Jeanne Moreau em Ascensor para o Cadafalso, de Louis Malle.
Morreu nesta segunda-feira, 31/07, em Paris, aos 89 anos, a atriz francesa Jeanne Moreau, que atuou em mais de 100 filmes e trabalhou com grandes cineastas, como: Michelangelo Antonioni, François Truffaut, Orson Welles, Luis Buñuel, Agnès Varda, Jacques Demy, François Ozon, Louis Malle, entre outros.
Considerada um ícone do cinema francês e musa da Nouvelle Vague, Moreau começou sua carreira em 1949, no drama Dernier amour, de Jean Stelli. Ao longo dos anos, seu talento foi reconhecido diversas vezes em importantes premiações. Em 1960, levou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes por Duas Almas em Suplício, de Peter Brook. No mesmo festival, em 2003, foi homenageada com a Palma de Ouro Honorária.
No Festival de Berlim, Jeanne concorreu ao Urso de Ouro, em 1979, pelo drama L’adolescente, seu segundo longa como diretora; o primeiro foi No Coração, a Chama, de 1976, além do documentário Lillian Gish, de 1983. Em 2000, recebeu o Urso de Ouro Honorário pelo conjunto da obra. No BAFTA, conhecido como o Oscar britânico, foi indicada em 1963 por Jules e Jim – Uma Mulher para Dois, de François Truffaut, filme que marcou sua carreira. Em 1967, a Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão lhe consagrou como melhor atriz estrangeira por seu trabalho na comédia romântica Viva Maria!, de Louis Malle, na qual atuou com Brigitte Bardot.
No prêmio César, o Oscar francês, Jeanne Moreau foi indicada em 1987 por Le paltoquet, e em 1988 por Ladrão de Milagres. Em 1992, recebeu o prêmio de melhor atriz por La vieille qui marchait dans la mer e foi homenageada com o César Honorário em 1995 e 2008. No Festival de Veneza, foi eleita a melhor atriz por Amantes, de Louis Malle, em 1958 e, em 1992, recebeu o Leão de Ouro Honorário.
O cineasta americano Orson Welles destacava Jeanne Moreau como “a melhor atriz do mundo“. Os dois trabalharam juntos em quatro filmes: O Processo (1962), Falstaff – O Toque da Meia Noite (1965), História Imortal (1968) e The Deep (1970). Em 1973, Jeanne Moreau protagonizou o longa Joanna Francesa, dirigido pelo brasileiro Cacá Diegues.
Jeanne Moreau também trabalhou na TV e no teatro, mas foi no cinema que ganhou destaque, em obras como: Os Incompreendidos (1959) e A Noiva Estava de Preto (1968), de François Truffaut; Ascensor para o Cadafalso (1958) e Trinta Anos Esta Noite (1963), de Louis Malle; Ligações Amorosas (1959), de Roger Vadim; A Noite (1961), de Michelangelo Antonioni; Uma Mulher é Uma Mulher (1961), de Jean-Luc Godard; Eva (1962), de Joseph Losey; A Baía dos Anjos (1963), de Jacques Demy; O Diário de uma Camareira (1964), de Luis Buñuel; O Marinheiro de Gibraltar (1967), de Tony Richardson; Catarina da Rússia (1968), de Gordon Flemyng; Querelle (1982), de Rainer Werner Fassbinder; Nikita – Criada Para Matar (1990), de Luc Besson; Alberto Express (1990), de Arthur Joffé; Até o Fim do Mundo (1991), de Wim Wenders; As Cento e Uma Noites (1995), de Agnès Varda; Além das Nuvens (1995), de Michelangelo Antonioni e Wim Wenders; Para Sempre Cinderela (1998), de Andy Tennant; O Tempo que Resta (2005), de François Ozon; La mauvaise rencontre (2011), de Josée Dayan; Uma Dama em Paris (2012), de Ilmar Raag; O Gebo e a Sombra (2012), de Manoel de Oliveira; Le talent de mes amis (2015), de Alex Lutz; entre outros.
O presidente da França, Emmanuel Macron, postou em sua conta no Twitter: “Lenda do cinema e do teatro, Jeanne Moreau era uma artista envolvida no turbilhão da vida com liberdade absoluta”.
Foto: Divulgação.