1972, na peça O Homem de La Mancha.

Na década de 1990, recebeu o Prêmio Sharp de Teatro, encenou Roque Santeiro, de Dias Gomes, em versão musical e dirigiu pela primeira vez uma ópera. Anos depois, realizou espetáculos focados em apenas um artista, como a francesa Edith Piaf, a portuguesa Amália Rodrigues e o americano Frank Sinatra.

Ao longo de sua carreira, acumulou diversos prêmios, como: Troféu APCA, Troféu Imprensa, Prêmio Saci, Prêmio Molière, Troféu Mambembe, Prêmio Pirandello, Prêmio Shell, Prêmio Bravo! Prime de Cultura, entre outros. No Carnaval de 2003, foi homenageada pela Escola de Samba Unidos do Viradouro, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, com o samba-enredo A Viradouro Canta e Conta Bibi – Uma Homenagem ao Teatro Brasileiro.

Seu último trabalho foi aos 95 anos com a turnê: Bibi – Por Toda Minha Vida, espetáculo só com músicas brasileiras.

Fotos: Manuela Scarpa e Divulgação.

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